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REVISTA DE ESTUDOS DO MEDITERRÂNEO | NÚMERO 3 | 2023

A figura da mãe na literatura magrebina contemporânea


-Cristina Robalo Cordeiro -

Concurso de natação Primavera em Nápoles Búzios mudos, maus agoiros…


-Benjamin Tammuz- -Lídia Jorge- -Pedro Prista-

Navíos desde tierra firme


-Fernando Quiles-
meridional
REVISTA DE ESTUDOS DO MEDITERRÂNEO | NÚMERO 3

DIRECTORA
EDITOR-IN-CHIEF

Maria da Graça A. Mateus Ventura

Instituto de Cultura Ibero-Atlântica

PORTIMÃO
Dezembro 2023
MERIDIONAL
REVISTA DE ESTUDOS
DO MEDITERRÂNEO

DIRECTORA / EDITOR-IN-CHIEF CONCEPÇÃO GRÁFICA /


Maria da Graça A. Mateus Ventura GRAPHIC DESIGN
Ana Rico
CONSELHO EDITORIAL / EDITORIAL AND
SCIENTIFIC BOARD
IMPRESSÃO / PRINT
Ana Isabel Soares (CIAC-UAlg), João Guerreiro
Litográfis – Artes Gráficas, Lda
(UAlg), João B. Ventura (ICIA), José Alberto Tavim
(CH-ULisboa), Lídia Jorge (escritora), Maria João
Cantinho (CF- UL) Nuno Júdice (escritor) PERIODICIDADE / PERIODICITY:
Anual
CONSELHO DE REDAÇÃO /
REDACTORIAL COMMITTEE DEPÓSITO LEGAL
Ana Isabel Soares, Elsa Martins, João B. Ventura, 492387/21
Maria da Graça Ventura
ISSN
COLABORADORES DESTE NÚMERO / AUTHORS 2795-4226
Ahmed Skounti, Ana Isabel Soares, António Cabrita,
António Jorge Afonso, Benjamin Tammuz, Cláudia E-ISSN
Lucas Chéu, Cristina Robalo Cordeiro, Elisabete 2795-8858
Rodrigues, Fernando Quiles, Frederico Mendes
Paula, João B. Ventura, João Guerreiro, José Alberto TIRAGEM
Alegria, José Gameiro, Lídia Jorge, Lúcia Mucznik, 250 EXEMPLARES
Luís Filipe Castro Mendes, Maria João Cantinho,
Nuno Júdice, Pedro Prista
Dezembro 2023
FOTO DA CAPA
“Detalhe do Forte de Almádena, Vila do Bispo,
Algarve”. Por Elsa Martins

EDITOR / PUBLISHER
Instituto de Cultura Ibero-Atlântica
Casa das Artes, Urb. Santo
Expedito, Três Bicos,
8500-714 Portimão, Portugal
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ÍNDICE TABLE OF CONTENTS
8 EDITORIAL. Maria da Graça A. Mateus Ventura

POESIA POETRY
14 Abdellatif Laâbi: as janelas do Aloe. Abdellatif Laâbi: the windows of Aloe.
António Cabrita
22 Os amigos que morrem. The friends who die. Luís Filipe C. Mendes
23 Perdemos também os nossos inimigos. We also lose our enemies. Luís Filipe C. Mendes
24 Crónica Berlinense. Berliner chronicle. Maria João Cantinho
26 Em defesa da carta Atenagórica. In defense of the Athenagoric letter. Nuno Júdice

CONTO TALE
30 Concurso de natação. Swimming contest. Benjamin Tammuz

CRÓNICAS CHRONICLES
46 Primavera em Nápoles. Lídia Jorge
52 Veneza de fugida. Venice on the run. Ana Isabel Soares
60 A luz ao Sul. Light in the South. Maria João Cantinho
DOSSIÊ TEMÁTICO: Portos do Mediterrâneo.
THEMATIC DOSSIER: Mediterranean Ports
70 Búzios mudos, maus agoiros... Mute whelks, bad omens... Pedro Prista
94 Istambul, outra vez te revejo... Istanbul, I see you again. João B. Ventura

120 Navíos desde tierra firme. Ships from the mainland. Fernando Quiles

142 MUCEM, um museu para celebrar a civilização europeia e mediterrânica.


MUCEM, a museum to celebrate european and mediterranean civilization.
José Gameiro
ESTUDOS ARTICLES
162 Do segredo à transgressão: a figura da mãe na literatura magrebina contemporânea.
From secrety to transgression: the figure of the mother in contemporary Maghreb
literature. Cristina Robalo Cordeiro
178 Os renegados da batalha de Alcácer Quibir. The renegades of the battle of Alcácer
Quibir. Frederico Mendes Palma
210 As relações com Marrocos depois de Oued Al-Makhazen. Relations with Morocco
after Oued Al-Makhazen. António Jorge Afonso
GRANDE ENTREVISTA GREAT INTERVIEW

