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A melhor Queda_________________4

Sobreviventes__________________7

Incomunicáveis_________________10

Livres para adorar______________13

Escravos Modernos______________ 16

Cristianismo Self-Service________ 19

Demorou________________________22

2500 vidas______________________25
A melhor queda
“Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte
dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres”. Lucas 15:11-12

Introdução

15 de dezembro de 2021. Uma matéria da BBC News saltou aos meus olhos e me chamou a
atenção: “Por que cada vez mais filhos cortam laços com pais por saúde mental?”.
“A decisão de se distanciar definitivamente de um membro da família é um fenômeno único
e poderoso”, explica Karl Andrew Pillemer, professor de desenvolvimento humano da Universidade
Cornell, nos Estados Unidos. “É diferente de disputas familiares, de situações de alto conflito e de
relações emocionalmente distantes, mas que ainda incluem contato.”
Uma pesquisa da organização britânica dedicada a distanciamento familiar Stand Alone sugere
que o fenômeno atinge uma a cada cinco famílias no Reino Unido; nos EUA, o número é ainda maior:
uma em cada quatro famílias passam por esta experiência. Pesquisadores acadêmicos e terapeutas
na Austrália e no Canadá também afirmam que vêm observando uma “epidemia silenciosa” de rompi-
mentos familiares.
A matéria lista a (1) diferença de valores políticos ou religiosos, (2) experiências de abuso emo-
cional do passado, (3) conflito de gerações e (4) o aumento do individualismo, entre outros, como
fatores causadores e catalisadores deste fenômeno.
Entretanto, dificilmente, alguma das razões acima foi a que levou o filho pródigo a concluir: “Vou
me livrar do meu pai!”

Geração pródiga

Uma história que começa assim atrai a atenção do público em segundos, por um motivo óbvio:
ela desperta em nós sentimentos diversos; da indignação à empatia. Esta parábola mexe com a gente,
especialmente em uma era dominada por filhos pródigos.
A história do filho pródigo é a maior das parábolas contadas por Jesus e, provavelmente, é a
mais famosa delas. O teólogo e pastor Hernandes Dias Lopes identifica quatro estágios na vida do
pródigo.

Estágio 1: Ele era feliz e não sabia

Na casa do seu pai ele vivia insatisfeito, ele era feliz e não sabia, esse é o primeiro estágio. Ele
queria ir em busca da felicidade, que certamente estava longe de sua casa, de sua família, onde ele se
sentia um estranho. Sua postura é chocante, do tipo: “Pai, eu não quero seu amor, quero seu dinheiro”.
Aquele filho já tinha matado o pai dentro de si. Ele não queria esperar para enterrá-lo. Por isso ele
pede a herança. Pedir a herança é o mesmo que dizer que a vida seria mais proveitosa se o seu pai
estivesse morto.
Ele queria independência, queria liberdade, queria intensidade, mas ele não calculou o que isso
custaria. Ele foi inconsequente, assim como somos muitas vezes. Abandonamos o que temos, para
somente muito depois descobrirmos que o que deixamos para trás era tudo o que precisávamos para
sermos felizes.

Estágio 2: Ele era infeliz e não sabia

Então ele parte para um país distante, para viver a ilusão de seu sonho de felicidade. Longe de

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casa, ele era infeliz e não sabia. De balada em balada, no país distante, o mais novo playboy da região
tinha dinheiro no bolso e se entorpecia com o prazer. Falsos amigos interesseiros – como ele – o cer-
cavam e o copo sempre estava cheio. Ele confundiu prazer com felicidade e pagaria muito caro por
isso.
Viver pelo prazer é uma rota de fuga adotada pelos covardes - aqueles que não têm a coragem
de encarar a vida como ela é. Na tentativa de escapar das regras, das frustrações e evitar a dor e o
sofrimento a qualquer custo, muitas vezes, para saber o valor do verdadeiro sorriso, precisaremos
conhecer o preço das lágrimas.

Ele era infeliz e sabia

Fatalmente, chega aquele dia em que o dinheiro acaba, o copo seca e o prazer se torna a prisão.
Como as coisas sempre podem piorar, “depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma
grande fome, e ele começou a passar necessidade” (v. 14). Em sua miséria, ele era infeliz e sabia, mas
também era orgulhoso demais para pensar em voltar. Ele precisou ir ao fundo do poço, conviver com
os porcos e desejar a sua comida para poder pensar na burrada que havia feito.
A matéria da BBC, citada no início da mensagem, retrata uma triste realidade sobre os filhos que
se distanciaram dos seus pais:
“Sentimentos de solidão e vergonha parecem ter se exacerbado durante a pandemia para mui-
tas pessoas que se distanciaram da família. O “boom do Zoom” permitiu que algumas famílias se
sentissem mais próximas e mantivessem contato com mais regularidade, mas pesquisas recentes no
Reino Unido sugerem que os adultos com laços cortados sentiram ainda mais falta da vida em família
durante o lockdown”.
Aquele distanciamento social levou o garoto a cair em si (v. 17). Se o caminho da perdição é
ladeira abaixo, o retorno sempre será uma subida. Subidas são sempre mais desafiadoras. O caminho
de volta é muito difícil de ser trilhado. Ele está repleto de incertezas e insegurança. “Ninguém vai acre-
ditar em você”; “Todos vão te olhar torto”; “Você já tentou outra vez e fracassou, isso não é pra você”;
“É muito tarde, você já foi longe demais”; são pensamentos que frequentemente ocorrem a quem está
longe de Deus.

Ele era feliz e sabia

Quando decidiu voltar para casa, o pródigo nem queria ser aceito como filho, bastava ter o que
comer. Ele voltou para casa e, para sua surpresa, o pai correu, o abraçou e beijou. Ao invés de um
sermão, ele recebeu uma festa. Agora, ele era feliz e sabia!
Karl Andrew Pillemer, professor de desenvolvimento humano da Universidade Cornell, nos Es-
tados Unidos, realizou uma pesquisa nacional para o seu livro Fault Lines: Fractured Families and How
to Mend Them(“Falhas tectônicas: famílias fragmentadas e como reuni-las”, em tradução livre), publi-
cado em 2020. Para seu livro, Pillemer entrevistou mais de 100 pessoas que se distanciaram de seus
familiares e conseguiram se reconciliar. Ele concluiu que o processo realmente era definido por muitos
como “motor para crescimento pessoal”. “É claro que isso não é para todos, mas, para algumas pesso-
as, superar os conflitos, mesmo se o relacionamento resultante fosse imperfeito, era fonte de auto-
estima e orgulho pessoal.” Em suma, a reconciliação, via de regra, vai gerar crescimento e bem-estar.

Novamente com o Pai

“Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão correu para seu filho, e o abraçou e
o beijou” Lucas 15:20

Aquele pai havia sido profundamente desrespeitado. Agora, seu filho está voltando. É hora do
acerto de contas. Mas, espere! O que ele está fazendo? Ele levantou a barra de suas vestes e está

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correndo?! No Oriente Médio, homens de respeito não correm. Ao encontrar o rapaz, o pai o abraça e
beija repetidamente. Ao invés de uma lição de moral, o pai tem uma declaração de amor. Quebrando
os tabus de sua época, a parábola ultrapassa a lição da misericórdia para ensinar à humanidade algo
ainda maior: a graça. “A misericórdia deu ao filho pródigo uma nova chance. A graça deu a ele uma
festa” (Max Lucado).

Para aquela comunidade, o pródigo era extremamente indesejado em função de sua conduta
e corria o risco até de ser apedrejado pelos moradores. Por isso, o pai tinha que correr. Ele cobriu-se
de vergonha e foi motivo de zombaria por amor a seu filho. Quando o pai o abraça, ele está disposto a
protegê-lo tanto do discurso de ódio da comunidade, quanto de possíveis pedras atiradas contra ele.

Além disso, o pai restaurou a vida de seu filho e o reintegrou à família. Na Palestina do século
I, as sandálias eram um artigo de uso quase exclusivo da nobreza. Escravos, porém, geralmente anda-
vam descalços. No momento em que o pródigo diz que não é digno de ser chamado filho, o pai ordena
ao servo: “tragam já, sandálias para o meu filho! Deem também a ele a melhor roupa, quero que todos
vejam sua distinção”. Você consegue captar isso?
Ao retornar para casa, Deus não faz de nós seus servos, ele nos reintegra imediatamente à famí-
lia, faz de nós seus filhos! Como disse John MacArthur, “ignorando a própria reputação, o pai estava
cobrindo o filho pródigo com honra sobre honra”.
Por fim, o pai aproveitou a festa para responsabilizar o ex-pródigo, presenteando o filho com o
anel da família. Se o calçado representava que o garoto era filho, a melhor roupa significava que ele
era um filho de prestígio e o anel representava que o filho era o representante legal do próprio pai,
pois ele era o mordomo da casa. No reino de Deus, salvação está associada ao serviço. Se uma pessoa
não assume responsabilidades no reino de Deus, é provável que ela não tenha experimentado plena-
mente a experiência da salvação.

