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FARMACOLOGIA II

LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

Ano Letivo 2020/2021

Gilberto Alves
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS

Grupos farmacoterapêuticos/farmacológicos

- Antibacterianos

Fármacos anti-infeciosos - Antifúngicos

- Antivíricos

- Antiparasitários
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
• Pode evoluir para cura
Infeções
OU
• Manifestar-se sob a forma de doença
Bactéricas
Fungos
Vírus
Antimicrobianos
Parasitas
ou
Antibióticos
Substâncias químicas, produzidas por
microorganismos ou por síntese, que
Quatro grandes categorias de inibem os microorganismos
micoorganismos com importância
patogénicos para o hospedeiro.
médica/clínica
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Imunodeprimidos Doente neutropénico
(evitar infeções oportunistas)
Dados clínicos que Quimioprofilaxia
com febre
sugerem infeção (cirurgias)

• Febre súbita; Doente assintomático.


com confirmação Profilaxia secundária
• Calafrios; laboratorial de infeção (SIDA, pós-transplante)
• Mialgias;
• Fotofobia;
• Linfadenopatia;
• Esplenomegalia aguda;
• Leucocitose;
• Tosse produtiva;
• Disúria.
Relação entre a progressão da doença e a terapia antimicrobiana (GOODMAN & GILMAN, 12ª
Edição, 2011)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Imunodeprimidos Doente neutropénico
(evitar infeções oportunistas) com febre
Quimioprofilaxia
Dados clínicos que (cirurgias)
sugerem infeção
Doente assintomático.
com confirmação Profilaxia secundária
laboratorial de infeção (SIDA, pós-transplante)
• Sinais e sintomas diferem com a
localização da infeção;
• Manifestações clínica podem ser
semelhantes às de outras
patologias;
• A febre não pressupõe, por si só, o
recurso a antibioterapia.

Relação entre a progressão da doença e a terapia antimicrobiana (GOODMAN & GILMAN, 12ª
Edição, 2011)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Mecanismos de resistência antimicrobiana

• Após a descoberta da penicilina rapidamente se identificaram microrganismos resistentes;


• Todas as classes principais de antibióticos estão associadas à emergência de resistência significativa;
• Dois fatores principais estão associados à emergência de resistência aos antibióticos:
- Evolução
- Práticas clínicas e ambientais
• A pressão química ou de outra natureza que ameace a extinção de uma espécie, muitas vezes leva ao
desenvolvimento de mecanismos de adaptação para sobrevivência àquelas condições de stress;
• Potenciada por práticas terapêuticas inapropriadas (esquemas posológicos inadequados), uso indiscriminado de
antibióticos para agricultura e produção animal;
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Mecanismos de resistência antimicrobiana

• Resistência devido a entrada reduzida do fármaco no agente patogénico (e.g., alteração nas porinas);

• Resistência devido ao efluxo do fármaco (bombas de efluxo);

• Resistência devido à destruição do antibiótico (e.g., β-lactamases);

• Resistência devido à afinidade reduzida do fármaco para o alvo terapêutico alterado (e.g. mutação);

• E outros
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Mecanismos de resistência antimicrobiana
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Base farmacocinética da terapia antimicrobiana

• Penetração dos fármacos antimicrobianos nos compartimentos anatómicos de infeção

Seleção de um agente
antimicrobiano para terapia

O fármaco consegue penetrar


no local de ação?

Levofloxacina (razão de concentração no pico):


- Tecido cutâneo/plasma = 1,4
- Fluido revestimento epitelial /plasma = 2,8
- Urina/plasma = 67

(GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)


CPmax/MIC
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Base farmacocinética da terapia antimicrobiana

• O perfil farmacocinético (curva concentração-tempo)


é determinante para a eficácia do antibiótico

AUC/MIC 

↓ CPmax/MIC

↑ T > MIC

(GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)


FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Base farmacocinética / farmacodinâmica da terapia antimicrobiana Qual o melhor destes três índices?
AUC/MIC, CPmax/MIC, T > MIC

• Algumas classes de antimicrobianos são mais eficazes quando a concentração persiste acima da MIC por mais tempo
durante o intervalo de posológico (e.g., antibacterianos β-lactâmicos)  administrações mais frequentes
(fracionamento dose diária);

