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3.

1 Programação das emissoras de rádio e televisão

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes
princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;


II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua
divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em
lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

São constitucionais os procedimentos licitatórios que exijam percentuais mínimos e máximos a serem
observados pelas emissoras de rádio na produção e transmissão de programas culturais, artísticos e
jornalísticos locais, nos termos do art. 221 da Constituição Federal de 1988’. [RE 1.070.522, rel. min. Luiz
Fux, j. 18-3-2021, P, DJE de 26-5-2021, Tema 1.013.]

O relator, ministro Luiz Fux, observou que a Constituição Federal (artigo 221) é clara ao estabelecer que
a programação das emissoras de rádio e televisão deverão regionalizar a produção cultural, artística e
jornalística, segundo percentuais estabelecidos em lei. Ele esclareceu que essa reserva de tempo
representa o exercício do direito coletivo de acesso à cultura nacional e está disposta na alínea 'c' do
parágrafo 1º do artigo 16 do Decreto 52.795/1963 e na alínea 'h' do artigo 38 da Lei 4.117/1962, ambos
recepcionados pelo artigo 221 da Constituição Federal.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, sem vetos, a Lei 14.408/22, que permite às emissoras de rádio e
televisão transferir, comercializar ou ceder o tempo total de programação para terceiros, que ficarão
responsáveis pela produção do conteúdo.

Atualmente, uma emissora pode ceder 25% de sua programação. Pela Lei 14.408/22, essa porcentagem
vira um limite para veiculação de publicidade. O texto prevê que, mesmo com cessão total de
programação, ela deve ter finalidades educativas e culturais.

A norma estabelece ainda que as emissoras vão ser responsabilizadas por eventuais irregularidades na
programação, além de vedar às concessionárias e permissionárias transferir, comercializar e ceder a
gestão total ou parcial da execução do serviço de radiodifusão, que é uma concessão pública.

Muitas emissoras já cedem parte do tempo de sua programação, por meio de contratos de
comercialização de espaço, para produtores de conteúdo independentes ou para igrejas.

e) as emissoras de radiodifusão sonora são obrigadas a retransmitir, diariamente, no horário


compreendido entre as dezenove horas e as vinte e duas horas, exceto aos sábados, domingos e
feriados, o programa oficial de informações dos Poderes da República, ficando reservados sessenta
minutos ininterruptos, assim distribuídos: vinte e cinco minutos para o Poder Executivo, cinco
minutos para o Poder Judiciário, dez minutos para o Senado Federal e vinte minutos para a
Câmara dos Deputados;

25 E 5 J 10 S 20 C
..............................................................................................

§ 4º O programa de que trata a alínea e do caput deste artigo deverá ser retransmitido sem cortes, com
início:

I - às dezenove horas, horário oficial de Brasília, pelas emissoras educativas;

II - entre as dezenove horas e as vinte e duas horas, horário oficial de Brasília, pelas emissoras
educativas vinculadas aos Poderes Legislativos federal, estadual ou municipal, nos dias em que houver
sessão deliberativa no plenário da respectiva Casa Legislativa.

§ 5º Os casos excepcionais de flexibilização ou dispensa de retransmissão do programa serão


regulamentados pelo Poder Executivo.

§ 6º As emissoras de radiodifusão sonora são obrigadas a veicular, diariamente, às dezenove horas,


exceto aos sábados, domingos e feriados, inserção informativa sobre horário de retransmissão do
programa de que trata a alínea e do caput deste artigo.” (NR)

3.2 Radiodifusão comercial, educativa, comunitária, pública e institucional.

A TV 3.0 é uma iniciativa conjunta do Governo Federal, do setor privado e da academia para estabelecer
o padrão tecnológico da próxima geração da televisão digital brasileira, propondo uma evolução
disruptiva para a televisão digital: com melhor qualidade de imagem e som, integração com a internet,
uso otimizado do espectro de frequências e proporcionando novas formas de acessar a conteúdos
culturais, educativos, artísticos e informativos.
Para tanto, o Governo Federal estabeleceu diretrizes para o desenvolvimento e implantação da TV 3.0,
que deverá entrar no ar em 2025, após decisão presidencial.
Os estudos para especificação técnica e testes tecnológicos do novo padrão estão sendo conduzidos
pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (Fórum do SBTVD), e executados por universidades
brasileiras. O Fórum SBTVD é organismo legitimado pelo Decreto nº 5.820/2006 para propor inovações
ao Governo Brasileiro.

Art. 2º A próxima geração do SBTVD-T, denominada TV 3.0, será dotada das seguintes características:

I - qualidade audiovisual superior à da primeira geração do SBTVD-T;

II - recepção fixa, com antena externa e interna, e móvel;

III - integração entre conteúdo transmitido pelo serviço de radiodifusão e pela internet;

IV - interface de usuário baseada em aplicativos;

V - segmentação de conteúdo de acordo com localização geográfica dos telespectadores;

VI - personalização de conteúdo de acordo com as preferências dos telespectadores;

VII - uso otimizado do espectro de radiofrequências destinado ao serviço de radiodifusão de sons e


imagens e aos serviços ancilares; e

VIII - novas formas de acessar a conteúdos culturais, educativos, artísticos e informativos.


REGIMENTO INTERNO DO GRUPO DE TRABALHO TV 3.0

Art. 1º São atribuições do GT TV 3.0:


I - propor a regulamentação técnica e de serviço aplicável à TV 3.0;
II - propor o padrão tecnológico da TV 3.0;
III - propor o modelo de implantação da TV 3.0 no território nacional;
IV - acompanhar os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento para definição dos padrões tecnológicos
da
TV 3.0;
V - acompanhar os testes dos padrões tecnológicos;
VI - propor diretrizes para os estudos de planejamento de canais da Agência Nacional de
Telecomunicações;
VII - propor o cronograma de implantação e transição para a TV 3.0; e,
VIII – promover iniciativas para facilitar a inclusão digital por meio de serviços de televisão digital.
Art. 2º Compõem a estrutura do GT TV 3.0, com a finalidade de assessorá-lo no exercício de suas
atividades, os seguintes Subgrupos de Trabalho:
I – Subgrupo de Trabalho de Tecnologia (SGT-Tecnologia);
II – Subgrupo de Trabalho de Regulamentação (SGT-Regulamentação); e,
III – Subgrupo de Trabalho de Implantação (SGT-Implantação).
§ 1º Todos os Subgrupos de Trabalho serão coordenados por membros do Ministério das Comunicações,
designados pelo Presidente do GT TV 3.0.
§ 2º Outros Subgrupos de Trabalho poderão ser criados ou alterados por decisão do Presidente do GT
TV
3.0 para a realização de atividades complementares ou atendimento de novas demandas, caso se
mostrem
necessários.
§ 3º A atuação dos Grupos Técnicos será pautada pelo diálogo, agilidade e flexibilidade, para avaliação
técnica das matérias de sua competência ou que lhe forem atribuídas, cabendo a decisão ao GT TV 3.0.
§ 4º A critério do coordenador do subgrupo, poderão ser convidados a participar das discussões, nos
Subgrupos de Trabalho, outros profissionais e colaboradores, que contribuam com seu conhecimento e
experiência para o desenvolvimento das atividades.
Art. 3º O GT TV 3.0 será composto pelos seguintes membros:
I – Representantes do Ministério das Comunicações:
a) Secretário de Comunicação Social Eletrônica, a exercer a função de Presidente; e
b) Diretor de Inovação, Regulamentação e Fiscalização, a exercer a função de Secretário Executivo.
II – um representante da Agência Nacional de Telecomunicações e seu respectivo suplente;
III – um representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e seu respectivo suplente;
IV – um representante do Ministério da Fazenda e seu respectivo suplente;
V – quatro representantes de entidades representativas do setor de radiodifusão e seus respectivos
suplentes; e
VI – um representante do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (Fórum SBTVD).