Conclusão

A maneira mais fácil de ser infeliz é buscar a felicidade a qualquer custo. Em sua busca incessan-
te por uma vida regada de prazeres, os pródigos, um dia, podem chegar ao abismo de sua existência e
encarar o vazio de suas vidas com extremo pessimismo. Talvez, para alguns, esta seja a única maneira
deles perceberem que as coisas não estão como deveriam estar.
Certa vez, alguém disse que a melhor queda é cair em si. O filho pródigo é alguém que pode
confirmar isso. Por quais estágios da história do filho pródigo você já passou em sua vida espiritual?
Em qual você está hoje? Eu tenho uma notícia para você: não importa o estágio no qual você se en-
contra, o Pai está sempre de braços abertos para nos receber.

Apelo

O filho pródigo perdeu tudo, mas não perdeu o Pai. Pode parecer difícil para você retornar para
os braços do Senhor, mas foi exatamente quando o pródigo caiu em si que ele se levantou, sacudiu a
poeira e deu a volta por cima. Não seria a hora de você fazer o mesmo? Lembre-se: por alguma razão
desconhecida, Deus decidiu fazer do arrependimento a virtude dos imortais. Talvez o medo, a vergo-
nha, a dor ou o orgulho estejam impedindo você de cair em si, mas Deus aposta em você NOVAMEN-
TE. Resta a você confiar nEle NOVAMENTE.

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Sobreviventes
“Ouçam! O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do
caminho, e as aves vieram e a comeram. Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita
terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram
e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as
plantas, de forma que ela não deu fruto. Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa
colheita, a trinta, sessenta e até cem por um”. Marcos 4: 3-8

Introdução

As estatísticas não estão ao nosso favor: 68% dos jovens abandonam a fé no período da univer-
sidade. Além disso, a juventude representa 48,4% do total das pessoas que saíram da igreja na União
Nordeste Brasileira nos últimos cinco anos. Isso nos faz pensar: será que o evangelho está saindo de
moda ou se tornando antiquado? Este cenário surpreenderia Jesus? A resposta a estas perguntas é um
sonoro não.

A primeira parábola

À beira do mar da Galileia há um homem. Alguns dizem que ele é um profeta, outros afirmam
ser ele um curandeiro. Uma multidão se reúne ali para ouvir aquele célebre desconhecido. As sinago-
gas locais estavam ficando pequenas demais para suas pregações. Ao ar livre, concorrendo apenas com
o barulho das ondas que arrebentavam na praia, ele contou uma história encantadora sobre fracassos
e sucesso.
Não por acaso, a primeira parábola que Jesus contou fala sobre os obstáculos da fé e as frustrações
daqueles que abandonaram a igreja. Até aqui, a Bíblia mostra multidões seguindo Jesus, mas esta his-
tória contada pelo mestre mostra que Ele não estava impressionado com aquilo: a evasão dos seus
seguidores seria muito grande. Em outras palavras, Jesus sabia que o evangelho seria cancelado na
vida de muitos que estavam ali.
Nesta parábola, a palavra de Deus é a semente (Mc 4:14). À medida que ela é lançada, toca
diferentes tipos de solos que são a representação dos diferentes corações (Mt 13:19) de pessoas que
são evangelizadas e recebem a Palavra de Deus. Cada um com suas características e dilemas que ex-
pressam a realidade que experimentamos na igreja.

Corações Desprotegidos

“Algumas pessoas são como a semente à beira do caminho, onde a palavra é semeada. Logo que a ou-
vem, Satanás vem e retira a palavra nelas semeada” Marcos 4:15.

O primeiro grupo torna-se vítima dos enganos de Satanás e sucumbe. À medida que Jesus
lança a semente sobre o solo, o diabo, comparado com uma ave à espreita, arranca de alguns a palavra
de Deus. Algumas pessoas estão expostas demais aos ataques do inimigo. Elas estão tão abertas às
filosofias, doutrinas e práticas pagãs que se tornam vulneráveis aos ataques do diabo e por isso não
compreendem a Palavra, que por sua vez não frutifica em sua vida. Talvez você já tenha feito, ou ainda
faça parte deste grupo.

Corações Petrificados

“Outras, como a semente lançada em terreno pedregoso, ouvem a palavra e logo a recebem com ale-
gria. Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo. Quando surge algu-

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ma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandonam” Marcos 4:16-17.

O segundo grupo recebe o evangelho com euforia, mas não resiste à tribulação. Sua atenção
está voltada unicamente para os benefícios do evangelho. Eles vão para a igreja para OBTER uma bên-
ção e não para SER uma bênção. Então, quando as dificuldades da vida cristã se levantam, aqueles que
querem viver de vitória em vitória logo se evadem da comunidade da fé. Pode ser que você tenha ex-
perimentado algo parecido.

Corações Ocupados

“Outras ainda, como a semente lançada entre espinhos, ouvem a palavra; mas quando chegam as pre-
ocupações desta vida, o engano das riquezas e os anseios por outras coisas, sufocam a palavra, tornan-
do-a infrutífera” Marcos 4: 18-19.

O terceiro grupo de pessoas é asfixiado por cuidados mundanos, pela sedução da riqueza e pela cobiça.
Estes vivem para o trabalho ou para aproveitar o que ele proporciona. A maior busca de sua vida é o
luxo, ou, minimamente o conforto. Eles não vão poupar esforços para obter o melhor desta terra, ainda
que isto lhe custe o céu. Suas metas? Concursos, carreira, mercado de trabalho e tudo que o dinheiro
lhes puder proporcionar. Isso lhe soa familiar?

Corações férteis

“Outras pessoas são como a semente lançada em boa terra: ouvem a palavra, aceitam-na e dão uma
colheita de trinta, sessenta e até cem por um” Marcos 4:19.

O último grupo é formado por aqueles que permaneceram na fé, livres de impeditivos externos
e frutificaram.
Na versão da parábola contada por Lucas, há um indício da razão do êxito da semente que ger-
minou: “[eles] a retém e dão fruto com perseverança” (Lc 8:15). Embora a parábola descreva três situ-
ações que impossibilitam a semente (que é palavra de Deus) germinar, o seu foco não está no fracasso
dos que abandonaram o Evangelho, mas na vitória daqueles que perseveram.
O primeiro quadro do evangelho em parábolas apresenta o drama de perder irmãos que desistirão da
fé, mas também a gigantesca grandeza daqueles que haverão de permanecer imparáveis. Algumas se-
mentes irão se perder, mas o que importa é que cada semente que germinar e crescer se multiplicará.
Não há prejuízo para o Reino de Deus.
Não é apropriado ler a parábola pensando: “Que pena! A maior parte das sementes são desperdiça-
das.” Ao contrário disto, a ideia central é: se três sementes se perdem, a que perseverou e sobreviveu
produzirá exponencialmente trinta, sessenta ou cem frutos.

Vou te dar um tempo para você pensar: que tipo de solo melhor descreve a sua vida?
Pode ser que você tenha se identificado com um dos primeiros três tipos de solos, e esteja pen-
sando: então, eu sou uma vítima das circunstâncias e estou irremediavelmente perdido?

Auto-determinantes

Viktor Frankl, psiquiatra judeu, ex-professor da Universidade de Viena e adepto do determi-


nismo proposto pela psicanálise de Freud, acreditava que as circunstâncias provocavam respostas pre-
visíveis nos indivíduos. Para ele, os seres humanos tinham a tendência de responder instintivamente
de maneira similar às dificuldades que aparecessem em seus caminhos.
Contudo, quando o estudioso foi levado prisioneiro para um campo de concentração em Aus-
chwitz, na II Guerra Mundial, Frankl teve uma mudança radical em sua teoria sobre a psicologia huma-

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na. O trecho abaixo é composto por recortes extraídos de seu livro Em busca de significado:

Sigmund Freud afirmou em certa ocasião: “Imaginemos que alguém coloca determinado gru-
po de pessoas, bastante diversificado, numa mesma e uniforme situação de fome. Com o aumento da
necessidade imperativa da fome, todas as diferenças individuais ficarão apagadas, e em seu lugar apa-
recerá a expressão uniforme da mesma necessidade não satisfeita.” Graças a Deus, Sigmund Freud não
precisou conhecer os campos de concentração do lado de dentro. Seus objetos de estudo deitavam
sobre divãs de veludo desenhados no estilo da cultura vitoriana, e não na imundície de Auschwitz. Lá,
as “diferenças individuais” não se “apagaram”, mas, ao contrário, as pessoas ficaram mais diferentes; os
indivíduos retiraram suas máscaras, tanto os porcos como os santos.
O homem não é uma coisa entre outras; coisas se determinam mutuamente, mas o homem, em
última análise, é autodeterminante. Aquilo que ele se torna - dentro dos limites dos seus dons e do am-
biente - é ele que faz de si mesmo. No campo de concentração, [...] testemunhamos alguns dos nossos
companheiros se portarem como porcos, ao passo que outros agiram como santos. O homem tem den-
tro de si ambas as potencialidades; qual será concretizada, depende de decisões e não de condições.
Nossa geração é realista porque passamos a conhecer o ser humano como ele de fato é. Afinal, ele é
aquele ser que inventou as câmaras de gás de Auschwitz; mas ele é também aquele ser que entrou na-
quelas mesmas câmaras de cabeça erguida, tendo nos lábios o Pai Nosso ou o Shema Yisrael [principal
oração do judaísmo].

