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3

CAPÍTULO

LOGARITMO É EXPOENTE!

Competências:

▶ C2 e C6

Habilidades:

▶ H12, H32, H33 e H34

SHUTTERSTOCK/ ALBERT PEGO

54 Falta título cap


LOGARITMO
Após o estudo das funções exponenciais, você aprenderá o logaritmo.
Afinal, o que é um logaritmo?
Logaritmo é uma palavra grega: logos (razão) + arithmós (número). Este termo terá sido recebido
do francês logarithme, que já o empregava no século XVII.
Vamos considerar a equação exponencial abaixo.

3x = 81

3x = 34

x=4

Esse expoente 4 é o logaritmo de 81 na base 3. Vamos representar essa frase da seguinte


maneira:

log3 81 = 4

Portanto, podemos concluir que:


log 3 81= 4 ⇔ 34 = 81

Dados a e b, números reais positivos, com a ≠1.


Se ac = b, então o expoente c chama-se logaritmo de b na base a.

Utilizando símbolos:

log ab = c ⇔ ac = b

Dizemos que:

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


a é a base do logaritmo;
b é o logaritmando;
c é o logaritmo.

Ao calcularmos um logaritmo estamos calculando um expoente.

Forma exponencial Forma logarítmica

Variação de grandezas 55
Veja alguns exemplos:

▶ log2 8 = 3, pois 23 = 8

▶ log10100 = 2, pois 102 = 100

1 1
▶ log 3 = 2, pois 32 =
9 9

▶ log101 = 0, pois 100 = 1

1
1
▶ log 3 3 = , pois 3 2 = 3
2

−3
⎛ 1⎞
▶ log 1 8 = −3, pois ⎜ ⎟ = 8
2
⎝ 2⎠

▶ log0,9 0,81 = 2, pois (0,9)2 = 0,81

Algumas aplicações necessitarão de traquejos algébricos. Veja o exemplo abaixo.

( )
2x
2x 3
( )
x x
3
log 3 49 7 = x ⇒ 3
49 = 7 ⇒ 72 = 7⇒7 3 = 7⇒ = 1∴x =
3 2

Outro exemplo:
1 1
( )
x
log 125 0,2 = x ⇒ 53 = ⇒ 53x = 3x = −1∴x = −
5 3

Uma convenção importante:

Quando a base for 10, vamos omiti-la. Portanto: log10 1 000 é o mesmo que log1 000.

Esses logaritmos são conhecidos como logaritmos decimais.


Consequências dessas definições:
Sejam a, b e c números reais com a > 0 e a ≠ 1, b > 0 e c > 0.

loga 1 = 0, pois a0 = 1
loga a = 1, pois a1 = a
loga an = n, pois an = an
alogab = b
logab =logac ⇔ b = c

56 Variação de grandezas
PARA CONSTRUIR
1 Utilizando a definição de logaritmo, calcule:
a) log5 3125

b) log2 0,125

c) log7 7 3 7

1
d) loge 3
e

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


e) log5 (log3 (log2 8))

f ) 7log7 12

Variação de grandezas 57
2 (Unicamp-SP) Calcule o valor da expressão a seguir, onde n é um número inteiro, n≥2. Ao fazer o cálculo, você verá que esse valor
é um número que não depende de n.

(
Logn logn n n n )

3 (PUC-SP) Se (2 2 )x = 64 , o valor do logaritmo log 1 x é:


8

a) – 1.

5
b)  .
6
2
c)  .
3
5
d) .
6
2
e) .
3

4 (PUC-RS) Escrever blogb a = b2 equivale a escrever:

1
a) a= .
b2

b) b = 22 .

c) a= b2 .

d) b2 =a .

1
e) b = .
a2

5 (Mauá) Achar o valor da expressão:

1
M =log 1 (3 3 )log2 log5 5
3 4

58 Variação de grandezas
ALBUM/ DE AGOSTINE PICTURE LIBRARY
PARA AMPLIAR

PICTORIAL PRESS LTD/ALAMY


John Napier e os logaritmos
John Napier (lê-se Neper) foi um
lorde escocês (1550-1617), ho-
mem muito culto e conhecedor
das matemáticas do século XVI. Foi
inventor do logaritmo natural e,
em seus estudos sobre o assunto,
utilizou uma constante matemáti-
ca que, depois de um século, seria
descrita por Leonhard Euler e pas-
saria para a história como número
de Euler ou número de Napier ou,
simplesmente, número e. Suas
descobertas sobre os logaritmos
foram publicadas em 1614, revolu-
cionando a Matemática da época.
A obra Descrição da maravilhosa regra dos logaritmos causou ad-
miração e entusiasmo, pois se tratavam de técnicas simplificadoras de
resolução de problemas relacionados com o desenvolvimento do co-
mércio e do progresso da Navegação e Astronomia, importantíssimas
no momento histórico.
Atualmente, essa teoria é

SHUTTERSTOCK/ SHAIITH
aplicada em outras áreas
do conhecimento como
na Química, nas medições
de terremotos e na Medici-
na, entre outros, agilizando
seus cálculos e ampliando
suas pesquisas. Alguns
desses temas veremos no
decorrer deste capítulo.
Saiba mais sobre a história
dos Logaritmos:
Disponível em: <https://
goo.gl/qRiFHH>, acesso
em: 29 jan. 2019.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


SHUTTERSTOCK/ CRYSTAL EYE STUDIO

Variação de grandezas 59
FAÇA VOCÊ MESMO
1 Calcule os logaritmos: f ) log5 0,008

a) log51

g) log0,25 32

b) log π
π

h) log0,333... 27

c) log21024

i) log0,2 3 25

d) log3 81

j) 8log8 2

⎛ 1⎞
e) log4 ⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟
⎝ 64 ⎠ k) log 1000

60 Variação de grandezas
2 (Mack–SP) O logaritmo de 144 no sistema de base 2 3 é igual a:
a) 3.
b) 2 3 .
c) 2.
d) 3.
e) 4.

1 1
3 Sejam A = log2 64 +log3 +log5 0,04 e B = log7 1+log8 . Calcule o valor de A+B.
27 4

4 (Ifal) Calcule o valor do log816.

1
a) .
2
b) 1.

2
c) .
3

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


4
d) .
3
e) 2.

Variação de grandezas 61
PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DOS LOGARITMOS
Logaritmo de um produto
Quando temos a mesma base, o logaritmo de um produto de dois números positivos é igual
à soma dos logaritmos de cada um dos fatores.

log a (b⋅c ) = log a b + log a c

Exemplos:

log 2 ( 4⋅5 ) = log 2 4 + log 2 5

log 5 300 = log 5 ( 3⋅100 ) = log 5 3 + log 5 100

Logaritmo de um quociente
Quando temos a mesma base, o logaritmo de um quociente de dois números positivos é igual
ao logaritmo do dividendo menos o logaritmo do divisor.

log a (b ÷ c ) = log a b  log ac

Exemplos:

⎛ 64 ⎞
log 3 ⎜ ⎟ = log 3 64 − log 3 6
⎝ 6⎠

log 5 ( )
5 : 3 = log 5 5 log 5 3

Logaritmo de uma potência


Quando temos mesma base, o logaritmo de uma potência de base positiva é igual ao produto
do expoente pelo logaritmo da base dessa potência.

log a bn = n⋅log ab

Exemplos:

log 3 43 = 3⋅log 3 4

log 2 ( 7 ) = −3⋅log 2 7
−3

62 Variação de grandezas
Mudança de base de logaritmo
Algumas operações com logaritmos têm bases diferentes. Nesse caso, precisaremos deixar essas
bases iguais. Como fazer isso?
Considere a base c, tal que c > 0 e c ≠ 1, teremos:

log c b
log a b =
log c a

Exemplos:
log 3 5
log 2 5 =
log 2 16

log 2 64
log 16 64 =
log 2 16

PARA CONSTRUIR
1 Calcule os logaritmos a seguir adotando log 2 = 0,3 e log 3 = 0,48.
a) log16

b) log108

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c) log3,6

d) log 12

2 Sendo log 2 = a e log 3 = b, calcule log5 12.

Variação de grandezas 63
3 Aplique as propriedades dos logaritmos e calcule o valor das expressões:
a) log5+log200

b) log50+log20+log100

c) log3 686log3 2

d) log2 10+log2 32log2 5

4 (UFRN) Numa experiência realizada em laboratório, Alice constatou que, dentro de t horas, a população P de determinada bactéria
crescia segundo a função P(t) = 25⋅2t.
H12
Nessa experiência, sabendo que log2 5 ª 2,32 , a população atingiu 625 bactérias em aproximadamente:
a) 4 horas e 43 minutos.
b) 5 horas e 23 minutos.
c) 4 horas e 38 minutos.
d) 5 horas e 4 minutos.

