É através do olhar no passado, que podemos abrir nossas mentes e corações para o que está no porvir, principalmente quando estamos falando sobre a Educação. Por que isso acontece? Porque estamos lidando com seres humanos, seres históricos e culturais. Claro, não podemos deixar de lado as conquistas pedagógicas modernas. Teorias, metodologias que sintetizam o velho e o novo. Em nosso mundo globalizado, é muito comum nos vermos perdidos frente ao fluxo de informações. A rapidez com que os jovens se atualizam na cultura digital faz com que estar em conformidade com as novas tecnologias seja uma das premissas da profissão professor. Mas a escola é uma instituição de desenvolvimento científico e cultural, onde os jovens devem aprender a ter raciocínio crítico, ou apenas absorver informações prontas vindas da web? Esse é um paradigma que preocupa os educadores atualmente. O conflito globalização/regionalização não diminuiu o interesse das grandes potências em universalizar a Educação, principalmente por que ela é necessária à manutenção do sistema capitalista. Pensemos em duas realidades distintas. Apesar do funcionamento das transnacionais as levarem onde existe mão de obra e matéria prima barata; com as novas tecnologias se faz necessário que esta mão de obra seja extremamente especializada. É óbvio que estas empresas vão se instalar em países que levam seu sistema educacional mais a sério. Mas estariam estes países se preocupando com a formação total de seus cidadãos? Para os holistas, como Edgar Morin, estas sociedades banalizam a formação do homem inteiro, isto é, do simplesmente humano. Podemos encontrar uma maneira de sair do Estado centralizador e do mercado através da participação comunitária e solidária; em outras palavras estamos em busca da “Escola Cidadã” concebida por Paulo Freire, que visa à formação do cidadão que controla seu Estado, sem subordinação mecânica ao mercado (neoliberalismo). Outro ponto interessante são os espaços educativos em nossa nova sociedade do conhecimento. Não somente a Escola, mas todos os ambientes podem proporcionar ao indivíduo aprendizagens, garantindo que o conhecimento a cada dia que passa, se torne socializado como “o grande capital da humanidade”. Podemos concluir que a nova Educação não nascerá da formação de autômatos não críticos e não pensantes. Se faz necessária uma grande transformação estrutural que não é apenas tecnológica, mas também recheada de recursos humanos, de respeito às diferenças e às individualidades, um lugar que satisfaça os desejos da sociedade como um todo, em suma um lugar onde a ética prevaleça. Daí o papel do novo professor, aquele engajado para que estas mudanças aconteçam.