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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA MECÂNICA


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

MATHEUS FELIPE MIYASAKI GONÇALVEZ

ANÁLISE MODAL TEÓRICO E EXPERIMENTAL DE UM PÓRTICO DE TRÊS


PAVIMENTOS

PATO BRANCO
2023
MATHEUS FELIPE MIYASAKI GONÇALVEZ

ANÁLISE MODAL TEÓRICO E EXPERIMENTAL DE UM PÓRTICO DE TRÊS


PAVIMENTOS

Trabalho de conclusão de curso de graduação,


apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso 1, do curso superior de Engenharia Mecânica da
Coordenação de Engenharia Mecânica – COEME – da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus
Pato Branco, como requisito parcial para conclusão da
disciplina.

PATO BRANCO
2023
MATHEUS FELIPE MIYASAKI GONÇALVEZ

ANÁLISE MODAL TEÓRICO E EXPERIMENTAL DE UM PÓRTICO DE TRÊS


PAVIMENTOS

Trabalho de conclusão de curso de graduação,


apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso 1, do curso superior de Engenharia Mecânica da
Coordenação de Engenharia Mecânica – COEME – da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus
Pato Branco, como requisito parcial para conclusão da
disciplina.

Data de aprovação: Dia/mês por extenso/ano

___________________________________________________________________________
Nome completo e por extenso do Membro 1 (de acordo com o Currículo Lattes)
Titulação (Especialização, Mestrado, Doutorado)
Nome completo e por extenso da instituição a qual possui vínculo

___________________________________________________________________________
Nome completo e por extenso do Membro 2 (de acordo com o Currículo Lattes)
Titulação (Especialização, Mestrado, Doutorado)
Nome completo e por extenso da instituição a qual possui vínculo

___________________________________________________________________________
Nome completo e por extenso do Membro 3 (de acordo com o Currículo Lattes)
Titulação (Especialização, Mestrado, Doutorado)
Nome completo e por extenso da instituição a qual possui vínculo

PATO BRANCO
2023
RESUMO

O resumo deve ressaltar de forma sucinta o conteúdo do trabalho, incluindo


justificativa, objetivos, metodologia, resultados e conclusão. Deve ser redigido em um
único parágrafo, justificado, contendo de 150 até 500 palavras. Evitar incluir citações,
fórmulas, equações e símbolos no resumo. A referência é elemento opcional em
trabalhos acadêmicos, sendo que na UTFPR adotamos por não incluí-la nos resumos
contidos nos próprios trabalhos. As palavras-chave e as keywords são grafadas em
inicial minúscula quando não forem nome próprio ou nome científico e separados por
ponto e vírgula.

Palavras-chave: palavra 1; palavra 2; palavra 3; palavra 4.


ABSTRACT

Seguir o mesmo padrão do resumo, com a tradução do texto do resumo e referência,


se houver, para a língua estrangeira (língua inglesa).

Keywords: word 1; word 2; word 3; word 4.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................6
1.1 OBJETIVOS ...........................................................................................7
1.1.1 Objetivo Geral.........................................................................................7
1.1.2 Objetivo Específico .................................................................................8
1.2 JUSTIFICATIVA .....................................................................................8
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................8
2.1 VIBRAÇÕES ..........................................................................................9
2.1.1 Tipos de Vibrações .................................................................................9
2.1.2 Partes Elementares do Sistema Vibratório .............................................12
2.1.3 Sistemas Discretos e Contínuos.............................................................12
2.1.4 Modelagem Sistemas Vibratórios ...........................................................12
2.2 ANÁLISE MODAL...................................................................................14
2.2.1 Análise Modal Teórica ............................................................................15
2.2.1.1 Métodos dos elementos finitos ...............................................................15
2.2.2 Análise Modal Experimental ...................................................................16
2.2.2.1 Função resposta em frequência .............................................................16
2.2.2.2 Problema do auto valor ..........................................................................16
2.2.2.3 Teste de impacto ....................................................................................18
6

