Você está na página 1de 3

A Estrela Sem Luz

Risos, diversão e alegria, esse era o ambiente em que Mond Izcilicht, mulher de Silkan
Izcilicht dava a luz ao mais novo e jovem Qareen do circo Luz Brilhante, Ásteri, como
fora nomeado.
Por muitos anos, Ásteri era ensinado e fortemente treinado em atos circenses, a
linhagem Quareen que carregava era considerado por ele um enorme fardo, pois, como
um filho dos famigerados Izcilicht, conhecidos principalmente por suas lindas e
magníficas acrobacias, mas ainda não era esse o ponto forte, os Izcilicht ficaram
conhecidos principalmente por seu impressionante domínio de magia, que fazia com
seus shows fossem inigualáveis, como nenhum outro, e Ásteri Izcilicht carregava a
esperança, porém o fardo de ter uma imensa pressão em ser a próxima estrela mais
brilhante do show, como seu nome sugeria.
Sempre praticando a magia, sentia-se extremamente mal com tantas expectativas sobre
si, acreditava que a magia não era tudo, acreditava que treinamento e foco poderia fazer
dele ainda mais incrível, e com isso, estava determinado a ser tão forte e fazer coisas
incríveis e inigualáveis sem essa muleta que era a magia.
Em clubes de luta que lhe foi apresentado por dois membros da sua família do circo,
June e Jhon Wilders, Ásteri finalmente sentia a alegria que lhe não o rodeava mais.
Indo lutar constantemente para se fortalecer e principalmente se divertir, o garoto de
apenas 9 anos, ainda sentia-se sozinho, e isso se agravou ainda mais, após aquele dia,
logo depois de perder uma luta contra, Razart, um grandioso Trog, Ásteri se revoltou
pelo adversário utilizar de métodos ilegais, mas quem acreditaria numa criança, o garoto
espalhou diversos rumores para que no mínimo houvesse uma fiscalização no mesmo,
porém, quando isso chegou em Razart, um impiedoso ser vivo, não se contentou em
apenas destruir a moral de um jovem garoto sonhador, destruiu também quem ele
amava, Jhon e June, já não eram mais alguém, agora eram corpos mortos, perante seus
olhos, que apenas viam um enorme abismo em meio a escuridão, como se o mesmo o
olhasse de volta, perder Jhon e June era como perder uma parte de si, enquanto alguns
aliados de Razart seguravam sua cabeça arregalando seus olhos, Ásteri sentiu não
apenas uma simples tristeza dessa perda, sentiu ódio, algo como nunca havia sentido
antes, vendo o sorriso que June dava a ele com seus olhos já vazios, Ásteri, sorriu, na
verdade, gargalhou, gritando
- Você vai morrer seu Trog de merda.
Com uma força advinda dessa adrenalina, soltou-se, mesmo com a dor de ser
espancado, e infligiu rapidamente um golpe em Razart, que facilmente bloqueou com
seu antebraço, e ainda mais rápido, Ásteri, gargalhando com uma lágrima escorrendo de
seu olho direito, a sente deslizando em sua bochecha, e uma leve ardência toma conta,
em questão de segundos, uma nuvem negra, surge no mesmo local dessa lágrima, e
então quando está prestes a acertar um próximo ataque, Razart muito mais rápido e
experiente, desvia antes mesmo de haver preparação, ou foi o que pensou, o jovem,
ainda mais rápido, como um relâmpago, emana uma grande luz, e em milésimos disfere
o ataque na face de seu inimigo, que apesar da velocidade, ainda é atingido, criando
uma grande cicatriz da bochecha ao pescoço, que fora causado pelo grande raio saindo
da nuvem negra de Ásteri, que se estendia ao longo de seu pescoço e braço, sua
tatuagem Qareen brilhava e emanava energia.
Ásteri, não foi o mesmo, quando voltou para casa, com diversos ferimentos, não apenas
externos, mas um interno, extremamente profundo, que talvez nunca mais poderia ser
curado, desistiu do circo, o que causou o descontentamento de sua família, mas ele já
não se importava, não contou sobre aquela noite com todos os detalhes, mas conseguir
uma tatuagem através do ódio era algo incomum, levando em consideração que todos os
Quareen do circo conseguiram por seu amor e alegria, os Quareen de luz como eram
considerados, mas Ásteri, como um Qareen das trevas, não era tão bem vindo em seus
atos, a primeira vez que não se apresentou, ficou atrás do circo sozinho, treinando essa
única habilidade mágica que não tinha desprezo em usar, seu toque chocante como
chamava, sentiu alguém se aproximando, uma garotinha, um pouco mais velha, mas
carismática, era Morgana, a sua primeira melhor amiga, não o julgava, ela o entendia,
ele nunca contou o que de fato aconteceu, e do porquê não se apresentava aquela noite,
mas por anos foram a sanidade um do outro, para Ásteri, ter Morgana ao seu lado,
significava ser ainda mais forte, ele não queria perder alguém de novo, mas quando
depois de tantos anos juntos, aos 15 anos, ele se separou dela, tinham objetivos que
divergiam, Ásteri disse que um dia se veriam de novo, e poderia proteger ela, sem
entender, separaram-se.
Ásteri nunca esqueceu seus laços, mesmo sendo mau visto por muitos, ainda se divertia
lutando, mas se sentia cada vez mais motivado em ficar forte, afinal, ele não era a
estrela mais brilhante nos palcos, agora ele era Ásteri Keinlicht, também reconhecido
como a estrela sem luz, nascido no Circo Luz Brilhante e renascido atrás do Clube de
luta Raiden, hoje busca a vingança, e tirar daquele que o matou, tudo que lhe é amado, e
talvez um dia, reencontrar sua família, e com muitas esperanças a Morgana.