236 Causeries au Sud, entre Ahmed Skounti et José Alberto Alegria, à propos des
patrimoines culturels immateriels... Chat between Ahmet Skouunti and José Alberto
Alegria on intangible cultural heritage
RECENSÕES BOOK REVIEWS

248 Alexandra Lucas Coelho. Líbano, Labirinto. 2021. Cláudia Lucas Chéu

252 David Abulafia. La Grande Mer, une histoire de la Méditerranée et des Méditerranées.
2022. João Guerreiro
256 Lídia Jorge. Misericórdia. 2022. João B. Ventura

NOTAS BIOGÁFICAS DOS AUTORES. AUTHORS’ CV

NORMAS DE SUBMISSÃO. STYLE GUIDELINES


POESIA
POETRY
meridional POESIA POETRY 14 | 15

Abdellatif
Laâbi: as janelas
do Aloe
Abdellatif Laâbi: the windows of Aloe

António Cabrita
Abdellatif Laâbi nasceu em Fez (Marrocos), no ano em que se produzia o filme
Casablanca, em 1942. Filho de pais analfabetos mas de espírito muito vivo,
que lhe ensinaram os valores da dignidade, o colorido da oralidade e as armas
do afecto, Abdellatif Laâbi, tornou-se poeta, tradutor, professor de francês e
ativista, membro do movimento de oposição Ila l-Aman.
Aos 24 anos, com um pequeno grupo de pintores e escritores, fundou a
revista Souffles, cujo objetivo inicial era puramente literário-artístico. No
entanto, a revista rapidamente mobilizou as vozes dissidentes e catalisou as
aspirações de muitos intelectuais do país. Considerada subversiva, foi proibida
em 1972 e Abdellatif Laâbi foi preso e torturado, “por delitos de opinião”.
Mesmo atrás das grades da prisão de Kénitra, não se calou: «A poesia é
tudo o que resta ao homem para proclamar a sua dignidade», escreveu. Bateu-
se para reivindicar os seus direitos enquanto prisioneiro, e também conseguiu
fazer sair poemas da prisão... E assim compôs L’arbre de fer fleurit. Irritava-
se, quando lhe perguntavam se era um poeta engajado: «Comprometido,
desvinculado... como separar a poesia da vida? É como separar o coração das
suas batidas», respondia.
Condenado a dez anos de prisão, foi libertado um ano e meio antes do
fim da pena, graças a uma campanha internacional liderada pela sua mulher,
Jocelyne. Foi-lhe impossível retomar a sua carreira de professor. As novas
revistas em que estava envolvido foram todas proibidas. «O divórcio foi total,
completo e definitivo. Não tive outro remédio senão partir», lamenta.
Vive em Paris desde 1985. Em 1988, tornou-se membro da Academie
Mallarmé. Em 2009, foi-lhe atribuído o Prémio Goncourt pelo conjunto da
sua obra escrita em francês.
Os seus textos, muitas vezes meditativos, exprimem naturalmente os
problemas sociais e os nós insolúveis da sua condição: a repressão, a emigração,
o exílio, a libertação do neocolonialismo... mas a sua poesia de testemunho
alça-se amiúde a outros patamares de significação, mais íntimos e afins de
uma consolidada experiência interior, de auscultação metafísica e de «transe
visionário» (a expressão é dele), o que lhe dá uma riqueza e singularidade que,
no plano da cultura mediterrânica, só partilhará com Yannis Ritsos, na Grécia,
e Nâzim Hikmet, na Turquia.
De igual modo, a sua capacidade de resistência contrapôs em superlativo
modo à dureza dos tempos que enfrentou o espírito de fraternidade e de amor
que emanam da sua escrita.
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Já não me lembro como o descobri, mas foi com certeza com o seu manifesto
L’Écriture au Tournant/ A Escrita no Redemoinho, que começa assim:
Sucede por vezes que um escritor, cansado dos “interrogatórios”, bem ou mal
intencionados a que se presta habitualmente, sente necessidade de elaborar as
suas próprias questões, de se interrogar acerca do que lhe parecem ser as razões
ou os descomandos da sua escrita, da sua vida.
Esta necessidade não pode ser vista como uma demanda narcísica que tomasse
como objecto primeiro assarapantar os futuros exegetas, esses farejadores da
história literária obcecados com a confecção de retratos o mais próximo possível
dos do real ou das máscaras mortuárias. Ela pode, muito simplesmente, advir
de uma simples fúria contra as incompreensões, as interpretações abusivas, as
leituras redutoras ou até a calúnia.
Os escritores de que se fala, de quem mais se escalpeliza a obra, não são, antes
pelo contrário, os mais satisfeitos. E os mais exigentes dentre eles permanecem
acima destas análises onde alguns experimentam o maldoso prazer de os tornar
mais inteligentes, ou mais profundos, mais loucos ou mais infelizes do que são
realmente.
Mas outros há que respiram com deleite as nuvens de incenso que celebram as
suas obras e tomam esta bajulação como uma homenagem pertinente e merecida.
Aqui e além, o sistema de conciliábulos literários funciona como tantas outras
sociedades de admiração mútua, que funcionam em circuito fechado.
Quantas carreiras literárias, efémeras ou não, foram construídas sobre esta burla
partilhada (…)

