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ORIENTAÇÕES _________________________________________________________ 4
INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 5
Resumo __________________________________________________________________________ 36
A chegada ________________________________________________________________________ 40
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Resumo __________________________________________________________________________ 51
Resumo __________________________________________________________________________ 62
Resumo __________________________________________________________________________ 71
Os Governadores __________________________________________________________________ 78
Resumo __________________________________________________________________________ 84
Voltando a Piratininga______________________________________________________________ 99
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A vida nas Aldeias ________________________________________________________________ 112
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Orientações
Parabéns por adquirir um material de História do Brasil sem ideologia para seus
filhos! Pensei em algumas formas de uso para este material:
- Para crianças menores, o adulto pode ler antes a parte que pretende trabalhar e
depois fazer a exposição oral para a criança, através de desenhos simples ou mostrando as
imagens do PDF de imagens na TV. Ou mesmo
- Para crianças maiores pode-se fazer a leitura junto com a criança, lendo um trecho
e fazendo comentários, conversando mesmo com a criança e pode-se mostrar as imagens
do livro numa TV (espelhando a tela do celular, por exemplo), principalmente se forem
mapas, para a criança visualizar melhor.
- É possível também deixar que elas mesmas leiam e façam os exercícios, dependendo
do perfil da criança.
Independentemente de como for usado o material, é muito aconselhável que o
responsável leia o texto e as notas de rodapé antes. Assim poderá conversar melhor com a
criança sobre o assunto e principalmente se quiser comentar os trechos d’Os Lusíadas
presentes no material.
É bom que os responsáveis assistam antes a sugestão de vídeos. Eu assisti todos, mas
o critério para saber se um vídeo é próprio para criança deve ser definido pelos pais.
A notas de rodapé marcadas com algarismos arábicos (1,2,3...) podem e devem ser
lidos pela/para a criança. As notas que aparecem em algarismos romanos são referências
bibliográficas e foram colocadas ao final do livro para deixar a leitura mais fluída.
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Introdução
Para estudar história precisamos saber que não podemos tentar entender, muito menos
julgar, acontecimentos ocorridos há 100, 200, 1000 anos, com a nossa mentalidade, o nosso
jeito de pensar de hoje. Os costumes e a maneira de pensar podem mudar de um povo para
o outro, mesmo vivendo numa mesma época. Nós brasileiros, por exemplo, somos
diferentes dos europeus, até mesmo os brasileiros do sul e do norte do país podem ter
grandes diferenças. Imaginem o quanto pode mudar costumes e maneira de pensar
quando há anos, décadas, séculos de diferença!
Um exemplo muito simples pode ajudar a entender. Aqui no Brasil, por volta de 1940,
1950, era muito comum que as meninas se casassem cedo, ou ao menos, fossem prometidas
em casamento, com 15, 16 anos. Hoje em dia, um adolescente entre 16 e 18 anos precisaria
da autorização dos pais para se casar, o que dificilmente acontece e soaria muito estranho.
Por volta de 1980, uma mulher que se casasse com 25, 26 anos, era vista como uma mulher
que tinha demorado muito para se casar, algo que é bastante normal para os dias de hoje.
Assim, há costumes antigos (de 100, 200, 500 anos) que podem nos chocar hoje, por
estarmos em uma época muito diferente.
Quando pensamos na mentalidade de 200, 300, 500 anos atrás, um tema bastante
delicado é o da escravidão, que a Igreja católica nunca apoiou. Há uma bula papal que
autorizava a escravização de muçulmanos em tempo de guerra, por serem difíceis de ser
convertidos, mas a Igreja nunca defendeu a escravidão de negro ou qualquer outra raça.
Pelo contrário, muitas foram as condenações à escravidão. Se alguns padres tiveram
escravos, era por estarem numa época em que certos trabalhos eram feitos apenas por
escravos. Ter um escravo não tornava ninguém defensor da escravidão, tanto é que os
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próprios abolicionistasI tinham escravos, os escravos que haviam sido libertos também
tinham escravos. Os verdadeiros católicos que tinham escravos os tratavam muito bem.II
A contagem se século se inicia sempre com ...1 e termina com ...0, ou seja, o século
I começa no ano 1 e vai até o ano 100, o século II começa no ano 101 e vai até o ano 200
e assim por diante. Estudaremos, neste livro, o primeiro século da colonização do Brasil, o
século XVI, ou seja, do ano 1501 até 1600.
O mundo pode ser dividido e classificado de diversas formas. Em nosso estudo vamos
ler várias vezes as expressões Oriente/Ocidente e Norte/Sul.
O mundo ocidental corresponde basicamente à Europa e às regiões que ela
influenciou. O mundo Oriental, aqui em nosso estudo, corresponderá à Ásia, onde
encontramos a Índia (de quem muito falaremos) e a Península Arábica, além de outras
regiões.