1 INTRODUÇÃO

Na maioria das atividades humanas o fenômeno da vibração está relacionado


de alguma forma, seja de forma positiva como nos instrumentos musicais, na
comunicação humana, até na própria respiração e o andar estão relacionados com
vibrações e movimentos oscilatórios, porém existem muitos casos em que este
fenômeno se torna algo indesejado e que deve ser minimizado. (BALACHANDRAN;
MAGRAB, 2011)
De acordo com Rao (2008) qualquer movimento oscilatório, ou seja, que se
repete em um determinado intervalo de tempo pode ser considerado uma vibração e
dentro deste estudo algumas partes elementares compõem a maioria dos sistemas
de vibração, são eles: molas, amortecedores, massa (ou inércia) e graus de liberdade.
Recentemente o estudo da vibração se tornou fator crucial para projetos em
diversas áreas da engenharia como fundações, projetos de máquinas, motores,
rotores, turbinas entre outros. Sendo inclusive um fator determinante para garantir a
segurança e o conforto de pessoas dentro de um edifício, evitar fadigas ou danos
maiores a estrutura que podem inclusive levar a falhas catastróficas.
Com o avanço da engenharia e tecnologia vemos o desenvolvimento de
estruturas mais esbeltas e com vãos maiores, com isso foi necessário levar em
consideração os efeitos dinâmicos que afetam a estrutura nos projetos estruturais.
O aumento da esbeltez resulta na diminuição da rigidez e no peso da
estrutura, fatores estes que são desejados a fim de diminuir custos dentro da
construção civil e garantir maior espaço útil, mas que acabam diminuindo a resistência
da estrutura contra carregamentos dinâmicos, pois levam a diminuição da inércia,
sendo necessários menores quantidades de energia para causar vibrações
indesejáveis. (MANGERIG; ZAPFE, 2007)
No Brasil atividades sísmicas não são um problema considerável em
estruturas, em contrapartida as ações do vento geram carregamentos dinâmicos
preocupantes que devem ser considerados nos cálculos e dimensionamentos,
principalmente de estruturas com esbeltez alta como torres, antenas e pontes. Outros
fatores como tráfego intenso de automóveis ou trens próximos também causam
esforços dinâmicos.
Para solucionar esse problema foi necessário o desenvolvimento de técnicas
que permitem identificar os parâmetros modais de uma estrutura, e uma das soluções
7

é a análise modal, procedimento muito útil para problemas com vibração forçadas e
que consiste no estudo das propriedades dinâmicas na estrutura quando excitadas
por uma força externa gerando vibração. (LUNDKVIST, 2010)
Com a análise modal é possível identificar quais são as frequências naturais,
rigidez da estrutura, fator de amortecimento, massa ou inércia e os modos de vibração,
isso permite conhecer o comportamento da estrutura a esforços dinâmicos e caso
necessário tomar as providências necessárias para evitar vibrações indesejadas.
Essas características de dinâmica estrutural podem ser obtidas pela função
transferência, através dele é possível conhecer a dinâmica da estrutura e obter os
parâmetros necessários para definição dos modos de vibração e evitar o fenômeno
de ressonância, que ocorre quando a estrutura é excitada à uma frequência muito
próxima da frequência natural, causando grandes deslocamentos e levando a
potenciais falhas. (ALMEIDA, 1990)
De acordo com Almeida (1990) a maiorias das estruturas podem ser descritas
matematicamente e de forma linear, ou seja, é possível uma solução algébrica para o
sistema descrito, mas com os avanços tecnológicos hoje temos a disposição várias
ferramentas para realização de uma análise modal, tanto de forma numérica, com o
auxílio de ferramentas de simulação como o Ansys® onde é possível simular grandes
estruturas complexas e conhecer previamente seu comportamento, e em casos
experimentais temos o teste de impacto que conta com o auxílio de analisadores FFT
(Fast Fourier Transform) que fornece uma função reposta em frequência do sistema,
sendo um método rápido e de baixo custo para adquirir essas informações.
(LUNDKVIST, 2010)

1.1 OBJETIVOS

Neste capítulo são apresentados os objetivos gerais e específicos deste


trabalho.

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é realizar uma análise modal numérica e uma análise
modal experimental para encontrar os parâmetros dinâmicos de um pórtico de três
pavimentos.
8

1.1.2 Objetivo Específico

• Modelar um pórtico reduzido de três pavimentos;


• Realizar análise modal numérica de um pórtico de três pavimentos no
software de simulação Ansys®;
• Fabricação do pórtico de três pavimentos;
• Realizar análise modal experimental de um pórtico de três pavimentos;
• Comparar análise numérica e experimental de um pórtico de três
pavimentos;
• Validação do modelo numérico.