Outorga de radiodifusão

O processo de outorga de radiodifusão de sons (rádio) ou de sons e imagens (TV), com finalidade
comercial, ocorre por meio de processo licitatório, na modalidade Concorrência, mediante a publicação,
na Imprensa Oficial, do devido edital, e é julgada pelo critério de maior valor da média ponderada da
pontuação da Proposta Técnica e da Proposta de Preço pela Outorga.
Após a homologação do procedimento licitatório e a adjudicação do seu objeto à entidade vencedora, é
expedido o ato de outorga (Portaria para os casos de serviços de radiodifusão sonora e Decreto
Presidencial para o serviço de radiodifusão de sons e imagens), o qual, então, é submetido à devida
apreciação do Congresso Nacional, em observância ao que preconiza o artigo 223, da Constituição
Federal.
Conforme dispõe o § 3º do dispositivo constitucional supracitado, o ato de outorga somente produzirá
efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional.

As novas outorgas para execução de serviços de radiodifusão são precedidas do PNO e do


procedimento licitatório na modalidade concorrência, que se inicia com a publicação do Edital de
Licitação Pública no Diário Oficial da União.

Após a publicação do Edital, as entidades interessadas devem apresentar, simultaneamente, no prazo


máximo estipulado no Edital, a documentação de habilitação e as propostas técnicas e de preço, para o
procedimento licitatório.

Os Planos Nacionais de Outorga (PNOs) são documentos que apresentam para a sociedade, de forma
objetiva, todas as localidades que serão contempladas com a oportunidade de novas outorgas em
cada um dos serviços de radiodifusão. Esses documentos, previstos na regulamentação, foram criados
com o intuito de dar uma maior transparência sobre os procedimentos necessários para obtenção de
novas outorgas, e possuem um cronograma específico contendo a previsão de todos os editais a serem
publicados, bem como as localidades que serão contempladas em cada um destes editais.

Rádio e TV educativa

A Radiodifusão Educativa é o serviço de radiodifusão, tanto em frequência modulada (FM) quanto de


sons e imagens (TV), que se destina à transmissão de programas educativo-culturais, sem caráter
comercial ou finalidade lucrativa, que atuem em conjunto com os sistemas de ensino, visando à
promoção e ao fortalecimento da educação básica e superior, da educação permanente e da divulgação
educacional, cultural, pedagógica e de orientação profissional.

As permissões e concessões para execução dos serviços de radiodifusão com fins exclusivamente
educativos estão disciplinadas pela Portaria nº 3.238, de 20 de junho de 2018.

O processo de outorga de radiodifusão de sons (rádio) ou de sons e imagens (TV), com fins
exclusivamente educativos, ocorre por meio de processo de Seleção Pública, mediante a publicação, na
Imprensa Oficial, do devido edital, e é julgada pelos critérios definidos em norma.

Após a homologação do processo de Seleção Pública e a adjudicação do seu objeto à entidade


vencedora, é expedido o ato de outorga (Portaria para os casos de serviços de radiodifusão sonora e
Decreto Presidencial para o serviço de radiodifusão de sons e imagens), o qual, então, é submetido à
devida apreciação do Congresso Nacional, em observância ao que preconiza o artigo 223, da
Constituição Federal.

Conforme dispõe o § 3º do dispositivo constitucional supracitado, o ato de outorga somente produzirá


efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional.
O procedimento de outorga se encontra atualmente disciplinado pela Portaria nº 3.238, de 2018,
publicada no Diário Oficial da União de 21/6/2018, e se inicia com a publicação de um Edital de Seleção,
do qual podem participar todos os interessados sediados no Estado em que está situado o município
objeto da outorga.

Os interessados podem provocar o Ministério a publicar um Edital direcionado à localidade desejada.


Para tanto, basta inserir uma Manifestação Formal de Interesse no Sistema de Controle de Informações
de Radiodifusão (SISRD), acessado por este link https://sisrd.mctic.gov.br/.

A partir da demanda registrada no SISRD, e considerando a viabilidade técnica e disponibilidade de


canais, o Ministério elabora o Plano Nacional de Outorgas (PNO-Educ), que é um cronograma dos Editais
de Seleção que pretende publicar, num dado período.

O Edital conterá a listagem dos documentos necessários à habilitação. A documentação envolve


requisitos de habilitação jurídica (atos constitutivos, atos de nomeação de dirigentes, formulários
padronizados disponíveis nos anexos da Portaria 3.238, de 2018), demonstração de capacidade
financeira (balanço patrimonial) e comprovação de regularidade fiscal e trabalhista (certidões negativas
de débito com as receitas federal, estadual e municipal, FGTS etc.). Vale destacar que pode haver
alguma variação entre os Editais, de forma que é importante que a entidade se atente à documentação
exigida na seleção em que estiver participando.

A classificação das propostas segue três princípios básicos:

I) preferência por universidades, centros universitários e faculdades;


II) prioridade para pessoas jurídicas de direito público; e
III) opção por candidatas sediadas na localidade a ser atendida.

O serviço de radiodifusão com fins exclusivamente educativos pode ser outorgado a três tipos de
pessoas jurídicas, cuja sede, campus ou filial estejam situadas no Estado, ou no Distrito Federal, onde se
dará a seleção:
- As pessoas jurídicas de direito público interno, nos termos do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002, a exemplo da União, estados e Distrito Federal, municípios, Universidades Federais, Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, autarquias e demais entidades de caráter público criadas
por lei;
- As instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada (IES), com sede no Brasil
e credenciadas pelo Ministério da Educação, na forma do art. 12 do Decreto nº 5.773, de 9 de maio de
2006, como por exemplo, as Universidades, os Centros Universitários e as Faculdades; e
- As fundações de direito privado, a que se refere o inciso III do art. 44 da Lei nº 10.406, de 2002, cujos
estatutos não contrariem o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) e legislação correlata.

As IES classificam-se, segundo sua organização acadêmica, em:

I - Universidades;
II - Centros Universitários; e
III - Faculdades.

Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia são equiparados às Universidades Federais, e,


com exceção das pessoas jurídicas de direito público, as demais entidades interessadas em participar do
procedimento de seleção deverão possuir, entre as finalidades institucionais previstas nos respectivos
atos constitutivos ou estatutos, a de executar serviços de radiodifusão.

A União não se submete ao procedimento de seleção, já que compete a ela explorar, por meio de
simples consignação, os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, nos termos do art. 21,
inciso XII, alínea "a", da Constituição, observando, no que couber, o disposto na Lei nº 11.652, de 7 de
abril de 2008, na Portaria nº 4, de 17 de janeiro de 2014, e nas demais legislações correlatas.

A partir da demanda registrada no SISRD, e considerando a viabilidade técnica e disponibilidade de


canais, o Ministério elabora o Plano Nacional de Outorgas (PNO-Educ), que é um cronograma dos Editais
de Seleção que pretende publicar, num dado período. Esse plano contém a listagem de localidades a
serem contempladas e a data provável em que o Edital será lançado. Via de regra, o PNO-Educ é
divulgado no próprio site do Ministério e conterá:

I - cronograma dos editais de seleção pública;


II - localidades a serem contempladas com oportunidades de novas outorgas relativas aos serviços de
radiodifusão sonora em frequência modulada e de sons e imagens, com fins exclusivamente educativos;
e
III - os canais a serem designados em cada localidade para execução do serviço.

