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PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS

Estado de Minas Gerais


Secretaria de Infraestrutura e Planejamento Urbano

Volume Único

MANUAL DE PAVIMENTAÇÃO

Montes Claros - MG

VERSÃO 1.0 – Novembro 2019

Av. Cula Mangabeira, 211 - Centro – CEP: 39.401-002


Montes Claros – MG - (38) 2211-3000
infraestrutura.montesclaros.mg.gov.br
APRESENTAÇÃO

Considerando que a Prefeitura de Montes Claros é responsável pela gestão


das obras de infraestrutura no município de Montes Claros.

Considerando o número reduzido de profissionais de engenharia com


experiência na parte de pavimentação.

Considerando que é comum a apresentação de projetos de pavimentação em


condições mínimas de aceitação.

Considerando o constante crescimento da cidade, surgindo naturalmente as


necessidades de expansão das áreas urbanas habitáveis.

Considerado que, conforme a Resolução 361/91 do CONFEA, Projeto Básico é


o conjunto de elementos que define a obra, o serviço ou o complexo de obras e
serviços que compõem o empreendimento, de tal modo que suas
características básicas e desempenho almejado estejam perfeitamente
definidos, possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de execução. Todo o
conjunto de desenhos, memoriais descritivos, especificações técnicas,
orçamento, cronograma e demais elementos técnicos, devem atender às
Normas Técnicas e à legislação vigente, além de ser elaborado com base em
estudos anteriores que assegurem a viabilidade e o adequado tratamento
ambiental do empreendimento.

Considerando a necessidade de se estabelecer a padronização dos


procedimentos técnicos para a apresentação e aceitação de projetos de
pavimentação urbana, no âmbito da Secretaria de Infraestrutura e de
Planejamento Urbano, capazes de conferir melhor qualidade e condições de
execução às obras e contratos de implantação asfáltica e recapeamento
asfáltico, oferecendo roteiros práticos e recomendações das informações que
devem constar no projeto, seja ele elaborado pela equipe técnica da prefeitura
ou por consultorias contratadas.

Esta portaria define a sistemática a ser empregada na execução dos serviços


de Pavimentação asfáltica em vias urbanas, com as etapas de:

A. Regularização do subleito - especificação de serviço;


B. Execução das camadas de sub-base e base estabilizadas
granulometricamente ou utilizando brita graduada simples; e
C. Confecção de mistura asfáltica a quente.

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE


PAVIMENTAÇÃO URBANA:

Todos os projetos de pavimentação e recapeamento asfáltico, apreciados,


aprovados e/ou executados pela Secretaria de Infraestrutura e Planejamento
Urbano, deverão possuir projeto básico, elaborado conforme as orientações e
recomendações deste órgão, além das devidas normas técnicas e legislação
vigente;
A. REGULARIZAÇÃO DO SUBLEITO - ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

Este tópico define a sistemática a ser empregada na execução da


regularização do subleito de vias a serem pavimentadas. São também
apresentados os requisitos concernentes a materiais, equipamentos, execução,
ensaios e condicionantes ambientais.

1- Objetivo

Estabelecer a sistemática a ser empregada na execução da regularização do


subleito de vias a serem pavimentadas, com a abertura da caixa da via já
concluída.

2- Definições

Aplicam-se as seguintes definições:

2.1 Regularização do subleito

Operação destinada a conformar o leito da via, transversal e longitudinalmente,


obedecendo às larguras e cotas constantes das notas de serviço de
regularização de terraplenagem do projeto, compreendendo cortes ou aterros
até 20 cm de espessura.

2.2 Nota de serviço de regularização

Documento de projeto que contém o conjunto de dados numéricos relativos às


larguras e cotas a serem obedecidas na execução da camada final de
regularização do subleito.

