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Organização:
Maristela Zamoner
Márcia Arzua
Adelinyr Azevedo de
Moura Cordeiro
2012
Fauna curitibana de interesse à saúde
.2012
Organização:
Maristela Zamoner
Márcia Arzua
Adelinyr Azevedo de Moura Cordeiro
1
FAUNA
CURITIBANA DE
INTERESSE À
SAÚDE
1ª Edição
CURITIBA
COMFAUNA CONSERVAÇÃO E MANEJO DE FAUNA SILVESTRE LTDA.
2012
Copyright © 2012 by Adelinyr Azevedo de Moura Cordeiro; Cláudia Staudacher; Dayana Kososki; Deni
Lineu Schwartz Filho; Diogo da Cunha Ferraz; Eric Koblitz; Gisélia Burigo Guimarães Rubio; Juliana
Margarida Martins; Juliano Ribeiro; Julio Cesar de Moura Leite; Marcelo L. Vettorello; Márcia Arzua;
Márcia Rocha Saad; Maristela Zamoner; Odete Lopez Lopes; Patrícia Weckerlin e Silva Trindade; Pedro
Scherer Neto; Simone do Rocio Ferreira Gusi; Solange Regina Malkowski; Tomaz Fumio Takeuchi;
Vinícius Abilhoa; Vivien Midori Morikawa.
. 2
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que
mencionados os créditos e que não objetive venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos
direitos autorais de textos e imagens desta obra é de cada um dos autores.
1ª edição – 2012
Elaboração e distribuição
MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL CAPÃO DA IMBUIA
Endereço
Rua Benedito Conceição, 407 – Capão da Imbuia
Curitiba Paraná
Produção editorial
Organização: Maristela Zamoner; Márcia Arzua; Adelinyr Azevedo de Moura Cordeiro.
Autores: Adelinyr Azevedo de Moura Cordeiro; Cláudia Staudacher; Dayana Kososki; Deni Lineu
Schwartz Filho; Diogo da Cunha Ferraz; Eric Koblitz; Gisélia Burigo Guimarães Rubio; Juliana Margarida
Martins; Juliano Ribeiro; Julio Cesar de Moura Leite; Marcelo L. Vettorello; Márcia Arzua; Márcia Rocha
Saad; Maristela Zamoner; Odete Lopez Lopes; Patrícia Weckerlin e Silva Trindade; Pedro Scherer Neto;
Simone do Rocio Ferreira Gusi; Solange Regina Malkowski; Tomaz Fumio Takeuchi; Vinícius Abilhoa;
Vivien Midori Morikawa.
ISBN: 978-85-66017-00-7
CDD: 590.981621
PREFEITO
Luciano Ducci
SECRETÁRIA
Marilza do Carmo de Oliveira Dias
DIRETOR DO DEPARTAMENTO
Alfredo Vicente de Castro Trindade
AUTORES
Fauna curitibana de
interesse à saúde
Prefácio
Agradecimentos
Às instituições:
Universidade de São Paulo; Instituto Biológico; Fiocruz – Fundação
Oswaldo Cruz; United States Department of Agriculture; Centers for Desease
Control and Prevention; University of Nebraska – Department of
Entomology; Centers for Disease Control and Prevention.
A organização
A participação do cidadão 9
Quando iniciamos o trabalho com este livro e
discutimos algumas ideias com colegas, recebemos
valiosas opiniões e contribuições. Dentre estes
colegas, destacamos Anna Maria Boiczuk Rego,
assessora da direção do Centro de Saúde Ambiental,
que nos lembrou da importância que há na
participação do cidadão nos assuntos de todos os
capítulos deste livro.
A organização
Sumário
FAUNA SINANTRÓPICA
Por Eric Koblitz
11
Durante o processo natural da vida, cada ser precisa satisfazer
necessidades permanentes de alimentação, hidratação, abrigo ou mesmo
defesa contra inimigos naturais.
A aquisição de nutrientes é uma exigência de todos os seres vivos,
implicando na geração de restos que acabam por participar de mecanismos
vitais de outros seres vivos, até mesmo como fonte de alimentação.
Ao longo do tempo, a humanidade descobriu formas de adquirir
alimentos mantendo-se em agrupamentos. Esta estratégia gera acúmulo
crescente de resíduos, o que não ocorria na vida nômade. São exemplos deste
processo a agricultura e a criação de animais domésticos como cabras, porcos,
vacas, galinhas entre outros. Os restos de alimentos humanos configuraram-se
como fonte de nutrientes para outros animais que obtém vantagens para sua
sobrevivência ao manterem-se próximos. O modo de vida humana permite
ainda acúmulos de água, que também são indispensáveis para vida de
animais.
Ao organizar seu ambiente, não é comum o homem pensar em formas
de evitar o acesso de animais indesejáveis, que acabam, muitas vezes, por não
encontrar obstáculos ao entrar em casas, indústrias, edificações, bueiros etc..
Muitas construções e modificações ambientais humanas originam abrigos para
esta fauna, que, próxima ao homem, vive mais protegida de seus inimigos
naturais.
Desta forma, acumulando alimentos e restos, disponibilizando água,
favorecendo abrigos e permitindo o acesso de animais que obtêm vantagens
ao viver juntamente com o homem, constitui-se o que chamamos de fauna
sinantrópica (do grego: sýn = com, junto, juntamente; e ánthropos = homem).
Diferente de animais domésticos para produção de carne, leite, peles e
outros derivados, ou animais de estimação, a fauna sinantrópica é indesejável
e precisa ser controlada. Afinal, ela é responsável não só por incômodos como
a produção de sujeira, mas também por inutilização de alimentos, materiais e
risco de transmitir doenças.
12
Abelhas e vespas
Por Solange Regina Malkowski
e Deni Lineu Schwartz Filho
13
Abelhas
Vespas
Introdução
Abelhas
Dados
16
17
18
19
Vespas
Dados
21
22
23
Interesse à saúde
Prevenção
Referências
Agradecimento: Prof. Dr. Benedito B. dos Santos, Dept. de Biologia Geral, ICB,
Universidade Federal de Goiás, pela identificação das vespas (Hymenopera, Vespidae).
26
Anfíbios e répteis
Por Julio Cesar de Moura Leite e
Gisélia Burigo Guimarães Rubio
27
Sapo
Cobras
Introdução
29
Já os répteis variam bastante em relação ao seu comportamento, podendo ser
inofensivos ou agressivos. O comportamento agressivo dos répteis nem sempre está
associado à presença de veneno. A maioria dos répteis não é peçonhenta nem venenosa
(o que inclui todos os jacarés, quelônios e quase todos os lagartos). No entanto, cerca de
um quarto das espécies de serpentes do mundo apresentam interesse médico, por
causarem os chamados acidentes ofídicos ou ofidismo. Os acidentes mais graves
ocorrem com serpentes proteróglifas (corais verdadeiras da Família Elapidae) ou
solenóglifas (jararacas e cascavéis da Família Viperidae), que apresentam dentes
especializados na inoculação de veneno, situados na região anterior da boca. Elapídeos e
viperídeos correspondem a cerca de 15% apenas das espécies de serpentes brasileiras.
No entanto, várias outras espécies de serpentes brasileiras (cerca de 30 % das espécies
ditas “não venenosas”) apresentam algum tipo de toxina na saliva, geralmente,
acompanhada de dentes maiores, localizados no fundo da boca (dentição opistóglifa).