5 (Acafe-SC) Quando um paciente ingere um medicamento, a droga entra na corrente sanguínea e, ao passar pelo fígado e pelos
rins, é metabolizada e eliminada. A quantidade de medicamentos, em miligramas, presente no organismo de um paciente é
H12
t
1-
calculada pela função Q( t) = 30◊2 10

onde t é o tempo dado em horas.

O tempo necessário para que a quantidade de medicamento em um paciente se reduza a 40% da quantidade inicial, é:
Dado: log 2 = 0,3.
a) 13 horas e 33 minutos.
b) 6 horas e 6 minutos.
c) 13 horas e 20 minutos.
d) 6 horas e 40 minutos.

64 Variação de grandezas
6 (UFMG) O pH de uma solução aquosa é definido pela expressão pH = - log[H+], em que [H+] indica a concentração, em mol/l , de
íons de hidrogênio na solução e log, o logaritmo na base 10. Ao analisar uma determinada solução, um pesquisador verificou
H12 que, nela, a concentração de íons de Hidrogênio era [H+] = 5, 4⋅10−8 mol / l .
Para calcular o pH dessa solução, ele usou os valores aproximados de 0,30, para log 2, e de 0,48, para log 3. Então, o valor que o
pesquisador obteve para o pH dessa solução foi:
a) 7,26.
b) 7,32.
c) 7,58.
d) 7,74.

7 (Vunesp) Um banco estabelece os preços dos seguros de vida de seus clientes com base no índice de risco do evento asse-
gurado.
A tabela mostra o cálculo do índice de risco de cinco eventos diferentes.

Risco de morte Índice de risco


Evento (E) log n
(1 em n mortes) de E (10-log n)

Atingido por relâmpago 1 em 2 000 000 6,3 3,7


Afogamento 1 em 30 000 4,5 5,5
Homicídio 1 em 15 000 4,2 5,8
Acidente de motocicleta 1 em 8 000 3,9 6,1
Doenças provocadas pelo cigarro 1 em 800 2,9 7,1

Sabe-se que, nesse banco, o índice de risco de morte pela prática do evento BASE jumping é igual a 8.

SHUTTERSTOCK/ SINESP

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


O risco de morte para praticantes desse esporte, segundo a avaliação do banco, é de
a) 2,5%.
b) 2%.
c) 1%.
d) 1,5%.
e) 0,5%.

Variação de grandezas 65
8 (PUC-RJ) Se log 1 x =3, então 3 x + x 2 vale:
2

3
a) .
2
b) 6.
c) 28.
d) 50.
e) 66.

9 (ESPM-SP) Se logx +logx 2 +logx 3 +logx 4 =20 o valor de é:


a) 10.
b) 0,1.
c) 100.
d) 0,01.
e) 1.

10 (UFRGS-RS) O número log27 está entre


a) 0 e 1.
b) 1 e 2.
c) 2 e 3.
d) 3 e 4.
e) 4 e 5.

11 (Enem) A Escala de Magnitude de Momento (abreviada como MMS e denotada como MW ), introduzida em 1979 por Thomas Haks
e Hiroo Kanamori, substituiu a Escala de Richter para medir a magnitude dos terremotos em termos de energia liberada. Menos
H12 conhecida pelo público, a MMS é, no entanto, a escala usada para estimar as magnitudes de todos os grandes terremotos da atua-
lidade. Assim como a escala Richter, a MMS é uma escala logarítmica. MW e M0 se relacionam pela fórmula:

2
Mw =10,7+ log10 (m0 )
3

Onde M0 é o momento sísmico (usualmente estimado a partir dos registros de movimento da superfície, através dos sismogra-
mas), cuja unidade é o dina.cm.
O terremoto de Kobe, acontecido no dia 17 de janeiro de 1995, foi um dos terremotos que causaram maior impacto no Japão
e na comunidade científica internacional. Teve magnitude MW=7,3.
U.S. GEOLOGICAL SURVEY, Historic Earthquakes. Disponível em: <hhttp://earthquake.usgs.gov.ttp://earthquake.usgs.gov.>. Acesso em: 1 maio 2010 (adaptado).
Mostrando que é possível determinar a medida por meio de conhecimentos matemáticos, qual foi o momento sísmico do
terremoto de Kobe (em dina.cm)?
a) 10–5,10.
b) 10–0,73.
c) 1012,00.
d) 1021,65.
e) 1027,00.

66 Variação de grandezas
TECNOLOGIA
Vamos utilizar a calculadora científica para calcular logaritmos? Ela está disponível em alguns
aparelhos de telefone celular.

SHUTTERSTOCK/ MPANCHENKO
Trabalharemos com logaritmos decimal e natural.
O logaritmo que possui como base, o número irracional e (aproximadamente 2,718) é
conhecido por logaritmo natural ou neperiano (em homenagem a John Napier), como já
vimos no AMPLIAR. Esse logaritmo é representado por logeb ou in b.
A maioria das calculadoras científicas tem as duas teclas:

LOG ⇒ logaritmo decimal

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LN ⇒ logaritmo natural ou neperiano

Se tivermos logaritmos de outras bases, primeiramente, devemos fazer a mudança das bases.

Vamos lá!

log 6 ⇒ aperte LN e em seguida, 6 ⇒ 0,7781512504

Fácil, não?
Agora é a sua vez!

Variação de grandezas 67
1 Calcule:
a) log32 =
b) log15 + log23 =
c) ln6 =
d) ln15 - ln33 =

2 Escreva 526 como uma potência de base 10.

3 Calcule com aproximação de 10-6.


a) log0,5 =
b) log0,856 =
c) log0,94567 =
d) log73 516 =
e) log1 895 452 =

4 Calcule o valor de x com aproximação de 10-6 .


a) logx = - 0,7
b) logx = - 0,25
c) 10x = 0,5
d) ex = 10
e) ex = 0,18
f ) lnx = 1,098612289

Toda equação que apresentar uma incógnita no logaritmo ou na base de um


logaritmo de base real, positiva e diferente de 1, é uma equação logarítmica.

5 Desafio: log6 90.

Quer saber mais?


Disponível em:<https://goo.gl/gRRSrm>. Acesso em: 29 jan. 2019.

Toda equação que apresenta uma incógnita no logaritmando ou na base de um


logaritmo de base real, positiva e diferente de 1, é uma equação logarítmica.

68 Variação de grandezas
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS
Você acabou de resolver algumas equações logarítmicas simples na calculadora.
Lembrando a condição de existência (CE) de um logaritmo:

log a b = c ⇔ ac = b,com a >0,b>0 e a ≠ 1

Vamos ver outros exemplos.

▶ log 5 ( x  4 ) = 1 CE: x − 4 > 0 ⇒ x > 4

x  4 = 51
x=9

x = 9 satisfaz a CE. Portanto, S = {9}.

