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ALVES-COSTA (2021) Quadrinhos

ALVES-COSTA, Lucas Piter. Quadrinhos: autorialidade, práticas institucionais e


interdiscurso. [livro eletrônico]. Catu: Bordô-Grená, 2021. Disponível em:
https://shre.ink/alvescostabordogrena. Acesso em: 08 mai. 2023.

“[...] o interdiscurso é, por fim, um fenômeno de resistência contra a unificação do


sentido e dos seus meios de formação.”

Em São Paulo, foi inaugurada recentemente o espaço físico da livraria Ugra, de


quadrinhos e contracultura (como diz a placa da loja). E, curiosamente, teve como
carpinteiro o quadrinista Marcatti (autor da versão em quadrinhos d’A Relíquia (2007),
de Eça de Queiros, pela Editora Conrad). A loja já funcionava pela internet desde 2010,
mas sua sede física possibilita mudar a relação do objeto quadrinho com o seu público,
pois o local pode vir a se tornar ponto de encontro de leitores e quadrinistas.

“No entanto, a discursividade quadrinística não se limita à produção e recepção de obras


de quadrinhos e/ou em quadrinhos. Bem semelhante ao que ocorre no campo literário, a
enunciação quadrinística acontece por meio de gêneros diversos, não só por meio
daqueles considerados HQs.”

Em outros termos:

[…] uma esfera de atividade não é um espaço homogêneo: para seus usuários, ela tem
um “núcleo” e uma “periferia”, de naturezas variáveis segundo os casos concernidos. O
núcleo é constituído de gêneros de discurso que parecem os mais próximos da
finalidade que é comumente reconhecida a essa esfera [...]; mas esses gêneros são
indissociáveis de um grande número de outros, rejeitados à periferia: críticas nos
jornais, reuniões para conceder os prêmios, correspondência entre autores e editores
[…] (MAINGUENEAU, 2014, p. 66)

... notícias, reportagens, resenhas em muitos tipos de mídias – veiculadas na internet,


em jornais ou em revistas especializadas –, podcasts, entrevistas, sessões de autógrafos,
palestras, cursos e concursos de autores, livros teóricos e/ou historiográficos, catálogos
de premiações e lançamentos, exposições em galerias, venda de originais, sketchbooks,
publicidades, manifestos por direitos autorais, produtos derivados (que se resumem a
toda uma sorte de itens colecionáveis), e possivelmente muitos outros.

“faz-se necessária uma abordagem da atividade autoral integrada às práticas de outros


agentes no campo discursivo, e, consequentemente de outros gêneros não autorais.”

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