3- Condições gerais

a) A regularização deve ser executada prévia e isoladamente da construção de


outra camada do pavimento.

b) Cortes e aterros com espessuras superiores a 20 cm devem ser executados


previamente à execução da regularização do subleito, de acordo com as
especificações de terraplenagem.

c) Não deve ser permitida a execução dos serviços objeto desta norma em dias
de chuva.

d) É responsabilidade da executante a proteção dos serviços e materiais contra


a ação destrutiva das águas pluviais, do tráfego e de outros agentes que
possam danificá-los.

4 Condições específicas
4.1 Material

Os materiais empregados na regularização do subleito devem ser


preferencialmente os do próprio e com CBR não inferior a 11%. Em caso de
substituição ou adição de material, estes devem ser provenientes de
ocorrências de materiais indicadas no projeto e apresentar as características
estabelecidas:

Terraplenagem – Aterros

Especificação de Serviço, quais sejam, a melhor capacidade de suporte e


expansão ≤ 2%, cabendo a determinação da compactação de CBR e de
expansão pertinentes, por intermédio dos ensaios de compactação; Ensaio de
índice de Suporte Califórnia – ISC com a energia do Ensaio de Compactação.
Quando submetidos aos ensaios de caracterização devem atender ao que se
segue: Não possuir partículas com diâmetro máximo acima de 76 mm (3
polegadas); e O Índice de Grupo (IG) deve ser no máximo igual ao do subleito
indicado no projeto.

4.2 Equipamentos

São indicados os seguintes tipos de equipamento para a execução de


regularização:

a) Motoniveladora pesada, com escarificador;

b) Carro tanque distribuidor de água;

c) Rolos compactadores autopropulsados tipos pé-de-carneiro, liso-vibratórios


e pneumáticos;

d) Grades de discos, arados de discos e tratores de pneus;

e) Pulvi-misturador

Os equipamentos de compactação e misturas devem ser escolhidos de acordo


com o tipo de material empregado.

4.3 Execução

a) Toda a vegetação e material orgânico porventura existente no leito da via


devem ser removidos.

b) Após a execução de cortes, aterros e adição do material necessário para


atingir o greide de projeto, deve-se proceder à escarificação geral na
profundidade de 20 cm, seguida de pulverização, umedecimento ou secagem,
compactação e acabamento.

c) No caso de cortes em rocha a regularização deve ser executada de acordo


com o projeto específico de cada caso.
5- Condicionantes ambientais

Objetivando a preservação ambiental, devem ser devidamente observadas e


adotadas as soluções e os respectivos procedimentos específicos atinentes ao
tema ambiental definido e/ou instituído na documentação técnica vinculada à
execução das obras, documentação esta que compreende o projeto de
engenharia, o estudo ambiental ou manifestação ou dispensa do órgão
fiscalizador e as recomendações e exigências dos órgãos ambientais,
conforme legislação pertinente vigente.

6- Inspeções

6.1 Controle dos Insumos

Os materiais utilizados na execução da regularização do subleito devem ser


examinados mediante a execução dos seguintes procedimentos:

a) Ensaios de caracterização do material espalhado na pista, em locais


escolhidos aleatoriamente.

b) Ensaios de compactação para o material coletado na pista, em locais


escolhidos aleatoriamente.

c) Ensaios de Índice de Suporte Califórnia (ISC) e Expansão com energia de


compactação de projeto, para o material coletado na pista em locais escolhidos
onde foram retiradas amostras para o ensaio de compactação.

B. EXECUÇÃO DAS CAMADAS DE SUB-BASE E BASE DO PAVIMENTO


UTILIZANDO BRITA GRADUADA SIMPLES

Este tópico define a sistemática a ser empregada na execução das camadas


de sub-base e base do pavimento estabilizada granulometricamente ou
utilizando brita graduada simples. São também apresentados os requisitos
concernentes a materiais, equipamentos, execução, inclusive plano de
amostragem e de ensaios e controle de qualidade dos serviços.

1- Objetivo

Estabelecer a sistemática a ser empregada na execução das camadas de sub-


base e/ou base, quando empregada brita graduada simples.

2- Definições
Aplicam-se as seguintes definições:

2.1 Sub-base

Camada de pavimentação, complementar à base e com as mesmas funções


desta, executada sobre o subleito ou reforço do subleito.