▶ 7log 5 625x = 42 CE: 625x > 0 ⇒ x > 0

log 5 625x = 6 ⇒ 56 = 54 x ⇒ 56 ⇒ x = 25

x = 25 satisfaz a CE. Portanto S = {25}.

▶ log 4 ( 2x + 4 )  log 2 ( x 1) = 1

⎧⎪ 2x + 4 > 0 ⎧⎪ x > −2
CE ⎨ ⇒⎨ x >1
⎩⎪ x −1> 0 ⎩⎪ x > 1

Colocando na base 2:

log 2 ( 2x + 4 ) log 2 ( 2x + 4 )
log 4 ( 2x + 4 ) = =

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log 2 4 2

Substituindo:
log 2 ( 2x + 4 )
 log 2 ( x 1) = 1 ⇒ log 2 ( 2x + 4 )  2log 2 ( x 1) = 2 ⇒
2

log 2 ( 2x + 4 )  log 2 ( x 1) = 2 ⇒ log 2


2 (2x + 4 ) = 2
( x 1)2
(2x + 4 ) = 22
( x 1)2
( )
⇒ 2x + 4 = 4 x 2 − 2x +1 ⇒ 2x + 4 = 4x 2 − 8x + 4

5
4x 2 −10x = 0 ⇒ x = 0 ou x =
2
⎧5 ⎫
Somente x = 5/2 satisfaz a CE. Portanto, S = ⎨ ⎬ .
⎩2 ⎭

Variação de grandezas 69
FAÇA VOCÊ MESMO
1 (Feevale-RS) O número de partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em abril de 2017, no Brasil, está
representado na equação a seguir por x, onde x=25+log1 000. Esse número é:
a) 32.
b) 33.
c) 34.
d) 35.
e) 36.

2 (EEAR-SP) Se log 2 ≅ 0,3 e log 36 ≅1,6 log 2 ≅ 0,3 e log 36 ≅1,6 , então log3≅:
a) 0,4.
b) 0,5.
c) 0,6.
d) 0,7.

3 (Enem) Nas informações veiculadas nos órgãos de comunicação quando da ocorrência de um terremoto, faz-se referência à
magnitude (M), que se refere a quantos graus o fenômeno atingiu na escala Richter. Essa medida quantifica a energia liberada
H12
no epicentro do terremoto, e em seu cálculo utilizam-se como parâmetros as medidas da amplitude sísmica (A), em micrôme-
tro, e da frequência (f ), em hertz. Esses parâmetros são medidos por aparelhos especiais chamados sismógrafos, e relacionam-se
segundo a função M = log (A × f ) + 3,3. Pela magnitude do terremoto na escala Richter, pode-se estimar seus efeitos de acordo
com o quadro, onde não estão considerados terremotos de magnitudes superiores a 7,9.

Magnitude (grau) Efeitos do terremoto segundo a escala Richter


M ≤ 3,5 Registrado (pelos aparelhos), mas não perceptível pelas pessoas.
3,5 < M ≤ 5,4 Percebido, com pequenos tremores notados pelas pessoas.
5,4 < M ≤ 6,0 Destrutivo, com consequências significativas em edificações pouco estruturadas.
6,0 < M ≤ 6,9 Destrutivo, com consequências significativas para todo tipo de edificação.
6,9 < M ≤ 7,9 Destrutivo, retiraram os edifícios de suas fundações, causam fendas no solo e danificam as tubulações contidas no subsolo.

Um terremoto teve sua amplitude e frequências medidas e obteve-se A = 1 000 micrômetros e f = 0,2 hertz.
Use -0,7 como aproximação para log (0,2).
Disponível em: <www.mundoeducacao.com.br>. Acesso em: 11 jul. 2012. (Adaptado).
Considerando o quadro apresentado, e analisando o resultado da expressão que fornece a magnitude desse terremoto, con-
clui-se que ele foi
a) registrado, mas não percebido pelas pessoas.
b) percebido, com pequenos tremores notados pelas pessoas.
c) destrutivo, com consequências significativas em edificações pouco estruturadas.
d) destrutivo, com consequências significativas para todo tipo de edificação.
e) destrutivo, com consequências nas fundações dos edifícios, fendas no solo e tubulações no subsolo.

4 (PUC-RS) Uma turma de uma escola central de Porto Alegre recebeu a seguinte questão em sua primeira prova no Ensino Médio:
Um dos valores de x que soluciona a equação log2(-x2 + 32) = 4 é igual ao número de centros culturais localizados nas proximi-
dades do centro da cidade. Esse número é
a) 3. b) 4. c) 5. d) 6. e) 7.

70 Variação de grandezas
5 (Unicamp–SP) A solução da equação na variável real x, logx(x + 6) = 2, é um número:
a) primo.
b) par.
c) negativo.
d) irracional.

a2b5
6 (UFJF-MG) Sejam a, b, c e d números reais positivos, tais que logba = 5, logbc = 2 e logbd = 3. O valor da expressão log c = 3
é igual a: d

a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 0.

7 (UFPR) Suponha que a quantidade Q de um determinado medicamento no organismo t horas após sua administração possa ser
calculada pela fórmula:
H12
2t
⎛ 1⎞
Q =15⋅⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟
⎝10 ⎠

sendo Q medido em miligramas, a expressão que fornece o tempo t em função da quantidade de medicamento Q é:

15
a) t =log
Q

log15
b) t =
2logQ

Q
c) t =10 log
15

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


1 Q
d) t = log
2 15

Q2
e) t =log
225

8 (Ifal) Num determinado mês, a quantidade vendida Q de um certo produto, por dia, em uma loja, em função do dia d do mês,
é representada pela função Q =log2 d. Qual a quantidade vendida desse produto no dia 16 desse mês?
a) 0.
b) 1.
c) 2.
d) 3.
e) 4.

Variação de grandezas 71
2 ⎛E⎞
9 (UFJF-MG) A magnitude de um terremoto, na escala Richter, é dada por M = log⎜⎜ ⎟⎟⎟ onde E é a energia liberada no evento e
3 ⎜⎝ E0 ⎟⎠
H12
E0 é uma constante fixa da para qualquer terremoto. Houve dois terremotos recentemente: um ocorreu no Chile, de magnitude
M1 = 8,2, e outro, no Japão, de magnitude M2 = 8,8, ambos nessa escala.
Considerando E1 e E2 as energias liberadas pelos terremotos no Chile e no Japão, respectivamente, é CORRETO afirmar:

E2
a) =100
E1
E2
b) =1
E1
E2
c) 0 < <1
E1
E2
d) 1< <10
E1
E2
e) >10
E1

PARA AMPLIAR
Além das equações logarítmicas, como nas de primeiro e segundo grau, temos os sistemas e as
inequações. Colocaremos dois exemplos de como eles são resolvidos quando envolve logaritmo.
Sistema

⎧⎪ log 10 x − log 10 y = log 10 2



⎩⎪ 4 x−y = 16

Solução:
▶ Condições de existência: x > 0 e y > 0
▶ Preparação do sistema:
⎛ x⎞ x
log10 x – log10 y = log10 2 ⇒ log10 ⎜ ⎟ = log10 2 ⇒ = 2 ⇒ x = 2y
⎝ y⎠ y
4 xy = 16 ⇒ 4 xy = 4 2 ⇒ x – y = 2

⎧ x = 2y

▶ Resolvendo o sistema: ⎪⎨ ⇒ 2y – y = 2 ⇒ y = 2

⎪ x−y = 2

x = 2y ⇒ x = 2 (2) ⇒ x = 4

▶ Verificação: x = 4 > 0 e y = 2 > 0

S = {( 4, 2)} .

72 Variação de grandezas
Inequa•‹o
Log2 (x + 1) > log2 6

–1
I

II
5
5
5
Solução:
▶ condição de existência: x + 1 > 0 ⇒ x > - 1 I
▶ base a = 2 (a> 1) → mantém-se o sentido da desigualdade:

log2 (x + 1) > log2 6 ⇒ x + 1 > 6 ⇒ x > 5 II

▶ quadro de resolução (as condições 1 e 2 devem ser satisfeitas simultaneamente):

S = {x ∈ IRn x >5} .

