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CONTOS DO CASULO
Contos do Casulo
outubro/ 2019
Este livro é uma obra de Jorge Casulo
Todos os direitos reservados
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CONTOS DO CASULO
Casulo
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O início do fim
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Um flerte
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Nada pode ser tão mortal quanto o silêncio de uma Deusa. Por muito
tempo acreditei que meu pecado fosse mortal, mas pude reparar que minha
postura não foi diferente da postura da deusa.
”Teu silêncio
Tempestade fria
Minhas noites
Sempre vazias
Coração amargurado
Afogado em meu pecado
Percebo que saudade e solidão
Caminham lado a lado.”
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“Solidão
Me dê um abraço mais apertado
Tá um pouco frio hoje”
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“Garçom
A vida é fria como os goles de solidão que te peço.
Mais uma dose, por favor”
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“Linda
Pouco tempo se passou
Você chegou até aqui
Tudo mudou
Eu já conheço bem
Esse olhar que me fascina
Teu sorriso me alucina
Minha neném”
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CONTOS DO CASULO
A solidão ainda existia, me via muito sozinho e meus amigos onde esta-
riam? Simplesmente sumiram, restando apenas um que foi o maior responsá-
vel pela minha recuperação. O Jone é foda!
Por várias vezes vi o Jone chorando, preocupado, louco e apavorado devi-
do ao estado deplorável que eu me encontrava. Amo demais esse moleque!
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CONTOS DO CASULO
Aos poucos fui retomando a direção da minha vida. Achava que estava
pronto para um novo relacionamento e por algumas poucas vezes tentei me
aproximar de algumas garotas, mas não obtive sucesso.
“A solidão é um deserto
Onde tudo desapareceu
As paixões não acontecem
Elas pensam que meu coração é teu
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Ah Deusa do gueto...
Você é linda pra valer.”
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“Ela é de paz
Ela é de guerra
Ela é leoa
Ela é favela
Black Rapunzel”
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CONTOS DO CASULO
Morte Morena
Quantos corações ceifou pra si?
Na tua sombra
Apenas um se refrigera em ti.
Ah Dona Morte
Morena é sua cor
Me conte os segredos
Que pra ninguém contou
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Ah Morte Morena
Não me mate nesse poema
Juro, não quero problemas
Mas não temo a Morte...Morena
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A quarta, um desejo
Confuso receio
De te recitar
Inspiração me envenena
Constrangido poema,
Vai me perguntar
Sobre a quinta?
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CONTOS DO CASULO
Passa
O tempo passa e em tua graça me encontro
Entre fadas e histórias, lutas e glórias
Meu preferido, meu conto
Fonte de vida
Teu é o meu coração
Fonte do amor eterno
Minha inspiração”
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Para minha amiga Vanilsa.
“Surpresa de março
Caber em seu espaço
Sentir o teu toque
Dançar em teu abraço
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Para uma gauchinha linda
“Linda flor
Em um mundo tão cinza
Sua cor
Alva
Da menina, a pureza
Da mulher, a grandeza
Da alma, a leveza
Leve
Leve-me”
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CONTOS DO CASULO
”Linda Rosa
Encantador é teu aroma
Entre tantas delícias
Teu cheiro
Teu jeito
Desnuda-te
Mostre sua alma
Os espinhos não te pertencem”
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CONTOS DO CASULO
“É estranho
O tempo não deixa brecha
É medonho
Preciso ter pressa
É ridículo
Meu olhar, uma flecha
E você...
Só uma menina que vi crescer
Não é pecado te desejar
Pecado é não reconhecer
Que mulherão da porra
Se tornou você”
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Ressocializando
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Lembro que numa noite de domingo recebi uma mensagem via Whatsapp,
era uma garota que não via há anos, vizinha de um grande amigo meu que
morava em Bangu, porém, ela nasceu e morou por muitos anos no bairro onde
moro.
