Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/346009716
CITATIONS READS
0 97
2 authors, including:
Carlos Salgueirosa
University of São Paulo
1 PUBLICATION 0 CITATIONS
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Study of morphological and luminescent properties of pure and Ag, Tb doped ZnO nanoparticles View project
All content following this page was uploaded by Carlos Salgueirosa on 18 November 2020.
INSTITUTO DO MAR
Agradeço imensamente aos meus pais, Marilene e João, por toda a minha
criação, todo o meu aprendizado, por todo o amor envolvido, e pela minha vida.
Sem vocês eu nunca estaria aqui.
Por mais que nosso tempo juntos em um laboratório tenha sido relativamente
curto, deixo um agradecimento especial para MSc. Priscila Cerqueira Veras. Por
toda a companhia, amizade, paciência e disposição para me ensinar, ainda no
meu primeiro mês de graduação, como realmente é fazer pesquisa cientifica, e
além disso, como amar a ciência. Sem seus ensinamentos e sua motivação, eu
dificilmente teria chegado onde estou.
Agradeço a minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Sonia Hatsue Tatumi por toda a
amizade durante o tempo de minha pesquisa, assim como por todos seus
ensinamentos e paciência para me ensinar cada detalhe sobre esse mundo
fascinante da física.
Agradeço o Prof. Dr. Marcio Yee, por toda a disposição em fazer pesquisa juntos,
por todo o conhecimento passado, pelas risadas no laboratório, assim como fora
dele. E especialmente por ter me ajudado tanto na vida acadêmica como pessoal,
sem nem mesmo ser meu orientador formalmente. Sua amizade durante meu
tempo no laboratório foi essencial para me manter sempre motivado.
Um agradecimento especial ao Prof. Dr. René Rojas Rocca, por ter me
introduzido no laboratório, assim como por ter sido um grande amigo durante
todos os meus anos de graduação. Assim como para o Prof. Dr. Nilo Cano, por
ter a paciência, disposição e amizade de me ajudar tanto em Santos, quanto em
São Paulo para que todo meu trabalho pudesse ser concluído. Aos amigos de
laboratório Vanessa Francisco, Alvaro Soares, Meire Ogussuko, Diego Tudela e
Luigi Leite.
A Dayane Melo e Raphael Noci Ema, por terem sido meus amigos nos momentos
mais difíceis da graduação, assim como nos melhores momentos. A amizade de
vocês foi essencial para que eu pudesse encontrar alegria em meio a tantas
atividades. Espero que possamos ser amigos por um longo tempo além da
faculdade.
A todos os brasileiros, peruanos, americanos e indianos que de alguma forma,
contribuíram para com a minha graduação.
RESUMO
4 Conclusão ................................................................................................. 35
5 Referências ............................................................................................... 36
9
1 INTRODUÇÃO
valor para idade [9]. Por outro lado, metodologias capazes de quantificar a
presença de isótopos, ou aquelas capazes de quantificar a energia armazenada
no objeto de estudo, vem revolucionando o campo da datação, se mostrando ser
ferramentas poderosas não só para datar, assim como para a calibração de
dados [10,11]. Destaca-se estas técnicas em meio a trabalhos realizados em
fósseis de corais [11-14] e em diferentes sedimentos [15,16].