Cada grupo de serpentes apresenta um tipo diferente de veneno, que demanda um tipo
específico de tratamento. No caso onde houver inoculação de veneno, apenas os soros
antipeçonhentos são eficazes como tratamento. Esses soros são específicos, ou seja,
existe um soro anti-botrópico (específico para mordeduras de “jararacas”), um soro anti-
elapídico (para acidentes com corais) e um soro anti-crotálico (utilizado nos acidentes
com cascavéis). No caso das serpentes opistóglifas, os envenenamentos raramente são
graves, demandando apenas acompanhamento e medicação sintomática. De qualquer
maneira, a maioria dos acidentes ofídicos ocorre em áreas rurais, situadas na periferia
das grandes cidades. Com isso, poucos acidentes acontecem nos limites da nossa
capital, sendo mais comuns, no entanto, na região metropolitana.
Ignorado 5 3 5 4 17
Botrópico 1 4 2 1 8
Total 10 8 11 5 34
Referências
BÉRNILS, R.S. & COSTA, H.C. 2011. Brasilian reptiles – Listo f species. Accessible
at http://www.sbherpetologia.org.br/. Sociedade Brasileira de Herpetologia. Acesso
em novembro de 2011
BÉRNILS, R.S.; MORATO, S.A.A. & MOURA-LEITE, J.C. 2004. Répteis. In:
MIKICH, S.B. & BÉRNILS, R.S. (Eds.). Livro vermelho da Fauna Ameaçada no
Estado do Paraná. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, p.497-540.
SBH. 2010. Brazilian amphibians – List of species. Accessible at:
http://www.sbherpetologia.org.br. Sociedade Brasileira de Herpetologia. Acesso em
novembro de 2011.
SEGALLA, M.V. & LANGONE, J.A. 2004. Anfíbios. In: MIKICH, S.B. & BÉRNILS,
R.S. (Eds.). Livro vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba:
Instituto Ambiental do Paraná, p.537-577.
31
Dados
Interesse à saúde
Prevenção de acidentes
Informações adicionais
33
Referências
BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 1977. O veneno dos Sapos. Natureza em Revista, 3:
28-32.
CHAPARRO, J. C., PRAMUK, J.B. & GLUESENKAMP, A.G. 2007. A new species of
arboreal Rhinella (Anura: Bufonidae) from cloud forest of southeastern Peru.
Herpetologica, 63: 203-212.
FROST, D. R. 2011. Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version
5.5 (31 January, 2011). Disponível em: http://research.amnh.org/
vz/herpetology/amphibia/ ,American Museum of Natural History, New York, USA.
FROST, D. R., T. GRANT, J. FAIVOVICH, R. H. BAIN, A. HAAS, C. F. B.
HADDAD, R. O. DE SÁ, A. CHANNING, M. WILKINSON, S. C. DONNELLAN,
C. J. RAXWORTHY, J. A. CAMPBELL, B. L. BLOTTO, P. E. MOLER, R. C.
DREWES, R. A. NUSSBAUM, J. D. LYNCH, D. M. GREEN, AND W. 2006. The
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370. Disponível em: http://digitallibrary.amnh.org/dspace/handle/2246/5781 ].
KWET, A. & DI-BERNARDO, M. 1999. Pró-Mata. Anfíbios – Amphibien -
Amphibians. Porto Alegre, EDIPUCRS. 107p.
SEBBEN, A.; SCHWARTZ, C.A. & CRUZ, J.S. 1993. A defesa química dos anfíbios.
Ciência Hoje, 15 (87): 25-33.
34
Dados
Interesse à saúde
Prevenção de acidentes
Utilização de botas de cano alto (ou, pelo menos, botinas) em áreas onde
possam ocorrer serpentes (por exemplo, ao percorrer trilhas no interior da mata ou em
piqueniques e pescarias); ao percorrer áreas de matas, terrenos baldios e plantações,
observar atentamente onde se pisa e onde se coloca a mão; vedar frestas de portas de
casas localizadas em áreas mais isoladas ou próximas a terrenos baldios; proteger a
fauna que costuma se alimentar de serpentes, como é o caso de gaviões e gambás, nas
áreas mais urbanizadas. Evitar o acúmulo de lixo orgânico próximo a residências: este
lixo atrai roedores e outros pequenos vertebrados, que constituem itens alimentares das
jararacas.
36
Informações adicionais
Referências
37
Dados
Interesse à saúde
Prevenção de acidente
Utilização de botas de cano alto (ou, pelo menos, botinas) em áreas onde
possam ocorrer serpentes (por exemplo, ao percorrer trilhas no interior da mata ou em
piqueniques e pescarias); ao percorrer áreas de matas, terrenos baldios e plantações, 38
observar atentamente onde se pisa e onde se coloca a mão; vedar frestas de portas de
casas localizadas em áreas mais isoladas ou próximas a terrenos baldios; proteger a
fauna que costuma se alimentar de serpentes, como é o caso de gaviões e gambás, nas
áreas mais urbanizadas. Evitar o acúmulo de lixo orgânico próximo a residências: este
lixo atrai roedores e outros pequenos vertebrados, que constituem itens alimentares das
jararacas.
Informações adicionais
Esta espécie esteve incluída no gênero Bothrops durante muito tempo, até
que em 2009 passou ao gênero Bothropoides. Com isso, essa espécie é mencionada na
literatura científica anterior à revisão sob a combinação Bothrops neuwiedi e, em nível
subespecífico, Bothrops neuwiedi paranaensis.
39
Referências
40
Dados
Interesse à saúde
Esta serpente não é agressiva e tende a fugir em contato com o ser humano.
Os acidentes normalmente ocorrem quando são pisadas acidentalmente ou agredidas.
Inoculam, através de dentes maxilares especializados, um veneno poderosíssimo, com
ação neurotóxica. Os sintomas clássicos do envenenamento elapídico incluem dor
discreta no local da picada, muitas vezes acompanhada de parestesia, ou seja, calor e 41
formigamento, seguido por um quadro de fraqueza muscular progressiva, dificuldade de
deglutição, dores musculares localizadas ou generalizadas, paralisação dos músculos do
olho e pálpebras caídas (ptose palpebral), podendo evoluir para a insuficiência
respiratória aguda. O acidente com corais é quase sempre muito grave.
Prevenção de acidentes
Utilização de botas de cano alto (ou, pelo menos, botinas) em áreas onde
possam ocorrer serpentes (por exemplo, ao percorrer trilhas no interior da mata ou em
piqueniques e pescarias); ao percorrer áreas de matas, terrenos baldios e plantações,
observar atentamente onde se pisa e onde se coloca a mão; vedar frestas de portas de
casas localizadas em áreas mais isoladas ou próximas a terrenos baldios; proteger a
fauna que costuma se alimentar de serpentes, como é o caso de gaviões e gambás, nas
áreas mais urbanizadas.
42
Informações adicionais
Esta coral, até a revisão de SILVA JR. & SITES JR. (1999), era considerada
uma subespécie de Micrurus frontalis (Duméril, Bibron & Duméril, 1854). Com isso,
na literatura anterior a 1999, aparece como Micrurus frontalis altirostris.
Referências
43
Dados
Interesse à saúde
Esta serpente não é agressiva e tende a fugir em contato com o ser humano.
Os acidentes normalmente ocorrem quando são pisadas acidentalmente ou agredidas.
Inoculam, através de dentes maxilares especializados, um veneno poderosíssimo, com
ação neurotóxica. Os sintomas clássicos do envenenamento elapídico incluem dor
discreta no local da picada, muitas vezes acompanhada de parestesia, ou seja, calor e
formigamento, seguido por um quadro de fraqueza muscular progressiva, dificuldade de
deglutição, dores musculares localizadas ou generalizadas, paralisação dos músculos do
olho e pálpebras caídas (ptose palpebral), podendo evoluir para a insuficiência
respiratória aguda. O acidente com corais é quase sempre muito grave.
