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GSM e Sistema de Modulação Moderna

O Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM) surgiu nos anos 1980 como uma resposta
à crescente demanda por sistemas de comunicação móvel mais eficientes e versáteis. Sua
arquitetura é composta por três principais subsistemas: Estação Móvel (MS), Estação Base
(BS) e Switching System (SS). O MS, representado por celulares, é o ponto de acesso do
usuário ao sistema. A BS gerencia a comunicação de rádio com os dispositivos móveis. O SS,
por sua vez, é o cérebro operacional que controla a rede.

O que é GSM?

O Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM) é um padrão de comunicação móvel


digital que foi desenvolvido para substituir os sistemas de comunicação móvel analógica.
Introduzido pela primeira vez nos anos 1980, ele revolucionou a indústria de telecomunicações
ao fornecer uma maneira mais eficiente e confiável de transmitir voz e dados sem fio.

O Espectro de Frequência e a Modulação Inteligente:

O GSM opera em diversas faixas de frequência, permitindo maior capacidade e cobertura. A


modulação de frequência empregada é o método de modulação GMSK (Gaussian Minimum
Shift Keying), que otimiza a eficiência espectral e minimiza interferências. A alocação
dinâmica de canais de rádio no GSM é um dos principais fatores por trás de sua capacidade de
lidar com múltiplas conexões simultâneas.

Protocolos e Codificação de Dados no GSM:

O GSM emprega um conjunto de protocolos complexos para garantir uma comunicação eficaz.
O protocolo LAPDm (Link Access Protocol on the D Channel) gerencia o canal de controle,
enquanto o protocolo TCH (Traffic Channel) lida com a voz e os dados transmitidos. A
codificação de voz utiliza o algoritmo RPE-LTP (Regular Pulse Excitation – Long Term
Prediction), proporcionando alta qualidade sonora mesmo em condições de baixa largura de
banda.

Evolução do GSM: Do 2G ao 5G:

Ao longo dos anos, o GSM evoluiu para atender às crescentes demandas por velocidade e
capacidade. O GSM EDGE trouxe taxas de dados mais altas, enquanto o 3G UMTS introduziu
serviços de dados em alta velocidade.
O 4G LTE revolucionou com velocidades ainda maiores e menor latência. O 5G, a quinta
geração, transcendeu as fronteiras da comunicação móvel, viabilizando a Internet das Coisas
(IoT) e aplicações industriais avançadas.

O Impacto Revolucionário do GSM na Sociedade:

Ele catalisou uma revolução na comunicação móvel. A capacidade de se comunicar em trânsito


gerou uma transformação social e econômica global. O acesso à informação, serviços
financeiros móveis e comunicação instantânea tornaram-se essenciais em nosso cotidiano. O
GSM desempenhou um papel fundamental na democratização da conectividade.

O Pioneirismo do GSM e seus Legados Tecnológicos:

O GSM estabeleceu os alicerces para a inovação tecnológica contínua na área de comunicações


móveis. Seus princípios fundamentais de eficiência espectral, modulação inteligente e
protocolos robustos continuam a influenciar as gerações subsequentes de tecnologias móveis.

Termo Definição

Modulação de Frequência ⟶ Técnica usada para transmitir informações através da variação


da frequência do sinal.

Eficiência Espectral ⟶ Medida de quão bem o espectro de frequência é utilizado para


transmitir dados.

EDGE ⟶ Sigla para Enhanced Data Rates for GSM Evolution, uma extensão de alta
velocidade do GSM.

UMTS ⟶ Sigla para Universal Mobile Telecommunications System, uma tecnologia de


terceira geração.

4G LTE⟶ Quarta geração de redes móveis, conhecida por sua alta velocidade de dados.

5G ⟶ Quinta geração de redes móveis, oferecendo velocidades ultra-rápidas e baixa latência.

Como o GSM lida com problemas de interferência em sua modulação?

 O GSM utiliza técnicas de espalhamento espectral e alocação dinâmica de frequência


para minimizar interferências, garantindo comunicações confiáveis.
Quais são os desafios técnicos na transição do 4G para o 5G?

 A transição envolve a implementação de infraestrutura de rede complexa e o


gerenciamento de múltiplas frequências e antenas para suportar as capacidades do 5G.

Qual é o papel do GSM na segurança das comunicações móveis?

 Ele utiliza algoritmos de criptografia para proteger a privacidade das comunicações e


evitar interceptações não autorizadas.

Como o GSM pavimentou o caminho para a Internet das Coisas (IoT)?

