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MEDITAÇÃO DA MISERICÓRDIA
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Pe. Fábio Vanderlei, IVE
2) Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros, para que todos possam ver que os bens
materiais aqui conquistados, aqui ficam.
3) Eu quero que minhas mãos fiquem para fora do caixão, de modo que as pessoas possam
ver que viemos com as mãos vazias, e de mãos vazias voltamos.
* O rapaz da parábola queria matar a fome com a comida dos porcos, mas nem isso lhe
davam. A busca da felicidade e da paz longe de Deus é inútil, as criaturas não podem saciar a alma.
"O manjar que come não é de homens, mas sim de animais imundos, e assim não basta para lhe fartar"
(La Puente). Dizia Santo Agostinho: “Senhor, nos criaste para ti, e o nosso coração não repousa senão
em ti”.
O porco é considerado pelos judeus como um animal impuro. O que a parábola quer acentuar
é a impureza e a baixeza do pecador que se coloca em uma situação abaixo a dos animais. "Tendo
passado da mais elevada altura da primeira nobreza, ao mais baixa da humilhação" (Crisóstomo).
* Então, “caindo em si, disse...”. É um momento decisivo na vida da pessoa: dar-se conta do
pecado e da insatisfação que ele nos traz, a insatisfação do mundo. Vem então o processo de
conversão descrito em vários passos: cair em si, levantar-se, ir para o Pai.
Cair em si: despertar, sair de um sonho, de uma ilusão. "Adão, onde estás?". Entrar dentro de
si, escutar a voz da consciência.
Levantar-se e ir para Deus: o pecado é aversio a Deo et conversio ad creaturas, aqui é o
movimento inverso.
É o momento quando começa a refletir e a se converter, a reconhecer o pecado e voltar para
Deus: “Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me ao
menos como a um dos teus empregados”. E depois de refletir sobre si mesmo, levantou-se e foi ter
com seu pai.
* Ainda longe, o pai o viu e ficou comovido: ainda longe, ou seja, que podemos pensar que o
pai sempre saia para ver se seu filho voltava, nosso Pai está todos os dias olhando para ver se seus
filhos voltam, se seus filhos estão arrependidos, todos os dias sai ao nosso encontro. E esse Pai ficará
comovido se nós voltamos.
* Correu-lhe ao encontro e o abraçou, cobrindo-o de beijos: essa é a atitude do verdadeiro
pai, atitude de amor para com seu filho, atitude de alegria, atitude de felicidade, também nosso Pai
nos cobrirá de beijos se voltamos arrependidos. Temos que ver a alegria desse Pai. É aqui onde se
mostra a Misericórdia de Deus, na felicidade e na alegria porque seu filho que estava afastado voltou
novamente a casa.
O discurso do filho...
* O pai falou para os escravos: “Trazei depressa e veste nele a túnica mais preciosa, ponde-
lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um bezerro bem gordo e matai-o. Vamos comer e
nos alegrar, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado”. O
Pai não somente nos perdoa todos os pecados, se não que também nos enche de presentes, de dons,
nos deixa como pessoas novas, e faz uma grande festa para nós.
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Os presentes
Túnica: símbolo da graça, do revestir-se de Cristo, do traje de festa, do homem novo, das
armas da luz, couraça da justiça...
Anel: símbolo da comunhão = comum união, do amor, etc.
Sandália: símbolo do início de uma nova caminhada...
E o motivo principal da festa: “porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava
perdido e foi encontrado”.
Estava morto: o pecado mortal; agora está vivo: a graça.
Estava perdido: o afastamento de Deus; agora foi reencontrado: a amizade com Deus.
A Misericórdia de Deus é infinita, Ele sempre nos perdoa, mas o necessário e principal para
alcançar o perdão é o arrependimento. Nós somos esse filho que se afastou de seu Pai, mas temos de
refletir e voltar a nossa casa. Não tenhamos medo desse Pai que está no Céu, Ele não quer nos castigar,
Ele nos quer perdoar, Ele não veio para buscar os sãos, mas aos doentes. Temos que ter muita
confiança na Misericórdia Divina e assim poderemos alcançar o perdão de nossos pecados.