Percebi logo de rajada que me interessava sobremaneira este manifesto sobre


a responsabilidade (ou carência dela) dos poetas e intelectuais, e pedi à Teresa
Noronha que o traduzisse para a revista que então editámos, a Construções
Portuárias.
Entretanto, em 2004 descemos ao Sul e aterrámos em Maputo. E foi aqui,
em 2006, na biblioteca do Franco-Moçambicano, que descobri o primeiro
volume da La Différence que reunia toda a sua obra, o qual li num verdadeiro
estado de fascínio e estupor. Infelizmente esta editora, onde Laâbi editou 23
dos seus livros, desapareceu e apenas consegui obter dois dos seus livros,
Tribulations d’un Rêveur Attitré, de 2008, e Zone de Turbulences, de 2012. A
antologia pessoal que Laâbi editaria na Gallimard, em 2016, L’arbre à poèmes,
colmataria um pouco o sentimento de orfandade em que a inacessibilidade
dos seus livros me deixou.
É deste livro que se extraem estes poemas que traduzi.
Infelizmente, grande parte dos poemas de Abdellatif Laâbi, que tem uma
respiração pletórica, são extensos, ondulatórios, e reflectem um estilo híbrido
que ziguezagueia na fronteira entre os géneros, prestando-se pouco ao seu
conhecimento avulso. Encare-se assim este pequeno vislumbre como um
postigo para uma obra que é vasta, inesperada e, a vários títulos, visionária.
Poemas de Abdellatif Laâbi

Há um canibal A língua
que me lê da minha mãe
Há um canibal que me lê Não vejo a minha mãe há vinte anos
É um leitor ferozmente inteligente Deixou-se morrer à fome
Um leitor de sonhos Dizem que tirava todas as manhãs
que não deixa passar palavra alguma o lenço da cabeça
sem lhe sopesar as réstias de sangue e batia no chão sete vezes
Subleva até as vírgulas amaldiçoando o céu e o Tirano
para descobrir os melhores nacos Eu estava na caverna
Ciente de como estremece a página onde o prisioneiro lê nas sombras
sob uma esplêndida respiração e pinta nas paredes o bestiário do futuro
Ah, essa emoção que torna a presa Há vinte anos que não vejo a minha mãe
atraente e até submissa Ela deixou-me um serviço de café chinês
Nem se esquece de aguardar pela cujas chávenas se escaqueiram uma a uma
fadiga que descerá sobre o rosto sem que eu me importe muito, são tão feias
como uma máscara de sacrifício E se gosto cada vez mais de café
E procura a falha para se indignar Hoje quando estou sozinho
um adjetivo a mais peço emprestada a voz da minha mãe
a repetição imperdoável ou melhor é ela quem fala pela minha boca
Há um canibal que me lê com as suas profanidades
e disso se alimenta as suas grosserias e imprecações
o rosário perdido dos seus diminutivos
a variedade ameaçada das suas palavras
Há vinte anos que não vejo a minha mãe
mas sou o último homem
que ainda fala a sua língua
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Os convidados
A minha mesa está servida e os meus convidados estão atrasados.
Esqueceram-se do meu convite,
perderam a morada no caminho?
O que lhes terá acontecido?
Aguardo há horas, “o ouvido colado à porta”. Não sei quantos serão, se virão
vestidos de inverno ou de verão, em que língua me cumprimentarão ao entrar.
A minha mesa está servida. Esperarei o tempo que for preciso e o tempo que
não for preciso.
Mesmo se eu fosse vítima de uma ilusão, insistiria. Inventaria amizades raras,
com rostos francos e tão fáceis de ler como os livros infantis, e vozes de acentos
delicados e bocas pequenas que partilhariam até um grão de cuscuz.
A minha mesa está posta. Preparei-a com esmero, com amor. A música ajuda-
me a aguentar a espera. Amolece os meus guisados, faz brilhar as minhas
azeitonas, liberta os perfumes das minhas especiarias.
Finalmente, ouço o som de passos. Levanto-me para abrir a porta. Mas a porta
voa em pedaços. São estes os meus convidados? Homens sem rosto irrompem,
de armas na mão. Não têm qualquer consideração por mim. Disparam sobre a
mesa, reduzindo-a a estilhas, e vão-se embora sem uma palavra. Até a música
se detém.
Bom, não tenho mais nada a fazer senão fazer a limpeza e preparar uma nova
refeição.

