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SOBREVIVÊNCIA NA SELVA

Princípios

 Afastar-se da aeronave e voltar somente após evaporar o combustível e esfriar o


motor e se possível permanecer próximo a ela;
 Tratar os feridos;
 Acionar o rádio transmissor de emergência;
 Planejamento de como agir;
 Grupo organizado;
 Descansar física e mentalmente;
 Construir um abrigo;
 Construir fogueiras.

Tripé de sobrevivência

 Água;
 Alimentação;
 Sono.

Maior inimigo na selva

 Mosquitos e insetos transmissores de doenças.

Sinalização

 Usar partes brilhantes ou de coloração viva da aeronave, sob a asa do avião e ao


redor dele;
 Fazer fogueiras num raio de 50 a 100 metros do avião;

 De dia produzir fumaça negra = óleo ou pedaços de borracha


 Fumaça branca = por fogo em folhas verdes, musgo ou pouca água.
 Espelho de sinalização= para uso diurno alcance de 10 milhas.

Sinais de busca e salvamento

1. Necessitamos assistência = V
2. Necessitamos assistência médica = X
3. Não ou Negativo = N
4. Sim ou afirmativo = Y
5. Avançado nesta direção = ↑

SAR = Serviço de busca e salvamento (Search And Rescue)

Sinalização Aeronaves SAR /Sobreviventes


– Mensagem recebida e entendida

 De dia ou luar forte = balançando as asas;


 De noite = fazendo sinais verdes com lâmpadas ou com pirotécnicos.

– Mensagem recebida e não entendida

 De dia ou luar forte = Fazendo uma curva de 360º pela direita;


 De noite = Fazendo sinais vermelhos com lâmpadas ou com pirotécnicos.

Rádio de Emergência BEACON

Emite SOS na frequência CIVIL = 121,5 Mhz / MILITAR = 243 Mhz


(mantendo sempre alerta, principalmente no período internacional de silencio) que vai:

 15 aos 18 / 45 aos 48 minutos (no ocidente)


 00 aos 03 / 30 aos 33 minutos (no oriente)
 Na água salgada começa a transmitir em = 5 segundos
 Na água doce = em 5 minutos

Alcance:

 Vertical = 40.000 pés (aprox. 13.000 metros)


 Horizontal = 250 milhas náuticas (aprox. 460 quilômetros)

 Duração = 48 horas (ininterrupta)

Abrigos

O local ideal deverá ser um ponto um pouco elevado, seco, a mais de 100 metros de
curso de água (rios ou correntes), para se evitar riscos de inundação e oferecer
facilidades de obter água e lenha.

 Sapé ou folhas largas = Cobrir uma estrutura em formato de A, com folhas de


palmeiras ou folhas largas, pedaços de casca de arvores ou sapé (feixes de
capim).
 Tarimba = Estacas que suportam estrados e suportam adequadamente
um mosquiteiro, o estrado é coberto com folhas largas 4 ou 5 camadas de folhas.

Água – Purificação

 Pela fervura, durante pelo menos 1 minuto;


 Pelo adicionamento de 8 gotas de tintura de iodo em um litro de água,esperando
30 minutos para beber;
 Ou juntando a água o purificador existente no equipamento de
primeiros socorros.
 Nunca beba de um cipó que produza liquido leitoso e amargo.

Alimentação – Provisões 3 partes

 Separe duas terças partes (2/3) para a primeira metade do período que calculou
até o salvamento
 Deixe a ultima terça parte (1/3) das provisões para a segunda metade deste
período.

Alimento silvestre

Nunca comer sapos, nem peixes estragados.

Alimento animal

Peixes perigosos:

 Bagres e mandis – possuem 3 ferrões, um em cada nadadeira (uma ferroada


resulta em inflamação, às vezes acompanhada de febre).
 Piranhas – o peixe mais perigoso que existe, vive em cardumes e tem 3 tipos
(branca, acaju ou preta e vermelha).
 Arraias – possuem o corpo romboidal, comprido de cima para baixo, com a
calda muito delgada e armada de um ferrão bi farpeado, com aspas retorcidas em
formas de punhal.
 Baiacus – são perigosos devido aos espinhos, são extremamente venenosos.
 Poraquê – peixe elétrico, devido ao efeito produzido por uma descarga elétrica
para sua defesa, habita na região Amazonas, Pará e Mato Grosso.
 Candiru – minúsculo peixe, até 3 cm; facilidade em penetrar no ânus ou uretra
de banhistas de rios.