A mensagem chegou por volta das 23:00 h, ela com certo espanto me
perguntou desde quando eu estava solteiro. Putz... já havia se passado um
ano, dessa mesma forma a respondi. Ela me disse que estava numa festa
próximo à minha casa e que gostaria de me ver, me convidando assim para lhe
fazer companhia.
Eu a respondi dizendo que não estava numa vibe legal, e com certeza não
estava, pois pra dispensar uma linda Deusa loira, dona de um par de olhos
que pareciam esmeraldas, com certeza eu estava louco. Ela disse que estava
tudo bem, que nos falaríamos depois.
Para minha surpresa, pouco mais de dez minutos, ela me chamou no por-
tão, ao atender, percebi que trazia consigo uma caixa de cerveja em latas, me
olhou sorrindo e disse: “Hoje a festa é nossa!
Impossível não nascer uma poesia depois de uma noite incrível!
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BINGO!
DE VOLTA AO JOGO
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“Nosso amor
Uma estação do ano
Todas as folhas já caíram
É um longo outono
Sem você”
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“Ser solitário
É estar constantemente à disposição de um amor
Não de algum que tenha partido
Mas sim, daquele que teima em não chegar”
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Aos gritos e aplausos de suas amigas bem sacanas, fui convidado pra
sentar à mesa com elas. Claro que fui, não sou bobo.
Foi tão legal ver aquela linda garota de pele preta, ficar com as bochechas
rosadas, escondendo um sorriso maravilhoso por trás dos seu lábios cobertos
por um batom cor de café, realçado pelas missangas da mesma cor aplicadas
nas pontas dos seus dreads.
Foi uma tarde incrível com muita cerveja, risadas e muito bom papo, mas
como tudo que é bom dura pouco, a Preta disse que precisava ir, pois tinha um
compromisso, mas me apontou seu prédio que ficava do outro lado da rua e
pediu pra que a acompanhasse até a entrada, enquanto isso me passava seu
telefone.
Logo em seguida, já do outro lado da rua, ela fez uma parada na sorveteria
pedindo um sorvete de passas ao rum. Infelizmente eles não tinham o sabor
que a Preta desejava, contentando-se ela com uma casquinha de chocolate.
Nos despedimos em meio às sedas que rasgamos um para o outro, com pa-
lavras de satisfação pelo domingo que foi tão legal.
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Poucas vezes nos falamos, mas vez em quando trocávamos alguns memes
via Whatsapp. Ela tinha um ótimo senso de humor, era capaz de agradar até
os homens mais sérios, ainda mais quando revelava aquele sorriso tão lindo.
Passamos meses sem ter qualquer contato, até que em um certo dia passei
em sua rua lembrando do nosso domingo incrível. Sem pensar duas vezes li-
guei pra ela que atendeu no segundo toque me dizendo estar surpresa e con-
tente pela lembrança.
Eu disse pra ela que estava com muitas saudades, pra que não demorasse
e descesse logo, pois estava muito calor e seu sorvete de passas ao rum estava
começando a derreter lambuzando minhas mãos. No mesmo momento a ouvi
gritando “Você não existe, não coma meu sorvete!
Ela desceu, me abraçou forte, tão forte e logo em seguida tomou o sorvete
das minhas mãos dizendo: Dá que é meu! Depois de umas três colheradas me
deu outro abraço bem apertado e muitos beijos deliciosamente doces e bem
geladinhos. Passamos a tarde, a noite e um pedaço da madrugada juntinhos
bem enamorados, causando inveja aos casais que passeavam pela praça do
Country Club.
Depois desse dia nunca mais nos vimos, mas fiquei muito feliz em saber
que por instantes, fui o motivo do sorriso daquela Preta linda.
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A vida se tornava cada vez mais leve, mesmo diante de tantas dificuldades,
os sorrisos tornavam-se cada vez mais constantes.
