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PROVAS DO ENEM
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também se adaptaram às novas tecnologias. A análise Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato
do texto publicitário apresentado revela que o surgimento pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é
das novas tecnologias
A predomínio de linguagem informal entrecortada
A proporcionou mudanças no paradigma de consumo e por pausas.
oferta de revistas e livros. B vocabulário regional desconhecido em outras
B incentivou a desvalorização das revistas e livros variedades do português.
impressos. C realização do plural conforme as regras da
tradição gramatical.
C viabilizou a aquisição de novos equipamentos digitais.
D ausência de elementos promotores de coesão entre
D aqueceu o mercado de venda de computadores. os eventos narrados.
E diminuiu os incentivos à compra de eletrônicos. E presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.
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QUESTÃO 100
Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora?
INTELIGÊNCIA
A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída
desde os anos 40. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo
de raciocínio.
AMOR
O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias
espécies, como os corvos, que também criam laços duradouros, se
preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte.
CONSCIÊNCIA
Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam
e enganam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e se
distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.
CULTURA
O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e
primatas que são capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los
para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso?
Extra, extra. Este macaco é humano.
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003.
O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos outros
animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são
A definição e hierarquia.
B exemplificação e comparação.
C causa e consequência.
D finalidade e meios.
E autoridade e modelo.
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A a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento Com o uso das novas tecnologias, os domínios
da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, midiáticos obtiveram um avanço maior e uma presença
mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país. mais atuante junto ao público, marcada ora pela quase
simultaneidade das informações, ora pelo uso abundante
B a curiosidade em relação aos heróis da pátria
de imagens. A relação entre as necessidades da
levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o
sociedade moderna e a oferta de informação, segundo
personagem encontra no contexto republicano.
o texto, é desarmônica, porque
C a construção de uma pátria a partir de elementos
míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo A o jornalista seleciona as informações mais importantes
e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. antes de publicá-las.
D a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, B o ser humano precisa de muito mais conhecimento do
justifica a reação de decepção e desistência de que a tecnologia pode dar.
Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em C o problema da sociedade moderna é a abundância de
seu gabinete. informações e de liberdade de escolha.
E a certeza da fertilidade da terra e da produção D a oferta é incoerente com o tempo que as pessoas têm
agrícola incondicional faz parte de um projeto para digerir a quantidade de informação disponível.
ideológico salvacionista, tal como foi difundido na E a utilização dos meios de informação acontece de
época do autor. maneira desorganizada e sem controle efetivo.
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C homonímia para opor, a partir do advérbio de Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do
lugar, o espaço da população pobre e o espaço da plebeu está em não querer esconder sua condição, e
população rica. esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores
ricos e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim
D personificação para opor o mundo real pobre ao para tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter
mundo virtual rico. encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na
E antonímia para comparar a rede mundial de prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o
computadores com a rede caseira de descanso território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa
da família. palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós
um muro frio e triste.
QUESTÃO 124
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que
Com o texto eletrônico, enfim, parece estar ao me acontece essa tristeza; mas também não era a
alcance de nossos olhos e de nossas mãos um sonho vez primeira.
muito antigo da humanidade, que se poderia resumir em
BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991.
duas palavras, universalidade e interatividade.
As luzes, que pensavam que Gutenberg tinha A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém
propiciado aos homens uma promessa universal, geralmente considera as situações específicas de uso
social. A violação desse princípio causou um mal-estar no
cultivavam um modo de utopia. Elas imaginavam poder, autor da carta. O trecho que descreve essa violação é:
a partir das práticas privadas de cada um, construir um
espaço de intercâmbio crítico das ideias e opiniões. O A “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu
sonho de Kant era que cada um fosse ao mesmo tempo entre nós um muro frio e triste.”
leitor e autor, que emitisse juízos sobre as instituições de
B “A única nobreza do plebeu está em não querer
seu tempo, quaisquer que elas fossem e que, ao mesmo
esconder a sua condição.”
tempo, pudesse refletir sobre o juízo emitido pelos outros.
Aquilo que outrora só era permitido pela comunicação C “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas
manuscrita ou a circulação dos impressos encontra hoje de minha testa.”
um suporte poderoso com o texto eletrônico. D “O território onde eu mando é no país do tempo que foi.”
CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: E “Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza;
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Unesp, 1998.
mas também não era a vez primeira.”
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E a atribuição de maior importância sociocultural às Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas
línguas contemporâneas, pois permitem que sejam vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem
abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades. forte influência do rococó europeu e está representada
QUESTÃO 127 aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom
A substituição do haver por ter em construções Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em
existenciais, no português do Brasil, corresponde a um pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa,
dos processos mais característicos da história da língua sua obra revela
portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à
ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, A liberdade, representando a vida de mineiros à
no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa procura da salvação.
as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de B credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres
ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de de Minas Gerais.
João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta C simplicidade, demonstrando compromisso com a
e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, contemplação do divino.
embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado
D personalidade, modelando uma imagem sacra com
pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto
de haver como verbo existencial com concordância, feições populares.
lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no E singularidade, esculpindo personalidades do reinado
século XVIII por Said Ali. nas obras divinas.
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QUESTÃO 95
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QUESTÃO 98 O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do
foco no interlocutor, que caracteriza a função conativa da
linguagem, predomina também nele a função referencial,
que busca
A despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza,
induzindo-o a ter atitudes responsáveis que
EHQH¿FLDUmRDVXVWHQWDELOLGDGHGRSODQHWD
B informar o leitor sobre as consequências da destinação
inadequada do lixo, orientando-o sobre como fazer o
correto descarte de alguns dejetos.
C transmitir uma mensagem de caráter subjetivo,
mostrando exemplos de atitudes sustentáveis do
autor do texto em relação ao planeta.
Zero Hora, jun. 2008 (adaptado). D estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando
Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do FHUWL¿FDUVH GH TXH D PHQVDJHP VREUH Do}HV GH
Veterinário... Muitas são as datas comemoradas ao sustentabilidade está sendo compreendida.
longo do ano e elas, ao darem visibilidade a segmentos E explorar o uso da linguagem, conceituando
HVSHFt¿FRV GD VRFLHGDGH RSRUWXQL]DP XPD UHÀH[mR detalhadamente os termos utilizados de forma a
sobre a responsabilidade social desses segmentos. Nesse proporcionar melhor compreensão do texto.
contexto, está inserida a propaganda da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI), em que se combinam QUESTÃO 100
elementos verbais e não verbais para se abordar a estreita
relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Embalagens usadas e resíduos devem ser
Sobre essa relação, depreende-se do texto da ABI que, descartados adequadamente
A para a imprensa exercer seu papel social, ela deve Todos os meses são recolhidas das rodovias brasileiras
transformar opinião em informação. centenas de milhares de toneladas de lixo. Só nos 22,9 mil
B para a imprensa democratizar a opinião, ela deve
selecionar a informação. quilômetros das rodovias paulistas são 41,5 mil toneladas.
C para o cidadão expressar sua opinião, ele deve O hábito de descartar embalagens, garrafas, papéis e
democratizar a informação. bitucas de cigarro pelas rodovias persiste e tem aumentado
D para a imprensa gerar informação, ela deve nos últimos anos. O problema é que o lixo acumulado na
fundamentar-se em opinião. rodovia, além de prejudicar o meio ambiente, pode impedir
E para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter o escoamento da água, contribuir para as enchentes,
acesso à informação.
provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até causar
QUESTÃO 99 acidentes. Além dos perigos que o lixo representa para os
motoristas, o material descartado poderia ser devolvido
14 coisas que você não deve jogar na privada para a cadeia produtiva. Ou seja, o papel que está
sobrando nas rodovias poderia ter melhor destino. Isso
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que
também vale para os plásticos inservíveis, que poderiam
contamina o ambiente e os animais. Também deixa mais
difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns se transformar em sacos de lixo, baldes, cabides e até
produtos podem causar entupimentos: acessórios para os carros.
Disponível em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.
FRWRQHWHH¿RGHQWDO
Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de
medicamento e preservativo; composição de texto, determinados pelo contexto em
óleo de cozinha; que são produzidos, pelo público a que eles se destinam,
SRU VXD ¿QDOLGDGH 3HOD OHLWXUD GR WH[WR DSUHVHQWDGR
ponta de cigarro;
reconhece-se que sua função é
poeira de varrição de casa;
A apresentar dados estatísticos sobre a reciclagem no
¿RGHFDEHORHSHORGHDQLPDLV país.
tinta que não seja à base de água; B alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do
mercado de recicláveis.
querosene, gasolina, solvente, tíner.
C divulgar a quantidade de produtos reciclados retirados
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, das rodovias brasileiras.
como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem D revelar os altos índices de acidentes nas rodovias
ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a brasileiras poluídas nos últimos anos.
GHVWLQDomR¿QDODGHTXDGD
E conscientizar sobre a necessidade de preservação
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável,
jul.-ago. 2013 (adaptado).
ambiental e de segurança nas rodovias.
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acrescentaram numeração nos quadrados que deveriam Os textos constroem-se com recursos linguísticos que
ser pulados. Hoje as amarelinhas variam nos formatos
materializam diferentes propósitos comunicativos.
