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Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes
princípios:
São constitucionais os procedimentos licitatórios que exijam percentuais mínimos e máximos a serem
observados pelas emissoras de rádio na produção e transmissão de programas culturais, artísticos e
jornalísticos locais, nos termos do art. 221 da Constituição Federal de 1988’. [RE 1.070.522, rel. min. Luiz
Fux, j. 18-3-2021, P, DJE de 26-5-2021, Tema 1.013.]
O relator, ministro Luiz Fux, observou que a Constituição Federal (artigo 221) é clara ao estabelecer que
a programação das emissoras de rádio e televisão deverão regionalizar a produção cultural, artística e
jornalística, segundo percentuais estabelecidos em lei. Ele esclareceu que essa reserva de tempo
representa o exercício do direito coletivo de acesso à cultura nacional e está disposta na alínea 'c' do
parágrafo 1º do artigo 16 do Decreto 52.795/1963 e na alínea 'h' do artigo 38 da Lei 4.117/1962, ambos
recepcionados pelo artigo 221 da Constituição Federal.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou, sem vetos, a Lei 14.408/22, que permite às emissoras de rádio e
televisão transferir, comercializar ou ceder o tempo total de programação para terceiros, que ficarão
responsáveis pela produção do conteúdo.
Atualmente, uma emissora pode ceder 25% de sua programação. Pela Lei 14.408/22, essa porcentagem
vira um limite para veiculação de publicidade. O texto prevê que, mesmo com cessão total de
programação, ela deve ter finalidades educativas e culturais.
A norma estabelece ainda que as emissoras vão ser responsabilizadas por eventuais irregularidades na
programação, além de vedar às concessionárias e permissionárias transferir, comercializar e ceder a
gestão total ou parcial da execução do serviço de radiodifusão, que é uma concessão pública.
Muitas emissoras já cedem parte do tempo de sua programação, por meio de contratos de
comercialização de espaço, para produtores de conteúdo independentes ou para igrejas.
25 E 5 J 10 S 20 C
..............................................................................................
§ 4º O programa de que trata a alínea e do caput deste artigo deverá ser retransmitido sem cortes, com
início:
II - entre as dezenove horas e as vinte e duas horas, horário oficial de Brasília, pelas emissoras
educativas vinculadas aos Poderes Legislativos federal, estadual ou municipal, nos dias em que houver
sessão deliberativa no plenário da respectiva Casa Legislativa.
A TV 3.0 é uma iniciativa conjunta do Governo Federal, do setor privado e da academia para estabelecer
o padrão tecnológico da próxima geração da televisão digital brasileira, propondo uma evolução
disruptiva para a televisão digital: com melhor qualidade de imagem e som, integração com a internet,
uso otimizado do espectro de frequências e proporcionando novas formas de acessar a conteúdos
culturais, educativos, artísticos e informativos.
Para tanto, o Governo Federal estabeleceu diretrizes para o desenvolvimento e implantação da TV 3.0,
que deverá entrar no ar em 2025, após decisão presidencial.
Os estudos para especificação técnica e testes tecnológicos do novo padrão estão sendo conduzidos
pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (Fórum do SBTVD), e executados por universidades
brasileiras. O Fórum SBTVD é organismo legitimado pelo Decreto nº 5.820/2006 para propor inovações
ao Governo Brasileiro.
Art. 2º A próxima geração do SBTVD-T, denominada TV 3.0, será dotada das seguintes características:
III - integração entre conteúdo transmitido pelo serviço de radiodifusão e pela internet;
Outorga de radiodifusão
O processo de outorga de radiodifusão de sons (rádio) ou de sons e imagens (TV), com finalidade
comercial, ocorre por meio de processo licitatório, na modalidade Concorrência, mediante a publicação,
na Imprensa Oficial, do devido edital, e é julgada pelo critério de maior valor da média ponderada da
pontuação da Proposta Técnica e da Proposta de Preço pela Outorga.
Após a homologação do procedimento licitatório e a adjudicação do seu objeto à entidade vencedora, é
expedido o ato de outorga (Portaria para os casos de serviços de radiodifusão sonora e Decreto
Presidencial para o serviço de radiodifusão de sons e imagens), o qual, então, é submetido à devida
apreciação do Congresso Nacional, em observância ao que preconiza o artigo 223, da Constituição
Federal.
