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“Elas são tão brilhantes quanto as promessas de Deus,” foi a pronta resposta. Não poderia
ter havido uma resposta mais verdadeira.
Nós sabemos que, nos últimos dias, haverá aqueles que falarão da esperança da volta de
Cristo assim: “Onde está a promessa?” (II Pedro 3:4).
Se, porém, estiverem certos em sugerir que não há tal promessa, então devem explicar por
que, através dos séculos da história da igreja, o povo de Deus tem sido levado e movido a
suplicar com Ele para fazer o que Ele realmente nunca prometeu fazer, e por que Ele fez
isto tantas vezes em resposta às suas inflamadas orações. Mas será que não existe uma
promessa?
Pode ser alegado, entretanto, que estas profecias do Velho Testamento se referem à nação
de Israel, e que já tiveram seu cumprimento em outra dispensação que não a da igreja. Não
contestamos que esta seja a aplicação básica de muitas das passagens, mas nós,
certamente, cometemos um grande erro quando confinamos promessas tão gloriosas aos
seus cumprimentos imediatos e literais. Deus nunca quis que limitássemos Sua palavra
desta maneira, restringindo Suas preciosas promessas a compartimentos dispensacionais,
pois Ele mesmo não o faz.
Quando o Espírito de Deus torna estas promessas do Velho Testamento vivas nos corações
de Seus filhos, e dá-lhes fé para se apropriarem delas em oração e as declararem diante de
Sua face, até que Ele responda do céu com avivamento, quem somos nós para sugerir que
isto é uma aplicação errada das promessas de Deus para Israel? Os resultados são
evidência conclusiva de que Deus não pensa assim. “Porque derramarei água sobre o
sedento e rios sobre a terra seca” (Is 44:3) foi uma das promessas constantemente
reivindicadas no Despertamento de Lewis (1949-1953), e Deus respondeu a suas súplicas.
Tem sido assim em quase todo avivamento.
Promessas no Novo Testamento
Há muitas referências nas Escrituras à longa “estação seca”na Palestina que começa em
abril e dura até outubro, deixando o chão ressecado e os poços quase sem água. Somente
aqueles que já experimentaram esta “estiagem” no Oriente podem entender o grande
desejo pela chuva vindoura que enche o coração de todos os habitantes da região. Quão
vívidas são as palavras de Davi neste sentido: “A minha alma tem sede de ti, meu corpo te
almeja, numa terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63:1; vertambém Isaías 32:2; 35:7).
Esperança de Avivamento
A estação chuvosa geralmente começa no fim de outubro com chuvas leves que amaciam a
terra (SI 65:10), e depois continua com chuvas intermitentes e pesadas que,
freqüentemente, duram por dois ou três dias, durante novembro e dezembro. Estas chuvas
pesadas eram chamadas nas Escrituras de “as primeiras chuvas” ou “chuva temporã
(hebraico yoreh ou moreh). O lavrador depende das primeiras chuvas para tornar o solo
rochoso apropriado para arar a terra e semeá-la.
Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que nos dá a seu tempo a chuva, (geshem) a
primeira e a última, que nos conserva as semanas determinadas da sega” (Jr 5:24; ver
também Joel 2:23-24; Oséias 6:3).
Vemos aqui, que as primeiras e últimas chuvas são diferenciadas dos diversos outros tipos
de chuva citados nas Escrituras (ao todo são usadas dez paJavras hebraicas diferentes)
pelo próprio significado dos seus nomes, e pela descrição geshem ou “chuvas abundantes,”
que caem copiosamente abundante. Também está claro que as primeiras e últimas chuvas
não podiam ser esperadas para qualquer hora, pois tinham sua estações determinadas.
Finalmente, ambas estavam relacionadas com a colheita ansiosamente aguardada, pois
sem estas chuvas não haveria nem semeadura nem colheita.
No começo de Seu ministério o Senhor disse: “Maiores coisas do que estas verás” (João
1:50), e no final dele disse: “E outras obras maiores do que estas fareis” (João 14:12). A
chuva temporã estava próxima, e o Pentecoste marcou o seu início. “Nos últimos dias, disse
Deus, Eu derramarei do Meu Espírito.” O derramamento continuou através daquele primeiro
século, gradualmente diminuindo em poder e freqüência à medida que o tempo passava e a
fé e a espiritualidade declinavam.