JHRPpWULFRVHQDTXDQWLGDGHGHFDVDV$VSDODYUDV³FpX´
H ³LQIHUQR´ SRGHP VHU HVFULWDV QR FRPHoR H QR ¿QDO GR Ao responder à pergunta que dá título ao texto, o autor
desenho, que é marcado no chão com giz, tinta ou graveto. tem como objetivo principal
Disponível em: www.biblioteca.ajes.edu.br. Acesso em: 20 maio 2015 (adaptado).
A defender o ponto de vista de que as ondas
Com base em fatos históricos, o texto retrata o processo eletromagnéticas são inofensivas.
de adaptação pelo qual passou um tipo de brincadeira.
Nesse sentido, conclui-se que as brincadeiras comportam o(a) B GLYXOJDUUHVXOWDGRVGHUHFHQWHVSHVTXLVDVFLHQWt¿FDV
para a sociedade.
A caráter competitivo que se assemelha às suas origens.
B delimitação de regras que se perpetuam com o tempo. C apresentar informações acerca das ondas
eletromagnéticas e de seu uso.
C GH¿QLomRDQWHFLSDGDGRQ~PHURGHJUXSRVSDUWLFLSDQWHV
D objetivo de aperfeiçoamento físico daqueles que a D alertar o leitor sobre os riscos de usar as micro-ondas
praticam. em seu dia a dia.
E possibilidade de reinvenção no contexto em que é E DSRQWDUGLIHUHQoDV¿VLROyJLFDVHQWUHIRUPLJDVHVHUHV
realizada. humanos.
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QUESTÃO 105 QUESTÃO 106
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a Hepati te
ej
ulho Dia M
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em: www.luizgonzaga.mus.br.
Hepatite é assim.
ra
t un
d i a l Con
Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).
As marcas da variedade regional registradas pelos Pode aparecer onde menos se espera e em cinco formas diferentes.
compositores de Assum preto resultam da aplicação de É por isso que o Dia Mundial Contra a Hepatite está aí para alertar você.
um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a As hepatites A, B, C, D e E têm diversas causas e muitas formas de chegar até você.
pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é Mas, evitar isso é bem simples. Você só precisa ficar atento aos
resultado de uma mesma regra a cuidados necessários para cuidar do maior bem que você tem:
A SUA SAÚDE!
A SURQ~QFLDGDVSDODYUDV³YRUWD´H³YHYH´
Algumas maneiras de se prevenir:
B SURQ~QFLDGDVSDODYUDV³WDUYH]´H³VRUWR´
t7BDJOFTFDPOUSa as hepatites A e B.
C ÀH[mRYHUEDOHQFRQWUDGDHP³IXUDUR´H³FDQWi´ t6TFÈHVBUSBUBEBFTJHBTFNQSFBTSFDPNFOEBÎÜFTRVBOUPËSFTUSJÎÍP
D UHGXQGkQFLD QDV H[SUHVV}HV ³FHJR GRV yLR´ H ³PDWD de banhos em locais públicos e ao uso de desinfetantes em piscinas.
HPIU{´ t-BWF4&.13&CFNPTBMJNFOUPTDPNPGSVUBT WFSEVSBTFMFHVNFT
t-BWF4&.13&CFNBTNÍPTBQØTVTBSPUPBMFUFFBOUFTEF
E SURQ~QFLDGDVSDODYUDV³LJQRUDQoD´H³DYXi´ se alimentar.
t"PVTBSBHVMIBTFTFSJOHBT DFSUJöRVFTFEBIJHJFOFEPMPDBMFEF
QUESTÃO 108 todos os acessórios.
t$FSUJöRVFTFEFRVFTFVNÏEJDPPVQSPöTTJPOBMEBTBÞEFFTUFKB
Exmº Sr. Governador: VTBOEPBQSPUFÎÍPOFDFTTÈSJB DPNPMVWBTFNÈTDBSBT RVBOEP
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados IPVWFSBQPTTJCJMJEBEFEFDPOUBUPEFTBOHVFPVTFDSFÎÜFT
pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928. contaminadas com o vírus.
[…]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas DiVSRQtYHOHPKWWSIDUPVWDWLFÀLFNUFRP$FHVVRHPRXW DGDSWDGR
custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro
considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que Nas peças publicitárias, vários recursos verbais e não
prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando verbais são usados com o objetivo de atingir o público-
que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas
históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; DOYR LQÀXHQFLDQGR VHX FRPSRUWDPHQWR &RQVLGHUDQGR
todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque as informações verbais e não verbais trazidas no texto a
se derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou
pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. UHVSHLWRGDKHSDWLWHYHUL¿FDVHTXH
esticou a canela – um telegrama.
A o tom lúdico é empregado como recurso de consolidação
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILIANO RAMOS GRSDFWRGHFRQ¿DQoDHQWUHRPpGLFRHDSRSXODomR
B D¿JXUDGRSUR¿VVLRQDOGDVD~GHpOHJLWLPDGDHYRFDQGRVH
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na o discurso autorizado como estratégia argumentativa.
época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado
DR JRYHUQR GR HVWDGR GH $ODJRDV 'H QDWXUH]D R¿FLDO C R XVR GH FRQVWUXo}HV FRORTXLDLV H HVSHFt¿FDV GD
o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista oralidade são recursos de argumentação que simulam o
para esse gênero, pois o autor
discurso do médico.
A emprega sinais de pontuação em excesso.
B recorre a termos e expressões em desuso no D a empresa anunciada deixa de se autopromover ao
português.
mostrar preocupação social e assumir a responsabilidade
C apresenta-se na primeira pessoa do singular, para
conotar intimidade com o destinatário. pelas informações.
D privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar E o discurso evidencia uma cena de ensinamento didático,
conhecimento especializado.
E expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte projetado com subjetividade no trecho sobre as maneiras
carga emocional. de prevenção.
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QUESTÃO 110 dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares,
fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido
concurso de professores prudentemente anônimos,
caixões e mais caixões de volumes cartonados em
Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte
com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas,
em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-
se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos
FRQ¿QV GD SiWULD 2V OXJDUHV TXH RV QmR SURFXUDYDP
eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita,
espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a
farinha daquela marca para o pão do espírito.
POMPÉIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.
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QUESTÃO 116 O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic,
cuja performance se alinha a tendências contemporâneas
e se caracteriza pela
A inovação de uma proposta de arte relacional que
adentra um museu.
B abordagem educacional estabelecida na relação da
artista com o público.
C redistribuição do espaço do museu, que integra
diversas linguagens artísticas.
D negociação colaborativa de sentidos entre a artista e
Máscara senufo0DOL0DGHLUDH¿EUDYHJHWDO$FHUYRGR0$(863
a pessoa com quem interage.
As formas plásticas nas produções africanas conduziram
artistas modernos do início do século XX, como Pablo E aproximação entre artista e público, o que rompe com
Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas a elitização dessa forma de arte.
vanguardas. A máscara remete à
A preservação da proporção. QUESTÃO 119
B idealização do movimento.
TEXTO I
C estruturação assimétrica.
D sintetização das formas. Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo
E valorização estética. produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo,
criativamente formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida),
QUESTÃO 117
TXH ¿JXUD HP KLSyGURPR DXWyGURPR FDUWyGURPR IRUPDV
Ao se apossarem do novo território, os europeus que designam itens culturais da alta burguesia. Não
ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado
demoraram a circular, a partir de então, formas populares
por homens e bens unidos por um sistema integrado.
A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros como rangódromo, beijódromo, camelódromo.
habitantes levou-os a uma descrição simplista desses AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
grupos e à sua sucessiva destruição.
Na verdade, não existe uma distinção entre a TEXTO II
nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente
menos desenvolvidos. As duas manifestações devem Existe coisa mais descabida do que chamar de
ser encaradas como expressões diferentes dos modos VDPEyGURPR XPD SDVVDUHOD SDUD GHV¿OH GH HVFRODV GH
de sentir e pensar das várias sociedades, mas também samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr,
como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos OXJDUGHFRUULGD´GDtDVSDODYUDVDXWyGURPRHKLSyGURPR
comuns. e FHUWR TXH jV YH]HV GXUDQWH R GHV¿OH D HVFROD VH
SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra do redescobrimento: arqueologia.
São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil 500 anos artes visuais, 2000.
atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas
não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um
De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes
carro de Fórmula 1.
produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados, pois
ambas compartilham o(a) GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012.
A suporte artístico.
B nível tecnológico. Há nas línguas mecanismos geradores de palavras.
C base antropológica. Embora o Texto II apresente um julgamento de valor
D concepção estética. sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de
E referencial temático. IRUPDomRGHVVDSDODYUDUHÀHWH
1D H[SRVLomR ³$ $UWLVWD (VWi 3UHVHQWH´ QR 0R0$ B uma nova realidade limitando o aparecimento de
em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma novas palavras.
retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou C a apropriação inadequada de mecanismos de criação
uma performance marcante. Em 2010, de 14 de março a
de palavras por leigos.
31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas,
ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia D o reconhecimento da impropriedade semântica dos
os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um neologismos.
longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a
essas cenas recorrentes. E a restrição na produção de novas palavras com o
ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. radical grego.
Acesso em: 4 nov. 2013.
