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FILHOS DE MILITARES

Todo mundo sabe que os


lhos de militares têm uma
capacidade quase
camaleônica de se misturar
ao novo meio.
Somos geneticamente
mimados para gostar de
tudo a nosso volta, seja
f r i o , c a l o r, e l e g â n c i a ,
pobreza, água, seca ou
qualquer outra condição
física, psicológica,
geográ ca, climática,
nanceira, etc...
fi
fi
fi
Para quem está de fora,
criticar tudo isso é muito
bom,
“Os pobres coitados dos lhos de
militares não tem amigos e nem
l aço s afe t i v o s c om l ug a r
nenhum!”.

O s f o f o q u e i ro s q u e m e
desculpem, mas meus laços
afetivos são com o Brasil e
meus amigos estão
espalhados pelo mundo.
Quantas pessoas podem
dizer que têm vivência
nacional?
fi
Aprender sobre a Amazônia
no meio da selva, ouvir os
dois lados da história e
escolher em qual acreditar,
ter orgulho de ver seu pai
tentar resolver os problemas
de outros países.

Quantas pessoas podem


dizer que seu herói está
dentro de casa?

E não adianta um civil tentar


se comparar com os nossos
capitães, sargentos,
coronéis, tenentes...
Eles nunca vão entender que
você se muda sim, mas que
dentro da sua casa, onde
realmente importa, nada
muda.

Os lhos de militares
aprendem a amar à distância,
a entender o lado bom de
tudo, a montar e desmontar
uma casa em dois dias, a
acolher até quem morou a
vida toda na mesma casa, a
conservar bons amigos com
o carinho, mesmo sem a
presença.
fi
A cidade que você mora
pode não ser a melhor de
todas, pode até ser a pior,
mas dentro de casa, lá sim,
está o melhor lugar do
mundo e os lhos de militares
sabem fazer o melhor lugar
do mundo em qualquer lugar.

Não importa aonde você


chegue, dentro da casa de
um militar sempre haverá um
refúgio de carinho e amizade
criado pelos nossos laços
com o Brasil e pelos nossos
amigos espalhados pelo
mundo.

Os militares sabem que suas


escolhas afetam a vida de
suas famílias e sofrem ao ver
seus lhos deixando os
amigos, namorados e suas
casas para trás, mas
compensam suas famílias
com uma chuva de amor e
cultura.
fi
fi
Engana-se quem acredita
que somos “pobres lhos de
militares”.
fi
Somos orgulhosos, gratos,
felizes, ricos, privilegiados,
inteligentes e acima de tudo
amados lhos de militares.
As casas podem mudar, mas
nossos lares são construídos
em torno de uma família não
de um lugar.

O estilo de vida que meu pai


me proporcionou fez de mim
quem eu sou hoje, uma
aspirante a jornalista com
uma bagagem cultural
gigante, que pode encher a
boca e dizer que viveu e não
apenas leu toda essa cultura.
fi
Obrigada, pai, por escolher
ser militar.
Bárbara Miranda
Trabalho elaborado
em Faculdade de Jornalismo

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