1.2 JUSTIFICATIVA

O aumento da esbeltez e diminuição da inércia de estruturas civis devido aos


aumentos dos vãos leva a uma necessidade de verificação da dinâmica da estrutura,
pois apenas as condições estáticas já não se tornam mais suficientes para ponderar
todos os riscos à estrutura.
Considerando a norma ABNT NBR8800:2088 – Projetos de estruturas de aço
e estruturas mistas de aço e concreto de edifícios, os cálculos e considerações
tomadas em relação as análises dinâmicas são em maioria, simplificadas e manuais,
além de ser um processo oneroso, não é possível captar todos os efeitos à estrutura.
(SILVA et al., 2016)
Dentro desse ambiente o MEF auxiliados por computador se tornam um item
indispensável para análise dinâmica de estruturas, pois são capazes de calcular
considerando efeitos e condições mais próximos da realidade, sendo que a análise é
feita do sistema como um todo, ou seja, da rigidez total da estrutura, captando efeitos
difíceis de serem calculados.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo serão apresentados os conceitos, métodos e hipóteses


necessárias para o desenvolvimento deste trabalho, entre eles iremos definir
vibrações, seus tipos e componentes, sistemas discretos e contínuos, exemplos de
modelagem de sistemas vibratórios, análise modal, autovalores e autovetores,
9

funções resposta em frequência, teste de impacto e método dos elementos finitos


aplicados em análise modal.

2.1 VIBRAÇÕES

De acordo com Rao (2008) uma vibração pode ser definida como um
movimento que se repete dentro de um intervalo de tempo, ou seja, um movimento
oscilatório, como por exemplo uma corda de um violão sendo dedilhado, no caso deste
trabalho nosso foco é em vibrações mecânicas, ou seja, uma oscilação que ocorre em
um intervalo de tempo em máquinas, componentes mecânicos, estruturas
metálicas/concreto entre outros.
Quando falamos no estudo de vibrações automaticamente nos referimos a
análises dinâmicas, ou seja, com movimento, isso se deve ao fato de que os
parâmetros vibratórios geralmente são derivados de funções resposta no domínio do
tempo, se durante um intervalo de tempo não temos nenhum tipo de movimento isso
não irá gerar amplitude na função, em outras palavras, não há uma vibração no
sistema.
Alguns termos importantes no estudo de vibração são frequência natural, que
é a frequência onde um corpo vibra naturalmente após ser imposto a uma condição
inicial, ou alguma força de excitação externa, que fornece energia ao sistema por meio
de uma força aplicada.
No caso de uma força externa aplicada de forma constante, isso irá gerar uma
frequência excitadora no sistema, onde se coincidir com a frequência natural irá
acarretar o fenômeno de ressonância, gerando grandes deslocamentos, tensões e
fadigando o material.
Para cada frequência natural temos um modo de vibração relacionado, esse
modo representa como a estrutura irá vibrar, quando falamos de estruturas civis temos
basicamente dois tipos as flexionais e as torcionais.

2.1.1 Tipos de Vibrações

Os sistemas de vibração podem ser categorizados como vibração livre


amortecida ou não amortecida ou vibração forçada amortecida e não amortecida, cada
um desses modelos possui suas particularidades, bem como possíveis soluções
propostas distintas.
10

Os modelos de vibração livre são caracterizados por não possuírem uma força
excitadora externa ao sistema, ou seja, sua resposta é definida pelas condições
iniciais de deslocamento e/ou velocidade, no caso de uma vibração livre sem
amortecimento, teoricamente como não possui uma energia dissipadora sua vibração
iria perdurar indefinidamente, o comportamento de um sistema massa mola de um
grau de liberdade pode ser observado em sua solução proposta.

