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Projeto Plataforma Digital

Ensino Fundamental II | 9º ano

Título da Obra: O alienista


Autor: Machado de Assis

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR

Professor, este projeto possibilita ao aluno o contato com a arte literária,


cujo objetivo é formar um aluno leitor, por meio da fruição. Esse objetivo está em
consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de acordo com o
Campo artístico-literário, ao ditar a importância da experiência estética como
alternativa de leitura significativa e crítica.
Segundo a Base, esse campo de articulação de discurso, em que se
encontra a arte literária, privilegia o conhecimento e a apreciação de textos
literários orais e escritos, nos quais seja possível o estabelecimento de olhares
diversos sobre identidades, sociedades e culturas, considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção (EF69LP44). É o que oportunizamos
ao abordar o livro O alienista, de Machado de Assis, pois damos ao leitor a
oportunidade de envolver-se com outros universos que ampliam sua visão de
mundo, com base no conhecimento de outras épocas, outros espaços, outras
culturas e outros modos de vida.
Em seis semanas de trabalho, o projeto desenvolve questões de leitura e
interpretação de texto, promovendo também o eixo da oralidade em debates ou
discussões, bem como o eixo de produção oral ou escrita, com base na redação
do aluno, em gênero compatível ao tema desenvolvido pelo livro e aliado ao
prazer de ler.
Do projeto, também, fazem parte os quizzes que verificam a
compreensão e interpretação em relação à obra.
A Base Nacional Comum Curricular para a Língua Portuguesa
dialoga com documentos e orientações curriculares produzidos
nas últimas décadas, buscando atualizá-los em relação às
pesquisas recentes da área e às transformações das práticas de
linguagem ocorridas neste século, devidas em grande parte ao
desenvolvimento das tecnologias digitais da informação e
comunicação (TDIC) (BNCC, p. 65, 2017)1.

Assim, ressaltamos a importância dos meios digitais nesse processo, não


somente quanto ao suporte de leitura, que pode ser um e-book, mas também
quanto à interação e às formas de estudar.
Por isso apostamos na Plataforma Digital Literária como um espaço no
qual o aluno tem a oportunidade de interagir, aprender e verificar seu
conhecimento usando também os recursos tecnológicos. Isso porque sabemos
o quanto é imprescindível que a escola compreenda e incorpore as novas
linguagens e seus modos de funcionamento. Dessa forma, é possível desvendar
possibilidades de comunicação, aproveitar o potencial de comunicação do
universo digital e instituir novos modos de promover a aprendizagem, a interação
e o compartilhamento de significados entre professores e alunos.
Vamos ao livro!

O alienista foi originalmente publicado na revista A Estação (Rio de


Janeiro), de 15 de outubro de 1881 a 15 de março de 1882. No mesmo ano,
1982, aparece incorporado ao volume Papéis Avulsos. A história apresenta o Dr.
Bacamarte, médico psiquiatra que havia estudado na Europa e que voltou a sua
cidade natal, Itaguaí, para abrir um manicômio que recebeu o título de Casa
Verde. Bacamarte era casado, mas sua esposa não lhe deu filhos, então se
aprofundou nos estudos psiquiátricos, dedicando-se totalmente a tratar a loucura
de seus pacientes.
O alienista pode ser considerado uma sátira ao pensamento científico ou
ao cientificismo, concepção filosófica presente no final do século XIX que afirma
a superioridade da ciência sobre todas as formas de compreensão humana.
Machado de Assis, em sua obra, questiona o que possa ser a loucura e quem
poderia ser internado na Casa Verde. Na época em que o livro foi escrito, os
estudos da psiquiatria se desenvolviam em manicômios, sanatórios ou
hospícios, como a Casa Verde. No Brasil, por exemplo, essas casas foram muito
comuns até a década de 1980, quando ocorreu a reforma psiquiátrica que
decretou a extinção progressiva dos manicômios.

1
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf. Acesso em:
7 jan. 2019.
Machado de Assis, além de grande romancista, também escreveu teatro,
crônicas, poesias, folhetins e críticas literárias. Foi um menino pobre, nascido no
Rio de Janeiro, em 1839, que mal frequentou escolas públicas e não fez
universidade. Aos dezessete anos, foi contratado como aprendiz de tipógrafo e
revisor de imprensa na Imprensa Nacional, onde trabalhou de 1856 a 1858.
Manuel Antônio de Almeida, grande escritor da época, trabalhava no local e o
incentivou a seguir a carreira literária.

Aos 21 anos de idade, Machado já era considerado uma personalidade


no meio literário. O autor foi convidado por Quintino Bocaiuva a trabalhar no
Diário do Rio de Janeiro como repórter e jornalista de 1860 a 1867. Em 1865
fundou uma sociedade artístico-literária chamada Arcádia Fluminense, na qual
tivera a oportunidade de promover saraus com leitura de suas poesias e estreitar
contato com poetas e intelectuais da região.

Em 1867 foi nomeado diretor-assistente do Diário Oficial por D. Pedro II.


Mais tarde, em 1897, após considerável produção literária, Machado de Assis,
Medeiros e Albuquerque, Lúcio de Mendonça e o grupo de intelectuais
da Revista Brasileira idealizaram e fundaram a Academia Brasileira de
Letras. Machado de Assis foi eleito o primeiro presidente da Academia, logo que
ela havia sido instalada, no dia 28 de janeiro do mesmo ano.