Prevenção de acidentes
Utilização de botas de cano alto (ou, pelo menos, botinas) em áreas onde
possam ocorrer serpentes (por exemplo, ao percorrer trilhas no interior da mata ou em
piqueniques e pescarias); ao percorrer áreas de matas, terrenos baldios e plantações,
observar atentamente onde se pisa e onde se coloca a mão; vedar frestas de portas de
casas localizadas em áreas mais isoladas ou próximas a terrenos baldios; proteger a
fauna que costuma se alimentar de serpentes, como é o caso de gaviões e gambás, nas
áreas mais urbanizadas.
Referências
46
Dados
47
Interesse à saúde
Prevenção de acidentes
Utilização de botas e cano alto (ou, pelo menos, botinas) em áreas onde
possam ocorrer serpentes (por exemplo, ao percorrer trilhas no interior da mata ou em
piqueniques e pescarias); ao percorrer áreas de matas, terrenos baldios e plantações,
observar atentamente onde se pisa e onde se coloca a mão; vedar frestas de portas de
casas localizadas em áreas mais isoladas ou próximas a terrenos baldios; proteger a
fauna que costuma se alimentar de serpentes, como é o caso de gaviões e gambás, nas
áreas mais urbanizadas. Não manusear serpentes consideradas inofensivas.
Informações adicionais
Referências
Aranhas
Por Marcelo Vettorello e
Maristela Zamoner
50
Aranhas
Introdução
52
Dados
Interesse à saúde
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Coef./1000 hab.
Quadro Clínico
1) Forma cutânea
Estadiamento
Tratamento
1) Soroterapia
2) Corticoterapia
Prevenção
57
Referências
58
Dados
Interesse à saúde
Quadro Clínico
Tratamento
Prevenção
Referências
61
Marcelo L. Vettorello
Maristela Zamoner
Centopeias
Por Odete Lopez Lopes
62
Centopeias
Introdução
Chilopoda
Dados
Interesse à saúde
64
Acidentes com lacraias são esporádicos e o principal sintoma relatado é dor.
O veneno da maioria das espécies, entretanto, não é suficientemente tóxico para ser letal
às pessoas ou até mesmo crianças pequenas. Dos acidentes, os que envolvem
exemplares de Cryptops, Otostigmus e Scolopendra tendem a ser mais frequentes. No
local da picada ficam visíveis os dois pontos em que as presas perfuraram a pele, onde
pode ocorrer eritema e edema. Eventualmente, em consequência ao acidente são
relatados cefaleia, mal-estar, ansiedade e vertigens.
Informações adicionais
Referências
Diplopoda
Interesse à saúde
Prevenção
Informações adicionais
67
Referências bibliográficas
Dados da autora
Escorpiões
Por Cláudia Staudacher
68
Escorpiões
Introdução
71
72
73
74
Interesse à saúde
Prevenção
Vale lembrar que alguns espaços considerados pelo ser humano como
estreitos e pequenos podem servir, perfeitamente, de passagem para animais achatados.
Nestes casos, as frestas de janelas e soleiras das portas poderão ser vedadas com
material emborrachado (tipo veda portas) ou então com rolos de areia (“cobrinhas de
areia”). Pontos de energia e telefone sem tampa também acabam servindo para o
deslocamento dos animais de um ponto da casa a outro, além de oferecer riscos
elétricos. Batentes de porta soltos ou com folga poderão ser vedados com silicone ou
material similar.
Nas residências onde o aparecimento de aracnídeos é frequente recomenda- 76
se tomar alguns cuidados diários com roupas e calçados, vistoriando-os sempre antes do
uso. O mesmo aplica-se a lençóis e toalhas. Nos locais da casa que exijam reparos e que
possam servir de esconderijo (frestas e buracos) é importante o uso de luvas de
proteção, preferencialmente de raspas de couro, evitando assim as picadas.
Recomenda-se que sejam preservados animais que possam alimentar-se de
escorpiões como o caso de algumas aves (por exemplo, as corujas) e sapos.
Informações adicionais
Referências
Dados da autora
Cláudia Staudacher
Formigas
Por Tomaz Fumio Takeuchi
78
Formigas
79
Introdução
80
CLASSE: Insecta
ORDEM: Hymenoptera
FAMÍLIA: Formicidae
SUBFAMÍLIA: Myrmicinae
81
Dados
1
Esta imagem encontra-se em domínio público nos Estados Unidos por ser uma obra do Governo
Federal dos EUA nos termos do Título 17, Capítulo 1, Secção 105 do US Code. Disponível em:
http://www.ars.usda.gov/is/graphics/photos/dec04/k11622-1.htm.
Interesse à saúde 82
Prevenção
Referências
Dados do autor
Lagartas urticantes
Por Solange Regina Malkowski
84
Lagartas
Introdução
85
As lagartas urticantes são formas imaturas de mariposas da ordem
Lepidoptera, na qual estão também inseridas as borboletas. Essa ordem é uma das
maiores entre os insetos, possuindo aproximadamente 180.000 espécies que vivem nos
mais variados habitats. A denominação Lepidoptera foi assim designada devido a
presença de revestimento de escamas nas asas (lepido significa escamas e ptera
significa asa). As borboletas e as mariposas possuem diferenças morfológicas, mas, a
característica que mais as distinguem está relacionada ao hábito de voar, já que a
maioria das borboletas voa durante o período diurno e as mariposas no noturno.
Também é importante ressaltar a contribuição dos Lepidoptera na polinização das
plantas, além de outros benefícios, assim, a maioria das espécies interage positivamente
no ambiente em que vive.
Os Lepidoptera adultos possuem aparelho bucal sugador, com espiro-tromba
longa, com exceção da família Micropterygidae que apresenta aparelho bucal
mastigador, e ainda alguns possuem o aparelho bucal atrofiado não se alimentando na
fase adulta. Alimentam-se do néctar das flores e substâncias açucaradas de frutas, etc.
As mariposas e as borboletas se desenvolvem através de metamorfose completa ou
holometabolia, consistindo nas fases de ovo, o período de incubação, larva, o período
larval e o período de pupa seguido pela emergência do adulto (ovo-lagarta-pupa-adulto).
As lagartas são cilíndricas, apresentando 13 segmentos no corpo e a cabeça
é bem desenvolvida. Os três primeiros segmentos são os torácicos e possuem um par de
patas em cada um e do 3º ao 6º e o 10º abdominais apresentam falsas patas ou
pseudópodos. O aparelho bucal das lagartas é do tipo mastigador. Alimentam-se,
principalmente, de folhas, por isso, são chamadas de desfolhadoras, e em muitos casos,
algumas espécies são consideradas pragas de culturas pelos danos que causam.
O corpo das lagartas urticantes possui estruturas com glândulas secretoras
de toxinas, que podem ter a forma de pelos, setas ou cerdas. Nos representantes da
família Saturniidae a cerda é constituída por um eixo central com ramificações laterais,
com glândulas de veneno no ápice. Estas cerdas, ou scolus, são semelhantes a pequenos
“pinheiros”. Já nos Megalopygidae as lagartas possuem dois tipos de cerdas, as
verdadeiras que são pontiagudas e contém as glândulas basais secretoras de toxina e as
cerdas longas, que são inofensivas.
A postura dos ovos é feita pela fêmea após o acasalamento, e podem ser
dispostos isoladamente ou em grupos sob ou sobre as folhas ou outras estruturas da 86
planta hospedeira. Bastante comum é encontrar a postura em grupos na página inferior
das folhas, como uma estratégia de defesa. As lagartas, assim que eclodem dos ovos, já
começam a se alimentar das folhas. Quase sempre se alimentam no período noturno e
durante o dia, permanecem aderidas aos troncos. Durante a fase larval podem ocorrer 6
ou 7 trocas de pele (ecdises), ao longo de aproximadamente 3 meses. Depois que já se
desenvolveram há a formação da pupa, que pode ou não estar com envoltório de seda
e/ou folhas. O ciclo de vida é, então, finalizado com a emergência do inseto adulto, o
que aqui no caso se trataria de uma mariposa.