Somente comer peixes que obtenham escamas de revestimento e não comer os de pele
espinhosa e lisa.

Insetos:

 Cupins (as fêmeas) tirando as asas podem ser comidas;


 Gafanhotos;
 Grilos (escaravelhos).

Alimento vegetal

 Nunca comer alimento desconhecido sem antes testar uma prova, cozinhar uma
pequena amostra, por na boca e mastigar sem engolir em torno de 5 minutos;
 Regra (CAL): toda substância cabeluda, amarga ou leitosa deverá ser
abandonada;
 Podemos comer qualquer alimento procurado por roedores ou macacos;
 O cozimento ao fogo elimina o veneno de todos os vegetais, exceto do
cogumelo;
 Todos alimentos devem ser cozidos para eliminar riscos de intoxicação;
 Não comer sapos, peixes estragados, baiacus e animais mortos;
 Todo alimento que contém amido deverá ser cozido pois cru é não digestivo.

Frutas

 Nenhuma espécie de banana é venenosa;


 Com exceção do mamão, qualquer fruta leitosa deverá ser refogada;
 Nozes, castanhas e pinhões (são os alimentos mais nutritivos que a floresta
oferece);
 Algumas castanhas, como os pinhões ficam melhor cozidas;
 Palmeira (praticamente todas contem palmito (miolo), que pode ser comido
cru ou cozido, também produzem coquinhos, que nenhuma espécie é venenosa).

Casca de árvores

Evitando aquelas de coloração marrom por serem muito amargas, a parte comestível é a
casca interna, geralmente esbranquiçada, que deve ser cozida em varias águas e depois
consumida ou transformada em farinha.

Armadilhas

 O alimento de origem animal tem a vantagem de fornecer um teor bastante


elevado de proteínas, sendo o de maior valor nutritivo por quilo de peso.

 A melhor hora para caçar é pela manha bem cedo, ou no final da tarde,
à noitinha. A armadilha deve ser colocada nas trilhas de animais.
 A caça noturna costuma dar bons resultados, coloque as armadilhas no final da
tarde/inicio da noite e pela manha examine-as para conferir o resultado.

Animais que podem ser comidos

 Aves, lagartos, roedores, tartarugas, macacos, cobras (jogando fora


aproximadamente um palmo da região da cabeça e um palmo da região da
calda).
 Cuidados especiais: todas as cobras exceto as cobras do mar servem para comer.

Métodos para preparar alimentos

 Assar – é mais vagaroso do que fogueira ao ar livre, mas exige menos atenção e
protege contra moscas e outras pragas o alimento;
 Moquear – armar sobre a fogueira uma grade de madeira verde
(bambu), distando mais ou menos 50 cm do fogo;
 Cozimento indireto sob o fogo – cozimento em uma escavação debaixo do fogo;
alimento envolvido a folhas, cobrir com areia e acima acender o fogo;
 Cozimento por meio de pedras aquecidas – aquecer várias pedras dentro de uma
fogueira, e deixe-os ficar até desaparecerem as chamas e restarem brasas.
 Fervura por meio de pedras quentes – fazer um buraco no chão e forrar com lona
coloque dentro água e o alimento, colocar pedras aquecidas ao rubro, até a água
ferver, cobrir a vasilha com folhas grandes pelo período de 1 hora, até preparar a
comida.

Fogo

Pode-se acender o fogo utilizando: Fósforos/ Isqueiros/ Pederneira de aço/ Lente de


vidro/ Atrito/ Taquara de bambu e Correia.

Insetos

 Formigas – podem-se combatê-las com gasolina ou fogo;


 Mutucas – espremer com as unhas;
 Sanguessugas – aplicar uma pitada de sal ou tocá-las com fósforo aceso ou ponta
de cigarro;
 Carrapatos – tirar cuidadosamente, nunca espremer contra a pele;

Métodos de orientação

Orientação por bussola:

 Quem determina o NORTE é a agulha e não o limbo;


 O primeiro passo é colocar o NORTE do limbo de maneira que coincida com o
NORTE da agulha;
 A direção a ser seguida será marcada a partir do local do acidente;
 A bussola da aeronave poderá ser utilizada, retirando-se os
magnetos compensadores que vêm acoplados a ela.

Orientação por relógio:

Coloque o numero 12 do mostrador na direção do sol, a bissetriz do ângulo formado


entre 12 e o ponteiro de horas indicara o norte a qualquer hora do dia.