A obra de Machado de Assis não segue o modismo literário que dominava


seu tempo, como se pode conferir a seguir.

Os acadêmicos notam cinco fundamentais enquadramentos em


seus textos: “elementos clássicos” (equilíbrio, concisão,
contenção lírica e expressional), “resíduos românticos”
(narrativas convencionais ao enredo), “aproximações realistas”
(atitude crítica, objetividade, temas contemporâneos),
“procedimentos impressionistas” (recriação do passado por
meio da memória), e “antecipações modernas” (o elíptico e
o alusivo engajados a um tema que permite diversas leituras e
interpretações).2
O alienista se enquadraria nas tendências realistas, posto que deflagrou,
ironizou e criticou os comportamentos contemporâneos à sua época.

2
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis. Acesso em: 7 jan. 2019.
O livro propõe uma reflexão muito rica em relação à loucura, que deve ser
levada aos alunos a fim de que pensem se a loucura seria um desvio mental ou
social.

Boa leitura!
PLANEJAMENTO SEMANAL

1ª semana

Dando continuidade ao projeto Plataforma Literária, neste bimestre os


alunos do 9º ano farão a leitura de O alienista, de Machado de Assis. Para dar
início ao trabalho, oriente-os a acessarem a Plataforma e a assistirem ao vídeo
explicativo, que os incentivará à leitura. Da mesma forma, você poderá enviar
um bilhete na agenda explicando a continuidade do projeto e relembrando que
os alunos terão de ler mais uma obra literária e realizar diversas atividades a ela
relacionadas. Informe o endereço eletrônico que lhes dará acesso à Plataforma
bem como o procedimento que deverão seguir para navegarem por ela e
assistirem ao primeiro vídeo.
Sensibilize e prepare o aluno para a leitura do livro, contextualizando-o
em relação à época em que a obra foi escrita. Fale um pouco sobre o autor e
sobre a linguagem usada para contar a história, pois o português utilizado é bem
diferente do falado atualmente, sendo mais formal e com muitas palavras não
utilizadas hoje, como gírias usadas pelos personagens.
Polemize o principal assunto trazido pelo livro, a loucura. Com base na
chamada motivadora, converse sobre o livro da jornalista Daniela Arbex,
Holocausto brasileiro3, que apresenta o Hospital psiquiátrico de Barbacena.
Pergunte o que define a loucura. Se achar pertinente, indique a leitura do livro
para os alunos.
O livro será dividido em três partes, na primeira semana a leitura será do
capítulo 1 ao 4. Instigue os alunos para que no momento em que estiverem lendo
a primeira parte do livro elaborem um dicionário com as palavras que eles ainda
não conhecem o significado, marcando as páginas onde elas se encontram. Na
semana seguinte será possível trabalhar com esse dicionário elaborado pelos
estudantes.
Após mostrar o livro, pergunte aos alunos se conhecem Machado de
Assis. Fale um pouco sobre a época em que escreveu. Escolha um trecho do
livro para exemplificar como eram as pessoas, suas profissões, a caracterização

3
Disponível em: <http://lelivros.love/book/download-holocausto-brasileiro-daniela-arbex-em-epub-
mobi-e-pdf/.> Acesso em: 8 jan. 2019.
dos personagens e o vocabulário usado. Conte também um pouco sobre a vida
do escritor, sua trajetória profissional e artística. Explique como era a
organização política brasileira, que é apresentada no livro, o Brasil Império, e
como era essa organização, pois essa informação é muito relevante para a
compreensão da narrativa.
Após a breve explicação, escreva no quadro o nome do livro e levante
hipóteses com os alunos sobre o enredo. Faça perguntas norteadoras, como as
que aparecem na sequência.
• “Como poderá ser o ambiente em que se dará a narrativa?”
• “Quantos personagens poderão fazer parte da história?”
• “Tendo por base uma leitura rápida dos títulos dos capítulos, são
quantos capítulos?”
Por já terem visto a chamada motivadora e folheado o livro, você pode
sugerir aos alunos que deem início à preparação de suas leituras, obtendo
conhecimento prévio acerca da obra bem como fazendo inferências sobre o que
será lido.
Para começar a semana de leitura, convide os alunos à leitura dos quatro
primeiros capítulos, nos quais os personagens e suas intenções são descritos e
os lugares são expostos. Também há a inclusão dos personagens secundários.
O autor se detém na descrição dos personagens e também evidencia como as
relações começam a se estabelecer. Ressalte que a obra traz a ironia e a crítica
do autor ao pensamento cientificista da época e às teorias cientificistas que
dominavam o pensamento filosófico em todo o mundo, validando-se por meio da
literatura. Leia passagens do livro para exemplificar como era a crítica.
Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com
facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente
vista: estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e
inteligentes. (ASSIS, 2018)4

Após esses comentários prévios, comente que o projeto é dividido em seis


partes. Durante as semanas serão elaboradas questões e dinâmicas sobre a
obra lida, além de quizzes que serão respondidos pela internet. Após a

4
ASSIS, Machado de. O alienista. Fundação Biblioteca Nacional, 2018. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2027. Acesso em:
7 jan. 2019.
explicação, dê aos alunos uma semana para lerem a primeira parte do livro, até
o final do capítulo 4 (1/3 da obra).

