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Glícidos
Os hidratos de carbono são um grupo químico cujas moléculas contêm átomos de carbono,
hidrogénio e oxigénio. Em virtude de conterem um elevado número de ligações carbono-hidro-
génio, as quais libertam energia quando quebradas, os hidratos de carbono são de facto com-
postos adequados para o armazenamento de energia. São a mais importante fonte de energia
para animais e plantas, podendo também ter função de reserva e estrutural.
Os glícidos são classificados em função da complexidade das suas moléculas, distinguindo-se
três grandes grupos:
Monossacarídeos
São os glícidos mais simples, com uma molécula formada por um único monómero. São as
unidades básicas da construção dos glícidos mais complexos. São exemplos, a glicose, a frutose,
a galactose, a ribose e a desoxirribose.
Dissacarídeos
Estes glícidos resultam da ligação de dois monómeros e são vulgarmente conhecidos por açú-
cares, por serem doces e solúveis em água. Os monossacarídeos que formam um oligossacarídeo
unem-se entre si através de ligações glicosídicas, donde resulta a formação de uma molécula de
água.
Os dissacarídeos mais importantes são:
sacarose – extraída da cana-de-açúcar ou da beterraba, resulta da união através de uma liga-
ção glicosídica de glicose e frutose. A sacarose não é redutora, pois não apresenta nenhum
átomo C ligado a um -OH livre, não sendo detetada pelo teste de Fehling;
maltose – formada pela união de duas glicoses através da ligação glicosídica, pode ser dete-
tada pelo teste de Fehling, pois é redutora;
lactose – formada pela união de uma glicose e uma galactose, também é redutora. Compõe
cerca de 5% do leite dos mamíferos, sendo um dos açúcares menos doces e menos solúveis.
Polissacarídeos
Os glícidos resultantes da união, através de ligações glicosídicas, de um número elevado de mo-
nossacarídeos (pelo menos várias centenas) designam-se por polissacarídeos e têm solubilidade
reduzida na água, não sendo doces. Dada a sua grande complexidade, a sua classificação faz-se
com base na sua função celular: polissacarídeos de reserva, nos quais se incluem o amido (nos ve-
getais) ou o glicogénio (nos animais), e polissacarídeos estruturais, como a celulose ou a quitina.
A CH2OH CH2OH
H O H HOCH2 O OH HO O H
H
OH H H OH OH H
HO OH H CH2OH H OH
H OH OH H H OH
Glicose Frutose Galactose
CH2OH
H O H HOCH2 O H C Unidades
H de glicose
B OH H H OH
O CH2OH
HO
H OH OH H
Sacarose
(Glicose + Frutose)
CH2OH CH2OH
HO O H O H
H H
OH H O OH H
Instrumentos de exploração
H H OH
H OH H OH Glicogénio
Lactose
(Glicose + Galactose)
Figura 1 · Estrutura química de alguns glícidos. Monossacarídeos (A), dissacarídeos (B), polissacarídeos (C).
Lípidos
A designação lípido utiliza-se para nomear um conjunto bastante heterogéneo de compostos,
extremamente diferentes entre si em termos de estrutura química e função biológica, que pouco
mais têm em comum que uma reduzida solubilidade em água e uma solubilidade em solventes
orgânicos (éter, clorofórmio, benzeno, acetona, álcool, etc.). A reduzida solubilidade dos lípidos
em água resulta de as suas moléculas serem essencialmente hidrocarbonadas, ou seja, altamente
hidrofóbicas. Tal como os glícidos, também os lípidos são formados apenas por carbono, oxigé-
nio e hidrogénio.
Triglicerídeos
Estas moléculas desempenham uma função importante como reserva energética. São com-
postas por dois tipos distintos de subunidades: um álcool – o glicerol – e três ácidos gordos. Os
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glicerídeos são lípidos de reserva em plantas e animais, nestes últimos acumulando-se em células
especiais (adipócitos) ou em depósitos subcutâneos que funcionam como proteção contra o frio
e os golpes mecânicos.
H
H C OH
H C OH
O
H C OH C CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
H HO CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH3
A Glicerol B Ácido gordo saturado
O
C CH2 CH2 CH2 CH =CH CH2 CH2 CH3
HO CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
D Triglicerídeo
Figura 2 · Estrutura química dos lípidos.
Prótidos
Os prótidos são os constituintes essenciais de numerosos tecidos vivos e estruturas por eles
produzidas, sejam vegetais ou animais, como a pele, os músculos, os cabelos, a seda, a lã, etc.,
para além de terem um importante papel nos processos metabólicos. Ao contrário dos anteriores
tipos de biomoléculas, cuja principal função era energética, os prótidos são essencialmente es-
truturais e enzimáticos.