Orientação pelo sol:

 Estende-se o braço direito para o nascente, à esquerda teremos o Oeste, à frente


o Norte, e as costas o Sul.
 Falso cruzeiro do sul – tem uma estrela bem no centro, completando cinco
estrelas no total;
 O cruzeiro do sul verdadeiro – tem uma estrela bem no centro, completando
cinco estrelas no total (uma delas é excêntrica, duas contam-se entre as mais
brilhantes nos céus. São as estrelas dos braços sul e leste da cruz, as estrelas dos
braços norte e oeste, embora brilhantes são menores.
Navegação terrestre diurna

Equipe de navegação (compõe-se de quatro homens):

 HOMEM PONTO – será aquele lançado a frente para servir de ponto


de referencia, portando um facão para abrir a picada;
 HOMEM BUSSOLA – será o portador da bussola e deslocar-se a imediatamente
a retaguarda do homem ponto, devendo manter a bussola amarrada ao corpo
para não perde-la, a bussola deve estar fechada quando não utilizada;
 HOMEM PASSO – atrás do homem bussola, com a missão de contar os passos
percorridos e transformá-los em metros.
 HOMEM CARTA – conduzirá a carta e auxiliara na identificação de pontos de
referencia, ao mesmo tempo em que nela lançara outros pontos que merecem ser
locados.

SOBREVIVÊNCIA NO MAR

Cuidados imediatos para sobrevivência no mar:

 Manter-se afastado da aeronave sinistrada, até que ela afunde, (mas não em
excesso);
 Evitar flutuar em água coberta de combustível;
 Procure imediatamente os desaparecidos;
 Salve tudo o que puder dos equipamentos que estiverem flutuando;
 Verifique se o bote não esta vazando ou se não apresenta zonas esfoladas;
 Retire a água do mar que estiver dentro do bote;
 Proteja o bote contra arranhaduras provocadas por sapatos ou
objetos pontiagudos e cortantes;
 Arme um toldo sobre o bote e procure instalar um “quebra vento” para evitar
salpicos de água do mar;
 Mantenha os náufragos juntos para se aquecerem;
 Movimente-se com regularidade para manter ativa a circulação;
 Socorra os que necessitarem de primeiros socorros. Coloque os feridos de
comprido dentro do bote;
 Se houver mais de um bote, ligue-os por meio de amarras, fixando-as a corda
salva-vidas que circunda o bote;
 Ponha para funcionar o radio de emergência e prepare todos os demais meios de
sinalização;
 Proteja bussolas relógios, fósforos e isqueiros contra umidade;
 Proteja-se contra raios solares por meio de toldo, de vestes, de óculos, de cera
protetora de lábios;
 Avalie a quantidade de água disponível, levando em conta que, em media, um
naufrago necessita de meio litro de água por dia (500 ml).

Cuidados especiais com o bote salva-vidas:

 Se houver mais de uma embarcação coletiva, elas deverão ser unidas por uma
corda, de no mínimo 8 a 10 metros, para evitar abalroamento entre elas e para
que as embarcações não derivem para rumos diferentes, facilitando o resgate
pelo SAR.
 Ocorrendo um esvaziamento do bote, procure corrigir com o auxilio de bomba
manual, em dias frios coloque mais ar no bote e em dias quentes retire um pouco
o ar, necessário devido à expansão dos gases;
 Evite objetos cortantes no fundo do bote;
 Conserve o bote seco e em constante estado de equilíbrio;
 Não deixe de usar uma biruta de água ligada ao bote, se não tiver, providencie
uma por meio de balde de lona, uma camisa ou pedaço de lona. Ela manterá o
bote próximo ao local do acidente e facilitará o trabalho do salvamento; tomar
cuidado para que a biruta não fique presa a aeronave ou partes dela;
 Use tampões para vedar infiltrações;
 Cuidados com a saúde dos náufragos;

Sinalização

Poderá ser feita por meio de:

 Espelho (apropriado ou improvisado);


 Pedidos de socorro nos horários internacionais de silencio de 15 a 18,45 a 48
minutos depois de cada hora cheia. A palavra “MAYDAY” em 121,5 MHz é
emitida em radio telefonia ou por qualquer emissor de voz humana;
 Artifícios pirotécnicos – sinais de fumaça durante o dia/sinais de luz vermelha
durante a noite;
 Corantes de marcação, usados durante o dia, produz uma mancha sinalizadora
que permanece ativa durante 3 horas e pode ser vista a uma distancia de 10NM;
 Sinais luminosos à noite (por meio de lanternas);
 Apitos (à noite ou em nevoeiro) atraem a atenção de navios ou pessoas na praia.