2ª semana

Reúna os alunos em roda de conversa para comentarem o livro O alienista.


converse sobre o vocabulário encontrado no livro. Inicie com a seguinte
pergunta.
• Alienista é um termo que não é mais usual no vocabulário. O que ele
significa?
R: O termo faz referência ao médico que busca tirar o paciente do estado de
alienação, assim, é o médico que investiga a mente humana.

Retome a solicitação de criação de um dicionário com termos encontrados


na primeira terça parte do livro e faça uma dinâmica com as palavras levantadas
pelos alunos. Solicite que as escrevam em um pedaço de papel. Para o trabalho,
sugerimos uma dinâmica que consiste em uma brincadeira usando a criação de
verbetes para as palavras desconhecidas. Cada aluno deve criar o verbete
conforme o significado que lhe vier “à cabeça”. Isso será feito em conformidade
com a música Escravos de Jó.
Para a brincadeira você vai precisar:
• de uma caixa de fósforo para cada aluno (sem os fósforos);
• de papéis para as palavras serem escritas;
• ensinar a letra da canção Escravos de Jó.
Escravos de Jó

Escravos de Jó
Jogavam caxangá

Tira, põe
Deixa ficar

Guerreiros com guerreiros


Fazem zigue-zigue-zá

Guerreiros com guerreiros


Fazem zigue-zigue-zá
Como jogar
• Disponha os alunos em um grande círculo.
• Dê a cada um deles uma caixa de fósforo.
• Ensine o procedimento do jogo, que é mexer a caixa conforme a letra da
música.
• Entregue um papel para cada aluno e peça que escrevam uma das palavras
desconhecidas que encontraram no livro lido. Cuide para que a maioria das
palavras desconhecidas seja trabalhada.
• Solicite a cada aluno que coloque sua palavra dentro da caixa de fósforo.
• A um sinal, peça para jogarem Escravos de Jó, agora com as palavras dentro
das caixas de fósforo.
• Acabada a música, peça aos alunos que abram a caixa e escrevam um
verbete para a palavra, com as informações que lhes vierem à cabeça.
• Peça que guardem novamente a palavra na caixinha e que continuem a jogar
Escravos de Jó.
• Faça, pelo menos, três rodadas ou cante três vezes a música para que cada
aluno escreva três verbetes diferentes.

Acabada a atividade, peça que leiam os verbetes. Traga o livro O alienista


para a sala de aula e resgate as palavras encontradas no texto. Solicite que
tentem entender as palavras pelo contexto das frases. Se não forem entendidas,
solicite os significados que levantarem com base na pesquisa feita anteriormente
e faça a leitura e compreensão do texto.
Vaja a seguir sugestões de palavras encontradas.

Inefável (Capítulo 1)
1 que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força,
beleza; indizível, indescritível
2 p.ext. que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantado

(HOUAISS)
Imarcescíveis (Capítulo 1)
1 que não perde o viço, o frescor ‹flor i.›
2 fig. impossível de corromper; incorruptível, inalterável

(HOUAISS)
Arguida (Capítulo 1)
1 que foi repreendido; censurado, condenado
2 acusado ou qualificado de ‹hospitalidade a. como falsa›
3 impugnado ou neutralizado por meio de contestação
4 alegado como prova ou razão de (algo)
5 que tem a aparência de; que denota, revela
6 que foi sondado, perquirido ‹uma visita várias vezes a.›
7 feito em forma de contestação ‹o exemplo a. destruiu a lógica da acusação›
8 questionado, interrogado ‹os alunos a. foram poucos›

(HOUAISS)
Estipêndio (Capítulo 1)
1 ant. paga feita a indivíduo incorporado ao exército; soldo
2 salário ou retribuição por serviços prestados
3 ant. tributo atribuído a um indivíduo
4 ant. imposto a que, na antiga Roma, estavam sujeitas as províncias do
Senado ou do povo; tributo, contribuição

(HOUAISS)

Observação: a título de curiosidade, transcrevemos um texto da revista


Superinteressante a respeito da origem do nome caxangá, encontrado na
canção que sugerimos para fazer a atividade.

Caxangá tem vários significados, mas nada de jogo. Pode ser


um crustáceo (parecido com um siri), um chapéu usado por
marinheiros, e há até uma definição indígena: segundo o
Dicionário Tupi-Guarani-Português, de Francisco da Silveira
Bueno, caxangá vem de caá-çangá, que significa “mata
extensa”. Mas nada disso tem a ver com jogo e menos ainda
com Jó, o personagem bíblico que perdeu tudo o que tinha
(inclusive os escravos), menos a fé. Isso deixa os especialistas
intrigados. “Já procurei caxangá, caxengá e caxingá, com ‘x’ e
‘ch’, e não encontrei nada que fizesse sentido como um jogo”,
diz o etimologista Cláudio Moreno. “Se esse jogo existisse, seria
quase impossível explicar como ele passou despercebido por
todos os antropólogos que estudam nossas tradições
populares.” O que pode ter ocorrido é uma espécie de “telefone
sem fio”: se originalmente o verso fosse “juntavam caxangá” ao
invés de “jogavam”, poderíamos pensar em escravos pegando
siris em vez de em um jogo. Outra hipótese é que caxangá seja
uma expressão sem sentido, como “a tonga da mironga do
kabuletê”, da canção de Toquinho e Vinicius – as palavras
separadas até têm sentido (são vocábulos africanos), mas não
com o significado que elas têm na música (LOPES, 2018)5.

