Metabolismo Glicidico

Metabolismo
Glícidico
Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 1

Glicólise
Ø Glucose funciona como o combustível da célula

Ø Precursor versátil- grande variedade de intermediários
metabólicos
a molécula de glicose é degradada numa série de
reacções catalisadas obtendo-se duas moléculas de
piruvato (composto com três átomos de carbono)
Ø No decorrer da evolução esta via metabólica tem sido
conservada
A glicólise difere nos organismos somente no modo como
é regulada e no destino do piruvato formado

Reacções importantes
Ø Degradação do esqueleto da glicose para formar piruvato
Ø Fosforilação do ADP a ATP por compostos de alta energia

formados durante a glicólise
Ø Transferência do ião hidreto para o NAD+
Ø O destino do piruvato depende do tipo de célula e das

circunstâncias metabólicas


1ª reacção- Fosforilação da glucose
Hexocinase

2ª reacção- Conversão da Glucose 6-fosfato em Frutose 6-fosfato

3ª reacção- Fosforilação da Frutose 6-fosfato a Frutose 1,6- difosfato
Fosfofrutocinase-1


4ª reacção- Decomposição da frutose

5ª reacção- Interconversão das trioses fosfato

6ª reacção-Oxidação do gliceraldeído 3-fosfato a 1,3-difosfoglicerato

7ª Reacção: transferência do grupo fosforilo do 1,3-difosfoglicerato
para o ADP

8ª Reacção: Conversão do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato

9ª reacção: Desidratação

10ª reacção: Transferência do grupo fosforilo do
fosfoenolpiruvato e formação de ATP e piruvato

Fermentação
alcoólica

Uso de outros polissacáridos, di e monossacáridos na glicólise

VIA DAS PENTOSES FOSFATO

Formação da acetil-CoA a partir do piruvato

Processos catabólicos

Glicogénio Glucose 6-fosfato GLICOGENÓLISE

Glucose 6-fosfato Piruvato GLICÓLISE

Processos Anabólicos

n  Piruvato Glucose GLUCONEOGÉNESE
n  Glucose Glicogénio GLICOGÉNESE

A glicólise e a gluconeogénese
Ø N o s a n i m a i s s u p e r i o r e s o c o r r e
principalmente no fígado
Ø Nos animais os príncipais precursores da

glucose são:
Lactato, piruvato, glicerol, e alguns
aminoácidos
Ø A glucose produzida é transportada pelo

sangue até aos tecidos
Ø Quer a glicólise quer a gluconeogénese

ocorrem no citosol

Percursos alternativos do
piruvato a fosfoenolpiruvato

Degradação do Glicogénio

CH2OH
H O H
H
OH H
OH OPO32−
H OH
glucose-1-phosphate
Glicogénio Fosforilase catalisa a hidrólise da ligação α (1à4) libertando

glicose-1-fosfato

glicogénio(n resíduos) + Pi à glicogénio (n–1 resíduos) + glicose-1-fosfato

Piridoxal Fosfato, um
derivado da vitamina B6, é o
grupo prostético da
Glicogénio Fosforilase
H O
O− C
−O H2
P C OH
O
O
+
N CH3
H
pyridoxal phosphate (PLP)

A Glicogénio Fosforilase
é uma enzima
homodimérica sujeita a
controle alostérico.
Sofre transformações entre
GlcNAc
as conformações PLP
“relaxada” (activa) e
“tensa” (inibida)
inhibitor
GlcNAc PLP
Human Liver
Glycogen Phosphorylase PDB 1EM6

Enzimas de desramiﬁcação
Quebram as ligações glicosídicas α(1à6) nos pontos de ramiﬁcação
CH 2OH CH 2OH
H O O
glycogen
H H H
H H
OH H OH H 1
O
OH
O
H OH H OH
CH 2OH CH 2OH 6 CH 2 CH 2OH CH 2OH

H O H H O H H 5 O H H O H H O H
H H H H H
OH H OH H OH H 1 4 OH H OH H
4 O O
O O OH
OH 2
3
H OH H OH H OH H OH H OH

Transformação de Glicose-1-fosfato a Glicose-6-fosfato
Enzima Fosfoglicomutase
glicose-1-fosfato ßà glicose-6-fosfato
Enzyme-Ser-OPO32− Enzyme-Ser-OH Enzyme-Ser-OPO32−
CH 2OH CH 2OPO32− CH 2OPO32−

