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Qualquer pessoa vai se admirar, se alguma vez consultar um médico homeopata, pela
quantidade de perguntas que ele lhe faz sem que aparentemente tenham nenhuma relação com a
sua doença. Ele irá lhes perguntar que tipo de comida gosta de comer, qual é a sua postura
durante o sono, se transpira muito, a sua natureza ou maneira de ser, quais são os seus sonhos,
etc.
Dois dias depois o seu irmão mais novo, de 8 anos de idade, apareceu igualmente com
cerca de 39,5 graus Celsius e o seu exame de sangue mostrava igualmente infecção pelo
parasita da Malária. Ele não tinha arrepios como o irmão e a sua temperatura mantinha-se
constante nos 39,5 graus Celsius. O pequeno rapazinho mantinha-se apático e em estado de
grande prostração, apenas sendo capaz de levantar levemente a cabeça para responder às
nossas perguntas. Não tinha absolutamente nenhum apetite e recusava qualquer tipo de comida
que lhe fosse oferecida. Queria ser abanado constantemente e durante a febre alta tinha entrado
em delirio imaginando que os armários caíam sobre ele.
Foi-lhe dado Carbo Veg. e recuperou bem. O que é que se passa então para que, apesar
de ambos terem o mesmo tipo de infecção, as “pinturas” sejam completamente diferentes?
Cada um de nós tem a sua própria reactividade individual e desta maneira os sintomas e
caracteristicas da infecção diferem em cada caso. Recentemente um ciclone em Orissa devastou
as vidas de dezenas de milhares de pessoas. A TV mostrou imagens da miséria das vitimas:
pessoas sem casa, com fome, perdidos, separados dos vizinhos e dos entes queridos. Isto foi
uma tragédia humana em larga escala que provocou uma grande variedade de reacções da parte
de todos nós.
Aqueles que foram mais simpáticos com esta situação, partiram para um acto de colectar
fundos e viveres para as vitimas. Outros ofereceram-se voluntários e foram para Orissa para
ajudar directamente as vítimas. Por outro lado outros mantiveram-se quietos e indiferentes porque
acontecimentos como este acontecem frequentemente. Os nossos politicos aproveitam a
oportunidade para se insultarem mutuamente atirando as culpas para cima dos governantes, etc.
Muitos de nós admiramo-nos de isto acontecer, mas eles, tal como nós, também são humanos.
O Homem pode ser considerado como sendo uma amalgama de 2 partes essenciais: A
espiritual e a material. As duas não podem ser separadas, mas por motivos de conveniencia
vamos tentar entender cada uma elas separadamente. A parte material consiste no corpo, seus
diversos sistemas organicos, suas glandulas, seus tecidos e fluidos e seu cerebro. O espirito é a
parte não material que dá vida ao corpo, que governa e controla as suas funções. Ele está em
toda e qualquer parte do corpo. Sem o espirito o corpo é morto. O corpo pode ser comparado
com um automóvel, porque ele trabalha, mas temos que o encher de combustivel. O combustivel
é transformado em energia que então impulsiona o carro. O espirito é também a energia que
impulsiona a vida e que conduz e regula o funcionamento do corpo. Em acréscimo o espirito é
também responsável pela nossa natureza, temperamento e nossos valores morais. É a isto que
nós chamamos a alma em linguagem comum ou “aatma” em filosofia hindu. É esta alma que nos
dá e define a nossa “individualidade”.
O médico homeopata, olha a doença como um disturbio do espirito ou da Força Vital. Desta forma
ele olhará igualmente para os problemas do corpo e para os do espirito ou o nosso temperamento
ou natureza, os nossos sentimentos e reacções, os nossos sonhos, etc. Assim, em homeopatia,
cada paciente é olhado como uma soma dos seus sintomas totais e dos seus mais reconditos
sentimentos.
