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DOE – Poder Executivo – Seção I - 18 de outubro de 2022 –

Portaria Normativa SPTC nº 73/2022, de 14 de outubro de 2022.

Disciplina sobre os procedimentos relacionados aos Laudos da Superintendência da Policia Técnico-


Científica Considerando o Decreto-Lei nº 3.689/1941 (Código de Processo Penal);

Considerando a Lei nº 12.030/2009, que dispõe sobre as perícias oficiais;

Considerando a Lei Complementar nº 756/1994, que organiza a Superintendência da Polícia Técnico-


Científica;

Considerando a Lei nº 10.261/1968 que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado;

Considerando o Decreto nº 42.847/1998, que dispõe sobre a estrutura organizacional da


Superintendência da Polícia Técnico-Científica;

Considerando a Resolução SSP-26/2019 que estabelece quesitação mínima para requisição de


exame pericial;

Considerando a Resolução SSP 113/2001 que disciplina o atendimento a requisições de exames


periciais provenientes da Polícia Militar; e

Considerando o Parecer CJ/SSP nº 902/2013, que indica a atribuição específica de realização de


perícias criminais pelo Instituto de Criminalística,

Resolve:

Capítulo I

Das Atribuições
Artigo 1º - A Superintendência da Polícia Técnico-Científica, por meio de seus Institutos de
Criminalística e Médico-Legal, é órgão técnico-científico auxiliar da atividade de polícia judiciária e do
sistema judiciário, sendo responsável pela realização de perícias criminalísticas e médico-legais de
natureza criminal e de competência estadual. Parágrafo único. Requisições periciais desprovidas de
natureza criminal serão restituídas à origem e somente serão atendidas caso se comprove o vínculo
com ocorrência criminal.
Capítulo II
Das Requisições Periciais
Artigo 2° - Somente serão recepcionadas requisições de exames periciais de natureza criminal
encaminhadas por meio oficial e devidamente assinadas pela autoridade competente, quer por via
eletrônica oficial, quer por via impressa, oportunidade em que será apresentado comprovante de
recebimento contendo o número de registro de protocolo interno da unidade.
Parágrafo único. As unidades periciais deverão realizar o registro das requisições nos Sistemas
Gestores de Documentos e Laudos (GDL) até o primeiro dia útil subsequente ao do seu recebimento.

Artigo 3º - Poderão ser recebidas requisições periciais criminais emanadas das seguintes autoridades:
I – Autoridade Judiciária;
II – Autoridade Policial;
III – Oficial Presidente do Inquérito Policial Militar ou deprocedimento administrativo de natureza
correicional;
IV – Representante do Ministério Público;
V – Demais autoridades com prerrogativa prevista em lei e desde que as requisições não sejam
objeto de inquérito policial ou processo judicial.

Artigo 4º - Nas requisições de exames periciais deverão constar:


I – a descrição do objeto em que será realizado o exame;
II – o objetivo do exame pericial;
III – o histórico da ocorrência;
IV – o número de referência (Processo, RDO, IP ou TC);
V – quesitos pertinentes.
1º. Requisições em desconformidade serão oficialmente restituídas e terão seus registros cancelados
em 10 (dez) dias, caso não sejam complementadas. Sobrevindo as informações faltantes após esse
prazo, a unidade deverá realizar novo registro.
§ 2º. Em casos de cancelamento da requisição conforme previsto no § 1º, eventuais vestígios
coletados deverão ser encaminhados à autoridade requisitante por meio de ofício fundamentado, com
a peça lacrada.
3º. Em casos urgentes e na impossibilidade de ser informado de imediato o número de referência
relacionado no inciso
IV, o requisitante deverá fazê-lo no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas.
4º. No caso do parágrafo anterior, o Sistema de Acionamento Eletrônico de Perícias informará à
autoridade policial quanto à pendência e cancelará automaticamente o registro caso o número de
procedimento não seja fornecido em 10 (dez) dias.