Conforme dispõe o § 3º do dispositivo constitucional supracitado, o ato de outorga somente produzirá
efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional.
Os Planos Nacionais de Outorga (PNOs) são documentos que apresentam para a sociedade, de forma
objetiva, todas as localidades que serão contempladas com a oportunidade de novas outorgas em
cada um dos serviços de radiodifusão. Esses documentos, previstos na regulamentação, foram criados
com o intuito de dar uma maior transparência sobre os procedimentos necessários para obtenção de
novas outorgas, e possuem um cronograma específico contendo a previsão de todos os editais a serem
publicados, bem como as localidades que serão contempladas em cada um destes editais.
Rádio e TV educativa
As permissões e concessões para execução dos serviços de radiodifusão com fins exclusivamente
educativos estão disciplinadas pela Portaria nº 3.238, de 20 de junho de 2018.
O processo de outorga de radiodifusão de sons (rádio) ou de sons e imagens (TV), com fins
exclusivamente educativos, ocorre por meio de processo de Seleção Pública, mediante a publicação, na
Imprensa Oficial, do devido edital, e é julgada pelos critérios definidos em norma.
O serviço de radiodifusão com fins exclusivamente educativos pode ser outorgado a três tipos de
pessoas jurídicas, cuja sede, campus ou filial estejam situadas no Estado, ou no Distrito Federal, onde se
dará a seleção:
- As pessoas jurídicas de direito público interno, nos termos do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002, a exemplo da União, estados e Distrito Federal, municípios, Universidades Federais, Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, autarquias e demais entidades de caráter público criadas
por lei;
- As instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada (IES), com sede no Brasil
e credenciadas pelo Ministério da Educação, na forma do art. 12 do Decreto nº 5.773, de 9 de maio de
2006, como por exemplo, as Universidades, os Centros Universitários e as Faculdades; e
- As fundações de direito privado, a que se refere o inciso III do art. 44 da Lei nº 10.406, de 2002, cujos
estatutos não contrariem o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) e legislação correlata.
I - Universidades;
II - Centros Universitários; e
III - Faculdades.
A União não se submete ao procedimento de seleção, já que compete a ela explorar, por meio de
simples consignação, os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, nos termos do art. 21,
inciso XII, alínea "a", da Constituição, observando, no que couber, o disposto na Lei nº 11.652, de 7 de
abril de 2008, na Portaria nº 4, de 17 de janeiro de 2014, e nas demais legislações correlatas.
O PNO-Educ visa a dar transparência e visibilidade aos procedimentos e critérios utilizados para seleção
de localidades a serem contempladas com oportunidades de novas outorgas, e a sua publicação não
gera qualquer direito ou garantia aos interessados de que os editais nele previstos serão publicados.
Rádio e TV pública
A Consignação de rádio e TV pública é o serviço de rádio ou televisão executado em nome da União, por
órgãos como os Ministérios, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Supremo Tribunal Federal. As
outorgas pertencentes à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), empresa pública federal, responsável
pela TV Brasil, são equiparadas às Consignações da União, nos termos da Portaria nº 04, de 17 de janeiro
de 2014.
Assim, qualquer órgão, autarquia ou empresa pública dos Poderes da União pode solicitar, perante o
Ministério das Comunicações (MCom), que lhe seja consignado um ou mais canais para executar os
serviços de radiodifusão (rádio ou televisão) ou ancilares, como a retransmissão de televisão (RTV). As
consignações em questão dependem de viabilidade técnica e terão prazo de vigência indeterminado.
O processo de consignação de radiodifusão de sons (rádio) ou de sons e imagens (TV) para órgãos e
entidades públicas da União, ocorre por meio de requerimento formulado pelo representante legal do
órgão ou entidade.
Conforme disposições constantes da Portaria nº 04, de 2014, na hipótese de existência de canal vago no
respectivo plano básico para a execução do serviço, ou na hipótese de inclusão de novo canal, o MCom
consignará o respectivo canal ao Poder ou órgão da União solicitante.
Emitido o ato de consignação, as pessoas jurídicas autorizadas terão o prazo de 24 (vinte e quatro)
meses, contado da data de publicação do referido ato, para obter a autorização de uso de
radiofrequência junto à Anatel e solicitar o licenciamento da estação.
