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Mantenha viva a esperança

Leitura bíblica (Jeremias 29:4-14)

4. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu
deportei de Jerusalém para a Babilônia:

5. Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto.

6. Tomai esposas e gerai filhos e filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas
filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais.

7. Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque
na sua paz vós tereis paz.

8. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os
vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos
vossos sonhadores, que sempre sonham segundo o vosso desejo;

9. porque falsamente vos profetizam eles em meu nome; eu não os enviei, diz o
SENHOR.

10. Assim diz o SENHOR: Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos,
atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-
vos para este lugar.

11. Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR;
pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.

12. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei.

13. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.

14. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte; congregar-vos-ei
de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a
trazer-vos ao lugar donde vos mandei para o exílio.
Introdução:
Para entender bem a mensagem do livro de Jeremias, precisamos conhecer um pouco
mais sobre seu principal personagem. Aliás, penso que podemos conhecer mais sobre a vida
de Jeremias do que sobre qualquer outro profeta bíblico. A Bíblia apresenta diversos dados
de sua história, suas atitudes e de seus sentimentos mais íntimos a respeito do que estava
acontecendo naquela época.

Jeremias viveu em um período histórico crucial para o povo de Deus. O Reino de Israel
já havia sido dividido e nesse período, o Reino do Norte já não existia mais. O ministério
profético de Jeremias, portanto, foi dirigido ao reino do Sul, Judá, durante os últimos quarenta
anos de sua história (626-586 a.C.). Ele viveu para ser testemunha das invasões babilônicas
que resultariam na destruição de Jerusalém e do templo.

No contexto da perícope que acabamos de ler por exemplo, O profeta Jeremias está
em Jerusalém, escrevendo uma carta aos seus irmãos que haviam sido deportados para a
babilônia pelo rei Nabucodonosor.

Nenhum profeta no Antigo Testamento tem sido tão mal interpretado quanto Jeremias.
Por séculos ele tem sido conhecido como o homem do rosto triste e dos olhos chorosos.
Alguns estudiosos acham que ele era um indivíduo temperamental e neurótico, uma pessoa
desajustada de sua época, um pregador grosseiro que deveria ter desenvolvido uma
abordagem psicológica melhor para os problemas do seu tempo, afinal, sua pregação não
converteu ninguém.

Mas esse tipo de conclusão acerca do profeta somente pode vir de uma leitura
superficial do livro, e de uma compreensão inadequada da vida e época de Jeremias. Na
verdade, quando esse chamado “profeta chorão” é entendido da perspectiva correta, ele
desponta como o grande profeta da esperança.

Na realidade, Jeremias tinha uma imensa força interior para continuar nutrindo
esperança apesar das adversidades, muito além de qualquer profeta do Antigo Testamento.
Embora tivesse a tarefa desagradável de reunir, as advertências de todos os seus
predecessores e anunciar a destruição certa e final da sua amada nação, ele conseguia ver,
com os olhos da fé, um dia novo e melhor após o julgamento amedrontador.
Quando tudo ao seu redor estava escuro como a meia-noite, ele convenceu-se de que
havia luz mais adiante. Mesmo diante de um quadro completamente desfavorável de tristeza
profunda, seus olhos conseguiam enxergar um horizonte distante onde haveria uma nova
aliança e uma nova era prometidas por Deus para com seu povo

Esperança de um futuro melhor, esperança de dias melhores! Nós ainda estamos no


começo do ano, mas para muitas pessoas, 2020 está sendo mais um ano difícil, cheio de
lutas e dificuldades, mas parece que nós brasileiros estamos acostumados com isso.

Enfrentamos crises financeiras, crises políticas, crises morais e éticas no nosso pais.
Mal começou o ano e já são tantas enchentes, pessoas perdendo suas casas, suas famílias,
sua vida. Outros com medo do que vai acontecer com o mundo: são catástrofes naturais,
coronavírus, ameaças constantes de guerras, incêndios devastadores como na Austrália...

E diante desse quadro caótico, muitos ainda permanecem acreditando que o ser
humano vai conseguir resolver os problemas do mundo, e como isso não acontece, logo vem
a frustração, justamente por que colocamos nossa esperança em homens, instituições,
partidos políticos e tudo mais.

É por isso que o próprio profeta Jeremias faz uma alerta importantíssima no cap.17.5-8:

5 Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o
seu braço e aparta o seu coração do Senhor!