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2015 *AMAR25DOM15*
QUESTÃO 123 normativa, a um grupo que julga não ser o seu. O pinchar,
associado ao ambiente rural, onde há pouca escolaridade
À garrafa
HUH¿QDPHQWRFLWDGLQRHVWiIDGDGRjH[WLQomR"
Contigo adquiro a astúcia É louvável que nos preocupemos com a extinção
de conter e de conter-me. de ararinhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a
Teu estreito gargalo extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção,
é uma lição de angústia. como não nos comovemos com a extinção de insetos, a
Por translúcida pões não ser dos extraordinariamente belos. Pelo contrário,
o dentro fora e o fora dentro muitas vezes a extinção das palavras é incentivada.
para que a forma se cumpra VIARO, M. E. Língua Portuguesa, n. 77, mar. 2012 (adaptado).
e o espaço ressoe.
A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo
Até que, farta da constante ³SLQFKDU´QRVWUD]XPDUHÀH[mRVREUHDOLQJXDJHPHVHXV
prisão da forma, saltes usos, a partir da qual compreende-se que
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida, A as palavras esquecidas pelos falantes devem ser
descartadas dos dicionários, conforme sugere o título.
numa explosão
de diamantes. B o cuidado com espécies animais em extinção é mais
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
urgente do que a preservação de palavras.
C o abandono de determinados vocábulos está associado
$UHÀH[mRDFHUFDGRID]HUSRpWLFRpXPGRVPDLVPDUFDQWHV a preconceitos socioculturais.
atributos da produção literária contemporânea, que, no
poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a) D as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário
de uma língua.
A reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações
no processo criativo, manifesto na expressão “Por E o mundo contemporâneo exige a inovação do vocabulário
WUDQVO~FLGDS}HV´ das línguas.
B subserviência aos princípios do rigor formal e dos QUESTÃO 125
cuidados com a precisão metafórica, como se
REVHUYDHP³SULVmRGDIRUPD´ Poesia quentinha
C visão progressivamente pessimista, em face da
impossibilidade da criação poética, conforme Projeto literário publica poemas em sacos de pão na
H[SUHVVDRYHUVR³HWHHVWLOKDFHVVXLFLGD´ capital mineira
D processo de contenção, amadurecimento e Se a literatura é mesmo o alimento da alma, então os
transformação da palavra, representado pelos versos mineiros estão diante de um verdadeiro banquete. Mais do
³QXPDH[SORVmRGHGLDPDQWHV´ que um pãozinho com manteiga, os moradores do bairro
E necessidade premente de libertação da prisão de Barreiro, em Belo Horizonte (MG), estão consumindo
representada pela poesia, simbolicamente comparada poesia brasileira no café da manhã. Graças ao projeto
j³JDUUDID´DVHU³HVWLOKDoDGD´ ³3mRH3RHVLD´TXHID]GRVDTXLQKRGHSmRXPHVSDoR
QUESTÃO 124 para veiculação de poemas, escritores como Affonso
5RPDQRGH6DQW¶$QQDH)HUQDQGR%UDQWGLYLGHPHVSDoR
Palavras jogadas fora FRP HVWXGDQWHV TXH SDVVDUDP SRU R¿FLQDV GH HVFULWD
Quando criança, convivia no interior de São Paulo poética. São ao todo 250 mil embalagens, distribuídas
com o curioso verbo pinchar e ainda o ouço por lá em padarias da região de Belo Horizonte, que trazem a
HVSRUDGLFDPHQWH2VHQWLGRGDSDODYUDpRGH³MRJDUIRUD´ boa literatura para o cotidiano de pessoas, além de dar
SLQFKDIRUDHVVDSRUFDULD RX³PDQGDUHPERUD´ SLQFKD uma chance a escritores novatos de verem seus textos
esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras impressos. Criado em 2008 por um analista de sistemas
que ouvi menos na capital do estado e, por conseguinte, DSDL[RQDGR SRU OLWHUDWXUD R ³3mR H 3RHVLD´ Mi UHFHEHX
deixei de usar. Quando indago às pessoas se conhecem dois prêmios do Ministério da Cultura.
esse verbo, comumente escuto respostas como “minha Língua Portuguesa, n. 71, set. 2011.
DYyIDODLVVR´$SDUHQWHPHQWHSDUDPXLWRVIDODQWHVHVVH
verbo é algo do passado, que deixará de existir tão logo $SURSRVWDGHXPSURMHWRFRPRR³3mRH3RHVLD´REMHWLYD
essa geração antiga morrer. inovar em sua área de atuação, pois
As palavras são, em sua grande maioria, resultados A privilegia novos escritores em detrimento daqueles já
de uma tradição: elas já estavam lá antes de nascermos. consagrados.
³7UDGLomR´ HWLPRORJLFDPHQWH p R DWR GH HQWUHJDU GH B resgata poetas que haviam perdido espaços de
passar adiante, de transmitir (sobretudo valores culturais). publicação impressa.
O rompimento da tradição de uma palavra equivale à sua C prescinde de critérios de seleção em prol da
extinção. A gramática normativa muitas vezes colabora popularização da literatura.
criando preconceitos, mas o fator mais forte que motiva D propõe acesso à literatura a públicos diversos.
os falantes a extinguirem uma palavra é associar a
E alavanca projetos de premiações antes esquecidos.
SDODYUDLQÀXHQFLDGRVGLUHWDRXLQGLUHWDPHQWHSHODYLVmR
LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 15
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2015 *AMAR25DOM17*
QUESTÃO 130 O texto Essa pequena registra a expressão subjetiva
do enunciador, trabalhada em uma linguagem informal,
Cântico VI comum na música popular. Observa-se, como marca da
Tu tens um medo de variedade coloquial da linguagem presente no texto, o
Acabar. uso de
Não vês que acabas todo o dia. A palavras emprestadas de língua estrangeira, de uso
Que morres no amor. inusitado no português.
Na tristeza. B expressões populares, que reforçam a proximidade
Na dúvida. entre o autor e o leitor.
No desejo.
C palavras polissêmicas, que geram ambiguidade.
Que te renovas todo dia.
No amor. D formas pronominais em primeira pessoa.
Na tristeza. E UHSHWLo}HVVRQRUDVQR¿QDOGRVYHUVRV
Na dúvida.
QUESTÃO 132
No desejo.
Que és sempre outro. Carta ao Tom 74
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas. Rua Nascimento Silva, cento e sete
Até não teres medo de morrer. Você ensinando pra Elizete
E então serás eterno.
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).
As canções de canção do amor demais
A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o Lembra que tempo feliz
homem em seu aspecto existencial. Em Cântico VI, o eu Ah, que saudade,
lírico exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à
condição humana, Ipanema era só felicidade
A a sublimação espiritual graças ao poder de se Era como se o amor doesse em paz
emocionar.
Nossa famosa garota nem sabia
B o desalento irremediável em face do cotidiano
repetitivo. A que ponto a cidade turvaria
C o questionamento cético sobre o rumo das atitudes Esse Rio de amor que se perdeu
humanas.
D a vontade inconsciente de perpetuar-se em estado Mesmo a tristeza da gente era mais bela
adolescente. E além disso se via da janela
E um receio ancestral de confrontar a imprevisibilidade
das coisas. Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
QUESTÃO 131
É preciso acabar com essa tristeza
Essa pequena
É preciso inventar de novo o amor
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente.
São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes
Meu dia voa e ela não acorda apresenta marcas do gênero textual carta, possibilitando
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida que o eu poético e o interlocutor
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
A compartilhem uma visão realista sobre o amor em
Não canso de contemplá-la
sintonia com o meio urbano.
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai B troquem notícias em tom nostálgico sobre as
mudanças ocorridas na cidade.
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai C IDoDPFRQ¿GrQFLDVXPDYH]TXHQmRVHHQFRQWUDP
Às vezes ela pinta a boca e sai mais no Rio de Janeiro.
Fique à vontade, eu digo, take your time D tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas da vida citadina.
O blues já valeu a pena E aceitem as transformações ocorridas em pontos
CHICO BUARQUE. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012. WXUtVWLFRVHVSHFt¿FRV
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QUESTÃO 134
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio.
As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram
maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah,
difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, FREUD, L. Francis Wyndham. Óleo sobre tela, 64 x 52 cm. Coleção pessoal, 1993.
dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa
família, frisava, lançando em redor olhares complacentes, TEXTO II
lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...] Lucian Freud é, como ele próprio gosta de relembrar
às pessoas, um biólogo. Mais propriamente, tem querido
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que
VDELDQDTXHODQRLWHQHJUDGDUHEHOLmR¿TXHLIXULRVD>@ UHJLVWUDUYHUGDGHVPXLWRHVSHFt¿FDVVREUHFRPRpWRPDU
posse deste determinado corpo nesta situação particular,
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas QHVWHHVSHFt¿FRHVSDoRGHWHPSR
Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou
SMEE, S. Freud. Köln: Taschen, 2010.
com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não
passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Considerando a intencionalidade do artista, mencionada
Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia no Texto II, e a ruptura da arte no século XX com o
falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou parâmetro acadêmico, a obra apresentada trata do(a)
o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o
convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. A H[DOWDomRGD¿JXUDPDVFXOLQD
³( WHP PDLV FRLVDV DLQGD PLQKD TXHULGLQKD´ DQXQFLRX B descrição precisa e idealizada da forma.
Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com
violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, C arranjo simétrico e proporcional dos elementos.
mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis? D representação do padrão do belo contemporâneo.
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. E ¿GHOLGDGHjIRUPDUHDOLVWDLVHQWDGRLGHDOGHSHUIHLomR
76
77
78
*AZUL25DOM6*
QUESTÃO 97 QUESTÃO 99
O hoax, como é chamado qualquer boato ou farsa PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.
na internet, pode espalhar vírus entre os seus contatos. BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer
Falsos sorteios de celulares ou frases que Clarice falar com você.
Lispector nunca disse são exemplos de hoax. Trata-se EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá
de boatos recebidos por e-mail ou compartilhados em fora, mas não quero falar com ele.
redes sociais. Em geral, são mensagens dramáticas BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.
ou alarmantes que acompanham imagens chocantes, (85,&29RFrTXHIRLQRLYDGHOH(XQmR
falam de crianças doentes ou avisam sobre falsos vírus.
BENONA: Isso são coisas passadas.
O objetivo de quem cria esse tipo de mensagem pode
ser apenas se divertir com a brincadeira (de mau gosto), EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi
prejudicar a imagem de uma empresa ou espalhar uma meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro,
se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um
ideologia política.
patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece
Se o hoax for do tipo phishing (derivado de ¿VKLQJ que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco
pescaria, em inglês) o problema pode ser mais grave: atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia.
o usuário que clicar pode ter seus dados pessoais Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a,
ou bancários roubados por golpistas. Por isso é tão como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele
LPSRUWDQWH¿FDUDWHQWR está enganado. Santo Antônio há de proteger minha
VIMERCATE, N. Disponível em: www.techtudo.com.br. Acesso em: 1 maio 2013 (adaptado). pobreza e minha devoção.
Ao discorrer sobre os hoaxes, o texto sugere ao leitor, SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).
79
*AZUL25DOM7*
QUESTÃO 101 QUESTÃO 103
O senso comum é que só os seres humanos são TEXTO I
capazes de rir. Isso não é verdade? Nesta época do ano, em que comprar
Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, compulsivamente é a principal preocupação de boa
da expressão física do riso, do movimento da face e da SDUWH GD SRSXODomR p LPSUHVFLQGtYHO UHÀHWLUPRV VREUH
a importância da mídia na propagação de determinados
vocalização — nós compartilhamos com diversos animais.
comportamentos que induzem ao consumismo
Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx
— que nós não somos capazes de perceber — e que aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem
HOHV HPLWHP TXDQGR HVWmR EULQFDQGR GH ³URODU QR FKmR´ fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além
Acontecendo de o cientista provocar um dano em um GD PHUD PDWHULDOLGDGH $V FRLVDV VmR SHUVRQL¿FDGDV
ORFDO HVSHFt¿FR QR FpUHEUR R UDWR GHL[D GH ID]HU HVVD H DV SHVVRDV VmR FRLVL¿FDGDV (P RXWURV WHUPRV XP
vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre
outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia ou a ostentação de objetos de determinadas marcas
dos animais é que não temos apenas esse mecanismo famosas são alguns dos fatores que conferem maior
valorização e visibilidade social a um indivíduo.
básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o
LADEIRA, F. F. 5HÀH[}HVVREUHRFRnsumismo. Disponível em:
senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 18 jan. 2015.
KXPRU2FyUWH[DSDUWHVXSHU¿FLDOGRFpUHEURGHOHVQmR TEXTO II
é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais
Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa
que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada. YLGD PRGL¿FD QRVVDV UHODo}HV JHUD H UHJH VHQWLPHQWRV
Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado). engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz
A coesão textual é responsável por estabelecer relações gozar. Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no
entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando
GHRFLHQWLVWDSURYRFDUXPGDQRHPXPORFDOHVSHFt¿FR nossa imaginação e nossa capacidade de desejar,
consumimos e somos consumidos. Numa época toda
QRFpUHEUR´YHUL¿FDVHTXHHOHHVWDEHOHFHFRPDRUDomR
FRGL¿FDGD FRPR D QRVVD R FyGLJR GD DOPD R FyGLJR GR
seguinte uma relação de VHU YLURX FyGLJR GR FRQVXPLGRU )DVFtQLR SHOR FRQVXPR
A ¿QDOLGDGHSRUTXHRVGDQRVFDXVDGRVDRFpUHEURWrP fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma,
SRU¿QDOLGDGHSURYRFDUDIDOWDGHYRFDOL]DomRGRVUDWRV lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e
B oposição, visto que o dano causado em um local corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo.
%$5&(//26*A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br.
HVSHFt¿FRQRFpUHEURpFRQWUiULRjYRFDOL]DomRGRVUDWRV Acesso em: 18 jan. 2015.
80
*AZUL25DOM8*
QUESTÃO 105 QUESTÃO 106
Até que ponto replicar conteúdo é crime? “A internet
A ÁG U A HDSLUDWDULDVmRLQVHSDUiYHLV´GL]RGLUHWRUGRLQVWLWXWR
de pesquisas americano Social Science Research
eja
opo
exige em m édia 75
sim, ser considerado crime, mas nem sempre essa
=
15 m illitros de água litros
1c
para ser produzido —
desde a produção distribuição gratuita lesa os donos dos direitos autorais.
de pão
do alim ento do gado g Pelo contrário. Veja o caso do livro O alquimista, do
1k
=
até a lim peza de 1.600
seus dejetos. litros escritor Paulo Coelho. Após publicar, para download
O Brasilé um grande
exportadorde água gratuito, uma versão traduzida da obra em seu blog,
na form a de soja Coelho viu as vendas do livro em papel explodirem.
e cereais. ovo =
1 BARRETO, J.; MORAES, M. A internet existe sem pirataria?
3.340 Veja, n. 2 308, 13 fev. 2013 (adaptado).
litros
ol
de algo De acordo com o texto, o impacto causado pela internet
propicia a
1 lenç
dã
10.600
o=
litros
A banalização da pirataria na rede.
B adoção de medidas favoráveis aos editores.
C implementação de leis contra crimes eletrônicos.
EC O N O M IZAR BEN S D E C O N SU M O E EVITAR O D ESPER D ÍC IO D reavaliação do conceito de propriedade intelectual.
TAM BÉM É PO U PAR ÁG U A.
E ampliação do acesso a obras de autores reconhecidos.
National Geographic Brasil, n. 151, out. 2012 (adaptado).
81
*AZUL25DOM9*
QUESTÃO 108 QUESTÃO 110
Centro das atenções em um planeta cada vez mais Pérolas absolutas
interconectado, a Floresta Amazônica expõe inúmeros Há, no seio de uma ostra, um movimento — ainda que
dilemas. Um dos mais candentes diz respeito à madeira LPSHUFHSWtYHO 4XDOTXHU FRLVD LPLVFXLXVH SHOD ¿VVXUD
e sua exploração econômica, uma saga que envolve os uma partícula qualquer, diminuta e invisível. Venceu as
PXLWRVGHVD¿RVSDUDDFRQVHUYDomRGRVUHFXUVRVQDWXUDLV paredes lacradas, que se fecham como a boca que tem
às gerações futuras. medo de deixar escapar um segredo. Venceu. E agora
Com o olhar jornalístico, crítico e ao mesmo tempo penetra o núcleo da ostra, contaminando-lhe a própria
didático, adentramos a Amazônia em busca de histórias e substância. A ostra reage, imediatamente. E começa
sutilezas que os dados nem sempre revelam. Lapidamos a secretar o nácar. É um mecanismo de defesa, uma
HVWDWtVWLFDV H HVWXGRV FLHQWt¿FRV SDUD FRQVWUXLU XPD WHQWDWLYD GH SXUL¿FDomR FRQWUD D SDUWtFXOD LQYDVRUD
síntese útil a quem direciona esforços para conservar a Com uma paciência de fundo de mar, a ostra profanada
continua seu trabalho incansável, secretando por anos a
ÀRUHVWDVHMDQRVHWRUS~EOLFRVHMDQRVHWRUSULYDGRVHMD
¿RRQiFDUTXHDRVSRXFRVVHYDLVROLGL¿FDQGReGHVVD
na sociedade civil.
VROLGL¿FDomRTXHQDVFHPDVSpURODV
*XLDGDFRPRXPDUHSRUWDJHPULFDHPLQIRUPDo}HV As pérolas são, assim, o resultado de uma
ilustradas, a obra Madeira de ponta a ponta revela a contaminação. A arte por vezes também. A arte é
diversidade de fraudes na cadeia de produção, transporte quase sempre a transformação da dor. [...] Escrever
e comercialização da madeira, bem como as iniciativas é preciso. É preciso continuar secretando o nácar,
de boas práticas que se disseminam e trazem esperança formar a pérola que talvez seja imperfeita, que talvez
rumo a um modelo de convivência entre desenvolvimento jamais seja encontrada e viva para sempre encerrada
HPDQXWHQomRGDÀRUHVWD no fundo do mar. Talvez estas, as pérolas esquecidas,
VILLELA, M.; SPINK, P. In: ADEODATO, S. et al. Madeira de ponta a ponta: o caminho jamais achadas, as pérolas intocadas e por isso
GHVGHDÀRUHVWDDWpRFRQVXPR6mR3DXOR)*95$( DGDSWDGR
absolutas em si mesmas, guardem em si uma parcela
$ ¿P GH DOFDQoDU VHXV REMHWLYRV FRPXQLFDWLYRV RV faiscante da eternidade.
autores escreveram esse texto para SEIXAS, H. Uma ilha chamada livro. Rio de Janeiro: Record, 2009 (fragmento).