2 MATERIAIS E METÓDOS
2.1 Amostras
Serra do Rosário
Nome da amostra Latitude Longitude Altitude de coleta (m)
K1 3⁰ 39' 08'' - 40⁰ 32' 06'' 407
K2 3⁰ 41' 27'' - 40⁰ 31' 09'' 643
14
Serra do Canutim
Nome da amostra Latitude Longitude Altitude de coleta (m)
K3 3⁰ 48' 16'' - 40⁰ 42' 36'' 224
K4 3⁰ 48' 46'' - 40⁰ 44' 22'' 171
Ibiapaba
Nome da amostra Latitude Longitude Altitude de coleta (m)
K5 3⁰ 41' 349'' 40⁰ 58' 436'' 857
K6 3⁰ 45' 14'' 40⁰ 55' 516'' 920
K7 3⁰ 50' 538'' 40⁰ 55' 577'' 845
K8 4⁰ 09' 233'' 40⁰ 46' 369'' 965
K9 3⁰ 47' 431'' 41⁰ 04' 72'' 749
Os corais, por sua vez, foram levados a microscópio estéreo da marca Carl
Zeiss modelo Stemi DV4 para melhor visualização do material contido na sua
15
2.3 Datação
Para que a datação por meio dos centros produzidos pela interação da radiação
com a matéria seja feita, duas quantidades devem ser obtidas. A primeira diz
respeito a quantidade de radiação que o objeto de estudo recebeu durante a
origem do tempo até o momento da análise; sendo este denominado como dose
acumulada (𝐴𝛴 ). A segunda, se refere a taxa com a qual o corpo é irradiado por
radiação ionizante durante um intervalo de tempo, considerando todas as
possíveis fontes, sendo estas os radioisótopos 𝑈, 𝑇ℎ e ⁴⁰𝐾 presentes tanto na
parte interna da amostra, como na parte externa (ambiente) e a contribuição dos
raios cósmicos; se referimos a essa quantidade como dose anual (𝐷𝑎 ). Desta
forma, a idade pode ser obtida por:
𝑡
𝐴𝛴 = ∫0 (𝐷𝑖𝑛𝑡 + 𝐷𝑒𝑥𝑡 + 𝐷𝑐𝑜𝑠 ) 𝑑𝑡
𝐴
i = 𝐷𝛴
𝑎
Para determinar a dose equivalente (ou também referida como dose acumulada)
de cada coral, individualmente, utilizou-se o material retido na malha de 100 μm,
colocando-o em um tudo de quartzo. O tubo mais o material terá sua medida
aferida através de um ESR spectrometer – MiniScope MS 5000, presente no
laboratório LACIFID do Instituto de Física da USP.
𝑄
𝐼(𝑄) = 𝐼𝑜 (1 + )
𝐸𝐷
𝑄+𝐸𝐷
𝐼(𝑄) = 𝐼𝑠 (1 − 𝑒 − 𝑆𝐷 )
18
como após aferir o sinal natural. Esta dose de teste é determinada como 10% da
dose a ser aplicada (𝐷𝑒 ) [28].
Este ciclo deve ser repetido partindo do item 5 adiante, com 4 repetições. Após
todo o processo e suas reproduções, plota-se uma curva de calibração individual
para cada alíquota, onde seus eixos são 𝐼𝑖 /𝐼𝑡2 em função da dose. Prosseguindo,
o software Risø TL/OSL realiza dois testes para confiabilidade do resultado das
alíquotas: i) teste de reciclagem e ii) teste de recuperação. Uma vez que as
alíquotas se enquadram nos requisitos necessários mediante os testes,
inserimos o valor 𝐼𝑛𝑎𝑡 / 𝐼𝑡1 , correspondente a razão entre a intensidade
luminescente natural e a luminescência de teste para a calibração),
interceptando através da curva o valor de dose que corresponde essa taxa,
assim quantificando a dose acumulada dos sedimentos por LOE.
pode ser somada a técnica anterior. Porém esta analise pode ser satisfatória
para o caso de sedimentos, onde o objeto de estudo não se enquadra em uma
classificação de corpo rígido, quando observado na perspectiva macroscópica.
Considera-se também a contribuição dos raios cósmicos, por meio da localidade
das amostras no espaço geográfico.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Datação de corais
Para estas medidas, realizadas através de um ESR spectrometer –
MiniScope MS 5000, presente no laboratório LACIFID do Instituto de Física da
USP, foram utilizados individualmente o material retido em malhas de 100 μm.
Os resultados obtidos para a dose acumulada em cada coral foram os seguintes:
Para o primeiro coral, denominado como C1, foi obtido o espectro mostrado na
Figura 1. Pode-se verificar a presença de dois centros paramagnéticos no
espectro resultante. O primeiro, presente no fator g=2.0063, causado pela
rotação livre do íon 𝑆𝑂2− ; e o segundo centro em g=2.0007, possuindo o íon 𝐶𝑂2−
como responsável pela curva de ressonância. O primeiro centro, trata-se de um
defeito com pouca resposta linear perante estímulos de irradiação gama, não
servindo, portanto, para fins de datação. Por outro lado, o segundo centro
presente em g=2.0007 é destacado como o centro mais estável e com melhores
22
Para o segundo coral, nomeado como C2, foi obtido o seguinte espectro:
O espectro do coral C2 difere dos demais por possuir ruídos em demasia quando
as linhas de intensidade estão sobrepostas umas as outras, desta forma, foi
necessário separa-las como mostrado acima.
