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CONTABILIDADE NO BRASIL

🔴 Conceito de Serviço na Linguagem Comum

Serviço é ação de ser útil; ato ou efeito de servir. É também o estado de quem se
disponibiliza ou atua em benefício de outrem. É ainda a atividade realizada nas
fileiras das forças armadas, e também o conjunto das funções ou tarefas executadas
em benefício ou por mando de outrem.

🔴 Conceito de Serviço na Linguagem Jurídica

É o exercício de qualquer atividade intelectual ou material com finalidade lucrativa


ou produtiva. É o exercício ou desempenho de quaisquer atividades, materiais ou
intelectuais, com o fim produtivo ou lucrativo; execução de determinado trabalho
físico ou mental. Duração deste trabalh Assim, serviço significa bem econômico
imaterial, fruto de esforço humano aplicado a produção. É produto da atividade
humana destinado a satisfação de uma necessidade mas que não se apresenta sob
forma de bem material.

O ISS recai sobre circulação de bem imaterial (serviço). Se aplica sobre a


obrigação de fazer.

O ICMS recai sobre circulação de bem material (mercadoria), Se aplica sobre a


obrigação de dar algo. ”

🔴 Local da Prestação de Serviço – Considerações Importantes

Conforme Art. 3º da Lei Complementar 116 o serviço considera-se prestado e o


imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do
estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses
previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local:

I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de


estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta
Lei Complementar;

II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos


serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;

Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso


3.05
temporário.

III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da
lista anexa;
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Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras


de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes,
inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e
7.02 irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e
montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento
de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da
prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de engenharia,


7.19
arquitetura e urbanismo.

IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;

7.04 Demolição.

V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos


serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;

Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos


e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo
7.05
prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica
sujeito ao ICMS).

VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem,


separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso
dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;

Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem,


7.09 separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos
quaisquer.

VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros


públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa;

Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos,


7.10
imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres.

VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso


dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;

7.11 Decoração e jardinagem, inclusive corte e poda de árvores.

IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos,


químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;
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Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de agentes


7.12
físicos, químicos e biológicos.

XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no


caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa;

7.16 Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres

XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e


congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;

7.17 Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres.

XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista
anexa;

Limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías, lagos, lagoas,


7.18
represas, açudes e congêneres.

XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos


no subitem 11.01 da lista anexa;

Guarda e estacionamento de veículos terrestres automotores, de


11.01
aeronaves e de embarcações.

XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no


caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa;

11.02 Vigilância, segurança ou monitoramento de bens e pessoas.

XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem,


no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;

Armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda de


11.04
bens de qualquer espécie.

XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres,


no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista
anexa;

12.01 Espetáculos teatrais.


12.02 Exibições cinematográficas.
12.03 Espetáculos circenses.
12.04 Programas de auditório
12.05 Parques de diversões, centros de lazer e congêneres.
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12.06 Boates, taxi-dancing e congêneres


Shows, ballet, danças, desfiles, bailes, óperas, concertos, recitais,
12.07
festivais e congêneres.
12.08 Feiras, exposições, congressos e congêneres
12.09 Bilhares, boliches e diversões eletrônicas ou não
12.10 Corridas e competições de animais.
Competições esportivas ou de destreza física ou intelectual, com ou
12.11
sem a participação do espectador.
12.12 Execução de música.
Fornecimento de música para ambientes fechados ou não, mediante
12.14
transmissão por qualquer processo
Desfiles de blocos carnavalescos ou folclóricos, trios elétricos e
12.15
congêneres.
Exibição de filmes, entrevistas, musicais, espetáculos, shows,
12.16 concertos, desfiles, óperas, competições esportivas, de destreza
intelectual ou congêneres.
Recreação e animação, inclusive em festas e eventos de qualquer
12.17
natureza.

XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços
descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;

16.01 Serviços de transporte de natureza municipal.

XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de


estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo
subitem 17.05 da lista anexa;

Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário,


17.05 inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários,
contratados pelo prestador de serviço.

XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento,


organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da
lista anexa;

Planejamento, organização e administração de feiras, exposições,


17.10
congressos e congêneres.

XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou


metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.

Serviços portuários, ferroportuários, utilização de porto,


movimentação de passageiros, reboque de embarcações, rebocador
20.01
escoteiro, atracação, desatracação, serviços de praticagem, capatazia,
armazenagem de qualquer natureza, serviços acessórios,
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movimentação de mercadorias, serviços de apoio marítimo, de


movimentação ao largo, serviços de armadores, estiva, conferência,
logística e congêneres.
Serviços aeroportuários, utilização de aeroporto, movimentação de
passageiros, armazenagem de qualquer natureza, capatazia,
20.02 movimentação de aeronaves, serviços de apoio aeroportuários,
serviços acessórios, movimentação de mercadorias, logística e
congêneres.
Serviços de terminais rodoviários, ferroviários, metroviários,
20.03 movimentação de passageiros, mercadorias, inclusive suas operações,
logística e congêneres.

XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09

Planos de medicina de grupo ou individual e convênios para


4.22 prestação de assistência médica, hospitalar, odontológica e
congêneres.
Outros planos de saúde que se cumpram através de serviços de
4.23 terceiros contratados, credenciados, cooperados ou apenas pagos
pelo operador do plano mediante indicação do beneficiário.
5.09 Planos de atendimento e assistência médico-veterinária.

XXIV - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas


administradoras de cartão de crédito ou débito e demais descritos no subitem
15.01;

Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de


15.01 crédito ou débito e congêneres, de carteira de clientes, de cheques
pré-datados e congêneres.

No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera-se
ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território
haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer
natureza, objetos de locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou
permissão de uso, compartilhado ou não.

Locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão


3.04 de uso, compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos
e condutos de qualquer natureza.

No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera-se
ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território
haja extensão de rodovia explorada.
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Serviços de exploração de rodovia mediante cobrança de preço ou


pedágio dos usuários, envolvendo execução de serviços de
conservação, manutenção, melhoramentos para adequação de
22.01
capacidade e segurança de trânsito, operação, monitoração, assistência
aos usuários e outros serviços definidos em contratos, atos de
concessão ou de permissão ou em normas oficiais.

Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimento


prestador nos serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços
descritos no subitem 20.01.

Serviços portuários, ferroportuários, utilização de porto, movimentação


de passageiros, reboque de embarcações, rebocador escoteiro,
atracação, desatracação, serviços de praticagem, capatazia,
20.01 armazenagem de qualquer natureza, serviços acessórios,
movimentação de mercadorias, serviços de apoio marítimo, de
movimentação ao largo, serviços de armadores, estiva, conferência,
logística e congêneres.

🔴 TRATAMENTO DO IMPOSTO RETIDO

O imposto retido em operações intermunicipais é recolhido em definitivo, e


exclusivamente, para a prefeitura da localidade do serviço prestado, de acordo com
as normas dessa municipalidade.

No caso de retenções por conta de serviços realizados no município onde se


encontra o prestador, faz-se necessário analisar a legislação local.

No caso da construção civil, cuja haja retenção, a título de antecipação, de 1% (um


por cento) do valor bruto do serviço, o contribuinte fará a dedução posteriormente
do imposto devido na apuração mensal da pessoa jurídica.

🔴 BASE DE CÁLCULO DO ISS

A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. Porém, nada impede que as


normas municipais adotem procedimentos que sejam mais favoráveis ao
contribuinte, dentro é claro, dos limites impostos pela Lei Complementar 157
37/2002, de forma a ajustar a carga tributária a cada situação em particular.

É necessário esclarecer que do total do serviço não se pode excluir, para fins de
base de cálculo do ISS, parcelas relativamente a outros impostos retidos (IRF, PIS,
Cofins e INSS).