2.2 Base Camada de pavimentação destinada a resistir aos esforços verticais


oriundos dos veículos, distribuindo-os adequadamente à camada subjacente,
executada sobre a sub-base, subleito ou reforço do subleito.

2.3 Brita Graduada Simples e Material Estabilizado Granulometricamente

Mistura em usina, de produtos de britagem de rocha sã e material estabilizado


granulometricamente proveniente ocorrências em jazidas naturais,
respectivamente, que, nas proporções adequadas, resulta no enquadramento
em uma faixa granulométrica contínua que, corretamente compactada, resulta
em um produto final com propriedades adequadas de estabilidade e
durabilidade.

2.4 Reforço do subleito

Camada em geral de 20 cm de espessura, constituída de materiais granulares


grosseiros, compactada, que se aplica no caso do subleito de
vias de terra ter baixa capacidade de suporte.

2.5 Subleito

Maciço teoricamente infinito que serve de fundação para um pavimento

3- Condições gerais

3.1 Não deve ser permitida a execução dos serviços objeto, em dias de chuva.

3.2 É responsabilidade do executante a proteção dos serviços e materiais


contra a ação destrutiva das águas pluviais, do trânsito e de outros agentes
que possam danificá-los.

4 Condições específicas

4.1 Material

4.1.1 Agregado

a) Os agregados utilizados, obtidos a partir da britagem da rocha sã ou material


estabilizado granulometricamente proveniente de ocorrências em jazidas
naturais, devem constituir-se por fragmentos duros, limpos e duráveis, livres do
excesso de partículas lamelares ou alongados, macios ou de fácil
desintegração, assim como quaisquer outras substâncias ou contaminações
prejudiciais;
b) O desgaste no ensaio de Abrasão Los Angeles, deve ser menor ou igual a
50%;

c) O equivalente de areia do agregado miúdo deve ser maior ou igual a 55%;

d) O Índice de Forma deve ser superior a 0,5 e porcentagem de partículas


lamelares menor ou igual a 10%;

e) A perda no ensaio de durabilidade, em cinco ciclos, deve ser inferior a 20%


com sulfato de sódio, e inferior a 30% com sulfato de magnésio.

f) A confecção de base em brita graduada simples ou base estabilizada


granulometricamente para pavimentos de vias locais deverão obedecer,
respectivamente, as espessuras mínimas de 15 (quinze) cm e 20 (vinte) cm e
nas vias coletoras a espessura mínima de 20 (vinte) cm e 25 (vinte e cinco),
respectivamente - desde que o material a ser empregado apresente Índice de
suporte Califórnia (CBR ou ISC), igual ou superior a 60% para bases
estabilizadas granulometricamente e de 100% para as bases de brita graduada
simples, com expansão máxima de 0,5% para ambas, sempre na energia de
compactação correspondente ao proctor modificado; Limite de Liquidez (L.L)
igual ou menor a 45%; Índice de Plasticidade (I.P) igual ou menor a 18% e
material enquadrável nas faixas granulométricas A ou B ou C do Dnit.

4.1.2 Mistura dos agregados

A mistura dos agregados deve satisfazer aos seguintes requisitos:

a) Quando submetida ao ensaio de granulometria, a mistura deverá obedecer à


tolerância indicada nas tabelas das normas e os limites da faixa granulométrica
adotada;

b) A brita graduada simples, quando submetida aos ensaios da norma, e na


energia indicada no projeto, adotando-se no mínimo a do Proctor Modificado, a
mistura deve apresentar Índice Suporte Califórnia – ISC ≥ 100% e Expansão ≤
0,5%.

d) O material estabilizado granulometricamente proveniente de jazidas natuais,


quando submetida aos ensaios da norma, e na energia indicada no projeto,
adotando-se no mínimo a do Proctor Modificado, a mistura deve apresentar
Índice Suporte Califórnia – ISC ≥ 60% e Expansão ≤ 0,5%.