FUNÇÃO LOGARÍTMICA
No capítulo anterior, em um dos seus tópicos, vimos função exponencial, agora veremos fun-
ção logarítmica que também apresenta inúmeras aplicações nas áreas de Física, Biologia, Químicas,
Matemática Financeira, entre outras. Essa função é função inversa da função exponencial de base a
é a função loga: IR+ → IR, que associa a cada número real positivo x o número real loga x, chamado
logaritmo de x na base a, com a real positivo e diferente de 1.
Ou seja:

Uma função f: : IR+ → IR, é chamada de função logarítmica quando existe um núme-
ro real a, com a > 0 e a ≠ , tal que f(x) = loga x = loga x, para todo x ∈ IR+*.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


Se a > 1, dizemos que f é crescente. Se 0 < a < 1, dizemos que f é decrescente.
A seguir vamos comprovar que a função logarítmica é a inversa da função exponencial e
vice-versa.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

Seja a função f : R *+ →R dada por f ( x) =log 1 x obtenha a função inversa de f.


2
Resolução:
Para obter uma função inversa substituímos o valor de x por y e o valor de y por x, e isolamos a variável
dependente y. Dessa forma, temos:
x =log 1
2

x
⎛ 1⎞
y = ⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟
⎝2⎠
x
⎛ 1⎞
Por tanto, f −1( x) = ⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟
⎝2⎠

Variação de grandezas 73
Construção do gráfico de uma função exponencial
Como afirmamos acima as funções logarítmicas podem ser classificadas como funções cres-
centes ou funções decrescentes. Recordando:

Se a > 1, dizemos que f é crescente. Se 0 < a < 1, dizemos que f é decrescente

Para a > 1
Seja uma função f : R * + → R dada por f ( x ) = log 2 x , vamos criar uma tabela para construir
o esboço do gráfico.

x f (x) = log 2 x P (x, y)

1 0 (1, 0)

2 1 (2, 1)

4 2 (4, 2)

y 3

-1 1 2 3 4 x

-1

-2

Na função acima percebemos que na medida que o valor de x aumenta, o valor da função
também aumenta. Dessa forma, se escolhermos dois valores do domínio, x1 e x2, com x1 < x2 então
f (x1) < f (x2). Nesse caso, podemos afirmar que a função é crescente.

74 Variação de grandezas
Para 0 < a < 1
Consideremos uma função f : R * + → R dada por f ( x ) = log 1 x , iremos montar um quadro e
construir o esboço do gráfico. 2

y
4

x f(x)= log 1 x P (x, y)


2
2
1 0 (1, 0)

2 -1 (2, –1)

4 -2 (4, –2)
-1 1 2 3 4 x

-1

-2

Na função acima percebemos que na medida que o valor de x aumenta, o valor da função
diminui. Escolhendo dois valores do domínio, x1 e x2, com x1 < x2 temos que sempre f (x1) > f (x2).
Nesse caso, podemos afirmar que a função é decrescente.
A fim de generalizarmos, temos:

Uma função logarítmica, do tipo f : ! * + → ! , tal que f ( x ) = log a x , é


crescente se a > 1 e uma função logarítmica é decrescente se 0 < a < 1 .

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


Função crescente Função decrescente
a>1 0<a<1

y
y

Variação de grandezas 75
PARA CONSTRUIR
1 As funções logarítmicas f e g são dadas por f(x) = log3 x e g(x) = log4 x, sendo assim calcule:
a) f(9)

b) g(4)

2 Esboce os gráficos das funções:

a) f ( x ) = log x 3 +1

b) f ( x ) = log 1 x +1
3

76 Variação de grandezas
c) f ( x ) = log 3 (x 1)

d) f ( x ) = log 1 (x +1)
3

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


3 (Uerj) A inflação anual de um país decresceu no período de sete anos. Esse fenômeno pode ser representado por uma função exponen-
cial do tipo f ( x ) = a.b x , conforme o gráfico abaixo. Determine a taxa de inflação desse país no quarto ano de declínio.
H12
y (%)
960

7,5

0 4 7 x (anos)

Variação de grandezas 77
TECNOLOGIA
GeoGebra
Como fizemos no capítulo anterior, vamos construir, analisar e concluir como se comportam as
funções exponenciais e logarítmicas utilizando o GeoGebra.

Da mesma forma, seguiremos os seguintes passos:

1º) Digite no campo ENTRADA a função log x (lembre-se que é base 10);

2º) Observe o gráfico e responda:


▶ Ela é crescente ou decrescente?
▶ Encontre 2 pontos que satisfaçam a função.

3º) Agora, digite a função exponencial que é inversa à anterior: 10x.


▶ O que você observa em relação às duas funções?
▶ Qual delas corta o eixo x? Em que ponto?
▶ Qual delas corta o eixo y? Em que ponto?
▶ Existe uma simetria entre elas?

LAB212
6
5

3
2
1

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
-1
-2

-3
-4
-5
-6

f(x) = log10(x) g(x) = 10x

4º) Digite agora log 1 x e observe o gráfico.


2

▶ Ela é crescente ou decrescente?


▶ Encontre 2 pontos que satisfaçam a função.
x
▶ Mude o logaritmando para: e para 2x
2
▶ Observe o que aconteceu com os gráficos.
▶ Encontre as funções inversas das opções acima.

78 Variação de grandezas
FAÇA VOCÊ MESMO
1 Dados f (x) = log3 (x + 1), g (x) = 4 + log2 x e h (x) = log 2x, determinar:
a) f(2)

b) g(2)

c) h(5)

(Insper-SP) Leia o texto para responder às questões 2 e 3.


Psicólogos educacionais podem utilizar modelos matemáticos para investigar questões relacionadas à memória e retenção
da informação. Suponha que um indivíduo tenha feito um teste e que, depois de t meses e sem rever o assunto do teste,
ele tenha feito um novo teste, equivalente ao que havia feito anteriormente. O modelo matemático que descreve situação
de normalidade na memória do indivíduo é dado por y = 82 12 log(t +1), sendo y a quantidade de pontos feitos por ele no
instante t.
2 Após t meses da aplicação do teste inicial, a pontuação de um indivíduo no novo teste caiu para 70 pontos. Assim, é correto
concluir que esse novo texto ocorreu t meses após o primeiro teste, com t igual a:
H12
a) 11.
b) 8.
c) 15.
d) 12.
e) 9.

3 Considere agora que, após t meses da aplicação do teste inicial, a pontuação do indivíduo tenha caído 18 pontos na nova apli-
cação do teste. Adotando 10 ≈ 3,16 , t é igual a:
H12
a) 25,1.
b) 30,6.
c) 32,3.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


d) 32,4.
e) 28,8.

4 (ESPM-SP) A taxa de crescimento populacional de um país é de 2% ao ano. Utilizando os dados da tabela abaixo e consideran-
do que essa taxa permanecerá constante, podemos afirmar que a população desse país dobrará em:
H12

N log N
2,00 0,3010
2,02 0,3054
2,04 0,3096

a) 15 anos.
b) 20 anos.
c) 25 anos.
d) 30 anos.
e) 35 anos.

Variação de grandezas 79
5 (UPF-RS) Considere as funções reais de variável real, definidas por:

f ( x) =1+3x2 e g( x) =loga x

Sabe-se que, na representação gráfica das funções, as curvas interceptam-se no ponto de abscissa 2. Dessa forma, o valor de a é:
a)  2

1
b)  .
2

c) 1.

1
d) .
2

e) 2.