Água

Se não tiver água não coma. Para reduzir a necessidade de água procure:

 Reduzir a alimentação/Conservar o corpo bem protegido do sol e do reflexo dele


na água/Mantendo as roupas molhadas ou úmidas com a água do mar (nos dias
quentes), apenas se obter um toldo protetor/ Sempre que puder fique quieto e
procure cochilar um pouco.

Utilização do aparelho destilador atuado pelo sol, se existir a bordo:

 Leia com atenção as instruções/ Monte sem perda de tempo, amarrando-o


firmemente no bote/Não tendo o aparelho, nem contando com água da chuva,
utilize o dessalgante.

Utilização da água da chuva:


 Deverá ser coletada em vasilhas, no toldo, ou recipiente feito com lona. Sempre
que chover beber o tanto de água que o estomago aguentar. Se utilizar o bote
para recolher água, use o lado azul do dossel (teto) do bote.

Água salgada:

 Não tomar a água do mar, pois só dará mais sede, até o naufrago perder o
autodomínio.

Alimentos

Não se deve comer:

 Mariscos e ostras agarrados a cascos de navios ou qualquer objeto metálico


(provocam intoxicação), nem mariscos pertencentes a colônias com moluscos
mortos ou quase mortos e mal cheirosos;
 Medusas, águas vivas, caravelas, cobras do mar e holotúrias;
 Vísceras ou ovos de qualquer peixe desconhecido;
 Baiacus lisos ou de espinhos.

Como pescar em pleno mar:

 Se no bote não existir um material de pesca, improvise um anzol com alfinetes,


clipes, pregos de sapatos e canivetes, devem ser pequenos e a linha de pesca
muito leve;
 Improvise a linha de pescar com cordão de sapatos ou fios de roupa;
 Improvise um arpão, amarrando uma faca a um remo;
 Utilize tudo que possa funcionar como uma rede;
 Empregue um facho de luz a noite fazendo incidir sobre a água, a luz atrairá os
peixes, antes de trazê-lo para bordo mate com uma pancada na cabeça.

Peixes venenosos:

 Baiacu de espinho e Baiacu

Animais marinhos perigosos:

 Moreia, Barracuda, Arraia, Medusa, Ouriço e Anêmona, Caracol


venenoso, Tubarões.

Peixes comestíveis de alto mar:

 Albacora, Agulha, Cavala, Xaréu, Dourado, Sardinha, Atum, Enchova, Bonito,


Voador.

Fatores adversos ao sobrevivente


 Fatores Subjetivos: Pânico, Solidão, Tédio.
 Fatores Objetivos: Frio, Congelamento, Queimaduras.

SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO

As dificuldades de sobrevivência em áreas desérticas baseiam-se, principalmente, na


obtenção de água e na resistência as temperaturas extremamente altas destas regiões.

Abrigo

 Dia – proteger de calor e raios solares (cavar sobre pedras para se


obter sombras);
 Noite – proteger do frio (utilizar a aeronave).

Sinalização

Fogueiras em forma de triangulo equilátero (aproximadamente 30 metros uma da outra);


sempre mantê-las acessa.

Água

 Necessitará de 4 a 6 litros de água para sobreviver no deserto;


 Não beber água nas primeiras 24 horas após o pouso, exceto feridos e doentes;
 Se houver menos de 1⁄2 litro de água por dia não comer;
 Cavar ao redor de plantas para procurar água;

Alimento

 Ao encontrar vegetais secos, cavar em busca da raiz, pois provavelmente servira


como fonte de alimento;
 Favos e grãos (se tornam comestíveis se ficarem imersos em água por tempo
prolongado);
 Frutos de cactos são comestíveis;
 Roedores, coiotes, lagartos e cobras, o mais fácil de capturar é o roedor que
durante o dia fica escondido em tocas.

Cuidados

 Roupas frouxas suportam melhor o calor;


 Usar pano sobre a cabeça para proteger principalmente os olhos;
 Roupas compridas;
 Não abandonar o local do acidente.

SOBREVIVÊNCIA NO GELO

 Manter-se com o máximo de roupas possível;


 As extremidades (Mãos, pés, orelhas, nariz), mucosas e faces devem ser muito
protegidas.