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Figura 1 - Ásia
A divisão norte e sul diz respeito aos pontos cardeaisI, que nos ajudam na localização
em determinado lugar. Os pontos cardeais devem ser vistos sempre em relação a algum
lugar. Podemos falar do Norte e Sul de todo o globo terrestre ou de uma pequena região.
No globo terrestre, a linha (imaginária) do Equador divide fisicamente o mundo em
Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.
Hemisfério
Norte
Hemisfério
Sul
Figura 2 – Hemisférios
Mas também podemos falar da região Norte ou Sul de um país, de um continente. Por
exemplo: o Cabo da Boa Esperança fica numa região ao extremo Sul do continente
africano, ou seja, na região mais ao Sul deste continente.
I
Encontrar bom vídeo curto sobre isso
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Extremidade Sul
da África
Figura 3 - Extremo Sul da África
Escritos em 10 cantos, 1102 estrofes e 8816 versos, os Lusíadas são um grande poema
cujo tema central é a viagem de Vasco da Gama às Índias e é pela boca de Vasco que o
autor, Luís de Camões narra ao leitor os fatos mais importantes da história de Portugal.
Mas sua poesia vai muito além dos versos. Trata-se de um clássico da literatura portuguesa,
repleto de virtudes, da grandeza da civilização lusitana, é uma fonte cheia da história, da
beleza e do espírito português.
Portugal levou a cruz e a espada, ou seja, a fé e o domínio português, aos confins do
mundo. Proclamou a fé católica entre as nações mais estranhas, descobriu novos
continentes. O brasileiro é participante e herdeiro da alma lusitana naquilo que ela tem de
mais elevado: fé, língua, princípios...
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Por isso, neste livro traremos os Lusíadas ao leitor em pequenos trechos, mostrando
brevemente a história lusitana e sua relação com a obra de Luís de Camões.
O homem, para se conhecer, deve entender seu passado, por isso, antes de seguir para
a nossa História do Brasil, precisaremos nos debruçar um pouco sobre a história de
Portugal, terra de nossos descobridores. Entenderemos por que eles chegaram aqui e como
foi árduo o caminho que percorreram até descobrirem ao Brasil.
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1. Breve História de Portugal
Formação de Portugal
dos nossos descobridores. Se alguém ainda tiver dúvidas desta real necessidade, basta
- Por que vieram os portugueses ao Brasil? Bem... Procuravam novo caminho para as
Índias...
- Mas por que procuravam eles outro caminho? Porque os muçulmanos dominavam
seus acontecimentos sempre ligados uns aos outros. É uma sucessão de fatos que se
I Povos bárbaros.
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No ano de 711, os árabes, impulsionados pelo islamismo expansionista1 (a religião
norte da África. Conquistam facilmente quase toda a região, uma vez que os visigodos
por Carlos Magno, e nas Astúrias (região ao norte da Península Ibérica), onde os
Reino das Astúrias. Estes católicos, liderados por Dom Pelágio, freiamII a expansão
Guerra da Reconquista, que durará 700 anos. Durante esse tempo, os cristãos irão
I Chamamos Islamismo expansionista porque a religião Islâmica sempre buscou a expansão de seus domínios,
conquistando mais e mais territórios.
II Impedem, fazem parar.
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recuperar a Península Ibérica. A Guerra da Reconquista só terá fim em 1492 com a
Sugestão de vídeos:
A Guerra de Reconquista Para crianças maiores: A Guerra da
(mapa). Reconquista.
dos muçulmanos e o Reino das Astúrias começa a crescer. Com o tempo ele acaba sendo
dividido em outros reinos, dentre eles, o Reino de Castela, do qual faz parte o CondadoI
Portucalense, comandado pelo conde Dom Afonso Henriques. O Reino de Castela dará
origem ao país que hoje conhecemos como Espanha e do Condado Portucalense surgirá
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Portugal. Para facilitar a compreensão, usaremos em nosso texto o nome atual,
No ano de 1139, Dom Afonso Henriques vence uma importante batalha contra os
menor que o muçulmano, vai à combate, pois confia nas palavras de Jesus, que lhe
aparecera horas antes da Batalha de Ourique. Dom Afonso pergunta a Jesus porque lhe
aparecia, se ele já tinha fé. Seria melhor se aparecesse aos muçulmanos para que cressem
no Deus verdadeiro e assim não precisassem guerrearIII. Jesus responde que não havia
aparecido a Afonso para aumentar sua fé, mas para lhe dar força e diz ainda:
“Confia, Afonso, porque não só vencerás esta batalha, mas todas as outras em que
pelejares contra os inimigos de minha Cruz. Acharás tua gente alegre e esforçada para a
peleja, e te pedirá que entres na batalha com título de rei. Não ponhas dúvida... Eu sou o
para mim um império, por cujo meio seja meu nome publicado entre as nações mais
I Ele não era rei, mas por seus méritos, seus soldados o consideraram como tal.