6 (UPF-RS) Assinale a opção que apresenta o gráfico de duas funções reais inversas.
a) b)

c) d)

80 Variação de grandezas
e)

7 (Insper-SP) Para estimar o valor de log128 7 , uma pessoa dispunha somente do gráfico da função f(x) = 2x, reproduzido ao lado fora
de escala.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


8 Utilizando os dados do gráfico e algumas propriedades das potências, essa pessoa pode concluir que log128 7 vale, aproximadamente
a) 0,1.
b) 0,2.
c) 0,3.
d) 0,4.
e) 0,5.

Variação de grandezas 81
APLICAÇÕES DE LOGARITMOS NO COTIDIANO
Nos tópicos anteriores trabalhamos com exercícios que mostram a aplicabilidade de logaritmo
nas ciências, no próximo período você terá a oportunidade de trabalhar com a aplicação mais
comum, que se trata do estudo de juros compostos. Agora vamos nos aprofundar um pouco mais!

Química: PH
Nível de acidez e alcalinidade das soluções
No estudo das soluções e reações químicas é de extrema importância saber se uma solução é
ácida, alcalina ou neutra. As soluções ácidas apresentam sabor azedo, reagem com alguns metais,
produzindo hidrogênio e conduzem eletricidade, são exemplos o vinagre, suco de limão e suco de
laranja e entre outros. Uma solução alcalina ou básica apresenta característica adstringente e em
soluções aquosas conduzem eletricidade, por exemplo, a soda cáustica, o amoníaco, banana etc.
Já as soluções neutras não são nem ácidas, nem básicas, sendo exemplos a água pura, açúcar e o
sal de cozinha.
Segundo a teoria de Arrhenius (1859 – 1927), quando uma solução libera como único cátion o
H+ ou (H3O+), em meio aquoso, é considerada ácida, quanto maior a quantidade liberada do cátion
pela solução maior será o nível de acidez. Analisando esse efeito o bioquímico dinamarquês Peter
Lauritz Sorensen (1868 – 1939) propôs um modelo de escala logarítmica para medir a concentração
hidrogeniônico (H3O+(aq)) denominada de potencial hidrogeniônico, conhecido por pH, portanto
temos que pH = – log[H+], sendo [H+] a concentração do cátion de H+ presente na solução. Quanto
menor o pH da solução maior será a concentração hidrogeniônica e maior sua acidez.
Já as soluções básicas em meios aquosos, liberam como único ânion a hidroxila (OH–(aq)), sendo
assim quanto maior a concentração de hidroxila maior será o nível alcalino da solução. A escala para
medir o nível de alcalinidade de uma solução é chamado de potencial hidroxiliônico, ou simplesmen-
te de pOH. Para determinar o pOH, temos que pOH = – log[OH–], sendo [OH–] a concentração do
ânion de OH– presente na solução.
Apresentamos a seguir algumas soluções utilizadas no cotidiano com a informação do seu pH
aproximado:

LAB212
ESCALA DE PH
0,1 6,4 12,6
2,0 4,5 8,5 10,0
Sabonete Alvejante
X Limão 13,0
HCL Tomate Ovo 11,6
Ácido 0,8 2,4 Leite 10,5
clorídrico 5,5 7,0 9,0
+ - X
Água
Ácido sulfúrico Água da sanitária
da bateria de torneira Leite de
automóveis Vinagre Água de Soda magnésia Amônia
chuva cáustica

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

abaixo de 7 igual a 7 acima de 7

Ácido Neutro Alcalino

Escala de pH com exemplos de soluções com pH próximo ao indicado

82 Variação de grandezas
O aparelho que mede o PH, chama-se Phmetro:

SHUTTERSTOCK/ CHOKSAWATDIKORN
Cientista utilizando um Phmetro.

Terremotos e a escala Richter


A escala Richter foi desenvolvida pelos cientistas estadunidenses Charles F. Richter e Beno Gu-
temberg, em 1935. Os estudos de Richter e Gutemberg analisaram os dados de vários episódios de
terremotos e ondas sísmicas, coletando informações para a elaboração de um modelo de uma escala,
o qual possibilita mensurar a magnitude dos terremotos.
A escala visa quantificar a magnitude do terremoto através da energia liberada no momento
do acontecimento, por meio de uma função logarítmica de base 10. Assim tem-se que o terremoto
de grau 6 tem intensidade 10 vezes maior que um terremoto de grau 5 e 100 vezes maior que um
terremoto de grau 4.
Na teoria não existe um limite para a escala, no entanto o maior terremoto já registrado na
história aconteceu em 1960, na cidade de Valdívia, no Chile. O terremoto em Valdívia apresentou
uma escala de 9,5 graus e ocasionou diversos prejuízos à cidade e provocou a morte de 5 700 pessoas.
A magnitude de um terremoto é dada pela equação:
2 ⎛E⎞
M = ⋅log ⎜ ⎟ , sendo M a magnitude o terremoto, E a energia liberada e E0 uma constante dada
3 ⎝ E0 ⎠

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


por 7,0 . 10 KWh.
–3
SHUTTERSTOCK/ KURNIAWAN RIZQI

Destruição provocada por terremoto


em Lombok, na IndonŽsia, em 2018.

Variação de grandezas 83
A escala do Richter apresenta a seguinte tabela quanto a magnitude dos terremotos:

Magnitude e efeitos dos eventos


Classificação Magnitude Efeitos

Microssismos < 2,0 Microtremor de terra, não se sente.

Muito pequeno 2,0 – 2,9 Geralmente não se sente, mas é detectado/registrado.

Pequeno 3,0 – 3,9 Frequentemente sentido, mas raramente causa danos.


Tremor notório de objetos no interior de habitações, ruídos de choque entre
Ligeiro 4,0 – 4,9
objetos. Danos importantes pouco comuns.
Pode causar danos maiores em edifícios mal concebidos em zonas restritas.
Moderado 5,0 – 5,9
Provoca danos ligeiros nos edifícios bem construídos.
Forte 6,0 – 6,9 Pode destruir zonas em um raio de até 180 quilômetros em áreas habitadas.

Grande 7,0 – 7,9 Pode causar danos graves em zonas mais vastas.

Importante 8,0 – 8,9 Causa danos em um raio de centenas de quilômetros.

Excepcional 9,0 – 9,9 Devastas zonas em raio de milhares de quilômetros.

Extremo > 10,0 Nunca foi registrado.

As principais causas de terremotos são falhas geológicas, vulcanismos e encontro de placas tec-
tônicas. O Brasil está localizado no centro da placa tectônica Sul Americana, esta possui 32 milhões
de quilômetros quadrados, portanto, não temos o histórico de terremotos com níveis elevados no
Brasil, isso não significa que não acontecem terremotos ou abalos sísmicos no território brasileiro.
Por ano, acontecem centenas de abalos sísmicos, devido aos desgastes na placa tectônica, pro-
movendo possíveis falhas geológicas, porém a magnitude desses terremotos é pequena e quase não
são sentidos. O mais intenso terremoto brasileiro ocorreu no Mato Grosso, na Serra do Trombador,
registrando uma magnitude de 6,6 graus. A região é pouco povoada e não apresentou vítimas e nem
danos matérias.

Terremotos x Tsunamis
Quando rochas da litosfera são submetidas a altas tensões e se acomodam geram terremoto
ou sismo. Essas ondas sísmicas partem em todas as direções a partir do hipocentro (foco). Acima do
foco, na superfície encontramos o epicentro. É a partir dele que as ondas de choque fazem com que
o solo se mova, de cima para baixo e de um lado para o outro, em movimentos cíclicos, gerando “on-
das”. Quando o epicentro se encontra abaixo do oceano pode resultar um maremoto ou um tsunami.