🔴 TRANSFERÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA


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A responsabilidade será por transferência quando a lei atribuir o dever de pagar


tributo à pessoa não vinculada ao fato gerador, tendo o mesmo sido anteriormente
atribuído à outra, sendo a transferência em decorrência de fato posterior à
incidência da obrigação tributária. A responsabilidade tributária por transferência,
pode ser por solidariedade, por responsabilidade dos sucessores e por
responsabilidade de terceiros.

🔴 SERVIÇOS SUJEITOS À RETENÇÃO

Haja visto que os municípios podem atribuir a responsabilidade a terceira pessoa,


é importante o contribuinte consultar a legislação local para confirmar as
disposições de cada ente tributário.

Por este motivo, em termos práticos, temos as retenções estabelecidas pelos


próprios municípios, dentro dos limites de suas competências, e as retenções
compulsórias, pois o artigo 6° da LC 116/2003 já determina que são responsáveis:

1) o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja


prestação tenha se iniciado no exterior do País;

2) a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos


seguintes serviços:

a) cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário;

b) execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de


construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive
sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem,
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e
equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador
de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS)

c) Demolição;

d) Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e

congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos

serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS);

🔴 RECOLHIMENTO DO ISS RETIDO

Nos casos de substituição da responsabilidade o contratante do serviço deve


efetuar a retenção na fonte e o recolhimento do ISS. Para isso, em regra geral, o
recolhimento do ISS deve ser feito em nome do contratante do serviço, em
conformidade com a legislação local. O contratante deve preencher o documento
de arrecadação em seu nome.
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Isto ocorre porque, geralmente, as prefeituras estabelecem a obrigatoriedade da


retenção apenas para os prestadores de serviços de fora do município e, assim
sendo, por vezes estes não têm inscrição municipal naquela localidade.

🔴 OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL E O ISS RETIDO

O fato da prestadora de serviço ser optante pelo Simples Nacional, não impede que
haja à retenção na fonte.

A empresa optante, porém, precisará informar essas receitas destacadamente, de


modo que o aplicativo PGDAS as desconsidere da base de cálculo do tributo objeto
de retenção na fonte.

No entanto, essas receitas continuam fazendo parte da base de cálculo dos demais
tributos abrangidos pelo Simples Nacional.

A tomadora do serviço recolherá o ISS à parte do Simples Nacional, de acordo com


a legislação municipal, mesmo se também for optante pelo Simples Nacional, ou
seja, fará a retenção e o recolhimento normalmente, como qualquer outra pessoa
jurídica submetida a outros regimes tributários.

🔴 NOVIDADES DA LEI COMPLEMENTAR 175/2020

Estabelecimento Prestador Domicílio do Tomador (contratante do serviço)

🔴 Serviços Impactados

 Planos de Saúde;

 Planos médico-veterinários

 Administração de Fundos, de consórcio, de cartão de crédito ou débito e

congêneres, de carteira de Clientes, de cheques pré-datados e congêneres;

 Arrendamento Mercantil (Leasing)

🔴 Ação Direta de Inconstitucionalidade referente a Lei Complementar


157/2016

Onde está o Domicílio do Tomador descrito na LC 157/2016??

Alexandre de Morais:
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“Diferentemente do modelo anterior, que estipulava, para os serviços em análise, a

incidência tributária no local do estabelecimento prestador do serviço, a nova

sistemática legislativa prevê a incidência do tributo no domicílio do tomador de

serviços. Essa alteração exigiria que a nova disciplina normativa apontasse

com clareza o conceito de “tomador de serviços”, sob pena de grave

insegurança jurídica e eventual possibilidade de dupla tributação, ou mesmo

inocorrência de correta incidência tributária”

Celso de Melo diz:

