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O grande salto do cálculo e suas aplicações na

modernidade.
Adriano Rodrigo Joly¹

Alan Pereira da Silva¹

Bertrand de Oliveira Leal Júnior¹

Jéssica Paloma Silva de Morais ¹

Vanessa de Oliveira Costa1

Sérgio Vieira Mota ²

1. RESUMO
O presente trabalho é resultado de uma série de pesquisas em artigos e revistas e tem
como objetivo mostrar, através de uma pesquisa bibliográfica, as aplicações do grande
salto do cálculo na modernidade. Todas as aplicações mostradas aqui passam a ideia
da necessidade do ser humano que só é saciada graças a matemática finita e infinita,
micro e macro que se encontra desde o campo quântico até as escalas cósmicas,
caminhando para a ideia de que ela sempre esteve e sempre estará em tudo.

Palavras-chave: Matemática, Cálculo, Modernidade.

2. INTRODUÇÃO

A matemática é uma ciência que explora as relações entre quantidades, formas


e símbolos, ela é usada para representar vários fenômenos sejam eles naturais,
tecnológicos e sociais. Ela está presente em nosso dia a dia, tanto nos lugares mais
evidentes, como escolas e ambientes acadêmicos, quanto nos lugares mais sutis que nem
percebemos, como por exemplo em artes, na natureza e até mesmo em um diálogo.

Ela abrange desde o micro ao macro, presente em modelos quânticos e até


mesmo em cálculos que descrevem os movimentos e características dos corpos celestes,

1 Nome dos acadêmicos

2 Nome do Professor tutor externo

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo V -
05/05/23
aparece tanto nas engenharias como na medicina, tanto na física e química quanto na
filosofia.

É uma ciência prática capaz de calcular tudo e qualquer coisa, que além de
trabalhar com operações de números pequenos, até com números infinitos seus cálculos
se estendem. Porém nem sempre ela demonstrou tal nível de onisciência como na
atualidade, houve um tempo em que ela se demonstrava estática incapaz de mostrar
resultados quando o campo eram as taxas de variações.

Foi graças a duas grandes mentes brilhantes (Isaac Newton e Gottfried Wilhelm
Leibniz), que conseguiram fazer com que a matemática desse um grande salto com a
elaboração do cálculo, trazendo consigo diversos benefícios para os anos posteriores a
sua criação.

Essa praticar interdisciplinar vem mostrar, por meio de uma pesquisa


bibliográfica, o impacto e as contribuições do cálculo diferencial e integral para a
modernidade em muitas áreas, mostrando que sem ele até mesmo a sociedade ficaria
distante de se definir como moderna.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

A matemática, que se origina da palavra grega “matem” que significa Ciência, é


uma ciência que a própria existência vai além da imaginação do ser humano, uma vez
que ela não necessita da existência de outros seres para existir, haja vista que em
qualquer lugar que seja um objeto qualquer pode ser representado pela quantidade de
um, seja esse um, um símbolo ou um algarismo. Ela é exata, sempre esteve aqui e
sempre vai estar só esperando algo ou alguém que decifre e revele seus códigos e
algoritmos para se revelar e passar para outras futuras gerações. De certa forma
podemos dizer que ela nunca teve um começo propriamente dito e muito menos terá um
fim, em outras palavras, ela é eterna.

Contudo a humanidade pode contar histórias e elabora teoria sobre os primeiros


contatos dos seres com a matemática, que se diga de passagem, toda sua história está
enraizada com o desenvolvimento da matemática.

Antes, os antigos hominídeos eram nômades e para que se tornassem sedentários


e evoluíssem de forma progressiva, além da comunicação e de muitas experiencias
obtidas em seu desenvolvimento, uma das principais necessidades que se surgiu foi a
contagem “qual o tamanho do assentamento para o cultivo?”, “quantos animais ainda se
tem para o abate?”, “quantos dias e noites durariam a colheita?”. Lógico que todo esse
processo demoraria anos para se desenvolver, mas é a partir da necessidade que o ser
tem, que surge as grandes revelações da matemática. Como relata Boyer e Lerbach.

