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1ª edição
2019
Curitiba-PR
Editora São Braz
Palavra do Professor-autor
Olá, estudante!
A disciplina Teologia do Antigo Testamento é de suma importância para
o seu conhecimento teológico. Por meio de uma análise de todos os livros do
Antigo Testamento você irá aprofundar seus conhecimentos a respeito dela.
Esta análise será teológica, além de apontarmos elementos históricos e
culturais para orientar nossa jornada pelo AT. Como teólogo, o conhecimento e
aprendizado do método de análise dos textos bíblicos propostos, serão de
fundamental importância em seus estudos, aulas, palestras, mensagens à
Igreja, enfim, em todas as áreas do trabalho teológico.
Gostaria de reiterar a importância e a necessidade de seu envolvimento
com todas as atividades propostas para seu aprendizado. Como instituição,
primamos por disciplinas de qualidade com conteúdo relevante para sua
caminhada acadêmica. Mas, apenas isto não basta para que você conclua esta
(e por que não dizer todas as demais disciplinas que você terá até o fim deste
curso!). Você precisa participar dos fóruns, interagir com seu tutor, realizar
todas as atividades propostas. O resultado de seu estudo pessoal com a
presença constante e focada no ambiente virtual é a chave para sua vitória!
Sem mais delongas convido todos os senhores e senhoras para juntos
iniciarmos mais uma jornada rumo ao conhecimento bíblico e teológico!
Preparados? Vamos lá!
Com tantos desafios, é previsível que não exista apenas uma definição
para esta disciplina, pois elas variam de acordo com a linha teológica adotada
para esse trabalho.
Para Bruce K. Waltke em sua Teologia do Antigo Testamento: uma
abordagem exegética, canônica e temática seria:
Síntese
2.2 Os Liberais
2.3 Os conservadores
2.4 Aproximação
Em primeiro lugar, ela deve ter uma base histórica. Nesse sentido, a
análise histórica é fundamental para a existência de uma Teologia do AT
saudável e sustentável teoricamente.
Em segundo lugar, ela deve explicar o que o próprio AT aponta, não o
que os sistemas históricos ou teológicos já estabelecidos dizem a respeito dos
livros do AT. Assim, o que realmente importa são as informações contidas nos
próprios livros, não as construções posteriores que complementam ou explicam
o Antigo Testamento, como o Novo Testamento, a caminhada da Igreja Cristã
ou correntes filosóficas contemporâneas. Todas essas ferramentas, embora
úteis
não ajudam a entender o AT a partir de seu contexto original, que é um dos
objetivos elementares desta disciplina. O Novo Testamento é muito importante
para o entendimento do Novo, porém metodologicamente, deve ser deixado de
lado para que o Antigo fale por si mesmo. Uma vez concluída essa análise, faz
parte da teologia cristã associar os dois testamentos para atribuir-lhe propósito
de coesão e senso de propósito.
Em terceiro lugar, quando a Teologia do AT é escrita e faz parte da
Teologia de cunho cristão, de alguma forma, ela terá que se relacionar com o
Novo Testamento. Esse cuidado deve ser tomado quando você estudante ler
ou estudar algum livro de Teologia do AT. É importante saber quem é o autor e
qual linha teológica ele segue em sua abordagem.
Em quarto lugar, quando os dois testamentos são unidos para a
formação da Teologia Bíblica, é possível dividir o AT em categorias e assuntos
específicos para auxiliar sua explanação mais didática. Algumas obras sobre o
AT dividem a obra em assuntos, ao invés de trabalharem a análise em
separado livro por livro. São duas maneiras de se abordar o tema que devem
ser escolhidos de acordo com a profundidade e amplitude da obra.
Em quinto lugar, a teologia do AT revela a vontade divina sobre a
natureza e, portanto, estabelece normas sobre determinados comportamentos.
Nesse sentido, muito além de estabelecer simples dados informativos a
respeito de Deus, ela estabelece normativas que devem ser seguidas por
aqueles que se consideram cristãos. Note a importância da disciplina para além
do simples recolhimento de dados e curiosidades sobre os tempos bíblicos.