Artigo 5º - Caracteriza impedimento para o recebimento de


requisições contendo peças para exame:

I – Embalagens violadas;

II–Embalagens com lacres ineficientes ou desprovidas de


lacres numerados;

III – Embalagens contendo vestígios que apresentem vazamento;


IV – Embalagens que não individualizem os vestígios e permitam contaminação entre eles;
V – Eventuais discrepâncias entre os materiais e/ou lacres descritos nas requisições e aqueles
encaminhados à perícia;
VI – Ausência de lacres anteriormente rompidos;
VII - Embalagens que não permitam visualizar os vestígios.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, deverá ser ofertado termo de devolução constando
o motivo da recusa.
Capítulo III
Dos Exames e dos Laudos Periciais
Artigo 6º - Serão regularmente atendidas as requisições que se apresentarem em consonância com
os preceitos indicados no Capítulo II desta Portaria.
1º. Na impossibilidade motivada de atendimento à requisição, o registro deverá ser cancelado e a
autoridade requisitante formalmente cientificada do cancelamento, justificando se o motivo do não
atendimento e informando sobre a necessidade de nova requisição, assim que providências que
possibilitem o atendimento tenham sido adotadas.
2º. Em casos de exames periciais que necessitem de agendamento, as autoridades requisitantes
deverão ser formalmente cientificadas sobre a data prevista para a realização do exame, indicando
dia e hora quando possível.
Artigo 7º - Em situações de perícias multidisciplinares, que exijam diversos ramos do conhecimento, o
dirigente da unidade poderá nomear comissão de peritos oficiais especialistas nas áreas afetas.
Artigo 8º - Todas as requisições de exames periciais registradas (REPs) e atendidas deverão ter os
seus laudos produzidos e expedidos dentro do prazo legal.
1º. Croquis ou desenhos esquemáticos deverão ser confeccionados e entregues ao perito oficial
responsável pelo laudo via GDL, em tempo razoável para elaboração do laudo observando o prazo
legal para expedição.
2º. Para que o prazo legal possa ser prorrogado, faz-se necessário requerimento de dilação,
devidamente fundamentado pelo perito oficial com a anuência da chefia imediata e endereçada à
autoridade requisitante.
3º. Caso haja o indeferimento do pedido de dilação de prazo, o laudo deverá ser expedido
mencionando-se expressa- mente a recusa e relatando-se eventuais limitações e prejuízos
dela decorrentes.
4º. Nos casos de relatórios de análise (RA) atrelados a laudos iniciais, caberá ao perito oficial
responsável pelo relatório o pedido de dilação.
Artigo 9º - O prazo para a expedição do laudo pericial terá início após o recebimento da requisição
devidamente formalizada.
1º. Em casos de exames agendados e que estejam forma- lizados com a requisição de exame, o
prazo para expedição será computado a partir do efetivo atendimento.
§2º. O prazo para expedição do relatório de análise terá início a partir do recebimento da solicitação
pelo perito oficial responsável por seu processamento.
Artigo 10 - Não serão expedidos laudos que não puderem ser vinculados a um procedimento policial
ou judicial (Processo, RDO, IP ou TC), consoante o artigo 4º, IV, desta Portaria.
Artigo 11 - Os laudos confeccionados serão disponibilizados em ambiente virtual específico para
download (transferência de arquivos de um servidor remoto para um computador local) ou, na
impossibilidade do acesso, por correio eletrônico oficial da unidade. Parágrafo único. Laudos
impressos serão emitidos apenas em casos excepcionais.

Capítulo IV
Da Gestão do Registro e Expedição de Laudos
Artigo 12 - É obrigatório o armazenamento de documentos relacionados a cada caso nos Sistemas
GDLs dos Institutos de Criminalística e Médico-Legal pelo servidor responsável por sua produção ou
manuseio.
1º. Entendem-se como documentos relacionados obrigatórios:
I - anotações, desenhos e croquis do caso;
II - requisições de exames periciais;
III - pedidos de dilação de prazo;
IV – memorandos e despachos;
V - ofícios, incluídos os de cobrança;
VI - mensagens, inclusive referentes a cancelamentos ou impossibilidade de
atendimento/recebimento.
2º. As fotografias legalmente obrigatórias devem ser inseridas diretamente nos laudos periciais.
Outras fotografias eventualmente confeccionadas durante os exames são de upload opcional, por
decisão do perito oficial responsável pelo laudo.
3º. As requisições oriundas do Sistema de Acionamento Eletrônico de Perícias (SAEP) para
atendimento de locais de crimes (ou relacionados a eles) não carecem de inserção no GDL.

