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Turma PositivaMente em:

Marisa na nova escola,


tudo novo toda hora

Miriam V. Flor Park


Roberta Takei
Ronaldo Trindade
Thaís F. S. Lima

Ilustrações:
Suzanne Casado
Copyright© 2022 by Literare Books International
Todos os direitos desta edição são reservados à Literare Books International.

Presidente: Mauricio Sita

Vice-presidente: Alessandra Ksenhuck

Diretora executiva: Julyana Rosa

Diretora de projetos: Gleide Santos

Capa e ilustrações: Suzanne Casado

Diagramação: Gabriel Uchima

Revisão: Ivani Rezende

Relacionamento com o cliente: Claudia Pires

Impressão: Impressul

Literare Books International. Vou te contar a história de quando, um dia desses na escola, vi que
Rua Antônio Augusto Covello, 472 – Vila Mariana – São Paulo, SP.
CEP 01550-060
um garoto não estava sendo um bom amiguinho para um aluno novo.
Fone/fax: (0**11) 2659-0968 Essa história me fez lembrar do meu primeiro dia de aula, na
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escola onde eu estudo até hoje.
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Quando cheguei da escola, minha mãe me perguntou:
— Oi Marisa, como foi o seu primeiro dia de aula na nova escola?
Respirei fundo e não falei nada, mas só pensei: a semana
começou diferente… Até a semana passada, minha família
era feliz, eu tinha uma casa bonita, uma escola legal e vários
amigos. Essa semana, tenho uma casa e uma escola nova, mas
a minha família está triste, não sei muito bem o que está
acontecendo, e a mamãe não consegue me explicar.
Eu queria dizer que não estou feliz, que eu gostava da minha
outra escola e que sinto falta dos meus amigos, mas a única
coisa que respondi foi:
— Perdi minha pasta nova com um cachorrinho na capa.

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Queria eu que só tivesse acontecido isso mesmo. Porém, mal sabe Já na sala de aula, minha nova professora - a Srta. Jane - olhou para
a minha mãe que o meu primeiro dia na escola nova foi bem mim e depois para a turma.
estranho... Antes eu estudava em uma escola pequena e pertinho Então sorriu e disse:
de casa. Agora a escola é maior e tem muitas crianças correndo — Crianças, essa é a Marisa. Ela será a nova amiguinha de vocês.
de um lado para o outro. Deem boas-vindas a ela.

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— Eu estava confusa, não conhecia ninguém. Como ela diz que Eu sempre fui muito tímida e fiquei com muita vergonha de tudo aquilo.
seremos amigos?? Fiquei encolhida parecendo uma tartaruga dentro do casco, mas sem
Meus novos amigos riram quando eu disse que tinha levado uma casco para me esconder. Eu só queria meus amigos e minha professora
bergamota para o lanche. Disseram nomes diferentes como ponkan e da escola antiga de volta!
mexerica. Será que nem o nome da minha fruta favorita pode ser o Eu queria ir embora, sair correndo. Não estava feliz. Olhava para os lados
mesmo? Será que até isso precisa ser diferente? e não encontrava ninguém que eu conhecia. Comecei a chorar, mas acho
que ninguém viu, porque tentei disfarçar colocando meu cabelo na frente
do meu rosto.

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Até que a Srta. Jane percebeu toda a situação e veio conversar No dia seguinte...
comigo. Ela então me deu uma sugestão. Disse que juntas poderíamos A professora disse “Bom-dia” para todos e começou a falar de mim.
pensar em um plano para que as outras crianças da turma pudessem — Então, turma… Ontem nós recebemos a nossa nova aluna Marisa. Ela
me conhecer melhor e que eu também passasse a conhecê-los. Dessa nos trouxe novas experiências e maneiras diferentes de nomear algumas
forma, disse ela, todos iriam compreender um pouco mais sobre as coisas, e isso é maravilhoso, pois mostra a diversidade do nosso país.
diversidades culturais. Para que ela se sinta em casa, que tal vocês contarem como foi o
primeiro dia de aula de vocês ou se a família de vocês tem algum
costume diferente?