4.2 Genesis
4.3 Êxodo
4.4 Levítico
4.5 Números
Toda a preparação para conquista da terra prometida a Abraão estava
concluída. A liderança de Israel está estabelecida, bem como um código de leis
para sua condução enquanto sociedade que revela como devem viver de
maneira distinta dos demais povos e ainda, uma nova identidade como povo
escolhido por Deus e um propósito de conquistar a Terra Prometida a Abraão.
Conhecem Seu Deus de maneira básica, sabem o que os afasta Dele e o que
leva à punição e quais são os métodos para alcançar a misericórdia e o perdão
desse Deus.
Porém, todas essas características que apontam para a vitória iminente
foram adiadas por uma geração inteira pela recusa humana em crer na Palavra
de Deus. Essa é a história de Números: a peregrinação de uma geração que
morreu no deserto para que a próxima possa usufruir e desfrutar do
cumprimento da promessa.
Em termos de estrutura o livro está assim distribuído:
Números 1 – 9 - um dos momentos cruciais de Israel acontece nessa
porção quando Deus entrega a Lei a Moisés no monte Sinai. Deus fornece uma
nuvem para que o povo saiba como e quando caminha, além de diversas
diretrizes para o povo.
Números 10 – 12 - o povo é convidado a marchar em direção ao
cumprimento da promessa divina, rumo a Canaã. Javé providencia auxílio para
o líder Moisés por meio dos anciãos ao mesmo tempo em que corrige a
murmuração do povo, em especial de Arão e Miriã.
Números 13 - 20:13 - esse é o ponto central do livro. Ao mesmo tempo
em que o cumprimento da promessa abraâmica é iminente, ela encontra a
descrença do povo no momento crucial de sua história. Uma vez que a geração
do Êxodo se recusa a crer que Deus honrará suas promessas, Deus castigará
essa geração, ao mesmo tempo em que renovará as promessas diante da
próxima geração. Nem as rebeliões que ocorrem podem fazer com que as
promessas de Deus se cumpram.
Números 20:14 – 22:1 - mesmo renovando as promessas para uma
nova geração, Deus continua protegendo, suprindo o povo rebelde. A nova
geração se erguerá em meio ao cuidado de Deus para com Seu povo.
Números 22:2 – 36:13 - revela uma vez mais a ação renovadora de
Deus que mantém Suas promessas. Deus é revelado nesse livro como o
Cumpridor de Promessas. Esse é outro ponto de divergência com a religião e
cultura vigentes até então. Enquanto falsos profetas, sacerdotes e até mesmo
outros deuses são conhecidos por suas trapaças e traições, o Deus de Israel é
impecável, santo e justo. Antes da entrada em Canaã, Ele já distribui as terras
às tribos, demonstrando que o resultado é conhecido e não deve haver temor
entre o povo conquistador.
4.6 Deuteronômio
5.2 Josué
O livro de Josué não pode ser lido de maneira isolada diante do restante
do cânon devido à questão da guerra santa que é introduzida aqui. Ao ler
Josué apenas, é possível que o leitor entenda que existe uma falta de
moralidade por parte de Deus que permite que todos os inimigos de Israel
sejam executados sem qualquer misericórdia. Quando inserimos o livro no
Pentateuco, percebemos que os cananeus passaram séculos recebendo da
misericórdia divina que aguardou 400 anos para uma mudança de atitude que
não aconteceu conforme Genesis 15:16. Levítico 18:24-30 fala sobre as
práticas cananeias. Portanto, quando inserimos Josué no restante do AT,
verificamos que o povo de Israel foi um instrumento humano utilizado por Deus
para castigar o povo de suas práticas constantes.
Este livro mostra a dura realidade do povo que abandona a Aliança com
Deus. Diferentes ciclos que repetem a fórmula: obediência provisória,
afastamento de Deus, opressão estrangeira, clamor a Deus, Deus levanta um
Juiz, e o ciclo reinicia na sequência. Esta leitura é possível, mas ainda assim
bastante simples. É preciso analisar cada ciclo para perceber que cada queda
do povo de Israel o leva para mais longe dos limites protetores da Aliança de
Deuteronômio. Os limites morais são rompidos gradativa e repetidamente, o
autor enfatiza o declínio moral do povo diante de Deus e dos homens. É um
livro sombrio, que mostra talvez o pior momento de Israel. Lido canonicamente,
ou seja, inserindo o livro no todo até aqui analisado, é possível perceber que o
autor procura associar os relatos de Juízes a Deuteronômio 27, enquanto
Josué é um exemplo claro de Dt 28.
