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A inflamação e a

biossíntese dos
eicosanoides
maio 24, 2017 / Artigos, Curiosidades, Química, Saúde

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Este texto visa explicar alguns fatores bioquímicos e


imunológicos relacionados com a inflamação, bem como
sobre os medicamentos que são usados nestes casos.

DO QUE ESTAMOS FALANDO?

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Os eicosanoides são moléculas com 20 carbonos, que
medeiam processos imunológicos e inflamatórios nos
tecidos dos organismo. Derivam do ácido araquidônico,
ácido graxo obtido sobretudo a partir de alimentos de
origem animal, mas não somente (ver artigo sobre os
ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6).
Ele surge a partir das gorduras conhecidas como
fosfolipídios, pela ação da enzima fosfolipase
A (existem outras fosfolipases, até a D, mas vamos nos
ater nesta).

CHI
CabeçaHidrofílica

CH2
a3O
P-0 fosfato nitrogênio

CH2
sicerol
fósforo
-##-1-0-=
-£-9-0-9

oxigênio

carbono
CaudaHidrofóbica

hidrogênio
ácidos
2-2

dupla graxos
ligação
CHz
CHz

CH3 CH3

Estrutura de um fosfolipídio.

A CASCATA DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO

Estrutura do ácido araquidônico

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Complementando o que foi dito antes, o ácido


araquidônico é uma molécula derivada da degradação de
fosfolipídios e precursora de diversos mediadores
químicos, que por sua vez atuam nos diversos tecidos do
corpo. Os processos inflamatórios são derivados desta
molécula, que gera substâncias capazes de promover
dor, aumento de temperatura, tumefação local e
vermelhidão. Estes efeitos são necessários para que o
corpo reconheça agressões e assim possa enviar células
de defesa para a região afetada.

•Metabólitosdoácidoaraquidônico
Fosfolipídeosda
ÁC.ARAQUIDÔNICO
membranacelular Fosfolipases

Inibidaspelosesteróides

SHETE SHPETEHPETE* ProstaglandinaG2


Quimiotaxia
LOX COX
LipooxigenasesCiclo-oxigenases

InibidapelosAINEs
ProstaglandinaH2
LeucotrienoA4
LeucotrienoB4

Quimiotaxia

TromboxaneA2
_oucotriono∞a
ProstaglandinaPGI2

VasodilataçãoInibiçãoda Vasoconstrição promocaoda


Vasoconstrição agregação agregação
plaquetária plaquetária
Broncoespasto
LeucotrienoD4
†Permeabilidade

LeucotrienoE4
PGD2 PGF2 PGF2a

Vasodilataçãoepromoçãodo

Cascata do ácido araquidônico e seus derivados

ENZIMAS

As enzimas cicloxigenase 1 e 2 (prostaglandina H2


sintases, as COX-1 e COX-2*) e lipoxigenase
(araquidonato 5-lipoxigenase ou 5-LOX) atuam
degradando o ácido e gerando os derivados
eicosanoides, cada qual com seu papel, mais
notadamente:

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• Prostaglandinas, que possuem inúmeras funções


imunológicas e metabólicas, como por exemplo,
promoção de vasodilatação, o que aumenta a chegada
de células imunitárias no local lesionado. Possuem esse
nome por terem sido descobertas no sêmen e agem
também sobre a função reprodutora dos animais, tendo
efeito sobre as células germinativas e o tecido do
aparelho genital;

• Prostaciclina (ou Prostaglandina PGI2), conhecida


também por ter ação de proteção da mucosa gástrica. É
por agirem sobre essa prostaglandina que muitos
antiinflamatórios, discutidos logo mais no texto, causam
irritação gástrica com a frequência do uso;

• Leucotrienos, eicosanoides derivados da ação da 5-


LOX que agem sobre a quimiotaxia, isto é, o
recrutamento de células imunitárias para o local afetado
pela lesão. São substâncias que promovem o movimento
de neutrófilos, basófilos, mastócitos e outras células
especializadas pelo sangue até chegarem onde foi
lesionado.

• Tromboxano A2, que é um fator que auxilia na


vasoconstrição e na agregação plaquetária, efeito que
inibe os sangramentos.

É possível perceber, com todos os efeitos possíveis dos


eicosanoides, que eles possuem importância clínica e
permitem que consigamos entender como acontecem as
inflamações. Sabendo como eles funcionam, podemos
agir de modo preventivo e curativo com muito mais
eficácia e melhores resultados.

OS FÁRMACOS ANTIINFLAMATÓRIOS

Os antiinflamatórios não esteroidais (ou AINEs)


inibem a ação das enzimas COX, seja de modo seletivo
(só a COX-2) ou não. O protótipo dos AINEs é o ácido
acetilsalicílico (AAS), medicamento clássico e que tem
efeitos comumente encontrados em todos os outros
AINEs.

Devido ao seu efeito antiagregante plaquetário, é


também considerado um medicamento útil na clínica
cardiológica, sobretudo em pacientes com histórico de
acometimento por infartos ou tromboses, porque impede
e formação de novos trombos e coágulos que podem se
deslocar e obstruir um pequeno vaso sanguíneo, com
risco especialmente em regiões localizadas próximas ao
cérebro. O que faz esse efeito é a sua ação sobre o
tromboxano A2, que tem papel promotor de coagulação e
é inibido pelo medicamento.

Já os corticoides (ou esteroides, por serem baseados em


hormônios esteroides) são fármacos antiinflamatórios
que inibem a ação da lipoxigenase, evitando a
degradação do ácido araquidônico e assim impedindo o
seu metabolismo desde a origem, isto é, no momento em
que os fosfolipídios são convertidos em ácido
araquidônico. São considerados mais abrangentes por
esse motivo, por atuarem diretamente no princípio da
cascata e impedindo todo o resto do processo.

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* Existem pesquisas sobre uma terceira enzima COX,


que está localizada principalmente no tecido do córtex
cerebral e é afetada sobretudo pelo paracetamol. Veja
nas referências.

Ver referências linkadas ao longo do texto.

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