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O AMOR DE REGINA

Hoje é um dia especial, Robert volta de viagem, ficará durante uma semana e depois
retoma ao trabalho na Noruega e para receber o meu marido pretendo fazer um jantar
romântico. Somos casados há 12 anos e sempre preparo algo especial para ele.
Robert é diplomata e constantemente viaja e poucas vezes está em casa, quando não
me leva consigo nas viagens. Nos conhecemos quando Robert precisava de uma advogada
para tratar de um processo racial, pois meu Marido é negro e oriundo da Nigéria.
Quando nos conhecemos nosso contacto foi inteiramente profissional, porém sempre
o achei um homem bastante atraente. Ele é alto com um fisico atletico, sua cabeça é toda
raspada, barba sempre feita, sua mandibula é firme, e seus olhos negros que nem carvão,
Robert tem uma voz de trovão porém é rouca e se intensifica ainda mais quando fala uma
lingua diferente de sua lingua nativa. Meu Marido é um sonho, romântico, atencioso, sempre
muito cavalheiro comigo, saímos sempre que possível, manda-me flores e uma das coisas que
mais adoro, são as viagens de natal, vamos visitar os meus pais e depois regressamos, e de
pontuar que os meus pais amam Robert que chega até a gerar ciúmes.
Quando o caso foi encerrado, Robert me convidou para jantar e pouco tempo depois
começamos a namorar, me senti uma adolescente com os hormônios no pico, e não demorou
para o casamento ser realizado e desde então tenho vivido um conto de fadas.
Faz 2 meses que não vejo-o, sinto tanto a falta dele, sinto saudade do seu perfume e
do hálito a cigarro, das suas mãos grandes e fortes, sinto falta de dormir protegida pelos seus
braços e daquele sorriso sonoro, sua alegria contagia todo lugar e sua aura de paz era um
deleite para os seus.
Hoje pretendo fazer um jantar leve e convidativo, com a luminosidade das velas
tomando conta, ouvindo jazz no fundo, e aproveitando um ótimo vinho tinto. Tomaremos um
banho juntos e ao final navegaremos nos oceanos do prazer dentro do nosso quarto, me
encontro muito ansiosa para o receber.
Às vezes é tão difícil ficar distante dele, ele é o meu suporte e além do mais é o meu
melhor amigo, conta-me tudo e eu conto tudo a ele. Já se passaram 12 anos e ainda não
consigo me habituar ao trabalho do meu marido, as partidas são sempre difíceis, parece
sempre que é a primeira vez, e choro rios salgados de tristeza; e é gratificante quando ele
volta para casa, mesmo que só para ficar o final de semana e regressar ao trabalho.
- Adoro quando cozinhas para mim - Senti braços fortes envolverem a minha cintura e
lábios beijando a minha nuca, e aquele cheiro de tabaco se misturando com o seu
perfume.
- Sabes que adoro cozinhar para você - virei-me e olhei para Robert, e ele estava lindo,
sua aparência cansada não ofuscava a beleza daquele homem, o que me deixava mais
apaixonada por ele. Então beijei-o intensamente transmitindo a saudade no amasso
dos meus lábios contra os dele.
- Eu senti saudade de você amor!
- E eu senti ainda mais, você não imagina como é ficar sozinha nessa casa sem você.
- Amor, deve ser a mesma coisa que ficar lá sem você.
- Mesmo assim, não é justo!
Robert não deixou sair mais nenhuma palavra de minha boca, pois sua boca sufocou as
minhas palavras e seus lábios robustos amaram os meus, e nossas línguas regiam uma
orquestra de amor, desejo e nostalgia. Suas mãos me puxavam contra si, limitando a distância
entre nós e me fazendo sentir seu corpo escultural em contacto com o meu me fazia suspirar a
cada beijo.
- Amor chega…- falei com dificuldades pois já me encontrava perdida nos encantos do
meu marido.
- Eu estou com saudades - disse entre os beijos.
- Sei que sim, mas vá tomar um banho e depois volta para a gente jantar. - senti a
aflição dele por me ter e foi difícil dispensar Robert assim.
Deu-me um selinho demorado e dirigiu-se ao nosso quarto ainda meio relutante, o que
me fez rir, pois mesmo tendo seus 48 anos Robert ainda parece um Adolescente.
Dei conta que seu banho estava ocorrendo quando ouvi o som da água do chuveiro.
Graças à Deus a comida já estava quase pronta, e enquanto isso me dirigi a sala de jantar para
preparar a mesa, coloquei os pratos e talheres, a volta pétalas de rosa brancas, pois Robert
deu-me rosas brancas quando a gente saiu pela primeira vez; e a luz do ambiente era
predominantemente fraca pois só estavam acesas velas aromáticas, e já tinha colocado o
jantar a mesa.
Subi até ao quarto e me preparei rapidamente, usava um vestido preto casual e por
baixo uma lingerie da mesma cor, Robert e eu precisamos matar as saudades.
Desci até ao local do nosso encontro e estava lá ele de calça moletom azul escura e
t-shirt branca que realçava o seu peitoral proeminente.
- Amor como você está linda! - elogiou-me e beijou a minha bochecha esquerda.
- São os seus olhos meu amor.