𝑥(𝑡) = 𝐴0 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑛 𝑡 + 𝜙)
𝑥̇ (𝑡) = 𝐴0 𝜔𝑛 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑛 𝑡 + 𝜙)
𝑥̈ (𝑡) = −𝐴0 𝜔𝑛 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑛 𝑡 + 𝜙)

Essas soluções propostas descrevem respectivamente a resposta de


deslocamento, velocidade e aceleração do sistema.
A vibração livre com amortecimento também não possui uma força excitadora,
mas conta com uma energia dissipadora devido a inserção de um amortecedor, logo
pode ser categorizada com um sistema sub amortecido, quando seu fator de
amortecimento ξ é menor que 1, criticamente amortecido quando ξ é igual a 1 e
superamortecido quando ξ é maior que 1.
Para cada tipo de amortecimento temos soluções propostas diferentes, como
neste trabalho foi considerado fatores de amortecimento menores que 1, foi
considerado apenas a solução proposta referente a sistema sub amortecido.

𝑥(𝑡) = 𝑒 −𝜉𝜔𝑛𝑡 [𝐴1 ∙ cos(𝜔𝑑 𝑡) + 𝐴2 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑑 𝑡)]

A resposta de deslocamento é descrita por essa solução proposta onde as


constantes A representam as condições iniciais de deslocamento e velocidade, ωn e
ωd representam respectivamente a frequência natural e amortecida, e t o tempo.
Para modelos de vibração forçada amortecida há uma força excitadora sobre
o sistema vibratório, muitas vezes com característica harmônica, nestes casos o risco
de sofrer ressonância aumenta caso a frequência de excitação esteja próxima de uma
das frequências naturais do modelo, gerando grandes amplitudes de vibração. (RAO,
2008)
11

Considerando um sistema massa mola de um grau de liberdade e uma força


harmônica de excitação temos a seguinte solução homogênea e particular para o
modelo.

𝑥ℎ (𝑡) = 𝐴1 ∙ cos(𝜔𝑛 𝑡) + 𝐴2 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑛 𝑡)


𝑥𝑝 (𝑡) = 𝑋 ∙ cos(𝜔𝑡)

Como nossa força é harmônica a solução particular também possui


característica harmônica e tanto a força quanto as constantes das soluções estão
descritas abaixo.

𝐹(𝑡) = 𝐹0 ∙ cos(𝜔𝑡 )
𝐹0
𝑋=
𝑘 − 𝑚𝜔 2
𝐹0
𝐴1 = 𝑥0 −
𝑘 − 𝑚𝜔 2
𝑥0̇
𝐴2 =
𝜔𝑛

Na vibração forçada com amortecimento temos a presença da força externa


e de um amortecedor exercendo uma dissipação da energia do sistema, neste caso
temos também uma solução proposta e homogênea, a soma delas resulta na solução
que descreve a resposta da vibração como um todo.

𝑥ℎ (𝑡) = 𝐴1 ∙ 𝑒 −𝜉𝜔𝑛𝑡 ∙ cos(𝜔𝑑 𝑡 − 𝜙)


𝑥𝑝 (𝑡) = 𝐴0 ∙ cos(𝜔𝑡 − 𝜙0 )
𝑥𝑔 (𝑡) = 𝑥𝑝 (𝑡) + 𝑥ℎ (𝑡)

Através da derivação da solução geral e aplicação das condições iniciais do


sistema é possível determinar os valores das constantes de deslocamento e ângulo
de fase, descrevendo assim o comportamento vibratório do modelo estudado.
12

2.1.2 Partes Elementares do Sistema Vibratório

Dentro da maioria dos sistemas vibratórios temos incluso componentes que


se envolvem em uma troca alternada de energia potencial e cinética levando ao
movimento, dentre eles temos a mola, componente responsável por armazenar a
energia potencial e responsável por restaurar a força no sistema, medido através da
sua rigidez. A massa, ou inércia, responsável por armazenar a energia cinética do
sistema e um amortecedor, caracterizado como força dissipadora, que irá dissipar a
energia mecânica do sistema de forma gradual e é medido por uma constante de
amortecimento. (BALACHANDRAN; MAGRAB, 2011)
Outro conceito importante em um sistema vibratório são os graus de liberdade
ou GDL e é o número mínimo de coordenadas necessárias para representar o sistema
de forma analítica discretizando em equações de movimento, para calcular o número
de graus de liberdade temos a fórmula a seguir:

