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Trabalho Diversos
O Portador da Luz
REINALDO DE FREITAS LOPES, M∴M∴
“O Trabalho de hoje, não representa em absoluto ideia e instruções altivas e beligerantes das
Lojas ao qual sou filiado e Regular, tampouco os ideais de horizonte do Grande Oriente do
Brasil”.
INTRODUÇÃO
O PORTADOR DA LUZ
Para dar base ao que compreendi e perscruto com muita seriedade, passarei a priori o
conteúdo e o descrever do Grande Arcano Sagrado exposto por Eliphas Levi.
(Eliphas Lévi)
Prometeu, acorrentado na dura rocha da lide cotidiana, sofre com o Abutre do materialismo
e da vulgaridade que abunda na sociedade. Esse Abutre do vulgarismo, da profanidade, da Anti-
iniciação, corrói o fígado desse Titã, que por amor à essência humana, roubou o Fogo do Olimpo. O
fígado é o Calvário onde crucificamos todos os dias o Salvador. A figura trágica e rebelde de
Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura
ocidental. Filho de Jápeto e Clímene – ou da nereida Ásia ou ainda de Têmis, irmã de Cronos,
segundo outras versões – Prometeu pertencia à estirpe dos Titãs, descendentes de Urano e Gaia e
inimigos dos deuses olímpicos.
O poeta Hesíodo relatou, em sua Teologia, como Prometeu roubou o fogo escondido no
Olimpo para entregá-lo aos homens. Fez do limo da terra um homem e roubou uma fagulha do fogo
divino a fim de dar-lhe vida. Para castigá-lo, Zeus enviou-lhe a bela Pandora, portadora de uma caixa
que, ao ser aberta, espalharia todos os males sobre a Terra.
Prometeu acorrentado é a única parte sobrevivente de uma Trilogia que teria, na ordem de
apresentação, Prometeu Acorrentado, Prometeu Libertado e Prometeu Portador do Fogo. O nome do
drama satírico não é conhecido. O mito de Prometeu, inseparável da questão da origem do “fogo”,
situa-se entre os mais antigos e universais, pois encontramos seus equivalentes nas mitologias
indiana, germânica, céltica, eslava, pré-colombiana etc. O fogo significava a matéria-prima alquímica
que originava e fortalecia a inteligência e a sabedoria, fazendo com que os Homens se diferenciassem
dos animais.
Ministro do Demiurgo Criador e Senhor resplandecente das sete mansões do Hades, Sabbath
e do mundo manifestado, a quem estão encomendadas a Espada e a Balança da Justiça Cósmica, a
lei do peso, da medida e do número, o Hórus, o Brahma, Ahura-Mazda, etc., sempre inefável.
A Pedra angular da Grande Obra é o Lúcifer náuatle. Sobre esta Pedra Mestra, situada pelos
sábios no fundo mesmo de nosso sistema sexual, o Grande Rabi Jesus edificou sua Igreja.
Inúmeros místicos iluminados, como Samael Aun Weor, veem na obra de Goethe a mão
inconfundível de um Iniciado maçom esclarecido, e percebem plenamente o grande significado
cósmico nela contido. Devemos entender que a história de Fausto é um mito tão antigo quanto
a humanidade.
“Com essa dose no corpo, logo vês Helena de Tróia em qualquer mulher”. Fausto, I, 2603-4. Nesse
momento, Fausto estava paralisado pela fascinação da imagem de Helena refletida em um espelho.
Em uma de suas cartas a C.G. Jung, Freud cita Mefistófeles, dizendo:
A história de Fausto é bem conhecida: O Dr. Fausto é um velho cientista que sacrificou toda
a sua vida em nome da ciência e da pureza de sua alma. Mefistófeles aposta com Deus que consegue
atraí-lo para o seu lado. Deus permite que a experiência seja feita. Mefistófeles conhece bem sua
presa: Fausto está cansado e alquebrado, insatisfeito com as coisas que realizou e sente que, na
verdade, perdeu tempo, sacrificando sua mocidade, sua saúde e sua riqueza. Provavelmente morrerá
pobre e desconhecido sem nunca ter amado. Na prática, não é muito difícil aceitar um pacto proposto
por Mefistófeles: este lhe dará a juventude perdida, dinheiro e o amor de uma mulher. Em troca,
Fausto lhe dará sua alma. Com o pacto selado, Fausto conhece e se apaixona por Margarida, cuja
alma também estará em perigo.
Fausto é a obra da vida inteira de Goethe. Começou a ser escrita em 1774, a primeira parte
foi publicada em 1808; a segunda somente foi concluída em 1832, pouco antes da morte do autor.