Porque o que se pretende é conhecer e entender cada pessoa como um ser individual, o
homeopata procura os pormenores que mais individualizam as pessoas. Esses pormenores
encontram-se no mais recondito dos nossos sentimentos e podem ser identificados pela vida de
uma pessoa e também a partir dos seus sonhos, medos, hábitos de vida, gostos, etc. Essas
caracteristicas acabam por ser tão ou mais importantes do que os sintomas físicos do paciente.
2. Sintomas Gerais
3. Sintomas Mentais
A sua natureza
Incidencias que o afectaram e tenham tido um impacto especial em você.
Esses são muito importantes para o Médico Homeopata, especialmente o que
a pessoa sente e como reage perante os incidentes. O remedio homeopatico
fica claro a partir desses sintomas ou caracteristicas pessoais.
Sonhos: têem igualmente imenso valor dado que eles revelam os mais
profundos sentimentos da pessoa.
Interesses e hobies.
Uma vez que o médico homeopata consiga uma “pintura” completa da pessoa como
um ser individual que é, ele tenta encontrar um remédio com uma “pintura” similar existente
nos livros de Matéria Médica Homeopatica. Os remédios homeopaticos são descritos
detalhadamente nos livros; cada remédio é descrito como sendo um individual. O
homeopata estudou esses remedios e tenta encontrar um que seja igual ou semelhante ao
paciente nos sintomas físicos e na sua constituição mental. É como que tentar encontrar a
chave para uma fechadura. Qualquer fechadura, como se sabe, pode unicamente ser
aberta com a sua própria chave.
Uma mulher nos seus cinquenta anos teve dores severas nas juntas ou articulações
dos joelhos. O seu Raio X mostrava que ela tinha mudanças artriticas recentes. A dor era
sob a forma de choques e aparecia cada vez que ela tinha que fazer o trabalho da casa.
Quando se sentia incapaz de fazer os seus deveres familiares ela tinha acessos de choro e
se culpava ou censurava a ela própria. Ela tinha um sentimento constante desde que se
casou, que devido a ser uma pessoa com pouca instrução e educação escolar, ela não
podia contribuir para ajudar financeiramente o seu marido e desta maneira ele era infeliz
com ela.
Ela culpava-se constantemente pelos seus problemas e sentia que o marido teria
sido mais feliz se tivesse casado com outra pessoa mais instruida que ela. Sempre que
seu marido e filhos se encontravam fora de casa ela chorava devido a estes pensamentos.
Ela seria incapaz de partilhar estes sentimentos com qualquer pessoa mantendo
tudo isto como que engarrafado dentro dela. Ela também sonhava frequentemente que a
sua mãe se encontrava em muito más condições de saúde e ela se culpava de que
negligenciava os seus deveres de filha e não fazia nada para ajudar sua mãe. Houve um
incidente durante a sua infancia que a marcou muito profundamente e que ela narrou muito
relutantemente: Uma vez seu irmão apanhou-a a brincar com um amigo e ele avisou-a
para que ela se fosse embora. Ele levou-a para casa e puniu-a chicoteando-a e acoitando-
a fortemente. Ela então sentiu que tinha feito algo muito mau e sentiu-se culpada da sua
acção. Desde então ela obedecia em tudo que lhe diziam para fazer. Durante toda a sua
vida ela teve a sensação que tinha feito algo muito errado e desta forma ela
continuadamente se censurava e insultava a si própria.
Três semanas após ter iniciado o tratamento, as suas dores nos joelhos melhoraram cerca de
50%. Ela sentiu como que um sentimento de paz e calma dentro dela, a qual ela não
experimentava havia muitos anos. Uma vez o seu marido disse qualquer coisa para ela que a fez
chorar, ela parou de chorar pouco tempo depois e afirmou-nos que pela primeira vez na sua vida
de casada ela sentiu que a culpa não era nem dela nem dele, mas que eles eram pessoas
diferentes e os dois podiam estar igualmente certos. A partir dessa data este tipo de sentimento
fê-la sentir muito mais tranquila e livre de qualquer sentimento de culpa.