O PNO-Educ visa a dar transparência e visibilidade aos procedimentos e critérios utilizados para seleção
de localidades a serem contempladas com oportunidades de novas outorgas, e a sua publicação não
gera qualquer direito ou garantia aos interessados de que os editais nele previstos serão publicados.

Na elaboração do PNO-Educ, o MCom considerará apenas as localidades para as quais houve


manifestação formal de interesse para execução dos serviços e, por razões técnicas, os editais de
seleção pública podem deixar de abranger localidades constantes do PNO-Educ.

Rádio e TV pública

A Consignação de rádio e TV pública é o serviço de rádio ou televisão executado em nome da União, por
órgãos como os Ministérios, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Supremo Tribunal Federal. As
outorgas pertencentes à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), empresa pública federal, responsável
pela TV Brasil, são equiparadas às Consignações da União, nos termos da Portaria nº 04, de 17 de janeiro
de 2014.
Assim, qualquer órgão, autarquia ou empresa pública dos Poderes da União pode solicitar, perante o
Ministério das Comunicações (MCom), que lhe seja consignado um ou mais canais para executar os
serviços de radiodifusão (rádio ou televisão) ou ancilares, como a retransmissão de televisão (RTV). As
consignações em questão dependem de viabilidade técnica e terão prazo de vigência indeterminado.

O processo de consignação de radiodifusão de sons (rádio) ou de sons e imagens (TV) para órgãos e
entidades públicas da União, ocorre por meio de requerimento formulado pelo representante legal do
órgão ou entidade.

Conforme disposições constantes da Portaria nº 04, de 2014, na hipótese de existência de canal vago no
respectivo plano básico para a execução do serviço, ou na hipótese de inclusão de novo canal, o MCom
consignará o respectivo canal ao Poder ou órgão da União solicitante.
Emitido o ato de consignação, as pessoas jurídicas autorizadas terão o prazo de 24 (vinte e quatro)
meses, contado da data de publicação do referido ato, para obter a autorização de uso de
radiofrequência junto à Anatel e solicitar o licenciamento da estação.
Na hipótese de inexistência de canal disponível no respectivo plano básico de distribuição de canais, o
MCom solicitará à Anatel a inclusão de novo canal, a ser destinado especificamente ao solicitante, desde
que viável tecnicamente.

Oportuno lembrar que os órgãos e entidades deverão iniciar a execução do serviço consignado no prazo
de 360 (trezentos e sessenta) dias, contado da data de emissão da licença de funcionamento, a qual será
disponibilizada após a comprovação do pagamento da taxa de fiscalização de instalação.

A regulamentação do art. 19 da Lei nº 9.637, de 1998, dada pelo Decreto nº 5.396, de 2005, tornou mais
claro o entendimento deste ponto específico da legislação, ao estabelecer que todas as organizações
sociais que exerçam atividades de rádio e televisão educativa podem receber recursos e veicular
publicidade institucional de entidades de direito público e privado. Tal publicidade institucional,
contudo, não pode se caracterizar como comercialização de intervalos, devendo se restringir ao
atendimento da
finalidade social da atividade educativa e cultural das emissoras.

Rádio comunitária (RadCom)

Art. 1º Denomina-se Serviço de Radiodifusão Comunitária a radiodifusão sonora, em freqüência


modulada, operada em baixa potência e cobertura restrita, outorgada a fundações e associações
comunitárias, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço.
§ 1º Entende-se por baixa potência o serviço de radiodifusão prestado a comunidade, com potência
limitada a um máximo de 25 watts ERP e altura do sistema irradiante não superior a trinta metros.
§ 2º Entende-se por cobertura restrita aquela destinada ao atendimento de determinada comunidade de
um bairro e/ou vila.

Parágrafo único. Autorizada a execução do serviço e, transcorrido o prazo previsto no art. 64,
§§ 2o e 4o da Constituição, sem apreciação do Congresso Nacional, o Poder Concedente
expedirá autorização de operação, em caráter provisório, que perdurará até a apreciação do
ato de outorga pelo Congresso Nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
2001)

Art. 3º O Serviço de Radiodifusão Comunitária tem por finalidade o atendimento à comunidade


beneficiada, com vistas a:

I - dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da


comunidade;
II - oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o
convívio social;
III - prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que
necessário;
IV - contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e
radialistas, de conformidade com a legislação profissional vigente;
V - permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível
possível.

Art. 4º As emissoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária atenderão, em sua programação, aos


seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas em benefício do


desenvolvimento geral da comunidade;
II - promoção das atividades artísticas e jornalísticas na comunidade e da integração dos membros da
comunidade atendida;
III - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, favorecendo a integração dos membros
da comunidade atendida;
IV - não discriminação de raça, religião, sexo, preferências sexuais, convicções político-ideológico-
partidárias e condição social nas relações comunitárias.

§ 1º É vedado o proselitismo de qualquer natureza na programação das emissoras de radiodifusão


comunitária. (revogado por ADIN 2566 / STF)
§ 2º As programações opinativa e informativa observarão os princípios da pluralidade de opinião e de
versão simultâneas em matérias polêmicas, divulgando, sempre, as diferentes interpretações relativas
aos fatos noticiados.
§ 3º Qualquer cidadão da comunidade beneficiada terá direito a emitir opiniões sobre quaisquer assuntos
abordados na programação da emissora, bem como manifestar idéias, propostas, sugestões,
reclamações ou reivindicações, devendo observar apenas o momento adequado da programação para
fazê-lo, mediante pedido encaminhado à Direção responsável pela Rádio Comunitária.

Art. 5º O Poder Concedente designará, em nível nacional, para utilização do Serviço de Radiodifusão
Comunitária, um único e específico canal na faixa de freqüência do serviço de radiodifusão sonora
em freqüência modulada.

Parágrafo único. Em caso de manifesta impossibilidade técnica quanto ao uso desse canal em
determinada região, será indicado, em substituição, canal alternativo, para utilização exclusiva nessa
região.

Parágrafo único. A outorga terá validade de dez anos, permitida a renovação por igual período, se
cumpridas as exigências desta Lei e demais disposições legais vigentes. (Redação dada pela Lei nº
10.597, de 2002)

Art. 6o-A. A entidade autorizada a prestar serviços de radiodifusão comunitária que desejar a renovação
da outorga deverá dirigir requerimento para tal finalidade ao Poder Concedente entre os doze e os dois
meses anteriores ao término da vigência da outorga. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)

§ 1o Caso expire a outorga de radiodifusão sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço poderá
ser mantido em funcionamento em caráter precário. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)

§ 2o A autorizada com funcionamento em caráter precário mantém todos os seus deveres e direitos
decorrentes da prestação do serviço. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)
Art. 7º São competentes para explorar o Serviço de Radiodifusão Comunitária as fundações e
associações comunitárias, sem fins lucrativos, desde que legalmente instituídas e devidamente
registradas, sediadas na área da comunidade para a qual pretendem prestar o Serviço, e cujos
dirigentes sejam brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos.

Art. 8º A entidade autorizada a explorar o Serviço deverá instituir um Conselho Comunitário, composto
por no mínimo cinco pessoas representantes de entidades da comunidade local, tais como
associações de classe, beneméritas, religiosas ou de moradores, desde que legalmente instituídas, com
o objetivo de acompanhar a programação da emissora, com vista ao atendimento do interesse exclusivo
da comunidade e dos princípios estabelecidos no art. 4º desta Lei.