6 Porque será como o arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o bem;
antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.

7 Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor.

8 Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes
para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de
sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto.

Observe que no versículo 7, o profeta nos diz que bendito é o homem que confia no
Senhor e cuja ESPERANÇA é o Senhor!

Por isso, diante de todas as circunstâncias que temos enfrentado e frente aos desafios
que ainda iremos enfrentar, a mensagem que tenho para você é: Mantenha viva a esperança!
E voltando para o texto bíblico do capítulo 29, encontramos pelo menos três diretrizes
para nossa vida cristã:

1) Mantenha viva a esperança enquanto espera o tempo de Deus (v.10)

Se olharmos para o primeiro versículo do capítulo 29, veremos que o profeta Jeremias
está em Jerusalém, escrevendo uma carta aos seus irmãos que haviam sido deportados para
a babilônia pelo rei Nabucodonosor.

E por que ele escreve essa carta? Por que alguns falsos profetas despertaram
expectativas entre aqueles que foram deportados, gerando no coração desse povo exilado
uma esperança enganosa (vs 8 e 9).

A mensagem de Deus, porém é diferente da mensagem proclamada por esses falsos


profetas. O que o Senhor está dizendo ao seu povo por intermédio do profeta Jeremias é que
o exílio durará 70 anos e ponto final. Alguns estudiosos sugerem que esse tempo de 70 anos
é simbólico e que ele representa um ciclo, uma geração, uma completude.

Mas não é isso que importa para nós nesse caso, o que precisamos entender aqui, é
que quando Deus estabelece um tempo para que alguma coisa aconteça, a sua vontade
soberana prevalecerá, e a nós, seres humanos, só nos resta esperar que esse tempo se
cumpra!

No entanto, esperar não é uma tarefa fácil, principalmente para nós que fazemos parte
de uma geração pós-moderna ou da modernidade líquida como definiu o sociólogo e filosofo
polonês Zygmunt Bauman.

Segundo ele, “os tempos são “líquidos” porque tudo muda muito rapidamente. Nada
mais é feito para durar, para ser “sólido”. É um mundo de incertezas e de extrema ansiedade
e angústias.

E de fato, esperar pode se tornar angustiante em algumas ocasiões (ilustração:


aguardar a ambulância do SAMU chegar para resgatar a moça desacordada no acidente
próximo ao bosque).

Talvez você também já viveu ou quem sabe esteja vivendo uma espera angustiante,
aguardando o resultado de um exame que pode trazer resultados negativos em relação a sua
saúde por exemplo, ou esperando um filho voltar depois dele ter saído de casa irado dizendo
que nunca mais voltaria e tantas outras situações que qualquer um de nós passamos no
decorrer da vida.

A Bíblia relata a história de um paralítico em João 5. Aquele homem esperava por uma
cura ali, no tanque de Betesda, havia 38 anos! Veja bem, não são 38 horas ou 38 dias, são 38
anos!!

Mas um belo dia, Jesus passou por ali e perguntou a ele: queres ser curado? E ele
respondeu: Senhor, estou aqui a 38 anos, esperando por um milagre, mas não tenho
ninguém que me ajude. E Jesus então lhe disse: levanta-te, toma a tua cama e anda, e
instantaneamente aquele homem foi curado.

Que milagre maravilhoso de Jesus! Mas eu quero chamar a sua atenção para a
perseverança daquele homem paralítico: ele decidiu esperar, ele não desistiu, ele manteve
viva a esperança de que um dia ele seria curado e essa fé o sustentou por 38 longos anos,
até que um dia seu milagre chegou.

E quanto a nós? Como está nossa esperança diante das esperas da vida? Será que a
sua fé permanece inabalável em Jesus mesmo depois de tanto tempo?

Enquanto estiver passando pela espera, lembre-se do que o profeta Jeremias, no


capitulo 3 do livro das lamentações escreveu:

21 Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.

22 As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as


suas misericórdias não têm fim;

23 renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.

24 A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.

25 Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca

Precisamos aprender a esperar, mesmo que as vezes pareça que o caminho é longo e
que não vamos chegar ao final devido a tantos empecilhos que surgem em nossa jornada,
precisamos esperar confiantemente no Senhor!

Como diz a canção do Marcos Almeida: Eu espero em Ti, embora sem saber, Como Tu
dirás eu não sei, mas esperarei. A nossa caminhada é feita por fé e não por aquilo que
vemos, portanto, confie, espere, descanse o seu coração na Palavra de Deus.
Mantenha viva sua esperança enquanto espera o tempo de Deus. Espere confiando
que o Senhor está cuidando de você e te moldando para propósitos ainda maiores.

