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UNIDADE 1
CERVELATTI MENDONÇA
UniSALESIANO – ARAÇATUBA/LINS
Apresentação da Unidade Curricular 1
O DNA teve sua estrutura descrita a menos de 100 anos e desde então a
2. Mutação gênica.
1. DNA: ESTRUTURA E FUNÇÃO
1.1 - OBJETIVOS
mitose).
1.2 - INTRODUÇÃO
(como o tecido muscular, por exemplo), cada tecido é formado por células (que
são nosso foco de estudo nessa disciplina), e cada célula, por sua vez, é formada
por várias moléculas (ou macromoléculas, como DNA e proteínas, por exemplo).
Aliás, você certamente já ouviu falar sobre o DNA, mas agora é importante
presentes em uma célula, mas como ele é formado e qual a sua estrutura?
adenina (A), timina (T), citosina (C) e guanina (G). Cada nucleotídeo, por sua
Ácido
fosfórico Base nitrogenada
5
4 1
pentose
3 2
A B
Ácido Ácido
fosfórico ADENINA fosfórico TIMINA
5 5
4 1 4 1
pentose pentose
3 2 3 2
Ácido Ácido
fosfórico CITOSINA fosfórico GUANINA
5 5
4 1 4 1
pentose pentose
3 2 3 2
C
Figura 1.1: A) Estrutura química básica dos nucleotídeos. Fonte: adaptado de VOET, Donald;
VOET, Judith G. Bioquímica. Disponível em: Minha biblioteca, Editora: Artmed. 2013; B)
Ilustração simplificada da estrutura química básica dos nucleotídeos e C) Ilustração simplificada
da estrutura química de cada um dos nucleotídeos.
Agora que já sabemos como são os nucleotídeos que formam o DNA, vamos
hélice. Parece confuso? Que nada... vamos detalhar tudo isso e perceber o
um local específico: no carbono 3’ (lê-se ‘três linha’). Por exemplo, vamos unir
uma cadeia de nucleotídeos (figura 1.2). Note que: 1) a união entre eles sempre
Ácido
fosfórico GUANINA
A união do próximo 5
nucleotídeo será 4 1
aqui! pentose
3 2
Ácido
fosfórico GUANINA
5
4 1
pentose
3 2
Ácido
fosfórico TIMINA
5
4 1
pentose
3 2
Carbono 3’ = fim
5’ A
G
5’ A G G T 3’
G
b
3’ T
a
como chegar a estrutura final dessa molécula. Para isso, é preciso ter em mente
com guanina (ou vice-versa). Dessa maneira, se tivermos apenas uma cadeia
5’ A Início 5’ A T 3’ Fim
G G C
G Como será a outra G C
T cadeia??? T A
G É só colocar o G C
G nucleotídeo G C
G complementar ao G C
A lado! A T
T T A
A A T
3’ C Fim 3’ C G 5’ Início
Figura 1.4: Ilustração das principais características das duas cadeias de nucleotídeos do DNA
(são complementares, antiparalelas e unidas por pontes de hidrogênio).
Por fim, as duas cadeias de nucleotídeos se ‘enrolam’ formando uma
Figura 1.5: Estrutura da molécula de DNA (dupla-hélice). Fonte: ROBERTIS, DE. De Robertis
Biologi.a Celular e Molecular. Disponível em: Minha Biblioteca, (16ª edição). Grupo GEN, 2014.
SAIBA MAIS
Desde sua descoberta, a molécula de DNA tem sido alvo de grande interesse, o que
é justificado pela sua importância para célula e para o corpo humano como um
avanço científico!
Mas como o DNA armazena a informação para a produção das proteínas?
Figura 1.6: Genes ao longo da estrutura da molécula de DNA (dupla-hélice). Fonte adaptado de:
ROBERTIS, DE. De Robertis Biologia Celular e Molecular. Disponível em: Minha Biblioteca, (16ª
edição). Grupo GEN, 2014.
Sempre que a célula precisa produzir uma proteína, ela terá a sua disposição
o ‘molde’ para sua produção no DNA. A questão é que o DNA tem em sua
humanas. Quando for preciso produzir uma delas, a célula primeiro fará uma
‘cópia’ do molde que ela precisa, e aí então a produção da proteína será possível.
