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Esmiuçando a Maçonaria (a Loja)

05/12/2019 loja maçónica, oficinas


A Loja Maçónica em acção pratica o que une e afasta o que divide. A vida maçónica é
intensa. Lembrem-se: “Onde estiverem reunidos em Meu nome, lá estarei”.
Definição

Na Maçonaria, Loja
é o Templo onde os maçons se reúnem para os seus rituais e, mais do que um espaço
físico determinado, representa o universo.

É a agremiação de Maçons regulares, em número limitado, a partir de sete, dentre os


quais três Mestres. O local em que uma sociedade maçónica realiza as suas Sessões e,
por exemplo, qualquer corporação maçónica (na realidade, prefere-se falar em Templo
para designar o local de reunião, reservando o vocábulo Loja para designar a
corporação). No final de cada Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo
continua aberto, para outras Lojas.

Sete ou mais Mestres Maçons regulares, munidos de documentos comprobatórios dessa


qualidade, poderão reunir-se para fundar uma Loja.

Lojas Simbólicas
São todas as Lojas que trabalham ou se dedicam aos graus do simbolismo. Estas Lojas
estão ligadas às Grandes Lojas ou aos Grandes Orientes, são também chamadas de
Lojas Azuis. Composta de pessoas honradas que se escolheram porque se agradam
reciprocamente, uma Loja toma o aspecto de uma família. Vivendo juntas durante muito
tempo, estas pessoas têm por finalidade fazer com que desabroche no ser humano a
harmonia da razão e do sentimento, e seria faltar tanto a uma como a outro se fossem
esquecidas as benéficas emoções de uma camaradagem plasmada de estima e confiança.

Oficinas
Este nome deriva das antigas associações e corporações dos artesãos, quando a
Maçonaria era o reduto de trabalho manual; posteriormente, esse trabalho passou a visar
o bem-estar social; finalmente, o trabalho foi sublimado, sendo os materiais trabalhados
os que compõem o próprio ser humano, sob todos os aspectos, inclusive com o “auto-
aperfeiçoamento”.

O Maçom deve retirar de si mesmo as arestas produzidas pelos vícios, como as


imperfeições, a desobediência e as omissões. É um trabalho constante, de modo que a
oficina maçónica está sempre em funcionamento. A actividade do Maçom não se
restringe à frequência da sua Loja, uma vez por semana. Todos os dias da semana são
dias de trabalho e de oficina. O trabalho é permanente; em Loja, o Maçom comparece
para “recarregar” as suas baterias gastas. A comodidade e a preguiça são males a serem
superados; o Maçom está sempre em vigília e à espreita da oportunidade para auxiliar os
seus Irmãos e a sociedade. O pecado não está em “fazer”, mas sim em “deixar de
fazer”. O desleixo equivale ao atrofiamento.
Estar a coberto
Diz-se que a Loja está a coberto quando a porta estiver fechada, isto no sentido material;
“estar a coberto” significa, porém, que no Templo está presente o Grande Arquitecto do
Universo, com o seu poder protector que a todos “cobre”.