Na hipótese de inexistência de canal disponível no respectivo plano básico de distribuição de canais, o
MCom solicitará à Anatel a inclusão de novo canal, a ser destinado especificamente ao solicitante, desde
que viável tecnicamente.
Oportuno lembrar que os órgãos e entidades deverão iniciar a execução do serviço consignado no prazo
de 360 (trezentos e sessenta) dias, contado da data de emissão da licença de funcionamento, a qual será
disponibilizada após a comprovação do pagamento da taxa de fiscalização de instalação.
A regulamentação do art. 19 da Lei nº 9.637, de 1998, dada pelo Decreto nº 5.396, de 2005, tornou mais
claro o entendimento deste ponto específico da legislação, ao estabelecer que todas as organizações
sociais que exerçam atividades de rádio e televisão educativa podem receber recursos e veicular
publicidade institucional de entidades de direito público e privado. Tal publicidade institucional,
contudo, não pode se caracterizar como comercialização de intervalos, devendo se restringir ao
atendimento da
finalidade social da atividade educativa e cultural das emissoras.
Parágrafo único. Autorizada a execução do serviço e, transcorrido o prazo previsto no art. 64,
§§ 2o e 4o da Constituição, sem apreciação do Congresso Nacional, o Poder Concedente
expedirá autorização de operação, em caráter provisório, que perdurará até a apreciação do
ato de outorga pelo Congresso Nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
2001)
Art. 5º O Poder Concedente designará, em nível nacional, para utilização do Serviço de Radiodifusão
Comunitária, um único e específico canal na faixa de freqüência do serviço de radiodifusão sonora
em freqüência modulada.
Parágrafo único. Em caso de manifesta impossibilidade técnica quanto ao uso desse canal em
determinada região, será indicado, em substituição, canal alternativo, para utilização exclusiva nessa
região.
Parágrafo único. A outorga terá validade de dez anos, permitida a renovação por igual período, se
cumpridas as exigências desta Lei e demais disposições legais vigentes. (Redação dada pela Lei nº
10.597, de 2002)
Art. 6o-A. A entidade autorizada a prestar serviços de radiodifusão comunitária que desejar a renovação
da outorga deverá dirigir requerimento para tal finalidade ao Poder Concedente entre os doze e os dois
meses anteriores ao término da vigência da outorga. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 1o Caso expire a outorga de radiodifusão sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço poderá
ser mantido em funcionamento em caráter precário. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 2o A autorizada com funcionamento em caráter precário mantém todos os seus deveres e direitos
decorrentes da prestação do serviço. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)
Art. 7º São competentes para explorar o Serviço de Radiodifusão Comunitária as fundações e
associações comunitárias, sem fins lucrativos, desde que legalmente instituídas e devidamente
registradas, sediadas na área da comunidade para a qual pretendem prestar o Serviço, e cujos
dirigentes sejam brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos.
Art. 8º A entidade autorizada a explorar o Serviço deverá instituir um Conselho Comunitário, composto
por no mínimo cinco pessoas representantes de entidades da comunidade local, tais como
associações de classe, beneméritas, religiosas ou de moradores, desde que legalmente instituídas, com
o objetivo de acompanhar a programação da emissora, com vista ao atendimento do interesse exclusivo
da comunidade e dos princípios estabelecidos no art. 4º desta Lei.
§ 3º Se apenas uma entidade se habilitar para a prestação do Serviço e estando regular a documentação
apresentada, o Poder Concedente outorgará a autorização à referida entidade.
§ 4º Havendo mais de uma entidade habilitada para a prestação do Serviço, o Poder Concedente
promoverá o entendimento entre elas, objetivando que se associem.
§ 5º Não alcançando êxito a iniciativa prevista no parágrafo anterior, o Poder Concedente procederá à
escolha da entidade levando em consideração o critério da representatividade, evidenciada por meio de
manifestações de apoio encaminhadas por membros da comunidade a ser atendida e/ou por
associações que a representem.
Parágrafo único. É vedada a outorga de autorização para entidades prestadoras de qualquer outra
modalidade de Serviço de Radiodifusão ou de serviços de distribuição de sinais de televisão mediante
assinatura, bem como à entidade que tenha como integrante de seus quadros de sócios e de
administradores pessoas que, nestas condições, participem de outra entidade detentora de outorga para
exploração de qualquer dos serviços mencionados.