O manuscrito
Não calculava que Satanás - Iblis para os seus amigos – fosse uma tão fraca
figura, apesar de supinamente indiscreto, e ainda por cima ladrão.
Sentava-me à minha secretária e preparava-me para escrever quando se veio
sentar silenciosamente ao meu lado. Eu, que não sou um gigante, ultrapassava-o
por uma cabeça. Por isso, encarei-o com confiança, identificando-lhe os traços
distintivos um a um. Mais de dois palmos de nariz, de perfil. O seu único olho
não tinha pestanas. Ao canto da boca desenhava-se uma estrela de sete pontas.
Depois de o ter fixado e reconhecido, voltei ao trabalho. Aqui está um poema
sobre Iblis, pensei para mim. Bastou isso para eu o meu companheiro se
agitasse. Vi uma mão muito fina sair do seu bolso e pousar na minha página.
A cada palavra que escrevia ele acrescentava outra, com um verdadeiro sentido
de oportunidade, devo dizê-lo. Mas se eu não gostasse de um dos seus achados
e o riscasse, ele replicava imediatamente com esmero. Escrevemos e corrigimos
durante muito tempo até que o telefone tocou. Peguei no bocal e esperei que a
pessoa do outro lado se identificasse. Mas, não havia ninguém do outro lado.
Iblis tinha aproveitado este breve interlúdio para se esgueirar, levando com ele
o nosso manuscrito.

Inseparáveis *
Das toneladas de livros que li
1 esqueci-me de quase tudo
Pobre corpo Ter-me-ei tornado
contraído e mal-enjorcado um homem culto?
Agradeço a tua hospitalidade *
tu encompridas a tolerância Os ateus
até ao ponto do vício juram pelos seus deuses
Aproveito-me sem vergonha Os crentes
Eu uso-te protestam contra os seus
e tu usas-me *
somos inseparáveis O que sairá
de parvos é que temos pouco desta folha
dita virgem?
3 Um botão de moringa
Se não quiseres ou uma flor carnívora?
ficar demasiado desiludido Que tenho que não deixo de tremer?
prepara-te *
para a decepção Ainda eu não ouvi
* a sentença
Onde está o amor e já me estão a dar
que adivinha em ti o negrume o último cigarro
da tempestade *
e a trava Tinham tudo para serem homens
com um simples sopro? e não o são
Onde está esse amigo Veja-se fazem
que todos os dias te telefona o que nenhuma besta
só para te dizer bom dia? foi capaz
Onde está o país Ei-los cravejados
que não te reclame dentro de nós
ano após ano os que se dizem homens
o preço de teres nascido? *
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Já que não há mais nada a dizer *


tudo foi dito de novo Estás aí
Outra volta na manivela! Nem tudo está perdido
*
Em vez Diante de ti
de abater-se uma ovelha envergonha-me o meu desespero
pelo nascimento de uma criança,
por que não plantar uma árvore?

*
Uma memória longínqua
A felicidade acordou-me
Pela primeira vez
conheci o amor
Vibrava ainda
da cabeça aos pés
Tinha quinze anos
e sentia-me imortal
*
Outra memória
sozinho
entre quatro paredes
Apesar da escuridão
sinto a aurora
O espírito da amada está lá
mais ardente do que a sua carne
A este poema silencioso
nunca o poderei igualar
Acordar ao teu lado
trazer-te café
ouvirmos rádio juntos
acolher a tua cabeça no meu ombro
massajar os teus dedos
Amor tão simples
como um bom-dia!
Emigro em vão
É em vão que emigro
Em cada cidade bebo o mesmo café
e resigno-me à carantonha do garçom
No riso dos meus vizinhos de mesa
tinem ainda farrapos de música
Uma mulher passa pela última vez
É em vão que emigro
e certifico como estou longe
Em cada céu encontro uma lua crescente
e o renhido silêncio das estrelas
Falo durante o sono
uma algaraviada de línguas
e gritos de animais
O quarto onde acordo
é aquele onde nasci
É em vão se emigro
O segredo dos pássaros escapa-me
como o segredo deste íman
que ensombra a minha mala a cada etapa

As migalhas sob a mesa


Devolvo a inteira nobreza
a estas migalhas debaixo da mesa
Humildemente me inclino,
pego-lhes, beijo-as uma a uma
e deposito-as sobre a racha ao cimo
Ó muro que ameaças ruir
de onde as andorinhas avisadas
já mudaram os seus ninhos
ó mundo encalhado como um sublime veleiro
devolvo-te estas migalhas e a sua inteira nobreza
Deposito-as ao cimo sobre a racha
e digo: Este é o meu espírito
colhi-o sob a mesa

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