§ 2º As entidades deverão apresentar, no prazo fixado para habilitação, os seguintes documentos:

I - estatuto da entidade, devidamente registrado;


II - ata da constituição da entidade e eleição dos seus dirigentes, devidamente registrada;
Ill - prova de que seus diretores são brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos;
IV - comprovação de maioridade dos diretores;
V - declaração assinada de cada diretor, comprometendo-se ao fiel cumprimento das normas
estabelecidas para o serviço;
VI - manifestação em apoio à iniciativa, formulada por entidades associativas e comunitárias, legalmente
constituídas e sediadas na área pretendida para a prestação do serviço, e firmada por pessoas naturais
ou jurídicas que tenham residência, domicílio ou sede nessa área.

§ 3º Se apenas uma entidade se habilitar para a prestação do Serviço e estando regular a documentação
apresentada, o Poder Concedente outorgará a autorização à referida entidade.

§ 4º Havendo mais de uma entidade habilitada para a prestação do Serviço, o Poder Concedente
promoverá o entendimento entre elas, objetivando que se associem.

§ 5º Não alcançando êxito a iniciativa prevista no parágrafo anterior, o Poder Concedente procederá à
escolha da entidade levando em consideração o critério da representatividade, evidenciada por meio de
manifestações de apoio encaminhadas por membros da comunidade a ser atendida e/ou por
associações que a representem.

§ 6º Havendo igual representatividade entre as entidades, proceder-se-á à escolha por sorteio.

Parágrafo único. É vedada a outorga de autorização para entidades prestadoras de qualquer outra
modalidade de Serviço de Radiodifusão ou de serviços de distribuição de sinais de televisão mediante
assinatura, bem como à entidade que tenha como integrante de seus quadros de sócios e de
administradores pessoas que, nestas condições, participem de outra entidade detentora de outorga para
exploração de qualquer dos serviços mencionados.

Art. 11. A entidade detentora de autorização para execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária não
poderá estabelecer ou manter vínculos que a subordinem ou a sujeitem à gerência, à administração, ao
domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações
financeiras, religiosas, familiares, político-partidárias ou comerciais.

Art. 12. É vedada a transferência, a qualquer título, das autorizações para exploração do Serviço de
Radiodifusão Comunitária.

Art. 16. É vedada a formação de redes na exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária,


excetuadas as situações de guerra, calamidade pública e epidemias, bem como as transmissões
obrigatórias dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo definidas em leis.
Art. 18. As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária poderão admitir patrocínio, sob a forma
de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos
situados na área da comunidade atendida.

Art. 19. É vedada a cessão ou arrendamento da emissora do Serviço de Radiodifusão Comunitária ou de


horários de sua programação.

Art. 21. Constituem infrações - operação das emissoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária:

I - usar equipamentos fora das especificações autorizadas pelo Poder Concedente;


II - transferir a terceiros os direitos ou procedimentos de execução do Serviço;
III - permanecer fora de operação por mais de trinta dias sem motivo justificável;
IV - infringir qualquer dispositivo desta Lei ou da correspondente regulamentação;

Art. 6º. A cobertura restrita de uma emissora do RadCom é a área limitada por um raio igual ou
inferior a mil metros a partir da antena transmissora, destinada ao atendimento de determinada
comunidade de um bairro, uma vila ou uma localidade de pequeno porte.

Art. 25. A emissora do RadCom operará sem direito a proteção contra eventuais interferências
causadas por estações de Serviços de Telecomunicações e de Radiodifusão regularmente instaladas.

Art. 26. Caso uma emissora do RadCom provoque interferência indesejável nos demais Serviços
regulares de Telecomunicações e de Radiodifusão, a ANATEL determinará a interrupção do serviço da
emissora de RadCom interferente, no prazo fixado em norma complementar, até a completa eliminação
da causa da interferência.

Art. 27. Caso uma emissora do RadCom provoque interferência prejudicial nos demais Serviços
regulares de Telecomunicações e de Radiodifusão, a ANATEL determinará a imediata interrupção do
seu funcionamento, até à completa eliminação da causa da interferência.

Art. 28. As emissoras do RadCom cumprirão período de oito horas, contínuas ou não, como tempo
mínimo de operação diária.

A programação é pluralista e responsável por divulgar pensamentos e eventos, valorizar as


manifestações culturais, disseminar costumes e tradições e outros assuntos do tipo. A cobertura costuma
ser restrita a um raio de 1 km contado a partir da localização da antena transmissora. Essa categoria de
emissora de rádio está vinculada globalmente à Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) e
à Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária.

3.3 Política e regime jurídico da radiodifusão.

(...) mesmo na hipótese da identificação de alguma irregularidade grave na prestação do


serviço, o Poder Concedente enfrenta sérios embaraços para recuperar o direito à plena tutela
sobre ele. Em nossa avaliação, o caráter público da atividade de radiodifusão não justifica a
preservação dessa norma [cláusula de reserva jurisdicional para o cancelamento da outorga],
sobretudo porque nenhuma outra espécie de prestador de serviço público dispõe dessa
prerrogativa. De forma similar ao disposto no §4º do art. 223 da Carta Magna, o §2º do mesmo
artigo também estabelece um poderoso instrumento de proteção às emissoras de radiodifusão,
ao assegurar que a não renovação da outorga depende da aprovação de, no mínimo, dois
quintos do Congresso Nacional, em votação nominal. Considerando que nem mesmo as leis
ordinárias demandam quorum qualificado e votação nominal para aprovação, não há como
justificar a preservação desse privilégio, que, ressalte-se, é garantido somente às
concessionárias e permissionárias de rádio e
televisão.
O risco aqui é o de que, recém-saídos de uma política autoritária baseada na censura,
estejamos caminhando para um modelo de cunho ultraliberal, centrado: (i) na plena liberdade
concedida aos agentes econômicos que atuam no setor; e (ii) na questionável associação entre
irrestrita liberdade econômica e fortalecimento do pluralismo e da liberdade de expressão.

3.4 Exame de outorgas e renovações de serviços de radiodifusão no Congresso Nacional.

Porém a Constituição Federal não se restringiu a cristalizar conceitos já existentes. Houve algumas
alterações bastante significativas. A maior delas, sem dúvida, foi atacar a histórica centralização da
competência pela outorga de radiodifusão pelo Poder Executivo Federal, fazendo com que o Congresso
Nacional também fizesse parte da análise desses processos. A competência do Congresso Nacional para
a apreciação dos atos de outorga e de renovação de outorga de radiodifusão ficou expressa em duas
passagens da Constituição Federal: no inciso XII do art. 49, que estabelece como competência exclusiva
do Congresso Nacional apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de. rádio e
televisão; e nos §§ 1 o , 2 o , e 3 º do art. 223, no quais se lê que o Congresso Nacional apreciará os atos
de concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão; que a não-renovação de
concessão ou permissão dependerá de aprovação de no mínimo dois quintos do Congresso Nacional, em
votação nominal; e que o ato de outorga ou de renovação somente produzirá efeitos legais após
deliberação do Congresso Nacional. Desde então, mais de 6 mil processos desse tipo foram analisados
pela Câmara e pelo Senado Federal.

Nossa atual legislação - primordialmente o Código Brasileiro de Telecomunicações - bem como as


autoridades reguladoras da radiodifusão são incapazes de fazer com que os preceitos de interesse
público presentes na Lei Maior sejam de fato cumpridos. A legislação estabelece tão somente um
controle incrivelmente burocrático, rígido e ineficiente das atividades de radiodifusão do País. Centra-se
quase que exclusivamente na gestão do espectro e na política de concessões. Os controles de
propriedade são falhos, não existem mecanismos para efetivo acompanhamento da programação das
emissoras de rádio e televisão e, adicionalmente, boa parte dos preceitos do CBT está tecnologicamente
ultrapassada e já se tornou letra morta – com a digitalização da comunicação eletrônica, processo já em
curso no País, esse arcaísmo legal se torna ainda mais intenso.