82
*AZUL25DOM10*
QUESTÃO 112 1HVVHWH[WRDUHÀH[mRVREUH o processo criativo aponta
para uma concepção de atividade poética que põe em
Galinha cega
evidência o(a)
O dono correu atrás de sua branquinha, agarrou-a,
lhe examinou os olhos. Estavam direitinhos, graças a A angustiante necessidade de produção, presente em
Deus, e muito pretos. Soltou-a no terreiro e lhe atirou mais ³(VFUHYHUVySDUDPHOLYUDUGHHVFUHYHU´
milho. A galinha continuou a bicar o chão desorientada. B imprevisível percurso da composição, presente em
Atirou ainda mais, com paciência, até que ela se fartasse. ³QRDWDOKRDEHUWRDWDOKHGHIRLFHQRFDPLQKRGHUDWR´
Mas não conseguiu com o gasto de milho, de que as C agressivo trabalho de supressão, presente em “corto as
outras se aproveitaram, atinar com a origem daquela SDODYUDVUHQWHVFRPWHVRXUDGHMDUGLPFHJDHEUXWD´
desorientação. Que é que seria aquilo, meu Deus do
céu? Se fosse efeito de uma pedrada na cabeça e se D inevitável frustração diante do poema, presente
soubesse quem havia mandado a pedra, algum moleque HP ³0DV WXGR GHVD¿QD R SHQVDPHQWR SHVD WDQWR
da vizinhança, aí… Nem por sombra imaginou que era a TXDQWRRFRUSR´
cegueira irremediável que principiava. E FRQÀLWXRVD UHODomR FRP D LQVSLUDomR SUHVHQWH HP
Também a galinha, coitada, não compreendia nada, ³VHQWLQGRIDOWDGRVDFRPSDQKDPHQWRVH¿JXUDVVHP
absolutamente nada daquilo. Por que não vinham mais IRUoDGHH[SUHVVmR´
os dias luminosos em que procurava a sombra das QUESTÃO 114
pitangueiras? Sentia ainda o calor do sol, mas tudo quase
sempre tão escuro. Quase que já não sabia onde é que
estava a luz, onde é que estava a sombra.
*8,0$5$(16-$Contos e novelas. Rio de Janeiro: Imago, 1976 (fragmento).
83
*AZUL25DOM11*
QUESTÃO 115 QUESTÃO 117
O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma Você pode não acreditar
interessante certidão de nascimento. De repente, no
¿P GR VpFXOR ;9,, RV SRHWDV GH /LVERD UHSDUDUDP TXH Você pode não acreditar: mas houve um tempo em
não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele TXHRVOHLWHLURVGHL[DYDPDVJDUUD¿QKDVGHOHLWHGRODGR
ser um manancial de metáforas, pois possuía um nome de fora das casas, seja ao pé da porta, seja na janela.
³LQGHFRURVR´TXHQmRSRGLDVHU³XVDGRHPSDSpLVVpULRV´ A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo,
caga-lume. Foi então que o dicionarista Raphael Bluteau de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que
inventou a nova palavra, pirilampo, a partir do grego pyr, alguém pudesse roubar aquilo.
VLJQL¿FDQGRµIRJR¶HlampasµFDQGHLD¶ Você pode não acreditar: mas houve um tempo em
FERREIRA, M. B. Caminhos do português: exposição comemorativa do Ano Europeu
das Línguas. Portugal: Biblioteca Nacional, 2001 (adaptado).
que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na
janela que dava para a rua. A gente passava e via aquilo
O texto descreve a mudança ocorrida na nomeação do
como uma coisa normal.
inseto, por questões de tabu linguístico. Esse tabu diz
respeito à Você pode não acreditar: mas houve um tempo em
A UHFXSHUDomRKLVWyULFDGRVLJQL¿FDGR que você saía à noite para namorar e voltava andando
pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente,
B ampliação do sentido de uma palavra. sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para
C produção imprópria de poetas portugueses. trás, sem temer as sombras.
D GHQRPLQDomRFLHQWt¿FDFRPEDVHHPWHUPRVJUHJRV Você pode não acreditar: houve um tempo em que as
E restrição ao uso de um vocábulo pouco aceito socialmente. pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da
tarde ou à noite, contavam casos, tomavam café, falavam
QUESTÃO 116 da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de
Primeira lição bonde às suas casas.
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, Você pode não acreditar: mas houve um tempo
épico, ligeiro. em que o namorado primeiro ficava andando com a
O gênero lírico compreende o lirismo. moça numa rua perto da casa dela, depois passava a
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da
e pessoal. família. Era sinal de que já estava praticamente noivo
É a linguagem do coração, do amor. e seguro.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os Houve um tempo em que havia tempo.
versos sentimentais eram declamados ao som da lira. Houve um tempo.
O lirismo pode ser: SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas, 5 maio 2013 (fragmento).
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase
Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não
sempre a morte.
DFUHGLWDU PDV KRXYH XP WHPSR HP TXH´ FRQ¿JXUDVH
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
como uma estratégia argumentativa que visa
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a A surpreender o leitor com a descrição do que as pessoas
HQGHFKDRHSLWi¿RHRHSLFpGLR faziam durante o seu tempo livre antigamente.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes. B sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta. se relacionavam entre si num tempo mais aprazível.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era C advertir o leitor mais jovem sobre o mau uso que se
incinerado. faz do tempo nos dias atuais.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração. D incentivar o leitor a organizar melhor o seu tempo sem
(SLWi¿RpXPSHTXHQRYHUVRJUDYDGRHPSHGUDVWXPXODUHV deixar de ser nostálgico.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma
E convencer o leitor sobre a veracidade de fatos
pessoa morta.
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. relativos à vida no passado.
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as
GH¿QLo}HVDSUHVHQWDGDVHRSURFHVVRGHFRQVWUXomRGR
texto indica que o(a)
A caráter descritivo dos versos assinala uma concepção
irônica de lirismo.
B tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar
de expressão poética.
C seleção e o recorte do tema revelam uma visão
pessimista da criação artística.
D enumeração de distintas manifestações líricas produz
um efeito de impessoalidade.
E referência a gêneros poéticos clássicos expressa a
adesão do eu lírico às tradições literárias.
84
*AZUL25DOM12*
QUESTÃO 118 FDPDIHX¿OLJUDQDGRGHRXURHVSHWDGRQRSHLWRSDVVRX
DPmRSHOREURFKH6HFD2IHQGLGD"3HUJXQWRXD¿QDOD
O livro A fórmula secreta conta a história de um Angela Pralini:
episódio fundamental para o nascimento da matemática
moderna e retrata uma das disputas mais virulentas da — É por causa de mim que a senhorita deseja trocar
ciência renascentista. Fórmulas misteriosas, duelos de lugar?
LISPECTOR, C. Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro:
S~EOLFRVWUDLo}HVJHQLDOLGDGHDPELomR²HPDWHPiWLFD Nova Fronteira, 1980 (fragmento).
Esse é o instigante universo apresentado no livro, que A descoberta de experiências emocionais com base
resgata a história dos italianos Tartaglia e Cardano e da no cotidiano é recorrente na obra de Clarice Lispector.
fórmula revolucionária para resolução de equações de No fragmento, o narrador enfatiza o(a)
terceiro grau. A obra reconstitui um episódio polêmico
que marca, para muitos, o início do período moderno da A comportamento vaidoso de mulheres de condição
social privilegiada.
matemática.
B anulação das diferenças sociais no espaço público de
Em última análise, A fórmula secreta apresenta-se
uma estação.
como uma ótima opção para conhecer um pouco mais
sobre a história da matemática e acompanhar um dos C incompatibilidade psicológica entre mulheres de
GHEDWHV FLHQWt¿FRV PDLV LQÀDPDGRV GR VpFXOR ;9, QR gerações diferentes.
campo. Mais do que isso, é uma obra de fácil leitura e D constrangimento da aproximação formal de pessoas
uma boa mostra de que é possível abordar temas como desconhecidas.
álgebra de forma interessante, inteligente e acessível ao E sentimento de solidão alimentado pelo processo de
grande público. envelhecimento.
*$5&,$0Duelos, segredos e matemática. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br.
Acesso em: 6 out. 2015 (adaptado). QUESTÃO 120
Na construção textual, o autor realiza escolhas para Esses chopes dourados
cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função
social desse texto é [...]