II Sequência de soberanos de uma mesma família.
III Camões, fala dessa aparição n’Os Lusíadas, canto III, estrofes 45 e 46:
A MATUTINA LUZ SERENA E FRIA COM TAL MILAGRE OS ÂNIMOS DA GENTE
As estrelas do polo já apartava, Portuguesa inflamados, levantavam
Quando na cruz o Filho de Maria Por seu rei natural este excelente
Amostrando-se a Afonso o animava. Príncipe que do peito tanto amavam.
Ele [Afonso], adorando quem lhe aparecia, E diante do exército potente
Na fé todo inflamado, assim gritava: Dos inimigos, gritando, o céu tocavam,
“Aos infiéis, Senhor, aos infiéis, Dizendo em alta voz: “Real! Real, [antiga aclamação a reis portugueses]
E não a mim, que creio o que podeis!” Por Afonso, alto rei de Portugal.”
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O reinado de Dom Afonso I, o Fundador, foi quase todo de guerras e disputando
tornando-se independente, e que não aceitou tão facilmente a transformação de seu antigo
condado em um novo reino; depois contra os muçulmanos. Por fim, Portugal consegue
desde a invasão islâmica na Península Ibérica, onde tivemos a união dos católicos nas
Astúrias, barrando o avanço islâmico, até a Batalha de Ourique, onde o 1º rei português
vence um exército muito maior que o seu, com a promessa da vitória contra os inimigos
da cruz.
evangelização das Américas nas palavras de Jesus a Dom Afonso Henriques: “Quero em
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A França Antártica e a conquista do Rio de Janeiro
portugueses para a colonização, a região da Baía de Guanabara ainda não está povoada,
Rio de Janeiro) permite que franceses, liderados por Villegagnon, se estabeleçam aí desde
o ano 1555. Eles conseguem se aliar aos tamoios daquela região e construir um forte. Em
protestante no Brasil (numa época em que diferenças religiosas eram causa de guerras). Os
Após os pedidos de reforços a Portugal (até mesmo o padre Nóbrega escreve ao ex-
governador Tomé de Souza pedindo auxílio), o socorro chega ao Brasil em 1559, com o
Guanabara em 1560, com o auxílio de índios e do próprio padre Nóbrega, que convence
I Dos portugueses porque essa povoação dava apoio aos corsários franceses que, além de saquear, atrapalhavam a
navegação dos navios portugueses.
II Ataque.
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portugueses não têm gente suficiente para iniciar uma povoação. Mem de Sá teme a volta
comandado por Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá. A esquadra recebe reforços em
Salvador e no Espírito Santo antes de ir à Baía de Guanabara. É nessa época que ocorre
a Paz de Iperoig e graças a essa paz, Padre Nóbrega consegue enviar reforços
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Mem de Sá aconselha o sobrinho a não fazer nada sem antes ouvir o Padre Nóbrega.
do Rio de Janeiro:
I Alcançar, conseguir
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“Houve muito trabalho em os aquietar... os índios não tinham que comer; os
portugueses não tinham para lhos dar [dar aos índios]... todos andavam fracos, e muitos
iriam para suas terras... Acudiu a Divina Providência, pois logo naquele mesmo dia
vimos três navios, que iam de cá da Bahia com socorro de mantimento... E ao [dia]
seguinte chegou a capitânia... com grande alegria entramos pela boca do Rio de Janeiro,
começando já, os homens a ter maior fé e confiança em Deus, que em tal tempo socorrera
as suas necessidades.”65
O padre Simão Vasconcelos, que escreveu sobre a vida do santo alguns anos após sua
morte, relata que, na verdade, o que se deu foi um verdadeiro milagre, um “caso digno
de memória”: São José de Anchieta havia afirmado aos índios que estavam a ponto de
desistir que, antes que o sol chegasse a tal ponto do céu, os mantimentos chegariam, e
Anchieta é enviado a Salvador para ser ordenado sacerdote e falar ao governador Mem de
1567, acompanhado do próprio governador, Mem de Sá, padre Manoel da Nóbrega, padre
Glória, em 20 de janeiro de 1567, Estácio de Sá é ferido por uma flechada no rosto e falece
um mês depois.
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Figura 57 - Morte de Estácio de Sá. (Antônio Parreiras)
“Nesta conquista que durou alguns anos, andavam os homens como religiosos,
do Brasil.
Sugestão de vídeo:
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