Art. 11. A entidade detentora de autorização para execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária não
poderá estabelecer ou manter vínculos que a subordinem ou a sujeitem à gerência, à administração, ao
domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações
financeiras, religiosas, familiares, político-partidárias ou comerciais.
Art. 12. É vedada a transferência, a qualquer título, das autorizações para exploração do Serviço de
Radiodifusão Comunitária.
Art. 21. Constituem infrações - operação das emissoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária:
Art. 6º. A cobertura restrita de uma emissora do RadCom é a área limitada por um raio igual ou
inferior a mil metros a partir da antena transmissora, destinada ao atendimento de determinada
comunidade de um bairro, uma vila ou uma localidade de pequeno porte.
Art. 25. A emissora do RadCom operará sem direito a proteção contra eventuais interferências
causadas por estações de Serviços de Telecomunicações e de Radiodifusão regularmente instaladas.
Art. 26. Caso uma emissora do RadCom provoque interferência indesejável nos demais Serviços
regulares de Telecomunicações e de Radiodifusão, a ANATEL determinará a interrupção do serviço da
emissora de RadCom interferente, no prazo fixado em norma complementar, até a completa eliminação
da causa da interferência.
Art. 27. Caso uma emissora do RadCom provoque interferência prejudicial nos demais Serviços
regulares de Telecomunicações e de Radiodifusão, a ANATEL determinará a imediata interrupção do
seu funcionamento, até à completa eliminação da causa da interferência.
Art. 28. As emissoras do RadCom cumprirão período de oito horas, contínuas ou não, como tempo
mínimo de operação diária.
Porém a Constituição Federal não se restringiu a cristalizar conceitos já existentes. Houve algumas
alterações bastante significativas. A maior delas, sem dúvida, foi atacar a histórica centralização da
competência pela outorga de radiodifusão pelo Poder Executivo Federal, fazendo com que o Congresso
Nacional também fizesse parte da análise desses processos. A competência do Congresso Nacional para
a apreciação dos atos de outorga e de renovação de outorga de radiodifusão ficou expressa em duas
passagens da Constituição Federal: no inciso XII do art. 49, que estabelece como competência exclusiva
do Congresso Nacional apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de. rádio e
televisão; e nos §§ 1 o , 2 o , e 3 º do art. 223, no quais se lê que o Congresso Nacional apreciará os atos
de concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão; que a não-renovação de
concessão ou permissão dependerá de aprovação de no mínimo dois quintos do Congresso Nacional, em
votação nominal; e que o ato de outorga ou de renovação somente produzirá efeitos legais após
deliberação do Congresso Nacional. Desde então, mais de 6 mil processos desse tipo foram analisados
pela Câmara e pelo Senado Federal.
O resultado é que, de fato, os radiodifusores hoje têm a propriedade sobre um bem público, e o utilizam
a seu bel-prazer, sem grandes interferências públicas ou estatais em suas estratégias de mercado. As
atividades de radiodifusão se encontram, portanto, em um patamar bastante próximo da auto-
regulamentação. O resultado é que os proprietários dos meios de comunicação podem promover, sem
qualquer tipo de reação do Estado, uma grande concentração de mercado, por meio de propriedade
cruzada, de concentração horizontal e do domínio vertical de todas as etapas da cadeia de valor das
comunicações. Na esteira dessa concentração, vem também um excesso de poder político depositado
nas mãos dos concessionários de radiodifusão, que utilizam em larga escala seus meios de comunicação
para a promoção de determinadas “causas próprias” e para a manipulação da opinião pública.
Art. 1º O Serviço de Retransmissão de Televisão (RTV) é aquele que se destina a retransmitir, de forma
simultânea ou não simultânea, os sinais de estação geradora de televisão para a recepção livre e
gratuita pelo público em geral.
Art. 2º O Serviço de Repetição de Televisão (RpTV) é aquele que se destina ao transporte de sinais de
sons e imagens oriundos de uma estação geradora de televisão para estações repetidoras ou
retransmissoras ou, ainda, para outra estação geradora de televisão, cuja programação pertença à
mesma rede.