𝑛° 𝐺𝐷𝐿 = (𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑠) ∙ (𝑛° 𝑑𝑒 𝐺𝐷𝐿 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎)

2.1.3 Sistemas Discretos e Contínuos

Em sua maioria sistemas que são constituídos de elementos elásticos


contínuos possuem infinitos pontos de massa, sendo necessário infinitos graus de
liberdade para discretizar uma solução ao problema, embora fosse possível chegar a
soluções muito mais precisas com esse método as soluções analíticas são limitadas
a alguns sistemas específicos, sendo necessário discretizar a solução em um número
finito de GDL para buscar soluções mais simples.
Sistemas com infinitos graus de liberdade são chamados de sistemas
contínuos, já os que tem um número finito são chamados de sistemas discretos, em
sua maioria sistemas estruturais possuem infinitos graus de liberdade, sendo
necessário discretizar em um sistema mais simples para linearizar as equações e ser
possível uma solução analítica aproximada. (RAO, 2008)

2.1.4 Modelagem Sistemas Vibratórios

A modelagem tem como objetivo representar um determinado sistema de


forma que seja possível obter equações matemáticas que irão representar o
comportamento real do objeto de estudo, para isso é necessário que todos os
13

aspectos mais importantes do sistema sejam captados com nível de detalhes o


suficiente para descrevê-lo. (RAO, 2008)
Em geral quanto menor o número de graus de liberdade mais simples é a
solução, porém dependendo do sistema pode não representar toda sua complexidade
de forma fiel, assim é possível modelar com um número maior de graus de liberdade
para que todos os detalhes do modelo sejam captados dentro das equações
matemáticas.

Figura 1: Exemplo de possíveis modelagens de uma moto.


Fonte: (RAO, 2008)

Como nestes sistemas geralmente temos molas e amortecedores, a forma


como estes se comportam é muito importante, por exemplo, amortecedores podem se
comportar tanto de forma linear, o que facilita a solução pois sabemos que seu
comportamento não se altera independente do tempo, mas caso tenha uma
característica não-linear podemos perder alguns detalhes importantes do sistema
dentro das equações.
No caso de equações lineares é possível usar a hipótese da super posição
que facilita a análise e fornece resultados satisfatórios do sistema caso seja
corretamente aplicado, se um sistema for linearizado e este possuir características
14

não-lineares alguns detalhes importantes podem ser perdidos e o sistema não ser
corretamente exemplificado pela modelagem.

2.2 ANÁLISE MODAL

Análise modal é um procedimento feito para determinar os parâmetros modais


de uma estrutura como frequência natural, modos de vibração, rigidez da estrutura,
constante de amortecimento e massa/inércia de um sistema vibratório. (ALMEIDA,
1990)
É possível realizar alguns tipos de análise modais através de soluções
analíticas, utilizando de cálculos e hipóteses, este tipo de análise depende da
linearização do sistema logo se aplica a alguns casos, sendo limitado à sistemas
vibratórios mais simples.
Já soluções numéricas, como o método dos elementos finitos (MEF),
expandem as possibilidades para sistemas vibratórios mais complexos,
principalmente quando feitos com auxílio computacional, esse tipo de análise é capaz
de predizer o comportamento dinâmico da estrutura integralmente, analisando o
sistema considerando sua rigidez e massa total, o que leva a resultados mais
aproximados com a realidade.
Por fim temos as análises experimentais, onde com ajuda de equipamentos
dedicados para o devido fim simulamos uma estrutura em escala a fim de predizer o
comportamento do sistema, esse tipo de análise geralmente se aplica em conjunto
com uma solução numérica onde, para validação da solução, é feito uma análise
experimental de uma estrutura em escala. (HARRIS; PIERSOL, 2002)
As análises experimentais podem ser divididas em experimental modal
analysis (EMA) e operational modal analysis (OMA), a principal diferença entre os dois
está na forma de excitar o sistema, o EMA analisa uma estrutura com uma excitação
conhecida, seja por um impacto ou com uma força excitadora sob frequência
constante, já o OMA trabalha com excitações desconhecidas e incontroláveis, como
pode exemplo um carro dirigindo em uma rodovia ou um avião em pleno ar. (WANG
et al., 2022)
15