O resultado é que, de fato, os radiodifusores hoje têm a propriedade sobre um bem público, e o utilizam
a seu bel-prazer, sem grandes interferências públicas ou estatais em suas estratégias de mercado. As
atividades de radiodifusão se encontram, portanto, em um patamar bastante próximo da auto-
regulamentação. O resultado é que os proprietários dos meios de comunicação podem promover, sem
qualquer tipo de reação do Estado, uma grande concentração de mercado, por meio de propriedade
cruzada, de concentração horizontal e do domínio vertical de todas as etapas da cadeia de valor das
comunicações. Na esteira dessa concentração, vem também um excesso de poder político depositado
nas mãos dos concessionários de radiodifusão, que utilizam em larga escala seus meios de comunicação
para a promoção de determinadas “causas próprias” e para a manipulação da opinião pública.

Art. 1º O Serviço de Retransmissão de Televisão (RTV) é aquele que se destina a retransmitir, de forma
simultânea ou não simultânea, os sinais de estação geradora de televisão para a recepção livre e
gratuita pelo público em geral.

Art. 2º O Serviço de Repetição de Televisão (RpTV) é aquele que se destina ao transporte de sinais de
sons e imagens oriundos de uma estação geradora de televisão para estações repetidoras ou
retransmissoras ou, ainda, para outra estação geradora de televisão, cuja programação pertença à
mesma rede.

Art. 3º Os Serviços de RTV e de RpTV obedecerão aos preceitos do Código Brasileiro de


Telecomunicações, instituído pela Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962, complementado e modificado
pelo Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967, do Regulamento Geral do Código Brasileiro de
Telecomunicações, aprovado pelo Decreto nº 52.026, de 20 de maio de 1963, deste Regulamento e das
normas baixadas pelo Ministério das Comunicações.

I - Estação Geradora de Televisão: é o conjunto de equipamentos, incluindo os acessórios, que realiza


emissões portadoras de programas que têm origem em seus próprios estúdios;

II - Estação Repetidora de Televisão: é o conjunto de receptores e transmissores, incluindo


equipamentos acessórios, capaz de captar os sinais de sons e imagens oriundos de uma estação
geradora, recebidos diretamente dessa geradora ou de outra repetidora, terrestre ou espacial, de forma a
possibilitar seu transporte para outra repetidora, para uma retransmissora ou para outra geradora de
televisão;

III - Estação Retransmissora de Televisão: é o conjunto de receptores e transmissores, incluindo


equipamentos acessórios, capaz de captar sinais de sons e imagens e retransmiti-los, simultaneamente
ou não, para recepção pelo público em geral;

IV - Estação Retransmissora Simultânea de Televisão: é o conjunto de transmissores e receptores,


incluindo equipamentos acessórios, capaz de captar sinais de sons e imagens e retransmiti-los,
diretamente e sem interrupção, para recepção pelo público em geral;

V - Estação Retransmissora não-Simultânea de Televisão: é o conjunto de transmissores, incluindo


equipamentos acessórios, destinado a retransmitir os sinais de sons e imagens emitidos ou originados
em estações geradoras, diretamente ou previamente gravados, e aqueles inseridos localmente, de modo
que possam ser recebidos pelo público em geral;

IX - Rede Local de Televisão: é o conjunto formado por uma estação geradora e seu Sistema de
Retransmissão de Televisão, restrito à área territorial de um grupo de localidades pertencentes à mesma
mesorregião geográfica de uma unidade da Federação, que veiculam a mesma programação básica;

X - Rede Estadual de Televisão: é o conjunto de estações geradoras e respectivos Sistemas de


Retransmissão de Televisão que veiculam a mesma programação básica dentro da área territorial de
uma unidade da Federação;

XI - Rede Regional de Televisão: é o conjunto de estações geradoras e respectivos Sistemas de


Retransmissão de Televisão que veiculam a mesma programação básica em mais de uma unidade da
Federação, com abrangência em uma mesma macrorregião geográfica;

XII - Rede Nacional de Televisão: é o conjunto de estações geradoras e respectivos Sistemas de


Retransmissão de Televisão com abrangência nacional que veiculam a mesma programação básica;

XIV - Serviço de RTV Comercial (RTVC): é a modalidade de Serviço de RTV destinada a retransmitir, de
forma simultânea ou não-simultânea, os sinais oriundos de estação geradora de televisão comercial;
XV - Serviço de RTV Educativo (RTVE): é a modalidade de Serviço de RTV destinada a retransmitir, de
forma simultânea ou não-simultânea, os sinais oriundos de estação geradora de televisão educativa;
XVI - Serviço de RTV Institucional (RTVI): é a modalidade de Serviço de RTV destinada a retransmitir,
de forma simultânea ou não-simultânea, os sinais oriundos de estação geradora do serviço de
radiodifusão de sons e imagens (televisão) explorado diretamente pela União;

XVII - Serviço de RTV em Caráter Primário: é o Serviço de RTV que tem direito a proteção contra
interferência, nos termos da legislação pertinente;
XVIII - serviço de RTV em caráter secundário - é o serviço de RTV que não tem direito à proteção
contra interferência, nos termos da legislação pertinente;
XX - canal de rede - é o grupo de três ou mais canais digitais iguais, consignados a estações
geradoras ou retransmissoras pertencentes a uma mesma pessoa jurídica concessionária do serviço de
radiodifusão de sons e imagens, em um mesmo Estado ou no Distrito Federal.

§ 2º A mesma pessoa jurídica concessionária do serviço de radiodifusão de sons e imagens poderá


possuir mais de um canal de rede em um mesmo Estado ou no Distrito Federal.

§ 3º A mesma pessoa jurídica concessionária do serviço de radiodifusão de sons e imagens poderá


possuir canais de rede distintos em diferentes Estados ou no Distrito Federal.

Art. 9º A autorização para a execução dos Serviços de RTV e de RpTV será outorgada em caráter
precário, por prazo indeterminado, não cabendo ao Poder concedente pagar indenização de qualquer
espécie, quando de sua extinção.

Art. 11. A autorização para a execução do Serviço de RTVI somente será outorgada a pessoa jurídica de
direito público interno municipal.

Art. 12. O Serviço de RTV para retransmissão de sinais provenientes de estação geradora de televisão
comercial, educativa ou explorada diretamente pela União somente será autorizado para localidades
onde não haja concessionária ou autorizada do Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens de mesma
programação básica ou autorizada para execução do Serviço de RTV de mesma programação básica.

Art. 24. Emitido o ato de autorização para execução do serviço de RTV, em caráter primário ou
secundário, as pessoas jurídicas autorizadas terão o prazo de doze meses, contado da data de
publicação do referido ato, para obter a autorização de uso de radiofrequência junto à Anatel e solicitar o
licenciamento da estação, exceto quando se tratar dos Municípios, dos Estados e do Distrito Federal,
que disporão do prazo de dezoito meses. (Redação dada pelo Decreto nº 10.405, de 2020)
(Vigência)

Parágrafo único. As pessoas jurídicas autorizadas a executar o serviço de RTV deverão iniciar a
execução no prazo de cento e oitenta dias, contado da data de emissão da licença de funcionamento, a
qual será disponibilizada após a comprovação do pagamento da taxa de fiscalização de instalação.

Art. 31. As entidades autorizadas a executar o Serviço de RTV deverão veicular somente programação
oriunda da geradora cedente dos sinais, sendo vedadas inserções de qualquer tipo de programação ou
de publicidade, inclusive as relativas a apoio institucional de qualquer natureza, à exceção das previstas
nos arts. 32 e 33 deste Regulamento.