A interpretar a obra a partir dos acontecimentos da quando a geração de meu pai
narrativa. batia na minha
a minha achava que era normal
B apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo
que a geração de cima
impessoal.
só podia educar a de baixo
C fazer a apreciação de uma obra a partir de uma batendo
síntese crítica.
quando a minha geração batia na de vocês
D informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos
ainda não sabia que estava errado
na obra.
mas a geração de vocês já sabia
E FODVVL¿FDUDREUDFRPRXPDUHIHUrQFLDSDUDHVWXGLRVRV e cresceu odiando a geração de cima
da matemática.
aí chegou esta hora
QUESTÃO 119 em que todas as gerações já sabem de tudo
A partida de trem e é péssimo
ter pertencido à geração do meio
Marcava seis horas da manhã. Angela Pralini pagou
o táxi e pegou sua pequena valise. Dona Maria Rita de tendo errado quando apanhou da de cima
Alvarenga Chagas Souza Melo desceu do Opala da e errado quando bateu na de baixo
¿OKD H HQFDPLQKDUDPVH SDUD RV WULOKRV$ YHOKD EHP e sabendo que apesar de amaldiçoados
vestida e com joias. Das rugas que a disfarçavam saía éramos todos inocentes.
a forma pura de um nariz perdido na idade, e de uma
boca que outrora devia ter sido cheia e sensível. Mas WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros
do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento).
que importa? Chega-se a um certo ponto — e o que foi
não importa. Começa uma nova raça. Uma velha não Ao expressar uma percepção de atitudes e valores
SRGHFRPXQLFDUVH5HFHEHXREHLMRJHODGRGHVXD¿OKD situados na passagem do tempo, o eu lírico manifesta
que foi embora antes do trem partir. Ajudara-a antes a uma angústia sintetizada na
subir no vagão. Sem que neste houvesse um centro, ela A compreensão da efemeridade das convicções antes
se colocara do lado. Quando a locomotiva se pôs em vistas como sólidas.
movimento, surpreendeu-se um pouco: não esperava B consciência das imperfeições aceitas na construção
que o trem seguisse nessa direção e sentara-se de do senso comum.
costas para o caminho. C revolta das novas gerações contra modelos
Angela Pralini percebeu-lhe o movimento e perguntou: tradicionais de educação.
— A senhora deseja trocar de lugar comigo? D incerteza da expectativa de mudança por parte das
Dona Maria Rita se espantou com a delicadeza, futuras gerações.
disse que não, obrigada, para ela dava no mesmo. E crueldade atribuída à forma de punição praticada
Mas parecia ter-se perturbado. Passou a mão sobre o pelos mais velhos.
LC - 2º dia | Caderno 7 - AZUL - Página 12
85
*AZUL25DOM13*
QUESTÃO 121 Cumpre destacar que apesar de o sangue doado
ser testado para as doenças transmissíveis conhecidas
Antiode no momento, existe um período chamado de janela
Poesia, não será esse imunológica em que um doador contaminado por um
o sentido em que determinado vírus pode transmitir a doença através do
ainda te escrevo: seu sangue.
ÀRU 7HHVFUHYR DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE
ÀRU1mRXPD 48(09$,5(&(%(56(86$1*8(
ÀRUQHPDTXHOD Disponível em: www.prosangue.sp.gov.br. Acesso em: 24 abr. 2015 (adaptado).
ÀRUYLUWXGH²HP
disfarçados urinóis). Nessa campanha, as informações apresentadas têm
como objetivo principal
Flor é a palavra
ÀRUYHUVRLQVFULWR A conscientizar o doador de sua corresponsabilidade
no verso, como as pela qualidade do sangue.
manhãs no tempo. B garantir a segurança de pessoas de grupos de risco
Flor é o salto durante a doação de sangue.
da ave para o voo: C esclarecer o público sobre a segurança do processo
o salto fora do sono de captação do sangue.
quando seu tecido D DOHUWDURVGRDGRUHVVREUHDVGL¿FXOGDGHVHQIUHQWDGDV
se rompe; é uma explosão na coleta de sangue.
posta a funcionar,
E ampliar o número de doadores para manter o banco
como uma máquina,
de sangue.
XPDMDUUDGHÀRUHV
MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento). QUESTÃO 123
A poesia é marcada pela recriação do objeto por TEXTO I
meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Entrevistadora — eu vou conversar aqui com a professora
Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta
A. D. ... o português então não é uma língua difícil?
da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação
poética de Professora — olha se você parte do princípio… que
A uma palavra, a partir de imagens com as quais a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não
HOD SRGH VHU FRPSDUDGD D ¿P GH DVVXPLU QRYRV se você se apaixona pela língua que você… já domina
VLJQL¿FDGRV que você já fala ao chegar na escola se o teu professor
B um urinol, em referência às artes visuais ligadas às cativa você a ler obras da literatura… obras da/ dos meios
vanguardas do início do século XX. de comunicação… se você tem acesso a revistas… é... a
C uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma livros didáticos… a... livros de literatura o mais formal o e/
imagem historicamente ligada à palavra poética. o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as
D uma máquina, levando em consideração a relevância aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
GRGLVFXUVRWpFQLFRFLHQWt¿FRSyV5HYROXomR,QGXVWULDO TEXTO II
E um tecido, visto que sua composição depende de Entrevistadora — Vou conversar com a professora A. D.
elementos intrínsecos ao eu lírico. O português é uma língua difícil?
QUESTÃO 122 Professora — Não, se você parte do princípio que a
Qual é a segurança do sangue? língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar
Para que o sangue esteja disponível para aqueles à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor
que necessitam, os indivíduos saudáveis devem criar o motivá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a revistas,
hábito de doar sangue e encorajar amigos e familiares a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que
saudáveis a praticarem o mesmo ato. torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua
A prática de selecionar criteriosamente os doadores, portuguesa em análises gramaticais.
bem como as rígidas normas aplicadas para testar, MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
transportar, estocar e transfundir o sangue doado São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado).
86
*AZUL25DOM14*
QUESTÃO 124 QUESTÃO 126
De domingo
— Outrossim…
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
— É.
— O que é que tem?
— Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.
²1mR3DODYUDGHVHJXQGDIHLUDp³yELFH´
²³ÐQXV´
²³ÐQXV´WDPEpP³'HVLGHUDWR´³5HVTXtFLR´ Espetáculo Romeu e Julieta*UXSR*DOSmR
²³5HVTXtFLR´pGHGRPLQJR *872081,='LVSRQtYHOHPZZZIRFRLQFHQDFRPEU$FHVVRHPPDLR
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
²0DV³RXWURVVLP´IUDQFDPHQWH A principal razão pela qual se infere que o espetáculo
— Qual o problema? UHWUDWDGRQDIRWRJUD¿DpXPDPDQLIHVWDomRGRWHDWURGH
²5HWLUDR³RXWURVVLP´ rua é o fato de
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil A dispensar o edifício teatral para a sua realização.
GHXVDU1mRpTXDOTXHUXPTXHXVD³RXWURVVLP´ B XWLOL]DU¿JXULQRVFRPDGHUHoRVF{PLFRV
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
C empregar elementos circenses na atuação.
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas
palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a) D excluir o uso de cenário na ambientação.
A marcação temporal, evidenciada pela presença de E QHJDURXVRGHLOXPLQDomRDUWL¿FLDO
palavras indicativas dos dias da semana.
B tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de QUESTÃO 127
palavras empregadas em contextos formais. O humor e a língua
C caracterização da identidade linguística dos
interlocutores, percebida pela recorrência de Há algum tempo, venho estudando as piadas, com
palavras regionais. ênfase em sua constituição linguística. Por isso, embora a
D distanciamento entre os interlocutores, provocado D¿UPDomRDVHJXLUSRVVDSDUHFHUVXUSUHHQGHQWHFUHLRTXH
SHOR HPSUHJR GH SDODYUDV FRP VLJQL¿FDGRV SRXFR posso garantir que se trata de uma verdade quase banal:
conhecidos. as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores
E inadequação vocabular, demonstrada pela seleção retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por
de palavras desconhecidas por parte de um dos um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes
interlocutores do diálogo. para quem quer saber o que é e como funciona uma
QUESTÃO 125 língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com
Receita os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas
fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras
Tome-se um poeta não cansado, diferenças, instituições (igreja, escola, casamento, política),
8PDQXYHPGHVRQKRHXPDÀRU morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que
Três gotas de tristeza, um tom dourado, circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por
Uma veia sangrando de pavor. todo mundo em todo o mundo. Os antropólogos ainda não
Quando a massa já ferve e se retorce prestaram a devida atenção a esse material, que poderia
Deita-se a luz dum corpo de mulher, substituir com vantagem muitas entrevistas e pesquisas
Duma pitada de morte se reforce, participantes. Saberemos mais a quantas andam o
Que um amor de poeta assim requer. machismo e o racismo, por exemplo, se pesquisarmos
6$5$0$*2-Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997.
uma coleção de piadas do que qualquer outro corpus.
Os gêneros textuais caracterizam-se por serem POSSENTI, S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).
UHODWLYDPHQWH HVWiYHLV H SRGHP UHFRQ¿JXUDUVH HP
função do propósito comunicativo. Esse texto constitui $ SLDGD p XP JrQHUR WH[WXDO TXH ¿JXUD HQWUH RV PDLV
uma mescla de gêneros, pois recorrentes na cultura brasileira, sobretudo na tradição
A introduz procedimentos prescritivos na composição RUDO1HVVDUHÀH[mRDSLDGDpHQIDWL]DGDSRU
do poema. A sua função humorística.
