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Ler o Brasil

Aula 1 – Edson Cardoso – Afinal, somos todos humanos?

Que duas perguntas são essas?

Qual “o tema” central para ler o Brasil, segundo Edson Cardoso?

Desumanização produzida pelo racismo a séculos.

Ocupar o espaço público e debater o tema racismo (professor Edson Cardoso)

> A marcha indelével da cor: uma aproximação às questões raciais no Brasil.

> Dificuldade de falar sobre o racismo

> Constituição de 1823 (1824)

"Aqui uma coisa é o escravo, outra coisa é a cor do escravo" (José Bonifácio).

> Proposta de José Bonifácio: Extinção do tráfico de escravos;

> Proposta de gradual liberção dos escravizados

> Mancha indelével

Assembleia Constituinte de 1823

Constituição de 1823

Art.º 6.º - Os libertos são cidadão brasileiros.

Art.º 94 - Proíbe que negros libertos votem.

> Categorização da sociedade pela cor da pele (hierarquização - negros são cidadãos de segunda
categoria).

Questão 1

“Existe uma hierarquização da cidadania e ela se faz pela cor da pele”, afirmou Edson Cardoso em nossa
primeira aula. Você gostaria de escrever um pequeno texto, compartilhando no fórum sua compreensão
desta frase? Pode ser um poema, um relato pessoal, uma carta ou o que fizer sentido para você
aprofundar esta reflexão e compartilhar com colegas de curso.
2.ª Categoria (19/11/2022)

Era preto retinto


Brilhava nos canaviais
Facão na mão, suor na testa
Cana no chão, calo na mão.
Amanhecia o dia, escurecia a noite
E o preto que derrubava o canavial
Na hora da decisão
Quando o país surgia
Ficou fora do Brasil como nação
Não podia votar
Por que a mancha indelével
Que a letra não quer apagar
Manchou a Constituição
Criando a hierarquia
Onde aquele que castelos de açúcar
Levantava noite e dia
Deixado na escravização
Vai tornar cidadão
De segunda categoria.

É muito prazeroso poder fazer um curso com professores de tão alta categoria. Professor Edson Cardoso,
nos abrilhantou de forma singela, porém profunda, sobre a dificuldade de se discutir fora do Movimento
Negro o tema racismo e negritude. Também nos informou documentalmente a questão da exclusão do
negro já na constituição do Brasil como nação, e as propostas de José Bonifácio, que embora fosse um
defensor da libertação dos escravizados, também considerava a escravização como uma mancha
indelével (mancha esta que aflige nossa sociedade até hoje através do racismo estrutural) onde em dois
artigos do documento da constituinte de 1823, o 6.ª e o 94, afirma que o negro liberto é um cidadão,
porém que não pode exercer o poder do voto, mesmo tendo as condições financeiras necessárias ao
voto censitário do império brasileiro, colocando o negro desde o nascimento do Brasil-Nação como um
cidadão de segunda categoria.

Aula 2 – Edson Cardoso – Políticas Reparatórias e Compensatórias

> Decisão n.º 80 - 31/12/1824 (Luiz Eduardo de Carvalho)

> Colonização alemã no Vale dos Sinos - RS (atualmente São Leopoldo)

> A decisão registra "a superior vantagem em empregar gente branca, livre e industriosa"
> O governo imperial brasileiro assenta colonos europeus com recursos advindos da escravidão

> Proíbe a presença de negros escravizados ou libertos na região do Vale dos Sinos

> Preservação da identidade como imigrantes (estudo da língua e dos costumes) e implantação de
pequenas propriedades rurais

> Pessoas escravizadas ou libertas na região do Vale dos Sinos eram transferidas para a corte (Rio de
Janeiro)

> Os Movimentos Sociais Negros - Políticas reivindicadas pelo movimento são de natureza reparatória e
compensatória

> O Estado brasileiro precisa compensar e reparar os danos causados às populações negras

> A economia do Brasil era baseada na força de trababalho escravizada e era ela que gerava a riqueza
inclusive para a implementação de políticas públicas