Os Lepidoptera que representam algum risco de causar danos, podendo ser
considerados prejudiciais à saúde, são bem poucos. Basicamente, tais danos podem ser
caracterizados por acidentes que ocorrem, quando inadvertidamente há o contato direto
com as estruturas que adornam o corpo das lagartas urticantes, as quais contém toxinas
que provocam queimaduras na pele e outras reações adversas. Dependendo da espécie
causadora de acidentes, estes podem evoluir de pequena irritação até hemorragia grave,
ocasionando óbito. Geralmente, a gravidade do acidente é diretamente proporcional a
quantidade de estruturas atingidas por ocasião do contato.
As espécies que causam acidentes, no Brasil, são representantes das famílias
Arctiidae, Limacodidae, Megalopygidae e Saturniidae. A espécie Premolis semirufa,
popularmente conhecida como pararama, pertence a família Arctiidae, e é a única
espécie dessa família que causa acidentes graves, com registro de ocorrências somente
na região amazônica, onde provoca a pararamose ou reumatismo dos seringueiros.
Apesar das espécies mais frequentes de interesse à saúde no município de
Curitiba estarem aqui contempladas, salienta-se que muitas outras também com o
mesmo potencial, principalmente outras Lonomia, Dirphia, Automeris, fazem parte
dessa relação, pois apresentam o mesmo padrão de estruturas urticantes aqui relatado.
87
88
89
Dados 90
Informações adicionais
91
Dados
Dados
Espécie nativa que ocorre amplamente nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil,
com registros para alguns estados das outras regiões e para outros países da América do
Sul (Argentina, Bolívia e Uruguai) e Central. Apresenta várias plantas hospedeiras
podendo ser encontrada em acácia, jacarandá, pata-de-vaca, eucalipto, pereira,
bananeira, caquizeiro, abacateiro, magnólia, roseira entre outras. Da mesma forma,
como acontece com as outras lagartas urticantes, o acidente se dá pelo contato.
Dados
94
95
Dados
Dados
97
Dados
Dados
O nome vulgar que é atribuído a esta lagarta tem a ver com as projeções
laterais que lembram estruturas do corpo das aranhas O revestimento do tegumento
deixa um aspecto que parece veludo apresentando várias setas que se assemelham a
minúsculos alfinetes. Alimentam-se de palmeira, eucalipto, árvores frutíferas e
ornamentais.
Interesse à saúde
Prevenção
Referências
BORROR, D.J. & DeLONG, D.M. 1988. Introdução ao estudo dos insetos. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda., 653 p
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Hemileuciinae) em região agrourbana e região preservada do cerrado. XXV
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LEMAIRE, C. 1972. Revision du genre Lonomia Walker (Lepidoptera:Attacidae). Ann.
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LIMA, A.M. da C. 1945. Insetos do Brasil. Lepidópteros. Tomo 5, 1ªParte. Rio de
Janeiro, Escola Nacional de Agronomia, 379 p.
LIMA, A.M. da C. 1950. Insetos do Brasil. Lepidópteros. Tomo 6. 2ª Parte. Rio de
Janeiro, Escola Nacional de Agronomia, 420 p.
LORINI, L.M. 1999. A taturana. Aspectos biológicos e morfológicos da Lonomia
obliqua. Passo Fundo, RS, EDIUPF, 67 p.
MORAES, R.H.P. 2002. Lepidópteros de importância médica. In: CARDOSO, J. L. et
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Editora Sarvier, São Paulo, FAPESP, 467 p.
SPECHT, A., FORMENTINI, A.C. & CORSEUIL, E. 2006. Biologia de Automeris
illustris (Walker) (Lepidoptera, Saturniidae, Hemileucinae). Revista Brasileira de
Zoologia, Curitiba, 23(2):537-546.
URBAN, D. & OLIVEIRA, B.L. de 1982. Sobre a biologia de Hyperchiria incisa
(Walker, 1855) (Lepidoptera, Saturniidae, Hemileucinae). Dusenia: 12(4) p. 109-
113.
Dados da autora
101
Aves
Por Cláudia Staudacher e
Pedro Scherer Neto
102
Pombo
Urubu
103
Introdução
104
Dados
106
Em cativeiro vivem muitos anos. Soltos nas grandes cidades seu tempo de
vida é reduzido (3 a 4 anos), pois passam muito tempo competindo entre os de sua
própria colônia por comida e abrigo e contra os seres humanos que, em sua maioria,
tentam desalojá-los quando procuram refúgio em suas residências. Além desta situação
de stress, a alimentação, geralmente, é inadequada. Existe ainda, mesmo que pouca, a
ação de predadores. O tamanho das colônias varia de acordo com a oferta de alimento,
sendo que os bandos, raramente, se misturam.
São aves de hábito oportunista devido à facilidade de adaptação ao meio
urbano, servindo-se de nossas construções para abrigarem-se e construírem seus ninhos,
além da enorme oferta de alimento proporcionado pelo homem, causando aumento no
número de aves das colônias urbanas.
A interferência humana possibilita o crescimento desordenado e desenfreado
destas colônias de pombos. Na fartura de alimento, as aves encontram predisposição
para aumentar suas proles, necessitando cada vez mais de espaço para seus ninhos,
invadindo residências, produzindo enorme quantidade de dejetos (fezes) e penas velhas.
Além do dano estrutural causando prejuízo econômico, onde as fezes ácidas mancham
carros, paredes, inutilizam forros e telhados, o problema passa a ser de ordem sanitária,
pois o acúmulo de fezes e penas possibilita a veiculação de doenças.
Interesse à saúde
Prevenção 108
110
Dados
111
Interesse à saúde
Prevenção
Informações Adicionais
114
Referências
115
Cláudia Staudacher
Baratas
Por Dayana Kososki
116
Baratas
117
Introdução
Baratas são animais bem conhecidos por estarem presentes onde as pessoas
vivem. São insetos chamados cosmopolitas porque ocupam quase todos os lugares do
mundo. Espécies domésticas de baratas foram transportadas para todos os continentes
viajando em navios, onde conseguiram se alimentar e reproduzir, descendo em terra
firme nas bagagens dos passageiros e nas cargas vindas de várias partes do mundo. A
maioria das pessoas sente repulsa e até medo ao encontrar com uma barata e
imediatamente sente vontade de eliminá-la. Talvez isso se deva ao fato de as baratas
circularem em todo tipo de lixo, material podre, esgoto. Porém menos de 1% de todas as
espécies de baratas existentes vive em contato com o homem, o restante é composto de
espécies silvestres. O principal interesse relacionado à saúde humana está no hábito das
baratas de circular em vários ambientes contaminados e na capacidade que possuem de
transportar, em seus corpos, vários agentes causadores de doenças. São, portanto,
transmissoras mecânicas de agentes infecciosos. Além dos riscos sanitários, as baratas
também podem causar prejuízos econômicos, porque podem provocar alguns danos
materiais, como roer e sujar papéis, tecidos e defecar sobre alimentos, sendo necessária
a sua inutilização.