IX - Rede Local de Televisão: é o conjunto formado por uma estação geradora e seu Sistema de
Retransmissão de Televisão, restrito à área territorial de um grupo de localidades pertencentes à mesma
mesorregião geográfica de uma unidade da Federação, que veiculam a mesma programação básica;
XIV - Serviço de RTV Comercial (RTVC): é a modalidade de Serviço de RTV destinada a retransmitir, de
forma simultânea ou não-simultânea, os sinais oriundos de estação geradora de televisão comercial;
XV - Serviço de RTV Educativo (RTVE): é a modalidade de Serviço de RTV destinada a retransmitir, de
forma simultânea ou não-simultânea, os sinais oriundos de estação geradora de televisão educativa;
XVI - Serviço de RTV Institucional (RTVI): é a modalidade de Serviço de RTV destinada a retransmitir,
de forma simultânea ou não-simultânea, os sinais oriundos de estação geradora do serviço de
radiodifusão de sons e imagens (televisão) explorado diretamente pela União;
XVII - Serviço de RTV em Caráter Primário: é o Serviço de RTV que tem direito a proteção contra
interferência, nos termos da legislação pertinente;
XVIII - serviço de RTV em caráter secundário - é o serviço de RTV que não tem direito à proteção
contra interferência, nos termos da legislação pertinente;
XX - canal de rede - é o grupo de três ou mais canais digitais iguais, consignados a estações
geradoras ou retransmissoras pertencentes a uma mesma pessoa jurídica concessionária do serviço de
radiodifusão de sons e imagens, em um mesmo Estado ou no Distrito Federal.
Art. 9º A autorização para a execução dos Serviços de RTV e de RpTV será outorgada em caráter
precário, por prazo indeterminado, não cabendo ao Poder concedente pagar indenização de qualquer
espécie, quando de sua extinção.
Art. 11. A autorização para a execução do Serviço de RTVI somente será outorgada a pessoa jurídica de
direito público interno municipal.
Art. 12. O Serviço de RTV para retransmissão de sinais provenientes de estação geradora de televisão
comercial, educativa ou explorada diretamente pela União somente será autorizado para localidades
onde não haja concessionária ou autorizada do Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens de mesma
programação básica ou autorizada para execução do Serviço de RTV de mesma programação básica.
Art. 24. Emitido o ato de autorização para execução do serviço de RTV, em caráter primário ou
secundário, as pessoas jurídicas autorizadas terão o prazo de doze meses, contado da data de
publicação do referido ato, para obter a autorização de uso de radiofrequência junto à Anatel e solicitar o
licenciamento da estação, exceto quando se tratar dos Municípios, dos Estados e do Distrito Federal,
que disporão do prazo de dezoito meses. (Redação dada pelo Decreto nº 10.405, de 2020)
(Vigência)
Parágrafo único. As pessoas jurídicas autorizadas a executar o serviço de RTV deverão iniciar a
execução no prazo de cento e oitenta dias, contado da data de emissão da licença de funcionamento, a
qual será disponibilizada após a comprovação do pagamento da taxa de fiscalização de instalação.
Art. 31. As entidades autorizadas a executar o Serviço de RTV deverão veicular somente programação
oriunda da geradora cedente dos sinais, sendo vedadas inserções de qualquer tipo de programação ou
de publicidade, inclusive as relativas a apoio institucional de qualquer natureza, à exceção das previstas
nos arts. 32 e 33 deste Regulamento.
Art. 32. As geradoras de televisão comercial poderão inserir, em seus estúdios, publicidade destinada a
uma determinada região servida por uma ou mais estações retransmissoras, desde que não exista
estação geradora de televisão ou estação de radiodifusão sonora instalada na localidade a que se
destinar a publicidade.
Parágrafo único. As inserções publicitárias destinadas a estações retransmissoras terão duração máxima
igual e coincidente com os espaços de tempo destinados à publicidade comercial transmitida pela
estação geradora.
Art. 33. A entidade autorizada a executar o Serviço de RTV em Municípios situados em regiões de
fronteira de desenvolvimento do País, assim definidas em ato do Ministro de Estado das Comunicações,
poderá realizar inserções locais de programação e publicidade, observadas as seguintes condições:
I - a estação retransmissora deverá estar instalada em Município que não possua estação geradora de
televisão em funcionamento;
II - a inserção de programação local não deverá ultrapassar a quinze por cento do total da programação
transmitida pela estação geradora de televisão a que a retransmissora estiver vinculada;
III - a programação inserida deverá ter finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, em
benefício do desenvolvimento geral da comunidade; e
IV - as inserções de publicidade terão duração máxima igual e coincidente com os espaços de tempo
destinados à publicidade transmitida pela estação geradora cedente dos sinais; e
V - as inserções de publicidade somente poderão ser realizadas pelas entidades autorizadas a executar
o Serviço de RTV de sinais provenientes de estações geradoras de televisão comercial.