• Para outros o pico da concentração plasmática é que é importante CPmax/MIC (e.g., aminoglicosídeos)  administrações
menos frequentes (efeito pós-antibiótico de longa duração)  efeito mantêm-se para concentrações < MIC  dose
única diária;

• Para outros o esquema posológico não tem efeito na eficácia, é mais importante a dose cumulativa  AUC/MIC é mais
importante (e.g., daptomicina)  estes agentes também apresentam bom efeito pós-antibiótico.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos
Penicilinas
Cefalosporinas
Monobactamos
Carbapenemes
Associações de penicilinas com inibidores das beta-lactamases
Cloranfenicol e tetraciclinas
Aminoglicosídeos
Macrólidos
Sulfonamidas e suas associações
Quinolonas
Outros antibacterianos
Antituberculosos
Antilepróticos
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos

Bactérias

Principais agentes
patogénicos associados
infeções

Tratamento e
Profilaxia

Elevado Valor
volume de económico
utilização associado
Princípios da utilização de antibióticos (LÜLLMANN et al., 3ª Edição, 2005)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos

Ação Bactericida Ação Bacteriostática

Ação letal sobre os Ação que inibe o


microorganismos, crescimento
com consequente bacteriano, apesar
morte das das bactérias
bactérias. sobreviverem.

Defesas do
organismo Ação bactericida e bacteriostática. (LÜLLMANN et al., 3ª
Edição, 2005)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos
Classification of antibacterial agents into bactericidal
and bacteriostatic.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos
• Sobre a parede: inibição da síntese da parede
bacteriana.
Ação sobre • Sobre a membrana: modificação da
estruturas parietais permeabilidade da membrana citoplasmática
(intervenção em trocas hidroelectrolíticas e
citoplasmáticas), inibição de sistemas enzimáticos
da membrana citoplasmática.
Mecanismos de
ação
• Inibição da síntese proteica: ação sobre o
ribossoma.
Ação na síntese de • Ação sobre o DNA: interferência na replicação do
ácidos nucleicos ou DNA.
proteínas
• Inibição de diversas enzimas do metabolismo
citoplasmático.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos

- Especificidade na ação é conseguida quando o


fármaco interfere com um processo metabólico que
ocorre na bactéria, mas não nas células do hospedeiro;

- Inibidores da síntese da parede cellular, pois as


células animais e humanas não têm parede cellular;
Mecanismos de ação de vários antibióticos. (LÜLLMANN et al., 3ª Edição, 2005)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos

Targets of antibiotics. Ten


different categories of
antibiotic targets are depicted.
The most effective antibiotics
target cell wall synthesis, DNA
gyrase, ribossomal protein
synthesis (30S and 50S
subunits), and folic acid
metabolism.
Walkenhorst et al., Biochimica et Biophysica Acta 1858 (2016) 926-935.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos
Classification of antibacterial agents according to mechanism
of action.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos

Penicilinas

Cefalosporinas
Antibióticos
Monobactamos
beta-lactâmicos
Carbapenemes

Associações de penicilinas com inibidores das beta-lactamases

Semelhanças: Diferenças:
• Mecanismo de ação; • Farmacocinética
• Reações adversas • Espectro de ação
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos

Anel β-lactâmico
(lactama = amida
cíclica)

Staphylococcus
Haemophilus influenzae

Beta-lactamases
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos

Core structures of four β-lactam antibiotic families. The ring marked B in each structure is the β-lactam ring. The penicillins are susceptible to bacterial
metabolism and inactivation by amidases and lactamases at the points shown. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas

Núcleo do ácido 6-Aminopenicilânico


(fundamental para a atividade antibacteriana)

Cadeias laterais de algumas penicilinas (Grupo R).


(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas

Mecanismos de ação

Inibem o
crescimento
bacteriano ao
interferirem na Ação bactericida
transpeptidação da
síntese da parede
celular.

Mecanismos de ação das penicilinas. (LÜLLMANN et al., 3ª Edição, 2005)


FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas

Farmacocinética

• A absorção após administração oral é variável dependendo da estabilidade em


meio ácido e da afinidade com as proteínas plasmáticas.
Absorção

• Cerca de 10% distribui-se pelos eritrócitos e 90% no plasma.


• Atinge concentrações elevadas no rim, fígado, intestino, pele e trato
broncopulmonar.
Distribuição
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas

Farmacocinética

• Rápida excreção renal.


Excreção
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas

Efeitos Adversos

• Choque anafilático (0,05% dos casos);


• Prurido intenso;
• Comprometimento respiratório;
• Exantemas cutâneos (rash cutâneo);
• Urticária;
• Febre;
• Flebites/tromboflebites;
• Disbacteriose intestinal e superinfeção.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas

Classificação
Benzilpenicilinas e
Classificação das penicilinas em função de: fenoximetilpenicilina

• Comportamento em meio ácido;

• Resistência às beta-lactamases; Amidinopenicilinas Aminopenicilinas

Penicilinas
• Espectro de ação.

Penicilinas anti-
Isoxazolilpenicilinas
Pseudomonas
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas
Benzilpenicilina ou penicilina G
Estrutura química da benzilpenicilina.
• Ação curta (t½ plasmático de apenas 20 a 50 minutos);
• Administração por via IV ou IM; Benzilpenicilinas e
• Económico e menos tóxica, apesar de ser alergénica; fenoximetilpenicilina
• Eliminação muito rápida;
• Sensível às beta-lactamases;
• Antibiótico de primeira linha nas infeções provocadas por espiroquetas e cocos (à exceção dos estafilococos);
• Apresentação sob a forma de sais sódico ou potássico (benzilpenicilina sódica e benzilpenicilina potássica);
• Benzilpenicilina potássica indicada na faringite, amigdalite, otite média, pneumonia, endocardite estreptocócica e meningite
meningocócica ou pneumocócica;
• Benzilpenicilina benzatínica e benzilpenicilina procaínica são formas de llibertação prolongada, com menor solubilidade, absorção
mais lenta e que atingem concentrações plasmáticas e tecidulares baixas.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas
Flucloxacilina
Isoxazolilpenicilinas

• Penicilinas semissintéticas que não são hidrolisadas pela maioria das penicilinases;
• Apresentam alguma atividade contra outros cocos gram + e gram -, mas são menos ativas que
as penicilinas naturais.
• Possibilidade de administração por via oral e parentérica;
• Resistente em meio ácido;
• Indicação terapêutica única para a tratamento das infeções devidas a estirpes suscetíveis de
estafilococos.

Estrutura química da flucloxacilina.


FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas
Ampicilina e Amoxicilina
Aminopenicilinas

• Possibilidade de administração por via oral;


• Resistentes em meio ácido;
• Espectro de ação alargado, sendo ativas contra cocos gram+ e um número significativo de
bactérias gram-;
• Além das reações adversa comuns das penicilinas, as náuseas e a diarreia são algo frequentes;
Estrutura química da ampicilina.
• Indicadas no tratamento das infeções respiratórias, exacerbações da bronquite crónica e otites,
infeções urinárias e gonorreia;
• Atualmente uma percentagem significativa de Escherichia coli são já resistentes à ampicilina e
amoxicilina.

Estrutura química da amoxicilina.


FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas
Penicilinas anti-
Piperacilina Pseudomonas

• Penicilinas anti-Pseudomonas incluem a carboxipenicilinas (não comercializada na Europa) e as


ureidopenicilinas;
• Os Staphylococcus e o H. influenzae produtores de lactamases beta são resistentes a estas penicilinas;
• A piperacilina é uma ureidopenicilinas, sendo o núcleo ureido responsável por uma elevada ação
bactericida (ativa contra microorganismos envolvidos em infeções hospitalares);
• A piperacilina é ativa contra numerosas estirpes de P. aeruginosa, Klebsiella spp e ainda
de Streptococcus spp, Enterococcus spp e anaeróbios;
• Indicada no tratamento de infeções graves devidas a microrganismos suscetíveis ou infeções mistas
envolvendo aeróbios e anaeróbios, em monoterapia ou em associação com um aminoglicosídeo no
tratamento da sépsis, infeções abdominais e nos doentes neutropénicos. Estrutura química da piperacilina.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas
Amidinopenicilinas
Pivmecilinam

• Tem espectro de ação antibacteriana restrito apenas a bactérias aérobias gram -,


não incluindo a P. aeruginosa.
• Via oral
• Infeções urinárias e gastrenterites bacterianas.

Estrutura química do pivmecilinam.


Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Penicilinas

(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)


FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas
Núcleo do ácido 7-Aminocefalosporânico
(fundamental para a atividade antibacteriana)

Estruturas de algumas cefalosporinas de diferentes gerações.


(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Mecanismos de ação Indicações

Tratamento ou profilaxia de
infeções bacterianas devidas
À semelhança das a microrganismos suscetíveis
penicilinas, inibem a
síntese da parede Ação bactericida
celular. • Infeções da pele e tecidos moles;
• Infeções respiratórias;
• Infeções urinárias;
• Na profilaxia da infeção em certos tipos
de cirurgias.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-
lactâmicos - Cefalosporinas

Espectro de ação das várias gerações de


cefalosporinas. (GOODMAN & GILMAN, 12ª
Edição, 2011)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Farmacocinética

• Na sua maioria não são absorvidas por via oral e existe uma certa interferência
com a presença de alimentos, pelo que a sua administração deve fazer-se
Absorção preferencialmente fora das refeições.

• A ligação às proteínas plasmáticas é muito variável;


• Atravessam a placenta, mas têm dificuldade em se difundir através da barreira
hematoencefálica.
Distribuição
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Farmacocinética

• A excreção é essencialmente renal, pelo que poderá ser necessário ajuste de dose na
insuficiência renal.
Excreção
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Efeitos Adversos

• Distúrbios gastrointestinais: náuseas, vómitos e diarreia;

• Efeitos hematológicos: eosinofilia, agranulocitose e trombocitopenia ocorrem raramente;

• Reações de hipersensibilidade: erupções cutâneas, urticária, prurido, artralgias e reações


anafiláticas;

• Cerca de 10% dos doentes que apresentam hipersensibilidade às penicilinas desenvolvem


também reações de hipersensibilidade às cefalosporinas.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Diferem em: 1ª
geração
• Espectro de ação;
5ª 2ª
• Grau de atividade bactericida. geração geração
Cefalosporinas

4ª 3ª
geração geração
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Cefradina Cefazolina

geração • Comparativamente com as aminopenicilinas, tem um espectro de ação Estrutura química da cefradina.
(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)

semelhante (boa atividade contra gram+), mas maior resistência às beta-


lactamases;
• Algumas são sensíveis aos ácidos não podendo por isso ser administradas por via
oral (cefazolina), outras podem (cefradina).

geração Cefoxitina Cefuroxima

• Exibem atividade contra bactérias gram- (mas menos que as cefalosporinas de 3ª);
• Ativas contra anaeróbios.
Estrutura química da cefuroxima.
• Algumas podem ser administradas por via oral. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Ceftazidima Cefotaxima Ceftriaxona Cefixima



• Resistentes à maior parte das bactérias produtores de beta-lactamases, ativas contra
geração
enterobacterias e Pseudomonas spp;
• A ceftazidima é a mais eficaz contra Pseudomonas spp; Estrutura química da ceftriaxona.
• A cefotaxima é a mais indicada para recém nascidos por não interferir com o (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)

mecanismo da bilirrubina;
• A ceftriaxona apresenta a maior semi-vida;
• A cefixima é a única disponível por via oral.

Cefepima Cefpiroma

geração • Cefalosporinas com um espectro de ação mais alargado;
• Maior resistências às bactérias produtora de beta-lactamases; Estrutura química da cefuroxima.
(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
• Medicamentos sujeitos a receita médica restrita;
• Apenas a cefepima está disponível em Portugal.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

Ceftarolina

geração • Cefalosporina comercializada em 2012;
• Reservada para o tratamento de infeções graves hospitalares nomeadamente as infeções devidas a MRSA em
doentes que apresentem contraindicações aos antibacterianos de 1ª;
• Estudos in vitro têm mostrado que a ceftarolina tem propriedades bactericidas e capacidade de inibir a síntese da
parede celular das bactérias Staphylococcus aureus meticilino-resistente (MRSA) e Streptococcus pneumoniae não
suscetível à penicilina (PNSP) devido à sua afinidade para as proteínas de ligação à penicilina (PLPs) alteradas
encontradas nestes organismos.

Estrutura química da ceftarolina


(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

The first-generation cephalosporins are active primarily against gram-positive cocci. Similar to the penicillins, new cephalosporins were
synthesized with expansion of activity against gram-negative rods. These new cephalosporins have been categorized into second, third,
and fourth generations, with each generation having expanded coverage against certain gram-negative rods. The fourth- and fifth-
generation cephalosporins have activity against many gram-positive cocci as well.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Cefalosporinas

(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)


FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Monobactamos

Mecanismos de ação

Interferem com a
síntese da parede
celular.

