Esquema de resolução de casos

Bárbara Ferro Ribeiro

INTERPRETAÇÃO DA LEI

1) Identificar o problema: interpretação

2) É uma questão de princípio da legalidade- 1.º CP e 29.º/1 e 3 CRP

3) Modalidade: Lei stricta (só é crime o que está dentro da lei – a analogia é
geralmente proibida (1.º/3 CP))

4) Concretização no caso concreto- interpretação do caso em si (dizer o tipo

incriminador e comparar com o caso concreto)

5) Para saber se o caso concreto cabe na norma, temos de saber se estamos

perante uma interpretação permitida ou proibida:
a) Distinguir as Doutrinas do Prof. CN e da MFP: o Prof. CN tem um
pensamento antipositivista, considerando que a letra da lei não é limite, já
a Prof. MFP defende que a letra da lei é limite (nunca se poderá ultrapassar
o sentido possível das palavras), na esteira de Doutrinas positivistas
(Wittgenstein e Habermas), devendo procurar-se um sentido
comunicacional do texto sustentável pela linguagem social.
CN: 4 PRESSUPOSTOS
MFP: 2 critérios
 Sentido possível e previsível das palavras (que se relaciona com o
sentido comunicativo das palavras, o sentido comum na
comunidade)
 Essência do proibido: temos que dizer porque é que é esta a
essência e não é outra; como é que chegámos à essência do
proibido? É o que o legislador pretende proibir/evitar e o bem
jurídico que pretende proteger, devendo ser mencionado o princípio
da necessidade da pena (18.º/2 CRP).

6) Depois procedemos à comparação dos exemplos da norma com o caso

concreto - dizer o que o legislador pretende proibir e o bem jurídico que
pretende proteger + ver o que é comum entre o caso concreto e o caso
previsto pela norma.

7) Se a essência do proibido for igual nos exemplos da norma e no caso concreto

então tal não viola a segurança jurídica, nem o artigo 1.º, n.º 3 do CP, nem a
proibição da analogia nele vertido, por não se criar nos destinatários das
normas imprevisibilidade inaceitável
8) Aplicar o critério ao caso

9) Concluir se podíamos interpretar ou não