Eu estava aprendendo a viver novamente, retomando aos poucos o gosto
pela vida e restabelecer contato com as pessoas novamente, conquistar novas
amizades e resgatar as mais antigas foi a forma que encontrei para me resso-
cializar.
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“Coisas de Instagram
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“Aos 40, se torna inevitável não pagar pela bagagem extra. Desilusões amo-
rosas, amigos desleais, inimigos íntimos, mas o amor continua falando mais
alto.
Aos 40, as paixões acontecem da mesma forma que aos 15. As borboletas
continuam a voar dentro do estômago, porém, nem todo olhar é manifesto e o
tesão se torna cada vez mais honesto.
Aos 40, nem tudo agrada. A conversa precisa ser inteligente, é necessário sa-
ber ouvir sendo descrente e manter sempre a crítica em nossa mente,
Aos 40, carrego a hombridade de um rei, mesclada com a humildade de um
servo, e assim sigo a vida, preservando o dom de me manter íntegro, em dias
de reinados, em dias de escravidão. Assim eu me apresento”.
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“Posso ajudar?”
Minha alma boêmia e meu instinto vagabundo entraram logo em ação des-
ferindo a tal pergunta pra moça, arrancando-lhe uma gostosa gargalhada e a
convidando para um chope, pois ela já havia confessado que não dispensa
uma boa cerveja estupidamente gelada.
Como assim? Perguntou ela se fazendo de desentendida. Fui direto ao pon-
to e para minha alegria ela disse sim, mas com a condição de não desfilarmos
juntos por aí. Topei!
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Numa dureza de dar dó, com alguns poucos reais no bolso que mal davam
pra cerveja (Ela bebe bastante) a convidei para vir até minha casa. Marcamos
o dia e assim aconteceu nosso primeiro encontro.
Chegado o grande dia, ela me liga dizendo que já iria descer no ponto,
pedindo pra que eu não demorasse. Parti e quase simultaneamente, enquanto
eu descia o último lance de escadas da passarela, ela saltava do ônibus.
Nossa! Foi um grato susto ver quão diferente estava aquela mulher, pois a
imagem que guardava em minha mente era daquela falsa magra ao estilo de
uma bela modelo, quando na adolescência desfilava seu corpo e beleza tão
bem distribuídos em seus 1,70cm. Ela estava totalmente transformada.
Incrível como o ato de ser mãe colaborou tão divinamente esculpindo suas
curvas tão bem desenhadas, remontando um corpo realmente escultural, incrí-
vel, digno de causar inveja em qualquer mulher que se ache gostosa.
Me fascinava o volume de seus seios grandes e firmes, capazes de passar
em qualquer teste de gravidade utilizando uma caneta e estes chegavam a
gerar dúvidas sobre sua naturalidade diante de tamanha perfeição.
Sua cintura era fina ao ponto de quase permitir o encontro dos meus dedos
enquanto a segurava com as duas mãos.
Ahhh aquela bunda...
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Em seguida não muito satisfeita e no ápice da sua ira, em alto e bom tom
mandou eu me foder repetindo a expressão oral por 3 vezes sem faltar nenhu-
ma letra. Ao terminar, desligou e me bloqueou em suas redes sociais deixando
somente o WhatsApp ativo.
Bem... pelo menos não fui chamado de babaca dessa vez.
Percebi que ela, mesmo depois de tudo, ainda acompanhava meus status
quando realizava minhas postagens tocando meu violão que gosto tanto. Foi
minha vez de dar um block.
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Tô em busca de palavras
Que me aproximem do seu beijo
Teus lábios experimentar
Te quero, porra!”
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DEMISSEXUALIDADE
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Tive uma enorme sensação de paz logo após me deparar com um post no
status do Whatsapp da minha linda amiga Rosinha. O post me trazia o assunto
em questão, que antes de conhecê-lo, como indivíduo me sentia estranho e sem
entender o porquê do meu jeito. Me causava estranheza minha postura tão
diferente da maioria dos meus amigos.