H O H H O H H O H
H H H
OH H OH H OH H
OH OPO32− OH OPO3
2−
OH OH
H OH H OH H OH
glucose-1-phosphate glucose-6-phosphate

A Fosfoglicomutase também actua para que a
glicose-6-P originada na gliconeogénese seja convertida
em glicose-1-P para a síntese de Glicogénio

No Fígado a Glicose-6-fosfato pela acção da glicose-6-
fosfatase faz com que a Glicose seja libertada para o
sangue
glicose-6-fosfato + H2O à glicose + Pi
A glicose-6-fosfatase é essencial para o fígado manter a

taxa de glicose no sangue. Esta enzima não existe na
maior parte dos outros tecidos
No Músculo não há glicose-6-fosfatase

A Glicose-6-fosfato vai para a via glicolítica para
produzir piruvato, NADH e ATP

Degradação do Glicogénio
GLICOGÉNIO
GLICOGÉNIO
FOSFORILASE
GLICOSE-1-P
GLICOSE-6-P
GLICOSE GLICÓLISE
(sangue)

Síntese do Glicogénio
A Fosfoglicomutase também actua para que a

glicose-6-P originada na gliconeogénese seja convertida
em glicose-1-P para a síntese de Glicogénio

Reacções de polimerização ou de
transformação de hexoses envolvem a
activação do carbono anomérico da
hexose por ligação a um nucleótido
através de uma ligação fosfodiéster

Glicose-1-fosfato uridil transferase
glicose-1-fosfato + UTP à UDP-glicose + PPi

w  PPi + H2O à 2 Pi
w  glicose-1-fosfato + UTP à UDP- glicose + 2 Pi

A uridina difosfato glicose (UDP-glicose) é o precursor
para a síntese de glicogénio

A Glicogénio Sintase catalisa a síntese das
cadeias de glicogénio
UDP-glicose é transferida para o grupo hidroxilo

do C4 de um resíduo terminal do glicogénio (pré-
existente) para formar uma ligação α(1è 4)
glicogénio(n resíduos) + UDP-glicose à glicogénio(n +1 resíduos) + UDP
Uma enzima de ramificação encarrega –

se de fazer as ligações α(1è6)

Síntese do glicogénio

Síntese do Glicogénio
GLICOSE-6-P
GLICOSE-1-P
UDP-GLICOSE
GLICOGÉNIO
SINTASE
GLICOGÉNIO

REGULAÇÃO

Factores que determinam a actividade de um enzima

Pontos de regulação da glicólise
Reacção 1- catalisada pela hexocinase
Reacção 3- catalisada pela fosfofrutocinase
Reacção 10- catalisada pela piruvato cinase
Ocorre também regulação ao nível da
glicogénio fosforilase

Regulação Hexocinase

Hidrólise da glucose 6-fosfato pela glucose 6-fosfatase no Retículo
endoplasmático (fígado e Rins)
Esta hidrólise no lúmen do ER separa este processo da glicólise

O Tecido adiposo e o músculo na possuem a glucose 6-fosfatase

Ponto de regulação na glicólise e gluconeogénese
Produz glucose a partir de piruvato
PFK-1: fosfofrutocinase-1
FBPase-1:fructose 1,6-bifosfatase

PFK-1

Regulação da fosfofrutocinase-1

Comportamento cinético da fosfofrutocinase-1

Frutose 2,6- difosfato- Potente regulador da glicólise e
gluconeogénese

Regulação do nível de frutose 2,6-difosfato

Regulação da piruvato cinase
Elevadas concentrações de ATP
Acetil CoA
Ácidos gordos de cadeia longa

Regulação da piruvato cinase

Regulação coordenada da glicólise e da gluconeogénese

Regulação da gluconeogénese

REGULAÇÃO DO METABOLISMO DO GLICOGÉNIO
A Glicogénio Fosforilase e a Glicogénio Sintase são

reguladas de forma recíproca por MODULADORES
ALOSTÉRICOS e por FOSFORILAÇÃO (hormonal)