Em poucas palavras, o que Frankl estava nos ensinando é que você será, em grande medida, o
que você escolher ser.

Conclusão

Esta é a primeira parábola contada por Jesus, e isso não é acidental. A parábola do semeador é uma
reflexão de como será o ministério do próprio Jesus e a vida dos seus seguidores. O reino de Deus é
formado por sobreviventes. Campeões que perseveraram. Esta é a lição da primeira história contada
por Jesus.
A parábola do semeador revela por que Jesus não se impressiona com as multidões que o seguiam. A
maioria dos ouvintes de Jesus não produziria frutos dignos de arrependimento. Mas aqueles que esco-
lherem perseverar até o fim, estes serão salvos (Mt 24:13; Ap 2:10)

Apelo

Lembre-se de Abraão no Moriá e de José – seu bisneto – no poço e na prisão. Lembre-se de Rute, em
sua viuvez e de Raabe, nos muros de Jericó. A lista se estende: os três hebreus na fornalha, Daniel na
cova dos leões, Ester diante do Rei e os apóstolos diante das autoridades romanas. Todos imperfeitos,
porém, imparáveis. Fracassados em muitos pontos, entretanto, donos de uma vontade insaciável de
fazer a vontade de Deus.
A crise não afetou o caráter deles, apenas serviu de pano de fundo para que a sua luz brilhasse mais
intensamente. Como bem definiu Viktor Frankl “Quem tem um ‘porquê’ enfrenta qualquer ‘como’”.

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Incomunicáveis
“Orem sempre” I Tessalonicenses 5:17 NTLH.
Introdução

O exército iraquiano era o quarto maior do mundo na ocasião da Guerra do Golfo (1990-1991).
Seus soldados eram bem-treinados e equipados, a força aérea era precisa, os tanques de última gera-
ção, as armas de todos os tipos e eles levavam certa vantagem por conhecerem melhor o território.
Não seria fácil enfrentá-los, nem mesmo para a superpotência militar americana. Assim, para vencer
aquela guerra, os EUA tiveram que utilizar uma estratégia inovadora: eles bombardearam as bases de
comando e controle.
Os aviões norte-americanos não fizeram dos depósitos de armas o seu alvo, nem tampouco do
palácio do governo. Eles atacaram os centros de comunicação e o exército, incomunicável, não pôde
organizar suas estratégias de combate. Assim, quando as tropas norte-americanas atacaram por terra,
o exército iraquiano foi incapaz de mostrar resistência.

O maior problema dos nossos dias

Não se pode vencer uma guerra sem comunicação efetiva. Quando ficamos incomunicáveis, o
inimigo invade nosso território. Leonard Ravenhill pintou um retrato ultrarrealista de nossos dias:

“Contamos com muitas pessoas que sabem organizar, mas poucas dispostas a agonizar; muitas
que contribuem, mas poucas que oram; [...] muitos que interferem, mas poucos que intercedem”. Entre-
tanto, não deveria ser assim. Se fracassarmos na oração, fracassaremos em todas as frentes de batalha.

Nós, jovens, costumamos ter uma vida muito agitada. Trabalho, estudos, saídas com a galera...
além disso, passamos horas assistindo nossas séries favoritas ou batendo papo nos grupos do whatsa-
pp e stalkeando o crush em alguma rede social... Quase não sobra tempo para orar! Nossa comunicação
com o céu está sendo drasticamente afetada pelos ruídos de nosso excesso de comunicação com a
terra. Não tem o que questionar! Estamos precisando dedicar mais tempo para ficar a sós com Deus!
Entendam que o Criador do universo está ao alcance de uma prece. Lembrem-se do que disse Ellen
White, “Mais oração e menos conversa é o que Deus deseja, isso transformaria seu povo em uma torre
forte” (Testemonies to Southern Africa, p. 53).

Batendo na porta do céu

Talvez a oração incessante seja uma das mais difíceis tarefas da vida cristã. Contudo, afastar-se
deste estilo de vida é a forma mais fácil de afastar-se do céu. É impressionante que na era da comuni-
cação, o maior perigo para o povo de Deus é fracassar em se comunicar com o céu. Nós aceleramos a
comunicação, ampliamos os meios para isso, inventamos novas formas, investimos bilhões neste setor,
mas raramente temos tempo para uma oração de qualidade. Todavia, não podemos nos esquecer que
Deus não responde a uma oração que não tenha sido feita.
Jesus contou uma parábola radical sobre o dever de “orar sempre e nunca desanimar” (Lucas 18:1).

Ele disse: “Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os ho-
mens. E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me
justiça contra o meu adversário’. Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo:
‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou
fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar’ “. E o Senhor continuou: “Ouçam o que diz o

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juiz injusto. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará
fazendo-os esperar?
Lucas 18:2-7

Uma pobre viúva grita tentando chamar a atenção de um corrupto juiz: “Julga a minha causa
contra o meu adversário” (Lc 18:3). O juiz não lhe dá atenção. Mas ela é imparável. Ela insiste, persiste
e não desiste.
Todos já enfrentamos o dilema da oração não respondida. E como isso dói! Às vezes nossos
motivos são pecaminosos; às vezes nos falta sinceridade, mas, outras vezes, nos falta perseverança.
Contudo, antes de entrar neste tema, é importante ressaltar que Deus não quer que vivamos em um
estado de paranoia espiritual, procurando os motivos pelos quais nossas orações não são respondidas.
É melhor acreditar que Ele sabe o motivo de estar negando ou adiando a resposta dos nossos pedidos.
Além do mais, a oração não deixa de ser um exercício. Orar é malhar os músculos da fé. Qual-
quer pessoa que já foi a uma academia sabe que o princípio da hipertrofia é a repetição. Da mesma
forma, se você quiser fortalecer a sua fé, você vai ter que repetir este ato, até que um dia sua fé será
capaz de mover as montanhas em seu caminho.
É importante perceber, também, o motivo da oração da viúva. “Ela gritava a fim de remover o
seu “adversário”, não o seu problema. Nós nos confundimos, às vezes, achando que só por que nós te-
mos uma necessidade, Deus deve nos responder ao nosso modo e no nosso tempo. Isso significa deixar
a necessidade nos governar e não o Senhor. Independentemente do que você está passando agora, a
sua necessidade pode até ser a sua resposta!” (Sandra Querin).
Por quanto tempo os discípulos se demoraram em Jerusalém? Até serem revestidos de poder
do alto” (Lc 24:49). Por quanto tempo Moisés permaneceu com as mãos erguidas a Deus em oração?
Até Amaleque ser completamente derrotado (Êx 17:13). Por quanto tempo Josué segurou sua lança
na direção de Ai, enquanto o exército a atacava? Até ela ser destruída (Js 8:26). Por quanto tempo Elias
ficou de joelhos em oração perseverante após três anos de seca? Até aparecerem nuvens no céu (I Rs
18:44). Por quanto tempo Jesus orou no Getsêmani? Até Satanás ser derrotado. Por quanto tempo os
discípulos permaneceram em oração no cenáculo? Até o Espírito Santo ser derramado sobre eles. Não
importa qual é o nosso pedido de oração, se Deus nos guiou a orar por uma necessidade que cremos ser
da vontade dEle, por quanto tempo devemos orar? Até chegar a resposta.

Afinal de contas, é sempre bom lembrar do que disse Ellen White, “A oração comove o céu”. (Nos Luga-
res Celestiais, p. 74)

E os desafios da distração?

A maioria das pessoas que eu conheço, já pagaram mico na oração silenciosa. “Deus, eu tava
falando o que, mesmo?” e “Senhor, abençoe meus pecados”. Foram coisas que eu mesmo já disse en-
quanto orava. Para evitar que você se perca na oração, vou te dar aqui 3 dicas que podem te ajudar:

- Seja autêntico! Não seja um personagem fazendo uso de um vocabulário que não faz parte do seu dia
a dia, falando palavras difíceis ou até mesmo modificando a entonação – tem muito nordestino com so-
taque paulista na oração. Deixa só eu te relembrar que Deus sabe quem você é. “Orar é abrir o coração
a Deus como a um amigo” (Caminho a Cristo, p. 59).

- Fale em voz alta! Muitas vezes o silêncio nos coloca em um labirinto mental. Tem muita coisa aconte-
cendo dentro da sua mente agitada. Verbalizar (ou até mesmo escrever) vai te ajudar a não se perder
no emaranhado de pensamentos que está na sua mente.

- Abra o jogo! Torne a própria distração em um motivo de oração: “Deus, eu me desconcentrei de novo,
me ajude a permanecer conectado com o Senhor”. Lembre-se, o Pai dos céus deseja abraçar as nossas
fragilidades e limitações.