“Impregnada dessa relevante destinação constitucional, a lei complementar – ao

veicular regras disciplinadoras dos conflitos de competência em matéria tributária

e ao dispor sobre normas gerais de direito tributário – deve fazê-lo de modo

apropriado, disciplinando, com inteira adequação, a realidade fática ou econômica

sobre a qual deva incidir, sob pena de comprometer a sua própria razão de ser,

frustrando, por completo, a realização das finalidades a que se refere o art. 146 da

Constituição da República”

Decisão de Alexandre de Morais na ADI 5835

Diante de todo o exposto: a) com fundamento no art. 10, § 3º, da Lei 9.868/1999 e

no art. 21, V, do RISTF, CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR pleiteada, ad referendum do

Plenário desta SUPREMA CORTE, para suspender a eficácia do artigo 1º da Lei

Complementar 157/2016, na parte que modificou o art. 3º, XXIII, XXIV e XXV, e os

parágrafos 3º e 4º do art. 6º da Lei Complementar 116/2003; bem como, por

arrastamento, para suspender a eficácia de toda legislação local editada para

sua direta complementação

🔴 Lei Complementar 175

🔴 Art. 1º Esta Lei Complementar dispõe sobre o padrão nacional de

obrigação acessória do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), de

competência dos Municípios e do Distrito Federal, incidente sobre os serviços

previstos nos subitens 4.22, 4.23, 5.09, 15.01 e 15.09 da lista de serviços anexa à Lei
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Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003; altera dispositivos da referida Lei

Complementar; prevê regra de transição para a partilha do produto da

arrecadação do ISSQN entre o Município do local do estabelecimento

prestador e o Município do domicílio do tomador relativamente aos serviços de

que trata, cujo período de apuração esteja compreendido entre a data de

publicação desta Lei Complementar e o último dia do exercício financeiro de 2022;

e dá outras providências.

🔴 Art. 2º O ISSQN devido em razão dos serviços referidos no art. 1º será

apurado pelo contribuinte e declarado por meio de sistema eletrônico de

padrão unificado em todo o território nacional.

§ 1º O sistema eletrônico de padrão unificado de que trata o caput será

desenvolvido pelo contribuinte, individualmente ou em conjunto com outros

contribuintes sujeitos às disposições desta Lei Complementar, e seguirá leiautes

e padrões definidos pelo Comitê Gestor das Obrigações Acessórias do ISSQN

(CGOA), nos termos dos arts. 9º a 11 desta Lei Complementar.

§ 2º O contribuinte deverá franquear aos Municípios e ao Distrito Federal

acesso mensal e gratuito ao sistema eletrônico de padrão unificado utilizado para

cumprimento da obrigação acessória padronizada.

§ 3º Quando o sistema eletrônico de padrão unificado for desenvolvido em

conjunto por mais de um contribuinte, cada contribuinte acessará o sistema

exclusivamente em relação às suas próprias informações.

§ 4º Os Municípios e o Distrito Federal acessarão o sistema eletrônico de

padrão unificado dos contribuintes exclusivamente em relação às

informações de suas respectivas competências.

🔴 Art. 3º O contribuinte do ISSQN declarará as informações objeto da

obrigação acessória de que trata esta Lei Complementar de forma padronizada,


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exclusivamente por meio do sistema eletrônico de que trata o art. 2º, até o 25º

(vigésimo quinto) dia do mês seguinte ao de ocorrência dos fatos geradores.

Parágrafo único. A falta da declaração, na forma do caput, das informações

relativas a determinado Município ou ao Distrito Federal sujeitará o contribuinte às

disposições da respectiva legislação.

🔴 Art. 7º O ISSQN de que trata esta Lei Complementar será pago até o 15º

(décimo quinto) dia do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores,

exclusivamente por meio de transferência bancária, no âmbito do Sistema de

Pagamentos Brasileiro (SPB), ao domicílio bancário informado pelos Municípios e

pelo Distrito Federal, nos termos do inciso III do art. 4º.

§ 1º Quando não houver expediente bancário no 15º (décimo quinto) dia do

mês subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores, o vencimento do ISSQN

será antecipado para o 1º (primeiro) dia anterior com expediente bancário.