Na sequência, fale sobre o gênero trabalhado na narrativa levantando os


elementos básicos, como personagens, tempo, espaço e foco narrativo. Faça
perguntas como as que aparecem na sequência.

5
LOPES, Artur Louback. O que é o “caxangá”, que os escravos de Jó jogavam? Superinteressante. 4 de
julho, 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-caxanga-que-os-
escravos-de-jo-jogavam/. Acesso em 7 jan. 2019.
1. Quem são os personagens principais que aparecem na primeira parte do
livro?
R: Dr. Bacamarte, médico formado em Lisboa; Crispim Soares, o boticário ou
farmacêutico; D. Evarista, esposa de Bacamarte; o Vigário.
2. Que características os personagens apresentam?
R: Dr. Bacamarte era um homem estudioso, fiel à ciência; D. Evarista era
esposa de Dr. Bacamarte, tinha proporções perfeitas para ter um filho e não
era bonita; Crispim Soares era o boticário da vila, fiel amigo de Dr.
Bacamarte; o Vigário, padre da cidade, era conselheiro dos cidadãos.
3. Qual o foco narrativo do livro?
R: Possui narrador em 3ª. pessoa, onisciente e que analisa os
comportamentos humanos, o egoísmo e a vaidade.
4. Onde acontece a primeira parte da história?
R: Na cidade de Itaguaí.
5. Quando acontece a história?
R: No final do século XIX.
6. O que é uma casa de orates?
R: Uma casa de loucos.
7. Onde estudou o Dr. Simão Bacamarte?
R: Em Coimbra.
8. O autor descreve a esposa de Bacamarte como uma moça feia e pouco
simpática. Qual o motivo de tê-la escolhido?
R: Bacamarte se casou com D. Evarista pois ela reunia todas as condições
fisiológicas e anatômicas para lhe dar um filho saudável.
9. Quando voltou ao Brasil, o que desejava o médico?
R: Ele queria ter um filho, mas sua esposa não engravidou.
10. O que fez Bacamarte pensar em fundar uma casa para estudos
psicológicos?
R: O fato de sua esposa não ter engravidado fez com que se dedicasse aos
estudos.
11. Dr. Bacamarte, com apoio da Prefeitura e da Câmara, dedica-se a abrir
um manicômio com o intuito de estudar a loucura humana e suas
nuances. Como era essa casa?
R: Chamava-se Casa Verde, em alusão à cor de suas janelas, e precisou
passar por muitas reformas para abrigar o número elevado de pacientes.
12. Quem eram os pacientes recolhidos no manicômio dirigido pelo
Dr. Bacamarte?
R: A casa, além de abrigar os considerados loucos pela sociedade, começou
a recolher as pessoas que o Dr. Bacamarte considerava terem
comportamentos estranhos.
13. De que forma Machado de Assis faz um retrato dos tratamentos
psicológicos em sua sociedade?
R: Faz uma crítica de forma caricata e irônica do manicômio e do
comportamento do Dr. Bacamarte, que são um recorte bem fundamentado
dos padrões de tratamento da época.

Considere o fato de o Dr. Bacamarte ser um anti-herói, mesmo


aparentemente querendo curar a todos. Explore a crítica subjacente à criação de
cada um dos personagens e de seus comportamentos.
No 9º ano é solicitado pela BNCC, no Campo artístico-literário, que se
desenvolva a habilidade EF69LP47 ao propiciar análise das diferentes formas
de composição em textos narrativos ficcionais. Promover o trabalho com os
elementos da narrativa já descritos permite o desenvolvimento dessa
aprendizagem.
Os alunos poderão responder a essas e a outras perguntas em forma de
uma dinâmica, que consiste em colocar todas as questões em uma caixa e
passá-la pela sala ao som de uma música. Quando a música parar, o aluno que
ficou com a caixa na mão retira uma pergunta e responde.
As questões relacionadas à primeira parte da obra, e outras mais
trabalhadas, resgatam as memórias sobre a narrativa. Isso é importante pois,
assim, os alunos estarão aptos a responder ao Quiz 1, composto de 10 questões
objetivas sobre o livro. Para a realização dessa etapa, oriente os alunos a
acessarem a Plataforma em casa. Você poderá enviar outro bilhete na agenda
informando o endereço eletrônico que lhes dará acesso à Plataforma, bem como
o procedimento que deverão seguir para navegarem por ela e responderem ao
quiz.
Feito isso, peça para que continuem a leitura até o final do capítulo 8, que
corresponde a 2/3 da obra.