{ Obs: Ásteri- Estrela (Grego)


Kein licht- Sem Luz (Alemão)
Izci- Brilhante(Letão) / {Izcilicht} / Licht- Luz }
Os 5 anos
Mas é claro que não acabei por aqui, afinal, ainda tenho muita coisa pra contar. Durante
os 5 anos em que eu, digo... Ásteri se isolou de sua família e principalmente de sua
melhor amiga, não ficou apenas vagando por aí sem propósito nenhum apenas
apanhando nos ringues alheios, tinha um objetivo, quase como um necessidade, as lutas
de fato lhe alegravam demasiadamente <uma palavra nova que aprendi> não apenas
traziam euforia, mas consigo carregavam bagagens de sentimentos, e como forma de
extravasa-los, era tamanha frustração consigo mesmo pois não foi capaz de proteger sua
família, um enorme medo de não ser forte para proteger quem fosse necessário agora no
presente, raiva por aqueles que o fizeram perder tudo, tristeza tristeza por ter que partir
e deixar Morgana, dor pelo desprezo daqueles que eram sua fonte de êxtase, mas muito
pior que tudo isso um específico sentimento indescritível, uma sensação de vazio, de
ignorância em relação a si... Quem sou? Onde estou? Porquê faço o que faço? Estava de
fato perdido, perdido em meio a pensamentos já estava tão fundo em uma caverna que
não via mais uma luz, nada era o suficiente para trazer de novo aqueles sentimentos
alegres e claros, tudo que restou foi trevas e desestima.
Cara!! é sério, eu tava no fundo do poço minha única motivação para me levantar da
cama pela manhã durante muito tempo foram as lutas, eu precisava ficar mais forte, eu
precisava de respostas, eu não podia mais perder nada. Eu lutei, lutei muito, não apenas
contra pessoas fortes, mas contra demônios internos e tudo que descobri é que eu
deveria lutar mais e mais, até quase estar morto, afinal, um homem sem nada a perder é
um homem que pode tudo ganhar.
Meses depois de tantas lutas internas e externas, decidi enfim que deveria seguir algum
caminho, se eu almejava ser forte, deveria fazer algo para tal, foi então que decidi me
juntar a alguns grupos de Aventureiros, eram trabalhos rápidos, não tinha muito tempo a
perder criando laços, e a essa altura já também não me interessava, até que conheci eles,
um grupo novato de aventureiros, apesar de ótimas pessoas era muito fracos em
combates, havia um caçador muito inteligente chamado Ash, uma bruxa incrivelmente
divertida chamada Leone, um bardo super criativo chamado Linus, e por fim uma
lutadora extremamente simpática e acolhedora chamada Bonnie.

Você também pode gostar