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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CURSO


SUPERIOR DE PEDAGOGIA

VANDERLÉIA RIGON

NATUREZA E IDENTIDADE DA PEDAGOGIA. O QUE É


PEDAGOGIA E QUEM É O PEDAGOGO

Quilombo- SC
2014
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VANDERLÉIA RIGON

NATUREZA E IDENTIDADE DA PEDAGOGIA. O QUE É


PEDAGOGIA E QUEM É O PEDAGOGO

Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia -


Licenciatura da UNOPAR - Universidade Norte do
Paraná, para as disciplinas de Psicologia da Educação;
Desenvolvimento e Aprendizagem; Educação, Sociedade
e Práxis Educativa; Políticas Públicas na Educação
Básica; Teoria e Práticas do Currículo; Prática
Pedagógica Interdisciplinar: Escola e Sociedade;
Seminário Interdisciplinar II.

Profs.: Wilson Sanches; Edilaine Vagula;


MarlizeteStainle; Raquel Lemos; CyntiaSimioni;
VilzeVidotte; Rosely Montagnini; Fabiane Musardo;
OkçanaBattini; Sandra Reis; Fábio Luis da Silva.

Quilombo- SC
2014
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3
2 AS MEMÓRIAS DE MINHA INFÂNCIA E MINHAS EXPERIÊNCIAS NA ESCOLA
.......................................................................................................................................4
3 MINHAS EXPECTATIVAS QUANTO À PASSAGEM DO ENSINO MÉDIO PARA
A EDUCAÇÃO SUPERIOR..........................................................................................7
4 NATUREZA E IDENTIDADE DA PEDAGOGIA. O QUE É PEDAGOGIA E QUEM
É O PEDAGOGO..........................................................................................................9
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................11
BIBIOGRAFIA.............................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO

Nesta apresentação faço um relato de parte da história de minha


infância, até o que me levou ao estudo da Pedagogia. É óbvio que um relato desta
extensão tem que ser muito resumido para que abarque os fatos que considero mais
importantes ao longo de minha formação e não se transforme em uma extensa
autobiografia que não despertaria muito interesse para quem o fosse ler. Também
faço uma avaliação breve do que é e quais são os objetivos da Pedagogia
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2 AS MEMÓRIAS DE MINHA INFÂNCIA E MINHAS EXPERIÊNCIAS NA ESCOLA

