Pippi tinha nove anos e morava completamente sozinha. A menina no tinha pai
nem me, e no fim das contas at que isso era bom, porque ningum vinha dizer a
ela que estava na hora de ir para a cama no exato instante em que ela estava se
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Universidade de Caxias do Sul (UCS)
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Secretaria Municipal de Educao (SMED)/ Universidade de Caxias do Sul (UCS)
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Universidade de Caxias do Sul (UCS)
divertindo mais, e ningum a mandava tomar leo de fgado de bacalhau quando
ela estava com vontade de chupar uma bala. (2001:7)
(...) tinha cabelo cor de cenoura e usava duas tranas bem apertadas, que ficavam
espichadas para os lados. Seu nariz parecia uma batatinha bem pequena, e era
todo pintado de sardas. Debaixo do seu nariz havia uma boca realmente bem
larga, com dentes brancos e fortes. A roupa que ela estava usando era muito
engraada. A prpria Pippi que tinha feito. (p. 12-13)
Tom nunca roa as unhas, seu cabelo estava sempre penteadinho e ele quase
sempre fazia exatamente o que a me lhe dizia para fazer. Aninha no aramava
gritaria quando no faziam as suas vontades e estava sempre bem-arrumada em
lindos vestidinhos de algodo muito bem passados. Ela nunca fazia coisas que
pudessem sujar seus vestidos. (2001: 11)
- No? disse Pippi Mas exatamente isso que estou fazendo. Estou mentindo,
e minha lngua est ficando preta! Voc acha mesmo que uma criana pode viver
sem comer nada de maio at outubro? [...] Voc deve ter percebido
perfeitamente que mentira. Voc no deve permitir que as pessoas lhe digam
no importa o qu. (2001: 64)
Quando Pippi conhece Tom e Aninha, convida-os para entrar em casa, prepara um
belo caf da manh e depois mostra sua coleo de tesouros. A protagonista deu uma
lembrana para cada um dos novos amigos e depois sugere:
- Acho que agora melhor voc irem para casa disse Pippi. Assim vocs
podem voltar amanh. Porque se vocs no forem para casa, no vo poder
voltar amanh. E isso seria muito triste. (2001: 20)
Referncias
ARIS, Philippe. Histria Social da Criana e da Famlia. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1981.
CHEVALLIER, Jean, GHEERBRANT, Alain. Dicionrio de smbolos. 7. ed. Rio de
Janeiro: Jos Olympio, 1993.
LINDGREN, Astrid. Pippi Meialonga. So Paulo: Companhia das Letrinhas, 2001.
STEARNS, Peter. A infncia. Trad. Mirna Pinsky. So Paulo: Contexto, 2006.