PARA AMPLIAR
Por que pontes projetadas para suportar tsunamis acabaram ruindo?
Engenheiros das universidades de Oregon e Nevada, nos EUA, constataram que os
modelos técnicos de avaliação usados atualmente não são capazes de avaliar se pontes
e viadutos resistirão ao impacto de grandes inundações provocadas por tsunamis ou
enchentes repentinas.
Motivados em parte por centenas de pontes destruídas durante tsunamis recentes
na costa do Japão e no Oceano Índico, Denis Istrati e seus colegas estabeleceram um
novo entendimento da física em ação quando uma onda atinge uma ponte ou viaduto.
Por que pontes projetadas para suportar tsunamis acabaram ruindo? Inovação Tecnol—gica, 18 jan. 2019.
Disponível em: <https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=engenheiros-descobrem-
pontes-nao-resistiram-tsunamis&id=010170190118#.XFBFvFxKjIW>. Acesso em: 29 jan. 2019.

84 Variação de grandezas
As ondas gigantes
“Tsunami” (termo japonês)

LAB212
Um terremoto provoca um tremor no mar

Se forma uma vibração e uma onda se propaga A água e aspirada e recua da borda

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


abaixo da superfície a grande velocidade

Ao se aproximar da costa, ondas gigantes de formam

Variação de grandezas 85
Medida do nível sonoro
Houve, nos últimos anos, um expressivo aumento do ruído humano produzido por automóveis,
indústrias e tantos outros agentes da poluição sonora.
Para mensurar a intensidade sonora houve a necessidade de criar uma unidade de medida, que
se chama decibéis (dB), nome dado por Alexandre Graham Bell.
Essa intensidade ou volume do som, indica a potência transportada pela onda sonora ao atingir
uma determinada área, é representada pela letra I e expressa por watts por metro quadrado (W/m2).
Conhecido como limiar de audibilidade é o valor mínimo de intensidade de som, abaixo do
qual o ouvido humano é impossível de ouvir e vale em média: 10–12 W/m2 e representado por I0.
O cálculo do nível sonoro ou intensidade N, medido por decibéis, é dada pela função:

⎛I⎞
N = 10.log ⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟ , onde I a intensidade do som correspondente ao nível N e Io a constante que
⎝ I0 ⎟⎠
representa o nível do limiar de audibilidade.

Medicamentos (meia-vida)
A bula de um medicamento traz entre outras coisas a composição química do remédio,
informações técnicas e para o paciente a posologia, reações etc.
Entre as informações técnicas uma é muito importante: a meia-vida do medicamento,
que indica, após a introdução, o tempo em que ele se reduz a 50% do que tinha no organis-
mo do paciente. Esse tempo dá uma estimativa da duração em que o princípio ativo atua
sobre determinadas células ou efeito farmacológico, servindo de parâmetro para os médicos
e para a indústria farmacêutica.
Vamos pegar como exemplo, um antibiótico muito conhecido: a amoxilina, sua meia-
-vida é de aproximadamente 1,3h.
O que isso significa?
Significa que a cada 1h18min, a quantidade desse medicamento se reduz a metade no
nosso organismo.
A quantidade de amoxilina no organismo depende dos números de meias-vidas e é
500
calculada através da função: q( n) = n , onde q(n) representa a quantidade de amoxilina
2
transcorrida em n meias-vidas, e k uma constante indicada pela posologia do medicamento.

PARA CONSTRUIR
1 Realize uma pesquisa de cinco soluções utilizadas no cotidiano e determine o pH das soluções.
H12

H33

2 Quais outros indicadores poderiam ser utilizados para medir o pH de uma solução? E quais são suas faixas de viragem?
H33

86 Variação de grandezas
3 (Ifal) Nas análises químicas de soluções, o pH é muito utilizado e, através dele, o químico pode avaliar a acidez da solução. O pH de
uma solução, na verdade, é uma função logarítmica dada por:
H12
pH =−log ⎡⎣⎢ H + ⎤⎦⎥

Onde: ⎡⎢⎣H+ ⎤⎥⎦ é a concentração de H+ na solução (concentração hidrogeniônica). Tendo em vista essas informações, se uma solução
apresentou pH 5, podemos dizer que a concentração hidrogeniônica vale
a) 103.
b) 105.
c) 107.
d) 109.
e) 1011.

4 O pH, potencial de hidrogênio, de uma solução avalia o nível de sua acidez, sendo assim é de suma importância nas análises quími-
cas. O pH de uma solução, na verdade, é uma função logarítmica dada por pH=−log ⎡⎢⎣H+ ⎤⎥⎦ , sendo [H+] a concentração de íons de H+
H12
presente na solução. Sabe-se que o pH do suco de limão, uma solução acida, é igual a 2, dessa forma qual a concentração de íons de
H+ presente no suco?

5 O potencial de hidrogênio (pH) das soluções é dado pela função: pH=−log ⎡⎣⎢H+ ⎤⎦⎥ , onde [H+] é a concentração do íon de H+. Se, em
+ -7
H12 uma solução, a concentração de H é 2∙10 qual o pH dessa solução? Considere log 2 = 0,3.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


⎛ 1⎞
6 (UFPB) Sabemos que o pH de uma solução é definido por pH = log ⎜⎜ + ⎟⎟⎟ , onde H+ é a concentração de Hidrogênio de ions –
⎜⎝ H ⎠
H12
grama por litro de solução. Se uma determinada solução é tal que H+ 1,0 . 10 8 , então seu pH será:
a) 7.
b) 10- 8 .
c) 1,0.
d) 8.
e) 6.

Variação de grandezas 87
7 (Fuvest-SP) Um analgésico é aplicado via intravenosa. Sua concentração no sangue, até atingir a concentração nula, varia com o
(at+1) mg
H12 tempo de acordo com a seguinte relação c( t) = 400−k⋅log3 em que t é dado em horas e c( t) é dado em L . As constantes
a e k são positivas.
H 33
a) Qual é a concentração do analgésico no instante inicial t = 0?
b) Calcule as constantes a e k, sabendo que, no instante t =2, a concentração do analgésico no sangue é metade da concentra-
ção no instante inicial e que, no instante t = 8, a concentração do analgésico no sangue é nula.

8 (UEL-PR) O Iodo – 131 é um elemento radioativo utilizado em medicina nuclear para exames de tireoide e possui meia vida de 8
dias. Para descarte do material contaminado com 1g de Iodo – 131, sem prejuízo para o meio ambiente, o laboratório aguarda
H12
que o mesmo fique reduzido a 10-6 g de material radioativo. Nessas condições, o prazo mínimo para descarte do material é de:
(dado: log10 2 = 0,3)
a) 20 dias.
b) 90 dias .
c) 140 dias.
d) 160 dias.
e) 200 dias.

9 (Enem)
H12 A Escala de Magnitude de Momento (abreviada como MMS e denotada como MW), introduzida em 1979 por Thomas Haks e
Hiroo Kanamori, substituiu a Escala de Richter para medir a magnitude dos terremotos em termos de energia liberada. Menos
conhecida pelo público, a MMS é, no entanto, a escala usada para estimar as magnitudes de todos os grandes terremotos da
atualidade. Assim como a escala Richter, a MMS é uma escala logarítmica. MW e M0 se relacionam pela fórmula:
2
Mw =10,7+ log10M0
3
Onde M0 é o momento sísmico (usualmente estimado a partir dos registros de movimento da superfície, através dos sismo-
gramas), cuja unidade é o dina.cm. O terremoto de Kobe, acontecido no dia 17 de janeiro de 1995, foi um dos terremotos que
causaram maior impacto no Japão e na comunidade científica internacional. Teve magnitude MW = 7,3.
U.S. GEOLOGICAL SURVEY. USGS Earthquake Magnitude Policy. Disponível em: <http://earthquake.usgs.gov>. Acesso em: 1 mai. 2010. (Adaptado).
Mostrando que é possível determinar a medida por meio de conhecimentos matemáticos, qual foi o momento sísmico M0 do
terremoto de Kobe (em dina.cm)?
a) 105,10.
b) 100,73.
c) 1012,00.
d) 1021,65.
e) 1027,00.