2.2.1 Análise Modal Teórica

2.2.1.1Métodos dos elementos finitos

O método de elementos finitos (MEF) consiste em um procedimento analítico


numérico aplicado em estruturas e meios contínuos onde a geometria do componente
simulado é dividida em geometrias menores de padrão geométrico, facilitando assim
os cálculos e previsão de comportamento em diferentes condições de contorno.
(MIRLISENNA, 2016)
O MEF é bastante utilizado para análise estruturais com modelos muito
complexos, onde uma estrutura que, teoricamente, possui infinitos elementos a serem
analisados, são discretizados em elementos finitos pré-definidos com um certo
número de nós, graus de liberdade, translações e rotações que descrevem as
condições do modelo real.
Através dessa discretização é possível realizar uma técnica numérica
realizando a interpolação entre os nós, o cálculo variacional na modelagem e
resolução dos problemas de contorno. (SOUZA; FERNANDES; ANFLOR, 2020)
Para análise utilizando o MEF é necessário definir um elemento que irá
discretizar o modelo completo, como por exemplo, o elemento SHELL181.

Figura 2: Geometria do elemento SHELL181.


Fonte: (ANSYS, 2023)

Este elemento possui 4 nós e permite 6 graus de liberdade em cada nó,


translação nas direções x, y e z, bem como rotação nesses 3 eixos, permite também
simulações lineares, não-lineares, grandes deslocamentos e rotações
16

2.2.2 Análise Modal Experimental

2.2.2.1Função resposta em frequência

De acordo com Balachandran e Magrab (2011) uma função reposta em


frequência cria uma relação entre os dados de entrada (condições iniciais) e os dados
de saída (solução) de um sistema, sendo possível adquirir informações sobre
amplitude e ângulo de fase da função.

2.2.2.2Problema do auto valor

A equações de movimento para um sistema com vários graus de liberdade


podem ser deduzidas através de sua forma matricial com a equações de Lagrange,
será usado como exemplo a solução correspondente a um sistema de vibração livre
que é descrita na Equação 1. (RAO, 2008)

[𝑚]𝑥̈ + [𝑘]𝑥 = 0 (1)

A solução para a Equação 1 pode ser escrita através da seguinte forma:


𝑥𝑖 (𝑡) = 𝑋𝑖 𝑇(𝑡), 𝑖 = 1,2,3, … , 𝑛 (2)
Como Xi é uma constante que representa amplitude máxima do sistema e
independe do tempo e T é em função do tempo t, temos que uma razão entre a
amplitude de duas coordenadas distintas do sistema independem do tempo e,
fisicamente, representa que durante o movimento não temos uma mudança na
configuração do movimento, apenas na amplitude, sendo possível representar a
amplitude através da sua forma modal.

𝑋1
𝑋2
.
𝑋⃗ = (3)
.
.
{𝑋𝑛 }

Substituindo a Equação 3 na Equação 2 é obtido a seguinte equação:

[𝑚]𝑋⃗𝑇̈(𝑡) + [𝑘]𝑋⃗𝑇(𝑡) = 0 (4)


17

Que pode ser escrita de forma escalar com n equações separadas, onde se
obtêm algumas relações de T em um lado da equação e X do outro, visto que X
independe do tempo t ambos os lados devem se igualar a uma constante, e
considerando essa constante como ω2 temos:

𝑇̈(𝑡) + 𝜔2 𝑇(𝑡) = 0 (5)


ou
[[𝑘] − 𝜔2 [𝑚]]𝑋⃗ = 0 (6)

A Equação 6 pode ser expressa por:

𝑇(𝑡) = 𝐶1 cos (𝜔𝑡 + 𝜑) (7)

Onde C1 é uma constante que representa a amplitude e φ o ângulo de fase,


simbolizando um movimento harmônico (oscilatório) de mesma frequência e ângulo
de fase, sendo necessário que o valor da frequência natural ω satisfaça a seguinte
equação através de uma solução não-trivial.
∆= |[𝑘] − 𝜔2 [𝑚]| = 0 (8)