4.2 Equipamento

São indicados os seguintes tipos de equipamentos para a execução das


camadas de sub-base e base de brita graduada simples:
▪ Vibroacabadora;
▪ Motoniveladora pesada, com escarificador;
▪ Carro tanque distribuidor de água;
▪ Vassoura mecânica;
▪ Rolos compactadores tipo liso-vibratório e pneumático de pressão regulável;
▪ Caminhões basculantes;
▪ Pá-carregadeira;
▪ Compactadores portáteis mecânicos; e
▪ Central de mistura.

4.3.1 Preparo da superfície

A superfície a receber a camada de sub-base ou base de brita graduada


simples ou estabilizada granulometricamente deverá estar totalmente
concluída, ser previamente limpa, mediante a utilização de vassoura mecânica,
isenta de pó ou quaisquer outros agentes prejudiciais, além de ter recebido
aprovação prévia da Fiscalização municipal.

4.3.2 Produção

A rocha sã, de pedreira previamente aprovada nos ensaios indicados, deve ser
britada e classificada em frações a serem definidas em função da faixa
granulométrica prevista para a mistura, ou o material estabilizado
granulometricamente oriundo de ocorrências de jazidas, deverão obedecer os
seguintes requisitos e procedimentos operacionais:

4.3.3 Espalhamento

A mistura ou o material estabilizado devem ser espalhados na pista


observando-se os seguintes procedimentos:

a) A definição da espessura da mistura solta deve ser obtida a partir da


observação criteriosa de panos experimentais, previamente executados. Após
a compactação, essa espessura deve permitir a obtenção da espessura
definida no projeto;

b) A distribuição da mistura deve ser feita em espessura uniforme, sem


produzir segregação e de forma a evitar conformação adicional da camada.

c) A espessura da camada individual acabada deve situar-se no intervalo de 10


a 20 cm. Quando se desejar executar camada de espessura superior a 20 cm,
a mesma deve ser subdividida em duas camadas para efeito de execução,
respeitando-se os limites mínimo e máximo indicados.

4.3.5 Compactação

A compactação do material deve ser executada obedecendo-se aos seguintes


procedimentos:

a) A variação do teor de umidade admitida para o material, para início da


compactação, é de ±1,0% em relação à umidade ótima de compactação.

4.3.6 Acabamento
O acabamento deve ser executado pela ação conjunta de motoniveladora e de
rolos de pneus e liso-vibratório.

4.3.7 Abertura ao tráfego – A sub-base ou base de brita graduada simples não


deve ser submetida à ação do tráfego, devendo ser imprimada imediatamente
após a sua liberação pelos controles de execução, de forma que a camada já
liberada não fique exposta à ação de intempéries que possam prejudicar sua
qualidade. A imprimação deverá ser executada com asfalto diluído CM-30 e
aplicado a uma taxa que poderá ser absorvida pela base em até 48 horas,
devendo ser determinada experimentalmente, no canteiro de obras. A variação
será de 0,8 a 1,6 l/m2.

5- Condicionantes ambientais

Objetivando a preservação ambiental, devem ser devidamente observadas e


adotadas as soluções e os respectivos procedimentos específicos atinentes ao
tema ambiental e na documentação técnica vinculada à execução do
empreendimento, documentação esta que compreende o projeto de
engenharia, os programas ambientais pertinentes assim como as
recomendações e exigências dos órgãos ambientais.

6- Verificação do produto

A verificação final da qualidade das camadas de subbase ou base (produto)


deve ser efetuada através da relocação e do nivelamento do eixo e bordos,
permitidas as seguintes tolerâncias:

a) ± 10 cm, quanto à largura da plataforma;

b) até 20%, em excesso, para a flecha de abaulamento, não se tolerando falta;

c) ± 2%, quanto à espessura de projeto da camada.

C. CONFECÇÃO DE MISTURA ASFÁLTICA A QUENTE

Este tópico define a sistemática a ser empregada na execução de camada do


pavimento flexível de vias urbanas, pela confecção de mistura asfáltica a
quente em usina apropriada utilizando ligante asfáltico, agregados e material
de enchimento. Estabelece os requisitos concernentes aos materiais,
equipamentos, execução e controle de qualidade dos materiais empregados.