ADIÇÕES
PARA MELHOR FAZER OS EXERCÍCIOS E PARA MELHOR O EXERCITANTE
ENCONTRAR O QUE DESEJA
73 1ª Adição. Depois de deitado e antes de adormecer, pensarei pelo espaço de uma Ave Maria,
a que horas tenho de me levantar e para que, e resumirei o exercício que tenho de fazer.
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76 4ª Adição. Começarei a contemplação, ora de joelhos, ora prostrado em terra, ora deitado, ora
sentado, ora de pé, procurando sempre en-contrar aquilo que quero.
Observarei duas coisas: a 1ª é que se acho o que quero, de joelhos, não mudarei de posição, e,
do mesmo modo, se prostrado etc. A 2ª, no ponto da meditação em que achar o que quero, aí para-
rei, sem ter ânsia de passar adiante, até que me satisfaça.
79 7ª Adição. Para o mesmo efeito, privar-me-ei inteiramente da luz, fechando janelas e portas,
quando estiver no quarto, a não ser para rezar (o ofício divino), ler ou tomar a refeição.
81 9ª Adição. Refrearei os olhos, não os levan-tando senão para receber ou despedir as pessoas
com quem falar.
82 10ª Adição. Penitência. Ela pode ser interior e exterior. A penitência interior consiste na dor
dos próprios pecados, com o firme propósito de nunca mais cometer esses, nem quaisquer outros.
A penitência exterior, fruto da primeira, consiste em se castigar pelos pecados cometidos.
Pratica-se principalmente de três modos:
83 1º) Com respeito a alimentação. Subtrair o supérfluo não é penitência, mas temperança. Há
penitência quando nos privamos do convenien-te. E tanto melhor e maior será a penitência, quanto
mais nos privarmos, contanto que não se prejudique a pessoa, nem se siga nenhuma en-fermidade
notável.
84 2º) Com respeito ao modo de dormir. Ainda aqui, não é penitência subtrair do supérfluo em
coisas delicadas e moles. Mas há penitência quando, no modo de dormir, tira-se alguma coi-sa do que
convém. E quanto mais tirarmos, tan-to melhor é a penitência, contanto que não se prejudique a
pessoa, nem se siga nenhuma do-ença notável.
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Do sono conveniente, porém, não se deve tirar nada, a não ser que se tenha o mau hábito de
dormir demasiado, para assim se chegar a uma justa medida.
85 3º) Castigando a came, isto é, causando-lhe dor sensível, por meio de cilícios ou cadeias de
ferro sobre a pele, flagelando-se, ferindo-se ou praticando outros gêneros de austeridades.
86 Notas. O que parece mais conveniente e prudente é que a dor seja sensível na came, mas não
penetre nos ossos, de forma que a penitên-cia cause dor, mas não enfermidade. E assim, parece
preferível flagelar-se com cordas finas que magoem superficialmente, a fazê-lo de ou-tro modo, que
possa produzir lesões internas notáveis.
89 3ª Nota. Quando o exercitante ainda não obteve o que deseja, como lágrimas, consolações
etc., é muitas vezes vantajoso introduzir alguma mudança na alimentação, no sono, e em outras
espécies de penitências. Varie, pois, fazendo penitência dois ou três dias, e outros dois ou três, não,
porque a alguns convém fazer mais penitência, e a outros, menos. Muitas vezes, também, omitimos
as práticas de penitência, por causa do nosso comodismo, ou por um juízo errôneo que nos faz crer
que não poderemos suportá-las sem dano notável para a saúde.
Outras vezes, pelo contrário, fazemos demasia-da penitência, persuadindo-nos de que a pode-
mos suportar. E como Deus nosso Senhor co-nhece infinitamente melhor a nossa natureza, muitas
vezes, nas tais mudanças, dá-nos a sentir o que nos convém.
90 4ª Nota. O exame particular faça-se para corrigir defeitos e negligências nos exercícios e
adições. E do mesmo modo na 2ª, 3ª e 4ª sema-nas.