§ 2º O comprovante da transferência bancária emitido segundo as regras do

SPB é documento hábil para comprovar o pagamento do ISSQN.

🔴 Art. 13. Em relação às competências de janeiro, fevereiro e março de

2021, é assegurada ao contribuinte a possibilidade de recolher o ISSQN e de

declarar as informações objeto da obrigação acessória de que trata o art. 2º

desta Lei Complementar até o 15º (décimo quinto) dia do mês de abril de 2021,

sem a imposição de nenhuma penalidade.

Parágrafo único. O ISSQN de que trata o caput será atualizado pela taxa referencial

do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, a partir

do 1º (primeiro) dia do mês subsequente ao mês de seu vencimento normal

até o mês anterior ao do pagamento, e pela taxa de 1% (um por cento) no mês

de pagamento.
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🔴 Alterações na Lei Complementar 116

🔴 Art. 14. A Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, passa a

vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3º ..........................................................................................................

........................................................................................................................

do serviço do subitem 15.09.

.........................................................................................................................

§ 5º Ressalvadas as exceções e especificações estabelecidas nos §§ 6º a 12 deste

artigo, considera-se tomador dos serviços referidos nos incisos XXIII, XXIV e XXV do

caput deste artigo o contratante do serviço e, no caso de negócio jurídico que

envolva estipulação em favor de unidade da pessoa jurídica contratante, a unidade

em favor da qual o serviço foi estipulado, sendo irrelevantes para caracterizá-la as

denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de

representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.

§ 6º No caso dos serviços de planos de saúde ou de medicina e congêneres,

referidos nos subitens 4.22 e 4.23 da lista de serviços anexa a esta Lei

Complementar, o tomador do serviço é a pessoa física beneficiária vinculada à

operadora por meio de convênio ou contrato de plano de saúde individual, familiar,

coletivo empresarial ou coletivo por adesão.


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§ 7º Nos casos em que houver dependentes vinculados ao titular do plano, será

considerado apenas o domicílio do titular para fins do disposto no § 6º deste artigo.

§ 8º No caso dos serviços de administração de cartão de crédito ou débito e

congêneres, referidos no subitem 15.01 da lista de serviços anexa a esta Lei

Complementar, prestados diretamente aos portadores de cartões de crédito ou

débito e congêneres, o tomador é o primeiro titular do cartão.

§ 9º O local do estabelecimento credenciado é considerado o domicílio do tomador

dos demais serviços referidos no subitem 15.01 da lista de serviços anexa a esta Lei

Complementar relativos às transferências realizadas por meio de cartão de crédito

ou débito, ou a eles conexos, que sejam prestados ao tomador, direta ou

indiretamente, por:

I - bandeiras;

II - credenciadoras; ou

III - emissoras de cartões de crédito e débito.

§ 10. No caso dos serviços de administração de carteira de valores mobiliários e dos

serviços de administração e gestão de fundos e clubes de investimento, referidos

no subitem 15.01 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar, o tomador é

o cotista.

§ 11. No caso dos serviços de administração de consórcios, o tomador de serviço é

o consorciado.
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§ 12. No caso dos serviços de arrendamento mercantil, o tomador do serviço é o

arrendatário, pessoa física ou a unidade beneficiária da pessoa jurídica, domiciliado

no País, e, no caso de arrendatário não domiciliado no País, o tomador é o

beneficiário do serviço no País

Por conta de todas essas mudanças o Município de São Paulo estima perder R$

458,6 milhões já em 2023

Se somado os segmentos contemplados pela Lei Complementar 175, juntos, geram

R$ 4,1 Bilhões de Reais por ano

Sendo assim foi ajustado que haja uma fase de transição assim como ocorreu com

o DIFAL do ICMS.