1- Objetivo
Estabelecer a sistemática a ser empregada na produção de misturas asfálticas
para a construção de camadas do pavimento em vias urbanas, de acordo com
os alinhamentos, greide e seção transversal de projeto.

2- Definição

Concreto Asfáltico - Mistura executada a quente, em usina apropriada, com


características específicas, composta de agregado graduado, material de
enchimento (filer) se necessário e cimento asfáltico, espalhada e compactada a
quente.

3- Condições gerais

O concreto asfáltico usinado a quente (CBUQ) pode ser empregado como


revestimento, camada de ligação (binder), base, regularização ou reforço do
pavimento. Não é permitida a execução dos serviços, objeto desta
especificação, em dias de chuva. O concreto asfáltico somente deve ser
fabricado, transportado e aplicado quando a temperatura ambiente for superior
a 10ºC. Todo o carregamento de cimento asfáltico deve apresentar por parte
do fabricante/distribuidor, certificado de resultados de análise dos ensaios de
caracterização exigidos pela especificação e indicação clara da sua
procedência.

4- Condições específicas

4.1 Materiais

Os materiais constituintes do concreto asfáltico são agregado graúdo,


agregado miúdo, material de enchimento filer e ligante asfáltico, os quais
devem satisfazer às normas pertinentes, e às especificações aprovadas pelo
DNIT.

4.1.1 Cimento asfáltico

Podem ser empregados os seguintes tipos de cimento asfáltico de petróleo: –


CAP-30/45 – CAP-50/70 – CAP-85/100

4.1.2 Agregados

4.1.2.1 Agregado graúdo

O agregado graúdo pode ser pedra britada, escória, seixo rolado


preferencialmente britado ou outro material indicado nas especificações
complementares:

a) Desgaste Los Angeles igual ou inferior a 50%; admitindo-se


excepcionalmente agregados com valores maiores, no caso de terem
apresentado comprovadamente desempenho satisfatório em utilização anterior;

b) índice de forma superior a 0,5


c) durabilidade, perda inferior a 12%

4.1.2.2 Agregado miúdo

O agregado miúdo pode ser areia, pó-de-pedra ou mistura de ambos ou outro


material indicado nas especificações complementares de projeto. Suas
partículas individuais devem ser resistentes, estando livres de torrões de argila
e de substâncias nocivas. Deve apresentar equivalente de areia igual ou
superior a 55%

4.1.2.3 Material de enchimento (filer)

Quando da aplicação deve estar seco e isento de grumos e deve ser


constituído por materiais minerais finamente divididos, tais como cimento
Portland, cal extinta, pós-calcários, cinza volante, etc.;

4.2 Composição da mistura e espessuras do revestimento

A composição do concreto asfáltico deve satisfazer aos requisitos das normas


específicas do DNIT com as respectivas tolerâncias no que diz respeito à
granulometria e aos percentuais do ligante asfáltico. A faixa usada deve ser
aquela, cujo diâmetro máximo seja inferior a 2/3 da espessura da camada.

A espessura mínima do revestimento do pavimento acabado em CBUQ deverá


ser de 3,5 cm para as vias locais, 4,0 cm para vias coletoras e de 5,0 cm para
vias arteriais e superiores.