B explicita as etapas essenciais à preparação de uma B sua ocorrência universal.
receita.
C explora elementos temáticos presentes em uma receita. C sua diversidade temática.
D apresenta organização estrutural típica de um poema. D seu papel como veículo de preconceitos.
E XWLOL]DOLQJXDJHP¿JXUDGDQDFRQVWUXomRGRSRHPD E seu potencial como objeto de investigação.
LC - 2º dia | Caderno 7 - AZUL - Página 14
87
*AZUL25DOM15*
QUESTÃO 128 O texto permite relacionar uma prática corporal com uma
2 ¿OPH Menina de ouro conta a história de Maggie YLVmRDPSOLDGDGHVD~GH2IDWRUTXHSRVVLELOLWDLGHQWL¿FDU
Fitzgerald, uma garçonete de 31 anos que vive sozinha essa perspectiva é o(a)
em condições humildes e sonha em se tornar uma A aspecto nutricional.
ER[HDGRUDSUR¿VVLRQDOWUHLQDGDSRU)UDQNLH'XQQ
B FRQGLomR¿QDQFHLUD
Em uma cena, assim que o treinador atravessa a
porta do corredor onde ela se encontra, Maggie o aborda C prevenção de lesões.
e, a caminho da saída, pergunta a ele se está interessado D treinamento esportivo.
HP WUHLQiOD )UDQNLH UHVSRQGH ³(X QmR WUHLQR JDURWDV´
Após essa fala, ele vira as costas e vai embora. Aqui, E acompanhamento psicológico.
percebemos, em Frankie, um comportamento ancorado QUESTÃO 130
na representação de que boxe é esporte de homem e,
em Maggie, a superação da concepção de que os ringues É possível considerar as modalidades esportivas
são tradicionalmente masculinos. coletivas dentro de uma mesma lógica, pois possuem uma
Historicamente construída, a feminilidade dominante estrutura comum: seis princípios operacionais divididos
atribui a submissão, a fragilidade e a passividade a uma em dois grupos, o ataque e a defesa. Os três princípios
³QDWXUH]D IHPLQLQD´ 1XPD FRQFHSomR KHJHP{QLFD GRV operacionais de ataque são: conservação individual
gêneros, feminilidades e masculinidades encontram-se e coletiva da bola, progressão da equipe com a posse
em extremidades opostas. GD EROD HP GLUHomR DR DOYR DGYHUViULR H ¿QDOL]DomR GD
No entanto, algumas mulheres, indiferentes às jogada, visando a obtenção de ponto. Os três princípios
FRQYHQo}HV VRFLDLV VHQWHPVH VHGX]LGDV H GHVD¿DGDV
a aderirem à prática das modalidades consideradas operacionais da defesa são: recuperação da bola,
masculinas. É o que observamos em Maggie, que se impedimento do avanço da equipe contrária com a posse
mostra determinada e insiste em seu objetivo de ser GDERODHSURWHomRGRDOYRSDUDLPSHGLUD¿QDOL]DomRGD
treinada por Frankie. equipe adversária.
FERNANDES, V.; MOURÃO, L. Menina de ouro e a representação de feminilidades plurais. DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos —
Movimento, n. 4, out.-dez. 2014 (adaptado). modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira
de Ciência e Movimento, out. 2002 (adaptado).
A inserção da personagem Maggie na prática corporal
do boxe indica a possibilidade da construção de uma Considerando os princípios expostos no texto, o drible no
feminilidade marcada pela handebol caracteriza o princípio de
A adequação da mulher a uma modalidade esportiva A recuperação da bola.
alinhada a seu gênero.
B progressão da equipe.
B valorização de comportamentos e atitudes
normalmente associados à mulher. C ¿QDOL]DomRGDMRJDGD
C transposição de limites impostos à mulher num D proteção do próprio alvo.
espaço de predomínio masculino.
E impedimento do avanço adversário.
D aceitação de padrões sociais acerca da participação
da mulher nas lutas corporais. QUESTÃO 131
E naturalização de barreiras socioculturais responsáveis
pela exclusão da mulher no boxe. BONS DIAS!
14 de junho de 1889
QUESTÃO 129
Entrevista com Terezinha Guilhermina Ó doce, ó longa, ó inexprimível melancolia dos
7HUH]LQKD *XLOKHUPLQD p XPD GDV DWOHWDV PDLV MRUQDLV YHOKRV &RQKHFHVH XP KRPHP GLDQWH GH XP
premiadas da história paraolímpica do Brasil e um dos deles. Pessoa que não sentir alguma coisa ao ler folhas
principais nomes do atletismo mundial. Está no Guinness de meio século, bem pode crer que não terá nunca uma
BookGHFRPRD³FHJD´PDLVUiSLGDGRPXQGR das mais profundas sensações da vida, — igual ou quase
Observatório: 4XDLV RV GHVD¿RV YRFr WHYH TXH igual à que dá a vista das ruínas de uma civilização. Não
VXSHUDUSDUDVHFRQVDJUDUFRPRDWOHWDSUR¿VVLRQDO" é a saudade piegas, mas a recomposição do extinto, a
Terezinha Guilhermina: Considero a ausência de
revivescência do passado.
UHFXUVRV ¿QDQFHLURV QRV WUrV SULPHLURV DQRV GD PLQKD
ASSIS, M. Bons dias! (Crônicas 1888-1889). Campinas: Editora da Unicamp;
FDUUHLUDFRPRPHXSULQFLSDOGHVD¿R$IDOWDGHXPDWOHWD São Paulo: Hucitec, 1990.
guia, para me auxiliar nos treinamentos, me obrigava
a treinar sozinha e, por não enxergar bem, acabava O jornal impresso é parte integrante do que hoje
sofrendo alguns acidentes como trombadas e quedas. se compreende por tecnologias de informação e
Observatório: Como está a preparação para os comunicação. Nesse texto, o jornal é reconhecido como
Jogos Paraolímpicos de 2016? A objeto de devoção pessoal.
Terezinha Guilhermina: Estou trabalhando
intensamente, com vistas a chegar lá bem melhor do que B HOHPHQWRGHD¿UPDomRGDFXOWXUD
estive em Londres. E, por isso, posso me dedicar a treinos C instrumento de reconstrução da memória.
diários, trabalhos preventivos de lesões e acompanhamento
D ferramenta de investigação do ser humano.
psicológico e nutricional da melhor qualidade.
Revista do Observatório Brasil de Igualdade de Gênero, n. 6, dez. 2014 (adaptado). E veículo de produção de fatos da realidade.
88
*AZUL25DOM16*
QUESTÃO 132 MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu
ia dizendo, pra viver bem com a solidão temos de ser
TEXTO I
proprietários dela e não inquilinos, me entende? Quem
é inquilino da solidão não passa de um abandonado.
É isso aí.
ZORZETTI, H. Lições de motim*RLkQLD.HOSV DGDSWDGR
89
2° DIA
CADERNO 7 – AZUL
GABARITO PROVA ENEM 2016
90
91
*SA0175AZ6*
QUESTÃO 07 QUESTÃO 09
TEXTO I
Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o
lenço e contemplara por alguns instantes as feições 7HUH]LQKDGH-HVXV
defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, De uma queda foi ao chão
inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Acudiu três cavalheiros
Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não Todos os três de chapéu na mão
podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um O primeiro foi seu pai
livro adúltero [...]. O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra
A quem Tereza deu a mão
vez o cadáver, mas então não pôde mais. O beijo rebentou %$7,67$0)%06$1726,0) 2UJ Cancioneiro da Paraíba.
em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, -RmR3HVVRD*UDIVHW DGDSWDGR
que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e TEXTO II
LUUHPHGLiYHO GHVHVSHUR )RUWXQDWR j SRUWD RQGH ¿FDUD Outra interpretação é feita a partir das condições
saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança
longa, muito longa, deliciosamente longa. para quem cantava a cantiga, a música falava do
$66,60A causa secreta'LVSRQtYHOHPZZZGRPLQLRSXEOLFRJRYEU casamento como um destino natural na vida da mulher,
Acesso em: 9 out. 2015. QD VRFLHGDGH EUDVLOHLUD GR VpFXOR ;,; PDUFDGD SHOR
No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que patriarcalismo. A música prepara a moça para o
acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza seu destino não apenas inexorável, mas desejável:
esse procedimento narrativo é o registro do(a) o casamento, estabelecendo uma hierarquia de
obediência (pai, irmão mais velho, marido), de acordo
A indignação face à suspeita do adultério da esposa. com a época e circunstâncias de sua vida.
Disponível em: http://provsjose.blogspot.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012.
B tristeza compartilhada pela perda da mulher amada.
2 FRPHQWiULR GR 7H[WR ,, VREUH R 7H[WR , HYRFD D
C espanto diante da demonstração de afeto de Garcia. mobilização da língua oral que, em determinados
D prazer da personagem em relação ao sofrimento contextos,
alheio. A assegura a existência de pensamentos contrários à
E superação do ciúme pela comoção decorrente da ordem vigente.
morte. B mantém a heterogeneidade das formas de relações
sociais.
QUESTÃO 08 C FRQVHUYDDLQÀXrQFLDUHOLJLRVDVREUHFHUWDVFXOWXUDV
D preserva a diversidade cultural e comportamental.