Estrutura química do aztreonam.


(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Monobactamos
Aztreonam
• Primeiro antibiótico beta-lactâmico com uma ação exclusiva contra bactérias gram- aeróbias;
• Indicado no tratamento de infeções graves por gram -, uma vez que exibe atividade bactericida muito intensa sobre a maior parte
desta bactérias;
• Antibiótico sintético resistente às beta-lactamases;
• Baixa atividade contra bactérias gram+ e anaérobios (clinicamente irrelevante);
• Boa penetração nos líquidos biológicos e nas meninges inflamadas;
• Administração endovenosa e intramuscular;
• Distribuição razoável com uma ligação às proteínas plasmática de 56% e eliminação essencialmente via renal, mas também biliar;
• Nos doentes com IR é necessário um ajustamento da posologia;
• Reações adversas: náuseas, vómitos, diarreia e dores abdominais; icterícia e hepatite; neutropenia e trombocitopenia; erupções
cutâneas e urticária.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Carbapenemes

Espectro de atividade muito amplo, sendo resistentes à maioria das lactamases beta e ativos contra gram +, gram - e
anaeróbios;

Estafilococos resistentes à meticilina não são, de um modo geral, suscetíveis e a suscetibilidade da Pseudomonas
aeruginosa é variável;

Indicados no tratamento de infeções graves devidas a microrganismos multirresistentes, gram +, gram - ou anaeróbios,
com suscetibilidade conhecida ou provável.

Grande estabilidade frente às beta- lactamases.

Administração parentérica, distribuição considerável nos tecidos, baixa ligação ás proteínas plasmática e eliminação
renal;

Reações adversas, semelhante aos restantes beta-lactâmicos e também neurotoxicidade.


FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos - Carbapenemes

Imipenem + Cilastatina

• O imipenem encontra-se associado na relação de 1:1 com a cilastatina, que inibe a di-
hidropeptidase I (uma enzima localizada no rim que inativa o imipenem);
Estrutura química do imipenem.
• Ativo contra bactérias gram - e gram + aeróbios; (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)

• Em doses elevadas, ou em caso de insuficiência renal pode surgir neurotoxicidade que se


manifesta pela ocorrência de convulsões;
• Não está indicado para infeções do SNC, pelo que não deve ser utilizado em meningites.

Meropenem

• Atividade in vitro semelhante à do imipenem;


Estrutura química do meropenem.
• Difere do imipenem por ser estável à di-hidropeptidase e atravessar a barreira hematoencefálica. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos – Associações penicilinas + inibidores beta-lactamases

Inibidores das lactamases inibem


as lactamases beta produzidas • Ácido clavulânico
por muitas estirpes de bactérias Sem atividade
• Sulbactam antibacteriana
significativa, per si.
• Tazobactam
Espectro de atividade do
antimicrobinanos aumenta
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos – Associações penicilinas + inibidores beta-lactamases

Amoxicilina + Ácido clavulânico

• Indicação para infeções respiratórias, bronquite crónica, otite média, sinusite, infeções
urinárias, infeções por Salmonella spp, gonorreia;
• Pode ser útil no tratamento de infeções respiratórias por Haemophilus influenza resistentes à
ampicilina/amoxicilina, particularmente em doentes com DPOC;
• Possibilidade de administração por via oral ou parentérica;
• Reações adversas incluem náuseas e diarreia, erupções cutâneas, língua negra e disfunção
hepática são efeitos que têm sido atribuídos ao ácido clavulânico. Estrutura química do ácido clavulânico.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos – Associações penicilinas + inibidores beta-lactamases

Piperacilina + Tazobactam

• Indicação para infeções graves devidas a microrganismos gram +, gram - ou anaeróbios


resistentes aos antimicrobianos de 1ª escolha, infeções polimicrobianas, infeções no doente
neutropénico em associação com um aminoglicosídeo;
• Apenas disponível para administração IV;
• Reações adversas incluem rash e prurido, diarreia, náuseas e vómitos, excitabilidade
neuromuscular e convulsões (em doses superiores).
Estrutura química do tazobactam.
FÁRMACOS ANTI-INFECIOSOS
Antibacterianos: Antibióticos beta-lactâmicos – Monobactamos e Carbapenemes

(KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)

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