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Conclusão

Ser membro de uma igreja e não ter uma vida de oração é o mesmo que ter uma conta no Insta-
gram e perder completamente o acesso à internet: ou seja, não serve de nada! A oração é a rede wire-
less que nos conecta ao céu. Perder essa conexão é ignorar um universo de possibilidades que está ao
alcance do seu clamor.
Orar é ter acesso ao perfil de Deus e conversar com Ele pelo direct sobre os últimos stories que
você nem sequer postou, mas Ele já visualizou. Quem vive em oração pode ter certeza de que está na
lista de melhores amigos de Deus e que logo, logo, receberá notificações da ação dEle em seu favor.
Por isso, se você não quiser virar um meme de uma religião fracassada, aprenda a orar. É impossível
tropeçar quando se está de joelhos, por isso, não fique off-line para Deus, “ore sempre” (1 Ts 5:17) e
lembre-se:

Apelo

Você se lembra como foi que você começou a se afastar de Jesus? Tudo começou quando você
parou de orar, não foi? O relacionamento foi quebrado e, depois, uma sucessão de coisas acabaram se
tornando a desculpa perfeita para que você não mais viesse à igreja e o afastamento foi definitivo.
Orar não é apenas “pedir para Deus”, orar é “estar com Deus”. Você não é um mendigo à porta;
você é um filho no colo. Se você quiser ter uma nova mente, precisa estar disposto a orar novamente,
quantas vezes for preciso. Sem uma vida de oração, você não vai conseguir voltar para os braços de
Jesus. Faça disso uma prioridade! Antes de voltar para a igreja, você precisa voltar a orar.

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LIVRES PARA ADORAR
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos subme-
tais, de novo, a jugo de escravidão”. Gálatas 5:1
Introdução
Se voltarmos os olhos para o Egito da época do Êxodo, veremos uma representação do Grande
Conflito, tendo Faraó como representante do diabo e Moisés como representante de Cristo. Nos dias
da libertação, o povo sofria com os abusos da autoridade egípcia. Um rigoroso controle de natalidade
exigia que os meninos fossem mortos no parto, e os que sobrevivessem a essa barbárie seriam empre-
gados em serviços forçados no processo de construção do império, alimentando o luxo de Faraó e de
sua nobreza.
As coisas começam a mudar quando Moisés, ao retornar de seu exílio em Midiã, retorna à sua
terra natal e confronta Faraó com a seguinte declaração:
“[...] Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no
deserto”. Êxodo 5:1

Obviamente, o líder da maior superpotência mundial de sua época não atendeu o pedido dos
escravos. E, em virtude disto, seu território começou a ser flagelado por pragas. O Nilo tornou-se em
sangue e o povo estava aterrorizado. Moisés, então, retorna ao palácio de faraó e insiste:
“[...] Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva”. Êxodo 8:1

PROPOSTA 1 - NÃO SAIA DO EGITO

É somente depois da quarta praga, quando o Egito ficou tomado por moscas, que Faraó se dis-
põe a negociar a liberdade dos hebreus, fazendo, a princípio, uma pequena concessão:
“Então Faraó chamou Moisés e Arão e disse: Ide e oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra” Êxodo
8:25

A primeira proposta de Faraó é uma permissão para que os hebreus prestem culto a Deus na
terra do Egito. Em outras palavras, ele estava dizendo:
“Vocês podem cultuar ao Deus de vocês, desde que seja aqui. Sirvam ao seu Deus, mas não saiam do
Egito”.
É impressionante ver quantos cristãos se contentam com esta proposta! Eles frequentam a
igreja, mas não fazem parte dela – e se já fizeram, afastaram-se por considerá-la antiquada e fora de
moda. Eles assistem aos cultos e às vezes até se emocionam, mas definitivamente não estão dispostos
a sair do Egito e fazer parte do povo do Senhor.
Eles adoram o Deus de Israel, mas não acham necessário sair do Egito para isso. Vêm para o
templo de Deus, prestam seu culto e, logo em seguida, retornam para as festas egípcias, para o dia a dia
egípcio, para as canções egípcias, para o estilo de vida egípcio.
Não se iluda, Deus quer livrar você do Egito! Ele não quer simplesmente ser adorado, Ele quer
libertar você para a adoração. Não é à toa que Moisés não aceita esta proposta – e você também não
deveria.

PROPOSTA 2 - NÃO SE AFASTE DO EGITO

“Eu vos deixarei ir, para que ofereçais sacrifícios ao Senhor, o vosso Deus, no deserto, apenas se saindo
não fordes muito longe” Êxodo 8:28

A segunda proposta de Faraó é tentadora, contudo, ainda mais perigosa: “Tudo bem, podem adorar a
este Deus, podem até sair daqui, mas não afastem-se do Egito. Fiquem a uma distância que, a qualquer
momento, vocês possam voltar”.

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Nos dias de hoje, muitos cristãos mantêm-se a uma distância segura do Egito. Eles vivem uma
religião que eles chamam de “equilibrada”, mas, na verdade, não passa de covardia espiritual. Em sua
obra Cartas de um diabo ao seu aprendiz, C. S. Lewis afirma que uma religião moderada é tão proveito-
sa quanto nenhuma religião.
O que chamamos aqui de religião moderada é aquela na qual o indivíduo evita qualquer decisão
radical baseada nos sacrifícios demandados pela fé. Este tipo de pensamento é compatível com o da
mulher de Jó, que aconselha o seu marido a não seguir a Deus a partir do momento em que os benefí-
cios cessam. Tais indivíduos evitam a qualquer custo ser classificados como extremistas e suas opiniões
sempre estão de acordo com a mídia e as massas, vivenciando uma espécie de cristianismo diplomático
com o Egito.
Acontece que se você não se afastar do Egito, quando a coisa apertar, esta pode ser exatamen-
te a sua rota de fuga. Você pode ter saudade da escravidão e pode colocar tudo a perder. É por isso que
Deus orienta Moisés a não aceitar esta condição.

PROPOSTA 3 – NÃO LEVE SUA FAMÍLIA

É no contexto da oitava praga, após o Egito estar quase arruinado, que Faraó se dispõe a reto-
mar a negociação:
“[...]Vão e prestem culto ao Senhor, o seu Deus, mas, digam-me, quem irá”? Êxodo 10: 8

Ao que Moisés respondeu:


“Disse-lhe Moisés: Temos de ir com nossos jovens e com os nossos velhos, com os nossos filhos e com
as nossas filhas, com os nossos rebanhos e com o nosso gado, por que temos que celebrar ao Senhor”.
Êxodo:10 :9

Este era um jeito simples de dizer, vamos com todos! Contudo, Faraó indignou-se com a ousa-
dia do profeta:
“Não será assim. Agora, ide vós, os homens, e servi ao Senhor, pois isso é o que pedistes”. Êxodo 10:11

Na estrutura social daquele tempo, onde os músculos eram essenciais às principais formas de
trabalho, a figura masculina tinha um papel de destaque na sociedade. Quando Faraó libera os homens
para ir, ele está propondo uma ruptura na unidade familiar do tipo: “Vocês podem ir, mas as suas famí-
lias ficam comigo”.
Incrivelmente as coisas não mudaram hoje. O inimigo de nossas almas deseja ansiosamente
que abandonemos e deixemos a nossa família para trás em questões de adoração. Assim, muitos estão
abandonando a sua família. Não priorizam o culto familiar, economizam na lição da escola sabatina, não
investem na espiritualidade da sua casa. A estes, é bom lembrar o que Paulo falou em I Timóteo 5:8:
“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior
do que o descrente”.
Sobre isso também, é oportuno lembrar o que escreveu Ellen White:
“Onde há falta de religião no lar, de nada vale profissão de fé”.
Signs of the Times, 14 de novembro de 1892
E, novamente:
“Se houvesse mais genuína religião doméstica, mais poder haveria na igreja”. Mensagens aos Jovens,
pág. 327.

Adoração é algo que deve ser feito em família. Se o diabo não está disposto a abrir mão da sua
família, por que você estaria?

14
PROPOSTA 4 – DEIXE AQUI OS SEUS BENS

Perceba que, até agora, faraó vinha fazendo pequenas concessões. Aos poucos ele foi demons-
trando o que ele gostaria que permanecesse no Egito: na primeira proposta, o povo deveria ficar em
solo egípcio; na segunda, o povo não deveria se afastar demais de lá; na terceira proposta, a família dos
hebreus deveria permanecer no Egito; na proposta final, pouco antes da praga dos primogênitos, ele
deixou claro qual era a última coisa que ele não estava disposto a abrir mão: os bens dos israelitas.

“Então faraó mandou chamar Moisés e disse: Ide, servi ao Senhor. Somente fiquem os vossos rebanhos
e o vosso gado; vão também convosco as vossas crianças.” Êxodo 10:24

Por incrível que pareça, a última coisa que Faraó não estava disposto a abrir mão era do gado
de Israel. Lembre-se que os hebreus formavam uma nação de pastores (Gn 46:32-34). O gado era a
fonte de seus recursos. A última proposta de faraó foi: “Vocês podem ir, podem levar a família de vocês,
mas os seus recursos ficarão no Egito. Suas posses são minhas!”.
É, no mínimo, curioso que a última coisa que o inimigo esteja disposto a abrir mão é de nossa
renda. O filósofo russo Leon Tólstoi classificou o dinheiro como uma “nova forma de escravidão im-
pessoal”. E, por mais que alguns não aceitem, é importante ressaltar que o dinheiro e a forma como o
usamos é, sim, um assunto espiritual.
É interessante perceber que os hábitos de consumo no século XXI acabaram tomando sobre
si contornos de religião. Marcas são símbolos sagrados que representam filosofia e estilo de vida. Bal-
cões de lojas são altares, onde se sacrificam salários para aplacar a ira de uma divindade que exige tudo
que você tem: o d(EU)s ego. O fast-food se tornou a santa ceia de um povo que celebra, nas praças de
alimentação, o prazer de saciar o próprio apetite.
Não é por acaso que a Bíblia nos aconselha em Provérbios 3:9:
“Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações.”
Deus coloca a mão em nossos bolsos para tocar o nosso coração. Quem controla o nosso di-
nheiro também controla nosso estilo de vida. Ninguém saiu do Egito completamente enquanto não
honrar o nosso Senhor com os seus recursos financeiros.

