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Movimento de um Projétil

Autores: Barbara Barone, Bruna Viegas e Marina de Masi


Turma: PX6
Data: 26/05/2023

Introdução
Lançamentos de projéteis produzem uma trajetória parabólica. Tal formato se deve ao
movimento de tais projéteis conter vetores vertical e horizontal. O vetor vertical do movimento
representa a aceleração constante do projétil e determina a altura máxima que ele atingirá. O vetor
horizontal mostra a velocidade constante do projétil e limita até qual distância ele viajará. Ambos os
vetores dependem da velocidade inicial com a qual esse objeto é lançado. A relação da distâncias
verticais (y) e horizontais (x) atingidas pelo projétil é explicitada nas seguintes equações: y(t) =
V₀.senθ.t - ½gt² e x(t) = V₀.cosθ.t, sendo V₀ a velocidade inicial, t o tempo, θ o ângulo entre o início
da trajetória e o chão e g a gravidade. Deve-se considerar o início da trajetória como x = 0 e y = 0.
Trajetórias de projéteis estão presentes no cotidiano de todos os indivíduos e seu estudo é
extremamente relevante. Desde chutes a gol em um jogo de futebol até objetos sendo ejetados de
aviões, o movimento de um projétil pode ser observado e previsto numericamente. O formato
parabólico de um lançamento de um projétil é facilmente traduzido em uma equação de segundo grau
(y(x) = Ax² + Bx + C), portanto é um estudo possível de ser realizado.

Objetivo
O experimento objetiva a observação através de uma gravação do movimento de um porjétil e o cálculo
do ângulo θ do lançamento, da velocidade inicial e do ponto final do projétil (no chão).

Métodos
Utilizando uma esfera de aço, deve-se deixá-la percorrer uma canaleta (em formato similar à
letra J) a fim de lançá-la. Após seu lançamento, utilizando uma câmera (webcam) filma-se a trajetória
da esfera. Ao fim de seu trajeto, a esfera deverá cair em um retângulo de espuma a fim de não colidir
com nenhum material que ela estragaria. Para obtenção de informações adicionais, coloca-se um
papel branco e um papel-carbono acima dele e troca-os pela espuma e repete-se o experimento, sem
filmagem desta vez.
Com a filmagem, faz-se uma análise dos pontos da trajetória da esfera através de funções de
tratamento de imagem do IMAGEJ. Após obtenção de tais pontos, faz-se uma tabela e uma gráfico.

Resultados
A experiência realizada foi filmada e, após tal filmagem, colocada em análise no aplicativo
para computadores IMAGEJ. Com ele, foi possível obter a informação de que o ponto de início da
trajetória equivalia ao ponto (569,275), em pixels, para (x,y), que foi transformado para as
coordenadas (0,0). Como o experimento foi realizado com o início da trajetória a direita e o fim a
esquerda, de todos os valores de coordenada da parábola do trajeto foram subtraidos 569 para x e 275
para y e, depois, foram multiplicados por -1, para que a trajetória fosse feita da esquerda para a direita.

Imagem 01: Inversão da perspectiva da trajetória


Os valores, pós subtração e multiplicação, correspondentes aos pontos da parábola, estão
explicitados na seguinte tabela, sendo (0,0) o início dela e (452,923;-32,615) o fim:

Tabela 01
Valores de X em pixels Valores de Y em pixels
0 0
8 13,539
14,769 24
22,769 35,077
32 44,308
38,769 56,616
46,769 64,616
56 73,847
65,846 84,308
75,692 93,539
84,308 102,154
96,615 112,616
106,461 119,385
118,769 125,539
128,615 133,539
137,231 137,231
147,077 143,385
156,923 148,308
168,615 152
178,461 157,539
190,154 160,616
200 160
211,692 160
222,769 161,231
233,231 160
244,923 161,231
253,538 156,923
265,231 152,616
272 150,77
281,231 147,693
287,384 143,385
295,384 142,154
302,769 135,385
313,846 128,616
320,615 123,077
328 116,923
334,769 109,539
344,615 103,385
351,384 95,385
360 88,616
366,769 84,308
375,384 75,693
382,154 68,923
389,538 62,154
395,077 53,539
402,461 44,308
407,384 38,154
412,923 28,923
417,846 21,539
422,154 11,693
427,692 4,308
434,461 -3,077
441,846 -12,923
447,384 -22,769
452,923 -32,615
Imagem 02: Tabela com os pontos da parábola em pixels

