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EMEF: JESUÍNO BARNABÉ DOS SANTOS

NÚCLEO COLONIAL
MODALIDADES DE ENSINO:
EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL I e II
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

A Árvore Generosa (TEXTO 01)


Era uma vez uma Árvore que amava um menino.
E todos os dias, o menino vinha e juntava as suas folhas. E com elas fazia coroas de rei. E com a Árvore,
brincava de rei da floresta. Subia no seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos! Comia seus frutos e quando
ficava cansado, o menino repousava à sua sombra fresquinha.
O menino amava a Árvore profundamente. E a Árvore era feliz!
Mas o tempo passou e o menino cresceu!
Um dia, o menino veio e a Árvore disse: "Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos,
repousar à minha sombra e ser feliz!"
"Estou grande demais para brincar", respondeu o menino. "Quero comprar muitas coisas. Você tem algum
dinheiro que possa me oferecer?"
"Sinto muito", disse a Árvore, "eu não tenho dinheiro. Mas leve os frutos, Menino. Vá vendê-los na cidade,
então terá o dinheiro e você será feliz!"
E assim o menino subiu pelo tronco, colheu os frutos e levou-os embora. E a Árvore ficou feliz!
Mas o menino sumiu por muito tempo... E a Árvore ficou tristonha outra vez.
Um dia, o menino veio e a Árvore estremeceu tamanha a sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no
meu tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz."
"Estou muito ocupado pra subir em Árvores", disse o menino. "Eu quero uma esposa, eu quero ter filhos e para
isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"
"Eu não tenho casa", disse a Árvore. "Mas corte os meus galhos, faça a sua casa e seja feliz." O menino depressa
cortou os galhos da Árvore e levou-os embora para fazer uma casa. E a Árvore ficou feliz!
O menino ficou longe por um longo, longo tempo, e no dia que voltou, a Árvore ficou alegre, de uma alegria
tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou, "venha brincar!"
"Estou velho para brincar", disse o menino, "e estou também muito triste." "Eu quero um barco ligeiro que me
leve pra bem longe. Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"
"Corte meu tronco e faça seu barco", disse a Árvore. "Viaje pra longe e seja feliz!"
O menino cortou o tronco, fez um barco e viajou. E a Árvore ficou feliz, mas não muito!
Muito tempo depois, o menino voltou. "Desculpe, Menino", disse a Árvore. "não tenho mais nada pra te
oferecer. Os frutos já se foram."
"Meus dentes são fracos demais pra frutos", falou o menino.
"Já se foram os galhos para você balançar", disse a Árvore.
"Já não tenho idade pra me balançar", falou o menino.
"Não tenho mais tronco pra você subir", disse a Árvore."Estou muito cansado e já não sei subir", falou o menino.
"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe oferecer", suspirou a Árvore. "Mas nada me resta e eu sou
apenas um toco sem graça. Desculpe ... "
"Já não quero muita coisa", disse o menino, "só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito
cansado." "Pois bem", respondeu a Árvore, enchendo-se de alegria. "Eu sou apenas um toco, mas um toco é
muito útil pra sentar e descansar.
Venha, Menino, depressa, sente-se em mim e descanse."
Foi o que o menino fez.
E a Árvore ficou feliz.
(De Shel Silvertein, Adaptado por Fernando Sabino, Editora Cosac Naify)
EMEF: JESUÍNO BARNABÉ DOS SANTOS
NÚCLEO COLONIAL
MODALIDADES DE ENSINO:
EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL I e II
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

A menina da roça (TEXTO 02)


Ana é uma menina da roça. Seus pais contam que ela nasceu tão pequena que nem cabia na palma da mão.
Nasceu careca e magrinha e foi preciso de todo um cuidado para que se desenvolvesse saudável. Os tempos
passaram e hoje está forte e muito inteligente. Fez nove anos ontem e quem diria que aquele pingo de gente se
tornaria tão levada.
Ana acorda, toma leite de vaca fresco com torradas. Arruma sua mochila e vai para a escola, que fica bem
próxima dali. Ela gosta muito de estudar. Tem o sonho, de quando crescer, ser professora.
Agora seus cabelos estão grandes e ela adora ficar com eles soltos, diz que acha bonito assim.
Ana é uma garota muito criativa. Quando não está na escola, está contando histórias para os porcos no chiqueiro,
ou ainda correndo atrás das galinhas “cacariqueiras”.
Sua casa é rodeada de árvores frondosas, que, quando bate aquele vento do meio dia, a menina sobe nos galhos
e pula que nem macaco de um para o outro.
Ana tem vários amigos, pois é uma menina alegre gentil e educada.
Semana passada, ela foi brincar de esconde-esconde com seus amigos e percebeu que uma de suas amigas estava
triste. Então ela se aproximou e perguntou:
- O que aconteceu? Diga-me! Confie em mim!
A coleguinha a abraçou e contou que um de seus amiguinhos vem lhe tratando de forma agressiva, que a chama
de gorda, e, na sala de aula, joga papel e incentiva os outros a fazerem o mesmo. Ela disse que esse menino é
muito malvado.
Ana assustada com toda aquela situação, disse:
- Meus pais sempre disseram que temos que respeitar as pessoas. Quando a gente apelida, intimida alguém,
estamos praticando o bullying e isso não é certo. Papai também disse que as pessoas que sofrem esses
constrangimentos podem ter sérios problemas psicológicos por toda a vida. Vamos contar para seus pais e
também para os meus assim eles vão nos ajudar.
Os pais de Ana e da menina foram até a casa dos pais do menino malvado e contaram o que estava acontecendo.
Tristes, os pais do garoto disserem que iriam corrigi-lo dando-lhes um castigo.
Os pais de Ana não acharam essa forma de educar como a melhor e propuseram uma conversa com as crianças
envolvidas e seus pais.
Todos se reuniram, a conversa começou pela menina relatando o que estava acontecendo, depois o menino, que
a princípio quis negar, mas depois assumiu.
Os pais do menino perguntaram a ele:
- Por que desse comportamento, meu filho, sendo que sempre falamos do respeito para com as pessoas?
O menino relatou que queria ser melhor do que os outros, queria ser machão e ter moral.
A mãe do menino magoada falou:
- Você é amado e querido. Precisamos de amigos. E para isso precisamos respeitar as pessoas.
O menino pediu perdão à menina e à sua família, e perguntou se podia ser amigo dela. Ana e sua amiga disseram
que sim.
O menino foi apresentado por Ana a seus amigos que, em seguida, montaram em seus cavalos e foram galopar
pelos campos.
Naquele dia, Ana mais uma vez tinha demonstrado coragem em suas atitudes.
Assim podemos ter certeza que a menina Ana vai seguir a profissão certa em ser professora e assim, como
ajudou aquelas crianças, vai ajudar tantas outras e claro, tudo com muitas histórias.
Autora: Sueli Carvalho de Pina
EMEF: JESUÍNO BARNABÉ DOS SANTOS
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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

A cor da pele (TEXTO 03)

Certo dia, Paulina chegou à escola com uma pergunta esquisita na cabeça. No
dia anterior tinha ouvido as pessoas grandes falarem da cor do seu tio. Elas
tinham dito que o seu tio era negro. Paulina, no entanto, olhou atentamente
para ele e achou-o normal. Então perguntou à professora:
— É mau ser negro, senhora professora?
A professora ficou espantada, sem voz, procurando uma resposta para a
pergunta da Paulina. E foi assim que tudo começou.
Quando a professora se levantou, apontou para o armário no fundo da sala de
aulas. Como que por magia, as tintas guardadas no armário acordaram e, todas juntas, começaram a falar das
As crianças olhavam espantadas. Depois, as tintas aproximaram-se das crianças e começaram a dançar.
Colaram-se ao grande quadro negro e misturaram-se formando mil e uma cores cada vez mais variadas e mais
bonitas, como que para fazer o rosto da alegria. Todas as crianças estavam maravilhadas e fizeram uma grande
roda à volta das cores.
E as cores murmuraram:
— Nós somos as cores, as cores da vida! E para ver a vida cor-de-rosa é preciso abrir o coração, porque nada
nem ninguém é completamente negro ou branco.
As crianças, então, dançaram e cantaram as cores da vida. Depois pararam, olharam à sua volta, e as cores
voltaram a murmurar:
— Cada um tem a sua cor, cada um tem a sua beleza, as cores da vida vivem em cada um de vós, encontrai o
vosso arco-íris!
A primeira a começar foi a Camila. Ficou com a cara vermelha ao pensar no Sebastião em segredo.
Depois o Pedro pôs-se a dançar como um louco; girava, girava, girava numa dança encantada e quando parou
sentiu-se mal e ficou com a cara verde!
O Cláudio riu tanto que quase se engasgou e ficou com a cara azul! A Maria, ao ver que o Cláudio quase se
engasgava, ficou com a cara branca de susto.
As bochechas cor-de-rosa do Quim mostravam que ele estava bem-humorado. Diante desta excitação geral, a
professora poderia ter ficado com a cara negra de irritação e parecer-se com a Paulina, mas não, ela estava
feliz.
As crianças olharam umas para as outras: eram todas diferentes mas, de mãos dadas, elas eram apenas crianças
de todas as cores que tinham acabado de compreender que o rosto da felicidade só se desenha com cores.
A professora agradeceu às cores e elas partiram para os seus lugares no armário ao fundo da sala. Depois sorriu
para a Paulina e disse-lhe:
— A verdadeira cor do homem é aquela que ele tem no seu coração!

Sandrine Monnier-Murariu
Histórias para sonhar
Porto, Civilização Editora, 2004
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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Marcelo, Marmelo, Martelo (TEXTO 04)

Marcelo vivia fazendo perguntas pra todo mundo:


- Papai, por que é que a chuva cai?
- Mamãe, por que é que o mar não derrama?
- Vovó, por que é que o cachorro tem quatro pernas?
As pessoas grandes às vezes respondiam.
Às vezes não sabiam como responder.

- Ah, Marcelo, sei lá...

Uma vez, Marcelo cismou com o nome das coisas:


- Mamãe, por que é que eu me chamo Marcelo?
- Ora Marcelo, foi o nome que eu e seu pai escolhemos.
- E por que é que não escolheram martelo?
- Ah, meu filho, martelo não é nome de gente! é nome de ferramenta...
- Por que é que não escolheram marmelo?
- Porque marmelo é nome de fruta, menino!
- E a fruta não poderia chamar Marcelo, e eu chamar marmelo^

No dia seguinte, lá vinha ele outra vez;


- Papai, por que é que mesa chama mesa?

(...)

" Pois é, está tudo errado! Bola é bola, porque é redonda.


Mas bolo nem sempre é redondo. E por que será que a bola não é mulher do bolo/ E bule? E belo? E
bala?
Eu acho que as coisas deviam ter nome mais apropriado.
Cadeira, por exemplo. Devia se chamar sentador, não cadeira, que não quer dizer nada.
E travesseiro? Devia se chamar cabeceiro, lógico! também, agora, eu só vou chamar assim".

Logo, de manhã, Marcelo começou a falar sua nova língua...

E Marcelo só chamava a casinha de moradeira, e o cachorro de latildo.


E aconteceu que a casa de Godofredo pegou fogo.
Alguém jogou uma ponta de cigarro pela grade, e foi aquele desastre!

Marcelo entrou em casa correndo:


- Papai, papai, embrasou a moradeira do Latildo!
- O quê, menino? Não estou entendendo nada!
- A moradeira, papai, embrasou...
- Eu não sei o que é isso, Marcelo. Fala direito!
- Embrasou tudo, papai, está uma branqueira danada!
Seu João percebia a aflição do filho, mas não entendeu nada...
Quando seu João chegou a entender do que Marcelo estava falando, já era tarde.
A casinha estava toda queimada. Era um montão de brasas.
O Godofredo gania baixinho...
E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:
- Gente grande não entende nada de nada, mesmo!

(...)

-É sim! Toda marronzinha, com a entradeira na frente e um cobridor bem azulzinho...


E agora, naquela família, todo mundo se entende muito bem.
O pai e a mãe do Marcelo não aprenderam a falar com ele, mas fazem força para entender o que ele fala.
E nem se estão incomodando com o que as visitas pensam...
Autora: Ruth Rocha
EMEF: JESUÍNO BARNABÉ DOS SANTOS
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MODALIDADES DE ENSINO:
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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

(TEXTO 05)
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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

(TEXTO 06)
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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

João e o Pé de Feijão em Doce (TEXTO 07)


Era uma vez uma pobre viúva que tinha um filho chamado João. Eles moravam numa humilde propriedade e só
tinham para seu sustento uma vaca, a Branca Leitosa. Como a vaca não estava mais produzindo leite, precisaram
vendê-la para poderem sobreviver.
Então João, puxando a vaquinha por uma corda, foi para cidade cumprir a inevitável missão. Ele nem havia
chegado à feira da cidade, quando, em uma encruzilhada, encontrou um homem no meio do caminho.
– Bom dia, João! O menino respondeu o cumprimento, ficou intrigado e pensou: “Como ele sabe meu nome?
– João, para onde você vai? perguntou o senhor.
– Vou à cidade vender esta vaca, respondeu o menino.
– Podemos trocar a vaca por estes feijões mágicos. São tão mágicos que, quando jogados na terra, já no dia
seguinte, o pé de feijão terá crescido até o céu! - retrucou o velhinho.
– Que maravilha! Então, eu troco! – falou euforicamente o garoto. João voltou para casa, feliz da vida pela
grande aquisição: feijões mágicos.
Quando chegou a sua casa, ainda estava claro, pois ele nem chegara à cidade. Apenas encontrou o senhor e
voltou rapidamente. A mãe perguntou:
– Já voltou? Veio sem a Branca Leitosa? Sinal de que conseguiu vendê-la. Quanto você conseguiu por ela?
João, felicíssimo, disse:
– Você não vai adivinhar o que aconteceu! e contou tudo como ocorrera…
A mãe não se conformou e imediatamente gritou furiosa:
– Como você foi tolo!
Nesse momento, estava tão irritada que jogou os feijões pela janela e berrou:
– Já pra cama! Vá dormir sem comer nada!
Joãozinho demorou muito para dormir porque estava faminto. Demorou, demorou, mas adormeceu.
Quando acordou estava tudo mudado: o sol não entrava mais em seu quarto, estava tudo muito escuro, folhas
enormes cobriam a janela. Muito intrigado, levantou–se rapidamente e foi ver o que acontecera.
Os feijões que sua mãe jogara, haviam brotado. Um imenso pé de feijão subia às alturas, ultrapassando as
nuvens, a perder–se de vista. João confirmou que os feijões realmente eram mágicos.
Curioso, João subiu no enorme pé de feijão. Subiu muito, muito, até o céu. Lá encontrou uma estrada de nuvens
e no final dessa longa estrada havia uma casa muito, muito alta, parecia um imenso castelo. Na frente do
monumental palácio, havia uma senhora bastante grande. João cumprimentou–a educadamente, disse que estava
faminto e precisava de um café da manhã.
– Você quer café, menininho? É isso que você vai virar, se o dono chegar, pois ele adora meninos grelhados no
café da manhã! – balbuciou a mulher.
Essa mulher ficou com pena de João, levou–o até a cozinha e antes que terminasse a refeição, ouviram:
– Tump! Tump! Tump! – tudo tremia muito, até as pessoas, de medo. João ficou tão desesperado que acabou se
escondendo dentro do forno.
Era hora do café do grandalhão. Ele estava com muita fome. Gritou:
– Hum! Que cheiro bom!
– e cantou: “Fi–feu–fo–fum
Farejo o sangue de um Inglês
Esteja vivo ou morto.
Vou raspar–lhe os ossos e comer como pão. Obaaa! “
Depois da refeição, o grandão ficou contando moedas. Quando ele saiu da sala, João rapidamente roubou várias
e várias moedas. Colocou-as em sacos e saiu correndo até o pé de feijão. Jogou os sacos com o ouro e as moedas
caíram no pobre quintal de sua mãe. João desceu muito, muito… desceu feliz e falou para mãe:
– Eu estava certo, os feijões são realmente mágicos. Está vendo mãe!
Por um longo tempo, viveram muito bem com as moedas de ouro: reformaram a casa, fizeram várias mudanças
na propriedade, mas, com o tempo as moedas de ouro acabaram.
Em um belo dia de sol, João resolveu subir no pé de feijão para se arriscar novamente. Chegou até a estrada das
nuvens, avistou a enorme casa e tentou a mesma tática para entrar no castelo. Lá dentro, degustando calmamente
o lanche preparava-se para contar algo sobre o sumiço dos sacos de ouro que a mulher queria muito saber e lhe
perguntara. De repente, ele ouve: ” Tump! Tump! ” Passos e mais passos do grandalhão. Agora ele se esconde
dentro do pote de farinha.
Tudo aconteceu exatamente como da outra vez, o gigante cantou:
“Fi–feu–fo–fum
Farejo o sangue de um Inglês. Esteja vivo ou morto, doente ou são.
Vou raspar–lhe os ossos e comer como pão”.
Nesse dia, a galinha mágica, que bota ovos de ouro, a fornecedora de sua fortuna, estava lá para alegrar o
gigante. Ele, que ficou observando esse seu bichinho de estimação, acabou adormecendo sentado. Roncava
tanto que tudo tremia.
João saiu do pote, bem de mansinho, todo enfarinhado, pegou a galinha de ouro e fugiu. A galinha não ficou
quieta, cacarejou muito. O gigante acordou e perguntou para a mulher pela galinha. A mulher não entendeu
absolutamente nada.
João correu muito até o pé de feijão, desceu rapidamente e deu à mãe a maravilhosa galinha que botava ovos de
ouro.
João não estava satisfeito, queria mais e mais…, não estava contente só com a galinha e seus ovos, decidiu subir
mais uma vez. Subiu, subiu até chegar à casa do gigante. Entrou sorrateiramente ficou… e ouviu;
”Tump! Tump!”- como antes –“Fi–feu–fo–fum
Farejo o sangue de um Inglês. Esteja vivo ou morto, doente ou são.
Vou raspar–lhe os ossos e comer como pão” – cantou o gigante mais uma vez.
O brutamonte falou à mulher:
– Sinto cheiro dele, aquele que roubou minhas moedas de ouro, minha galinha que bota ovos de ouro!
Procuraram em todos os lugares: no forno, no pote de farinha, em todos os potes e não encontraram ninguém.
Pensou: “Acho que estou sentindo cheiro do menino que comi ontem. Agora que já tomei meu café, vou me
distrair e ouvir minha harpa dourada”.
E disse para a harpa de ouro:
– Toca!!!
Ela tocou tão maravilhosa e calmamente que o ogro adormeceu como um bebê, mas roncava como um imenso
leão e estremecia tudo.
João, pé ante pé, pegou a harpa dourada e já estava escapando, quando a harpa gritou bem alto:
– Senhor! Senhor!
O gigante acordou e viu o moleque carregando sua harpa. João correu muito e o ogro atrás dele, mas, João
correu mais, era muito ágil. O menino desceu no pé de feijão e desapareceu. O gigante viu João, bem pequeno,
minúsculo, lá embaixo, ficou com receio de descer. Assim, João foi ganhando tempo… Quando estava quase
chegando, gritou e pediu para a mãe trazer rapidamente o machado.
Já no chão, João cortou o pé de feijão com várias machadadas. O pé mágico se partiu, começou a cair e o ogro
provavelmente despencou e se quebrou todo, nem sabemos onde.
João mostrou à mãe a maravilhosa harpa de ouro. Era ouro por todos os lados da propriedade, ainda mais com
a galinha botando tantos ovos amarelinhos reluzentes.
Ele e sua mãe ficaram tão ricos que nunca mais se preocuparam com absolutamente nada e viveram felizes para
sempre. Elisabete Ribeiro

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