88 Variação de grandezas
10 (UEL-PR) Em relação aos tremores de terra, a escala Richter atribui um número para quantificar sua magnitude. Por exemplo,
o terremoto no Nepal, em 12 de maio de 2015, teve magnitude 7,1 graus nessa escala. Sabendo-se que a magnitude y de um
terremoto pode ser descrita por uma função logarítmica, na qual x representa a energia liberada pelo terremoto, em quilo-
watts-hora, assinale a alternativa que indica, corretamente, o gráfico dessa função.
a) b) c)

d) e)

11 (Enem)

H12 Em 2011, um terremoto de magnitude 9,0 na escala Richter causou um devastador tsunami no Japão, provocando um alerta
na usina nuclear de Fukushima. Em 2013, outro terremoto, de magnitude 7,0 na mesma escala, sacudiu Sichuan (sudoeste da
China), deixando centenas de mortos e milhares de feridos. A magnitude de um terremoto na escala Richter pode ser calculada
2 ⎛E⎞
por M = log⎜⎜ ⎟⎟⎟ , sendo E a energia, em KWh liberada pelo terremoto e E0 uma constante real positiva. Considere que E1 e
3 ⎜⎝ E0 ⎟⎠
E2 representam as energias liberadas nos terremotos ocorridos no Japão e na China, respectivamente.
Disponível em: <www.terra.com.br>. Acesso em: 15 ago. 2013. (Adaptado).
Qual a relação entre E1 e E2?
a) E1 =E2 +2 .

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


b) E1 =102 ⋅E2 .
c) E1 =1039 ⋅E2 .
d) E1 =10 7 ⋅E2 .
9
e) E1 = ⋅E2 .
7

12 (UEG-GO) A intensidade I de um terremoto, medida na escala Richter, é um número que varia de I = 0 até I = 8,9 para o maior
2 ⎛ E ⎞⎟

H12 terremoto conhecido. I é dada pela fórmula: I = 3 log ⎜⎜ E ⎟⎟⎟ , em que E é a energia liberada no terremoto em quilowatts – hora e
⎝ 0⎠
. -3
E = 7 10 kWh. Aumentando em uma unidade a intensidade do terremoto, a energia liberada fica multiplicada por um número:
a) no intervalo de 30 a 40.
b) maior que 40.
c) no intervalo de 20 a 30.
d) menor que 20.

Variação de grandezas 89
13 (UCS-RS) Terremotos costumam ser avaliados por sua magnitude e por sua intensidade. A intensidade refere-se aos efeitos das
vibrações na superfície terrestre. A magnitude é o valor obtido na escala Richter a partir da amplitude máxima das vibrações do
H12 solo a 100 Km do epicentro do terremoto.

A1
A expressão M1 – M2 = log , em que log denota o logaritmo decimal, relaciona as magnitudes M1 e M2 de dois terremotos
A2
com as amplitudes A1 e A2 das ondas sísmicas geradas.
Segundo essa expressão, a relação entre as amplitudes A1 e A2, das ondas geradas pelos terremotos de magnitudes de 9 e 6,3
ocorridos, respectivamente, em 2004 na Indonésia e em abril deste ano na Itália, é dada por:
a) A1 = 270 A2 .
b) A1 = 2,7 A2 .
c) A1 = 102,7 A2 .
d) A1 = 2,710 A2 .

14 (UFMG) Em uma danceteria, há um aparelho de som com várias caixas de som iguais. Quando uma dessas caixas é ligada no volu-
me máximo, o nível R de ruído contínuo é de 95 dB.
H12
Sabe-se que:
▶ R = 120 + 10 . log10 Is, em que Is é a intensidade sonora, dada em Watt/m2 ; e a intensidade sonora Is é proporcional ao número
de caixas ligadas;
▶ Seja N o maior número dessas caixas de som que podem ser ligadas, simultaneamente, sem que se atinja o nível de 115 dB,
que é o máximo suportável pelo ouvido humano.
Então, é correto afirmar que N é:
a) menor ou igual a 25.
b) maior que 25 e menor ou igual a 50.
c) Maior que 50 e menor ou igual a 75.
d) Maior que 75 e menor ou igual a 100.

15 (UFRN) A escala decibel de som é definida pela seguinte expressão:


H12
B = 10 log I . Nessa expressão, B é o nível do som em decibéis (dB), de um ruído de intensidade física I e I0 é a intensidade de
Io
referência associada ao som mais fraco percebido pelo ouvido humano.

Som Nível do som dB


Som mínimo 0
Raspagem de folhas 10
Sussurro 20
Conversa normal 60

De acordo com a expressão dada e a tabela, pode-se concluir que, em relação à intensidade de uma conversação normal, a
intensidade do som de uma orquestra é:
a) 1 000 vezes superior.
b) 200 vezes superior.
c) 100 vezes superior.
d) 2 000 vezes superior.

90 Variação de grandezas
FAÇA VOCÊ MESMO
1 E1
(PUC–MG) As indicações R1 e R2 de dois terremotos na escala Richter, estão relacionados pela fórmula: R1 – R2 = log10
, em que
E2
H12 E1 e E2 medem as respectivas energias, liberadas pelos terremotos em forma de ondas que se propagam pela crosta terrestre.
Nessas condições, se R1 = 8,5 e R2 = 7, é correto afirmar que a razão entre E1 e E2, nessa ordem, é igual a:
a) 10,5.
b) 1,5.
c) 100,5.
d) 101,5.

2 (ESPM-SP) Certo tipo de planta tem seu crescimento aproximado pela função h(x) = log3 (x + 1), onde x é o número de dias após
a germinação e h(x) é a altura da planta em cm. Assim podemos dizer que a altura dessa planta após 2 anos de germinação será
H12
de aproximadamente:
a) 4 cm.
b) 5 cm.
c) 6 cm.
d) 7 cm.
e) 8 cm.

3 (UFMT) A magnitude de um terremoto é medida na escala Richter. Considere que as magnitudes M1 e M2 de dois terremotos

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


H12 estão relacionadas pela fórmula: M1 – M2 =
E1 , onde E e E são as medidas das quantidades de energia liberada pelos terremotos.
1 2
E2
Em 1955, ocorreu um terremoto no norte de Mato Grosso e, em 2004, um outro na ilha de Sumatra, na costa da Indonésia, que
libertaram as quantidades de energia E1 e E2, respectivamente. Admitindo-se que E1 foi equivalente à milésima parte de E2 e
que o terremoto ocorrido na ilha de Sumatra teve Magnitude M2= 9, qual a magnitude M1 do terremoto ocorrido no norte de
Mato Grosso?
a) 6.
b) 5.
c) 7.
d) 4.
e) 3.

Variação de grandezas 91
4 (PUC–RS) Tales, um aluno do Curso de Matemática, depois de terminar o semestre com êxito, resolveu viajar para a Europa. Tales
caminhou muitas vezes sobre a ponte Carlos, em Praga, para admirar as estátuas que estão espalhadas ao longo da ponte. Para
descobrir o número de estátuas existentes sobre a ponte, ele teve que resolver a equação log2 (3x – 30) – log2 x = 1.
Ele concluiu que o número de estátuas é:
a) 31.
b) 30.
c) 16.
d) 15.
e) 10.

5 (Vunesp) A expectativa de vida em anos em uma região, de uma pessoa que nasceu a partir de 1 900 no ano x ( x ≥ 1 900), é dada por:
H12 L(x) = 12 (199 log10 x – 651). Considerando log10 2 = 0,3, uma pessoa dessa região que nasceu no ano 2 000 tem expectativa de viver:
a) 48,7 anos.
b) 54,6 anos.
c) 64,5 anos.
d) 68,4 anos.
e) 72,3 anos

6 (Uneb–BA) A magnitude aparente de um astro de brilho B é definida a partir de uma referência B0 por meio da fórmula
⎛ ⎞
H12 M = log2 ⎜⎜ B ⎟⎟ , com a seguinte convenção: “a magnitude aumenta em 5 quando o brilho é dividido por 100”. Nessas condições, con-
⎜⎝ B ⎟⎟⎠
0
siderando-se log 2 = 0,30 e log 3 = 0,48, pode-se afirmar que a magnitude aparente da lua, em B = 1,2 x 105 B0, é igual a:
a) – 12,9.
b) – 12,7.
c) – 12,5.
d) – 12,3.
e) – 12,1.