REGULAÇÃO ALOSTÉRICA
A Glicogénio Fosforilase no músculo tem como moduladores
alostéricos:
POSITIVO – AMP (activa a enzima)
NEGATIVO - ATP e glicose-6-fosfato (inibem a enzima)
Quando há muito ATP e G-6-P a degradação do glicogénio

é inibida
Quando há muito AMP (e pouco ATP) a degradação do

glicogénio é activada

A Glicogénio Sintase no músculo tem como modulador alostérico
POSITIVO – glicose-6-fosfato (activa a enzima)
Quando há muito G-6-P a síntese do glicogénio é

activada a degradação do glicogénio é inibida

Glicogénio fosforilase
Regulada por fosforilação
Ø Fosforilase a
Ø Fosforilase b-menos activa (músculo em
repouso)
Na actividade muscular a epinefrina
promove a fosforilação de um resíduo de
Ser da fosforilase b transformando-a em
fosforilase a
No Fígado a glicogénio fosforilase é
regulada pelo glucagon

Regulação da glicogénio fosforilase do
músculo por modificação covalente

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO
GLICOGÉNIO
Regulação por modificação covalente da enzima

(fosforilação)

As hormonas glucagon (glucagina) e epinefrina (adrenalina)
activam a cascata do cAMP no fígado e músculo, respectivamente.
Glucagon (pâncreas) epinefrina (supra-renal)
Ambos as hormonas são secretadas em resposta à

diminuição da glicose no sangue.
Epinefrina também em resposta ao stress

CASCATA do cAMP
Hormona liga-se ao seu

Receptor na membrana da Glucagon ou epinefrina
célula (Receptor na membrana da célula-alvo)
glucagon – fígado
epinefrina – músculo
Adenilato ciclase Adenilato ciclase

(inactiva) (activa)
Adenilato Ciclase catálise
passa da forma Inactiva
para a forma Activa ATP cAMP + PP i
Síntese de cAMP

AMP cíclico (cAMP)
3’, 5’ AMP
Adenilato ciclase
HO P O

cAMP activa a Proteína Glucagon ou epinefrina
cinase (PK)
ATP c AMP + PP
Activação
A Proteína cinase (PK) Proteina cinase Proteina cinase

fosforila a Fosforilase (inactiva) (activa)
ATP
cinase (que passa para a
forma activa) ADP
Fosforilase cinase Fosforilase cinase (P)

( inactiva) (activa)
ATP
ADP
Resultado:
Glicogénio Fosforilase Glicogénio Fosforilase(P)
O Glicogénio é (inactiva
- ) (activa)
degradado

Quando DIMINUI a taxa de glicose no sangue,
são produzidos, glucagon e epinefrina, os quais
induzem degradação do GLICOGÉNIO,
Portanto:
AUMENTA o nível de glicose no sangue (produzido
pelo fígado)

Papel da epinefrina e glucagon

Síntese de Glicogénio
A cascata de cAMP induzida no fígado pelo glucagon tem o
efeito OPOSTO na síntese de glicogénio
A Glicogénio Sintase é fosforilada pela Proteína cinase (PK)
A fosforilação da Glicogénio Sintase inibe a enzima
Então, quando DIMINUI a taxa de glicose no sangue,

são produzidos, glucagon e epinefrina os quais
promovem a inibição da síntese do GLICOGÉNIO

Hormona (epinefrina ou glucagon)
Adenilato Adenilato ciclase

ciclase (activa)
(inactiva) ATP c AMP + PP
Activação
Proteina cinase Proteina cinase

(inactiva ) (activa)
ATP
ADP
ATP Fosforilase cinase Fosforilase cinase (P)

( inactiva ) (activa)
ADP
ATP
Glicogénio sintase Glicogénio sintase (P) ADP
( activa ) ( inactiva)
Glicogénio Fosforilase Glicogénio Fosforilase (P)
(inactiva) (activa)
A fosforilação da Glicogénio Sintase inibe a enzima e o Glicogénio não é sintetizado

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO
GLICOGÉNIO
Glucagon (fígado) e epinefrina (músculo)