Juízes 1 – 3:6: Os leitores são lembrados que estão em Canaã por causa da
fidelidade de Deus e como não conseguem permanecer longe da idolatria,
serão testados pelos povos que permaneceram na terra.
5.4 Samuel
1 Samuel 13 - 15: Mostra que o rei, mesmo sendo escolhido por Deus, deve
prestar contas de suas atitudes, pois será testado por este mesmo Deus para
que então seja aceito ou rejeitado. A rejeição de Saul é um alerta teológico
para os monarcas posteriores que terão sua permanência ou não no trono
dependerá de sua obediência aos princípios estabelecidos em Deuteronômio.
2 Samuel 21 – 24: Após toda a jornada, o rei Davi procura estabelecer honra
ao Deus que o protegeu durante toda sua vida. Seu desejo de estabelecer um
Templo físico digno de Javé será seu objetivo neste trecho. Ele não construirá
o Templo, mas receberá todos os recursos necessários para que seu sucessor
possa realizar a tarefa.
5.5 Reis
1 Reis 3 – 11: Salomão procura pela paz através de casamentos com filhas de
outros monarcas, trazendo para a corte de Israel a idolatria que o próprio
Salomão adotará no fim de sua vida. Como foi detalhado em Juízes, as
consequências da idolatria são bastante conhecidas, por esta razão, o Reino
será dividido. Mais uma vez o autor mostra que a instabilidade política interna e
a rebelião do general Jeroboão acontecem com a permissão de Deus. O autor
de Reis apresenta o processo de morte da nação de Israel neste ponto, mesmo
levando mais de três séculos para que o juízo definitivo viesse a Israel através
das potências da época: Assíria e Babilônia.
2 Reis 2 – 13: Deus opera milagres diante de seus servos fiéis. Mesmo em
tempos difíceis como o contexto no qual este livro foi concebido, Deus mantém
um remanescente através dos quais Seu poder será manifesto para auxiliar
Seu povo em sua jornada. Os profetas são a personificação dos servos fiéis de
Javé por quem sofrerão perseguições por dizerem a verdade e apontarem para
as diretrizes da aliança que estava sendo repetidamente transgredida pelo
povo e por seus líderes.
1 – Eles afirmam que suas palavras e ações são inspiradas por Deus
2 – Os profetas refletem a respeito da eleição de Israel.
3 – Eles alegam que Israel tornou-se rebelde quando quebrou a aliança com
Deus;
4 – A quebra a aliança levará Javé a julgar o povo, de acordo com a Lei do
Pentateuco, em especial Levítico 26 e 27.
7 – Esta renovação não permanecerá restrita a Israel, mas será estendida para
todas as nações da Terra. (Extraído de MUELLER, Ênio R. Isaías 1 a 12.
Curitiba: Encontrão Editora, 1992. P. 75 – 82. Série Em diálogo com a Bíblia).
6.2 – Isaías
Isaías 13 – 27: Este texto aponta para Javé como o Deus que julga e castiga
nações orgulhosas. Da mesma forma como Israel é uma nação insubmissa e
orgulhosa que acaba sendo oprimida pelas nações próximas, essas mesmas
nações impiedosas serão também julgadas. Mais uma vez o controle divino
sobre toda a criação está presente, não se restringindo a Israel apenas, mas a
todas as nações proeminentes do tempo de Isaías, que iniciou seu ministério
em 739 a.C., no ano da morte do rei Uzias.
Isaías 28 – 39: O juízo contra os ímpios continua, este cenário sombrio de
julgamento é contrabalançado com a esperança futura de redenção. Não será
no presente, mas Deus guardará um remanescente fiel para manter sua
promessa diante daqueles que permanecerem firmes diante do mundo
depravado e amoral, que abomina as práticas de santidade propostas por Deus
em sua Lei.