A princípio, as noções de números, grandezas e forma podiam estar


relacionadas com contrastes mais do que com semelhanças [...].
Gradualmente deve ter surgido, da massa de experiência caóticas, a
percepção de que há analogias: e dessa percepção em números e formas
nasceram a ciência e a matemática. (BOYER; MERZBACH, 2012, pag. 24).

É desde esses tempos remotos que já havia indícios de uma ciência que iria
perdurar os avanços sociais e tecnológico da humanidade. Vale ressaltar que ela não é
somente uma simples matéria que traz uma série de operações e códigos que podem ser
traduzidos como caminhos para a resolução de determinados problemas, mas sim um
poço com infinidades de conteúdo a serem descobertos.

É nítido na história a crescente evolução da matemática e do pensamento do ser


humano e é justamente esse pensamento, o qual chamamos de raciocínio, que podemos
nos diferenciar dos demais seres vivos, como afirma Campos “A Matemática é
componente parcialmente estruturante dos processos mentais racionais que qualificamos
como puramente humanos, o que nos distingue dos demais primatas” (ALMEIDA,
2011, p. 9), e é graças a esse raciocínio que podemos aprender e evoluir a matemática
para as futuras gerações.

Infelizmente o ser humano ainda não tem a capacidade de observa algo e já


imaginar suas finitas ou infinitas aplicações. É necessário tempo e aprimoramento do
objeto de forma gradual para averiguar suas diversificadas formas de desenvolvimento e
aplicações.

Dessa forma, desde os surgimentos das primeiras percepções de quantidades e


contagens, a matemática mostrava-se elementar e básica, não pelo simples pensamento
primitivo do homem, mas sim pelas necessidades dos antigos hominídeos, uma vez que
a matemática evolui de acordo com a necessidade ser. Nas palavras de Pontes (2019), o
desenvolvimento das atividades humana e a passagem do nomadismo (pescador e
coletor) para o sedentarismo (agricultor) vêm com a necessidade de contagem. Era
necessário planejar para que ocorresse a evolução de ambos – tanto da matemática
quanto a do homem. E foi graças a sedentarização que o homem pode usufruir bem da
agricultura, relacionando bem os dias e noites com os tempos de colheita, criando assim
as primeiras percepções de calendário como ainda diz Pontes (2019).

Com todo esse desenvolvimento gradual do ser humano e da matemática foi


surgindo a linguagem simbólica da matemática que fosse capaz de descrever seus
algoritmos, dependendo do tempo e da localização as nomenclaturas e simbologia
mudavam de acordo com as civilizações. Como por exemplo o sistema de numeração
egípcio, romano e chinês.

Figura 1: Sistema de numeração egípcia

Fonte: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/matematica/o-sistema-numeracao-
egipcio.htm.

Figura 2: sistema de numeração romana

Fonte: https://www.infoescola.com/matematica/numeros-romanos/

Figura 3: sistema de numeração chinesa


Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/numeracao-chinesa.htm.

Como observado nas imagens acima dependendo da localidade, cada povo


desenvolveu seu próprio meio de representar números para contagens e para cada
número existia uma simbologia associada a ele, mesmo que para alguns sistemas esse
tipo de numeração mostrava desvantagens, com por exemplo a egípcia. Como relata
Beck “A principal desvantagem do sistema de numeração egípcio (e de outros sistemas
não-posicionais) era a representação de números bastante grandes, pois essa se tornava
uma tarefa muito trabalhosa devido à repetição de símbolos.” (BECK, 2010, p. 52).

De fato, esse sistema mostra-se bem complicado para utilização de exemplos


com o cálculo do volume dos rios Nilo, Tigre e Eufrates, ou até mesmo a quantidade de
terra que pertencia ao Faraó. Para tal, seria necessário um sistema um pouco mais
simples de fácil manipulação numérica, que posteriormente apareceria como o sistema
indo-arábico.

Figura 4: sistema de numeração indo-arábico

Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-de-numeracao-decimal/.

É graças a este tipo de sistema da imagem acima que os números gigantescos


quase impossíveis de escrever, se tornam mais simples, mais operável e mais
manipulável.

Figura 5: comparação de sistema de numeração


Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/matematica/numeral-indo-arabico-como-
o-sistema-foi-criado.htm.