> Inexistência de qualquer forma de reforma agrária para os ex-escravizados

> O Estado brasileiro desenha o formato branco do país desejado pela elite

Referência Bibliográfica: CERVO, Amado Luiz. Parlamento Brasileiro e as Relações Exteriores

Atividade 2 Políticas Publicas

Quando fui prefeito de Porto Feliz por dois mandatos (2005 – 2012) implementamos o cargo de assessor
de políticas raciais, nomeou-se pela primeira vez o Conselho do Negro, criado em 1988, mas que só
funcionou de 2005 a 2012, implementamos a política de cotas para afrodescentes no funcionalismo
público municipal de Porto Feliz, assim como o feriado com atividades educacionais e culturais do Dia da
Consciência Negra no dia 20 de novembro.

Aula 2 - Leitura: Recordações do Escrivão Isaias Caminha de Lima Barreto

No romance "Leite Derramado" de Chico Buarque, o avô do personagem principal defende que os
negros descendentes de escravizados deviam voltar para a África por que não serviam para mais nada.

1909 - Isaías Caminha - personagem jovem, negro, inteligente e bem preparado de Lima Barreto.

O Romance é narrado em 1.ª pessoa

Tese predominante no início do século XX: Inferioridade intelectual dos negros.


Teoria da Inferioridade congênita

Lima Barreto com sua obra quer rebater a tese que os negros são inferiores biologicamente.

Lima Barreto contesta a teoria a partir de suas experiências pessoais

A mancha indelével: é a cor das pessoas.

Para Lima Barreto a inferioridade não é congênita, mas tem origem nas relações sociais injustas e
desiguais.

Para Isaías Caminha a cor é um obstáculo para todas suas tentativas de ganhar a vida.

Isaías Caminha, por exemplo, é supeito de roubo sem ter nenhuma culpa, apenas pela sua cor.

Isaías Caminha passa por uma série de situações vexatórias devido sua cor.

Por exemplo, um padeiro diz que Isaías Caminha: - Não serve para o trabalho de carregar os balaios de
pães.

Isaías Caminha fica arrasado - Pensa em beber, mas não bebe. Pensa em suicidar-se, mas não suicida-se.
Afinal, Isaías caminha fica desanimado pelas injustiças recebidas.

Quando torna-se empregado do jornal O Globo assiste a mediocridade dos funcionários do jornal,
enquanto ele, Isaías Caminha, inteligente e preparado, é apenas um contínuo.

Lima Barreto demonstra as contradições da imprensa.

Lima Barreto demonstra que a República (coisa do povo) não foi feita para os "Isaías Caminha" - devido a
mancha indelével - negritude.

Os negros, naquela sociedade do raiar do século XX, eram para a escravidão, o recado que a sociedade
passa para os negros é "- Fique fora da sociedade!"

Lima Barreto confronta, assim, a tese da inferioridade biológica dos negros e dos seus descendentes.

Lima Barreto, demonstra através do seu Isaías Caminha, vinte anos depois da proclamação da Republica,
que a mancha indelével permanece.

Cruz e Sousa - A voz do emparedado

A voz poética vai sendo emparedada pelo preconceito e asfixia os sonhos.

Olá galera, estão todes bem? Como combinado no grupo de Telegram, faremos fóruns oficiais para
concentrar todas as contribuições de vocês, a ideia de concentrar em um único fórum é garantir que
vocês consigam interagir de uma maneira mais prática e mais fácil com as contribuições dos colegas.
Abriremos um fórum por aula.

Estamos felizes com toda a interação que já aconteceu em apenas um dia de curso.

AULA 02

Fórum:

Edson Cardoso nos ensinou nesta aula como políticas de Estado enxergam longe e constroem realidades.
Ele nos deu exemplos tanto do Império, como da República, de como a cidadania foi negada a pessoas
negras na falta de acesso à terra e na falta de oportunidades de emprego. Reflita sobre sua posição
social hoje, sobre a história da sua família, sobre as oportunidades que receberam e as que foram
negadas. É possível afirmar que as políticas públicas foram decisivas para vocês? Topam compartilhar as
reflexões e experiências com colegas de curso?