 Ao demonstrar a viabilidade da comunicação de dispositivos móveis, ele inspirou o


desenvolvimento de tecnologias de IoT que utilizam redes móveis para conectar
dispositivos e coletar dados.

Padrão GSM

O padrão Groupe Spéciale Mobile (GSM) foi criado inicialmente para ser um modelo pan-
europeu pela Conference of European Postal and Telecommunications (CEPT), mas
rapidamente viu-se que seria um padrão com âmbito internacional, assim em 1991, começaram
a implantar o Global System for Mobile Communications (GSM) que era o primeiro padrão
GSM destinado à utilização internacional.

Dentre várias características do GSM destacam-se roaming internacional, alto grau de


flexibilidade, infra-estrutura e terminais de baixo custo, sinais de alta qualidade e segurança da
linha.

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) inicialmente alocou freqüências de 935-


960 MHz para downlink, da estação de telecomunicações para o terminal móvel, e de 890-915
MHz para uplink, do terminal móvel à estação, para o padrão GSM 900.
Arquitetura do Sistema

A arquitetura do GSM é constituída de três subsistemas interconectados, o subsistema de


estação radiobase (BSS – Base Station Subsystem), o subsistema de comutação de rede (NSS
– Network and Switching Subsystem) e o subsistema de suporte e operação (OSS – Operation
Support Subsystem), ilustrados pela figura a seguir.

Arquitetura do sistema GSM

O terminal móvel, ou estação móvel (MS), juntamente com o Módulo de Identificação do


Assinante (SIM), certamente são os elementos mais conhecidos. O SIM é um cartão inteligente
composto de um processador e um chip de memória que armazena as configurações e
identificação do usuário. Sem o SIM o terminal móvel fica inoperante.

O BSS é constituído pela Estação Radiobase ou Estação Transceptora (BTS) e o Controlador


de Estação Radiobase (BSC). O BSS realizará a interação entre a BTS e o terminal móvel. A
BTS contém a antena, que com sua potência devidamente regulada, irá definir o tamanho da
célula. O BSC tem a função de monitorar e controlar um número de estações radiobase que é
definido pelo fabricante, podendo ser dezenas ou até centenas de BTS.

O NSS é o subsistema encarregado de fazer as conexões e o controle de bancos de dados


requeridos durante uma chamada.

É constituído pela Central de comutação de serviços móveis (MSC), o registro local (HLR), o
centro de autenticação (AuC), o registro de visitante (VLR) e o registro de identidade de
equipamento (EIR).
O MSC é responsável pela atribuição de canais aos usuários e a execução e controle do
handover, equivalente ao handoff no GSM. É a parte central do NSS. O HLR é o banco de
dados que armazena os dados e a identidade dos usuários de sua região de abrangência e o AuC
atua como parte integral ao HLR, autenticando os usuários. O VLR é um banco de dados que
contém informações temporárias sobre assinantes que estão em roaming e requere ao HLR do
visitante, dados sobre o mesmo. Por fim, o EIR foi criado para localizar e barrar possíveis
equipamentos roubados ou clonados.

O OSS interage com os outros subsistemas, como o ISDN (Integrated Service Digital Network)
entre outros, dando a oportunidade aos engenheiros de monitorar e gerenciar o sistema. Este
subsistema também é responsável pela tarifação.

Juntos os subsistemas irão registrar o usuário e realizar a chamada, encaminhando-a e


registrando-a.

Handoff ou Handover

O termo handover é equivalente ao handoff, e foi apresentado pelo GSM. A estação radiobase
no GSM deve monitorar continuamente a posição e nível de potência do terminal móvel,
fornecendo uma lista de estações radiobase vizinhas ao terminal. O terminal por sua vez
devolve continuamente uma lista com os níveis de potência das estações vizinhas e a ERB onde
o terminal se encontra, juntamente com o BSC e o MSC, controlam e executam o handover.

Acesso Múltiplo

O GSM utiliza um esquema de acesso múltiplo baseado no FDMA (Frequency Division


Multiple Access) e no TDMA (Time Division Multiple Acess), onde os usuários compartilham
o mesmo canal.

O FDMA atribui uma frequência para cada usuário e o TDMA compartilha um mesmo canal
aos usuários. Com isso o GSM distribui frequências aos usuários divididas em 8 janelas de
tempo (burst ou timeslots) numeradas de 0 a 7. A duração de cada janela é de 577 μs tornando-
a imperceptível ao usuário. A figura 9 ilustra a distribuição das janelas de tempo.

Estrutura de Quadros

Para assegurar que a informação no GSM seja entregue inteiramente, é necessário realizar uma
sincronização dos bursts, onde a informação é dividida em quadros que são cuidadosamente
organizados por canal para fácil reconhecimento do receptor.
Cada quadro é composto por 8 usuários em janelas de tempo diferentes e são agrupados em
estruturas denominadas multiquadros, mostrados na figura 9. Existem dois tipos de
multiquadros, os multiquadros de 26 ou 51 quadros. Um superquadro é formado por 26 ou 51
multiquadros e o hiperquadro é constituído por superquadros.

Estrutura de Quadros no GSM

Downlink, uplink e hopping

Como mencionado, o GSM900, padrão baseado na frequência de 900 Hz, possui o downlink
na faixa de frequência de 935 à 960 MHz e o uplink na faixa de 890 à 915 MHz. Eles formam
um par de frequências e estão separados em 45 MHz [11]. A figura 10 mostra o deslocamento
das janelas de tempo entre o downlink e o uplink. O uplink é atrasado 3 janelas de tempo em
relação ao downlink e utilizam o mesmo número de canal (ARFCN – Número Absoluto de
Canal de Frequência de Rádio). Quando a informação no downlink é recebida na janela de
tempo número 2, ele terá duas janelas de tempo para repassar a informação para a frequência
do uplink, e automaticamente estará pronto para receber a próxima informação.

Janelas de tempo de downlink e uplink [11]


O salto em frequência (Frequency hopping) pode acontecer quando o canal, no qual o usuário
se encontra, esteja obstruído por construções, assim, o BSC pode trocar o canal do usuário para
um que não esteja sofrendo tal atenuação. Este hopping tem como objetivo proporcionar a
todos os usuários a mesma qualidade de propagação.

O GSM usa o salto em frequência lento SFH (Slow Frequency Hopping) mudando a freqüência
do canal a cada quadro, portanto, a troca de canal é dada em 4,615 ms.

Criptografia

A criptografia é realizada em cada janela de tempo a fim de proteger os dados e informações


do usuário. São utilizados dois algoritmos armazenados no SIM onde toda a informação será
criptografada e posteriormente alocada na janela de tempo. Somente com a presença do mesmo
algoritmo no receptor a informação poderá ser decifrada.

Modulação GMSK

A modulação usada no GSM é a GMSK (Gaussian Minimum Shift Keying) que é um tipo de
modulação FSK (Frequency Shift Keying) em que a modulação em frequência é o resultado de
uma modulação em fase com sinais adequados e amplitude constante, tornando-o apropriado
para uso com amplificadores de alta frequência. Baseado na modulação MSK (Minimum Shift
Keying) os bits “1” e “0” são representados pelo deslocamento da portadora em
aproximadamente 68 Hz e no GSM são representados por 270 MHz por ser quatro vezes a
frequência no MSK, minimizando o espectro da modulação e aumentando a eficiência do canal.

Um filtro gaussiano é usado na fase de pré-modulação reduzindo a velocidade de transferência


de frequências que do contrário espalharia energia pelos canais adjacentes.
Rede GSM I: Teste seu entendimento

1. Quais são alguns dos fatores que definem a extensão da área de cobertura de uma ERB?

1) Potência de saída aplicada na antena.


2) Banda de frequência a ser utilizada e sensibilidade do receptor.
3) Altura, localização e tipo da antena.
4) Topografia da área.
5) Todas as anteriores.

» Resposta Correta: 5

2. Qual dos subsistemas abaixo não é parte da arquitetura de uma rede GSM?

1) Subsistema de estação rádio base (BSS – Base Station Subsystem).


2) Subsistema multimídia IP (IMS - IP Multimedia Subsystem).
3) Subsistema de comutação de rede (NSS – Network and Switching Subsystem).
4) Subsistema de suporte e operação (OSS – Operation Support Subsystem).

» Resposta Correta: 2

3. Em que técnicas se baseia o esquema de múltiplo acesso do GSM?

1) Baseia-se no FDMA, que atribui uma frequência para cada usuário, e no TDMA,
que compartilha um mesmo canal para os usuários.
2) Baseia-se no TDMA, que atribui uma frequência para cada usuário, e no FDMA,
que compartilha um mesmo canal aos usuários.
3) Baseia-se no CDMA, que atribui uma frequência para cada usuário, e no
TDMA, que compartilha um mesmo canal aos usuários.
4) Baseia-se no CDMA, que atribui uma frequência para cada usuário, e no
FDMA, que compartilha um mesmo canal aos usuários.

» Resposta Correta: 1

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