O importante convívio
Na entrada da Loja, devem ficar esquecidas as preocupações do trabalho e dos negócios,
abandonando as realidades da vida em troca de alguns momentos de lazer de ordem
intelectual e moral, deixados de lado, momentaneamente, os interesses materiais por
importantes que possam ser a fim de se desfrutar da satisfação de um ensino elevado, de
uma filosofia na qual o bom-senso se encontra à vontade e onde o prazer de um
convívio amigo é só o que realmente tem valor. Uma hora de alegria sadia proporciona
uma boa reserva de forças para o labor do dia seguinte. Um dos segredos do Maçom, é
que sabe levar a vida pelo lado bom, por isto, na Loja, não existem discussões sobre
questões irritantes; apenas trocas de pontos de vista como deve ser entre as pessoas bem
educadas, após o que cada qual deve meditar sobre o que ouviu; naturalmente nada de
política, pois a paixão política inflama o jogo. Quem se acha possuído pela paixão
política é incapaz de compreender a Maçonaria, pois relembram-lhe
constantemente: Pratico o que une e afasto o que divide.
A Grande Obra
Por Grande Obra é conhecida a Maçonaria Universal, sem distinção de obediências ou
ritos. A Grande Obra é a construção do Templo Social, do Templo Moral e do Templo
Espiritual. O Maçom é chamado à ordem, se fizer eco de preocupações mesquinhas. A
Grande Obra é a busca da perfeição maçónica, dentro dos preceitos da instituição. Nela
se reúnem os Iniciados para trazer o seu concurso à Grande Obra, eterna como o
Progresso e sem limites na sua aplicação. Tendo um imenso Templo a construir, os
maçons não prostituem a sua Arte sujeitando-a a tarefas profanas; eles têm de, em si
próprios, reformar o Homem, universal na sua essência. A inércia vicia e prejudica; o
entusiasmo contagia e beneficia.
Planeamento
A vida moderna exige que os actos individuais e públicos, grupais ou económicos,
sejam programados. Hoje, a ciência conta com o computador que é o aparelho
electrónico eficiente para as programações.
Qualquer entidade, religiosa, cultural, recreativa, científica, etc., deve programar as suas
actividades, para evitar o caos. A Maçonaria nada faz sem prévia programação; dentro
dos trabalhos modestos de uma Loja Maçónica, o Venerável Mestre somente terá êxito
na sua gestão se programar os seus trabalhos; esta programação apresenta partes
distintas: programação da sua gestão, que poderá ser anual, consoante o período para
que foi eleito, ou abrangendo dois ou mais anos; poderá ser mensal ou semanal,
considerando que cada sessão deve obedecer a uma programação específica. Diante
desta prática, o Maçom, por sua vez, como reflexo eficaz, deverá programar a sua vida
familiar, profissional e espiritual. Toda a programação obedece à experiências passadas,
a dos mais capazes e a previsão do que possa advir. Se o mundo reflectisse antes de
tomar qualquer decisão, este mundo não seria o acumular constante de perturbações e
violências. O Maçom não pode praticar nenhum acto sem antes o ter “reflectido”.

A Sala dos Passos Perdidos


Não podemos esquecer que ao entrar no edifício onde a Loja se localiza, estaremos
entrando numa Loja maçónica, não num clube, nem em dependências profanas. Muitos
maçons ignoram que a sala dos Passos Perdidos é uma das antecâmaras do templo e o
seu comportamento reflecte os hábitos profanos, quando deveria ser um local de
respeito e de satisfações, momentos de troca de cumprimentos, de observação, de tratos
sobre a próxima entrada em templo, passando pelo Átrio Purificador.

O nome “Passos Perdidos” traduz desorientação, mas apenas inicial, uma vez que de
imediato surgirá o rumo certo, em especial quando o Mestre de Cerimónias estender o
convite para a entrada no Átrio.

O comportamento do Maçom deve ser preparatório para a entrada no templo; uma


preparação educada e consciente, aptos para a purificação no Átrio. O Átrio é a
antecâmara do templo, onde o Mestre de Cerimónias conduz os Irmãos para os preparar
para entrar no recinto sagrado.

Trabalho de apoio
Cabe a nós, Maçons, o trabalho de apoio constante à Lojas Maçónicas, porque elas são,
indubitavelmente, as unidades fundamentais da Maçonaria. É pela Loja bem organizada,
bem estruturada, que realiza a sua tarefa realmente à luz da doutrina maçónica em toda a
sua plenitude, que teremos condições, não só de fazer uma divulgação, mas de executar
a difusão concreta, constante, que se vai consolidando cada vez mais junto à própria
sociedade. As Lojas Maçónicas, portanto, devem ser a nossa meta natural de apoio, para
que possam não apenas realizar bem o seu trabalho, mas que possam também, explorar
todas as possibilidades e potencialidades que carregam consigo, a fim de que atendam
aos objectivos para as quais são criadas.

Destacamos que temos também, como maçons, o natural dever de atender em tudo o
que for possível às necessidades de Irmãos de outras Lojas de pequeno número de
obreiros; reclamam de nós um acompanhamento de apoio, uma acção permanente sobre
elas. Cumpre aos maçons sinceros de todas as latitudes se unirem, ajudar-se
mutuamente, expandirem a rica literatura maçónica, usar a tecnologia moderna, em
suma, trabalharem com entusiasmo a palavra escrita e oral em prol deste nobre ideal e
em favor dos que o desconhecem.
Concluindo
A nossa colaboração é modesta; no entanto é válida porque é oferecida com amor
fraterno, na ânsia de buscar mais e melhor, para a Glória do Grande Arquitecto do
Universo!

P.S.: De que adianta termos voz, se nos calarmos diante das injustiças do mundo? Para
que servirão os nossos olhos, caso desviemos o olhar do sofrimento do próximo?
Adaptado de texto escrito por Valdemar Sansão

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