Sou branco retinto, olhos azuis


Não sei se dos italianos ou belgas
Que são minha origem
Mas o estigma só me pegou como carcamano
Não se tornou indelével
Assim possuímos terras
Tivemos educação, se não de primeira
Deu-se para o gasto
Tivemos trabalho
Tornamos operários
Proletários, nos unimos
Queriam branquear o Brasil
Mas não deu certo
Porque o sangue, é forte
Para os que lutam
E os que lutam e labutam
Dia a Dia e Noite a Noite
São os que tiveram manchas
Indeléveis, como a ignorância
Dos racismos mortais
Muitos sobreviveram, mas quantos
Quantos não pereceram
As costas ainda ardem
Das chibatas e das chibatadas
Da vida, que é negra para a maioria
E a maioria que é negra
Sobrevive na Raça
Enlaça a vida e ri da desgraça
Brava e sadia segue
Em busca da reparação
Em busca do que é seu por direito
em busca da alegria, nunca perdida
Porque o riso se interpôs a choro
A dor que era de morte
Trouxe a dolorosa vida
Vida que é vivida, com o suor do trabalho
Com dentes travados
Com a pele macia
As marcas ficaram para trás
Mas ainda doem como feridas expostas
Porque por mais que se tente lavar
A mancha não deixa o Brasil
A mancha é o Brasil
Em busca de paz
Em busca de terra
Em busca de pão
A marcha esvazia
As casas, e todo mundo na rua
Anseia a verdadeira liberdade
Que virá num sorriso negro retinto
Retinto de glória
Retinto de História
Retinto da memória
Dos que aqui não mais estão
Mas não serão esquecidos
Pois suas vitórias
É a vitória da diferenciação
Que enriqueceu o país
E dá as notas do novo futuro
Um futuro em que o negro terá glória
História, terra e pão
E aí chegará de verdade
Negritude que é liberdade
Numa terra de libertação
Onde não haja fome
Onde todos sejam irmão
Irmanados em nome
De uma nova nação
Essa sim, construída e reparada
De toda opressão
Terra de igualdade
Terra de irmãos verdadeiros
Onde a cor não seja mais uma mancha
De classificação
Mas seja apenas uma bela diferença
De gêmeos irmãos
E que a liberdade seja diária
E a chama revolucionária
Da verdadeira transformação
Onde negros e brancos sendo iguais
Respeitarão as diferenças e as cotas
Sejam desnecessárias porque a porcentagem
Não possua mais exclusão
Mas que a dosagem de pretos, de brancos
De índios e estrangeiros seja a medida
A medida da inclusão necessária
Para que reine a paz e a comunhão
E que as pessoas não sejam mais medidas
Pela cor, raça, etnia ou religião
Que a competência e a dignidade
Seja a régua da integração
De um Brasil verdadeiro, honesto,
Integro e plural, onde o sol
Realmente nasça para todos
Um Brasil que respeite seu passado africano
Um Brasil onde a pele não seja um fator
De diferenciação, mas sim de, ao contrário
União dos povos que aqui vieram e construíram
Um país miscigenado, rico e includente
Onde toda sua gente tenha pão, terra e paz…

Aula 3 – Edson Cardoso – Racismo Sistêmico

Erving Goffman - Livro: Estigma

"Por definição, é claro, acreditamos que alguém com ESTIGMA não seja completamente humano. Com
base nisso, fazemos vários tipos de discriminações, através das quais - efetivamente, e muitas vezes
sem pensar - reduzimos suas chances de vida".

A Mancha Indelével desumaniza o outro

Sem acesso ao mercado de trabalho não há vida digna.

A animalização do outro é eficiente na hora que você quer negar a humanidade a alguém (por isso os
insultos de macaco, elefante, etc...)

Existem vários estigmas

· Pele;

· Gênero
· Presidiários

· Deficiente físico

· Profissão

· Peso, etc.

Desumanizar o portador do Estigma.

Com a estigmatização da mulher e do negro se construíram as sociedades capitalistas modernas.

O Racismo e o Sexismo construíram o mundo em que vivemos - Sociedade capitalista moderna - se dá


através da superexploração da mulher e do negro.