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Victor foi o primeiro: Betina continuou:
— Eu nasci na Bahia. Quando me mudei para São Paulo, meus amigos — Eu sou de outro país. Quando me mudei para cá, tive que me adaptar com
estranharam a forma como falava. Eu fiquei com vergonha porque era o tudo. Mesmo a minha mãe sendo brasileira e eu já falando português, ainda
único que falava assim, então só falava quando a professora chamava o me confundo com algumas palavras e acabo falando em inglês. Até com a
meu nome, mas agora eu sei que a minha forma de falar é o que me comida foi difícil me acostumar. Quando me mudei tive dificuldade para fazer
torna especial. Percebi que meus amigos não riam de mim, eles apenas não amigos, pois como eu não estava acostumada com a comida daqui, eu trazia
estavam acostumados com o meu sotaque, e hoje já nem percebem mais a o meu próprio lanche e pensavam que eu era nojenta e metida. Hoje todos
diferença: se bem que eu não perdi totalmente o meu sotaque… querem um pedaço do meu lanche, eu sempre trago a mais para dividir.

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Alice também falou:
— Eu e meu irmão gêmeo Guilherme temos muitas
experiências parecidas, mas o nosso primeiro dia de aula
foi bem diferente! Eu sempre estive com ele, mas no ano
passado estudamos em salas separadas. Eu fiquei com medo,
e não tinha com quem conversar. Foi difícil, porque sempre
fizemos tudo juntos, mas eu descobri que estar em salas
de aula diferentes só aumentava o nosso círculo de
amizades. Agora temos mais amigos do que antes.
Eu posso fazer coisas com ele e coisas com as
minhas amigas, afinal ele gosta de explosões e
monstros e eu gosto de livros e de pular corda.
Somos parecidos e diferentes ao mesmo tempo.

E a professora continuou:
— Viu, Marisa? Ser diferente é bom! Todos nós somos especiais do nosso jeito
e a nossa história é o que nos torna assim. Estaremos aqui para te apoiar e te
ajudar com o que precisar. Hoje você tem a oportunidade de ter mais amigos
além dos que você já tem na sua antiga escola. Que tal agora que você já
ouviu algumas histórias de seus amigos, nos contar mais sobre você?
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E eu então fiquei mais à vontade para falar de mim: Na hora do recreio… Como eu estava com medo de não ter ninguém para
— Eu morava em Porto Alegre. Eu tenho mais duas irmãs, sou a filha do brincar comigo no recreio, eu tinha levado um livro da minha coleção
meio, gosto de cantar, de andar de bicicleta e de brincar com as bonecas preferida. Mas o que eu não podia imaginar era que a turma inteira
de pano que minha mãe costurou para mim e para minha irmã. também era fã do bruxinho Jerry Foster!

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Um dos meninos, que hoje é meu melhor amigo, o Luti, não se conteve Marisa percebeu que suas diferenças não a tornavam excluída, e, sim
e veio correndo até mim fazendo mil perguntas. Queria saber qual das especial, agora ela pode sentir-se um pouco mais em casa. De repente,
casas de Clockwattz que eu mais gostava. Claro que respondi Kittenória. aquela escola enorme não parecia mais tão grande, e mesmo os barulhos
Ele deu um pulo e disse que essa era a casa preferida dele também! não eram tão ruins. Ela aprendeu com sua nova turma que pode ser ela
Fiquei sem acreditar! Finalmente senti que fazia parte de algo. Encontrei mesma, não importa onde esteja.
alguém que gostava do que eu gostava! Fiquei feliz o resto do dia.

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Aqui está a foto da turma do PositivaMente:
Atividade
Da esquerda para a direita: professora Jane, Marisa, Alice, Guilherme,
Agora que você já conhece a turma da Escola PositivaMente,
Victor, Betina e Luti.
que tal desenhar a sua turma no primeiro dia de aula?

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Os personagens da
Atividade Turma PositivaMente
Escreva na lousa abaixo como foi o seu primeiro dia de aula.

Professora Jane: uma pessoa muito alegre Marisa: uma garota introvertida, tímida,
e querida pelos que a rodeiam. É firme e observadora e sonhadora, é a segunda fi-
também bastante gentil e brincalhona, leva lha de três irmãs, o pai faleceu há um
as aulas no tom das crianças, entra no ano. Gosta de música e de cantar. Sempre
mundo imaginário de seus alunos com, um que pode, brinca de casinha com sua irmã
sorriso largo e é muito presente. mais nova, fazem cabana no quintal, an-
dam de bicicleta. É muito obediente e não
é encorajada a tomar decisões, tem muita
dificuldade em se expressar.