CONCLUSÃO

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5:1). Esta liberdade não é parcial. O povo
atravessou o mar e afastou-se por completo do Egito. Levaram consigo suas famílias e seus bens. Eles
se tornaram completamente livres para experimentar a vontade de Deus.
A liberdade nos concede uma nova mente. Precisamos ser libertos do domínio do inimigo em
todas as esferas. Precisamos que nossa família seja livre. Precisamos que nossos recursos gritem sobre
a nossa liberdade. E como disse Leon Tolstoi:
“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas
uma consequência”.

APELO

Se por alguma razão você se encontra hoje em qualquer dos estados descritos nesta mensa-
gem; se você ainda permanece no Egito ou não se afastou dele, se você tem negligenciado a sua família
ou não tem honrado a Deus com seus recursos, é hora de reavaliar e aceitar a liberdade que Cristo
oferece. Se você quer se libertar do poder do príncipe deste mundo que já foi julgado, decida hoje atra-
vessar o oceano de dificuldades ao lado do Salvador.

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ESCRAVOS MODERNOS
“Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o ho-
mem poderá dar em troca de sua alma?” Mateus 16:26

Introdução

Workaholic. Termo estrangeiro importado da língua inglesa para descrever o indivíduo que é viciado
em trabalho. Penso que o mundo contemporâneo está contaminado por esta epidemia. Jornadas di-
árias de 12 horas, fim de semana com trabalho e falta de tempo para o lazer. O século XXI já chegou
pisando no acelerador e impondo um ritmo de vida frenético para a humanidade. Alguns séculos atrás,
contudo, um estilo de vida assim seria impensável.
A visão medieval sobre o dinheiro era negativa. Os votos de pobreza eram uma virtude das
mais elevadas e a sociedade estava estagnada no sentido de acúmulo de riquezas. A igreja romana
dizia que a finalidade do trabalho era manter o indivíduo na condição na qual nasceu, ou seja, sem ne-
nhuma mobilidade social. Assim, as pessoas de nobre nascimento permaneceriam assim por toda vida,
uma vez que detinham a terra, e os camponeses trabalhavam arduamente para manter o luxo daqueles
que estavam no topo da pirâmide social e para se manter. O trabalho, por conseguinte, era tido como
degradante para o ser humano, e, por isso, os de linhagem nobre recusavam-se ao labor. Foi assim, até
a chegada da Reforma Protestante.
Os reformadores reconceituaram o trabalho como um dever que dignifica o homem, que, ago-
ra, com a bênção de Deus, poderia prosperar sem culpa. Para Lutero, por exemplo, o trabalho benefi-
ciava não apenas o indivíduo, mas também a sociedade como um todo e deveria ser considerado como
sendo sagrado:

“Ainda que o seu trabalho seja o de um lavador de pratos ou de um menino que cuida do estábu-
lo, a sua vocação é divinamente indicada, tão sagrada quanto a de qualquer pastor ou oficial da igreja”.
Martinho Lutero

Não seria exagero dizer que a reforma ajudou a esboçar o rascunho do comércio e da economia
ocidental.
As nações que aderiram a estes ideais se tornaram mais prósperas e, consequentemente, seu
povo viu a chance de ter os tormentos desta vida amenizados. A possibilidade de o indivíduo aumentar
o seu nível social favoreceu o desenvolvimento da tecnologia a serviço da humanidade.

Efeito Colateral

Infelizmente, não podemos ignorar o efeito colateral deste processo de enriquecimento. John
Wesley, temerosamente, alertou: “Temo que nos lugares onde a riqueza aumentou, a essência da reli-
gião diminuiu em igual proporção”. O acúmulo de bens sem a noção do temor de Deus pode se tornar
uma arma fatal para a injustiça na sociedade. Assim, em muitos destes lugares, como disse Cotton Ma-
ther, “a religião gerou a prosperidade, e a filha consumiu a mãe”.
Se voltarmos ainda mais na linha do tempo da religião, veremos que Jesus já havia vacinado a
sua igreja contra este tipo de comportamento:

Então lhes disse: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um
homem não consiste na quantidade dos seus bens”.
Lucas 12:15

16
Essa máxima já seria por si só suficiente para levar qualquer seguidor de Jesus a ter uma postura
cautelosa com relação à vida pautada no desequilíbrio do trabalho. Contudo, Jesus prosseguiu o seu en-
sinamento com uma parábola chocante:
Então lhes contou esta parábola: “A terra de certo homem rico produziu muito bem. Ele pensou
consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita’. “Então disse: ‘Já sei o que
vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e
todos os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para mui-
tos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’. “Contudo, Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua
vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?’ “Assim acontece com quem guarda
para si riquezas, mas não é rico para com Deus”.
Lucas 12: 16-21
Uau! Que golpe em nossa sociedade workaholic! Uma simples lembrança de que o que acumula-
mos nesta vida não é capaz de aumentar os nossos dias já seria suficiente para cutucar aqueles que vivem
para trabalhar, e esquecem-se de trabalhar para viver. Todavia, se formos mais a fundo, perceberemos
que o trabalho desenfreado sempre foi uma preocupação na Escritura Sagrada.

O primeiro feriado da história

Feriados são datas de comemoração e, por isso, eles mostram muita coisa sobre a identidade e a
cultura do povo que os celebram. Por exemplo, em Ivrea, na Itália, as pessoas celebram o carnaval, com
uma batalha de laranjas, para relembrar a revolta do povo contra um governo tirânico. Já em Buñol, Es-
panha, a população faz algo parecido em agosto, só que com tomates podres, impróprios para o consumo.
O primeiro feriado da história da humanidade foi estabelecido por Deus no jardim do Éden, mas foi na
tábua dos dez mandamentos que ele ganhou popularidade.

“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o
sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua
filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro;
porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descan-
sou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.” (Êxodo 20:8)

Curiosamente, o mandamento do sábado talvez tenha sido o preceito mais transformador para
a humanidade. Pela primeira vez na história, a sociedade saberia que todos têm direitos humanos fun-
damentais. Não há distinção entre homens e mulheres, pais e filhos, patrões e empregados, nativos e es-
trangeiros. A guarda do sábado é a prova de que não são as relações de poder que os definem. No sábado
todos são iguais, todos são, apenas, filhos de Deus. Além do mais, este mandamento não apenas igualou
a humanidade, mas também foi a primeira Lei na história ditada em benefício dos animais, garantindo
dignidade também a estes.
Guardar o sábado também é uma vacina contra um mundo workaholic, um alerta contra o risco
de colocarmos o nosso valor nos cifrões que produzimos. No Egito, o valor do escravo hebreu era medido
pela quantidade de tijolos que ele era capaz de fabricar para as construções faraônicas daquele império.
O escravo era um cifrão, tratado como uma propriedade, não como um ser humano. O sábado é um lem-
brete semanal para que o povo recorde que não está mais no Egito. Seu valor não está em sua produção,
mas no amor de seu Libertador. Pessoas que insistem em trabalhar sete dias por semana continuam sen-
do escravos de um sistema que valoriza o dinheiro em detrimento da vida.

Direitos humanos

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”


Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos

17
É lugar comum na história associar os ideais de direitos humanos fundamentais aos ideais de
igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução Francesa. No entanto, de acordo com o ex-ministro
nacional de educação da França, Luc Ferry, ‘É perfeitamente claro que, sem esta valorização tipicamen-
te cristã da pessoa humana [...] a filosofia dos direitos humanos [...] jamais teria visto o dia”.
Os reformadores advogaram a dignidade da vida dos camponeses e lutaram para que eles fos-
sem libertos das taxas e leis predatórias às quais estavam submetidos. Além disso, ele exigiu julga-
mentos justos, que não favorecessem os nobres, e ensinou que os servos não eram propriedade dos
senhores feudais.
No fundo, no fundo, esses ideais já estavam contidos no 4º mandamento da lei de Deus. De
certa forma, a guarda do sábado é um ato de protesto contra os exageros do trabalho e contra as injus-
tiças cometidas contra os mais vulneráveis da sociedade. O mandamento nos lembra que a autoridade
dos pais, dos patrões, das nações e até dos criadores de animais tem um limite. Lembrar da santidade
do sábado é lembrar de quem realmente governa a vida. Por isso, somos convidados a parar. Parar é
um ato de fé que indica confiança nAquele que pode governar a minha vida melhor do que eu posso,
mesmo com todo meu esforço.
Meu conselho, una-se ao povo de Deus, use sua marca registrada e descubra como é top celebrar
o sábado.