92 Variação de grandezas
VOCÊ É O AUTOR
A Música e os Logaritmos

A ESCALA MUSICAL E O NOSSO DIA A DIA


Quando nos deparamos com os conteúdos matemáticos não conseguimos imaginar onde
eles estão presentes no mundo a nossa volta... imagine se o assunto for logaritmo.
No decorrer deste capítulo exemplificamos algumas aplicações dos logaritmos no coti-
diano, como:
▶ Química: com o valor do PH das soluções em química, onde a acidez ou a alcalinidade de
uma solução são medidas por uma escala Logarítmica.
▶ Acústica: para o cálculo do volume sonoro de um ambiente é adotada uma unidade chamada
de Bell. Como o Bell é uma unidade muito grande adota-se o decibel. O ouvido humano não
responde linearmente às intensidades sonoras, mas ao logaritmo desta intensidade sonora.
▶ A escala Richter: é a medida da magnitude de um abalo sísmico, de um terremoto.

A escala musical temperada divide o espaço de vibrações sonoras compreendido por duas
frequências de notas musicais, uma sendo o dobro da outra em 12 intervalos musicais iguais. Pode
ser definida, matematicamente, como uma progressão geométrica cujo primeiro termo é a frequência
da nota escolhida, com valor de razão: 1.0594631 em decorrência da divisão de uma oitava em 12
intervalos.
Sendo assim, se usarmos a nota dó como 16,352 Hz (Hertz) e formos multiplicando sucessiva-
mente pelo número 1.0594631 obteremos todas as frequências das notas musicais da escala temperada,
culminando com a primeira nota da oitava seguinte, que é o dobro do valor inicial, igual a 32,704 Hz.
O Hertz é uma unidade de frequência usada no sistema internacional de unidades (SI), equivalente
à frequência de um fenômeno periódico cujo período tem a duração de um segundo.
Se percorrermos a escala segundo esses valores, vamos caminhar de meio em meio tom.

Observe:
▶ do = 196,0000 Hz
▶ do#= 196,0000 x 1,0594631 = 207,6548 Hz
▶ re = 207,6548 x 1.0594631 = 220,0025 Hz
▶ re# = 220,0025 x 1.0594631 = 233,0846 Hz
▶ mi = 233,0846 x 1.0594631 = 246,9445 Hz
▶ fa = 246,9445 x 1.0594631 = 261,6286 Hz
▶ fa# = 261,6286 x 1.0594631 = 277,1859 Hz
▶ sol = 277,1859 x 1.0594631 = 293,6682 Hz
▶ sol# = 293,6682 x 1.0594631 = 311,1206 Hz
▶ la = 311,1206 x 1.0594631 = 329,6314 Hz
▶ la# = 329,6314 x 1.0594631 = 349,2323 Hz
▶ si = 349,2323 x 1.0594631 = 369,9987 Hz
▶ do2 = 369,9987 x 1.0594631 = 392,0000 Hz (2 vezes maior que a frequência do dó anterior)
▶ (# representa sustenido)

Variação de grandezas 93
Mas como podemos chegar à conclusão que o valor do intervalo é de 1,0594631?
Para que possamos deduzir o valor, é necessário que saibamos realizar operações com radicais, e saber que na escala temperada os
valores de intervalos são iguais. Sendo assim, temos como dedução de que o valor de cada nota é obtido pela multiplicação sucessiva
do valor i até que resulte igual a 2.
Os termos assim obtidos constituem uma progressão geométrica de razão 1,0594631

i = intervalo

i12 = 2 porque em uma oitava após percorrer 12 intervalos a frequência dobra.


1
Logo i = 12
2 ou i = 2 12 i = 1,0594631

i = 1,0594631

Os trastes
Os trastes são pequenas divisões metálicas que existem nos instrumentos de corda, como: violão, baixo, guitarra e bandolim, entre
outros, e são usados para dimensionar as vibrações das cordas dos instrumentos.
Os trastes obedecem a uma lei matemática e a sua distribuição é logarítmica.
Mas podemos também calcular estas distâncias entre os trastes, imaginando que se fosse possível ao ser humano ouvir a partir de
1 ciclo por segundo, ou 1 Hz, a fórmula abaixo traduziria um espectro de frequências de 1 a 2 Hertz –, largura de uma oitava.

x
⎡ 1⎤ Se x = 0 ⇒ y = 1
y = ⎢ 212 ⎥
⎢ ⎥ Se x = 12 ⇒ y = 2
⎣ ⎦
Consideramos a restrição x –, variando de zero a 12, mas não ouvimos estas frequências, mas se estendermos esse expoente x para
o valor 52, já estaremos no limiar da frequência de audição humana que é igual 20 Hz.

Sabemos da Física que o inverso da Frequência é o período T do sinal emitido.


Portanto, podemos escrever que:

1
T= x
⎡ 1⎤
⎢ 212 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
1
T=
f
E também:

−1
⎡⎡ 1 ⎤ x ⎤
T = ⎢⎢ ⎢ 212 ⎥ ⎥⎥
⎢⎣ ⎢⎣ ⎥⎦ ⎥⎦

94 Variação de grandezas
T é o tempo de execução de um ciclo completo de cada oscilação produzida. Se x = 0, T = 1, podemos imaginar uma escala cujo
comprimento seja igual a 1, ou multiplicando esse valor por um outro valor escolhido que definirá o comprimento total da escala, onde
se apoiarão as cordas soltas do instrumento.
Na leitura de x = 0, e T = 1, significa que não estamos vibrando nenhuma corda, com o dedo em nenhum traste, mas estamos
vibrando as cordas soltas, suportadas nos dois apoios do instrumento.
Sendo assim, para calcularmos os comprimentos das cordas ao longo dos trastes, basta multiplicar os valores encontrados aplicados
à fórmula abaixo, pelo comprimento da escala escolhido. (Ce), escrevendo a fórmula assim:

−1
⎡⎡ 1 ⎤ x ⎤
tn = Ce ⎢⎢ ⎢ 2 12 ⎥ ⎥⎥
⎢⎣ ⎢⎣ ⎥⎦ ⎥⎦

tn = Comprimento da corda até o traste de ordem n


Ce = Comprimento da escala – distância entre os dois suportes das cordas soltas.
x = Ordem do traste

Estes exemplos nos levam a perceber que onde temos uma equação que tem um expoente, aí temos um logaritmo.
Quando falamos, cantamos, tocamos instrumentos, ouvimos o canto de um pássaro, ou uma música no rádio, podemos verificar
a presença de logaritmos!
Agora que você já entendeu um pouco o papel dos logaritmos na música, vamos desenvolver um projeto.

SHUTTERSTOCK/ INTUERI

Variação de grandezas 95
VOCÊ É O AUTOR
E sabendo que o tamanho de corda até o último traste – ordem 12 – é de 100 cm ou
seja Ce=100, com a corda solta, calcule:
▶ o esboço do seu violão;
▶ considere que ele terá 12 trastes formando onze “casas”, entre eles;
▶ o tamanho da corda até os outro 11 trastes anteriores, tendo como ordem 1, 2, 3, ... , 11.
Registre os cálculos abaixo.

t1

t2

t3

t4

t5

t6

t7

t8

t9

t10

t11

t12

t13

t14

t15

t16

t17

t18

t19

t20

96 Variação de grandezas
775170

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