Resumo de uma época e prova da genialidade de Goethe, Fausto faz parte do patrimônio cultural da
humanidade.
Enquanto o Livro de Jó designa Satã como sendo um dos Filhos de Deus, o mito de
Fausto fala de Lúcifer como estando presente também na convocação que ocorre no capítulo inicial
da história. Dele vem a nota salvadora de dissonância que forma um contraste na harmonia celestial
e, como a luz mais brilhante provoca a sombra mais densa, a voz de Lúcifer realça a beleza do canto
celestial.
“Entre pensamentos e visões noturnas, quando cai sobre os homens o sono profundo,
sobrevieram-me o espanto e o temor, e todos os meus ossos estremeceram. Um espírito
passou por diante de mim, e fez-me arrepiar os cabelos do corpo. Parou ele, mas não consegui
discernir sua aparência. Um vulto estava diante dos meus olhos, e ouvi uma voz abafada: Pode
o homem mortal ser mais justo do que Deus? Pode o homem ser mais puro do que seu criador?
(Jó 33:12-18).
Leiamos mais sobre o “mito” do Profeta Jó. Esse profeta, então, é visitado por três amigos
– Elifaz, Bildad e Zofar –, os quais, à luz do gnosticismo, são a representação dos 3 Traidores
Psicológicos que vemos em todos os “mitos iniciáticos”, que ficam impressionados pela deplorável
condição de Jó, e permanecem sentados com Jó durante sete dias sem dizer uma só palavra.
A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos pelo desafio
de Eliú a Jó. Os quatro homens tentam responder à pergunta: Por que sofre Jó? Elifaz, argumentando
a partir da sua experiência, declara que Jó sofre porque pecou. Argumenta que aqueles que pecam
são punidos. Como Jó está sofrendo, obviamente pecou. Bildad, sustentando sua autoridade na
tradição, sugere que Jó é um hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os problemas vieram,
então Jó deve ter pecado. “Se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti. ” Zofar condena
Jó por verbosidade, presunção e pecaminosidade, concluindo que Jó está recebendo menos do que
merece: “Pelo que sabe D’us exige de ti menos do que merece a tua iniquidade”. Os três homens
chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é consequência direta do pecado, e a
iniquidade é sempre punida. Argumentam que é possível avaliar o favor ou desfavor de D’us a alguém
pela prosperidade ou adversidade material. Assumem erroneamente que o povo pode compreender
os caminhos de D’us sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a retribuição divina podem ir
além da vida presente. Na sua resposta aos seus amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que
a experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de
prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as suas tremendas perdas, expressando a sua
tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe consolo.
Depois que os três amigos terminam, um jovem, chamado Eliú, confronta-se com Jó, que
prefere não responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: D’us
é maior do que qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade
de exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas
que D’us faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que D’us irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na
atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará D’us a intervir. Essa é a essência da
sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó demonstra a mesma atitude dos ímpios
para com D’us, e esta é a razão pela qual ainda está sofrendo aflição. O apelo de Eliú a Jó é:
Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem tudo o que se
pensava de Deus durante aquela época. Na medida em que a revelação da natureza de D’us foi se
fazendo conhecida através da história e das Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões
eram incompletas. Evidentemente, isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá
um relato inspirado pelo EX dos incidentes como realmente aconteceram. Quando os quatro
concluíram, D’us respondeu a Jó de dentro de um redemoinho. A resposta de D’us não é uma
explicação dos sofrimentos de Jó, mas, através de uma série de perguntas, D’us procura tornar Jó
mais humilde.
Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de nossa época, por vezes
erroneamente interpretada como uma rebuscada representação do diabo católico, recebe o nome de
Baphomet. Todavia, apesar de muito ter sido especulado sobre o lendário ídolo dos Templários,
pouca informação confiável existe a respeito desta enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões:
o que de fato esta imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje representa dentro
das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente celebrado cujos fundamentos estejam calcados
neste Mistério?
Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição imposta pelo papa
Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e pelo Rei de França Felipe IV, mais conhecido
como Felipe o Belo, contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo, também chamada de Ordem dos
Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente, Templários. O processo inquisitorial movido contra
os Templários foi encerrado em 12 de setembro de 1314, quando da execução do Grão-Mestre da
Ordem do Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois Cavaleiros, todos queimados pelas
chamas da Inquisição. No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de
sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia, além de práticas obscenas
e sodomia. O conjunto das acusações montaria um quadro claro do que foi denominado de
desvirtuação dos princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma heterodoxia
doutrinária de procedência oriental, sobremodo islâmica. No entanto, dentre as inúmeras acusações
movidas contra os Templários, uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a um tipo
de ídolo, algo diabólico, entendido como um símbolo místico utilizado pelos acusados em seus
supostos nefastos rituais. Na época das acusações, costumava-se dizer que em cerimônias secretas,
os Templários veneravam um desconhecido demônio, que aparecia sob a forma de um gato, um
crânio ou uma cabeça com três rostos.