Ação Imediata

 Prestação de primeiros socorros e acionamento de rádios e faróis de emergência;


 Providenciar abrigo imediatamente;
 Acender um fogo para iluminar e aquecer.

Abrigo

 Não utilizar o interior da aeronave, pois sua temperatura também estará muito
reduzida;
 Manter acessa uma vela ou outra fonte de calor, para manter a temperatura
próxima a 0ºC;
 O teto deve ser liso para evitar que a neve derretida fique gotejando
 Trincheira – construída rapidamente, proteção eficiente.
 Caverna de neve – cômoda, porém de difícil construção.

Fogo

Únicos combustíveis são provenientes da aeronave (querosene e óleo), ou de origem


animal.

Água

 Derretendo o gelo, não utilizar gelo proveniente de água onde haja pinguins ou
concentração de outros animais;
 Água de fonte natural, de degelo.

Alimento

 Encontrados na aeronave;
 Focas são a principal fonte de alimento;

Cuidados especiais

 Fogo: Providenciar abertura do abrigo para não se intoxicar;


 Congelamento: Qualquer sensação de amortecimento ou anestesiamento deve
ser encarada como congelamento.
 Evitar ao Maximo a transpiração, pois o suar congelara ocasionando
a hipotermia;
 Cegueira: utilizar óculos, vedar a região ocular ou se proteger num abrigo com
pouca iluminação;
Gretas e Fendas – encobertas de neve e que constituem perigo em potenci al para quem
caminha sobre o gelo. ANIMAIS PEÇONHENTOS

OFIDISMO – conjunto de acidentes causados por picadas de cobras

Classificação

 Serpentes venenosas: Tomam uma posição de ataque quando são perseguidas;


Cabeça achatada, triangular e bem destacada do corpo por um pescoço estreito
com escamas semelhantes as do corpo, a fosseta é entre o olho e na narina, os
olhos são pequenos com pupila em fenda vertical e as escamas são alongadas,
em ponta, imbricadas e ásperas ao tato, tendo carenas medianas.
 Serpentes não venenosas: Perdem-se em fuga; Cabeça estreita, alongada e mal se
destaca do corpo, sem pescoço, recoberta por placas ao invés de escamas, não
tem fosseta, os olhos são grandes, com pupilas arredondadas, escamas são
achatadas, sem carenas, dando a impressão de serem lisas ao tato.

Identificação das serpentes peçonhentas

CROTALIDAE

 Gênero Lachesis – Veneno laquético (Surucucus)

As surucucus são as maiores serpentes peçonhentas da América do Sul, podendo chegar


a 4,5 metros quando adulta. Número de acidentes provocados por elas chega a 3% do
total. Obs: cor alaranjada e desenhos pretos no dorso, encontrada em florestas tropicais.

 Gênero Crotalus – Veneno crotálio (Cascavéis)

As cascavéis possuem guizo (chocalho) na ponta da calda. Podem chegar a 1,6 metros
de comprimento. Responsáveis por 8% de acidentes ofídicos no país. Obs: possuem cor
amarelada e se encontram em locais secos.

 Gênero Bothrops – Veneno botrópico (Jararacas)

As jararacas possuem uma calda lisa. Seu tamanho varia de 40 centímetros a 2 metros
de comprimento. São responsáveis por 88% dos acidentes ofídicos. Obs: encontra-se em
locais úmidos.

ELAPIDAE

 Gênero Micruros – Veneno micrúrio (Coral)

As corais possuem no máximo 1,60 metros de comprimento. Responsáveis por cerca de


menos de 1% dos acidentes. Obs: Atenção a ausência de fosseta na coral apenas não é
característica de que não seja venenosa, possui coloração em anéis vermelhos, pretos,
brancos e amarelos, possuem hábitos subterrâneos.

Características das lesões cutâneas produzidas por picadas de serpentes

 Picadas de cobras venenosas – dois orifícios bem nítidos, separados por mais de
um centímetro de distancia.
 Picadas de cobras não venenosas – duas ou mais linhas de escoriações, muito
sangrentas, pouco ou muito doloridas, com pequeno edema.