Parágrafo único. As estações retransmissoras de que trata o caput pertencentes a pessoas jurídicas
concessionárias do serviço de radiodifusão de sons e imagens poderão, adicionalmente, realizar
inserções locais destinadas ao serviço jornalístico e noticioso, nos termos do disposto no inciso II do
caput do art. 8º da Lei nº 14.173, de 15 de junho de 2021.
Decreto 2108/1996
I - Radiodifusão Sonora:
1. Onda Tropical ................................... Grupo A
2. Onda Curta ...................................... Grupo A
3. Onda Média:
3.1. Local e regional .............................. Grupo A
3.2. Nacional ...................................... Grupo B
4. Freqüência Modulada:
4.1. classes C e B (B1 e B2) ....................... Grupo A
4.2. classe A (Al, A2, A3 e A4) .................... Grupo B
4.3. classe E (E1, E2 e E3) ........................ Grupo C
II - Radiodifusão de Sons e Imagens:
1. classes A e B ................................... Grupo B
2. classe E ........................................ Grupo C
Art. 14. O procedimento licitatório terá início com a publicação de aviso no Diário Oficial da União, que
deverá conter a indicação do local e as condições em que os interessados poderão obter o texto do
edital, bem assim o local, a data e a hora para a apresentação das propostas para fins de habilitação e
julgamento.
1º O aviso de edital deverá ser publicado com antecedência de sessenta dias da data marcada para a
apresentação das propostas.
2º Qualquer modificação no edital exige a mesma divulgação que foi dada ao texto original, reabrindo-se
o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a
formulação das propostas.
3º A mesma entidade ou as pessoas que integram o seu quadro societário e diretivo não poderão ser
contempladas com mais de uma outorga do mesmo tipo de serviço de radiodifusão na mesma
localidade."
"Art. 16. As propostas serão examinadas e julgadas em conformidade com os quesitos e critérios
estabelecidos neste artigo.
1º Para a classificação das propostas, serão considerados os seguintes quesitos:
a) tempo destinado a programas jornalísticos, educativos e informativos - máximo de quinze pontos;
b) tempo destinado a serviço noticioso - máximo de quinze pontos;
c) tempo destinado a programas culturais, artísticos e jornalísticos a serem produzidos e gerados na
própria localidade ou no município à qual pertence a localidade objeto da outorga máximo de trinta
pontos;
d) prazo para início da execução do serviço objeto da outorga, em caráter definitivo máximo de quarenta
pontos.
2º Considerando características específicas do serviço, poderão ser previstos no edital outros quesitos
para fins de exame das propostas, cuja pontuação não devera ser superior à vinte pontos, situação em
que as pontuações estabelecidas no § 1º serão proporcionalmente reduzidas de modo que seja mantido
o total de cem pontos.
3º Para cada quesito, o edital de licitação estabelecerá:
I - condição mínima necessária a ser atendida;
II - critérios objetivos para a gradação da pontuação, vedada a comparação entre propostas.
4º Somente serão classificadas as propostas que, além de atenderem ao estabelecido no inciso I do § 3º,
obtiverem, pelo menos, a seguinte pontuação:
I - cinqüenta pontos para os serviços enquadrados no Grupo A;
II - sessenta pontos para os serviços enquadrados no Grupo B;
III - setenta pontos para os serviços enquadrados no Grupo C;
5º A classificação das proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada da valoração obtida pela
aplicação do disposto nos §§ 1º a 4º deste artigo e da valoração da proposta de preço pela outorga, de
acordo com os pesos preestabelecidos no edital, observado o que segue:
I - o critério de gradação para a valoração do preço pela outorga será estabelecido em edital, de modo
objetivo, vedada a comparação entre propostas, determinando pontuação máxima de cem pontos;
II - para os serviços enquadrados no Grupo A, o peso relativo à valoração obtida pela aplicação do
disposto no inciso II do § 3º deste artigo preponderará sobre o peso relativo à valoração obtida pelo
preço pela outorga;
III - para os serviços enquadrados no Grupo B, os pesos relativos à valoração obtida pela aplicação do
disposto no inciso II do § 3º deste artigo e à valoração obtida pelo preço pela outorga serão equivalentes;
IV - para os serviços enquadrados no Grupo C, o peso relativo à valoração obtida pelo preço pela
outorga preponderará sobre o peso relativo à valoração obtida pela aplicação do disposto no inciso II do
§ 3º deste artigo.