4.3 Equipamentos

Os equipamentos necessários à execução dos serviços serão adequados aos


locais de instalação das obras, atendendo ao que dispõem as especificações
para os serviços. Devem ser utilizados, no mínimo, os seguintes equipamentos:

a) Depósito para ligante asfáltico;

Os depósitos para o ligante asfáltico devem possuir dispositivos capazes de


aquecer o ligante nas temperaturas fixadas na norma. Estes dispositivos
também devem evitar qualquer superaquecimento localizado. Deve ser
instalado um sistema de recirculação para o ligante asfáltico, de modo a
garantir a circulação, desembaraçada e contínua, do depósito ao misturador,
durante todo o período de operação.

b) Silos para agregados;

Os silos devem ser divididos em compartimentos, dispostos de modo a separar


e estocar, adequadamente, as frações apropriadas do agregado. Cada
compartimento deve possuir dispositivos adequados de descarga. Deve haver
um silo adequado para o filer, conjugado com dispositivos para a sua dosagem.
c) Usina para misturas asfálticas;

A usina deve estar equipada com uma unidade classificadora de agregados,


após o secador, dispor de misturador capaz de produzir uma mistura uniforme
e um termômetro, além de outros instrumentos que forem necessários para
garantir um produto de qualidade.

d) Caminhões basculantes para transporte da mistura;

Os caminhões, tipo basculante, para o transporte do concreto asfáltico usinado


a quente, devem ter caçambas metálicas robustas, limpas e lisas, ligeiramente
lubrificadas. A utilização de produtos susceptíveis de dissolver o ligante
asfáltico (óleo diesel, gasolina etc.) não é permitida.

e) Equipamento para espalhamento e acabamento;

O equipamento para espalhamento e acabamento deve ser constituído de vibro


- acabadoras capazes de espalhar e conformar a mistura no alinhamento, cotas
e abaulamento e devem ser equipadas com parafusos sem fim, para colocar a
mistura exatamente nas faixas, e possuir dispositivos rápidos e eficientes de
direção, além de marchas para a frente e para trás. As acabadoras devem ser
equipadas com alisadores e dispositivos para aquecimento, à temperatura
requerida, para a colocação da mistura sem irregularidade.

f) Equipamento para compactação;

O equipamento para a compactação deve ser constituído por rolo pneumático e


rolo metálico liso, tipo tandem ou rolo vibratório. Os rolos pneumáticos,
autopropulsionados, devem ser dotados de dispositivos que permitam a
calibragem de variação da pressão dos pneus de 2,5 kgf/cm² a 8,4 kgf/cm² . O
equipamento em operação deve ser suficiente para compactar a mistura até a
densidade requerida, enquanto esta se encontrar em condições de
trabalhabilidade.

4.4 Execução

4.4.1 Pintura de ligação

Sendo decorridos mais de sete dias entre a execução da imprimação e a do


revestimento, ou no caso de ter havido trânsito sobre a superfície imprimada,
ou, ainda ter sido a imprimação recoberta com areia, pó-de-pedra, etc., deve
ser feita uma pintura de ligação com emulsão asfáltica RR-1C ou RR-2C.

4.4.2 Temperatura do ligante

A temperatura do cimento asfáltico empregado na mistura deve ser


determinada para cada tipo de ligante, em função da relação temperatura-
viscosidade. A temperatura conveniente é aquela na qual o cimento asfáltico
apresenta uma viscosidade situada dentro da faixa de 75 a 150 SSF, “Saybolt-
Furol”, indicando-se, preferencialmente, a viscosidade de 75 a 95 SSF. A
temperatura do ligante não deve ser inferior a 107°C nem exceder a 177°C.

4.4.3 Aquecimento dos agregados

Os agregados devem ser aquecidos a temperaturas de 10°C a 15°C acima da


temperatura do ligante asfáltico, sem ultrapassar 177°C.

4.4.4 Produção do concreto asfáltico

A produção do concreto asfáltico deverá ser efetuada em usinas apropriadas.

4.4.5 Transporte do concreto asfáltico

O concreto asfáltico produzido deve ser transportado, da usina ao ponto de


aplicação, nos veículos especificados no item 5.3 quando necessário, para que
a mistura seja colocada na pista à temperatura especificada. Cada
carregamento deve ser coberto com lona ou outro material aceitável, com
tamanho suficiente para proteger a mistura.