Classe Insecta
Ordem Dictyoptera
Família Blattidae
119
120
Dados
Classe Insecta
Ordem Dictyopera
Família Blattidae
121
Dados
122
123
Interesse à saúde
Prevenção
As medidas de controle de uma infestação por baratas podem ser feitas por
meio de aplicação de produtos químicos, que nunca deve ser realizado por leigos, pois o
contato desses produtos com pessoas ou animais pode causar intoxicações. Existem no
mercado vários tipos de produtos que podem ser utilizados contra baratas, como,
inseticidas aerossóis, pulverizadores residuais e iscas. No entanto, a eficiência do
controle depende do modo de aplicação, quantidade, escolha do produto mais adequado
e dos locais corretos de aplicação. Por isso, recomenda-se que esse tipo de controle seja
realizado por equipe capacitada e especializada. Além disso, o uso indiscriminado de
substâncias químicas pode provocar a resistência da população de baratas que se quer
eliminar.
As baratas possuem predadores naturais como a lagartixa, que pode auxiliar
no controle, se estiver presente no local infestado. Porém, as baratas atraem alguns
predadores que podem trazer riscos aos humanos, por exemplo, escorpiões, aranhas e
serpentes, que são causadores de acidentes.
125
Referências
Dados da autora
Dayana Kososki
Cães e gatos
Por Juliano Ribeiro e
Vivien Morikawa
127
Cães
Gatos
Introdução
128
Muito se discute sobre a origem do cão, Canis familiaris Linnaeus, 1758,
pois as suposições, quanto sua origem, baseiam-se em ocorrências de milhares de anos.
Os crescentes estudos mostram estes animais em diferentes ambientes e tempos,
conforme a datação dos fósseis. Contudo, cães e seres humanos se relacionam há no
mínimo 14 mil anos, desde o ancestral do cão doméstico, o lobo. A oportunidade de
conseguir alimento a partir de restos de comida ofertados pelos homens trouxe o lobo
para mais perto dos acampamentos humanos, onde podem ter servido como eficiente
sistema de alarme. A partir daí, tornaram-se parceiros de caça e animais de companhia.
Assim, teve início a domesticação dos cães, o que, ao longo de muitos milhares de anos
de criação seletiva, levou a mudanças significativas em seu comportamento e atributos
físicos.
As raças caninas como são conhecidas por nós só vieram a se estabelecer de
maneira organizada há aproximadamente 200 anos. Mas, antes disso, o homem já
selecionava cães para funções específicas. Há pelo menos 12 mil anos, quando nossos
distantes ancestrais passaram a viver em habitações permanentes, o cão primitivo sofreu
pressões ambientais naturais. Consequentemente, sua forma começou a mudar para um
corpo e cavidade cerebral menores, com dentes mais compactos. Após muitas gerações
de cruzamento seletivo, uma diversidade de raças começou a evoluir. Há mais de 5 mil
anos, havia, no Tibete, cães de guarda, ancestrais dos rottweilers e bulldogs. Mais
recentemente, na Itália, datando de 1.700 anos, foram encontrados lébreis, ancestrais
dos atuais basset hound e dachshund. Spaniels de água e retrievers apareceram na
Europa há 1.300 anos. Os terriers, só 100 anos mais tarde. Assim como antes, a
evolução do cão por todo o mundo continua com toda a força.
130
131
Dados
132
Dados
Interesse à saúde
• Raiva;
• Leishmaniose visceral;
• Leishmaniose Tegumentar Americana;
• Toxoplasmose;
• Bicho geográfico;
• Alergias;
• Doença da Arranhadura do Gato – DAG.
Prevenção
Referências
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136
Juliano Ribeiro
Ectoparasitas
Por Márcia Arzua e
Patricia Weckerlin e Silva Trindade
137
Carrapatos
Pulgas
Piolhos
Introdução
Carrapatos
Ordem Ixodida
Família: Ixodidae
São carrapatos que parasitam aves, roedores, bois, cabras, veados, gambás e
o homem. Ocorrem na Argentina, Brasil, Guiana Francesa, Paraguai, Suriname e
Uruguai.
FAMÍLIA: Ixodidae
FAMÍLIA: Ixodidae
FAMÍLIA: Ixodidae
Interesse á saúde
Febre Maculosa
Sintomas
As primeiras investigações tiveram início no final dos anos 80, quando foi
criado um laboratório para estudo dessa enfermidade na Faculdade de Medicina da USP
em 1992, tornando-se posteriormente centro de referência no país.
Em um condomínio residencial localizado no município de Itapevi, SP,
foram descobertos os dois primeiros casos humanos da enfermidade, os quais
apresentavam aspecto clínico e sorológico compatíveis com a Doença Lyme, até então,
conhecida somente do Hemisfério Norte. Tratava-se de duas crianças que foram picadas 144
por carrapatos nas áreas verdes do condomínio.
Na ocasião, dois outros casos brasileiros foram relatados no Rio de Janeiro e
em Manaus, porém, ambos exclusivamente com manifestações cutâneas, tendo apenas
diagnóstico clínico.
Os pacientes adquirem a enfermidade visitando áreas com vegetação
preservada e existência de animais silvestres, incluindo regiões litorâneas ou zonas
rurais, sendo que 50% dos pacientes lembram-se de picadas ou de terem tido contato
com carrapatos. Alguns indivíduos, como veterinários, geólogos, botânicos, pescadores
e frequentadores de trilhas, têm maior predisposição para contrair a infecção.
No Brasil, pesquisas de campo realizadas em áreas de risco mostraram que
gambás e roedores silvestres participam como animais reservatórios, contribuindo na
manutenção da doença na natureza, enquanto os carrapatos das espécies Ixodes
loricatus, Ixodes didelphidis e Amblyomma cajennense seriam os vetores responsáveis
pela transmissão da zoonose entre os animais silvestres e o homem. As formas imaturas
de carrapatos, especialmente as larvas e ninfas, de tamanho diminuto, são os principais
responsáveis pela infecção, razão pela qual nem todos os pacientes recordam- se de
picadas. Animais domésticos, além de contraírem a infecção, atuam como
transportadores de vetores para o ambiente peridomiciliar.
A doença de Lyme evolui em estágios. O aspecto distintivo na fase inicial é
a lesão de pele denominada eritema migratório e, nas recidivas clínicas, observam-se
lesões cutâneas secundárias e/ou complicações sistêmicas articulares, cardíacas ou
neurológicas.
O diagnóstico da borreliose baseia-se na presença dos sintomas clínicos,
história epidemiológica compatível e sorologia positiva para Borrelia burgdorferi. O
agente etiológico ainda não foi isolado no Brasil, mas, as manifestações clínicas são
semelhantes às observadas nos Estados Unidos e Europa, incluindo a presença do
eritema migratório e as complicações osteoarticulares e neurológicas, ambas com
frequências aproximadamente semelhantes (30% dos casos).
A enfermidade é raramente fatal, porém, se não diagnosticada e tratada
precocemente com antibióticos é de grande morbidade, devido às recorrências e
complicações clínicas progressivas, motivos pelos quais a doença deve ser de
conhecimento da classe médica brasileira.
Devido às particularidades do agente etiológico, no Brasil, que é diferente
das conhecidas em outros continentes, a enfermidade deveria ser chamada de doença de
Lyme-símile.
145
Prevenção
No animal:
Banhos carrapaticidas;
Animais de pelos longos devem ser tosados no verão;
Uso de produtos carrapaticidas de longa duração.
No ambiente:
Uso de carrapaticidas: canis, casinha dos cães, em plantas e canteiros, atentando
para frestas nas paredes ou pisos e ralos. O forro da casa não deve ser esquecido;
Em canis de alvenaria recomenda-se “vassoura de fogo”;
Fechar todas as frestas existentes nos canis ou paredes dos quintais, assim como
no piso.
No humano:
Quando visitar áreas com vegetação preservada e presença de animais silvestres,
atentar à presença e picada de carrapatos, preferencialmente coletando o animal
em caso de picada.
.