Diante do texto bíblico que lemos, a segunda orientação para nós é:

2) Mantenha viva a esperança, trabalhando enquanto espera (v.4-7)

A carta de Jeremias traz uma má notícia para os exilados que estavam na Babilônia,
mas ao mesmo tempo, busca incentivar o povo de Deus a sair da inércia em que se
encontrava.
Veja bem, nos versículos 8 e 9, nós vemos a exortação do Senhor contra os falsos
profetas, justamente por que as falsas profecias estavam gerando uma expectativa no
coração do povo de que muito em breve, o Senhor os livraria daquele cativeiro.
Por causa dessa falsa expectativa, o povo estava de braços cruzados, parado,
esperando o milagre pregado por profetas mentirosos, quando na realidade o tempo do exílio
já havia sido determinado por Deus: 70 anos!
Jeremias então diz para o povo: olha o negócio aí vai demorar mais do que vocês
estão pensando, vocês vão precisar esperar esse tempo de Deus, mas enquanto isso,
descruzem os braços, tomem o arado e trabalhem!
O Senhor ordena ao povo que construam casas para morar nelas, ele manda o povo
plantar pomares para colher o fruto, ordena que os jovens se casem e tenham filhos e se
multipliquem naquele lugar.
Esperar em Deus não significa que vamos nos acomodar e esperar que as coisas
caiam do céu. A nossa esperança deve gerar em nós o desejo de trabalhar pelo reino de
Deus, deve ser uma esperança viva, livre da preguiça, livre da indiferença.
O filósofo Mario Sergio Cortella faz uma observação muito apropriada sobre a palavra
esperança, ele diz assim:
“Não confundamos esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar.
Violência? O que posso fazer? Espero que termine… Desemprego? O que posso fazer?
Espero que resolvam… Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam… Corrupção? O
que posso fazer? Espero que liquidem… isso não é esperança, é apenas uma espera.
Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não
desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro
modo. ”
Foi essa esperança que levou os discípulos de Jesus a permanecerem em Jerusalém,
obedecendo a última ordem do mestre antes de ascender aos céus dizendo: ficai em
Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
Eles ficaram na cidade, mas não de braços cruzados. Diante do medo, da eminente
perseguição, das incertezas do que estava por vir, eles se reuniram no cenáculo para orar.
O evangelho de atos, cap 1 vs 14 relata que todos perseveravam unanimes em
oração! Agora veja o que acontece logo em seguida no capítulo 2:

1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;


2 de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa
onde estavam assentados.
3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre
cada um deles.
4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas,
segundo o Espírito lhes concedia que falassem.

Percebe a diferença entre esperançar e simplesmente esperar? Os discípulos sabiam


que o consolador viria, pois essa era a promessa de Jesus, mas eles não se acomodaram,
eles se reuniram para buscar poder do alto a fim de cumprirem sua missão. Essa é uma
esperança viva!
E você como tem vivido? Quais motivações sua fé tem gerado em você?
Para um cristão verdadeiro, sua maior esperança está na verdade de que Cristo Jesus
voltará para que estejamos eternamente com Ele! Mas enquanto Cristo não volta, o que
iremos fazer? Será que vamos cruzar os nossos braços e ficar esperando?
No Evangelho de Mateus 25:14-30 o Senhor Jesus nos conta uma parábola onde
retrata um senhor que viaja para fora do país e deixa suas posses sob a responsabilidade de
seus servos.
Enquanto ele estiver ausente, os servos deverão negociar os seus bens para obter
lucro. No dia que o senhor voltar, eles deverão prestar contas. Ele então viaja e retorna
depois de um longo período e encontra servos bons, que trabalharam e granjearam novos
talentos, mas também encontra um servo mal, que enterra o seu talento e não produz coisa
alguma.
Penso que a maior lição desta parábola está na importância de se “remir” o tempo, de
maneira sábia, antes que Cristo volte. Não se trata de uma espera desinteressada, pois exige
de cada um de nós, seus servos, que levemos adiante a tarefa de cuidar dos “talentos” que o
Senhor nos confiou e tiremos o máximo proveito da oportunidade que nos foi confiada. Estar
preparado para a volta de Jesus significa também comprometer-se com a tarefa que nos foi
designada pelo Senhor

É interessante que nessa parábola, aquele senhor que sai para uma viagem longa,
distribui os seus talentos aos seus servos para que eles os administrem.