Isaías 40 – 55: A ideia de esperança futura é reforçada através da descrição
do servo sofredor. Alguém que será enviado pelo próprio Deus para se oferecer
como sacrifício pelas abominações de Israel. A identidade deste servo é uma
das maiores questões que tentará ser respondida pelos teólogos do AT
inclusive após os eventos descritos nos Evangelhos.
Isaías 56 – 66: Toda a criação será renovada por Deus. A última porção de
Isaías descreve um futuro maravilhoso criado por Deus que está baseada na fé
em Seu poder e em Suas promessas. Estes eventos apontam para a Salvação
não apenas de Israel, mas de todas as nações da terra.
Interessante que neste livro, Deus é descrito como o único deus que
existe de fato. Todos os demais ídolos das teologias assíria, sumeriana entre
outras seriam apenas perda de tempo, pois Deus não está competindo com
outros deuses para provar sua superioridade, fato este muito presente em
religiões de cunho politeísta O que Isaías e os profetas declaram abertamente
é que existe um Único Deus e seu nome é Javé.
Desprezar esta verdade para o cânon hebraico é trazer o juízo para si
mesmo, ao passo que abraçá-la traz a esperança do livramento ao
remanescente, uma minoria que permanecerá atenta a estas verdades
proclamadas pelos profetas em especial Isaías.
A contribuição de Isaías ao Cânon Hebraico está na amplitude que o
livro apresenta. Ele consegue conectar os eventos passados, extrair dela os
princípios sobre o monoteísmo divino e a partir de então expandi-los no tempo
e no espaço. O profeta não fala apenas do passado ou do futuro, mas começa
a
falar também de um futuro que acontecerá com resultados dependentes das
atitudes do povo de Israel.
6.3 – Jeremias
6.4 – Ezequiel
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Glossário
Cânon: decreto, regra que diz respeito à fé, à disciplina religiosa; Conjunto dos
livros que se considera de inspiração divina; Regra, modelo a ser seguido (o
cânon da beleza clássica).
Glossário
Pentateuco: a palavra vem de “penta”, cinco, e “teuxos”, volume ou livro, o
que significa obra de cinco tomos ou livros.
Segundo House, “eles adaptaram as formas existentes de comunicação
para expressar suas considerações sobre o que constitui o viver sábio ou tolo”.
(HOUSE, 2009, p. 544.)
De maneira geral, o objetivo da literatura de sabedoria é ensinar a como
viver bem, viver de maneira próspera. Quem conseguir agir de maneira correta
diante dos desafios da vida diária, de acordo com o estabelecido nessa
literatura, será considerado sábio. Aqueles que não conseguirem essa proeza,
serão tolos.
Para esses autores, a sabedoria não é instantânea, mas acontece de
acordo com um processo de aprendizado, erros e acertos. Ela não depende de
classe social, nação, raça ou outras categorizações preestabelecidas. O livro
de Reis comprova essa tese, na medida em que muitos reis foram
considerados tolos por não viverem segundo a aliança preestabelecida com
Deus.
Nesse sentido, nobreza não é sinônimo de sabedoria, devendo ser
ensinada de geração em geração para garantir a prosperidade da nação como
um todo, partindo de indivíduos que evidenciem um viver sábio.
Mesmo apresentando uma semelhança literária com outras escolas de
sabedoria de seu tempo, existem importantes diferenças entre a sabedoria
hebraica e a literatura dos demais povos nos seguintes pontos: em primeiro
lugar, a literatura de sabedoria israelita insere o elemento fé na prática
cotidiana da vida comum. Para os escritores, o temor do Senhor é a base de
toda a sabedoria humana.
Em segundo lugar, Israel declara abertamente que Yahweh é o único
Deus e, por esta razão, qualquer pretensão humana de obter sabedoria passa,
e é concedida, por Ele. O homem por si mesmo não consegue obter sabedoria
por meio dos parâmetros da sociedade, pois ela não pode ser dissociada da fé
em Deus.
Glossário
Yahweh: a maioria dos estudiosos entende que esse nome vem do verbo
hayah, que significa “ser”, “existir” e “vir a ser”.