6º Será desclassificada a proposta que contiver oferta de pagamento de valor inferior ao mínimo fixado
em edital.
7º No caso de empate entre duas ou mais propostas, a seleção far-se-á, por sorteio, em ato público, para
o qual todas as proponentes classificadas serão convocadas.
8º O valor da outorga de concessão ou permissão para executar os serviços será o proposto pela
entidade vencedora, que deverá observar as condições mínimas estabelecidas no edital objeto da
licitação, concernentes, entre outras, à carência, prazos de pagamento, multas e encargos de mora,
devendo ser recolhido pela entidade vencedora ao FISTEL.
Os serviços de RTV e de RTR, que são ancilares ao serviço de radiodifusão, são outorgados por meio
de “autorização”.
• Autorização: ato pelo qual o Poder Público concede ou permite a pessoas físicas ou
jurídicas, de direito público ou privado, a faculdade de executar e explorar, em seu nome ou
por conta própria, serviços de telecomunicações, durante um determinado prazo.
A competência para legislar sobre os serviços de radiodifusão cabe exclusivamente à União. As outorgas
dos serviços são concedidas e renovadas pelo Poder Executivo:
• Pelo Presidente da República, por meio de concessão, para a exploração dos serviços de
radiodifusão de sons e imagens (Televisão);
• Pelo Ministro das Comunicações, por meio de concessão, permissão ou autorização, para a
exploração dos serviços de radiodifusão sonora (Rádio).
A Consultoria Jurídica do Ministério das Comunicações entende que a Sociedade Limitada Unipessoal
(SLU) e as antigas Empresas individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELI) não podem ser detentoras
de outorgas de radiodifusão. Os entendimentos foram firmados por meio dos Pareces nº
00084/2020/CONJUR e 01044/2018/CONJUR, respectivamente.
O prazo de 12 (doze) meses para obter a autorização de uso de radiofrequência e solicitar a licença de
funcionamento da estação começa a correr da data de publicação do Decreto Legislativo que aprovar a
outorga. No caso de não atendimento do prazo, o Ministério instaurará processo com vista à extinção
da outorga.
A Lei nº 13.424/2017 concedeu nova oportunidade às emissoras com outorgas vencidas que não
apresentaram pedido de renovação ou que apresentaram fora do prazo (pedidos intempestivos). De
igual modo, a Lei nº 14.351/22, publicada em 26/05/2022, estabeleceu que os pedidos intempestivos de
renovação da concessão ou permissão de serviços de radiodifusão protocolizados ou encaminhados até
a data de sua publicação (26/05/2022), serão conhecidos pelo Ministério das Comunicações, que dará
prosseguimento aos processos e os instruirá com os documentos necessários, na forma do regulamento.
Para as emissoras que possuem contrato assinado com a União, o prazo de vigência da outorga se inicia
a partir da data de publicação do extrato do contrato no Diário Oficial da União.
Para as emissoras que não possuem contrato, a contagem dar-se-á da publicação do Decreto Legislativo
que aprovou o ato de outorga (portaria ministerial ou decreto presidencial, a depender do serviço).
Se não houver Decreto Legislativo, deverá ser considerada a publicação do próprio ato de outorga.
Caso expire a outorga de radiodifusão, sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço será
mantido em funcionamento em caráter precário. As entidades com o serviço em funcionamento em
caráter precário mantêm todas as condições dele decorrentes.
- De caráter local:
- De caráter nacional
• Até 10 outorgas em todo território nacional, por entidade, sendo no máximo 5 em VHF e 2 por estado.
Para o RÁDIO, a autoridade competente para analisar o pedido é o Ministro das Comunicações, por
meio de portaria. Para a TELEVISÃO, a autoridade competente é o Presidente da República, por
meio de decreto.