Embora me considerasse um cara extrovertido, do tipo que puxa assunto
com qualquer pessoa em qualquer lugar ou momento, não conseguia entender
a necessidade em conhecer muito bem a pessoa antes do sexo.
Mesmo as mulheres mais belas e mais exuberantes não fazem com que eu
quebre o pescoço na rua para apreciar o atributo de preferência nacional.
Não é marra ou charme. Não é o mesmo de se fazer de difícil com uma
postura ensaiada, é genético, se torna um complicador qualquer lance mais
a fundo com qualquer pessoa que acabo de conhecer. Em outras palavras,
nunca me senti o rei das baladas, o macho alpha, o pegador que sai à caça às
sextas-feiras e sábados trazendo sempre uma nova presa. Uma carne nova.
Sempre frequentei bares e botecos por aí, principalmente os que dispunha
de música ao vivo e meu saudoso pai brincava com essa minha fascinação
quando me via pôr meu violão na capa e sair rumo à boemia, ele dizia que eu
me parecia com seu irmão, meu também saudoso Tio Horácio.
Assim eram minhas baladas preferidas e continuam sendo. Uma boa músi-
ca ao vivo e algumas cervejas bem geladas animam qualquer noite minha.
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Dating
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Depois de vários dias de muita conversa decidimos nos encontrar. Ela dis-
se que morava próximo ao Carioca Shopping e que perto de seu prédio havia
boas opções de bares e restaurantes e em comum acordo, marcamos o dia.
Era sábado à noite e lá estava eu na portaria principal do shopping quan-
do avistei aquela bela morena atravessar a faixa de pedestre, me avistando
trouxe consigo o sorriso mais lindo que pude vislumbrar bem de pertinho.
Ela, com seus quase 1,80cm, lançou os braços por cima dos meus ombros
enquanto eu a laçava pela cintura, nos abraçamos bem apertado por um minu-
to ou mais, embalados e encantados.
Demoramos um pouco pra decidirmos à qual bar iríamos, já que para nós
dois, qualquer um serviria e sendo assim, fomos caminhando em direção aos
bares até que escolhemos o Bar Boa Boca.
Pedimos um balde de cerveja, começamos a beber e conversar, ela bem
descontraída me matava de rir com sua performance ao som daquele karaokê,
lindamente segurava uma garrafa vazia simulando um microfone e ao mesmo
tempo jogava o outro braço para o ar acompanhando a canção “Evidências.”
Que noite incrível!
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Ela me disse que eu estava muito sério e que eu precisava me soltar mais,
embora um pouco nervoso, eu estava muito contente e curtindo demais aquela
garota incrível. Enquanto ela foi ao banheiro escrevi:
“Sanidade
É aquilo que se foi junto ao vento que borrifou em minha alma o teu cheiro.
Pouco sei sobre você,
mas seu sorriso já pagou essa conta que só aumenta.
É incrível viver esse momento contigo.
Vá com calma.
Balanço as pernas sem parar.
Meu corpo demonstra quão nervoso está.
Estou retornando de um inferno.
Astral, real, sei lá...
Você, uma linda Deusa.
Talvez em tua condição, tenha o dom de transformar demônios em anjos.”
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Paixão digital
A reinvenção do amor a distância
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De volta ao Dating
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“Antes de despertar
Cumprirei minha promessa
Uma canção pra te encantar
Minha alma que te versa
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Ela, apesar de linda, sofre com a doença do mundo moderno, para driblar
majestosamente seu distúrbio de ansiedade, ela roda o mundo em seus belos
passeios e viagens por aí.
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Agradecimentos
Agradeço à Deus pela minha sanidade e pela minha famíla tão especial que
nos momentos mais difíceis estiveram sempre ao meu lado em total apoio, meu
irmão Marco, meu amigo Jone e pelas mulheres maravilhosas e essenciais em
minha vida, minha querida mãe Erly e minha linda filha Maria Flor.
Gratidão.
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