Sou VanderléiaRigon, casada com Renato Poli e mãe de uma filha,


Luana. Tenho 39 anos. Nasci em 1975 numa comunidade rural do interior do
municípiode Quilombo, atualmente denominada Linha Rigon.Minha família era
numerosa, com sete irmãos. Sempre tive contato com experiências de
aprendizagens com meus irmãos mais velhos, mesmo sendo com carvão que
escrevíamos nas paredes. Aos sete anos iniciei meus estudos na cartilha e após, do
primeiro ao quarto ano, na Escola Aderbal Ramos da Silva. Íamosa pé, eu e mais
dois irmãos, com os materiais dentro de sacolas de pano ou bolsinhas de cinco
quilos de açúcar. A distância de nossa casa até a escola era de cerca de seis
quilômetros, tínhamos que atravessar potreiros e estradas, com chuva ou com sol,
todas as manhãs, lá íamos nós.
Minha primeira professora foi minha tia Jovelina RigonScarmin, irmã
de meu pai. Ela era muito rígida, cobrava muito na leitura, escrita e tabuada. Éramos
uma turma de aproximadamente quarenta alunos e sentávamos em carteiras
conjuntas. Tínhamos as cartilhas com o processo de aprendizagem de leitura e
escrita com atividade de silabação “ba- be-bi-bo-bu" e de repasse pontilhados.
Lembro muito disso, da cartilha amarela, comprida, dos desenhos dela, de como eu
cuidava dela e amava tudo aquilo. Quando aprendi a ler, foi muita felicidade, a
descoberta da leitura e da escrita foi muito gratificante, quanto à tabuada e as contas
das quatro operações, eu tinha a ajuda de meu pai e de meus irmãos, era uma
obrigação decorar as tabuadas, se isso não acontecesse havia punição: sem
recreio, rezar de joelhos...
Do segundo ao quarto ano, tive mais três professoras que também
marcaram muito minha história de vida, foram elas: Maria Perin, Odete Jordan e
MaridelvaBodanese.Nesta fase da minha infância, de manhã acordávamos,
tomávamos café. Tinha pão, queijo, salame, manteiga, marmelada, melado e nata,
tudo isto era feito na propriedade da família. O açúcar mascavo fazia nos dias que
não tinha aula, pois precisava de toda a família, o trabalho das crianças era tirar o
bagaço da cana que passava pelo engenho, era bem trabalhoso quando fazíamos o
açúcar, porém era bom na hora do puxa-puxa.Era bem divertido, a melhor hora de
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todo o processo.O melado era o mesmo processo, só que tinha que ficar menos
tempo no fogo para ferver, pois tinha que ficar mole. A marmelada era como o
melado, só que minha mãe colocava junto laranja batida. Lembro bem de um dia
que ela fez e disse: "todo o trabalho que deu e perdi tudo,saiu errado!" Fomos olhar
e, realmente, ao invés de ficar mole que desse para passar no pão, tinha ficado igual
à goiabada, firme, mas não dura, e estava muito boa.
O salame era meio complicado no início, tinha que matar o porco,
tirar todo o pelo e limpá-lo. Esta era a parte que as crianças não participavam (ainda
bem!). Ah! Minha mãe também fazia sabão. Então nossa parte começa aí: limpar as
tripas para o sabão, mas em troca disto, nós ganhávamos o coração, fígado, rim e
um pedaço de carne do porco. Então nós, as crianças, fazíamos o fogo e
assávamos o churrasquinho. Era a maior felicidade! Esta era a parte boa de matar o
porco, para nós.
Também fazíamos outros trabalhos como pegar comida para as
vacas (ramos de batata, silagem, pendão de milho e farelo), e os mais velhos tirava
o leite. Tínhamos que levar lenha para o fogão, porque o fogão a gás era muito
pouco usado. O restante que citei acima, não ajudávamos a fazer (pão, manteiga,
salame e queijo).
O caminho para escola. Todos os dias era o mesmo caminho.
Passávamos pela casa do tio Antônio (tio Tonho) e não víamos ninguém porque
estavam cuidando da casa e dos animais. Passávamos também na casa de
Laurentino Graciolli (o Lau) que era um homem muito bom. Às vezes ele apontava
todos os nossos lápis com o canivete, olhava nossos cadernos, coisas que nossos
pais pouco faziam, seu Laurentino era doente do coração. Nossa! Que tempo bom
foi esse.
Agora chegamos à escola. Tínhamos que fazer fila para entrar na
sala de aula. Eu e meu irmão estudávamos na mesma sala. Rezávamos um "pai
nosso" ou uma "ave Maria" no início e no fim de cada aula. Tínhamos que escrever a
data, todos os dias. Eu não sabia escrever RIGON em letras cursivas, só
separadas.Todos os dias, meu irmão tinha que me ajudar. A professora separou
nossos lugares, para ele não mais me ajudar, mas ele escrevia em um pedaço de
papel, passava para o colega e ia passando, passando até chegar a mim, o papel
com o sobrenome RIGON escrito.
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Isso era o início da aula. No recreio tinha lanche da escola que a