Essa ‘cópia’ corresponde a uma molécula de RNA, e é sobre essa molécula que
‘timina’, em seu lugar existe a ‘uracila (U)’ e 3) na estrutura dos seus nucleotídeos
Ácido Ácido
fosfórico ADENINA fosfórico URACILA
5 5
4 1 4 1
Pentose Pentose
3 (ribose) 2 3 (ribose) 2
Ácido Ácido
fosfórico CITOSINA fosfórico GUANINA
5 5
4 1 4 1
Pentose Pentose
3 (ribose) 2 3 (ribose) 2
(C)
Figura 1.7: A e B) Estrutura química básica dos nucleotídeos presentes no RNA e DNA,
respectivamente. Fonte: adaptado de VOET, Donald; VOET, Judith G. Bioquímica. Disponível
em: Minha biblioteca, Editora: Artmed. 2013; C) Ilustração simplificada da estrutura química de
cada um dos nucleotídeos presentes no RNA.
Esse tipo de RNA é uma transcrição exata do gene presente no DNA. Dessa
produção da proteína.
o RNA não tem o nucleotídeo timina, portanto em seu lugar coloque a uracila!).
Um exemplo de como esse processo deve ser feito é apresentado na figura 1.8
abaixo.
RNAm 5’ A U G C C A G G G U A A 3´
Quando a célula está produzindo o RNAm a partir de um gene, dizemos que ela
controla quando o gene deve ser expresso e também o nível de expressão gênica (ou
Lembre-se que esse RNAm é quem levará para a célula a informação para que ela
produzir a proteína, que por fim executará uma função. Isso permite que a célula se
adapte às alterações no ambiente em que se encontra, pois ela pode ajustar seu
uma proteína? Vamos lá a uma dificuldade a ser superada: você já parou para
outra ‘em inglês’. Como então usar a informação contida no RNAm???? Essa
isso, basta usar a ‘tabela do código genético’ (figura 1.10). Note que você
não?
A
Figura 1.10: Tabela do código genético. Fonte: McInnes, Roderick R. Thompson & Thompson
Genética Médica. Disponível em: Minha Biblioteca, (8ª edição). Grupo GEN, 2016.
1.5 - DNA, cromatina e cromossomo
DNA. Mas você sabia que o DNA humano tem quase 2 metros de comprimento...
isso mesmo quase 2 metros!!!! A grande questão é: como essa molécula cabe
DNA, assim ele reduz e pode então ser armazenado no núcleo celular. Mas
pequena parte do DNA pode ser enrolada ao redor desse ‘suporte’ a célula forma
células é capaz de se dividir por mitose e gerar duas células filhas com a mesma
prepara, duplicando a sua quantidade de DNA, que será dividido em duas partes
iguais durante a mitose. Para que isso seja possível, o DNA deve ser novamente
no núcleo, mas para separá-la em duas partes iguais na forma de cromatina isso
que será então totalmente compactado até a forma de cromossomo (figura 1.12).
Figura 1.12: Ilustração mostrando a duplicação do DNA antes da divisão celular. Durante a
divisão, haverá a compactação total da cromatina, formando o cromossomo. Para facilitar a
compreensão, cada molécula de DNA foi identificada com os números ‘1’ e ‘2’.
com apenas 1 conjunto cromossômico? Sim, nossos gametas. Nesse caso, eles
BIBLIOGRAFIA
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6/18%5B%3Bvnd.vst.idref%3DaB9788535284003000271%5D!/4/2/2%5BCN%
5D
2. MUTAÇÕES GÊNICAS
2.1 - OBJETIVOS
2.2 - INTRODUÇÃO
ambiente, o que nos faz então levantar a seguinte questão: será que se
humana como um todo seja muito parecido, há uma pequena variação entre as
pessoas (99,5% do DNA será idêntica), e é essa diferença que dá a cada ser
Mas por que nosso DNA não é idêntico? Essas pequenas variações no
2.1 abaixo.
Como essas diferenças surgem? E o que acontece uma vez que o DNA
foi alterado? Bem, vamos começar a responder cada uma dessas perguntas
agora.
Bem, incialmente é preciso deixar bem claro que a frequência com que
essas alterações no DNA acontecem é muito baixa. Isso porque nossas células
que não foi corrigido; II) graças a uma falha no processo de reparo a um dano
no DNA e III) pode ser induzida por um mutágeno (um agente químico, por
Erro durante a
cópia do DNA
Figura 2.2: Ilustração mostrando as possíveis causas do surgimento de uma mutação gênica
Fonte:. Adaptado de Menck, Carlos FM Genética Molecular Básica. Disponível em: Minha
Biblioteca, Grupo GEN, 2017.