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Alice: é bailarina e, por isso, sempre que Guilherme: tímido, na sala de aula teve Victor: é um garoto extrovertido, gosta de Betina: adora esportes e é a melhor joga-
pode está dançando, gosta de falar, de dificuldades para se enturmar com os co- futebol, games e deseja ser YouTuber. Tem dora de futebol da turma. Na sala de aula,
contar histórias, desenhar e cozinhar. So- legas por não falar muito, gosta de vide- um comportamento de liderança em sala presta sempre bastante atenção e gosta de
nha em ter seu próprio restaurante quando ogames, tem coleção de carrinhos e deu de aula por ser muito falante, não conse- se sentar na frente, para não ficar distraí-
crescer. Por ser muito comunicativa, está nomes para cada um deles. Está aprenden- gue parar quieto. Está sempre arrumando da. Na hora do recreio, é a primeira a sair
sempre rodeada de amigos, geralmente do a tocar violão, não gosta de estudar em alguma coisa pra fazer. Algumas vezes, e comanda a maioria das brincadeiras da
discute com seu irmão gêmeo, tentando casa, durante os jogos gosta de ganhar de acaba atrapalhando um pouco as aulas, por turma, sempre com uma bola na mão.
encontrar a sua individualidade mesmo di- sua irmã. conversar demais ou querer brincar fora
vidindo a família, aniversários e amigos. do horário.

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Quem somos:

Miriam V. Flor Park


(escritora)
Luti: vive no mundo mágico do seu bruxinho fa-
Em seu caminho já consolidado de cuidado de pequenos seres humanos, vem desen-
vorito, adora tudo o que diz respeito ao mundo da
magia. Também gosta muito de ler e criar suas volvendo um trabalho que visa aprimorar a abordagem que pais, mães e cuidadores
próprias histórias. É o conselheiro da turma, amigo podem ter com as crianças, por meio da crítica e rompimento com vários aspectos da
de todos, está sempre disponível para escutar as educação tradicional. Acredita na transformação pelo conhecimento e pelas relações
pessoas e parece muito maduro para sua idade. humanas. É médica pediatra, mãe de duas pessoas que a inspiram cada dia a usar uma
educação mais respeitosa e construtiva, menos limitante e geradora de traumas.

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Roberta Takei Ronaldo Trindade
(escritora) (escritor)

Doutora em Psicologia do Desenvolvimento, psicóloga infanto juvenil, psicanalista e es- Apaixonado por línguas e culturas diferentes, já teve a oportunidade de conhecer
critora. Mas também uma menina curiosa, que esqueceu de crescer. Jogadora profissional mais de 15 países (até o momento). Faz questão de manter viva sua criança interior.
de Uno e Pega varetas, engenheira de Lego e viciada em quebra-cabeça. Acredita que a É formado em Letras e leciona inglês para o público que mais gosta, as crianças.
infância é a base do desenvolvimento e que as crianças são os seres mais legais do mundo. Tem sempre um sorriso no rosto e uma palavra amiga para oferecer. Futuro psicólogo
Ah, também é mãe do Vini e tutora de um lindo casal de gatinhos. clínico infantil. Ama os amiguinhos de quatro patas. Acredita no poder da gentileza
como caminho a se trilhar para uma vida plena.

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Thaís Ferreira S. Lima Suzanne Casado
(escritora) (ilustradora)
Sua missão é espalhar sementes de valores que visam o respeito, a verdade, bonda- Mãe de dois pequenos que a inspiraram a ingressar no caminho da criação respeito-
de e empatia por onde caminha. Segue acreditando ser uma eterna aprendiz, permi- sa. Vem transformando emoções em arte desde seus dois anos de idade. Formada
te-se errar e reaprender em cada experiência. Atua como psicóloga e neuropsicóloga em Design de Interiores, é uma nordestina que decidiu se aventurar nos Estados
com jovens, adultos e na orientação parental, pois enxerga a família como o berço Unidos, onde vive há 4 anos. Suas ilustrações têm como marca registrada a doçura
da sociedade, sendo o ambiente para o diálogo, respeito e desenvolvimento pessoal. transmitida pelos traços delicados, porém marcantes.
Grata por ser abençoada por sua primeira gestação, desejando ser inspiração para
essa nova vida que cresce dentro de si.

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