Diagnóstixo e resolução do problema por Erving Goffmann

ESTIGMATIZAR = DESUMANIZAR

COMBATÊ-LA = HUMANIZAR

HUMANIZAÇÃO DOS ESTIGMATIZADOS

QUESTÕES

Qual o efeito de se estar à séculos submetidos a uma estigmatização?

Qual será o efeito de séculos de desumanização?

Como os negros sobreviveram e são maioria da população brasileira?

Como os negros sobreviveram e são maioria da população?

Com vimos na aula do professor Edson Cardos, a sociedade brasileira cresceu social e economicamente
colocando à parte desta as mulheres e os negros, logo originando uma cultura machista, patriarcal,
sexista, racista. Desde o primeiro momento de vida do Brasil como Estado Nacional, caracterizou bem, os
chamados “patriarcas”, como é o caso do branco José Bonifácio de Andrada e Silva, que o país tinha uma
“mancha indelével”, advinda do sistema escravocrata, e que os negros, embora cidadãos, eram um
cidadão de segunda categoria, estigmatizado pela sua cor.

Porém, mesmo assim, encontramos o Brasil de hoje com sua população majoritariamente não-branca.
Somos o país fora da África com a maior população negra, e se incluir a África ficamos em segundo lugar,
só atrás da Nigéria. Como, apesar de toda a carga de racismo e preconceito, da estigmatização que
segundo o sociólogo e antropólogo Erving Goffman: “(…) acreditamos que alguém com estigma não seja
completamente humano. Com base nisso, fazemos vários tipos de discriminações, através das quais –
efetivamente, e muitas vezes sem pensar – reduzimos suas chances de vida”.

Como um povo estigmatizado, com a marca indelével da cor, marginalizado, excluído da sociedade
brasileira ainda assim, conseguiu sobreviver?

Atividade

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AULA 03

Fórum:

Antes de desenvolver, ao longo da aula, como a desumanização reduz as chances de vida, Edson Cardoso
joga uma pergunta que fica no ar: “Como os negros sobreviveram e são maioria da população?”. O que
podemos compartilhar aqui no fórum que nos ajuda a respoder esta pergunta?

Se estigmatizar é desumanizar, logo combater a estigmatização, o preconceito, o racismo é humanizar, é


manter a sobrevivência. O povo negro, combateu de várias formas a exploração a que foram submetidos,
seja por meio dos quilombos, das fugas em massa, da contra-violência aos exploradores, seja através da
negação de trabalhar sobre ordem de outrem, seja pela união desses povos para garantir o mínimo de
sobrevivência. Apesar de tudo e praticamente contra tudo, o povo negro sobreviveu e hoje continua
sendo maioria da nossa população, e continua e continuará lutando contra o preconceito, o racismo, o
sexismo e tudo aquilo que pode afrontar sua dignidade. Como dizia José Martí, um poeta e
revolucionário cubano:

“Há de haver no mundo certa quantidade de decoro,

como há de haver certa quantidade de luz.

Quando há muitos homens sem decoro, há sempre outros

que têm em si o decoro de muitos homens.

Estes são os que se rebelam com força terrível

contra os que roubam aos povos sua liberdade,


que é roubar-lhes seu decoro.

Nesses homens vão milhares de homens,

vai um povo inteiro,

vai a dignidade humana…”

Aula 4 - professor Edson Cardoso - O Racismo em Monteiro Lobato

O que a hierarquização do humano provoca numa sociedade como a nossa?

Sociedade hierarquizada não pode ser democrática!

Aula 4 - professor Edson Cardoso - Todos somos igualmente humanos!

Todos somos igualmente humanos?

Todos somos igualmente humanos!

É inerente à estigmatização a hierarquização dos seres humanos.

O Racismo e a Democracia são inconciliáveis.

O Racismo é, por excelência, a hierarquização do ser humano.

QUESTÃO: Afinal, somos todos humanos no Brasil?

Estudos de ciências: A pele e seus anexos (cabelo, unha).

Qual a metodologia?

Por que não se fala em melanina?

Quem quer saber se só existe uma pela humana? A que interessa não se discutir?

A ONU encomendou no pós-guerra estudos para dizer que todos os humanos eram iguais!