AMOSTRA g Idade
(kanos)
C1 5,30±0,7
C2 2,0007 3,60±0,4
C3 5,40±0,4
C4 7,00±0,5
seja predominantemente aragonita [22]. Porém, além das análises por DRX, a
aragonita também pode ser identificada através dos padrões espectrais da
Ressonância Paramagnética Eletrônica; para a fase calcita (i.e. fase não
utilizada para datação), é possível ver as curvas características de um centro
paramagnético produzido por 𝑀𝑔 [22]; estas curvas não estavam presente,
evidenciando que a fase em questão trata-se de aragonita.
O segundo método, adotado para as amostras K2, K3, K4, K5, K7 e K9, é
conhecido como Modelo da Idade Mínima (MAM), este, por sua vez, é apropriado
quando a dispersão dos dados de dose acumulada são superior a 30%, desta
forma, tem-se um espaço ocupado pelos dados mais amplo que o do método
anterior. Desta forma, a reta é projetada para interceptar a menor dose
acumulada possível. Pois, quanto maior a intensidade de dose acumulada, tem-
se uma probabilidade maior de que esses grãos foram depositados
posteriormente no campo de estudo; enquanto que para as intensidades de dose
acumuladas de menor valor, a confiabilidade de sua deposição ser mais coerente
com a linha do tempo a ser considerada, é maior.
Dose
Amos- U K=40 Dose Anual
Th (ppm) W (%) cósmica
tra (ppm) (%) (μGy)
(μGy)
6,56 ± 1,71 ±
K1 0,05 ± 0 18 200 ± 20 895 ± 21
0,26 0,09
2,02 ± 0,06 ±
K2 9,73 ± 0,4 10 200 ± 20 1244 ± 28
0,11 0,01
9,45 ± 1,95 ±
K3 0,04 ± 0 10 200 ± 20 1183 ± 28
0,39 0,11
13,36 ± 2,2 ±
K4 0,03 ± 0 5 200 ± 20 1551 ± 36
0,54 0,12
11,98 ± 1,2 ±
K5 0,01 ± 0 2 200 ± 20 1247 ± 30
0,47 0,06
7,94 ± 2,15 ±
K6 0±0 4 200 ± 20 1166 ± 26
0,29 0,1
30,08 ± 4,24 ± 2,84 ±
K7 9 200 ± 20 5657 ± 90
1,1 0,21 0,09
24,84 ± 3,64 ± 4,16 ±
K8 5 200 ± 20 6577 ± 110
0,96 0,18 0,12
24,09 ± 3,93 ± 2,55 ±
K9 6 200 ± 20 5048 ± 83
0,89 0,19 0,08
Amostra Idade
K1 13.854 ± 1.074
K2 3.617 ± 226
K3 1.944 ± 115
K4 1.611 ± 111
K5 4.731 ± 156
K6 8.576 ± 483
K7 1.219 ± 144
K8 2.554 ± 75
K9 1.386 ± 47
35
4 CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS
[2] FALGUÈRES, Christophe. ESR dating and the human evolution: contribution
to the chronology of the earliest humans in Europe. Quaternary Science
Reviews, v. 22, n. 10-13, p. 1345-1351, 2003.
[4] BLACKWELL, Bonnie AB. Electron spin resonance (ESR) dating in karst
environments. Acta carsologica, v. 35, n. 2-3, 2006.
[5] KHANNA, Pankaj et al. Coralgal reef morphology records punctuated sea-
level rise during the last deglaciation. Nature communications, v. 8, n. 1, p.
1046, 2017.
[11] PIRAZZOLI, P. A. ESR Dating of Raised Coral Reefs from Kish Island.
Persian Gulf, Quarterly Science Review, v. 20, p. 1015-1020, 2001.
[12] IKEYA, Motoji; OHMURA, Kazuo. Comparison of ESR ages of corals from
marine terraces with 14C and 230Th/234U ages. Earth and Planetary Science
Letters, v. 65, n. 1, p. 34-38, 1983.
[14] SKINNER, A. F.; IKEYA, M.; MIKI, T. Comparison of ESR and 230Th/234U
ages in fossil aragonitic corals. In: ESR dating and dosimetry. Ionics Tokyo,
1985. p. 135-138.
[19] ASCHCROFT, N. W.; MERMIN, N. D. Solid State Physics (New York: Holt,
Rinehart and Winston). 1976.
[26] BLACKWELL, Bonnie AB et al. ESR in the 21st century: From buried
valleys and deserts to the deep ocean and tectonic uplift. Earth-Science
Reviews, v. 158, p. 125-159, 2016.