Pulgas
Ordem Siphonaptera
Interesse á saúde
FAMÍLIA: Pulicidae
FAMÍLIA: Pulicidae
FAMÍLIA: Pulicidae
148
FAMÍLIA: Rhopalopsyllidae
Interesse á saúde
Riquetsioses
O tifo murino é causado pela Rickettsia, uma bactéria que provoca febre e
uma erupção cutânea. Ela vive em pulgas que se alimentam em ratos, ratazanas e outros
roedores, podendo ser transmitida, por estes animais, ao homem. O tifo murino é
transmitido aos homens quando ocorre uma infestação significativa em roedores,
levando as pulgas (Xenopsylla cheopis) a procurarem outras fontes de alimento,
encontrando então, o homem. Com a peste, ocorre da mesma forma. Riquetsioses são
comuns em muitas ilhas e áreas de portos de vários pontos do planeta. Em relação ao
Brasil, há registro em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Sintomas e tratamento
Entre 6 e 18 dias após a transmissão aparecem os sintomas, calafrios,
tremores, dor de cabeça, febre, que duram em torno de 12 dias. Ao final do quarto ou
quinto dia, em 80% dos casos, aparece uma discreta erupção cutânea, um pouco
saliente, rosada, difícil de ver, afetando uma parte reduzida do corpo e desaparecendo
até o oitavo dia. O tratamento de riquetsioses é baseado na administração de antibióticos
e permitem recuperação total. Raras exceções evoluem para óbito, em geral, idosos e
pessoas debilitadas ou com deficiências do sistema imune.
Verminoses
150
Peste Bubônica
151
Forma bubônica
Forma pneumônica
Outras formas
FAMÍLIA: Pulicidae
152
Interesse á saúde
Prevenção
Informações adicionais
Ordem Phtiraptera
Subordem: Anoplura
Pediculus capitis.
FOTO: César Arzua
FAMÍLIA: Pediculidae
Interesse á saúde
Sintomas e tratamento
Prevenção
Não utilizar objetos próprios para a cabeça de pessoas que possam estar
infestadas;
Examinar a cabeça periodicamente e utilizar pente fino de metal;
Manter os cabelos presos em locais onde há pessoas parasitadas;
Utilizar pediculicida ou água quente (60 graus), para desinfecção objetos sob
suspeita de estarem infestados;
Usar aspirador de pó nos locais fora do corpo em que os piolhos podem estar.
Referências
Márcia Arzua
Moluscos
Por Adelinyr Azevedo de Moura Cordeiro
e Odete Lopez Lopes
157
Moluscos
158
Introdução
Vetores da esquistossomose
159
Nome vulgar: caramujo
Nome científico: Biomphalaria sp.
160
Interesse à saúde
Prevenção
Informações adicionais
162
Referências
Interesse à saúde
Prevenção
Informações adicionais
165
Referências
Interesse à saúde
Prevenção
Informações adicionais
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(Stylommatophora, Mollusca) no Estado do Rio de Janeiro (Brasil): situação atual.
Biota Neotropica, 10 (3), p. 447-451.
171
Interesse à saúde
172
Prevenção
Informações adicionais
Referências
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Morcegos
Por Dayana Kososki
174
Morcegos
175
Introdução
176
Família Molossidae
Molossus molossus.
FOTO: Claudia Staudacher
179
Nyctinomops laticaudatus.
FOTO: Claudia Staudacher
Promops nasutus.
FOTO: Dayana Kososki
Família Phyllostomidae
181
Sturnira lilium.
FOTO: Wilson Uieda
Família Vespertilionidae
Lasiurus blossevillii.
FOTO: Dayana Kososki
183
Histiotus velatus.
FOTO: Claudia Staudacher
Morcegos hematófagos
Interesse à saúde
A principal doença vinculada por morcegos, e que pode ser transmitida ao 185
homem, é a raiva. Uma doença infecciosa aguda causada por um vírus do gênero
Lyssavirus, que compromete o Sistema Nervoso Central, sendo fatal em quase todos os
casos. Todas as espécies de mamíferos são suscetíveis à infecção pelo vírus da raiva.
Animais domésticos, principalmente cão e gato, animais silvestres como macaco, lobo,
gato do mato, graxaim, raposa, gambá e todas as espécies de morcegos podem transmitir
a raiva se estiverem contaminados.
A raiva é transmitida pela inoculação do vírus presente na saliva do animal
infectado, em geral, por mordida, mais raramente documentada por arranhadura ou
lambedura de mucosas ou pele com ferimentos abertos. A transmissão por aerossol e
transplantes de córnea e de órgãos também são muito raras, mas, já foram registradas no
mundo.
O vírus presente em morcegos caracteriza o ciclo aéreo da raiva. Todas as
espécies de morcegos podem transmitir a raiva se estiverem contaminados,
independentemente de seu hábito alimentar. Ainda pouco se conhece sobre a biologia da
raiva em morcegos, mas, acredita-se que a doença faz parte do controle natural dessas
populações, pois nem todos os morcegos são hospedeiros assintomáticos, alguns
desenvolvem os sintomas da doença e isso os leva a morte. Por outro lado, estudos
mostram que muitos morcegos infectados em uma colônia são capazes de se recuperar e
tornarem-se imunes ao vírus. Quando encontrados caídos no chão, mortos ou vivos com
paralisia sem agressividade pode configurar um indicativo de que manifestaram a raiva.
Mas, morcegos doentes tornam-se mais vulneráveis e animais de estimação podem
capturá-los sendo contaminados com o vírus da raiva. Por isso, é importante vacinar os
animais domésticos contra a raiva, anualmente.
A Coordenação de Controle de Zoonoses e Vetores de Curitiba encaminhou
para exame da raiva 155 morcegos coletados em situações suspeitas, entre 2008 e
setembro de 2011. Destes, cinco estavam contaminados com o vírus da raiva, o que foi
constatado pelos testes de imunofluorescência direta e prova biológica em
camundongos, realizados pelo Laboratório Central do Estado do Paraná.
Prevenção
Deve-se evitar qualquer contato com morcegos, porque não é possível saber
se o animal está ou não contaminado com o vírus da raiva apenas com a observação
visual. Somente o exame laboratorial pode confirmar uma infecção. Morcegos nunca 186
devem ser manuseados por pessoas não treinadas e não vacinadas e nunca devem ser
mantidos como animal de estimação.
Cães e gatos podem capturar morcegos sem que seu proprietário saiba, por
isso os animais de estimação devem ser vacinados contra a raiva anualmente.
Sempre que um morcego for encontrado caído ou pendurado recomenda-se
que o animal seja isolado evitando-se contato e que o serviço de vigilância do município
seja avisado imediatamente. Em Curitiba o número telefônico para contatar o CCZV é o
156, uma equipe irá até o local coletar o animal e esclarecer sobre os procedimentos
mais seguros em cada situação.
Quando ocorre contato de uma pessoa ou animal de estimação com um
morcego, a equipe de vigilância encaminha o morcego para o exame da raiva. No caso
de acidente com mordida ou arranhão por morcego é importante lavar o local com água
e sabão e procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Às vezes a mordida de um morcego pode ser confundida com outro tipo de
ferimento ou nem ser percebida. Se a pessoa estava dormindo e, ao acordar, percebeu no
mesmo cômodo a presença de um morcego, ou nos quartos de crianças com pouca
idade, ou pessoa com deficiência mental, ou intoxicada, a identificação da mordida ou
arranhão fica mais difícil. Nesses casos é preciso realizar o exame da raiva no morcego
e encaminhar a pessoa para atendimento médico.