Nos prótidos, a ordem pela qual os monómeros (que são bem mais numerosos que nos glíci-
dos ou ácidos nucleicos) se encontram é fundamental, o que os torna capazes de desempenhar
funções específicas. Os monómeros dos prótidos, os aminoácidos, contêm carbono, oxigénio,
hidrogénio e azoto (existem cerca de vinte conhecidos).
Lisina
Tirosina NH2
Glutamato
OH CH2
O Oˉ
C CH2
Grupo Grupo Grupo
CH2 CH2
amina R carboxilo Alanina
R CH3 CH2 CH2 CH2
H O
N C C H2N C COOH H2N C COOH H2N C COOH H2N C COOH
H OH
H H H H H
A Aminoácido B Estrutura química de quatro aminoácidos
Polipeptídeos ou proteínas
De um modo geral, considera-se uma proteína quando existem mais de 50 aminoácidos. Estas
moléculas são geralmente de grandes dimensões. As proteínas são muito diversificadas, pois os
20 aminoácidos podem estar presentes em percentagens muito variáveis e em sequências muito
Instrumentos de exploração
distintas.
As proteínas têm várias funções biológicas e uma das mais importantes é a catálise (enzimas).
Muitas proteínas regulam as funções celulares através do controlo da atividade enzimática ou por
serem hormonas. Proteínas específicas chamadas anticorpos ou imunoglobulinas têm uma fun-
ção de defesa, impedindo que invasores destruam o tecido vivo. Proteínas de suporte mantêm a
estrutura das células e tecidos, como o colagénio nos tendões e ossos, a reticulina e a elastina nos
vasos sanguíneos, actina e miosina nas células musculares. As alfa e beta-queratinas são proteínas
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Ligação
peptídica
R1 R3
H H
C H O C O O
H C
N C N C N N C N C
O
C C C
H O H O
H
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Aminoácido R2 R4 R50
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Ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos englobam dois tipos de molécula, o que deriva dos diferentes monóme-
ros usados na sua formação:
cido desoxirribonucleico (ADN) – encontra-se no núcleo das células, onde forma os cro-
á
mossomas, e nos cloroplastos e mitocôndrias (os nucleótidos possuem desoxirribose e as
bases adenina, timina, citosina e guanina);
cido ribonucleico (ARN) – encontra-se essencialmente no citoplasma e dele existem três
á
tipos: ribossómico, de transferência e mensageiro (os nucleótidos possuem ribose e as bases
adenina, uracilo, citosina e guanina).
Os ácidos nucleicos são as maiores moléculas presentes nas células, mas são formadas por um
número espantosamente reduzido de monómeros, ditos genericamente nucleótidos.
3’ A T
5’
3’
G C
T 5’ U
3’ Oˉ
H C
G Oˉ P O
T A CH2 O HH N N H O CH3 O A
C G N N H N Oˉ G
N H N
A T O H O CH2 O P O
Adenina Timina U
O U
H N O H N H O
A T O O CH2 O H A
C G Oˉ N N HN H
A T N N H N G
O H O CH2
G C H Citosina
O Guanina C
A
O P Oˉ A
T Oˉ
3’ U
3’ G C 5’ 5’ 5’
A ADN B Pares de bases complementares C ARN
Figura 6 · Estrutura química do ADN (A) (B). Estrutura do ARN (C).
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 9., seleciona a única opção que permite obter uma afir-
mação correta.
Instrumentos de exploração
2. A opção que contém apenas monossacarídeos é…
(A) … maltose e glicose. (C) … glicose e galactose.
(B) … sacarose e frutose. (D) … lactose e glicose.
3. O amido é um…
(A) … polímero de glicose que desempenha, essencialmente, a função de reserva energética.
(B) … monómero que desempenha, essencialmente, a função de reserva energética.
(C) … polímero de glicose que desempenha, essencialmente, a função estrutural.
(D) … monómero que desempenha, essencialmente, a função estrutural.
5. Os lípidos são substâncias insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos que desempe-
10. As macromoléculas (polissacarídeos, proteínas ou lípidos) ingeridas na alimentação não podem
ser diretamente usadas pela célula. Essas macromoléculas devem sofrer digestão, produzindo
moléculas menores, para serem utilizadas.
10.1. Indica quais são as moléculas menores que têm origem na digestão das macromoléculas
referidas.
10.2. Indica como ocorre a digestão química das macromoléculas ingeridas.