3ª semana

Nesta etapa, os alunos deverão acessar mais uma vez a Plataforma


Literária para realizarem uma atividade de registro escrito. Novamente, envie um
bilhete aos alunos recordando o endereço eletrônico que lhes dará acesso à
Plataforma bem como o procedimento que deverão seguir para acessarem o
questionário composto de cinco perguntas subjetivas. Oriente os alunos a
responderem com base nas recordações a respeito do livro lido.
Após responderem ao questionário, resgate com eles as perguntas em
sala de aula e ouça as respostas. São esperadas respostas mais ou menos como
as seguintes.
1. Descreva as características físicas e psicológicas de D. Evarista e sua
mudança de postura no decorrer da narrativa.
R: D. Evarista era uma mulher considerada feia para a sociedade da época,
e o doutor a escolhe pelas suas características físicas e fisiológicas para lhe
dar filhos. Era uma mulher de 25 anos e já viúva. Percebemos pela leitura do
texto que no início da narrativa era uma mulher de hábitos modestos, mas
após a viagem ao Rio de Janeiro se transforma em uma mulher apegada à
moda e às joias.
2. O que Crispim Soares pensava sobre o fato de trabalhar para o
Dr. Bacamarte? O que se percebe sobre sua personalidade no decorrer do
livro?
R: Ele sentia orgulho, era o mesmo que uma consagração pública. “Não
havia duvidar; toda a povoação sabia enfim que o privado do alienista era ele,
Crispim, o boticário, o colaborador do grande homem e das grandes coisas
[...]” (ASSIS, 2018, cap. 5)6. Um homem de temperamento frágil, muito
medroso, que se ilude nos feitos alheios.
3. Que crítica podemos perceber nos primeiros capítulos da narrativa de
Machado de Assis em relação ao personagem Dr. Bacamarte?

6
ASSIS, Machado de. O alienista. Fundação Biblioteca Nacional, 2018. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2027. Acesso em:
7 jan. 2019.
R: Ridiculariza a superioridade da ciência sobre todas as formas de
compreensão humana, questionando como Dr. Bacamarte avalia a loucura e
quem poderia ser internado na Casa Verde.

4. Crispim Soares é internado na Casa Verde depois de querer se aliar aos


revoltosos. A razão dada ao internamento pelo Dr. Bacamarte foi: “o terror é
pai da loucura”. Explique.
R: A insegurança, o medo de se posicionar diante de situações, o receio
diante do jugo de valor do outro, o pânico de perder uma condição social ou
simplesmente o fato de se viver com medo é uma forma de loucura.
5. Simão Bacamarte pode ser considerado um anti-herói. Essa ideia consiste
no fato de ele se mostrar o salvador dos doentes, dos insanos, dos
desvairados, mas também de se opor a tudo isso. Que fatores de sua
personalidade o caracterizariam como um anti-herói?
R: Bacamarte é um homem arrogante, metódico, que se utiliza do poder para
manipular o que está ao seu redor e que não se preocupa com o outro, mas
em provar seus ideais.

Após esse trabalho, pergunte como vai a leitura do livro e confirme que na
próxima semana será trabalhado a segunda parte, do capítulo 5 ao 8.

4ª semana

Reúna os alunos em roda de conversa para comentarem as páginas lidas


até o momento. Incentive a oralidade deles por meio das seguintes perguntas.
1. O que leva a cidade a rebelar-se contra o Dr. Bacamarte? Quem lidera
essa revolta?
R: O fato de o Dr. Bacamarte estar internando pessoas consideradas sãs e
de forma desmedida. O líder do movimento é o Sr. Porfírio.
2. Como ficou conhecida a rebelião que aconteceu na cidade contra a Casa
Verde e o Dr. Bacamarte? Por quê?
R: A revolta dos canjicas, porque o barbeiro que liderava a rebelião tinha esse
apelido em família.
3. É possível perceber ironia do autor na escolha do nome da rebelião?
Justifique.
R: Sim, pois canjica é uma papa cremosa de milho verde e, segundo o
dicionário Houaiss, também significa “em estado de embriaguez; bêbedo”.
4. Qual foi o estopim para eclodir a rebelião em Itaguaí?
R: O fato de o Dr. Bacamarte prender um homem respeitado por todos e tido
como sensato e trabalhador, o Coelho.
5. Quem eram os dragões citados na passagem do capítulo 7: “Os dragões
pararam, o capitão intimou à multidão que se dispersasse [...]”?
R: Faz referência aos Dragões da Independência, o Regimento da Cavalaria
da Guarda Nacional.
6. Algumas autoridades de Itaguaí começaram a chamar o sanatório e os
atos do Dr. Bacamarte de a “Bastilha da razão humana”. Quem cunhou o
termo?
R: O barbeiro Porfírio.
7. O que conhecemos do termo bastilha?
R: Faz alusão à Queda da Bastilha, que ocorreu durante a Revolução
Francesa, em 14 de julho de 1789. Os modelos franceses serviam como
referência aos padrões nacionais na época, imitados pela cidade do Rio de
Janeiro, uma das grandes cidades na época.
8. Há ironia e/ou crítica no uso da designação dada à Casa Verde?
R: Sim, pois a Bastilha era inicialmente um muro ou portal de entrada para o
bairro de Saint-Antoine. De 1370 a 1383 o portal foi ampliado e reformado
para se transformar numa fortaleza, que serviria para defender o lado leste
de Paris, além de um palácio real que ficava nas proximidades, constituindo-
se no mais forte ponto de defesa da muralha do rei. Após a guerra, a Bastilha
começou a ser utilizada pela realeza francesa como prisão estadual (o
rei Luís XIII foi o primeiro a enviar prisioneiros para lá). A ideia de fortaleza
alude ao fato de a Casa Verde ter sido vencida, apesar de parecer
instransponível.
9. Quem tomou para si a denominação: “Protetor da vila, em nome de Sua
Majestade, e do povo”?
R: O barbeiro Porfírio.
10. Após a revolta, qual a postura de Crispim Soares diante da situação?
R: Inicialmente o boticário simula uma dor de garganta para não tomar partido
e na sequência sai de casa à procura de Porfírio, no intuito de apoiar os
rebeldes.
11. O personagem Porfírio poderia ser considerado um antagonista na
história? Por quê?
R: Sim, pois ele encabeça a rebelião contra o médico Simão Bacamarte.