Art. 32. As geradoras de televisão comercial poderão inserir, em seus estúdios, publicidade destinada a
uma determinada região servida por uma ou mais estações retransmissoras, desde que não exista
estação geradora de televisão ou estação de radiodifusão sonora instalada na localidade a que se
destinar a publicidade.
Parágrafo único. As inserções publicitárias destinadas a estações retransmissoras terão duração máxima
igual e coincidente com os espaços de tempo destinados à publicidade comercial transmitida pela
estação geradora.
Art. 33. A entidade autorizada a executar o Serviço de RTV em Municípios situados em regiões de
fronteira de desenvolvimento do País, assim definidas em ato do Ministro de Estado das Comunicações,
poderá realizar inserções locais de programação e publicidade, observadas as seguintes condições:

I - a estação retransmissora deverá estar instalada em Município que não possua estação geradora de
televisão em funcionamento;
II - a inserção de programação local não deverá ultrapassar a quinze por cento do total da programação
transmitida pela estação geradora de televisão a que a retransmissora estiver vinculada;
III - a programação inserida deverá ter finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, em
benefício do desenvolvimento geral da comunidade; e
IV - as inserções de publicidade terão duração máxima igual e coincidente com os espaços de tempo
destinados à publicidade transmitida pela estação geradora cedente dos sinais; e
V - as inserções de publicidade somente poderão ser realizadas pelas entidades autorizadas a executar
o Serviço de RTV de sinais provenientes de estações geradoras de televisão comercial.
Parágrafo único. As estações retransmissoras de que trata o caput pertencentes a pessoas jurídicas
concessionárias do serviço de radiodifusão de sons e imagens poderão, adicionalmente, realizar
inserções locais destinadas ao serviço jornalístico e noticioso, nos termos do disposto no inciso II do
caput do art. 8º da Lei nº 14.173, de 15 de junho de 2021.

O governo flexibilizou as regras de funcionamento das emissoras localizadas em faixa de


fronteira. Na sexta-feira, 20, publicou o Decreto nº 11.076/2022, que flexibiliza a
regulamentação de atividades em faixa de fronteira, como garimpo e instalação de emissoras.
De acordo com as novas regras, o assentimento prévio do Conselho de Defesa Nacional será
necessário apenas para o ato de concessão da outorga dos serviços de radiodifusão sonora e
de sons e imagens. As alterações contratuais e estatutárias destas entidades não dependerão
mais do assentimento prévio.
Para a transferência de outorga, o assentimento será necessário somente na hipótese de a
empresa que pretende obter a outorga possuir participação estrangeira em seu capital.

Decreto 2108/1996

I - Radiodifusão Sonora:
1. Onda Tropical ................................... Grupo A
2. Onda Curta ...................................... Grupo A
3. Onda Média:
3.1. Local e regional .............................. Grupo A
3.2. Nacional ...................................... Grupo B
4. Freqüência Modulada:
4.1. classes C e B (B1 e B2) ....................... Grupo A
4.2. classe A (Al, A2, A3 e A4) .................... Grupo B
4.3. classe E (E1, E2 e E3) ........................ Grupo C
II - Radiodifusão de Sons e Imagens:
1. classes A e B ................................... Grupo B
2. classe E ........................................ Grupo C

Art. 14. O procedimento licitatório terá início com a publicação de aviso no Diário Oficial da União, que
deverá conter a indicação do local e as condições em que os interessados poderão obter o texto do
edital, bem assim o local, a data e a hora para a apresentação das propostas para fins de habilitação e
julgamento.
1º O aviso de edital deverá ser publicado com antecedência de sessenta dias da data marcada para a
apresentação das propostas.
2º Qualquer modificação no edital exige a mesma divulgação que foi dada ao texto original, reabrindo-se
o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a
formulação das propostas.
3º A mesma entidade ou as pessoas que integram o seu quadro societário e diretivo não poderão ser
contempladas com mais de uma outorga do mesmo tipo de serviço de radiodifusão na mesma
localidade."

"Art. 16. As propostas serão examinadas e julgadas em conformidade com os quesitos e critérios
estabelecidos neste artigo.
1º Para a classificação das propostas, serão considerados os seguintes quesitos:
a) tempo destinado a programas jornalísticos, educativos e informativos - máximo de quinze pontos;
b) tempo destinado a serviço noticioso - máximo de quinze pontos;
c) tempo destinado a programas culturais, artísticos e jornalísticos a serem produzidos e gerados na
própria localidade ou no município à qual pertence a localidade objeto da outorga máximo de trinta
pontos;
d) prazo para início da execução do serviço objeto da outorga, em caráter definitivo máximo de quarenta
pontos.
2º Considerando características específicas do serviço, poderão ser previstos no edital outros quesitos
para fins de exame das propostas, cuja pontuação não devera ser superior à vinte pontos, situação em
que as pontuações estabelecidas no § 1º serão proporcionalmente reduzidas de modo que seja mantido
o total de cem pontos.
3º Para cada quesito, o edital de licitação estabelecerá:
I - condição mínima necessária a ser atendida;
II - critérios objetivos para a gradação da pontuação, vedada a comparação entre propostas.
4º Somente serão classificadas as propostas que, além de atenderem ao estabelecido no inciso I do § 3º,
obtiverem, pelo menos, a seguinte pontuação:
I - cinqüenta pontos para os serviços enquadrados no Grupo A;
II - sessenta pontos para os serviços enquadrados no Grupo B;
III - setenta pontos para os serviços enquadrados no Grupo C;

5º A classificação das proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada da valoração obtida pela
aplicação do disposto nos §§ 1º a 4º deste artigo e da valoração da proposta de preço pela outorga, de
acordo com os pesos preestabelecidos no edital, observado o que segue:
I - o critério de gradação para a valoração do preço pela outorga será estabelecido em edital, de modo
objetivo, vedada a comparação entre propostas, determinando pontuação máxima de cem pontos;
II - para os serviços enquadrados no Grupo A, o peso relativo à valoração obtida pela aplicação do
disposto no inciso II do § 3º deste artigo preponderará sobre o peso relativo à valoração obtida pelo
preço pela outorga;
III - para os serviços enquadrados no Grupo B, os pesos relativos à valoração obtida pela aplicação do
disposto no inciso II do § 3º deste artigo e à valoração obtida pelo preço pela outorga serão equivalentes;
IV - para os serviços enquadrados no Grupo C, o peso relativo à valoração obtida pelo preço pela
outorga preponderará sobre o peso relativo à valoração obtida pela aplicação do disposto no inciso II do
§ 3º deste artigo.
6º Será desclassificada a proposta que contiver oferta de pagamento de valor inferior ao mínimo fixado
em edital.
7º No caso de empate entre duas ou mais propostas, a seleção far-se-á, por sorteio, em ato público, para
o qual todas as proponentes classificadas serão convocadas.
8º O valor da outorga de concessão ou permissão para executar os serviços será o proposto pela
entidade vencedora, que deverá observar as condições mínimas estabelecidas no edital objeto da
licitação, concernentes, entre outras, à carência, prazos de pagamento, multas e encargos de mora,
devendo ser recolhido pela entidade vencedora ao FISTEL.

A delegação do serviço de radiodifusão se dá de duas formas: por um ato de concessão ou ato de


permissão.
• Concessão: outorga de serviço de radiodifusão de caráter nacional ou regional.
• Permissão: outorga de serviço de radiodifusão de caráter local.

Os serviços de RTV e de RTR, que são ancilares ao serviço de radiodifusão, são outorgados por meio
de “autorização”.

• Autorização: ato pelo qual o Poder Público concede ou permite a pessoas físicas ou
jurídicas, de direito público ou privado, a faculdade de executar e explorar, em seu nome ou
por conta própria, serviços de telecomunicações, durante um determinado prazo.