Profissionais que tenham contato com mamíferos silvestres frequentemente
ou de criação e estudantes de Medicina Veterinária, Biologia e áreas afins que
manipulem animais com risco de estarem contaminados devem realizar pré-exposição
contra raiva através do esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde. A
vacina é a principal forma de prevenção.
Locais fechados, com acúmulo de fezes de morcegos, podem propiciar o
crescimento de fungos causadores de doenças em humanos. Para realizar a limpeza
desses locais deve-se sempre proteger as vias respiratórias com máscara, usar luvas de
borracha e procurar não levantar poeiras, molhando as fezes com água sanitária antes de
retirá-las, nunca varrer a seco.
Informações adicionais
Referências
Dados da autora
Dayana Kososki
Moscas
Por Juliana Margarida Martins
188
Moscas
Varejeiras
189
Introdução
190
191
Dados
2
Imagem com direitos autorais liberados, disponível em: http://entomology.unl.edu/images/muscidflies/
192
Interesse à saúde
Estas moscas não picam, entretanto, atuam como vetores mecânicos. Após
pousarem sobre fezes, animais em decomposição, feridas ou outras substâncias
consideradas sujas, podem entrar em contato com alimentos e contaminá-los,
depositando bactérias, vírus, protozoários e ovos de vermes contidos em seu corpo.
Dessa forma, são transmissoras da febre tifoide, amebíase, cólera, giardíase dentre
diversas outras enfermidades.
Prevenção
193
Dados
Interesse à saúde
3
Imagem com direitos autorais livres, disponível em: http://www.bancodeimagens.fiocruz.br
Prevenção
Informações adicionais
Referências
Dados da autora
Mosquitos
Por Márcia Saad
195
Mosquitos
196
Introdução
4
Esta imagem encontra-se em domínio público por ser uma obra do Governo Federal dos EUA- Centers
for Disease Control and Preventionnos termos do Título 17, Capítulo 1, Secção 105 do US Code.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Aedes_aegypti_CDC-Gathany.jpg
198
5
Esta imagem encontra-se em domínio público por ser uma obra do Governo Federal dos EUA- Centers
for Disease Control and Preventionnos termos do Título 17, Capítulo 1, Secção 105 do US Code.
Disponível em: http://phil.cdc.gov/phil/details.asp
199
6
Esta imagem encontra-se em domínio público por ser uma obra do Governo Federal dos EUA- Centers
for Disease Control and Preventionnos termos do Título 17, Capítulo 1, Secção 105 do US Code.
Disponível em: http://phil.cdc.gov/phil/details.asp
200
201
Interesse à saúde
Prevenção
Agir uma vez por semana nos locais com água onde a fêmea costuma
colocar seus ovos, ainda é o melhor método para se prevenir a proliferação de
mosquitos e, consequentemente, das doenças transmitidas por eles. 202
Caso a eliminação dos criadouros seja realizada, podemos interferir no seu
desenvolvimento e impedir que ovos, larvas e pupas cheguem à fase adulta.
Eliminar focos de água parada é simples: desobstruir calhas, eliminar lixo a
céu aberto que possa acumular água, encaminhar pneus para a reciclagem.
Mas, existem recipientes difíceis de eliminar e que podem se tornar
importantes reservatórios do A. aegypti, como caixas d’água, tambores e tonéis, ou
mesmo pratinhos de plantas. Mesmo assim, há o que pode ser feito. Primeiramente, as
caixas d’água e tonéis devem ser vedados, não apenas tampados, mas, totalmente
vedados, já que o A. aegypti consegue entrar em fendas e frestas muito pequenas para
depositar seus ovos. Para os pratinhos dos vasos de plantas e qualquer outro reservatório
de água que não possa ser eliminado, é importante trocar a água e lavar as paredes do
recipiente com palha de aço ou escova de cerdas duras, no mínimo, uma vez por
semana, para eliminar ovos.
203
Referências
Dados da autora
Percevejos
Por Diogo da Cunha Ferraz
204
Percevejos
Introdução
Muito comuns em áreas rurais e observados com frequência em ambientes
urbanos, os percevejos são insetos que pertencem à ordem Hemiptera, usualmente
inofensivos à saúde humana. Conhecem-se cerca de 22 mil espécies de percevejos.
Aqueles que apresentam interesse médico podem atuar como insetos vetores, pois
carregam no interior de seu tubo digestivo o protozoário Trypanosoma cruzi, causador 205
da Doença de Chagas. Alimentam-se por um aparelho bucal sugador e podem ser
divididos, inicialmente, em dois grupos: os hematófagos (alimentam-se de sangue) e os
não hematófagos (não se alimentam de sangue).
Os percevejos não hematófagos podem ser classificados como fitófagos ou
predadores. Os fitófagos não apresentam interesse médico, são os mais comuns e,
geralmente, se alimentam de seiva das plantas. São popularmente conhecidos como
“fede-fede” ou “maria-fedida”, pois exalam um odor característico quando tocados.
Normalmente, são encontrados em grande quantidade durante o dia, pois tem hábito
diurno. Outra característica bastante comum é sua presença em hortas, servindo-se da
seiva de diversas hortaliças, tendo, por isso, grande importância na agricultura.
Apresentam duas características marcantes: olhos simples, adaptados à visão diurna, e
um aparelho bucal longo e reto (para alcançar a seiva no caule das plantas). Este, é
formado por quatro segmentos, ultrapassando, na sua totalidade, o primeiro par de patas.
Os percevejos predadores ou entomófagos, apesar de serem capazes de
produzir uma picada dolorida quando incomodados, não são animais que apresentam
interesse médico. A principal característica deste tipo de inseto é a presença de um
aparelho bucal curto, robusto e curvo (em forma de vírgula). Neste caso, o aparelho
bucal é formado por três segmentos que não ultrapassam o primeiro par de patas.
Também possuem olhos simples, alimentam-se, geralmente, de outros insetos e há
diversas espécies que apresentam aspecto curioso. Muitos são coloridos, com
ornamentações que lhe conferem aspecto singular.
Os hematófagos são de interesse à saúde, como veremos a seguir.
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209
210
Interesse à saúde
Os percevejos de cama, apesar de não representarem um grupo de grande
interesse médico, causam considerável incômodo e, por serem hematófagos (alimentam-
se de sangue), podem levar crianças com deficiência nutricional à anemia. A picada
provoca intenso prurido (coceira), podendo causar ferimentos na pele e infecção
secundária. A qualidade do sono também pode ser afetada pela atividade noturna destes
insetos.
Prevenção
Há uma estreita relação entre as precárias condições higiênico-sanitárias e a
ocorrência de percevejos de cama. Por este motivo, faz-se necessária a vedação de
frestas, a eliminação de possíveis abrigos nas estruturas da cama, bem como a exposição
de colchões e roupas de cama ao sol. Atitudes simples, como afastar a cama da parede,
dificultam o acesso do inseto e interfere de maneira positiva como medida que oferece
proteção. O uso de inseticidas, nos pontos de infestação dentro de casa, mostra-se
eficiente apenas em curto prazo. Em longo prazo, o uso contínuo seleciona aqueles
insetos já naturalmente resistentes e, uma vez permitida a sua reprodução, conduz a um
processo chamado de “resistência do inseto ao inseticida”. Não se recomenda o uso de
repelentes, dada a ineficiência em oferecer proteção ao usuário.
Os triatomíneos são frequentemente encontrados na zona rural, no entanto,
quando as habitações encontram-se em condições precárias, podem ser verificados
focos urbanos. Os triatomíneos são bastante sensíveis aos inseticidas, não
desenvolvendo, usualmente, resistência a estes. O controle a ser realizado no entorno
dos domicílios mostra-se um desafio de difícil solução, em função, principalmente, da
menor persistência dos inseticidas nestes locais. No entanto, a redução dos índices de
infestação, colonização e transmissão do parasito ao ser humano, revela que o uso
cauteloso de inseticidas pode alcançar resultados positivos, desde que associado à
constante vigilância epidemiológica. A manutenção constante do entorno, procurando-
se evitar o acúmulo de materiais que propiciem abrigo, auxilia no controle.
