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RESUMO
ABSTRACT
The presente work perf orms a historical synthesis with regard to the
social construction of motherhood associated with gender. Initially, an
overview of the theme at the tim of Colonial Brazil is carried out,
f ollowed by the Industrial Revolution associated with the context of the
burden of black women in this sphere. And, f inally, care as a f emale
attribution is approached with the aim of problematizing the theme.
1 INTRODUÇÃO
Para alcançar os objetivos acima descritos, este trabalho foi dividido em três
seções, “Gênero e Brasil colônia: uma construção cerceada”; “A mulher na revolução
industrial: emancipação ou interesse econômico?”; e “A mulher e o papel de
cuidadora”
Desta forma, percebe-se que, à época, a mulher era fortemente “moldada” por
costumes morais, sem serem consideradas suas possibilidades materiais ou seus
interesses pessoais e/ou sociais. A vida em família era marcada pela hipocrisia,
homens faziam o que queriam e as mulheres eram submetidas, tendo sua dignidade
frequentemente violada por esse contexto. Essa situação, como será visto a seguir,
pode ser observada em grande parte da história das mulheres, apenas se
reconfigurando conforme os tempos históricos, de modo que com o passar dos anos
e as transformações sociais, percebe-se que a questão de gênero se confunde com a
história da sociedade como um todo.
Logo, mesmo com a ascensão da mulher à vida pública, sua imagem ainda é
associada ao doméstico, se estabelecendo com isto um problema até hoje insolúvel,
sintetizado no fato de que “a domesticidade se transformaria nos séculos seguintes,
sem que fosse superada a conexão entre a valorização social das mulheres e o
universo doméstico familiar” (BIROLI, 2018, p. 95). Essa desigualdade se perpetua
até os dias atuais e se demonstra por meio de jornadas de trabalho múltiplas, avanço
de uma indústria cosmética associada a padrões de beleza inalcançáveis, uso da
imagem da mulher vinculada ao sensual, dentre outros fatores que evidenciam a
disparidade entre o feminino e o masculino.
A inserção das mulheres em uma vida mais política exigia delas excelência
nas suas funções de mães e esposas (BIROLI, 2018), ou seja, havia a necessidade
de um “equilíbrio” dessas atividades a fim de demonstrar que o fato de estarem
exercendo outras responsabilidades não influenciava em seu papel “natural”.
Ser mãe passa a ser disseminado como um sonho, que deve ser almejado
por todas. A mulher, mesmo que em seu íntimo não deseje ser mãe deve sê-lo, sob a
pena de julgamento moral da sociedade. A mulher que não segue seu suposto dever
natural, seja não concebendo uma criança, seja concebendo e não a priorizando ou
não seguindo aquilo que é esperado como uma criação exemplar, é taxada como
“desnaturada” - como o próprio termo sugere “que ou aquele que é destituído dos
sentimentos considerados como naturais”2.
Às mulheres foi imposto um manual não escrito de como ser mãe. O exercício
da maternidade deve seguir um padrão de regras indefectíveis e a sociedade está
sempre em alerta para analisar se está ou não de acordo com aquilo que se espera
de uma boa progenitora. A necessidade de se impor uma “receita” de como executar
os encargos da maternidade só demonstra como essa incumbência não é, de forma
intrínseca, natural às mulheres. Conforme enuncia Badinter (1985):
O que se pode perceber é que foi construída uma relação paterna mais
distanciada, apesar de existir o papel paterno, essa atuação não é tão intensa quanto
a das mulheres. Aos homens, por estarem como “coadjuvantes” nesse processo, não
são exigidos de forma tão acentuada a dedicação e os cuidados exigidos das
mulheres. O sacrifício pelo lar, por exemplo, não se faz presente nas obrigações da
vida masculina, de modo que os homens são mais livres para seguirem seus anseios.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS