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O pfiMeifO

dia de

a11LaS
Histórias divertidas com exercícios práticos
para aprender a lidar com as emoções
A casa da Maria está um alvoroço. A família toda está entu-
siasmada, porque amanhã é o primeiro dia de escola da menina,
e todos desejam que seja maravilhoso.

A Maria andou muito animada a comprar todo o material esco-


lar: mochila, cadernos, lápis, borrachas ... e os sacos vieram cheios
para casa. Tudo bonito, tal como ela tinha sonhado! Estava tudo
pronto à hora de ir para a cama. A mãe tinha-lhe dito que uma boa
noite de descanso era essencial para um bom começo.

O pior é que, desde o lanche, a Maria sentia-se estranha. Parecia


que lhe doía a barriga, mas não se recordava de ter comido nada
que lhe pudesse ter feito mal... O coração estava como doido ...
batia, batia, batia ... e ela sem conseguir saber porquê! Afinal, o dia
tinha sido diverti do, e há tanto tempo que queria ir para a escola
com os seus amigos ...

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Estava a Maria perdida em pensamentos, quando a campainha
tocou. Era a sua amiga Luana que, como morava perto, resolveu
desejar-lhe boa sorte.

- Então, como te sentes, Maria?

- Estou contente! Bem sabes que quero ir para a escola


e aprender coisas novas, como vocês, mas ... não sei bem o que se
passa comigo ... estou meio estranha ...

- Estranha, como? Estás doente?

- Não! Não estou! Mas parece que me dói a barriga ... E custa-
-me respirar...

- Ah! I sso também me aconteceu! - sorriu a Luana. - Até


acho que foi pior. Sabes que cheguei mesmo a vomitar na véspera
do primeiro dia de escola?

- A sério7 Estás a dizer a ve rdade? Eu nem contei à minha


mãe que me sentia assim. Ela está tão feliz que achei que não me
compreenderia ...

- Eu sei, amiga. Comigo també m foi assim. Não te preocupes,


isso é normal e vai passar depressa.

- Desculpaaaa, tenho de ir outra vez fazer chichi. .. É outra


coisa estranha. tanto chic hi. .. desde o lanche que estou assim!
F
!li

Pera: António ; LI

A Maria precisa
de nós ... está
nervosa com o
primeiro dia de
escola!

Respo nde r:

Vamos já para aí ...


a Rita tam bém não
está muito
descansada,
embora eu já tenha
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tentado ajudar.
E a Maria lá foi para a casa de banho. Entretanto, a Luana, que
ti nha consi go o telemóvel da mãe, envia uma sms ao António e ao
Li, os únicos que, por serem mais velhos, já têm telemóvel :
«A Mari a precisa de nós ... está nervosa com o primeiro dia de
escola!»

O António respondeu imediatamente: «Vamos já para aí ... a Rita


também não está muito descansada, embora eu já tenha tentado
ajudar.»

Quando a Maria sai da casa de banho, toca a campainha e os


outros amigos entram, muito animados.

- Então, Maria? - pergunta o Li. - Ouvimos dizer que estás


ansiosa ..

- Ola 1r,ígos! Que bom terem vindo. Pois é.... Eu não estava
à espe~~~ fi< ar assim.

_, llll1 aria - diz a Rita - eu também estava a sentir-me


assim António lembrou-se do que o nosso amigo Necas nos
ensinoll im orai a. Lembras-te?

- Máo 1:: ntendo! O teu medo de nadar tem a ver com o que eu
sinto?
- Ora, ora! - interrompe o António. - Não vês que é a mesma
coisa? O Necas disse que, por vezes, a nossa cabeça nos engana e
faz-nos pensar que estamos em perigo, quando, afinal, não esta-
mos. É o que te está a _acontecer em relação à escola. Por isso
sentes o coração bater rápido, a respiração acelerada e os mús-
culos muito duros - e, a sorrir, acrescentou: - Só tens dores de
barriga e vontade de ir à casa de banho porque o estômago e a
bexiga, como são músculos, estão muito apertadinhos por causa
do medo. Como disse o Necas, tudo isto é o bombeirinho do medo
a tentar ajudar-te. Ele só aparece quo.ndo pensas que estás numa
situação de perigo e quer ajudar-te G fu gi r.

- O que é que a tua cabeça te diz quando pensas no dia de


amanhã? - pergunta o Li.

- Bom ... Na verdade, vocês são meus amigos, mas, na escola,


não conheço ninguém. E se não gostam de mim? - diz a Maria,
com ar pensativo. - Além disso, acho que não vou saber fazer o
que a professora vai mandar, vocês falam em tantas coisas que
aprendem ...

- É isso mesmo, Maria - concorda a Rita. - Andei o dia todo


com esses pensamentos na cabeça. Era bem mais fácil se fôsse-
mos as duas para a mesma escola, mas não pode ser...
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_ Vocês não estão a pensar bem. Como diz o Necas, estão a dei-
xar-se enganar pelos pensamentos mentirosos. Então, a escola não é
para aprender? Se já soubessem tudo, não tinham de ir para lá _ diz
0 Li. - É normal não saber, não há problema nenhum ...

- Pois, o Li tem razão - acrescenta o António. - Nós também não


sabemos o que vamos aprender durante este ano. É sempre assim!
E já se esqueceram de que eu e o Li nos conhecemos na escola? Foi
aí que ficámos amigos! A escola é um ótimo sítio para fazer novos
amigos!

- Ora, aí está! - diz a Mariana. - Eu e a Luana também nos


conhecemos na escola. Lembras-te, Luana, como estavas aflita
nesse primeiro dia?

- Se me lembro! - exclama a Luana. - Estava a contar isso


à Maria quando vocês chegaram. Os meus pensamentos eram
ainda mais mentirosos, porque diziam-me também que ninguém
ia gostar de mim porque a minha pele tem uma cor diferente.

- Isso, isso! Aconteceu comigo também! - sublinha o Li. -


E além da pele diferente, eu ainda tenho os olhos mais rasgados
do que os vossos. Senti o mesmo que tu, Luana.

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- Pois, e afinal correu tudo muito bem, não foi? A prova disso é
que estamos aqui, todos juntos - continua o Li.

- E as nossas diferenças só vieram tornar o nosso grupo mais


divertido - sublinha o António. - Aprendemos imensas coisas uns
com os outros, que, de outra maneira, não terfamos aprendido.
Lembram-se do jantar fantástico que os pais do Li nos oferece-
ram? Nunca tinha comido nada tão colorido, diferente e saboroso.

- Hum, é verdade! Foi tão bom! - recorda a Rita.

- E as músicas fantásti cas que os pais da Luana nos ensi-


naram? Agora, todos sabemos dançar o merenguel - acrescenta
a Mariana.

- Estão a ver, meninas? - reforça o António. - A escola é um


sítio ótimo para se aprender, cheio de oportunidades! Preparem -
-se. Basta ter pensament os positivos. Vai ser bem divertido!

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- Penso que já entendi! - exclama a Rita, entusiasmada. -
Mariana, vamos treinar a nossa cabeça para reconhecer os medos
falsos, para que eles não tomem conta de nós e estraguem o nosso
primeiro dia de aulas!

- Sim, é isso mesmo, amiga! - acrescenta a Mariana. - Mas


não nos podemos esquecer do que aprendemos com o Necas.

- Meninas, o que acham que o Necas vos diria para pensarem


neste momento? O que vos lembraria acerca da escola? - inter-
roga o António.

- Que a escola é ótima para aprender! - diz a Mariana,


sorridente.

- Sim! E que, se errarmos, não faz mal, é para isso que lá esta-
mos ... - acrescenta a Maria.

- Claro! Quando estamos a aprender uma coisa nova, é normal


que surjam dúvidas, que tenhamos algumas dificuldades. Mas os
professores e os nossos colegas estão lá para nos apoiar - ajuda
o Li.

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- E já sabemos algumas coisas que também servem para
ajudarmos os nossos amigos na escola - acrescenta o António. -
Por exemplo, eles não conhecem o Necas. Podemos ajudá- los, tal
como o Necas faz connosco.

- Pois é! Nunca me tinha lembrado disso - diz a Rita, pensa-


tiva. - Sabem, não tenho dores de barriga e... desde que vocês
chegaram, nunca mais fui à casa de banho ...

Os amigos riram-se e a Mariana acrescentou:

- Sim, também estou muito mais calma. Agora quero é que


o tempo passe depressa e que o primeiro dia de escola chegue
rápido!

- E então, quando pensam na escola, do que é que se lem-


bram, meninas? - pergunta a Luana.

- De coisas novas e boas! - exclama a Mariana.


- De novos amigos, novas brincadeiras e divertimento! _ diz
a Maria.

- Acima de tudo, de como vai ser bom aprender... e muito! _


conclui a Mariana.

- Lindas meninas! - diz a Luana, a sorrir. - Então, é melhor


irmos descansar. Amanhã vamos precisar de muita energia, para
aproveitar bem o dia.

Os amigos despediram-se da Maria e foram para as suas casas.


Já estava a ficar tarde. Nessa noite, todos sonharam com o amigo
Necas e com o divertimento do primeiro dia de escola.

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Vamos sentir com o Necas

A coleção Vamos sentir com o Necas é um projeto fundamentado na Psicologia, que trabalha as
emoções nas crianças como forma de favorecer a autoestima, fomentar a convivência e promover
o sucesso escolar.

Em cada livro, o leitor - a criança, os pais, o educador ou o profes-


sor - irá encontrar uma HISTÓRIA, cujos protagonistas são um
grupo de crianças e o seu amigo especial, o golfinho Necas. Cada
narrativa é seguida por uma secção interativa de ESTRATÉGIAS,
que correspondem a um conjunto de ferramentas que ajudam
a criança a lidar com as suas emoções, saindo-se melhor na
escola, em casa e com os amigos.

As personagens das histórias têm os mesmos receios, sofrem as


mesmas dúvidas e sentem as mesmas alegrias das crianças dos
nossos dias. O golfinho Necas identifica as emoções e ensina os
amigos, numa linguagem simples e prática, a compreender o tur-
bilhão interior que os move e como podem usar essa energia de
forma positiva e saudável.

Nesta aventura, a Maria sente-se ansiosa com o primeiro dia de aulas. Mas consegue dominar todos
os seus medos com a ajuda dos seus amigos e, claro, dos conselhos do golfinho Necas!

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ISBN 978 - 989 - 8866-16 - 5

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GRUPOALMEDINA 9 789898 866165

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