E o que isso significa para nós? Significa que cada um aqui recebeu do Senhor um
dom, um talento precioso a fim de servi-lo e trabalhar no reino dele. Ninguém aqui pode dizer:
“olha eu não tenho talento algum”, pois isso não é verdade.

O Senhor te chamou para fazer parte de um grande projeto, de uma grande missão
que é reconciliar pecadores perdidos com Ele. E tenho absoluta certeza de que se você se
dedicar a trabalhar na seara do Senhor, Ele te capacitará!

Trabalhe enquanto descansa na divina providência, seja uma benção onde o senhor te
colocou, não importa se você estiver em um ambiente onde você não se sente em casa,
lembre-se de que Israel estava no exílio, mas o Senhor os fez prosperar ali.
E no versículo 7, o senhor instrui o seu povo a trabalhar pela paz: “procurai a paz da
cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz.”
Trabalhe pelo Reino de Deus enquanto espera a volta de Jesus, mas trabalhe também
pela sua comunidade, lute contra toda injustiça quando se deparar com ela e busque a paz,
ore pela paz, pois onde você estiver a paz do Espírito de Deus também ali estará!

E para encerrarmos, o terceiro desafio da Palavra e Deus para nós é:

3) Mantenha viva a esperança, mudando suas atitudes (v.11-13)

Albert Einstein disse certa vez a seguinte frase: “Insanidade é continuar fazendo
sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.
Observe que o povo de Israel estava distante de Deus, o exílio era justamente o
momento de disciplina e de correção para um povo eleito que havia virado as costas para o
seu Rei.
E apesar de estarem no exílio, passando pelo tempo da aflição, continuavam dando
ouvidos aos falsos profetas e de braços cruzados, vivendo de acordo com o seu próprio
querer. E o texto bíblico revela claramente o que Deus queria do seu povo: uma mudança de
atitude!
É um momento em que o profeta está dizendo ao povo: “mantenham viva a esperança!
Mas ao mesmo tempo também os exorta a se voltarem para Deus, se arrependerem e
buscarem a face do Senhor, afinal os pensamentos dEle são pensamentos de paz e não
de mal para os seus filhos.

E qual é o caminho para essa mudança? Vs 12 e 13: Então, me invocareis, passareis a


orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o
vosso coração.

Observe que os verbos invocar e passar do verso 12 estão no modo indicativo, no


futuro do presente, indicando justamente uma alteração de postura, uma transição: me
invocareis, passareis a orar a mim, isso é mudança!

Deus está convocando o seu povo para a reconciliação, e está dizendo claramente: “Eu
estou disponível para vocês, eu não virei as costas para vocês, mudem suas atitudes,
busquem a minha face, busquem a minha presença, façam isso de todo o vosso coração e
vocês me encontrarão! Serei achado de vós e farei mudar a vossa sorte!
Nós precisamos mudar nossas atitudes e nossos hábitos se quisermos ter a nossa
sorte mudada e manter nossa esperança viva! Precisamos deixar o passado para trás, e
começar a olhar para frente à partir de uma perspectiva cristã, ou seja, enxergar como Cristo
enxerga, viver uma vida da maneira como Cristo quer que nós vivamos.
Quando fazemos isso, as nossas velhas atitudes ficam para trás, e tendo a nossa
mente transformada pelo Espírito Santo, somos capacitados a pensar, sentir e agir como
Cristo, não mais com os nossos olhos voltados para a temporalidade, das coisas terrenas,
mas temos novas atitudes que trazem implicações eternas! É nessa rocha que precisa estar
firmada a nossa esperança.
Precisamos mudar, precisamos restaurar aquilo que não tem sido instrumento de
glorificação do nome do Senhor, mudar as atitudes, mudar os velhos hábitos, afinal se
nascemos de novo e agora estamos em Cristo, somos transformados por ele dia após dia,
com isso vamos nos tornando uma nova criatura com novas atitudes e com novos hábitos.
Há uma frase de James Hunter no livro Sete Hábitos das Pessoas Altamente Capazes
que diz assim: "Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se
nosso caráter e o caráter torna-se nosso destino”.
Com isso podemos concluir que nosso destino é determinado por nossas ações
habituais, mas isso só será plenamente satisfatório se recebermos a direção divina dessa
transformação, que já não é mais fruto de uma vida vivida pelo nosso próprio espírito, e sim
pelo poder do Espírito Santo de Deus.
Há um contraste entre o espírito da nossa mente e o espírito divino e celestial, que
gera em nós uma mente nova e diferente. A mudança verdadeira só se torna possível para
aqueles que tem uma mente renovada por Jesus.
Ilustração: Na revista U.S. Naval Institute Proceedings (uma publicação do Instituto
Naval Americano), Frank Koch relata um dos seus maiores aprendizados enquanto servia na
marinha Norte Americana. Ele escreveu:

