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Colégio politécnico Bento Quirino

Trabalho vida loka parte 2

Aluno: Isaac Marinho Alves, Rodolfo Infantini Carneiro, Isabelle Rossi de Lemos
Rossato, Vinicius Oliveira de Deus Nequiz, Vinicius Fonseca Gasques de Oliveira,
Ana Lydia Rodrigues Hansen e Igor Caluzi Marcondes.

Data de entrega: 14/09/2022


Explicação e interpretação da música: Vida louca parte 2

A música começa com Kaskão (MC do grupo trilha sonora do gueto) dizendo:

[Intro: Kaskão]
Firmeza total, mais um ano se passando, aí
Graças a Deus a gente tá com saúde, aí, morô?
Muita coletividade na quebrada
Dinheiro no bolso, sem miséria, e é nóis...
Vamo' brindar o dia de hoje que o amanhã só pertence a Deus
A vida é louca!

Em seguida começa o verso 1 de Mano Brown

[Verso 1: Mano Brown]


Deixa eu falar pr'ocê: Tudo, tudo, tudo vai, tudo é fase, irmão
Logo mais, vamo' arrebentar no mundão
De cordão de elite, dezoito quilate
Pôr no pulso logo um Breitling, que tal? Tá bom?
De lupa Bausch & Lomb, bombeta branco e vinho
Champanhe para o ar que é pra abrir nossos caminho
Brown fala que logo eles irão crescer na vida e andar como magnatas. Talvez este o
sonho de todo grupo underground de rap que começa na cena.

Pobre é o diabo e eu odeio a ostentação


Pode rir, ri, mas não desacredita nã
É só questão de tempo o fim do sofrimento
Um brinde pros guerreiros, zé povinho, eu lament
Vermes que só faz peso na Terra
Tira o zói, tira o zói, vê se me erra
Brown admite que as pessoas riam dos seus sonhos de riqueza, por estarem muito
longe da realidade de fato, mas isso não quer dizer que eles nunca vão se
concretizar, Brown confia nisso e afirmar para acreditarem nele.
Eu durmo pronto pra guerra e eu não era assim
Eu tenho ódio e sei que é mau pra mi
Fazer o quê se é assim? Vida louca cabulosa
Cheiro é de pólvora e eu prefiro rosas
Brown lamenta que não tem escolha a não ser viver em uma realidade violenta como
a das grandes metrópoles brasileiras, e enfatiza que prefere uma vida pacífica (a
rosa é uma flor que representa a ausência de maldade e o amor) do que a guerra
diária na cidade (a pólvora é uma metonímia para as armas, tretas, guerras).

E eu que, e eu que sempre quis um lugar


Gramado e limpo, assim, verde como o mar
Cercas branca', uma seringueira com balança
Desbicando pipa, cercado de criança
"Ho, ho, Brown, acorda, sangue bom
Aqui é Capão Redondo, tru', não Pokémon
Zona Sul é o invés, é estresse concentrado
Um coração ferido por metro quadrado"
Brown sempre quis viver uma vida de fazendeiro, em meio a natureza, na paz, em
seguida o amigo de Brown pede a ele acordar, pois ele está sonhando com uma
situação que não vai acontecer na vida real.

Quanto mais tempo eu vou resistir?


Pior que eu já vi meu lado bom na U.T.I
Meu anjo do perdão foi bom, mas tá fraco
Culpa dos imundo do espírito opaco
Metaforicamente ele viu seu lado bom à beira da morte, na Unidade de terapia
intensiva. A morte simbólica do seu lado bom daria espaço para o seu lado mau
entrar em ação, ele não sabe quanto tempo mais irá se segurar até seu lado mau o
dominar completamente.

Eu queria ter, pra testar e ver, um malote


Com glória, fama, embrulhado em pacote
Se é isso que 'cês quer, vem pegar
Jogar num rio de merda e ver vários pular
Dinheiro é foda, na mão de favelado, é mó guel
Na crise, vários Pedra 90 esfarela
Brown ilustra o que as pessoas chegam a fazer por poder e fama.
Vou jogar pra ganhar, o meu money vai e vem
Porém, quem tem, tem, não cresça o zóio em ninguém
O que tiver que ser, será meu
Tá escrito nas estrela, vai reclamar com Deus
Você está aqui por algum propósito, essa é uma ideia forte. Não adianta ter inveja do
que o outro tem, pois seu destino já foi escrito por Deus.

Imagina nóis de Audi ou de Citröen


Indo aqui, indo ali, só pã, de vai e vem
No Capão, no Apurá, vou colar na Pedreira
No São Bento, na Fundão, no pião sexta-feira
De teto solar, o luar representa
Ouvindo Cassiano, há, os gambé não 'guenta
Mas se não der, nêgo, o quê que tem?!
O importante é nós aqui, junto no que vem
O caminho da felicidade ainda existe
É uma trilha estreita em meio à selva triste
Ele imagina um futuro promissor, carros e dinheiro. Mas se nada der certo o
importante é você ter amigos junto para poder superar todas as dificuldades da vida
e se divertir.