De acordo com o pesquisador Raspe, outra definição que ganha importância, principalmente
na abordagem dos cultos que atualmente são rendidos a Baphomet, mostra o suposto ídolo dos
Templários como uma fórmula oriunda das doutrinas gnósticas de Basilides. Neste sentido as
palavras anteriormente apresentadas, que originaram o termo Baphomet, seriam Baphe e Metios.
Assim, teríamos a expressão “Tintura de Sabedoria”, ou o já apresentado “Batismo de Sabedoria”,
como o significado de Baphomet.
Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes, especula-se também que ela seja a
corruptela de Abufihmat (ou ainda Bufihmat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para
“Pai do Entendimento” ou “Cabeça do Conhecimento”. Se nos lembrarmos das acusações
movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma “Cabeça”, veremos nesta hipótese algo
plausível de ser aceito.
Apesar de todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais
famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é mesmo aquela cunhada no século
19 pelo abade Alfonse Louis Constant, mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou
simplesmente Eliphas Levi.
De acordo com a descrição do abade, publicada pela primeira vez em 1854, a imagem de
Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do Sabbath, é feita do seguinte modo: “Figura
panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência
equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do
touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados
corporais.
As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho, fazem o sinal do esoterismo em cima e
em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco
que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da
misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração
universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu. O ventre do bode é escamado e deve ser
colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito
devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais
da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos
o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que
colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina. Este
panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo
triangular. ” Devido à eficiência de sua ideação, Levi propositalmente faz com que se acredite que
exatamente essa forma de Baphomet era a presente na celebração dos Antigos Mistérios.
A figura emblemática do Bode de Mendes, de Eliphas Levi, como vemos no início deste texto,
foi uma das primeiras, senão a primeira, que associou o bode ao ídolo Templário. É muito provável,
dada a condição de sacerdote católico do Abade Alfonse Louis Constant, que a imagem Bíblica do
sacrifício do Bode Expiatório tenha lhe servido de inspiração. O bode no Egito, entretanto, não possuía
um significado religioso grande, exceto por este culto sacrificial, promovido na cidade de Mendes. Daí
a denominação escolhida por Levi, o Bode de Mendes.
Porém, é significativo mencionar que o bode, do mesmo modo como atribuído ao carneiro,
sempre foi símbolo de fertilidade, de libido e força vital. Contudo, enquanto o carneiro assume
características solares, o bode se relaciona às lunares. Em outras palavras, é costume relacionar
carneiros, ou cordeiros, como símbolos de aspectos considerados “positivos” das divindades,
enquanto que os bodes estariam reservados os “negativos”. Assim, se naquele convencionou-se
associar uma imagem de pureza, vida e santidade, neste são associados luxúria, sacrifício e
perversão. Em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto o carneiro quanto o bode
são claros símbolos de divindades solares, sendo que no primeiro tem-se a exaltação da Divindade,
enquanto no segundo a expiação e morte do Deus.
A inscrição SOLVE ET COAGULA da imagem de Eliphas Levi são outro claro exemplo do
enfoque dualista de seu Baphomet. Originalmente presentes nos antebraços do Hermafrodita de
Khunrath, esses dois preceitos misteriosos mostram que o Andrógino domina completamente o
mundo elementar, agindo sobre a natureza, de modo inteiramente onipotente. As inscrições são dois
pólos que marcam o ciclo solar de Vida, composta de Geração, Nascimento e Morte, para depois
haver uma nova Geração que dará continuidade ao interminável ciclo da Vida. A essa propriedade de
transformação, ou melhor, ao elemento que permite esta transformação, os Mestres deram o nome
de Mercúrio Filosofal, ou Água dos Sábios, a mesma Tintura de Sabedoria, da qual falava o gnóstico
Basilides ainda no século 2º.