Com as informações obtidas na Tabela 01, foi possível o desenvolvimento de um gráfico e a


obtenção, através de sua linearização, dos coeficientes A, B e C da equação da parábola (y = Ax² +
Bx + C). Tal gráfico segue:

Gráfico 01

Imagem 03: Gráfico do movimento da esfera em pixels

Os valores dos coeficientes alcançados foram:


a0 = 1,66807088279297 +/- 0,691998845956449
a1 = 1,47671712836765 +/- 0,00705865188318087
a2 = -0,00341986384612513 +/- 1,48581126541686e-05
Desta forma, A = -0,003±1,4 (o erro não condiz com as casas decimais do número, porém não
é adequado, neste caso, deixar o coeficiente de x² ser zero), B = 1,476±0,007 e C = 1,6±0,6,
considerando que a2 equivale ao coeficiente multiplicando x² (A), a1 ao que multiplica x¹ (B) e a0 ao
multiplicando x⁰ (C). Assim, em pixels, a equação da parábola do lançamento seria y = -0,003x² +
1,476x + 1,6.
De acordo com o exemplo dado na página 10 do roteiro de atividades, tem-se o valor de
relação de pixels e centímetros.

Imagem 04: Exemplo citado acima

Considerando a relação entre 2,21 cm e 36 pixels, é possível concluir que a unidade


centímetros é 16,28 vezes menor em comparação a pixels. Ao passar as informações da Tabela 01
para cm, temos a nova tabela seguinte:

Tabela 02
Valores de X em cm Valores de Y em cm
0 0
0,491400491 0,831633907
0,907186732 1,474201474
1,398587224 2,15460688
1,965601966 2,721621622
2,381388206 3,477641278
2,872788698 3,969041769
3,43980344 4,536056511
4,044594595 5,178624079
4,649385749 5,745638821
5,178624079 6,274815725
5,93458231 6,917444717
6,539373464 7,333230958
7,29539312 7,711240786
7,900184275 8,202641278
8,429422604 8,429422604
9,034213759 8,807432432
9,639004914 9,10982801
10,35718673 9,336609337
10,96197789 9,676842752
11,68022113 9,865847666
12,28501229 9,828009828
13,0031941 9,828009828
13,68359951 9,903624079
14,3262285 9,828009828
15,04441032 9,903624079
15,57358722 9,639004914
16,29183047 9,374447174
16,70761671 9,261056511
17,27463145 9,072051597
17,65257985 8,807432432
18,14398034 8,731818182
18,59760442 8,316031941
19,27800983 7,9002457
19,69379607 7,560012285
20,14742015 7,182002457
20,56320639 6,728439803
21,16799754 6,350429975
21,58378378 5,859029484
22,11302211 5,443243243
22,52880835 5,178624079
23,05798526 4,649447174
23,47383292 4,233599509
23,92739558 3,817813268
24,26762899 3,288636364
24,72119165 2,721621622
25,02358722 2,343611794
25,36382064 1,776597052
25,66621622 1,323034398
25,93083538 0,718243243
26,27100737 0,264619165
26,68679361 -0,189004914
27,14041769 -0,793796069
27,48058968 -1,398587224
27,8208231 -2,003378378
Imagem 05: Tabela com os pontos da parábola em centímetros
De forma análoga obtem-se um novo gráfico, com valores de x em cm e valores de y em cm,
que tem o mesmo formato do Gráfico 01.

Gráfico 02

Imagem 06: Gráfico do movimento da esfera em cm

Por meio do ajuste de gráfico do programa SciDavis, os seguintes valores de coeficientes