Modo de ação dos venenos de serpentes

 Envenenamento Laquético ( Surucucus) – Reações: inchaço no local, diarreia e


hemorragia.
 Envenenamento Crotálico (Cascavéis) – Sinais e sintomas: dificuldade em abrir
os olhos, cara de bêbado, visão turva, dor muscular e urina avermelhada;
escurecimento da urina; insuficiência renal aguda.
 Envenenamento Botrópico (Jararacas) – Reações: dor imediata, inchaço, calor e
rubor no local, hemorragia no local da picada distante dele; Complicações:
bolhas, gangrenas, abscessos, insuficiência renal aguda.
 Envenenamento Elapídico (Corais) – Principais sintomas e sinais: dificuldade
em abrir os olhos, falta de ar, dificuldade em engolir, insuficiência respiratória
aguda.

Tratamento do Ofidismo

 Não se deve amarrar ou fazer torniquete;


 Não se deve cortar o local da picada;
 Manter o acidentado deitado e em repouso;
 Dispondo de soro e não sendo identificado o tipo de cobra,
aplicar imediatamente uma quantidade suficiente para neutralizar 100 mg
de veneno.

ESCORPIANISMO – Conjunto de acidentes causados por escorpiões

Consequências causadas pelo escorpionismo

 Dor local, ou irradiada, lancinante (é capaz de causar até a morte por colapso);
 Mal estar geral (indefinível);
 Dormência que surge depois do período doloroso;
 Sudorese acentuada;
 Calafrios;
 Quedas de temperatura corporal;
 Sensação de cansaço e sonolência;
 Taquicardia (aumento da frequência dos batimentos cardíacos) inicial;
 Bradicardia (redução da frequência dos batimentos cardíacos) final;
 Náuseas e vômitos.
Tratamento de escorpionismo

 Especifico – aplicação intramuscular, endovenosa ou intra-raquiana do soro


antiescorpiônico, nos casos graves.
 Sintomático – por meio de analgésicos, sedativos, cardiotônicos/diuréticos. O
tratamento especifico só é utilizado quando o acidentado apresentar mal-estar
geral.
 Local – por meio de curativos locais, analgésicos e anti-sépticos.

Principais diferenças entre os escorpiões

 Tityus serrulatus – amarelo, abdômen marrom escuro, tíbia amarela, cauda


serrilhada e veneno muito ativo (neurotóxico).
 Tityus bahiensis – marrom/preto, abdômen marrom quase preto, tíbia com
mancha escura, cauda sem serrilha e veneno ativo (neurotóxico).

ARANEÍSMO – conjunto de acidentes causados por picadas de aranhas

Características

 ARMADEIRAS (Phoneutria) – muito agressiva, responsável por 75% dos


acidentes frequentes, não faz teia. Sintomas: dor intensa no local da picada.
 MARRON (Loxoceles) – pouco agressiva, responsável por 6,25% dos acidentes
frequentes, teia irregular. Sintomas: na hora da picada, dor pequena e
despercebida após 12 a 24 horas, dor local com inchaço, mal estar geral,
náuseas, e, às vezes febre. Pode causar necrose local. Caso grave: urina cor de
café.
 TARÂNTULA (licosa) – aranha pouco agressiva, responsável por 18,75% dos
acidentes frequentes, não faz teia. Sintomas: geralmente sem sintomas, pode
haver pequena dor local, havendo a possibilidade de evoluir para necrose local.
 CARANGUEJEIRAS – são grandes e algumas muito agressivas. Acidentes
pouco frequentes.

Consequências causadas pelo araneísmo

Fenômenos neurotóxicos (causados pelas armadeiras) surgem rapidamente e duram de 5


a 6 horas. Depois da picada muito dolorida, aparece um quadro caracterizado por:

 Dores em todo o corpo;


 Câimbras;
 Sensação de angustia;
 Convulsões;
 Calafrios;
 Sudorese intensa;
 Perturbações visuais e até cegueira;
 Retenção de urina;
 Coriza e sialorreia e queda da temperatura corporal.
Tratamento do araneísmo neurotóxico

 Aplicação do soro antictenico, por via subcutânea ou intramuscular, na dose de 1


a 3 ampolas de 5 cm³;
 Analgésicos por via injetável ou oral;
 Injeções de prostigmine;
 Cardiotônicos;
 Injeções de gluconato de cálcio a 10% na veia;
 Aplicações no local da picada, de uma solução de anil.

Tratamento do araneísmo necrosante

 Aplicação de soro antilicósico ao redor da região atingida, na dose de 5 cm³ para


crianças;
 Analgésicos;
 Curativos locais, anti-sépticos e cicatrizantes.

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