Conclusão

Aquele que nos criou sabe que nossa natureza desgovernada facilmente nos leva a cometer
excessos, por isso, estabeleceu o descanso sabático. Este mandamento, não por acaso, é o mais longo e
detalhado entre os dez, ocupando cerca de trinta por cento do texto da Lei. Mesmo assim, de todos os
mandamentos da Lei de Deus, o quarto é, sem dúvidas, o mais cercado por controvérsias e polêmica.
Eu penso que isso se dá pela incapacidade humana de assumir que não está no controle, e do
desejo de subjugar os seus semelhantes.
Contudo, obedecer ao mandamento do sábado é o ponto de ignição para uma nova mentalidade. Nesta
quebra de uma rotina baseada no fazer, encontramos um novo sentido para o nosso ser. Por isso, eu
fico com o que disse Abraham Heschell:
“Seis dias por semana procuramos dominar o mundo; no sétimo dia, tentamos dominar o eu”.

Apelo:

Talvez você tenha se afastado de Jesus por não conseguir obedecer plenamente a este man-
damento. Hoje, você é convidado a viver pela fé. Em tempos de crise, Deus sempre age mais podero-
samente para demonstrar quem de fato está no controle das nossas vidas. Ao guardar o sábado, você
demonstrará que é a eternidade que governa o tempo e que a dignidade da sua vida repousa no seu
Criador. É preciso fé e coragem, mas este é um convite de Deus. Então, acredite! Quando você decidir
ser fiel, Ele irá honrar você.

18
Cristianismo Self-Service
“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela
graça de Cristo, para seguirem outro evangelho”. Gálatas 1:6

Introdução

Em maio de 2017, o Instituto Barna revelou os dados de uma pesquisa sobre a influência que cosmo-
visões não-cristãs têm exercido sobre o cristianismo de alguns no século XXI. Todos os entrevistados
eram cristãos praticantes e os resultados do estudo foram impressionantes.
De acordo com a pesquisa, incríveis 61% concordam com ideias da Nova Era, 54% aceitam pon-
tos de vista pós-modernos, 36% estão alinhados com o marxismo e 29% acreditam em teorias basea-
das no secularismo. Absurdamente, somente 17% dos entrevistados demonstraram estar harmoniza-
dos com a cosmovisão bíblica sobre esses assuntos. Tais dados constatam uma estranha tendência de
pessoas que baseiam mais sua fé na autoridade do “eu acho” do que na Palavra do “Eu Sou”. Infelizmen-
te, estamos assistindo o desenvolvimento de religião personalizada, onde os cristãos atuais escolhem
no menu das práticas deste século o que mais se encaixa com seu paladar pessoal. Sem dúvidas, este
grupo precisa de uma nova mente.

Outro Evangelho

O texto de Gálatas 1:6 aponta para algo que muitos ainda não compreenderam: existem evan-
gelhos pirateados. Nos tempos de Paulo, o legalismo ocupava a principal posição na prateleira de evan-
gelhos falsificados. Hoje, entretanto, me parece que as opções são ainda mais variadas. O famoso teó-
logo A. W. Pink fez uma exposição deste tema digna de consideração:

“O evangelho de Satanás se parece tanto com aquele que procura imitar, que multidões de pes-
soas não-salvas são enganadas por este evangelho.
O apóstolo Paulo se referiu a este evangelho quando disse: “Admira-me que estejais passando
tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, se-
não que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Este falso
evangelho estava sendo proclamado mesmo nos dias do apóstolo, e uma terrível maldição foi lançada
sobre aqueles que o pregavam. O apóstolo continuou: ‘Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do
céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema’ (v. 8). Com a ajuda de
Deus, nos esforçaremos para explicar, ou melhor, para desmascarar este falso evangelho.
O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem mesmo um pro-
grama de anarquia. Este evangelho não promove conflitos ou guerras, mas tem como alvo a paz e a
unidade. Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho; ao invés disso, ele fomenta
o espírito de fraternidade pelo qual a raça humana é considerada uma grande ‘irmandade’.
Este evangelho não procura mortificar o homem natural, e sim aprimorá-lo e enaltecê-lo. O
evangelho de Satanás defende a educação e a instrução, apelando ao “melhor que há no íntimo do ser
humano”; tem como alvo fazer deste mundo um habitat tão confortável e agradável, que a ausência de
Cristo não será sentida e Deus não será necessário. O evangelho de Satanás se esforça para manter o
homem tão ocupado com as coisas deste mundo, que não tem ocasião nem inclinação para pensar no
mundo por vir. Este evangelho propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade e da benevolên-
cia, ensinando-nos a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para todos. Apela fortemente à
mentalidade carnal, tornando-se popular entre as massas, porque ignora os solenes fatos de que, por
natureza, o homem é uma criatura caída, está alienado da vida de Deus, morto em delitos e pecados, e
de que a única esperança se encontra em ser nascido de novo”.

19
Contradições ambulantes

Você já deve ter visto alguém que coloca na descrição do seu perfil de algum cristão no Insta-
gram sua religião em uma linha e seu signo logo abaixo. E talvez você esteja se perguntando agora: qual
o problema com isso? A questão é que, para a Bíblia, quando coisas acontecem na sua vida, a culpa não
é das estrelas – geralmente é sua mesmo.
Para os astrólogos, o movimento dos astros interfere no seu futuro, mas, para a Bíblia, é o nas-
cimento do Sol da Justiça (ver Ml 4:2) que define a sua eternidade. E, quando essas duas visões colidem,
elas não se misturam. Qualquer pessoa que diga acreditar em ambas as coisas, não leu a Escritura o su-
ficiente e está buscando apenas uma fé gourmetizada num Jesus pop que a leve a viver um cristianismo
self-service.
Na ânsia por aceitar tudo como sendo da mesma fonte espiritual, a única coisa que esses indiví-
duos vão conseguir é possuir uma fé contraditória, baseada na subjetividade de um coração enganoso
(ver Jr 17: 9).

Um fenômeno perturbador

Desde o censo de 2010, o IBGE incluiu uma nova categoria religiosa em sua pesquisa: os evan-
gélicos não praticantes – gente que concorda intelectualmente com a Bíblia e até a defende nos cír-
culos sociais, mas não age conforme o que acredita. Quando descobri isso, eu tomei um choque. Aí eu
pensei nos inúmeros adventistas não praticantes que conheço, e vi que a coisa é séria.
Gente que vive pedindo oração, mas quase não ora. Que defende a Bíblia e o Espírito de Profecia, mas
quase nunca os leem. Pessoas que acreditam que o sábado é o dia do Senhor, mas passam esse dia em
atividades voltadas para o eu. Irmãos que soltam améns altos ao ver um batismo na igreja, mas não
mexem um dedo para compartilhar a sua fé.
Adventista não praticante, para mim, é uma contradição ambulante, do mesmo tipo que água
seca e bola quadrada. Contudo, a mesma Bíblia que profetizou o surgimento dos falsos Cristos (Mc
13:22) também nos alertou sobre a aparição de falsos cristãos, que têm “aparência de piedade, mas
negam o seu poder” (2 Tm 3:5). Adventistas não praticantes entram em uma classificação ainda mais
ousada: a dos cristãos ateus.

Cristãos Ateus

O cristão ateu é um livro de Craig Groeschell, que trata desse dilema atual da nossa fé. Segun-
do Groeschell, cristãos ateus afirmam crer em Deus, mas não o conhecem de verdade, são mais fãs de
Jesus que seus discípulos. São pessoas que se dizem perdoadas, mas não toleram o mínimo erro das
pessoas. Eles não acreditam na mudança de outros, vivem voltados para o próprio sucesso e felicidade,
e desesperam-se ao menor sinal de instabilidade. Eles se afastam da igreja, tentando se lançar em uma
espécie de carreira solo da fé. São os que honram com os lábios, mas o coração está longe de Deus (Mt
15:8).
O Senhor não espera de nós mera confissão de fé – até os demônios creem e tremem, e o pró-
prio diabo cita as Escrituras ao conversar com Jesus! A diferença entre os verdadeiros cristãos e os
falsos não está em suas convicções, mas em suas ações.
Cristianismo não é um rótulo que você recebe ao frequentar cultos. Temos que tomar cuidado
para não nos tornarmos o tipo de pessoa que define a sua religião, apenas porque tem um certificado
de batismo pendurado na parede. Ir à igreja não faz de você um cristão, assim como ir à Disneylândia
não faz de você o Mickey Mouse.
Os que passaram pela metamorfose do Experimento da Graça compreenderam que crer é agir,
fé é ação. Se você encontra hoje alguma dificuldade em lidar com aspectos práticos da sua fé, ore a
Deus e se aprofunde mais em seu relacionamento com Ele. Em breve, você verá os resultados.