Os serviços auxiliares são serviços de suporte aos serviços principais, autorizados para os serviços
de FM, OM, OC, OT e TV, podendo ser de cinco modalidades:
Podem obter autorização em caráter secundário as pessoas jurídicas de direito público e de direito
privado, sendo elas concessionárias ou não do serviço de televisão.
A autorização é concedida em caráter precário, não pode causar interferência prejudicial em canais
primários regularmente instalados (as transmissões deverão ser imediatamente cessadas caso ocorra
interferência) e não tem direito a proteção contra interferência proveniente de estações operando em
caráter primário.
Além disso, quando da entrada em operação de qualquer estação primária que impeça a convivência
com a RTV secundária, as transmissões destas devem ser imediatamente cessadas.
Após a autorização de RTV primária ou secundária, os seguintes prazos devem ser respeitados:
• Prazo de até 12 meses, contado da publicação da portaria de autorização, para obter a autorização de
uso de radiofrequência junto à Anatel e solicitar o licenciamento da estação.
• Prazo de até 180 dias, para iniciar a execução do serviço, contado da data de emissão da licença de
funcionamento.
O serviço de retransmissão de rádio na Amazônia Legal tem por finalidade possibilitar que os sinais de
estação geradora de rádio sediada nas capitais dos Estados da Amazônia Legal sejam recebidos em
qualquer município do respectivo estado.
O CONVÊNIO MEC/ABERT está em vigor desde 1991, é regulamentado pelo §3º, do art. 16 do
Decreto-Lei nº 236, que dispõe sobre a possibilidade de celebração de convênios pelo
Ministério da Educação com entidades representativas do setor de radiodifusão.
Sempre que os serviços de radiodifusão forem interrompidos por período superior a setenta e duas
horas, as concessionárias e permissionárias de tais serviços deverão, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, comunicar ao Ministério das Comunicações o tempo e a causa da interrupção.
Caso a interrupção seja por prazo superior a 30 (trinta) dias consecutivos, salvo motivo de força
maior devidamente provado e reconhecido pelo Ministério, a concessão ou permissão será cassada,
sem que assista à concessionária ou permissionária direito a qualquer indenização.
Em novembro de 2013, no Dia do Radialista, foi assinado o Decreto nº 8.139/13, que possibilitou a
adaptação de outorga das rádios em ondas médias (OM) para o serviço de frequência modulada
(FM).
As concessionárias e permissionárias dos serviços de rádio e televisão têm até o último dia útil de
cada ano para enviar a declaração com a composição do capital social ao Ministério das
Comunicações.
Cabe a observação de que, na hipótese da ocorrência do disposto nos itens ´b´ ou ´c´, a não renovação
deve ser decidida em Plenário por votação nominal e quórum de dois quintos.
A CCTCI aprovou o Ato Normativo nº 1, de 2019, estabelecendo novos parâmetros para a apreciação das
TVR no colegiado.
A partir da aprovação da nova norma, o exame dos processos passou a se concentrar no parecer
conclusivo expedido pelo Poder Executivo atestando que o ato de outorga ou renovação atende a todos
os requisitos estabelecidos na
legislação. Na prática, a CCTCI não se obriga mais a verificar, individualmente, todos os documentos
exigidos na norma precedente, simplificando-se, assim, o exame formal das TVR.
Inicialmente, a secretaria da CCTCI realiza uma análise preliminar da TVR, verificando se o processo está
em conformidade como o Ato Normativo nº 1, de 2019. Em não sendo verificada nenhuma
inconsistência, o presidente da Comissão designa o relator da TVR. Em princípio, qualquer membro da
CCTCI – titular ou suplente – pode ser indicado para relatoria. Cabe salientar que a íntegra do processo
(à exceção de informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem) fica disponível
para acesso ao público no portal da Câmara dos Deputados.
Uma vez distribuído para relatoria, o processo é encaminhado à Consultoria Legislativa, que elabora
uma minuta composta de duas partes (parecer e Projeto de Decreto Legislativo) e a remete ao gabinete
do relator. No gabinete, o
parlamentar e sua assessoria analisam o processo e, se não houver necessidade de reparo na minuta, o
documento eletrônico é autenticado, impresso, assinado pelo relator e encaminhado para a CCTCI. O
Presidente da CCCTI, então, já estará em condição de colocar a proposição em pauta para votação em
reunião. Uma vez na pauta, as TVR possuem status de “proposições com prazo constitucional”, e são
votadas em bloco.