Como pode ser observado na figura 5, agora para escrever um número composto
pela junção de vária letras, nada mais necessário que apenas quatro algarismo para o
representar. A criação desses números e sua forma fácil de apresentação garante um
grande impulso para a evolução da matemática e da humanidade, haja vista que a
agilidade de realizar cálculos passa a ser bem mais confortável e bem menos trabalhosa.

Entretanto, como todo o avanço tem seu impulso ele também tem seu momento
de parada. Desde seu desenvolvimento como ciência até a criação da mecânica clássica,
por Isaac Newton (1642-1727), a matemática mostrou-se estática, servia para calcular
muitas coisas, menos para o campo das taxas de variações, como por exemplo áreas
irregulares ou áreas sob curvas.

O pai da mecânica clássica, Newton, vendo que suas três leis criadas não eram
estáticas, precisaria de uma matemática mais dinâmica, mais variável e mais robusta.
Foi então que ele se dedicou a fundo e brigou com uma outra pessoa (Gottfried Wilhelm
Leibniz 1646-1716) para criar o cálculo diferencial e integral e se aprofundar mais nos
cálculos infinitesimais. Como afirma Silva.

“Newton e Leibniz disputaram a paternidade da invenção do cálculo.


Dessa forma, perde-se a relação que esse conhecimento tem com a sociedade,
com os fatos, com o passado. Isso a torna uma ciência alheia ao presente,
distante dos fatos sociais e faz dos matemáticos, ou daqueles que conseguem
aprendê-la, seres quase inatingíveis” (SILVA, 2010, p. 52)

Como dito acima, por essas disputas perde-se o que mais a humanidade deixa de
ganhar que seria o avanço rápido e progressivo, diferente da perca de tempo publicando
artigos sobre plágio e discussão de quem inventou o que. Não depreciando o trabalho de
ninguém, ambos tiveram suas partes consideradas na invenção do cálculo, Newton com
o cálculo bruto e Leibniz com as notações e simbologias, porém, Newton ficou com os
créditos da criação do cálculo e, muito posteriormente, Leibniz ficou com o título de
coautor.

Agora sim, com a invenção dessa ferramenta era possível realizar cálculos
exatos quando se referia as variações. Calcular a aceleração instantânea em determinado
ponto era coisa de outro mundo, agora, conhecendo o conceito de limite e derivada e
aproximando as taxas de variações a zero se torna possível observar a reta tangente
naquele ponto e calcular com precisão a aceleração exata naquele instante.

Figura 6: Gráfico de cinemática

Fonte:http://cepa.if.usp.br/efisica/mecanica/basico/cap09/cap9_06.htm

Como observado da figura 6, se aproximarmos cada vez mais os valores dos


instantes t1 e t2 em que sua diferença seja próximo de zero se aproximando cada vez
mais do infinito pequeno, obteremos a aceleração instantânea para aquela pequena
variação de velocidade.

3. METODOLOGIA.

Esse grande pulo com uma matemática variável e com os cálculos infinitesimal é
o caminho para as crescentes evoluções em várias áreas um pouco a frente de seu
tempo. Com o passar dos anos a nova base foi se reformulado e se aprimorando até o
ponto que conhecemos atualmente. A Humanidade passa então a dar passos gigantesco
no que diz respeito a criações e inovações.

No cotidiano é fácil observar a utilização da matemática, é algo intuitivo,


contudo, é um pouco trabalhoso entender os cálculos precisos por trás daquela intuição.
Suas aplicações são diversas, vão desde a medicina até a bomba atômica.
Na medicina pode-se calcular o tempo de meia vida de alguns medicamentos
tornando preciso a sua eficácia, que nada mais é que uma função da concentração de um
medicamento que calcula a taxa de absorção ou eliminação no organismo. Pode-se,
também, trabalhar os eletrocardiogramas, o cálculo diferencial e integral pode ajudar a
criar fórmulas matemáticas que representam como alguns sistemas do corpo humano
funcionam e se relacionam, como o coração, os vasos sanguíneos, os nervos etc. Essas
fórmulas podem envolver símbolos que representam derivadas ou integrais e tais
fórmulas podem ser usadas para compreender, prever e controlar alguns desses sistemas
biológicos.