20
Conclusão - Em outra frequência

Lembro certa vez de ter assistido uma entrevista de um músico famoso nacionalmente que se con-
verteu ao cristianismo e, por isso, abandonou a sua banda de Rock. Na ocasião, perguntaram para ele
acerca de sua decisão: “Por que Deus seria contra a música que você fazia antes? Ele não é um cara tão
legal e tolerante?”. A resposta deste artista me deixou impactado: “É bem mais profundo do que isso [...]
Eu tinha um estilo de vida, e aquela música era a trilha sonora do estilo de vida que eu vivia, mas depois
que eu conheci Jesus, a trilha sonora da minha vida mudou”.
A metáfora da trilha sonora é só o início para a implantação em nós da mente de Cristo. Quando pen-
samos como Jesus, nosso gosto musical, nossos apetites e paixões são radicalmente sintonizados com
o céu e nós passamos a “vibrar em outra frequência”, por assim dizer. Assim, abandonamos ao máximo
os hábitos e crenças mundanos e nos tornamos novamente à semelhança do Salvador.

Apelo

Onde quer que o Espírito do Senhor esteja, as contradições serão anuladas, pouco a pouco.
Mantenha em seu viver unicamente aquilo que provém de Cristo e torne-se um praticante da Palavra.
Assim, o Espírito Santo encherá você e te guiará pelos caminhos que levam ao céu. Estes caminhos,
embora sejam estreitos, são seguros e você verá, a cada momento, como vale a pena trilhá-los.

21
Impacientes!
“E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram”. Mateus 25: 5

Introdução

A grande maioria dos adventistas já ouviu pelo menos um sermão na vida ligando a parábola
das dez virgens à volta de Jesus. É na volta de Jesus que repousa a esperança do povo de Deus e é dessa
promessa que deriva o nome da nossa igreja (adventista é aquele que aguarda a segunda vinda). Nós
cremos nisso, nós esperamos por isso, nós cantamos sobre isso. Eu arriscaria dizer que “Breve virá”
deve ser a estrofe mais cantada pelos adventistas há gerações, e, em nossa experiência religiosa, nós
sempre associamos o virá com o breve. É exatamente por isso que o versículo que nós lemos me deixou
perplexo.
Um dia, ao ler esse versículo, minha mente bugou e eu pensei: “tem alguém me trolando!” Como
assim “tardando o noivo”? Não pode ser! Como é que eu vou cantar “Não tardará” ou “Breve virá” quan-
do eu leio na Bíblia: “tardando o noivo”?

Desvendando o paradoxo

A solução para esse paradoxo tem a ver com a ênfase da nossa pregação. Em nossa obsessão
com o tempo, o breve acaba se tornando mais importante que o virá. Nós ficamos mais preocupados
com os ponteiros do relógio do que em viver o evangelho.
Vou tentar explicar melhor. Um dia sem ver seu crush parece uma eternidade, porém, um dia
ao lado dele ou dela passa voando. Uma coisa é passar o sábado confinado, esperando para fazer uma
prova; outra coisa é passar o sábado em um campori top das galáxias. O tempo é o mesmo, mas nós o
sentimos passar de forma diferente nas distintas situações.

Apressados

Quem tem pressa, geralmente está orientado para o futuro. Contudo, a neurose do futuro não
combina com a dádiva do presente, pois, como disse C. S. Lewis, “o presente é o ponto no qual o tempo
toca a eternidade.” Quem fixa os olhos no relógio perde de viver a vida assistindo o movimento dos
ponteiros. William Barclay escreveu: “Devemos viver de tal forma que não importe o dia da volta de
Cristo.” Só assim, o evento vai se tornar mais importante que o tempo no qual ele vai ocorrer.
O problema é que na geração do miojo todo mundo tem muita pressa. Imprimimos um ritmo
em nossa vida fatalmente imediatista e não estamos dispostos a desacelerar. Nós nos tornamos reféns
da pressa e, por isso, tratamos até mesmo o Senhor Jesus como um atrasado. Na nossa ânsia por velo-
cidade, nos esquecemos que o Pão da Vida não é encontrado em fast food e que o nosso tempo não é o
tempo de Deus.
A verdade sobre a espera é que o Pai dos céus, todavia, deseja produzir em nós paciência, e Ele
sabe que a única maneira de desenvolvê-la em seus filhos é fazendo-os esperar.
O Pr. Gerald Klimgbeil descreveu bem a nossa experiência neste sentido:

Sempre temos dificuldade quando precisamos esperar. “Quando é que vou ganhar meu primeiro salá-
rio de verdade?”, perguntam os alunos quando entram no último ano da faculdade. “Quando vai chegar
o Natal?”, as crianças querem saber, impacientes. “Quando vou melhorar?”, perguntam aqueles que so-
frem de alguma doença crônica. Um ditado popular diz que “paciência é uma virtude”, e virtudes, ao que
parece, estão fora de moda. Vivemos em um mundo de recompensa instantânea.

22
Temos pregado sobre a vinda de Jesus por mais de 170 anos, e podemos aprender com os per-
sonagens bíblicos que também precisaram esperar. Abraão e Sara tiveram que esperar 25 anos (Gn
12:4; 21:5). A espera nem sempre foi fácil. Na verdade, o nascimento de Ismael, 11 anos após a promes-
sa inicial de Deus, parecia um atalho interessante, mas causou muita dor a todas as partes envolvidas.
Contudo, Abraão e Sara esperaram. Eles viveram pela fé (Hb 11:8-12), assim como muitos outros de-
pois deles. Creram que Deus cumpriria a promessa. E Ele cumpriu.

Crianças, doces e paciência

Na década de 1960, na Universidade de Stanford, um estudo conduzido por Walter Mischell


submeteu crianças em idade pré-escolar a um dilema curioso. Os pequeninos escolhiam em uma mesa
um doce de sua preferência – marshmallow, cookie, pretzel, etc. Em seguida, cada um era conduzido
a uma sala onde ficaria isolado e teria que optar entre comer um doce imediatamente ou aguardar o
retorno do pesquisador (que demoraria cerca de 15 minutos) e receber, então, dois doces. O experi-
mento ficou mundialmente conhecido como o Teste do Marshmallow, visto que este foi o doce mais
escolhido pela galerinha – suspeito que se o teste fosse aplicado aqui no Nordeste, ficaria conhecido
como o Teste da Rapadura.
A grande maioria das crianças que passou pelo Teste do Marshmallow se propôs inicialmente a
esperar pelo retorno do pesquisador, mas, muitas delas não obtiveram sucesso. Algumas conseguiram
aguardar por 5 minutos, outras por 10, mas apenas um terço dos pequenos conseguiu resistir pelos
longos e árduos 15 minutos e receber o segundo doce.
Você deve estar pensando: Qual o sentido de prender criancinhas em uma sala e ficar “tortu-
rando-as” com a espera? E, além disso, o que crianças e seus doces favoritos teriam a ver com a minha
vida?
A parte mais interessante do estudo não é o teste em si, mas o que se seguiu a ele. As crianças
que passaram pelo teste foram acompanhadas até a idade adulta e os índices de sucesso daqueles que
conseguiram retardar a recompensa foram muito maiores em diversas áreas da vida: maior desempe-
nho escolar, melhores empregos, salários mais altos, controle de peso, relacionamentos mais duradou-
ros, etc.
Não é de admirar que, na Oração do Senhor, um dos sete pedidos essenciais da vida cristã é:
“não nos deixe cair em tentação”. Isto nos garante duas coisas. A primeira é que a tentação vai vir, não
sabemos como nem quando, mas ela vai chegar. A segunda é que, quando ela chegar, Deus pode me
ajudar a vencê-la. Esta não é uma oração para escapar da tentação, é para resistir a ela. Esteja certo:
nós não precisamos fugir, nós precisamos resistir.

Como minimizar a angústia da espera?

Tempos depois do experimento do marshmallow, Walter Mischell voltou aos vídeos dos testes
e percebeu que todas aquelas crianças passaram pela agonia da tentação. Os que conseguiram esperar
também tiveram que lutar para resistir. O que fez a diferença foi que eles acharam formas de se distrair
da tentação: eles cantarolavam, brincavam, fantasiavam e até falavam sozinhos. Eles não se concentra-
ram no doce, antes, ocuparam o seu tempo com outras atividades.
Para mim, a principal lição do teste do Marshmallow é a espera ativa, afinal o envolvimento na
obra do Senhor pode minimizar a angústia da espera pelo retorno do Salvador. Aquelas criancinhas
nos ensinam que se você se mantém ocupado enquanto espera, no final receberá a sua recompensa,
afinal, é como dizem: “O que vale a pena possuir, vale a pena esperar”. Já os que caíram na tentação e
perderam a doçura do prêmio não se ocuparam e, assim, não conseguiram aguardar.
Pode ser que agora você esteja meio tenso porque já sentiu que Jesus está demorando. Mas relaxe!
Lembre-se que todas as dez virgens – as prudentes e as néscias – sentiram o efeito “demorou”. Todas
elas dormiram! É normal sentir a demora, mas você precisa estar consciente disso para reordenar seus
pensamentos nessas situações.

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Conclusão

Hoje eu consigo cantar de boa “Não tardará” e “Breve virá”, porque eu sei que quando eu sinto
que o noivo está demorando o problema está em mim e não nEle. Jesus não está atrasado. Somos nós
que estamos vivendo errado. O Apóstolo Pedro certa vez escreveu:
“O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é
paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.”
2 Pedro 3:9

Em algum momento no relógio de Deus, o Senhor rasgará os céus e descerá com poder, glória e
majestade para nos salvar. Os mortos em Cristo ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos arrebata-
dos para o encontro definitivo com o Senhor nos ares. Enfim, toda espera terá valido a pena. A maneira
como você viverá enquanto espera será o principal fator na definição de quanto tempo você vai aguen-
tar aguardar.