Nos tempos distantes, na Era Dourada quando os Deuses andavam sobre a terra com os
humanos; naqueles antigos dias, Osíris, o bisneto de Rá, sentava-se no Trono dos Deuses, reinando
sobre o mundo assim como Rá o fez sobre os deuses. Ele foi o primeiro Faraó, e Ísis, a primeira
Rainha. Eles reinaram por muitos Eóns juntos, pois o mundo ainda era jovem e a Velha Morte não
era tão severa quanto é hoje. Seus métodos eram justos e perfeitos, e garantiram que Maat
permanecesse em equilíbrio, fazendo com que a Lei fosse mantida. E assim, Maat sorriu para o
mundo. Todas as pessoas louvaram Osíris e Ísis, e a paz reinou sobre todos, pois esta foi a Era
Dourada. Mas, ainda assim, havia um problema. O orgulhoso Seth, o nobre e Soberbo Seth, irmão
de Osíris. Ele, que defendeu a Carruagem do Sol das garras de Apep (ou Apopi), o Destruidor, pôs a
desordem em seu coração. Ele cobiçava o Trono de Osíris. Ele cobiçava Ísis. Ele cobiçava o poder
sobre o mundo e desejava tirá-lo de seu irmão. Em sua mente sombria, ele formulou um plano para
assassinar Osíris e dele tirar tudo. Ele construiu uma caixa e inscreveu em sua superfície um maléfico
encanto que iria acorrentar e aprisionar qualquer um que entrasse. Seth levou a caixa para o grande
banquete dos Deuses. Esperou até que Osíris ficasse embriagado, desafiando-o para um teste de
força. Cada um deles iria entrar na caixa e tentar, através da força, sair de dentro. Osíris, confiante
em seu poder, porém frágil em sua mente por causa da bebida, entrou na caixa. Seth rapidamente
despejou chumbo derretido na caixa. Osíris tentou escapar, mas a magia perversa o segurou
indefeso, levando-o à morte. Seth ergueu a caixa e lançou-a no rio Nilo. A caixa desapareceu levada
pelas águas. Seth reivindicou o Trono de Osíris para si e demandou que Ísis se tornasse sua Rainha.
Nenhum dos outros deuses se atreveu a impedir Seth, pois ele havia matado Osíris e poderia
facilmente fazer o mesmo a eles. O grande Rá deu suas costas e lamentou. Ele não se opôs a Seth.
Essa foi a Era de Trevas. Seth era tudo que seu irmão não era. Cruel e desalmado, não se importando
com o equilíbrio de Maat ou com os humanos, filhos dos Deuses. A guerra dividiu o Egito, e tudo
estava sem lei enquanto Seth governava. Em vão os egípcios choravam para Rá, pois seu coração
estava endurecido pela mágoa que não o deixava escutar os apelos. Somente Ísis, a abençoada Mãe
Divina Ísis, lembrou-se dos humanos. Somente ela não temia Seth. Ela procurou por todo o Nilo pela
caixa contendo seu amado marido. Finalmente ela a achou, presa em um ramo de tamareira que
havia se tornado uma grande árvore, pois o poder de Osíris ainda estava ativo, mesmo que ele
estivesse morto. Ela abriu a caixa e limpou o corpo sem vida de Osíris. Ela carregou a caixa de volta
para o Egito e a colocou na casa dos Deuses. Ísis transformou-se em um pássaro e voou sobre o
corpo de Osíris, cantando uma canção de lamento. Ela rezou por ele e lançou um encanto. O espírito
de Osíris atendeu suas preces e tomou o corpo de Ísis. Da comunhão espiritual que aconteceu, Ísis
concebeu um filho cujo destino seria vingar o seu pai. Ela batizou a criança de Hórus, o que tudo vê,
e a escondeu numa remota ilha, longe dos olhos de seu tio Seth. Ela, então, foi ao encontro a Thoth,
o sábio Thoth, que conhece todos os segredos, e implorou por sua ajuda. Ela pediu por uma magia
que pudesse trazer Osíris de volta à vida. Thoth, Senhor do conhecimento, procurou através de sua
magia. Ele sabia que o espírito de Osíris havia deixado seu corpo e estava perdido. Para restaurar
Osíris, Thoth deveria recriá-lo, assim seu espírito iria reconhecer e tomar novamente o seu corpo.
Thoth e Ísis juntos criaram o Ritual da Vida, o qual iria permitir que os humanos vivessem para sempre
após a morte. Mas antes que Thoth pudesse pôr em ação sua magia, o cruel Seth descobriu seus
planos. Ele roubou o corpo de Osíris e o esquartejou, espalhando seus pedaços pelo Egito. Ele estava
certo de que Osíris jamais renasceria. Ainda assim, Ísis não caiu em desespero. Ela implorou pela
ajuda de sua irmã Néftis, para guiá-la e ajudá-la a encontrar os pedaços de Osíris. Por muito tempo
elas procuraram, trazendo cada pedaço para Thoth para que ele pudesse realizar sua mágica.