4.4.6 Distribuição e compactação da mistura

A distribuição do concreto asfáltico deve ser feita por equipamentos


adequados, conforme especificado no item 5.3. Caso ocorram irregularidades
na superfície da camada, estas devem ser sanadas pela adição manual de
concreto asfáltico, sendo esse espalhamento efetuado por meio de ancinhos e
rodos metálicos. Após a distribuição do concreto asfáltico, tem início a rolagem.
Como norma geral, a temperatura de rolagem é a mais elevada que a mistura
asfáltica possa suportar, temperatura essa fixada, experimentalmente, para
cada caso. Caso sejam empregados rolos de pneus, de pressão variável,
inicia-se a rolagem com baixa pressão, a qual deve ser aumentada à medida
que a mistura seja compactada, e, conseqüentemente, suportando pressões
mais elevadas. A compactação deve ser iniciada pelos bordos,
longitudinalmente, continuando em direção ao eixo da pista. Nas curvas,
quando houver superelevação, a compactação deve começar sempre do ponto
mais baixo para o ponto mais alto. Cada passada do rolo deve ser recoberta na
seguinte de, pelo menos, metade da largura rolada. Em qualquer caso, a
operação de rolagem perdurará até o momento em que seja atingida a
compactação especificada. Durante a rolagem não são permitidas mudanças
de direção e inversões bruscas da marcha, nem estacionamento do
equipamento sobre o revestimento recém – rolado. As rodas do rolo devem ser
umedecidas adequadamente, de modo a evitar a aderência da mistura.

4.4.7 Abertura ao tráfego

Os revestimentos recém–acabados devem ser mantidos sem tráfego, até o seu


completo resfriamento.

5- Manejo ambiental
Para execução do concreto asfáltico são necessários trabalhos envolvendo a
utilização de asfalto e agregados, além da instalação de usina misturadora. Os
cuidados observados para fins de preservação do meio ambiente envolvem a
produção, a estocagem e a aplicação de agregados, assim como a operação
da usina, devendo ser observadas as prescrições estabelecidas na legislação
ambiental.

6- Verificação do produto

A verificação final da qualidade do revestimento de Concreto Asfáltico


(Produto) deve ser exercida através das seguintes determinações:

a) Espessura da camada

Será medida na pista, no nivelamento, no eixo e nos bordos; antes e depois do


espalhamento e compactação da mistura. Admite-se a variação de ± 2% em
relação às espessuras de projeto.

b) Alinhamentos

A verificação do eixo e dos bordos deve será verificada durante os trabalhos de


locação e nivelamento nas diversas seções correspondentes à locação.. Os
desvios verificados não devem exceder ± 3cm.

c) Acabamento da superfície

Durante a execução será feito o controle de acabamento da superfície do


revestimento, com o auxílio de réguas colocadas em ângulo reto e
paralelamente ao eixo da via, respectivamente. A variação da superfície, entre
dois pontos quaisquer de contato, não deve exceder a 0,2 cm, quando
verificada com qualquer das réguas. O acabamento longitudinal da superfície
deve ser verificado por aparelhos próprios.

Observação 1: Em qualquer projeto de pavimentação, rural ou urbana, parte-


se da premissa da existência de um tráfego de veículos, quer seja presente ou
futura. Deste ponto de vista, a análise do tráfego, bem como a sua
quantificação e/ou previsão estatística do mesmo, se faz necessária para
determinação e norteamento das decisões de projeto.

Observação 2:
Para a apresentação dos projetos de implantação ou recapeamento asfáltico,
devem-se atender os elementos mínimos indicados a seguir, além de possuir
conteúdo técnico satisfatório e ter sido elaborado por profissional devidamente
habilitado.
1. Memorial Descritivo;
2. Memorial Fotográfico;
3. Especificações Técnicas;
4. Projetos de Pavimentação;
5. Projetos de Drenagem;
6. Projetos de Sinalização;
7. Anotação de Responsabilidade Técnica de Projeto e Orçamento;
8. Pranchas dos Projetos de Pavimentação e Complementares;
9. Arquivos Digitais do Projeto.

Elaboração:

Engenheiro Civil João dos Santos Guimarães Neto


Engenheiro Civil Guilherme Augusto Guimarães Oliveira

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