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Em Portugal, a pesquisa foi desenvolvida em cinco instituições: no

Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), na Biblioteca Nacional de Lisboa


(BNL), na Biblioteca da Ajuda, no Arquivo Histórico do Tribunal de
Contas (AHTC) e no Instituto dos Arquivos Nacionais - Torre do Tombo
(IAN/TT).

Nestes dois últimos, no IAN/TT e AHTC, debrucei-me principalmente


sobre as dezenas de livros de registro da contabilidade dos bens da
Companhia de Jesus, confiscados no período de aplicação da política
pombalina a partir de 1759. A partir desse trabalho, especialmente no
fundo do Erário Régio, consegui elaborar um quadro geral dos aspectos
materiais da Ordem jesuítica, uma das bases fundamentais na manutenção
de sua obra missionária, não apenas da antiga aldeia de Ibiapaba, mas
também em toda capitania do Ceará.

Na BNL, além de documentos dos códices, a pesquisa mais abrangente foi


realizada na Coleção Pombalina. Nela, encontrei importantes assentos da
Junta das Missões de Pernambuco, cuja importância advém na análise das
ações das mais altas autoridades de Recife no período da Guerra do Açu e
da “Rebelião” dos índios aldeados no Ceará, em 1713. Na Biblioteca da
Ajuda, o resultado da pesquisa foi bem mais modesto, embora tenha
encontrado documentos importantes sobre os jesuítas no século XVII.

O AHU tem sob sua guarda a mais consistente documentação sobre o


Brasil colonial, uma vez que seu fundo é oriundo do antigo Arquivo do
Ministério das Colônias, abrangendo fontes do Conselho Ultramarino, da
Secretaria de Estado da Marinha e dos Domínios Ultramarinos.
Compreendendo acervos iconográficos, cartográficos, códices e
documentos avulsos, o AHU exigiu um trabalho paciente e minucioso,
dada a sua rica documentação, particularmente relacionada ao objeto
desta pesquisa. O resultado é, grosso modo, a essência das discussões que
foram realizadas, nesta tese, referente à segunda metade do século XVIII.

No Archivum Romanum Societatis Iesu (Arquivo Geral da Companhia de


Jesus), em Roma, o trabalho de pesquisa consistiu na leitura de
correspondências trocadas entre o superior das missões e o padre Geral da
Companhia quanto à fundação de um hospício ou casa dos padres na
capitania do Ceará. Também foi possível a elaboração de um catálogo –
inédito e nunca publicado - com o nome de cada um dos missionários que
trabalharam nas

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aldeias jesuíticas, tanto do Ceará quanto do Rio Grande do Norte.Assim,


as fontes utilizadas são, em sua maior parte, documentos manuscritos e

inéditos encontrados em instituições diferentes no Brasil e na Europa.


Com o levantamento desse material de pesquisa foi possível reunir um
conjunto de dados e informações históricas sobre os índios nas Serras de
Ibiapaba ao longo dos setecentos, até onde sei ainda não realizado. Enfim,
o processo de encontro das fontes coloniais, na minha própria experiência
de pesquisa, ao longo de pelo menos quase três anos, foi uma mistura de
ansiedades, prazeres e dissabores. Mas, como nos avisava desde há muito
o mestre e historiador Marc Bloch: “O espetáculo da busca, com seus
sucessos e reveses, raramente entedia. É o tudo pronto que espalha o gelo
e o tédio”

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