- Para de modéstia, e senta-te que eu estou faminto. - E de pontuar que Robert tem um
apetite de Leão.
Sentei-me com ele e jantamos, não é querer me gabar, mas eu tenho mão de fada para
cozinhar, e meu marido faz questão de demonstrar que gosta, não só dizendo, mas repetindo o
prato várias vezes, enquanto degustava o seu vinho favorito, que depois de duas taças já me
fazia ficar mais soltinha, tenho uma fraqueza grande ao álcool.
Robert contava-me como foram os 2 meses, que tinha feito tantos trabalhos, e
reuniões cansativas, que algumas coisas deram errado e outras deram muito certo. que daqui
há algum tempo nos mudaremos para a Suíça pois estará a trabalhar lá e não quer ficar
distante de mim, eu amei a ideia, primeiro porque amo a Suíça e porque estarei próximo ao
meu amor. Estava tão ansiosa para que isso acontecesse logo pois ficar distante dele é tão
difícil ainda mais ter que dormir numa cama grande e tão gelada sem ele.
- Amor se não tivesse acabado eu pediria que me servisses mais.
- Por favor homem, você tem quantos estômagos?! - Perguntei brincando.
- Estômago só tenho um, mas tenho quatro cavidades em meu coração para te amar.
- Senhor voltou todo poeta, - Ainda mantendo o tom, brinco com ele, mas amo o facto
dele ser muito romântico comigo.
- Sempre fui amor.
Então Robert puxou-me para mais perto dele, e fez-me sentar em seu colo, e
beijou-me tão ansiosamente que perdi o fôlego instantaneamente. Sua boca quente
convidava-me a minha para uma dança tão erótica quanto ao que estava para ser feito
posteriormente.
Suas mãos apertavam minha cintura fazendo-me gemer fragilmente entre os seus
lábios, o desejo que ardia dentro de mim precisava ser expresso, eu queria-o de tal maneiras
que minhas mãos involuntariamente arrancaram a t-shirt dele, e minhas unhas se permitiram
cravar em seu trapézio.
O corpo escultural, e musculado de Robert me fazia suspirar só de tocar, eu
literalmente queria me perder ali sem vontade de ser encontrada. E seu desejo tornou-se tão
evidente quando senti sua excitação crescer bem no local onde estava sentada.
Com dificuldades me levantei e guiei-lhe até ao nosso quarto onde tudo estava
preparado para receber aquele que me amava, e que o meu ser amava. Entrar no quarto entre
beijos é uma tarefa trabalhosa, ainda mais quando o que comanda já não é a razão.
Não demorou para que as minhas costas colidirem com o colchão e o corpo de Robert
abraçasse o meu, ele retirou minhas roupas como se detestasse-as e fez vir à superfície o
conjunto de peças íntimas que tinha preparado especialmente para ele.
Suas mãos cálidas exploravam meu corpo, apertavam os meus seios, e a minha pele
vibrava ao seu toque. Eu precisava dele e já não conseguia esconder tal prece.
- Preciso de você - Sussurrei em seu ouvido, e ele fez-me sentir ainda mais a sua
erecção ainda contida.
- Tu me tens - disse ele com a voz rouca e excitante.
Sua boca conhecia cada recanto do meu corpo como se fosse a primeira vez, beijava, mordia,
lambia os meus seios, me fazendo contorcer-me de prazer, e não aguentava mais, era
demasiado tempo sem o sentir.
Robert em um movimento só, fez sua boca alcançar a minha genitália e arrancando de mim
um gemido tão alto quanto o meu desejo.
- Isso amor!
Ele lambia com avidez e dedicação e me fazia sentir sensações novas a cada contacto,
sua língua era ágil, dançando com o meu clítoris e descendo para alcançar a minha vagina de
modos que não dava tempo para digerir tamanhas emoções. Enquanto que ao mesmo tempo
seus dedos ajudavam na missão de me proporcionar o melhor dos orgasmos da minha vida.
Eu e Robert nos amamos a noite inteira, lembro que quando nossos corpos se
fundiram foi o encaixe perfeito, ele preenchia as minhas paredes como peças de puzzles
correspondentes. Sentia-o indo cada vez mais fundo em mim, desrespeitando qualquer limite,
minhas unhas maltratando as suas costas, seu pescoço sendo castigado e o meu desejo sendo
saciado.
Meus orgasmos foram intensos naquela noite, quase que não descansamos pois o
acúmulo de desejo em nós era enorme.


- Ah! Depois dessa noite eu fiquei grávida.
- De quem?
- De quem como assim doutora? Eu estou grávida de 7 meses e o pai é único homem
que amei.
- Não percebo, vejo a gravidez e é nítida, mas me faça recordar quem é este homem e
como o conheceu.
- Ai! Doutora acho que está com problemas de memória.
- Regina como assim?
- Doutora eu estou grávida do meu Marido, Robert, expliquei-lhe como nos
conhecemos várias vezes. Falei que Robert é diplomata, e que agora está na Suíça e
na próxima semana vou lá me encontrar com ele.
- Regina, não, Eu preciso que você compreenda que essa gravidez não é de Robert.
- E como podes ter tanta certeza?
- Regina, Robert já faleceu faz 3 anos e não tem como.
- Não, não é possível, eu estive com ele, e ele é o pai dessa criança… - chorei
compulsivamente.

Milly_GRAUS (º)
07/Novembro/2022

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