Por muitos dias, dois navios de batalha pertencentes ao esquadrão de treinamento


estavam no mar, em movimento estratégico, sob um forte temporal. Eu estava servindo no
navio principal e estava vigiando a ponte de comando, quando a noite caiu. A visibilidade era
ruim com toda aquela neblina espalhada. Sendo assim, o capitão ficou na ponte de comando
para ficar de olho em todas as atividades.

Logo depois da escuridão, o vigia na asa relatou:

— Luz girando a estibordo.

— Estável ou movendo-se para trás? gritou o capitão.

O vigia respondeu:

— Estável, capitão. — isso significava que estávamos em curso de colisão com o outro
navio.

Então, o capitão recorreu ao sinaleiro:

— Faça o seguinte sinal para aquele navio: "Estamos em curso de colisão, advertimos
para que mude o seu curso em 20 graus".

Recebemos um sinal de volta: `É necessário que mudem o curso em 20 graus'.


O capitão disse:

— Diga-lhes o seguinte: "Eu sou o capitão, e ordeno que mude o curso em 20 graus".

— Sou um marinheiro de segunda classe, — veio a resposta — é melhor que mudem o


curso em 20 graus.

Naquele momento, o capitão ficou furioso e berrou:

— Diga-lhe: "Eu sou um navio de guerra, mude o curso em 20 graus".

E uma luz que piscava trouxe uma nova resposta:

— E eu sou o Farol.

Então, mudamos o curso.

Comece a mudar. O sábio capitão troca a direção de sua embarcação mediante o sinal
do farol. Uma pessoa sábia faz o mesmo.

Conclusão

As palavras do profeta Jeremias proferidas a quase 3 mil anos continuam ecoando até
os dias de hoje em nossos corações: Mantenha viva a esperança!

O Deus Eterno e soberano sabe bem o que faz e os seus caminhos são muito mais
altos do que os nossos.

Nós seres humanos muitas vezes, por causa da nossa limitação não conseguimos
compreender por que é que o Senhor nos envia muitas vezes para o exílio, no entanto,
mesmo longe de casa, oprimidos e aprisionados Ele sustenta a nossa esperança.

No entanto, cabe a nós manter essa esperança viva e entender nesses momentos o
que o Senhor quer nos ensinar, o que Ele quer falar.

Meu desejo é que ao longo da semana você possa meditar nesse texto tantas e
quantas vezes for necessário até entender que esses três conselhos da Sagrada escritura
penetrem na sua mente e no seu coração:

- Mantenha viva a esperança enquanto espera o tempo de Deus;


- Mantenha viva a esperança, trabalhando enquanto espera;
- Mantenha viva a esperança, mudando suas atitudes.

Lembre-se que no versículo 11 o Senhor diz assim: Eu é que sei que pensamentos
tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim
que desejais.

E nessa noite o Senhor nos convida a busca-lo, dando-nos a segurança de que o


encontraremos. Mas há uma condição imposta para que esse encontro aconteça: buscar-me-
eis e me achareis quando??? Quando me buscardes de todo o vosso coração!

E não se esqueça que no versículo 14, existe uma promessa de Deus para nós que
diz: “Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte! E essa frase é muito
especial, farei mudar a vossa sorte”, isso indica a restauração do relacionamento entre o
Senhor e seu povo.

E essa é maior consolação de Deus para com Israel: O Senhor diz, vocês quebraram a
aliança comigo, vocês me abandonaram, vocês viraram as costas para mim, mas EU irei
restaurar o relacionamento com vocês.

Ainda bem que Ele permanece fiel, e isso deveria gerar no seu coração uma grande
esperança. Isso deveria gerar em mim e em você uma alegria imensa e uma esperança que
jamais será abalada pois quem garante a sustentação dessa aliança é o próprio Deus.

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