2.3. Vamos falar um pouco sobre o que está apresentado nessa ilustração...
bem, sempre que uma célula vai copiar o seu DNA, a primeira etapa é a
complementares, dessa maneira, a célula usa cada uma delas como molde para
molde temos uma guanina e ela coloca uma timina como se esse fosse o par
correto). Vamos considerar que esse erro não foi corrigido. Futuramente, quando
essa molécula onde se encontra o erro for duplicada, teremos o mesmo passo-
molde para produzir a cadeia complementar. Agora, nenhum erro será cometido!
formadas, encontramos uma pequena variação entre elas: o par original guanina
/ citosina foi trocado por par timina / adenina em uma delas. Dessa maneira,
agora esse gene existe em ‘duas versões’, ou seja, agora existem dois alelos
desse gene.
Separação das
5’ 3’ cadeias de 5’ 3’
A T nucleotídeos A T
T A T A
C G C G
G C G C
G C G C
C G C G
T A T A
3’ 5’ 3’ 5’
5’ 3’
A T
T Separação das A
T cadeias de G
G nucleotídeos C
G C
C G
T A
3’ 5’
5’ 3’ 5’ 3’
A T A T
T A T A
Produção da C G
T A cadeia
G C complementar
G C
G C G C
Alelo 1 Alelo 2
C G C G
T A T A
3’ 5’ 3’ 5’
Figura 2.3: Ilustração das etapas do surgimento de uma mutação devido a um erro durante a
cópia do DNA.
SAIBA MAIS
para a área da saúde, pois foi possível identificar alterações genéticas associadas a
Uma vez que essa mudança no DNA aconteceu a pergunta agora é: qual
Bem, a resposta não é tão simples assim... inicialmente temos que analisar em
qual gene essa mutação aconteceu. Outro aspecto muito importante é que nem
não ter efeito algum. O que podemos analisar é como essa mutação afeta a
proteína que será codificada pelo gene que foi alterado... então vamos lá!
Mutações sinônimas (ou silenciosas)
Nesse caso, a mutação que aconteceu no DNA altera o códon que será
Figura 2.4: Mutação silenciosa (sinônima). Fonte: Griffiths, Anthony J., F. et aL. Introdução à
Genética. Disponível em: Minha Biblioteca, (12ª edição). Grupo GEN, 2022.
Mutações de troca de sentido (ou não sinônimas)
Agora, a alteração que aconteceu no DNA faz com que o novo códon
Figura 2.5: Mutações de troca de sentido. Fonte: Griffiths, Anthony J., F. et aL. Introdução à
Genética. Disponível em: Minha Biblioteca, (12ª edição). Grupo GEN, 2022.
Mutações sem sentido
Figura 2.6: Mutações sem sentido. Fonte: Griffiths, Anthony J., F. et aL. Introdução à Genética.
Disponível em: Minha Biblioteca, (12ª edição). Grupo GEN, 2022.
Mutações com mudança no quadro de leitura (inserções / deleções
– INDEL)
precoce. Por outro lado, quando essa mutação envolver três nucleotídeos (ou
Figura 2.7: Mutações com mudança no quadro de leitura. Fonte: Griffiths, Anthony J., F. et aL.
Introdução à Genética. Disponível em: Minha Biblioteca, (12ª edição). Grupo GEN, 2022.
SAIBA MAIS
Uma vez que o DNA foi alterado, uma preocupação é: será que essa
caso, a mutação pode ou não trazer sérias consequências ao seu portador, mas
ela não será herdável (figura 2.8). Isso porque o DNA de uma pessoa é
transmitido para seus descendentes através dos seus gametas. Dessa maneira,
Mutação
Mutações germinativas
nessa situação é que uma pessoa normal, com ancestrais também normais,
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527738682/epubcfi/
6/58%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml29%5D!/4/38/4%4052:43
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527732208/epubcfi/
6/32%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter04%5D!/4/62/1:1101%5Btai%2Cs.%5D
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595151819/epubcfi/
6/30%5B%3Bvnd.vst.idref%3DaB9788535284003000040%5D!/4/2/6/16/2/16/8/
30/5:46%5Brda%2C%20de%5D