Quanto 'cê paga pra ver sua mãe agora


E nunca mais ver seu pivete, ir embora
Dá a casa, dá o carro, uma Glock e uma FAL
Sobe cego de joelho mil e cem degrau
Quente, é mil grau o que o guerreiro diz
O promotor é só um homem, Deus é o juiz
Brown questiona a quantidade de bens materiais que foram adquiridos por meios
ilegais e que, comparados a simples companhia de pessoas queridas, perdem o
valor. Em seguida Brown diz que o julgamento que realmente vale é aquele feito pela
entidade divina
Enquanto Zé Povinho apedrejava a cruz
E o canalha, fardado cuspiu em Jesus
Aos quarenta e cinco do segundo arrependido
Salvo e perdoado, é Dimas, o bandido
[Interlúdio]
É louco o bagulho, arrepia na hora, ó
Dimas, primeiro Vida Loka da história
Eu digo: "Glória, glória", sei que Deus tá aqui
E só quem é, só quem é vai sentir
E meus guerreiro' de fé, quero ouvir, quero ouvir
E meus guerreiro' de fé, quero ouvir, irmão
Dimas foi um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus. O ladrão que foi pregado na
cruz à direita de Jesus, aproveitou a sua última oportunidade de se entregar ao
Salvador. Referido por Brown como O Primeiro Vida Loka da História Dimas renegou
ao seu passado sombrio e se arrependeu quase no fim de sua vida para viver a “vida
eterna”.

Programado pra morrer nós é


Certo é certo, é dê no que der
Se há uma coisa certa nesta vida, é que um dia, cedo ou tarde, iremos morrer.

Então termina o verso 1 e começa o verso 2


[Verso 2: Mano Brown]
Firmeza, não é questão de luxo, não é questão de cor
É questão que fartura alegra um sofredor
Não é questão de preza, nêgo, a ideia é essa
Miséria traz tristeza e vice-versa
Inconscientemente vem na minha mente
Inteira a loja de tênis, o olhar do parceiro feliz
De poder comprar o azul, o vermelho
O balcão, o espelho, o estoque, a modelo
Não importa, dinheiro é puta e abre as porta
Dos castelo de areia que quiser
A miséria cria um ciclo vicioso, porque o sofrimento que ela causa gera tristeza,
assim como essa própria tristeza é uma miséria em si. O dinheiro comanda e quem o
possui tem o poder.

Preto e dinheiro são palavras rivais?


É? Então mostra pra esses cu como é que faz
O seu enterro foi dramático como Blues antigo
Mas de estilo, me perdoe, de bandido
Tempo pra pensar, quer parar? Que 'cê quer?
Viver pouco como um rei ou muito como um zé?
Ele pergunta para você decidir o que você quer da vida viver pouco, mas como um
rei: mentalidade de ladrões e traficantes, em que ganham muito dinheiro, mas
podem morrer no dia seguinte ou zé: mentalidade de um trabalhador pobre ou um
mendigo, que vive muito, mas ganha pouco dinheiro.

Às vez, eu acho que todo preto como eu


Só quer um terreno no mato só seu
Sem luxo, descalço, nadar num riacho
Sem fome, pegando as fruta no cacho
Aí, truta, é o que eu acho, quero também
Mas em São Paulo, Deus é uma nota de cem
Vida louca.
As aspirações de uma vida de muito luxo e riqueza para Brown não seriam tão boas
quanto uma vida simples de subsistência no mato, pois o acumulo de posses nunca
tem fim, enquanto a vida descrita por Brown é a vivência apenas com o que é
necessário para viver plenamente e com dignidade, sem a preocupação de ganhar
dinheiro, sobra tempo para buscar a felicidade.
Por final a saída de Mano Brown

[Saída: Mano Brown]


Porque o guerreiro de fé nunca gela
Não agrada o injusto e não amarela
O rei dos reis foi traído e sangrou nessa terra
Mas morrer como um homem é o prêmio da guerra
Mas ó, conforme for, se precisar
Afogar no próprio sangue, assim será
Nosso espírito é imortal, sangue do meu sangue
Entre o corte da espada e o perfume da rosa
Sem menção honrosa, sem massagem
A vida é louca, nego, e nela eu tô de passagem
À Dimas o primeiro
Saúde, guerreiro!
Brown diz que se for preciso se afogar no próprio sangue dos irmãos negros mortos
nas periferias e metrópoles ele irá se afogar, pois ele carrega o imortal espírito de
seus antecedentes e seguirá o legado de lutas, assim como Martin Luther King,
Malcom X, Bob Marley, entre outros.

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