Induzem cascata do cAMP
Resultado:
-  Glicogénio fosforilase ACTIVADA (fosforilada) degrada
glicogénio
-  Glicogénio sintase INACTIVADA (fosforilada) não há
síntese de glicogénio

Insulina, produzida pelas células β do pâncreas em
resposta a níveis elevados de glicose no sangue.
Insulina activa uma outra cascata de sinais que
promovem a activação de Fosfoproteínas Fosfatases
Estas enzimas catalisam a hidrólise de resíduos de fosfato das Enzimas:

Fosforilase, Fosforilase cinase, Glicogénio sintase.
Desta forma, a insulina antagoniza os efeitos da cascata de cAMP induzida por

glucagon e epinefrina

Hormona (Insulina)
Adenilato ciclase Adenilato ciclase

(inactiva) (activa)
ATP c AMP + PP
Activação
PRoteina cinase Proteina cinase

Proteínas Fosfatases (inactiva) (activa)
ATP
ADP
ATP Fosforilase cinase Fosforilase cinase(P)

( inactiva) (activa)
ADP
ATP
Glicogénio sintase Glicogénio sintase(P) ADP
( activa ) ( inactiva) P
Glicogénio Fosforilase Glicogénio Fosforilase(P)

(inactiva
- ) (activa)
P
P
Além disto, a insulina induz o aparecimento de
receptores de glicose na membrana das células,
fazendo com que glicose seja transportada para o
citoplasma

Interconexão das Vias do Metabolismo da Glicose

Glicose
Via das Pentoses

Glicogénio GLICOSE-6-P Ribose
+NADPH
Glicólise Gliconeogénese
Piruvato Aminoácidos
Acetil CoA
Ciclo de Krebs

Glicose
Via das Pentoses

Glicogénio GLICOSE-6-P Ribose +NADPH
Gliconeogénese
Glicólise
Glicerol
Triacilgliceróis
Piruvato Aminoácidos
Ácidos
Gordos
Acetil CoA
Ciclo de Krebs

Regulação do metabolismo dos carbohidratos em
hepatócitos

Regulação do metabolismo dos carbohidratos

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Ø Glucose funciona como o combustível da célula

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Ø Fosforilação do ADP a ATP por compostos de alta energia

Ø Transferência do ião hidreto para o NAD+

Ø O destino do piruvato depende do tipo de célula e das

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Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 22

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 23

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 24

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 29

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 35

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 36

Ø Nos animais os príncipais precursores da

Ø A glucose produzida é transportada pelo

Ø Quer a glicólise quer a gluconeogénese

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 37

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 38

Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 39

Glicogénio Fosforilase catalisa a hidrólise da ligação α (1à4) libertando

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Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 41

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CH 2OH CH 2OH 6 CH 2 CH 2OH CH 2OH

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Enzyme-Ser-OPO32− Enzyme-Ser-OH Enzyme-Ser-OPO32−

CH 2OH CH 2OPO32− CH 2OPO32−

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Marise Almeida Bioquímica II 16/17-FMDUL 45

glicose-6-fosfato + H2O à glicose + Pi

A glicose-6-fosfatase é essencial para o fígado manter a

No Músculo não há glicose-6-fosfatase

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A Fosfoglicomutase também actua para que a

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glicose-1-fosfato + UTP à UDP-glicose + PPi

w glicose-1-fosfato + UTP à UDP- glicose + 2 Pi

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UDP-glicose é transferida para o grupo hidroxilo

glicogénio(n resíduos) + UDP-glicose à glicogénio(n +1 resíduos) + UDP

Uma enzima de ramificação encarrega –

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Esta hidrólise no lúmen do ER separa este processo da glicólise

Ø Glucose funciona como o combustível da célula

Ø Fosforilação do ADP a ATP por compostos de alta energia

Ø Transferência do ião hidreto para o NAD+

Ø O destino do piruvato depende do tipo de célula e das

Ø Nos animais os príncipais precursores da

Ø A glucose produzida é transportada pelo

Ø Quer a glicólise quer a gluconeogénese

w  glicose-1-fosfato + UTP à UDP- glicose + 2 Pi