foram obtidos:
a0 = 0,102461356971915 +/- 0,0425060716514568
a1 = 1,47671712824099 +/- 0,00705865188833737
a2 = -0,0556753834106609 +/- 0,00024189007418513
Tendo em vista tais valores, o coeficiente A vale -0,0556±0,0002, o B vale 1,476±0,007 e o
C, 0,10±0,04 e, então, a equação da parábola em cm seria y = -0,0556x² + 1,476x + 0,10. O erro
da converção de pixels para centímetros pode ser observado com a difernça dos coeficientes A e C
encontrados em pixels e em cm, sendo ΔA = 0,052 e ΔC = 1,5.
Com as ferramentas do aplicativo IMAGEJ, também se mostrou como uma possibilidade
adquirir o valor do diâmetro da esfera utilizada como projétil. Tal valor foi 2,21 cm (36 pixels /16,28),
enquanto a medida feita no laboratório com um paquímetro gerou o resultado 2,20 cm (erro de ±0,01
cm), mostrando, assim, a confiabilidade do instrumento. Além disso, com as ferramentas de tal
aplicativo para computadores, foi possível determinar o ângulo da trajetória do lançamento. O ângulo
θ vale 49,268°, porém a medição em laboratório mostrou um ângulo de 47,8°, o que mostra o erro
grande de um transferidor, estimado em ±0,2 graus. Já com a filmagem, foi gerado o valor do tempo
da trajetória, sendo t = 0,1 segundos.
A partir dos dados coletados, visou-se encontrar o valor da velocidade inicial do projétil.
Através das equações y(t) = V₀.senθ.t - ½gt² e x(t) = V₀.cosθ.t é possível relacionar o ângulo θ =
49,268°, o tempo t = 0,1 s, o valor da aceleração da gravidade g = 9,78±0,05 m²/s e os valores finais
de x e y – necessariamente x e y finais, pois estes estão em função do tempo e o valor de t dado é o
valor final – em m. x final vale 27,8 cm de acordo com a Tabela 02 e o y final, -2,003 cm, ou seja, x
= 0,278 m e y = -0,02003 m.
x(t) = V₀.cosθ.t
x(t) = 0,278 m
cosθ = 0,3
t = 0,1 s
0,278 m = 0,3.0,1 s.V₀
V₀ = 9,26 m/s
Já considerando a segunda equação, temos:
y(t) = V₀.senθ.t - ½gt²
y(t) = -0,02003 m
senθ = -0,95
t = 0,1 s
g = 9,78±0,05 m²/s
-0,02003 m = -0,95.0,1 s .V₀ - 9,78 m²/s . (0,1 s)²/2
V₀ = 9,26 m/s ± 0,05 m/s
Por fim, o experimento realizado após a filmagem (repetição do processo de lançamento,
porém utilizando papel branco e papel-carbono na aterrissagem) produziu pontos cinza no papel
brnaco, considerando que o papel-carbono é preto e deixa marcas. Com tais pontos, é possível
determinar o ponto final da parábola gerada pelo movimento do projétil, que, ao ser medido com uma
régua milimetrada (erro de ±0,05 cm), alcançou os valores de 26 cm de distância do ponto inicial e -
1,8 cm de altura em relação ao ponto inicial. Isto fornece a informação de que a aterrissagem da
esfera se deu no ponto (26;-1,8), que é próximo ao valor obtido na Tabela 02 para o ponto final.

Discussão
O experimento realizado teve como resultado a forma e valores de um lançamento de um
projétil adequados. O movimento da esfera utilizada caracteriza uma parábola e cada ponto de tal
forma está explicitado nas tabelas 01 e 02. A equação da parábola em questão é y = -0,0556x² +
1,476x + 0,10. Ao fazer uso de um computador para tratamento de medidas, garante-se um erro
mínimo. Através de ferramentas digitais, alcançou-se o valor de tempo do movimento da esfera
como 0,1 segundos, o resultado do ângulo do lançamento como 49,268° e o valor do diâmetro do
projétil utilizado como 2,21 cm. Já através de cálculos, encontrou-se o valor da velocidade inicial
do lançamento, sendo este 9,26 m/s ± 0,05 m/s. E, por fim, a partir da repetição dos
procedimentos realizados no lançamento, obteve-se o valor do ponto final, ou ponto de
aterrissagem, da esfera como (26;-1,8).
Tal experiência é de extrema relevância, pois trajetórias calculáveis são indispensáveis
para a engenharia aeroespacial, em lançamentos de foguetes e satélites, para a medição do ponto
de aterrissagem de objetos ejetados de aviões e até mesmo em estudos de técnicas esportívas,
como chute a gol. Desta forma, é possível perceber como a movimentação de um projétil está
presente no cotidiano dos indivíduos e se mostra de grandessíssima importância para eles.

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