🔴 REGRAS DE TRANSIÇÃO LEI COMPLEMENTAR 175 (ART. 15)

 2021 – 33,5% para o Munícipio do Prestador e 66,5% para o Município do

Tomador (Destino)

 2022 – 15% para o Município do Prestador e 85% para o Munícipio do

Tomador (Destino)

 2023 – A partir de 2023 100% para o Município do Tomador (Destino)

🔴 Art. 15.

§ 1º Na ausência de convênio, ajuste ou protocolo firmado entre os Municípios

interessados ou entre esses e o CGOA para regulamentação do disposto no caput

deste artigo, o Município do domicílio do tomador do serviço deverá transferir

ao Município do local do estabelecimento prestador a parcela do imposto que

lhe cabe até o 5º (quinto) dia útil seguinte ao seu recolhimento.


CONTABILIDADE NO BRASIL

§ 2º O Município do domicílio do tomador do serviço poderá atribuir às

instituições financeiras arrecadadoras a obrigação de reter e de transferir ao

Município do estabelecimento prestador do serviço os valores correspondentes

à respectiva participação no produto da arrecadação do ISSQN.

Exemplos

🔵 Uma empresa foi contratada para o desenvolvimento de software


corporativo, o qual levará 6 (seis) meses para ser concluído, desde o seu
início até o seu término.

Contratualmente, está previsto que ocorrerão pagamentos mensais de 10%


do valor do contrato, ficando os 40% restantes para o final do período,
condicionado à aceitação do objeto contratual.

Qual o momento do fato gerador?

🔵 A agência LANUS foi contratada pela indústria SOLANUS para o


agenciamento de mão de obra temporária, para cobrir um pico de produção
da indústria, no período de 90 dias.

Para tanto, a agência além dos valores a serem repassados aos


trabalhadores cobrou uma taxa administrativa para a remuneração do seu
trabalho de intermediação.

Tributariamente, teríamos a seguinte situação no tocante ao ISS:

Detalhes / Valores Mês 1 Mês 2 Mês 3


CONTABILIDADE NO BRASIL

Remuneração e Benefícios dos 195.000 210.000 185.000


Trabalhadores Temporários
Taxa de Administração 15.000 15.000 15.000
Total da fatura 210.000 225.000 200.000
Base de cálculo do ISS 15.000 15.000 15.000

🔵 A Empresa CABONOW realizou contrato no valor de R$ 1 milhão com a


Empresa TI INTELIGENCE para permissão de uso de 1000 quilômetros de
cabos de internet, em três municípios localizados no estado do Rio Grande
do Sul.

Neste caso, necessitamos definir a quilometragem relativa a cada município


e depois distribuir o preço do serviço de acordo com a extensão de cada
perímetro encontrando assim a base de Cálculo de cada Município

🔵 A Empresa FAZ-OBRA foi contratada para reformar a fachada de um


prédio. O valor do contrato foi de R$ 100 mil, sendo R$ 30 mil relativo aos
materiais aplicados e R$ 70 mil decorrente dos serviços propriamente ditos,
sobre os quais haverá a incidência do ISS.

No exemplo, o material foi tributado pelo ICMS, recolhido pelo fornecedor e


cobrado na nota fiscal de venda, então qual a Base de Cálculo do ISS?

🔵 A empresa Canecas Del Professor, com sede em Goiânia-GO, contratou


serviços da empresa Digitalizadora NO PAPER, optante pelo Simples
Nacional, sediada em São Borja, para realizar serviços de digitação de
documentos nas dependências de uma terceira empresa.

Nessas circunstâncias, o serviço prestado, por natureza, não se sujeita à


retenção na fonte, mesmo sendo prestado fora da localidade da sede da
prestadora.

Por isso a Digitalizadora NO PAPER não fará destaque a título de retenção


em sua nota fiscal. Da mesma forma, a empresa Canecas Del Professor não
adotará qualquer postura de retenção em relação ao ISS.

A empresa Digitalizadora NO PAPER, por ocasião da apuração do Simples


Nacional, informará a referida receita normalmente no PGDAS, para fins de
determinação da parcela do ISS.

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