Livro: Raça e Ciência. Volume 1 e 2. (Marcos Chor Maio & Ricardo Ventura Santos, Orgs.)

Por que esse conhecimento é escondido?

Resposta: Porque é preciso manter a dominação através da hierarquização do ser humano!

O Movimento Social Negro é que foi as ruas dizer que todos são igualmente humanos!
TODOS SÃO IGUALMENTE HUMANOS!

ATIVIDADES AULA 4

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AULA 04

Fórum:

Se Monteiro Lobato é leitura a ser feita criticamente por pessoas adultas, que livros infantis podemos
recomendar às crianças? Que livros infantis vocês conhecem que humanizam pessoas negras, indígenas,
brancas, amarelas e podem ser lidos para crianças de todas as idades?

Quando dou História da África aos meus alunos procuro mostrar a diversidade dentro da própria África e
demonstrar que não existe apenas o negro, mas sim os negros, além de árabes e muitos destes brancos
de origem “semita”. Assim como ao ensinar sobre o Egito demonstrar que são não brancos e os Núbios
são povos negros altamente desenvolvidos. Mas ao recomendar alguns livros infanto-juvenis
recomendo:

Amoras – Emicida – Companhia das Letrinhas

Coleção Black Power:

Carolina de Jesus

Martin Luther King

Barack Obama

Rosa Parkinson

Nelson Mandela

e também Chico Rei de Renato Lima e Zumbi do mesmo autor

Gosto também do OBAX de André Neves.

Para os adolescentes recomendo todos os livros de:

Mia Couto
Quarto de Despejo de Maria Carolina de Jesus

O Cortiço de Aluísio Azevedo

Macunaíma de Mario de Andrade

Lima Barreto

Aula 5 - professor Edson Cardoso - A Falsa Medida do Homem

Fenótipo - é o conjunto de características físicas que se pode observar: cor da pele, traços, tipo de
cabelo, etc. No Brasil é pelo fenótipo que se estabelece a desumanização do racismo.
Combater o racismo é estratégico para qualquer projeto futuro do Brasil.

Stephen Jay Gold (1941 - 2002) Obra: A Falsa Medida do Homem.

ATIVIDADE AULA 5

Encerramos com esta aula o primeiro módulo do nosso curso. Como as aulas de Edson Cardoso te
ajudaram a ler o Brasil?

O método do professor Edson nos envolveu dando base para demonstrarmos uma (não a única) das
origens do racismo no Brasil. Logo quando nasce, o Brasil, como Estado-Nação deixa de enfrentar o seu
maior ferimento, a escravidão. E cria um mecanismo, já na constituinte, de criar dois tipos de cidadão,
um cidadão branco, macho e em pleno poder de gozar seus direitos e um cidadão de segunda categoria,
os negros libertos, que não teriam direito ao voto, ou seja, de escolher os seus governantes. Logo, o
Estado brasileiro, já nasce propondo que uma grande parte da sua população tenha uma marca
indelével: a marca da cor da pele. A República, proclamada em 1889, um ano após a abolição da
escravidão, também veio com a marca da hierarquização da sociedade e a pretensa inferioridade das
pessoas que não eram brancas, não fazendo a as pessoas terem iguais chances de concorrer com as
benesses do Estado Brasileiro (Políticas Públicas), assim sendo, a educação, a saúde, o acesso a bens
culturais fica sendo desfrutada por apenas uma pequena parte da sociedade, os brancos, com a tentativa
do embraquecimento através da imigração e de políticas públicas que garantiam emprego e renda para
os imigrantes, que por isso puderam adquirir terras e até empreender nos setores industriais e
comerciais. Uma sociedade baseada na hierarquização de pessoas e das diferenças do fenótipo da sua
gente, passa a ser uma sociedade onde a democracia é para poucos e luta uma constante dos povos
negros e índios para garantirem seus direitos, que é garantir sua sobrevivência, luta essa que levou a
população brasileira, em que pese os privilégios da população branca, ser a população não brancaa que
aumentou ao combater os estigmas e a desumanização levando a humanização dos estigmatizados. E
continuamos em busca de uma sociedade onde todos sejamos iguais não importando a quantidade de
melanina que se tem na sua constituição física.

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