A competência para legislar sobre os serviços de radiodifusão cabe exclusivamente à União. As outorgas
dos serviços são concedidas e renovadas pelo Poder Executivo:

• Pelo Presidente da República, por meio de concessão, para a exploração dos serviços de
radiodifusão de sons e imagens (Televisão);
• Pelo Ministro das Comunicações, por meio de concessão, permissão ou autorização, para a
exploração dos serviços de radiodifusão sonora (Rádio).

A Consultoria Jurídica do Ministério das Comunicações entende que a Sociedade Limitada Unipessoal
(SLU) e as antigas Empresas individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELI) não podem ser detentoras
de outorgas de radiodifusão. Os entendimentos foram firmados por meio dos Pareces nº
00084/2020/CONJUR e 01044/2018/CONJUR, respectivamente.

O prazo de 12 (doze) meses para obter a autorização de uso de radiofrequência e solicitar a licença de
funcionamento da estação começa a correr da data de publicação do Decreto Legislativo que aprovar a
outorga. No caso de não atendimento do prazo, o Ministério instaurará processo com vista à extinção
da outorga.

A Lei nº 13.424/2017 concedeu nova oportunidade às emissoras com outorgas vencidas que não
apresentaram pedido de renovação ou que apresentaram fora do prazo (pedidos intempestivos). De
igual modo, a Lei nº 14.351/22, publicada em 26/05/2022, estabeleceu que os pedidos intempestivos de
renovação da concessão ou permissão de serviços de radiodifusão protocolizados ou encaminhados até
a data de sua publicação (26/05/2022), serão conhecidos pelo Ministério das Comunicações, que dará
prosseguimento aos processos e os instruirá com os documentos necessários, na forma do regulamento.

Para as emissoras que possuem contrato assinado com a União, o prazo de vigência da outorga se inicia
a partir da data de publicação do extrato do contrato no Diário Oficial da União.

Para as emissoras que não possuem contrato, a contagem dar-se-á da publicação do Decreto Legislativo
que aprovou o ato de outorga (portaria ministerial ou decreto presidencial, a depender do serviço).

Se não houver Decreto Legislativo, deverá ser considerada a publicação do próprio ato de outorga.

Caso expire a outorga de radiodifusão, sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço será
mantido em funcionamento em caráter precário. As entidades com o serviço em funcionamento em
caráter precário mantêm todas as condições dele decorrentes.

Rádio: poderão ser concedidas outorgas de rádio dentro do seguinte limite:

- De caráter local:

• Ondas médias: 4 outorgas.


• Frequência Modulada: 6 outorgas.

- De caráter regional, sendo no máximo duas por estado:

• Ondas médias: 3 outorgas.


• Ondas tropicais: 3 outorgas.

- De caráter nacional

• Ondas médias: 2 outorgas.


• Ondas curtas: 2 outorgas.

Televisão: poderão ser concedidas outorgas de televisão dentro do seguinte limite:

• Até 10 outorgas em todo território nacional, por entidade, sendo no máximo 5 em VHF e 2 por estado.

Compete ao Poder Executivo autorizar a transferência direta das outorgas de radiodifusão.

Para o RÁDIO, a autoridade competente para analisar o pedido é o Ministro das Comunicações, por
meio de portaria. Para a TELEVISÃO, a autoridade competente é o Presidente da República, por
meio de decreto.

A transferência da outorga deverá ser comunicada ao Congresso Nacional. Diferentemente do que


acontece na outorga e na renovação, o ato que transfere não depende de deliberação do
Congresso para surtir efeitos legais. A transferência direta pode ocorrer mesmo nos casos em que o
serviço estiver funcionando em caráter precário, todavia, o deferimento só vai ocorrer se a instrução
do processo de renovação da outorga estiver concluída.

Embora não dependam de anuência prévia do Ministério das Comunicações, as alterações


estatutárias e contratuais devem ser obrigatoriamente comunicadas ao Ministério, no prazo máximo
de 60 (sessenta) dias, contado da data do registro ou arquivamento no órgão competente.

Os serviços auxiliares são serviços de suporte aos serviços principais, autorizados para os serviços
de FM, OM, OC, OT e TV, podendo ser de cinco modalidades:

• Serviço Auxiliar de Ligação para Transmissão de Programas (Link);


• Serviço Auxiliar de Reportagem Externa;
• Serviço Auxiliar de Comunicação de Ordens Internas;
• Serviço Auxiliar de Telecomando; e
• Serviço Auxiliar de Telemedição.

Os serviços ancilares permitem a retransmissão de sinais de rádio e televisão em outras localidades


que não são cobertas pelas transmissões das emissoras geradoras. Para tanto, são utilizados três
serviços:

• Serviço de Retransmissão de Televisão (RTV);


• Serviço de Repetição de Televisão (RpTV); e
• Serviço de Retransmissão de Rádio (RTR).
Apenas as pessoas jurídicas concessionárias de TV podem requerer a execução do serviço de RTV
em caráter primário.
As empresas interessadas em retransmitir seus sinais em caráter primário podem, a qualquer tempo,
requerer ao Ministério das Comunicações autorização para execução do serviço de RTV e utilizar,
preferencialmente, o seu canal de rede.

Podem obter autorização em caráter secundário as pessoas jurídicas de direito público e de direito
privado, sendo elas concessionárias ou não do serviço de televisão.

A autorização é concedida em caráter precário, não pode causar interferência prejudicial em canais
primários regularmente instalados (as transmissões deverão ser imediatamente cessadas caso ocorra
interferência) e não tem direito a proteção contra interferência proveniente de estações operando em
caráter primário.

Além disso, quando da entrada em operação de qualquer estação primária que impeça a convivência
com a RTV secundária, as transmissões destas devem ser imediatamente cessadas.

Após a autorização de RTV primária ou secundária, os seguintes prazos devem ser respeitados:

• Prazo de até 12 meses, contado da publicação da portaria de autorização, para obter a autorização de
uso de radiofrequência junto à Anatel e solicitar o licenciamento da estação.
• Prazo de até 180 dias, para iniciar a execução do serviço, contado da data de emissão da licença de
funcionamento.

As pessoas jurídicas autorizadas a executar o serviço de RTV poderão substituir a concessionária de


televisão cedente da programação que consta na portaria de autorização, devendo o Ministério das
Comunicações ser comunicado no prazo de 30 (trinta dias), contado da data de assinatura do
documento de autorização para retransmissão dos sinais, firmado pelo representante legal da
concessionária de TV cedente da programação.

As autorizações para execução do serviço de RTV em caráter secundário já conferidas às concessionárias


de televisão até a data de publicação da Portaria 141/2020 (24/07/2020), poderão ser adaptadas para o
caráter primário, em tecnologia digital.

RTR - Serviço de Retransmissão de rádio:

É o serviço que se destina a retransmitir, de forma simultânea, os sinais de emissora de radiodifusão


sonora em frequência modulada, para a recepção livre e gratuita pelo público em geral na Amazônia
Legal.

O serviço de retransmissão de rádio na Amazônia Legal tem por finalidade possibilitar que os sinais de
estação geradora de rádio sediada nas capitais dos Estados da Amazônia Legal sejam recebidos em
qualquer município do respectivo estado.

As emissoras de radiodifusão deverão cumprir sua finalidade informativa, destinando um mínimo de 5%


(cinco por cento) de seu tempo para transmissão de serviço noticioso.
O tempo destinado na programação das estações de radiodifusão, à publicidade comercial, não poderá
exceder de 25% (vinte e cinco por cento) do total. De acordo com a norma, considera-se publicidade
comercial o espaço da programação para a difusão de mensagens e informações com conteúdo próprio
de publicidade de produtos e serviços para os consumidores e/ou de promoção de imagem e marca de
empresas.