Entretanto, através dos séculos seguintes da idade medival escura, as chuvas continuaram
aqui e ali, de vez em quando. Registros históricos como a Igreja Peregrina de Broadbent
mostram que em tempo algum, nem mesmo nas épocas mais escuras, as chuvas de
bênçãos cessaram inteiramente, embora derramamentos mais poderosos de avivamento
tenham sido poucos e distantes entre si. Depois da Reforma tem havido derramamentos
mais distintos e freqüentes.
As últimas chuvas vêm em preparação para o dia da colheita. É a última época da estação
chuvosa antes da colheita final. Mas quando e o que é a colheita? Na parábola do joio o
Senhor explicou que “a ceifa é a consumação do século” quando “o Filho do homem enviar
os Seus anjos que ajuntarão do Seu reino todos os escândalos e os que praticam a
iniqüidade” (Mt 13:39,41). Será o dia em que a palavra será dada Àquele “semelhante a
filho de homem” sentado sobre uma nuvem branca: ‘Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a
hora de ceifar.” Ele, então, passará a sua foice (ou seja, os anjos; Mt 13:39,41) sobre a
terra,” e a terra será ceifada (Ap 14:14-16). Nas Escrituras, a colheita está claramente
associada à vinda de Cristo no final dos tempos.
Já foi demonstrado que esta era da Igreja é o tempo das chuvas. Podemos considerar o
Pentecoste como o início da chuva temporã, pois foi durante aquelas primeiras e poderosas
efusões do Espírito, que o evangelho foi espalhado pelo mundo civilizado e o solo
preparado para a colheita final. Antes que chegue o final dos tempos com a volta pessoal de
Cristo e o tempo da ceifa, devemos esperar a chuva serôdia da promessa, ou as chuvas da
colheita.
Como pode vir o dia da ceifa antes deste período final de derramamento do Espírito, tão
vital para a maturidade final da colheita espiritual? Assim como a estação chuvosa de
Canaã terminava com o mesmo tipo de chuva que ocorria no início, o geshem ou chuva
pesada, da mesma forma devemos esperar, antes da vinda de Cristo, uma período de
poderosos derramamentos que ofuscará tudo o que a Igreja já experimentou desde a
Reforma, e cujas características e poder somente poderão ser comparados com os da
chuva temporã do início da Igreja.
Tiago não deixa dúvidas quando diz: “Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor.
Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras
e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes, e fortalecei os vossos corações, pois a
vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:7-8).
Estamos ansiosos pelo dia da ceifa? Aguardamos impacientes pela vinda do Senhor? É
como se o apóstolo quisesse acalmar os nossos espíritos irrequietos, e exortasse-nos a ser
pacientes, lembrando-nos que o Lavrador celestial esteve esperando por longas estações,
esperando pelo cumprimento dos Seus propósitos, aguardando pelo precioso fruto da terra
no tempo da colheita. Devemos ser imitadores do “Deus da paciência,” que esta esperando
há muito mais tempo do que nós.
O Lavrador sabe, e aqueles que trabalham como servo Dele também o deveriam saber, que
antes que o dia da colheita final possa raiar na vinda do Senhor, o fruto da terra tem que
receber as primeiras e últimas chuvas. Se nós, hoje, podemos olhar para trás e ver as
primeiras chuvas, ainda temos que olhar para frente em direção às últimas chuvas, a época
final dos tempos, antes do dia da colheita.
Deixando de lado, por um momento, o testemunho das Escrituras neste ponto, uma pessoa
só precisa olhar sem preconceitos para a seara do reino de Deus e a condição espiritual
daquilo que está crescento dentro dos campos para se convencer da absoluta necessidade
das últimas chuvas do Espírito antes que o fruto da terra possa estar maduro para a
colheita.
E. M. Grimes
Reimpresso de O Dia Do Teu Poder, de Arthur Wallis, com permissão da Cityhill Publishing.