Assim, a literatura de sabedoria é amplamente utilizada ao longo do cânon
hebraico. De maneira geral, o conjunto dessa literatura apresenta os seguintes
elementos-base para seu entendimento teológico:
I. o temor do Senhor é o único caminho para a sabedoria;
II. honrar a Deus é o passaporte a uma vida honesta;
III. a vida honesta oferece condições para que a aliança com Deus seja
mantida pelo povo;
IV. uma vida insensata resulta na quebra da aliança com Deus;
V. o cumprimento da promessa messiânica será mostrará a personificação
da sabedoria;
VI. a vida próspera consiste na manutenção destes princípios.
Livro de Jó
Este livro suscita o debate filosófico ao mesmo tempo que traz muito dos
questionamentos humanos a respeito de sua relação com Deus. A grande
questão que permeia toda a obra parece ser se Deus é realmente digno de ser
servido pela humanidade. Tanto em sua estrutura literária única, quanto nas
questões abordadas, é talvez o livro que mais influencia a literatura popular em
nosso tempo.
A partir dessa perspectiva, sugerimos uma divisão estrutural do livro. Ela
uma das muitas que podem ser apresentadas como válidas, sendo necessário
avaliar qual o viés teológico que essa divisão procura atender.
A seguir, apresentamos a referida proposta de divisão do livro:
Jó 3 - 37: sequência complexa que revela Deus como aquele que pode
ser questionado. Muitas questões sérias são levantadas a respeito da
natureza divina. O texto leva seus leitores a considerarem que Deus é
Yahweh e, tão importante quanto, se Ele é digno de amor, serviço e
cuidado.
Jó 38 – 42:6: Deus é apresentado como aquele que responde ao fiel.
Ele se apresenta diretamente a Jó.
Jó 42:7 – 17: sequência final do livro, mostra que Deus restitui o fiel,
exaltando Jó e repreendendo seus amigos. A tônica do livro é que o
único Deus que prova o fiel, é o único capaz de ouvir as orações e
mudar a realidade daquele que O busca. Deus defende a fé dos que O
servem, sem desfrutar de uma vida livre de dor.
Você sabia?
O livro mais antigo da Bíblia não é o Gênesis, mas Jó. Acredita-se que Moisés
o escreveu, quando esteve durante 40 anos no deserto de Midiã.
Glossário
Secular: que possui muito tempo; caráter daquilo que é muito antigo; que não
diz respeito aos dogmas da igreja; leigo.
Glossário
Magistral: que tem a marca da superioridade, da excelência; irrepreensível,
perfeito.
Você sabia?
Os provérbios são mensagens curtas que se encontram em toda a Bíblia.
Eram comuns nos tempos de Jesus e usados frequentemente no ensino.
Livro de Eclesiastes
Nesse sentido, até mesmo a sabedoria humana pode ser considerada uma
dádiva, pois ninguém consegue entender o que o Senhor está operando no
mundo.
Glossário
Javé: do hebraico Yahveh ou Yehovah, significa "Eu sou quem sou", "Deus"
ou "aquele que traz à existência a tudo que existe".
Eclesiastes 9: 1-12: descreve o Senhor como Aquele que tem o
domínio sobre a morte. Todos, sem distinção, sejam sábios ou tolos,
morrerão no fim. Assim, o autor apresenta os benefícios da vida e pede
para seus leitores que usufruam enquanto podem, pois chegará o dia
em que não será mais possível aproveitar as pequenas alegrias do dia a
dia.
Eclesiastes 9: 13 – 11:6: mais um conjunto de experiências que
apontam para o domínio de Deus na História. Um bloco semelhante ao
capítulo 7 e 8.
Eclesiastes 11:7 – 12:8: retoma a questão da morte. Apenas Deus é
capaz de cessar a vida do indivíduo. Quando alguém entra em óbito, seu
espírito retorna a Deus, que foi quem deu o espírito ao homem. Deus é
aquele que criou o homem, quem oferece a ele a juventude e a idade
avançada e quem pode fazer da morte uma realidade.
Eclesiastes 12:9 – 14: o livro se encerra com uma análise da vida do
escritor da obra por um pupilo que avalia questões importantes, como a
soberania de Deus, por exemplo.
Livro de Salmos
Você sabia?
O livro dos Salmos é feito para qualquer situação. Eles são fontes poderosas
de inspiração para quem está perdido. Dizem que quem abre um salmo e o lê
em voz alta, invoca uma força divina e proteção para todos os momentos da
vida. Esteja onde estiver a oração chega ao alto imediatamente.