Quando todos os pedaços estavam reunidos, Thoth procurou Anúbis, Senhor dos Mortos. Anúbis
costurou os pedaços, lavou as entranhas de Osíris, embalsamou-o em linho e realizou o Ritual da
Vida. Quando a boca de Osíris abriu -se, seu espírito entrou em seu corpo e ele ganhou vida
novamente. Mas, nada que foi morto uma vez, nem mesmo um D’us, poderia viver novamente na
terra dos vivos. Osíris foi para Duat, o Mundo Subterrâneo. Anúbis cedeu o trono a Osíris e ele se
tornou o Senhor dos Mortos. Ali, ele aplicava o julgamento das almas dos mortos. Condenava os
justos à Terra Abençoada do além-vida, mas os pecaminosos eram condenados a ser devorados pelo
demônio Ammut (os Mundos Infernos). Quando Seth descobriu que Osíris estava vivo novamente,
ficou enfurecido. Mas sua ira amenizou-se, pois sabia que Osíris não poderia jamais retornar à terra
dos vivos. Sem Osíris, Seth acreditava que iria sentar no Trono dos Deuses por toda a eternidade.
Mas, em sua ilha, Hórus atingiu a força da maturidade. Seth enviou muitas serpentes e demônios (os
diversos agregados psicológicos) para matar Hórus, mas este derrotou a todos. Quando estava
pronto, sua mãe Ísis deu a ele grande magia para usar contra Seth, e Thoth deu a ele um punhal
mágico. Hórus procurou Seth e o desafiou pelo trono. Seth e Hórus lutaram por muitos dias, mas, no
final, Hórus derrotou Seth e o castrou. Mas Hórus, piedoso, não tirou a vida de Seth, pois se
derramasse o sangue de seu tio não o faria melhor do que ele. Seth manteve seu título no trono, e
Hórus pronunciou-se como filho de Osíris. Os deuses iniciaram uma luta entre eles, os que apoiavam
Hórus e aqueles que apoiavam Seth. Banebdjetet saltou no meio do conflito e demandou que os
deuses terminassem com a luta pacificamente ou então Maat entraria em desequilíbrio. Ele ordenou
que os deuses buscassem o conselho de Neith. Esta, íntima da guerra mas sábia em conselho,
pronunciou que Hórus era o herdeiro por direito do Trono dos Deuses. Hórus lançou Seth para as
Trevas, onde ele vive até hoje. E assim, Hórus cuida dos humanos enquanto vive, guia os passos do
Faraó enquanto vive, e seu pai Osíris cuida dos humanos no além-vida. E assim, os Deuses estão
em paz. E assim Seth, o Condenado, eternamente tenta sua vingança, lutando contra Hórus
consequentemente. Quando Hórus vence, Maat está segura e o mundo permanece em paz. Quando
Seth vence, o mundo entra em redemoinho. Mas os humanos sabem que tempos obscuros não duram
para sempre, e que os raios brilhantes de Hórus irão novamente resplandecer sobre eles. No Final
dos Tempos, Hórus e Seth lutarão uma última vez pelo mundo. Hórus derrotará Seth para sempre e
Osíris poderá retornar a este mundo. Neste dia, conhecidos pelos Hierofantes egípcios como o Dia
do Despertar, todas as tumbas serão abertas e os justos que morreram ganharão a vida novamente,
e toda tristeza e sofrimento irão terminar para todo o sempre.
CONCLUSÃO
Trabalho oneroso, mas também muito prazeroso, dada as circunstâncias de que eu possa
explicar-me sem veemências das questões que envolvem a minha fé Deísta, sem pré-conceitos, sem
dogmas ou subterfúgios em obter a graça do inefável, e sim, sempre em constante vigilância e ciência
de que o probacionismo faz parte do cotidiano místico e filosófico do buscador da verdade. Não é e
nunca será meu entendimento voltado a prestar culto a outro que não seja o Inefável e Infalibilíssimo,
o Pai de todos os Homens, o Yhave (Jeová), Alah e também reverenciado como o Eterno.
BIBLIOGRAFIA
1. http://oleniski.blogspot.com/2018/03/esquilo-prometeus-e-origem-da-condicao.html.
Acessado em 14SET23.
2. https://www.gnosisonline.org/lucifer-o-misterio-de-prometeu/. Acessado em 12OUT23.
3. https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/asas-e-cabeca-de-bode-quem-e-
baphomet-criatura-que-viralizou-em-foto.phtml. Acessado em 12OUT23.
4. Figuras retiradas da internet em 12OUT23
M∴M∴
SOLVE ET COAGULA
“Em honra D’aquele que não pode ser nomeado, mas representado pelo Grande
Arquiteto do Universo. ”