Trabalhe com os alunos as figuras de linguagem já estudadas no 8º ano e as


que serão estudadas no 9º ano, exemplificando com passagens encontradas no
conto. Veja alguns exemplos a seguir.
o “Bastilha da razão humana” (cap. 6) seria uma metáfora para a Casa
Verde.
o O próprio nome “Casa Verde” seria um eufemismo para hospício.
o A frase: “D. Evarista era mal composta de feições [...]” (cap. 1) é uma
forma educada para dizer que era feia, o que também caracteriza
eufemismo.
o A frase “Enquanto ela comia o ouro com os seus olhos negros, o alienista
fitava-a, e dizia-lhe ao ouvido com a mais pérfida das alusões” (cap. 3)
apresenta uma sinestesia.
o A frase “O metal de seus olhos não deixou de ser o mesmo metal, duro,
liso, eterno, nem a menor prega veio quebrar a superfície da fronte quieta
como a água de Botafogo.” (cap. 3) apresenta uma metáfora que
simboliza um olhar severo, sério, frio, por isso duro como um metal.
o A frase “[...] veio quebrar a superfície da fronte quieta como a água de
Botafogo.” (cap. 3) apresenta uma comparação.
o A frase “— Como alistar-me, se o novo governo não tem inimigos?” (cap.
7) apresenta uma ironia.
Dessa forma, vincular o estudo das figuras de linguagem trabalhadas no 1º
bimestre com o livro lido é uma oportunidade de mostrar ao aluno a poeticidade
de Machado de Assis.
Recupere as explicações dadas no início deste planejamento e explique aos
alunos que a obra de Machado de Assis não segue o modismo literário que
dominava seu tempo. Entretanto, o autor ao escrever O alienista se aproxima do
Realismo por apresentar atitude crítica e objetiva, além de temas
contemporâneos. O alienista se enquadra nas tendências realistas, posto que
deflagra, ironiza e critica os comportamentos contemporâneos à sua época.
O livro, ao propor uma reflexão em relação à loucura, questiona a natureza
humana e suas relações sociais. O autor ironizou o pensamento da época e os
conhecimentos da psiquiatria. Neste sentido, Machado mostrava sua genialidade
em uma época em que todos estavam cegos promovendo o aprisionamento de
pessoas e tratando-as com eletrochoques, medicação pesada ou isolamento.
Para explorar a compreensão e interpretação dos capítulos lidos, você
poderá fazer uso de dinâmicas de leitura, como a seguinte.

1. Prepare papéis numerados de 1 a 10 com perguntas escritas.


2. Solicite a alguns alunos que sorteiem os papéis.
3. Caso o aluno sorteie um papel com número par, deverá respondê-la. Caso o
aluno sorteie um papel com número ímpar, deverá repassar ao colega do lado,
que irá responder à pergunta.
Observação: a dinâmica poderá ter continuidade com novos sorteios.

Essa dinâmica é uma variação de Par ou Ímpar, do livro Dinâmicas de


leitura para sala de aula, de Mary Rangel7. No original, a autora propõe que
sejam escritos em papéis números de 1 a 10 e orienta o aluno a elaborar uma
pergunta sobre o texto e respondê-la caso pegue um papel de número par. Caso
pegue um papel de número ímpar, deverá elaborar a pergunta e pedir que um
colega a responda. É possível também solicitar que o colega elabore a questão
e depois a responda. Fica a sugestão!

Em jogos como esses, as memórias dos alunos sobre a narrativa serão


ativadas, e eles estarão preparados para responderem ao Quiz 2, composto de
15 questões objetivas sobre o livro. Para a realização dessa etapa, oriente os
alunos a acessarem a Plataforma em casa. Envie mais um bilhete na agenda
indicando como devem acessar a Plataforma Literária e o segundo quizz.
Concluída essa etapa, convide os alunos a realizarem a leitura da terceira e
última parte do livro, do capítulo 8 ao 13.