Artigo 13 - Mensalmente os dirigentes das unidades deverão elaborar relatório com dados
provenientes do GDL sobre os laudos em atraso. O perito oficial com laudo em atraso deverá se
manifestar sobre a situação para seu chefe imediato.
1º. Considera-se laudo em atraso aquele que, provido de requisições formais, não tenha sido
expedido no prazo legal e não possua requerimento de dilação ou, caso possua, tenha
sido indeferido.
2º. Caso a REP figure injustificadamente em 2 (dois) relatórios consecutivos, sem a devida
providência do perito oficial responsável, o dirigente da unidade deverá tomar as
medidas administrativas cabíveis, dando ciência sobre o fato ao superior imediato.

Artigo 14 - Em período anterior ao início de seus afastamentos, suspensões e demissões, o perito


oficial deverá certificar-se de que foram inseridos digitalmente no Sistema GDL todos os
documentos relacionados às REPs sob sua responsabilidade, na forma do artigo 11 desta Portaria.
§1º. Caso não seja realizado o disposto no caput, o perito oficial deverá ser convocado pela chefia
para fazê-lo anteriormente ao início do período de seus afastamentos.

§ 2º. Não tendo sido anexados os documentos mencionados no parágrafo anterior, o perito oficial
será notificado e, se disso decorrer prejuízo à Instituição, deverão ser tomadas as providências
administrativas cabíveis.
§ 3 Em casos de negativa do servidor ou ex-servidor em fornecer os documentos, o chefe imediato
deverá providenciar que seja expedida notificação extrajudicial para que, no prazo de 10 (dez) dias,
seja feita a entrega de tais documentos.
§4º. Na superveniência de pedido de elaboração de laudo durante afastamento do perito oficial
responsável, em sendo cabível, a chefia imediata deverá solicitar prazo para a autoridade
requisitante. Em não sendo concedida a dilação, ou em casos de extrema urgência, poderá, então, a
chefia imediata designar a REP a outro perito oficial ou a uma comissão de peritos oficiais para
elaborar laudo indireto com base nas anotações e fotografias.
§5º. Não serão designados casos para o perito oficial durante os seus afastamentos, estando
igualmente impedido de assinar laudos e documentos administrativos oficiais no período,
salvo os de interesse particular.

Artigo 15 - Antes de protocolar pedidos de aposentadoria, ou de licença-prêmio para fins de


aposentadoria, o servidor deverá elaborar os laudos sob sua responsabilidade.
Parágrafo único. Em casos de exonerações, caso o perito oficial possua laudos pendentes e se negue
a elaborá-los anteriormente ao efetivo afastamento, deverá a Casa Censora cor- respondente ser
informada de imediato, sem prejuízo à adoção de procedimento similar ao descrito no §4º do artigo
anterior.
Artigo 16 - Não serão atendidos pedidos de transferências de peritos oficiais que possuam laudos
pendentes no Sistema Gestor de Laudos.
Artigo 17 - Para a confecção dos laudos periciais deve-se obrigatoriamente utilizar as fontes Arial ou
Times New Roman.
Capítulo V
Das Disposições Finais
Artigo 18 - O não cumprimento das disposições desta portaria sem motivo justificado será objeto de
sanções cabíveis, com encaminhamento à Casa Censora correspondente.
Artigo 19 – Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em
contrário, em especial as Portarias SPTC nºs 110/2013, 30/2015, 89/2015 e 239/2017, a Ordem de
Serviço SPTC nºs 12/2015 e 1/2018 e as Ordens de Serviço IC nºs 1/2014, 4/2015, 5/2015 e 4/2017.

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