própria professora fazia, mas nós levávamos de casa: batata assada, pão com
alguma coisa. Acho que era melhor do que tinha na escola. Na verdade, nem me
lembro qual era o lanche da escola. Lembro-me de um dia que a Ediane, uma
colega, levou uma coxa frita de galinha. O Maurílio (outro colega) começou a
debochar dela, meu irmão e o Teomir (outro colega) bateu nele. Ficaram os três de
castigo. O castigo era ficar com os braços esticados para frente, com livros em cima
deles, ou ajoelhados sobre grãos de milho.
Houve um dia em que briguei com a professora Jovelina. Lógico que
ela deve ter me chamado atenção na sala de aula. E eu respondi: "essa professora
que não sabe nada!". Isso me rendeu muitas lágrimas. O pai e a mãe tiveram que ir
junto comigo na escola, no dia seguinte (Que vergonha!). Um dia, na época que já
estudávamos à tarde, era uma tarde quente. Lá fomos nós para a escola. Mas quem
disse que fomos? Ao passar pela casa de tio Tonho, paramos perto de uma sanga,
onde tinha vários pés de frutas e ficamos um bom tempo lá. Depois, voltamos para
casa, com medo, mas felizes por não termos ido à escola. Com medo, pois o pai e a
mãe não eram muitos de explicar as coisas certas ou erradas. Era tal de varinha de
vime que nos explicava. Mas enfim, nada de mal aconteceu, só tivemos que ir à roça
com o pai, naquela tarde. Isto foi pior do que ir à escola! Ninguém precisou explicar
nada. Aprendemos.
Lembrando de minhas professoras, todas foram muito competentes.
Ensinavam a todos com muita dedicação e carinho, como já descrevi, também com
castigos. Porém nada que me deixou com recordações negativas. Tudo isso era
gostoso e sinto saudades.
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3 MINHAS EXPECTATIVAS QUANTO À PASSAGEM DO ENSINO MÉDIO PARA


A EDUCAÇÃO SUPERIOR

Concluí o meu ensino médio através do CEJA. Eu havia terminado


meu ensino básico e iniciei o Ensino Médio. Porém, algumas semanas depois
abandonaram a escola por não ter motivação para o estudo. Então, após muitos
anos sem estudar, resolvi entrar para o CEJA e completar o Ensino Fundamentais,
anos finais, e o Ensino Médio. Isto ocorreu há cerca de 10 anos. Completei o CEJA
e, novamente, parei de estudar.
Foi então, após cerca de dez anos, que resolvi retornar aos estudos.
Isto se deu em face de eu sentir uma necessidade de fazer algo mais. O que talvez
tenha mais me influenciado a estudar Pedagogia foi à opinião de minha irmã que é
Pedagoga e leciona no curso de Pedagogia. Ela me estimulou a tentar fazer o curso
superior de Pedagogia na UNOPAR, polo de Quilombo. Inicialmente eu encarei esta
possibilidade com certo receio. Seria isto mesmo o que eu queria?
Como eu gosto de crianças e de atividades socializantes,
comunicação e atividades práticas (o que eu chamo de "botar a mão na massa"), me
pareceu que seria a atividade, o curso, que mais preencheria estas minhas
aspirações. Prestei o vestibular e ingressei no curso de Pedagogia da UNOPAR.
Agora estou iniciando o segundo semestre e, apesar de às vezes ter vontade de
parar, continuo estudando. O que me dá vontade de parar? Acredito que os longos
anos que passei sem estudar me desabituaram da rotina dos livros e das aulas. O
de que maisgosto é das aulas práticas, com atividades de sala de aula, troca de
experiências e de informações com os colegas de aula.
Embora eu não me imagine ainda exercendo a profissão de
Pedagoga, tenho ideias de como seria um professor ideal. Creio que o Pedagogo
ideal é aquele que usa seu conhecimento com humildade, sempre tentando passar
adiante o seu conhecimento, sua experiência de vida. Também acho que o
Pedagogo deve ter, durante o curso, assimilado os conhecimentos necessários para
respeitar seus alunos e fazer com que estes aprendam a respeitá-lo. Com seu
exemplo de humildade, tolerância e disciplina, o Pedagogo ideal vai repassar para
seus alunos as qualidades de conhecimento que poderão fazer deles pessoas
integradas na sociedade e dispostas a evoluir pessoal e socialmente.
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Enfim, repassei neste texto os tópicos mais importantes sobre


minhas atividades, minhas aspirações e minhas dúvidas.Talvez não tenha
repassado minhas dúvidas e meus receios. Talvez não tenha explicado bem as
ocasiões em que tenho vontade de parar novamente de estudar. Talvez, talvez,
talvez.
No entanto, é através do talvez que tentamos explicar as nossas
dúvidas e indecisões. Tentamos compreender e superar nossos receios e limitações.
Então, "talvez" não seja somente dúvida mas também o pequeno empurrãozinho
que nos leva a pensar,analisar e decidir.
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4 NATUREZA E IDENTIDADE DA PEDAGOGIA. O QUE É PEDAGOGIA E QUEM