5ª semana

7
ANGEL, Mary. Dinâmicas de leituras para sala de aula. Editora Vozes: Rio de Janeiro, 2011.
Reúna os alunos em roda de conversa para comentarem as páginas lidas.
Da mesma forma, incentive a oralidade por meio de perguntas e dinâmicas de
leitura.
Desta vez você poderá dividir a turma em dois grandes círculos, um dentro
e um fora, para fazer rodas de debate sobre o livro. Os alunos do círculo de
dentro terão que responder às perguntas, e os alunos do círculo de fora deverão
discordar das respostas dadas pelo primeiro grupo. Faça a mesma pergunta para
o círculo de dentro e de fora. Lembrando que devem discordar entre si, dando
opiniões diferentes.
É possível fazer as seguintes perguntas.
• O Dr. Bacamarte interna o boticário dizendo que “o terror também é pai da
loucura”. Você concorda que Crispim Soares merecia ser internado por causa
disso?
• Da mesma forma, D. Evarista é internada por ficar em dúvida entre um colar
e outro: “Alta noite, seria hora e meia, acordo e não a vejo; levanto-me, vou
ao quarto de vestir, acho-a diante dos dois colares, ensaiando-os ao espelho,
ora um, ora outro. Era evidente a demência; recolhi-a logo.” (cap. 10).
Compare essa ação de D. Evarista com outra que possa ser encontrada no
cotidiano das pessoas e diga se concorda que sejam sintomas de loucura.
• Se você estivesse no lugar de Porfírio, deixaria o Dr. Bacamarte continuar a
cuidar da Casa Verde. Por quê?
• O que você pensa a respeito da afirmação do livro: “Ele respeitava as
namoradas e não poupava as namoradeiras, dizendo que as primeiras
cediam a um impulso natural e as segundas a um vício.” (cap. 10)? Concorda
com este pensamento? Por quê?
• O que pode ser entendido por demência dos touros? Por que o presidente da
câmara é comparado com um touro? Quem assumiu o lugar de Porfírio?
(João Pina) Neste caso, prendê-lo estava certo? Por quê?
• Você concorda que a narração das experiências científicas do protagonista
mostra uma contundente crítica aos valores, expondo as contradições
humanas? Justifique.
• Por que o Dr. Bacamarte se interna? Você concorda com seu internamento?
• O livro poderia ter outro final? Qual?
Se houver tempo, peça para os grupos inverterem as posições em relação
às perguntas. Quem argumentou a favor de uma questão deverá contrariá-la
num segundo momento.
É possível também solicitar, como feito na segunda semana, que os
grupos criem perguntas para os colegas responderem. Ganham pontos os
grupos que responderem corretamente.
Sugira que os alunos assistam a adaptações da obra O alienista e
conversem a respeito. A montagem feita em 1993 pela Globo, com o ator Marco
Nanini, é uma sugestão8.
Para concluir o trabalho com o livro, reúna mais uma vez os alunos em
roda de conversa.
Como já dissemos, todas as semanas de leitura podem ser trabalhadas a
partir de dinâmicas usando as perguntas aqui sugeridas ou criando outras. Os
exemplos a seguir são do livro Dinâmicas de leituras para sala de aula, de Mary
Rangel.

GANHA A MELHOR CORREÇÃO

a) O professor explica que cada fileira de alunos constitui um grupo, atribuindo


um número ou uma letra de identificação a cada fila.
b) O professor solicita que todos os alunos elaborem e respondam a questões
sobre o texto, por escrito, em um papel.
c) O professor indica, em cada grupo, um aluno para exercer a função de corrigir
as respostas dos colegas, escrevendo certo ou errado em cada papel.
d) O professor solicita aos alunos que corrigiram que leiam as respostas e a
correção feita.
e) O professor dirá se a correção feita está correta, atribuindo uma pontuação à
resposta. Ganha o grupo que fizer maior número de acertos.

Observações

8
Caso especial O Alienista, 1993. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Cu7QifQPrgc. Acesso em:
7 jan. 2019.
1. Para que a leitura das respostas pelos alunos que fizeram a correção não se
torne excessivamente repetitiva, o professor poderá variar as questões entre
os diversos grupos.
2. A dinâmica poderá ter continuidade com novas questões.
3. Professor e alunos poderão comentar a experiência, observando as
contribuições à aprendizagem e manifestando percepções pessoais.

Essa dinâmica também poderá ser desenvolvida com perguntas que


digam respeito à terceira parte do livro, as quais serão feitas pelo professor e
entregues às filas. Veja alguns exemplos.
1. Após a revolta, os revoltosos colocarem Porfírio no poder, o que acontece
com a Casa Verde e como o Dr. Bacamarte?
R: Porfírio vai à casa de Bacamarte e tudo continua igual.
2. No conto O alienista, acontece uma revolta popular contra o sistema de
internamentos na Casa Verde. Essa revolta traz consequências?
R: Não muda nada, Bacamarte continua na direção do manicômio e a cidade
conta com oito mortos e vinte e cinco feridos.
3. Quantas pessoas foram presas na cidade?
R: 4/5 dos habitantes da cidade.
4. Com um número tão elevado de pacientes, o que o Dr. Bacamarte decide
fazer?
R: Ele percebe que seus critérios de loucura estão equivocados e decide
soltar todos os pacientes.
5. Que critério foi levado em consideração para que o Dr. Bacamarte
continuasse seus estudos na Casa Verde?
R: Que o alienista poderia continuar seus estudos, mesmo com pessoas
consideradas sãs, mas que sua autorização tinha período de um ano e que
nenhum político poderia ser considerado louco.
6. Qual é o critério estabelecido pelo alienista que leva o vereador Galvão a
ser considerado louco?
R: Apresentar um cérebro bem organizado e um perfeito equilíbrio das
faculdades mentais.
7. Por que o alienista prende o advogado?
R: Pois seria perigoso manter solto todo aquele que apresentasse um
conjunto de qualidades morais e mentais.
8. O livro O alienista apresenta uma forte crítica ao discurso cientificista,
vivenciado no final do século XIX. Como esse discurso se articula?
R: Desde o fato de o Dr. Bacamarte considerar critérios científicos para
escolher a esposa até fazer experimentos e não ter restrições quanto à
elaboração de critérios para testar e aplicar seus conceitos, fazendo
diagnósticos dos doentes mentais de forma consciente e apoiado em um
critério rígido, com base em leituras e apontamentos.
9. Depois da rebelião, ao determinar os novos critérios que determinavam a
sanidade mental das pessoas, o Dr. Bacamarte também define as opções
de tratamento. No que esse tratamento consistia?
R: O tratamento consistia em atacar as qualidades predominantes das
pessoas, incutindo-lhes o sentimento oposto.
Depois desse trabalho, convide os alunos a responderem o Quiz 3,
composto de 20 questões objetivas sobre o livro, as quais abordam toda a obra.
Por meio de um bilhete na agenda, oriente os alunos a acessarem mais uma vez
a Plataforma para responderem ao último quiz.