Livro de Rute
Este livro está inserido logo após o livro de Provérbios no cânon hebraico.
A razão para essa disposição dos livros pode estar associada ao final de
Provérbios, que termina com a descrição da mulher virtuosa, no capítulo 31.
Nesse sentido, Rute e Noemi seriam dois exemplos de mulheres
virtuosas na prática, não apenas no sentido espiritual. O livro de Rute também
aborda o sofrimento de maneira similar a outros livros de literatura sapiencial,
contudo com grande ênfase na alegria do resgate proposto por Javé. Todo o
sofrimento presente não pode ser comparado à alegria da redenção final e
futura de todo o povo escolhido de Deus.
Desse modo, a estrutura de Rute é a seguinte:
Rute 1:1 – 22: o desafio de Rute e sua sogra Noemi é apresentado na
introdução do livro. Duas mulheres viúvas buscam Deus para
permanecerem firmes, além do companheirismo mútuo.
Rute 2:1-23: Boaz é apresentado como uma possibilidade de mudança
na vida de Rute e Noemi. O texto aborda a fé em Javé que oferece
novos começos para aqueles que O buscam. O fato de Rute ser uma
estrangeira, apresenta o elemento universal da misericórdia divina.
Rute 3:1-18: Boaz é apresentado às condições para o casamento com
Rute e, desta forma, ele também conhece Deus como aquele que
resgata o perdido e oferece misericórdia ao arrependido, mesmo aos
estrangeiros. Aqui, a questão da eleição de Israel fica em segundo
plano, para dar espaço ao elemento da fidelidade em seguir o Senhor.
Assim, no contexto deste livro, a fé e a fidelidade na Aliança com Deus
são mais importantes que a nacionalidade, que será uma tônica ao
longo do cânon.
Rute 4:1 – 22: Rute e Boaz se casam e têm um filho, encerrando o ciclo
que deu início ao livro. Os últimos versos apontam uma genealogia que
insere Davi na linhagem de Rute e Boaz, mostrando que mesmo sendo
estrangeiros, a misericórdia de Deus oferece a salvação e o resgate
para todo Israel, pois inseriu os personagens do livro na linhagem
messiânica de Davi.
Você sabia?
Este livro refere as razões que levaram Judá para o Exílio, em 587 a.C.
e aborda o período mais sombrio da história de Israel, que será lembrado pelo
restante do cânon hebraico.
Glossário
Exílio: também chamado de Cativeiro Babilônico, é o nome geralmente usado
para designar a deportação em massa e o exílio dos judeus do antigo Reino de
Judá para a Babilónia, por Nabucodonosor II.
Livro de Ester
Ester 1:1 – 4:17: Deus permite que seu povo enfrente desafios durante
o exílio;
Ester 5:1 – 9:19: o Senhor salva e resgata seu povo da morte certa;
Ester 9:20 – 10:3: uma nova festa é criada por Deus, o Purim, cujo
objetivo é relembrar às próximas gerações que o que foi cometido pelos
exilados não será repetido no futuro. O povo precisa se lembrar dos
erros, para não os cometer novamente.
Livro de Daniel
Com o fim do livro, muito ainda precisa ser feito para que as profecias
dos profetas posteriores sejam vislumbradas em sua plenitude. Porém, a
esperança foi renovada. Deus mantém suas promessas mesmo depois de mais
de mil anos
do Êxodo. Portanto, o povo deve manter a fé no Senhor e continuar
trabalhando para que se torne uma nação santa e separada.
Mesmo ainda não atingindo o cumprimento das profecias de Isaías, por
exemplo, Israel pode crer que o Deus que os protegeu até aqui continuará
cuidando deles por toda a História.
Crônicas
Crônicas 1:1 – 9:34: uma grande genealogia mostra que Deus escolheu
Israel como uma nação eleita para ser um povo santo e separado. Por
essa razão o cronista inicia seu trabalho na criação de Gênesis.
Crônicas 9:35 – 29:30: nesta parte, o personagem principal é Davi, pois
aliança davídica será muito importante a partir deste ponto da narrativa.
Glossário
Davídico: pertencente ou relativo a Davi, segundo rei