Nas áreas das engenharias essa nova base de cálculo permite analisar as funções
que modelam os fenômenos físicos de uma construção as resistências de alguns
materiais e deformação de algumas estruturas. Além de, também, permitir que se
calcule a área de algumas regiões e volumes para que se conheça mais sobre o plano
onde irá se fixar as construções.

As aplicações na área de oceanografia também chamam bastante atenção, saber a


periodicidade ou risco de ondas fortes é de extrema importância para prever futuros
incidentes. Nesse sentido o cálculo diferencial e integral nos permite calcular o
movimento das grandes massas e correntes marítimas de água influenciadas por
diversos fatores como temperatura, forças gravitacionais, pressão e salinidade, que nada
mais é que a relação de uma função com sua derivada.

Mais uma outra importante aplicação do cálculo diferencial e integral são os


meios de transportes. Nos meios aéreos, terrestre e aquático o cálculo diferencial e
integral é o utilizado para calcular as distâncias, velocidades, aceleração, forças de
empuxo, aerodinâmica, estabilidade do veículo, hidrodinâmica, consumo de
combustível dentre outros.

4. RESULTADO E DISCUSSÕES.
A matemática é detalhista e bem estruturada. Com ela pode-se escrever tudo nos
mínimos detalhes, descrevendo o comportamento dos átomos e suas minúsculas
partículas, até o comportamento de grandes astros no universo.
Em nossas vidas é notório que sem a matemática é impossível a realização de
algumas atividades e trabalhos simples da humanidade, como por exemplo a saúde, os
transportes, as construções entre outros, até as atividades mais complexas como
observação de astros a anos-luz de distancias da terra.
Como visto, ela está presença em muitas das atividades relacionada ao nosso
cotidiano de uma forma tão intrínseca que olhando para trás seria impossível a
construção de uma sociedade moderna sem o uso desse grande salto da matemática.

5. CONCLUSÃO

É nítido então que o avanço da matemática com a descoberta e o avanço do


cálculo, desde o seu tempo mais remoto até a atualidade, impulsionou muito o
desenvolvimento da sociedade moderna e do pensamento matemático do ser humano.

Claro que no passado a humanidade poderia se aperfeiçoar bem mais do que sua
atual situação de desenvolvimento. Decerto que alguma das brigas no passado para
alimentar o ego sobre a descoberta do cálculo foram prejudiciais para a humanidade,
contudo se a humanidade trabalhasse em conjunto poderíamos, talvez, estar em um
patamar bem mais avançado do que agora.

Apesar de tudo isso, na atualidade, encontrar a matemática em nosso cotidiano


não parece ser tão simples, e na verdade não é. Porém a matemática nos cerca de uma
forma que se pararmos para pensar nas trivialidades de um mais um igual a dois,
adentraremos a fundo nas funcionalidades de todas as coisas e com toda certeza
chegaremos a um ponto em comum, que é a presença da matemática em exatamente
tudo, apenas esperando que alguém a ache e a aperfeiçoe, desenvolvendo ainda mais
seus algoritmos e cálculos em consonância com o desenvolvimento da própria
humanidade.

6. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Manoel de Campos. Origens da matemática. Curitiba: Champagnat,
Curitiba-PR. Disponível em
https://www.researchgate.net/profile/Manoel-Almeida-3/publication/
262876196_Origens_da_Matematica. Acesso em 20 set de 2023.
BOYER, Carl B.; MERZBACH, Uta C. História da matemática. Editora Blücher,
2019. Disponível em https://storage.blucher.com.br/book/pdf_preview/a9307787-cff7-
4e9f-afb1-6eefaf39b3e0-baixe-uma-amostra.pdf. Acesso em 30 set de 2023.
PONTES, Edel Alexandre Silva. A LINGUAGEM UNIVERSAL: Matemática suas
origens, símbolos e atributos. Revista Psicologia & Saberes, v. 8, n. 12, p. 181-192,
2019.Disponível em https://repositorio.ipv.pt/handle/10400.19/899. Acesso em 18 set
de 2023.
SILVA, Maria Deusa Ferreira da. Problemas e modelos que contribuíram com o
desenvolvimento do cálculo diferencial e integral: dos gregos a Newton.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, Natal-RN.
Disponível em
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/14317/1/MariaDFS_TESE.pdf. Acesso
em 30 set de 2023.

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