6ª semana
PRODUÇÃO DE TEXTO

Reúna os alunos em roda de conversa e retome com eles a história do


livro O alienista, relembrando os momentos mais marcantes da obra lida até o
momento para a produção de um texto individual. Para isso, incentive-os a falar
sobre os principais acontecimentos da obra, por meio de perguntas como as
apresentadas a seguir.

• “Qual era o mistério da Casa Verde?”


• “O que o casarão havia sido um dia?”
• “Quem era o Dr. Simão Bacamarte?”
• “Quem o alienista internava na casa?”
• “A que conclusões ele chegou com o passar do tempo?”
• “Por que ele decidiu libertar todos os internos e fechar-se sozinho na casa?”
• “Simão Bacamarte era louco ou são?”
Após esse bate-papo, entregue a cada aluno uma folha de papel pautado
e proponha a eles que redijam um texto, de 15 a 20 linhas, apresentando alguns
dos principais acontecimentos do livro sob o ponto de vista de Simão Bacamarte,
o verdadeiro alienista. Para isso, considere quem o alienista julgaria ser são e
quem ele julgaria ser louco e os motivos. Também considere quem ele internaria
na casa e como os trataria. Pense também em um novo destino para o
personagem de Machado de Assis. Oriente os alunos para que o texto seja tão
instigante e envolvente quanto à narrativa que leram.
Para isso, peça a eles que acessem o vídeo explicativo sobre a Proposta
de Redação, disponível na Plataforma. Se preferir ou se for possível, exiba o
vídeo na escola antes de iniciar a produção do texto.

AVALIAÇÃO FINAL

1. Em que cidade ocorre a narrativa de O alienista?

(A) Rio de Janeiro.


(B) Itaguaí.
(C) São Paulo.
(D) Barbacena.
(E) Niterói.

2. O que levou o alienista a se casar?

(A) Apaixonou-se por D. Evarista.


(B) Seguiu o conselho recebido por Padre Lopes.
(C) Queria ter filhos.
(D) Queria conhecer melhor D. Evarista.
(E) Era uma pessoa muito solitária.

3. Qual o foco narrativo de O alienista?

(A) De um narrador onisciente em 3ª. pessoa.


(B) De um narrador em 1ª pessoa.
(C) De um narrador testemunha em 3ª pessoa.
(D) De um narrador personagem.
(E) De um narrador neutro.

4. Qual o assunto principal do livro?

(A) A vida do Dr. Bacamarte.


(B) As viagens de um médico.
(C) As experiências de Crispim Soares.
(D) A loucura estudada pela ciência no séc. XIX.
(E) As divergências políticas de Itaguaí.

5. Quais são os principais personagens do livro?

(A) O barbeiro Porfírio e Padre Lopes.


(B) Simão Bacamarte e D. Evarista.
(C) Padre Lopes e Simão Bacamarte.
(D) Crispim Soares e Martine Soares.
(E) Simão Bacamarte e Crispim Soares.

6. Que crítica podemos perceber nos primeiros capítulos da narrativa de


Machado de Assis em relação ao personagem Dr. Bacamarte?
(A) Há uma crítica ao cientificismo do séc. XIX.
(B) A loucura deveria ser mais valorizada.
(C) Todos deveriam se casar por amor.
(D) É preciso valorizar os estudos científicos.
(E) A sociedade da época era muito machista.

7. O que significa orates?

(A) Louco, insano.


(B) Pequeno, medíocre.
(C) Dourado, iluminado.
(D) Relativo a Orestes, médico grego.
(E) Aquele que ora.
8. Qual o nome da instituição inaugurada pelo Dr. Bacamarte?

(A) Hospital de Itaguaí.


(B) Casa de Estudos Casa Verde.
(C) Manicômio Escola Casa Verde.
(D) Câmara Municipal.
(E) Casa Verde.

9. Qual o antagonista de O alienista?

(A) O Padre Lopes.


(B) O barbeiro Porfírio.
(C) Crispim Soares.
(D) João Pina.
(E) Simão Bacamarte.

10. O que leva Simão Bacamarte a internar-se na Casa Verde?

(A) Havia se desiludido por amar e não ser amado.


(B) Estava doente e fraco.
(C) O próprio médico concluiu que era louco e internou-se.
(D) Ficou frustrado por não ganhar dinheiro.
(E) Entrou em depressão porque não teve filhos.

GABARITO
1. B
2. C
3. A
4. D
5. E
6. A
7. A
8. E
9. B
10. C

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