É O PEDAGOGO

A origem da palavra PEDAGOGO é do grego, ondePeda vem de


"paidós" que significa criança e Gogia significa dirigir, orientar. Então Pedagogia é a
atividade de orientar crianças ou educar crianças. No entanto, o real significado atual
de Pedagogia é a ciência ou a atividade de transmitir conhecimentos e orientar na
maneira de adquirir conhecimentos. Não existe um foco exclusivo na educação de
crianças, mas sim da orientação para a aquisição de conhecimentos para qualquer
indivíduo, de qualquer idade.Um Pedagogo é uma pessoa que ensina métodos de
adquirir conhecimento, seja teórico ou prático, para qualquer outra pessoa ou outras
pessoas.
Naturalmente, é necessário seguir uma metodologia para se
conseguir transmitir conhecimentos ou habilidades para outras pessoas. Este
conjunto de atitudes ou métodos é a essência da Pedagogia. Então, um Físico que
ensina Física ou um Matemático que ensina Matemática, entre tantas outras
ciências, são pedagogos. O termo Pedagogia, então, adquire um amplo campo de
atividade e exerce, como consequência, uma função social muito abrangente.
Ensinar e orientar deve ter sempre uma conotação social e ética. Um Pedagogo
pode ensinar a usar uma arma de fogo mas, neste ensinamento, o Pedagogo,
necessariamente,deve também ensinar a ética do uso de uma arma (orientação de
responsabilidade, respeito aos demais entes sociais, consequências do uso fora de
contesto legal,etc.).
Então a Pedagogia se ocupa com os modos de ensinar e, além
disso, se ocupa também com os problemas da educação e de orientação
educacional.Podemos considerar a Pedagogia como uma ciência que estuda, além
das teorias da educação, a aplicação prática destas teorias. Considerada assim,
podemos perceber a sua importância na vida social e no desenvolvimento da
sociedade. Considerando a educação como um conjunto de métodos estruturados e
ações planejadas que influenciam os seres humanos, podemos dizer que a
Pedagogia é uma prática que orienta e modifica os seres humanos na sua vivência
pessoal e social.Estamos percebendo que ser um pedagogo implica em uma
responsabilidade muito grande no sentido de bem orientar as pessoas que buscam
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os serviços pedagógicos, de tal maneira que o pedagogo vai formar estas pessoas
em conhecimentos e habilidades que serão transferidos, inquestionavelmente, a
toda a sociedade. Assim se moldará a possível mudança social para ações e
atividades socialmente saudáveis e humanamente progressivistas.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi uma faze muito boa naquele tempo. Gostávamos muito pois não
precisava ir pra roça se fosse pra aula. Aprendemos muito. As professoras eram
dedicadas em fazer-nos entender.
Com todo esse aprendizado que fomos tendo, fui aprendendo a
gostar cada vez mais dessa profissão, ser pedagogo, não talvez para exercer a
profissão, mas pra repassar conhecimentos as crianças que convivo, lhes ensinando
o que aprendi tanto em teoria como em prática.
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BIBLIOGRAFIA

CHIARATTI, FernandaGermani de Oliveira;GONÇALVES, Carlos Eduardo de


Souza;RICIERI, Marilucia; Psicologia da educação: Desenvolvimento e
Aprendizagem.Editora e Distribuidora Educacional S.A.2014.

SILVA,Fábio Luiz da; PROBST,Melissa;SILVA,CarlaCraice da;


BATTINI,Okçana;Educação, sociedade e práxis educativa. Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2014.

BARUFFI, Mônica Maria; SILVA,SamiraFayezKfouri da;FERRONATO,Raquel


Franco.Políticas Educacionais.Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2014.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo:Brasiliense, 2007.


Coleção Primeiros Passos, n20. p.7-9. Disponível em
http://pt.scribd.com/doc/39369244/O-que-e-EducacaoBRANDAO-Carlos-Rodrigues
Acessado em 15-10-2014.

GHIRALDELLI JR, Paulo. O que é Pedagogia? São Paulo:Brasiliense, 2006.


Coleção Primeiros Passos, n.193. p.8-9. Disponível em
http://pt.scribd.com/doc/31343912/Paulo-Ghiraldelli-O-que-e-Pedagogia Acessado
em15-10-2014.

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