Apelo

Se você deseja uma nova mente, saiba que ela estará configurada para saber esperar. Talvez o
ócio espiritual tenha tomado conta da sua alma e tenha feito você desanimar ou até mesmo desistir da
sua fé. Hoje, eu venho convidar você para um movimento de retorno. Te convido a esperar ativamente
o retorno do Salvador, e caso você tenha se perdido enquanto aguardava, eu recomendo que você vol-
te para Jesus antes que Ele volte.

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DUAS MIL E QUINHENTAS VIDAS
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“Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus
servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Como não tinha con-
dições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem
vendidos para pagar a dívida. O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo,
e eu te pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir.
Mateus 18:23-27

Introdução

A revista Galileu publicou uma matéria intitulada: “8 razões pelas quais o perdão faz bem para
a sua saúde.” Segundo a matéria, “perdoar alivia o stress, reduz a pressão arterial e fortalece o sistema
imunológico: todo mundo ganha ao fazer as pazes.” Como disse Fábio de Melo, “Perdoar é jogar fora o
lixo que outros jogaram em você.”
“Somente os fortes têm a capacidade de perdoar.” Quem disse isso? Gandhi. Ele não era cristão.
Impressiona-me que, às vezes, as pessoas que não aceitaram Jesus como Senhor de sua vida tenham
mais fé no perdão que nós, que provamos o perdão divino. No fundo, no fundo, não queremos perdoar.
Perdoar é perder. É levar desaforo para casa. Segundo C. S. Lewis, todo mundo diz que o perdão é algo
maravilhoso, até que tenha algo para perdoar.

Quantas vezes devo perdoar

Nos dias de Jesus, o perdão era incentivado, porém, dentro de um limite aceitável: até três ve-
zes. Foi quando lhe perguntaram sobre quantas vezes se deveria perdoar alguém que ele inflacionou o
perdão em uma parábola que causa incômodo até os dias atuais, fazendo do cristianismo a religião do
perdão.
Um homem devia dez mil talentos a um soberano. Dez mil talentos é uma fortuna considerável.
Klyne Snodgrass explica isso: “um talento é uma medida de peso em ouro, prata ou cobre. Ele variava
entre 27 e 41 kg. Dez mil talentos não seriam menos do que 270 toneladas de metal. Dependendo do
tipo de metal utilizado, um talento era equivalente a cerca de 6.000 denários e, à base de um denário
por dia (cf. Mt. 20:2), um trabalhador precisaria de 164.000 anos para quitar a dívida”.
Aquele homem devia quase duas mil e quinhentas vidas ao seu patrão! E, de uma hora para ou-
tra, plim! A dívida some, ela é perdoada! Poucas horas depois, lá está nosso recém perdoado agredindo
um pobre coitado que lhe devia uma mixaria de 100 denários. Agora, na sua vez de perdoar, o que ele
faz? Ele cobra cada mísero centavo! E, por causa disso, pagou um preço alto pela sua insensibilidade e
falta de compaixão.

A vitória do futuro sobre o passado

Outro dia, ouvi um amigo recitando versos de um poema regional:


Na vida, tem algo que muito me entristece,
é que quando eu acerto ninguém lembra,
mas quando eu erro,
ninguém esquece.
E assim nós vivemos. Perseguidos pelos erros do passado. Encurralados por nossas faltas, pare-
cendo que sempre estamos em débito. Nossos pecados se convertem em dívidas morais que, de certa
forma, são impagáveis. Se não fosse o perdão, estaríamos socialmente e espiritualmente condenados.
O perdão é a constatação que o futuro venceu o passado. É a esperança sendo colocada acima
do fracasso. Perdoar também é um ato de empatia. No reino anunciado por Jesus, a nossa própria mi-
sericórdia estabelece o padrão pelo qual seremos julgados.
Ao ligar a cena desta parábola com as imagens do juízo final, Cristo nos mostra que só vai obter

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perdão aquele que perdoar. A resposta ideal ao evangelho é perdoar como Deus nos perdoa. É tratar
os outros como Jesus nos tratou e lembrar que “Errar é humano. Acusar é desumano. Condenar é sa-
tânico. Perdoar é divino”!

Perdoados e não castigados

Eu sei que enquanto eu falo de perdão, você pode estar se sentindo amaldiçoado por Deus,
como se estivesse pagando por algo errado ou sendo castigado por um erro que cometeu. Talvez você
já tenha ouvido, assim como eu, ameaças acerca do castigo divino, do tipo: “cuidado, a mão de Deus vai
pesar sobre você”?
É impressionante como parece que a gente ainda não compreendeu as verdadeiras intenções
de Deus para conosco. A Bíblia diz em 2 Coríntios 1:3-4: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas
tribulações”.
Percebeu? Segundo a Bíblia, o desejo de Deus é consolar a humanidade na tribulação, e não
castigá-la com tribulação.
Jesus carregou sobre si a maldição da Lei. Em Gálatas 3:13, Paulo diz que “Cristo nos redimiu da
maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar”. Assim, os castigos que deveriam ser apli-
cados à humanidade recaíram sobre Jesus, para que através de Suas feridas nós fôssemos sarados.
Em suma, podemos dizer que o Filho de Deus veio para esta Terra e foi amaldiçoado para nos abençoar.
Deixe-me esclarecer uma coisa: Não é Deus quem castiga, é o pecado. É ele quem nos separa
de Deus e intoxica a nossa alma. Foi exatamente por isso que o Pai enviou Jesus. João 3:17 diz que
Jesus não veio condenar o mundo, mas, sim, salvar o mundo. Ele não é o Deus do castigo. Ele é o Deus
do consolo. Não é à toa que, no Novo Testamento, o Espírito Santo é chamado de Consolador e não de
Castigador. Leve isso a sério! Pare de suspeitar de Deus. Nos momentos de dor, se agarre com o Con-
solador.

Ele pagou o preço

Erwin Lutzer, em seu livro Os brados da cruz, conta a história de um incêndio que devastou um
casebre, na África, queimando-o intensamente e matando todas as pessoas que ali residiam, exceto
uma criança de colo. Testemunhas contaram que “um homem misterioso entrou na casa em chamas,
pegou o garotinho, o colocou em um lugar seguro e depois desapareceu na escuridão”.
No dia seguinte, a tribo reuniu-se para decidir o futuro da criança. Todos entenderam que o
garoto foi salvo por um anjo, o que o tornaria uma criança especial. Na disputa pela guarda do garoto
estavam o homem mais rico e o mais sábio daquela localidade. Eles argumentavam porque cada um
deveria ficar com a criança, até que um terceiro homem, simples e humilde apareceu e disse que tinha o
direito de ser o guardião daquela criança. Ao perguntarem a razão de seu argumento, ele nada respon-
deu: apenas mostrou as mãos, queimadas durante o incêndio. Diante daquela cena, ninguém duvidou
que o salvador do garoto era a pessoa mais adequada para cuidar dele.
Como aquele homem, Jesus arriscou sua vida por você; o que você deve fazer? Entregue a sua
vida para Ele e lembre-se, de uma vez por todas, que Ele salvou sua vida para cuidar de você, e não para
lhe punir. Jesus ficou no prejuízo para nos salvar. Lembre-se do que está escrito em Isaías 53:5:

“Mas Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nos-
sas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas suas feridas fomos curados.”

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Conclusão

O perdão é o grande pilar do cristianismo. Sem ele, jamais a humanidade se reconciliaria com Deus.
Nos dias de hoje, quando a teologia se confunde com autoajuda, é fácil perder esta verdade de vista.
Pregadores de um “evangelho” voltado para as realizações pessoais se multiplicam em nossas telas e
deturpam o que há de mais belo no ministério de Cristo. Mais cedo ou mais tarde, todos vão ter que
encarar que Jesus não morreu para realizar os seus sonhos, mas para perdoar os seus pecados. Isso
pode parecer frustrante em um primeiro momento, porque, na maior parte do tempo, nós ignoramos
que a nossa maior necessidade é de perdão.
Por outro lado, teorias psicológicas se esforçam para minimizar o pecado e seus males sobre o ser hu-
mano. Este mal de nosso século pode até parecer atrativo à primeira vista, mas, no fim das contas, ape-
nas aprisiona ainda mais a humanidade em um ciclo de consequências pesadas sobre a alma humana.
Quer saber a verdade? Vou te contar: você errou? Freud explica; mas é Jesus quem perdoa.

Apelo

Liberte-se das amarras do julgamento e aceite o perdão de Jesus. Você não foi feito para viver
algemado ao seu passado. E daí se você fracassou? Jesus Cristo te oferece uma nova chance. Ele é o
Deus não apenas da segunda chance, mas o Deus de todas as chances.
Na parábola que estudamos hoje, vimos que um homem devia o equivalente a 2500 vidas de trabalho.
Assim é o nosso débito: impagável! Contudo, o preço de uma única vida pagou a dívida de bilhões. O
perdão de Deus te dá uma oportunidade de ter uma nova mente novamente. Aceite e seja feliz!

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