Do mesmo modo, no interior dos domicílios, devem-se eliminar frestas,
evitar amontoados de objetos, afastar a construção de galinheiros e depósitos de cereais
da casa principal - a fim de que não sirvam como abrigo e fonte de alimento aos
triatomíneos. A reforma nas casas deve estar associada a uma educação sanitária
(condições de higiene) consistente e à melhora nas condições socioeconômicas da
população. A rápida comunicação da população com as autoridades sanitárias tem papel
fundamental neste processo, tendendo a se consolidar com uma população bem
informada.
Referências
Dados do Autor
Roedores
Por Simone do Rocio Ferreira
213
Roedores
Introdução
215
Dados
Rato de telhado
Nome vulgar: rato preto, rato silo, rato de telhado, de forro, de paiol, de navio etc.
Nome científico: Rattus rattus (Linnaeus, 1758)
Dados
Camundongo
Dados
Interesse à saúde
Prevenção
Manejo Integrado
221
Referências
Dados da Autora
223
Peixes
Por Vinícius Abilhoa
224
Peixes
Osteichthyes
Siluriformes
Callichthyidae
Corydoras paleatus (Jenyns, 1842)
Corydoras ehrhardti Steindachner, 1910
Introdução
226
Dados
Interesse à saúde
Prevenção
Informações adicionais
228
Referências
229
Dados
Interesse à saúde
230
Prevenção
Informações adicionais
Referências
231
ABILHOA, V. & BOSCARDIN, C. R. 2004. A Ictiofauna do alto curso do rio Iguaçu
na Região metropolitana de Curitiba, Paraná. Sanare 22: 58-65.
HADDAD-JUNIOR, V. 2003. Animais aquáticos de importância médica no Brasil.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 36(5): 591-597.
INGENITO, L.F.S., DUBOC, L.F. & ABILHOA, V. 2004. Contribuição ao
conhecimento da ictiofauna do Alto Iguaçu, Paraná, Brasil. Arquivos de Ciências
Veterinárias e Zoologia da Unipar, 7(1), 23-36.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. OMS. 2004. Manual de segurança
biológica em laboratório – 3ª. edição. Genebra: Organização Mundial da Saúde,
203p.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. 2001, Manual de
diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. Brasília:
Fundação Nacional de Saúde, 120p.
Dados do autor
Vinícius Abilhoa
Dayana Kososki: Bióloga do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores – Setor de Fauna Sinantrópica,
Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
Deni Lineu Schwartz Filho: Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (1986)
e mestre em Ciências Biológicas (Entomologia) pela Universidade Federal do Paraná (1990). Atualmente, é
consultor e empreendedor na área de conservação e manejo de fauna nativa e exótica. Tem experiência na área
de biogeografia, ecologia, conservação e manejo das abelhas neotropicais, bem como no manejo e uso
econômico da fauna nativa e exótica.
Diogo da Cunha Ferraz: Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná, 2005.
Biólogo da Coordenação de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) - Centro de Saúde Ambiental -
Secretaria Municipal de Saúde - Prefeitura Municipal de Curitiba. Professor na área de Meio Ambiente,
Curso Técnico em Meio Ambiente, Colégio Estadual Paulo Leminski, desde 2007.
Eric Koblitz: Médico Veterinário atuante no Centro de Saúde Ambiental, Programa da Dengue. Foi
Coordenador da Coordenação de Zoonoses e Vetores e atuou em diversos municípios do interior do
Paraná, reunindo experiência vasta na área de saúde coletiva.
Gisélia Burigo Guimarães Rubio: Bióloga formada pela Universidade Católica do Paraná em 1984.
Chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Estado da Saúde e Coordenadora do
Centro de Envenenamentos de Curitiba.
Juliana Margarida Martins: Bióloga formada pela Universidade Federal do Paraná (2000). Mestre em
Ciências Biológicas e Especialista em Administração Pública. Há cinco anos atua na área de Vigilância
em Saúde Ambiental na Prefeitura Municipal de Curitiba.
Juliano Ribeiro: Possui graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Positivo (2002) e
Mestrado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (2006). Biólogo da Prefeitura Municipal de
Curitiba desde 2006, ocupando a função de Coordenador do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores de
Curitiba.
Julio Cesar de Moura Leite: Doutor em Zoologia (2001) pela UFPR. Curador da coleção herpetológica
do Museu de História Natural Capão da Imbuia (Prefeitura Municipal de Curitiba) desde 1990 e Professor
Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Vice-coordenador do Curso de Especialização em
Ecologia Urbana (PUCPR), participou da elaboração de listas de espécies ameaçadas em nível nacional e
regional.
Márcia Rocha Saad: Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa em
1991. Bióloga da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba desde 1992. Coordenadora do Centro de
Controle de Zoonoses e Vetores em 1997, Coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue
de 1998 a 2008. Atualmente, desenvolve atividades no Centro de Epidemiologia na Secretaria Municipal 233
da Saúde.
Odete Lopez Lopes: Curadora das coleções científicas Crustacea e Miriapoda do Museu de História
Natural Capão da Imbuia, Curitiba, Paraná. Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal
do Paraná, Especialização em Educação Ambiental, Mestrado e Doutorado em Zoologia pela
Universidade Federal do Paraná. Autora do livro: “Coletânea de Atividades Interpretativas em Educação
Ambiental”.
Pedro Scherer Neto M. Sc.: Engenheiro Agrônomo / Ornitólogo. Mestre em Zoologia / Universidade
Federal do Paraná. Pesquisador voluntário no Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna / Museu
de História Natural Capão da Imbuia / Zoológico de Curitiba.
Simone do Rocio Ferreira Gusi: Bióloga, formada pela PUC/PR. Especialização em Epidemiologia de
vetores importantes em Saúde Pública/ UFPR. Chefe de Serviço/Coordenação de Controle de Zoonoses e
Vetores.
Solange Regina Malkowski: Graduada em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (1985) e mestre em Ciências Biológicas (Entomologia) pela Universidade Federal do Paraná
(1992). Bióloga do Museu de História Natural Capão da Imbuia em Curitiba-PR, Laboratório de
Entomologia. Curadora da coleção entomológica, com experiência em entomologia urbana.
Tomaz Fumio Takeuchi: Biólogo da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba desde 2007, formado
em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná em 2006.
Vinícius Abilhoa: Biólogo, Coordenador do Grupo de Pesquisas em Ictiofauna do Museu de História Natural
Capão da Imbuia. Mestre e Doutor em Zoologia (UFPR), com aperfeiçoamento em Sistemas de Informação
em Biodiversidade e Estatística para Ecologia e Conservação. Especialista em Análise Ambiental (UP).
Docente do curso de especialização em Conservação da Natureza da PUCPR e orientador nos programas de
Mestrado e Doutorado em Zoologia da UFPR.
Vivien Midori Morikawa: Graduada em Medicina Veterinária, UNESP Botucatu, 2001. Especialista em
Radiodiagnóstico Veterinário, Instituto Veterinário de Imagem/IVI, São Paulo/SP. Doutoranda em Ciências
Veterinárias, UFPR. Coordena a Divisão de Monitoramento e de Proteção Animal do Departamento de
Pesquisa e Conservação da Fauna, SMMA. Atua em Medicina Veterinária, com ênfase em Saúde Pública,
Zoonoses e Manejo de Fauna Urbana.
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Curitiba, 2012
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