Reservar 5 (cinco) horas semanais para a transmissão de programas educacionais.

O convênio MEC/ABERT possibilita a substituição da veiculação obrigatória de até 5 (cinco)


horas semanais de programas educacionais, pela divulgação de 5 (cinco) minutos diários de
inserções referentes aos programas e ações educacionais do Ministério da Educação, da
seguinte forma:
• 4’ (quatro minutos) diários, de segunda a sexta-feira, para exibição ou irradiação,
distribuídos homogeneamente ao longo da programação nacional diária compreendida
entre 6 horas e 24 horas, composto por filmes e spots de 15” (quinze segundos), 30”
(trinta segundos) e 60” (sessenta segundos), e;
• 60” (sessenta segundos) diários, de segunda-feira a sexta-feira, reservados nas
emissoras de televisão, em veiculação nacional, entre 18 horas e 24 horas e, nas
emissoras de radiodifusão sonora (rádio), entre 7 horas e 12 horas.

O CONVÊNIO MEC/ABERT está em vigor desde 1991, é regulamentado pelo §3º, do art. 16 do
Decreto-Lei nº 236, que dispõe sobre a possibilidade de celebração de convênios pelo
Ministério da Educação com entidades representativas do setor de radiodifusão.

Integrar gratuitamente as redes de radiodifusão, quando convocadas pela autoridade competente.

 Obedecer às instruções baixadas pela Justiça Eleitoral, referentes à propaganda eleitoral;


 Irradiar, com indispensável prioridade, e a título gratuito, os avisos expedidos pela autoridade
competente, em casos de perturbação da ordem pública, incêndio ou inundação, bem como os
relacionados com acontecimentos imprevistos;
 Manter em dia os registros da programação.

As emissoras de rádio e televisão devem observar as regras para a conservação e arquivo


de qualquer programa veiculado, nos termos do Código Brasileiro de Telecomunicações:

• Toda irradiação será gravada e mantida em arquivo durante as 24 horas subsequentes ao


encerramento dos trabalhos diários da emissora.
• As emissoras de televisão poderão gravar apenas o som dos programas transmitidos.
• As emissoras deverão conservar em seus arquivos os textos dos programas, inclusive
noticiosos, devidamente autenticados pelos responsáveis, durante 60 (sessenta) dias.
• As gravações dos programas políticos, de debates, de entrevistas, pronunciamentos da
mesma natureza e qualquer irradiação não registrada em texto, deverão ser conservadas em
arquivo pelo prazo de 20 (vinte) dias depois de transmitidas, para as concessionárias ou
permissionárias até 1KW e 30 (trinta) dias para as demais.

Sempre que os serviços de radiodifusão forem interrompidos por período superior a setenta e duas
horas, as concessionárias e permissionárias de tais serviços deverão, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, comunicar ao Ministério das Comunicações o tempo e a causa da interrupção.
Caso a interrupção seja por prazo superior a 30 (trinta) dias consecutivos, salvo motivo de força
maior devidamente provado e reconhecido pelo Ministério, a concessão ou permissão será cassada,
sem que assista à concessionária ou permissionária direito a qualquer indenização.

Em novembro de 2013, no Dia do Radialista, foi assinado o Decreto nº 8.139/13, que possibilitou a
adaptação de outorga das rádios em ondas médias (OM) para o serviço de frequência modulada
(FM).

A migração do serviço teve como objetivo o fortalecimento do setor de radiodifusão e das


pequenas emissoras de rádio em OM, prejudicadas pelo abandono dos ouvintes diante o aumento
das interferências e ruídos, especialmente nas áreas urbanas.
A mudança de serviço possibilitou uma melhor qualidade de áudio e transmissão, além de viabilizar
a veiculação da programação no celular, com o imediato incremento de audiência e faturamento.

As concessionárias e permissionárias dos serviços de rádio e televisão têm até o último dia útil de
cada ano para enviar a declaração com a composição do capital social ao Ministério das
Comunicações.

Os processos de radiodifusão tramitam de forma sequencial no Congresso Nacional, iniciando-se pela


Câmara e finalizando sua tramitação no Senado (Figura 1). Depois de tramitar pelo Poder Executivo no
Ministério das Comunicações – MiniCom – e na Casa Civil,2 o processo é remetido à Câmara via
Mensagem Presidencial. Na Câmara, o processo é numerado como TVR, termo técnico empregado na
Casa para designar as proposições legislativas originadas dos atos de outorga e renovação de outorga
que são encaminhados pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, antes de sua transformação em
Projeto de Decreto Legislativo – PDC. A TVR é remetida para a CCTCI, que avalia o mérito da proposição,
dando origem ao respectivo PDC. O PDC segue para a CCJC, onde são avaliados aspectos relacionados à
constitucionalidade, legalidade, juridicidade e técnica legislativa do Projeto de Decreto Legislativo. Em
regra, se a proposição for aprovada em ambas as comissões (na CCTCI, como TVR, e na CCJC, como PDC),
o PDC é considerado aprovado pela Câmara. Porém, nas seguintes situações, o PDC é remetido para o
Plenário da Casa:
a) quando o processo tratar de outorga ou de renovação de outorga, e houver interposição de recurso
assinado por um
décimo dos parlamentares da Casa, em consonância com o art. 58, § 2º, I da Constituição Federal;
b) sempre que o processo tratar de não renovação da outorga;
c) quando o processo tratar de renovação de outorga, mas a CCTCI ou a CCJC (ou ambas as Comissões)
concluírem pela não renovação.

Cabe a observação de que, na hipótese da ocorrência do disposto nos itens ´b´ ou ´c´, a não renovação
deve ser decidida em Plenário por votação nominal e quórum de dois quintos.

A CCTCI aprovou o Ato Normativo nº 1, de 2019, estabelecendo novos parâmetros para a apreciação das
TVR no colegiado.
A partir da aprovação da nova norma, o exame dos processos passou a se concentrar no parecer
conclusivo expedido pelo Poder Executivo atestando que o ato de outorga ou renovação atende a todos
os requisitos estabelecidos na
legislação. Na prática, a CCTCI não se obriga mais a verificar, individualmente, todos os documentos
exigidos na norma precedente, simplificando-se, assim, o exame formal das TVR.
Inicialmente, a secretaria da CCTCI realiza uma análise preliminar da TVR, verificando se o processo está
em conformidade como o Ato Normativo nº 1, de 2019. Em não sendo verificada nenhuma
inconsistência, o presidente da Comissão designa o relator da TVR. Em princípio, qualquer membro da
CCTCI – titular ou suplente – pode ser indicado para relatoria. Cabe salientar que a íntegra do processo
(à exceção de informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem) fica disponível
para acesso ao público no portal da Câmara dos Deputados.
Uma vez distribuído para relatoria, o processo é encaminhado à Consultoria Legislativa, que elabora
uma minuta composta de duas partes (parecer e Projeto de Decreto Legislativo) e a remete ao gabinete
do relator. No gabinete, o
parlamentar e sua assessoria analisam o processo e, se não houver necessidade de reparo na minuta, o
documento eletrônico é autenticado, impresso, assinado pelo relator e encaminhado para a CCTCI. O
Presidente da CCCTI, então, já estará em condição de colocar a proposição em pauta para votação em
reunião. Uma vez na pauta, as TVR possuem status de “proposições com prazo constitucional”, e são
votadas em bloco.

Depois de votada, a TVR é transformada em PDC e encaminhada para a CCJC.

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