A Equação 6 representa o problema do autovalor e a Equação 8 é a equação


característica ou autovalor, onde a expansão dessa equação resulta em uma equação
polinomial de n-ésima ordem, cuja suas soluções (raízes), quando reais e positivas,
representam cada frequência natural do sistema, vinculado com seu modo de
vibração. (RAO, 2008)
Através da solução da equação característica é possível solucionar o
problema do auto vetor, através disso temos como saídas as frequências naturais
(raízes reais e positivas) de um sistema com n graus de liberdade, sabemos que para
cada GDL temos um modo de vibração correspondente, para encontrar com qual
frequência o modo está interligado foi realizado uma razão entre as soluções
propostas e através de métodos intuitivos encontrado o seu correspondente, em casos
de estruturas os três primeiros são os mais preocupantes.
18

2.2.2.3Teste de impacto

Testes de impacto são um tipo de análise experimental (EMA) de relativo


baixo custo que entrega resultados de forma rápida e conveniente para análise modal.

Figura 3: Representação teste de impacto.


Fonte: Adaptado (LEME, 2014)

A função do teste de impacto na análise experimental é fornecer o FRF, que


é a base para EMA, com o FRF é feito a aplicação do método de solução da função
usando o problema dos autovalores, resultando nos parâmetros modais.
O sistema também pode ser excitado de forma controlada e constante,
utilizando por exemplo um pequeno exaustor desbalanceado, gerando frequência
excitadores à um certo valor, porém com o martelo de impacto e a escolha correta das
ponteiras podemos excitar a estrutura de forma mais simples e dentro da frequência
de excitação desejada. (WANG et al., 2022)
Para realizar esse teste é necessário um equipamento excitador, um
transdutor , conversor de sinais e um analisador, em geral são escolhidos como
excitador um martelo de impacto com uma célula em sua cabeça que quantifica a
força que foi aplicada ao sistema e uma ponteira com diferentes materiais para excitar
a estrutura em determinadas frequências.
O transdutor pode ser um acelerômetro, que irá fornecer a amplitude em
mm/s2, como as soluções são interligadas entre si, é possível encontrar o
deslocamento do sistema mesmo que as medidas foram feitas com a aceleração.
19

Como conversor de sinais e analisador temos os analisadores FFT de dois ou


quatro canais, cada canal é alimentado com uma informação sobre a dinâmica do
sistema, essas informações são então analisadas por um software que realiza o
processamento das informações da resposta do sistema e entrega o FFT do
experimento.
20

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. T. Vibrações mecânicas para engenheiros. 2. ed. São Paulo: Edgard


Blücher Ltda, 1990.

ANSYS. Ansys Help. Disponível em:


<https://ansyshelp.ansys.com/Views/Secured/corp/v232/en/ans_elem/Hlp_E_PLANE
183.html>. Acesso em: 19 nov. 2023.

BALACHANDRAN, B.; MAGRAB, E. Vibrações Mecânicas. 2. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2011.

HARRIS, C.; PIERSOL, A. Harris’ Shock and Vibration Handbook. 5. ed. USA:
McGraw-Hill Handbooks, 2002.

LEME, L. Estudo comparativo de técnicas de análise modal experimental no


domínio da frequência em uma barra na condição de contorno livre-livre.
Trabalho de conclusão de curso—Pato Branco: Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, 2014.

LUNDKVIST, A. Modal Analysis Project. 2010.

MANGERIG, I.; ZAPFE, C. Vibration and Damping of Steel Constructions. The


Germanjapanese Bridge Symposium Anais, 2007.

MIRLISENNA, G. Método dos Elementos Finitos: o que é? Disponível em:


<https://www.esss.co/blog/metodo-dos-elementos-finitos-o-que-e/>. Acesso em: 9
nov. 2023.

RAO, S. Vibrações mecânicas. 4. ed. São Paulo: Pearson Education, 2008.

SILVA, A. P. L. et al. COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE ANÁLISE MODAL


EXPERIMENTAL APLICADO A UM PÓRTICO PLANO EM ESCALA REDUZIDA.
Revista Interdisciplinar de Pesquisa em Engenharia, v. 2, n. 15, p. 83–96, 2016.

WANG, Y. et al. Camera-based experimental modal analysis with impact excitation:


Reaching high frequencies thanks to one accelerometer and random sampling in time.
Mechanical Systems and Signal Processing, v. 170, p. 108879, maio 2022.

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