Mas assim que penetramos no universo da web,
descobrimos que ele constitui não apenas um imenso E reforça comportamentos e padrões culturais.
“território” em expansão acelerada, mas que também QUESTÃO 10
RIHUHFH LQ~PHURV ³PDSDV´ ¿OWURV VHOHo}HV SDUD DMXGDU
o navegante a orientar-se. O melhor guia para a web é Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário
a própria web. Ainda que seja preciso ter a paciência do que desejavam. Notei a singularidade quando
GH H[SORUiOD$LQGD TXH VHMD SUHFLVR DUULVFDUVH D ¿FDU principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco.
perdido, aceitar “a perda de tempo” para familiarizar-se Examinavam-no sérias, achavam o pano e os
com esta terra estranha. Talvez seja preciso ceder por um aviamentos de qualidade superior, o feitio admirável.
instante a seu aspecto lúdico para descobrir, no desvio Envaideci-me: nunca havia reparado em tais
de um link, os sites que mais se aproximam de nossos vantagens. Mas os gabos se prolongaram, trouxeram-me
LQWHUHVVHV SUR¿VVLRQDLV RX GH QRVVDV SDL[}HV H TXH desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e
não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa
poderão, portanto, alimentar da melhor maneira possível
aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das
nossa jornada pessoal.
grosserias a que me habituara. Em geral me diziam
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. com franqueza que a roupa não me assentava no
O usuário iniciante sente-se não raramente desorientado corpo, sobrava nos sovacos.
RAMOS, G. Infância5LRGH-DQHLUR5HFRUG
no oceano de informações e possibilidades disponíveis
na rede mundial de computadores. Nesse sentido, Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam
3LHUUH/pY\GHVWDFDFRPRXPGRVSULQFLSDLVDVSHFWRVGD estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo
internet o(a) a progressão do tema. No fragmento transcrito, um novo
aspecto do tema é introduzido pela expressão
A espaço aberto para a aprendizagem. A “a singularidade”.
B grande número de ferramentas de pesquisa. B “tais vantagens”.
C ausência de mapas ou guias explicativos. C “os gabos”.
D LQ¿QLWRQ~PHURGHSiJLQDVYLUWXDLV D “Longe disso”.
E GL¿FXOdade de acesso aos sites de pesquisa. E “Em geral”.
92
*SA0175AZ7*
QUESTÃO 11 português, ainda recebia palavras de outros idiomas.”
2UHVXOWDGRGDPLVWXUD¿FRXFRQKHFLGRFRPROtQJXDJHUDO
do sul, uma espécie de tupi facilitado.
Usa novos canais
on-line e novas ÂNGELO, C. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado).
ferramentas de
Quer suporte para comunicação Confia em O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação
conselhos de
encontrar pessoas amigos on-line, linguística nacional. Quanto ao papel do tupi na formação
que compartilham conhecidos e
da mesma estranhos
do português brasileiro, depreende-se que essa língua
opinião indígena
Lê e cria A contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes
avaliações,
ranking de Tende a comprar relativos aos traços característicos dos lugares
mais on-line do
produtos e posts Novo consumidor que off-line designados.
em blogs
social B originou o português falado em São Paulo no século
Quer fornecer
;9,,HPFXMDEDVHJUDPDWLFDOWDPEpPHVWiDIDODGH
Deseja uma
experiência feedback sobre variadas etnias indígenas.
melhor on-line o produto e
do que off-line serviço ao C GHVHQYROYHXVH VRE LQÀXrQFLD GRV WUDEDOKRV GH
cliente catequese dos padres portugueses, vindos de Lisboa.
&,35,$1,)'LVSRQtYHOHPZZZVQPVROXWLRQVFRPEU$FHVVRHPPDLR DGDSWDGR D misturou-se aos falares africanos, em razão das
interações entre portugueses e negros nas investidas
2 FRQVXPLGRU GR VpFXOR ;;, FKDPDGR GH QRYR contra o Quilombo dos Palmares.
consumidor social, tende a se comportar de modo
diferente do consumidor tradicional. Pela associação das E expandiu-se paralelamente ao português falado
características apresentadas no diagrama, infere-se que pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos
HVVHQRYRFRQVXPLGRUVRIUHLQÀXrQFLDGD bandeirantes paulistas.
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
93
*SA0175AZ8*
QUESTÃO 14 QUESTÃO 16
PROPAGANDA — O exame dos textos e mensagens TEXTO I
de Propaganda revela que ela apresenta posições &ULDWLYLGDGHHPSXEOLFLGDGHWHRULDVHUHÀH[}HV
SDUFLDLV TXH UHÀHWHP DSHQDV R SHQVDPHQWR GH XPD
minoria, como se exprimissem, em vez disso, a convicção Resumo: O presente artigo aborda uma questão
primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de
de uma população; trata-se, no fundo, de convencer o
aclamada pelos departamentos de criação das agências,
ouvinte ou o leitor de que, em termos de opinião, está fora devemos ter a consciência de que nem todo anúncio é,
do caminho certo, e de induzi-lo a aderir às teses que lhes de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no qual os
são apresentadas, por um mecanismo bem conhecido da conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se
psicologia social, o do conformismo induzido por pressões estabelecer a compreensão dos temas. Para elucidar
do grupo sobre o indivíduo isolado. tais questões, é analisada uma campanha impressa da
PDUFD ;;;; $V UHÀH[}HV DSRQWDP TXH D SXEOLFLGDGH
%2%%,210$77(8&&,13$648,12*Dicionário de política.
%UDVtOLD8Q% DGDSWDGR
criativa é essencialmente simples e apresenta uma
releitura do cotidiano.
De acordo com o texto, as estratégias argumentativas
DEPEXE, S. D. Travessias: Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Artes, n. 2, 2008.
e o uso da linguagem na produção da propaganda
TEXTO II
favorecem a
A UHÀH[mRGDVRFLHGDGHVREUHRVSURGXWRVDQXQFLDGRV
B difusão do pensamento e das preferências das
grandes massas.
C LPSRVLomRGDVLGHLDVHSRVLo}HVGHJUXSRVHVSHFt¿FRV
D decisão consciente do consumidor a respeito de sua
compra.
E LGHQWL¿FDomR GRV LQWHUHVVHV GR UHVSRQViYHO SHOR
produto divulgado.
QUESTÃO 15
Sítio Gerimum
Este é o meu lugar [...]
Meu Gerimum é com g
Você pode ter estranhado
Gerimum em abundância
Aqui era plantado
E com a letra g
Meu lugar foi registrado.
Homenagem ao Dia das Mães 2012'LVSRQtYHOHPZZZFRPXQLFDFDRFRP
2/,9(,5$+'Língua Portuguesa, n. 88, fev. 2013 (fragmento). Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado).
Nos versos de um menino de 12 anos, o emprego da Os dois textos apresentados versam sobre o tema
palavra “Gerimum” grafada com a letra “g” tem por objetivo
FULDWLYLGDGH27H[WR,pXPUHVXPRGHFDUiWHUFLHQWt¿FR
H R 7H[WR ,, XPD KRPHQDJHP SURPRYLGD SRU XP site
A valorizar usos informais caracterizadores da norma GH SXEOLFLGDGH 'H TXH PDQHLUD R 7H[WR ,, H[HPSOL¿FD
nacional. o conceito de criatividade em publicidade apresentado
B FRQ¿UPDU R XVR GD QRUPDSDGUmR HP FRQWH[WR GD QR7H[WR,"
linguagem poética. A Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar
C enfatizar um processo recorrente na transformação VHXV¿OKRV
da língua portuguesa. B Promovendo uma leitura simplista do papel materno
D registrar a diversidade étnica e linguística presente no HPVHXWUDEDOKRGHFULDURV¿OKRV
território brasileiro. C Explorando a polissemia do termo “criação”.
E UHD¿UPDU GLVFXUVLYDPHQWH D IRUWH UHODomR GR IDODQWH D Recorrendo a uma estrutura linguística simples.
com seu lugar de origem. E 8WLOL]DQGRUHFXUVRVJUi¿FRVGLYHUVL¿FDGRV
94
*SA0175AZ9*
QUESTÃO 17 No processo de reconstituição do tempo vivido, o eu
lírico projeta um conjunto de imagens cujo lirismo se
Textos e hipertextos: procurando o equilíbrio fundamenta no
Há um medo por parte dos pais e de alguns A inventário das memórias evocadas afetivamente.
professores de as crianças desaprenderem quando
navegam, medo de elas viciarem, de obterem informação B UHÀH[RGDVDXGDGHQRGHVHMRGHYROWDUjLQIkQFLD
QmRFRQ¿iYHOGHHODVVHLVRODUHPGRPXQGRUHDOFRPR C sentimento de inadequação com o presente vivido.
se o computador fosse um agente do mal, um vilão. Esse D ressentimento com as perdas materiais e humanas.
medo é reforçado pela mídia, que costuma apresentar o
computador como um agente negativo na aprendizagem E ODSVRQRÀX[RWHPSRUDOGRVHYHQWRVWUD]LGRVjFHQD
e na socialização dos usuários. Nós sabemos que
QUESTÃO 19
ninguém corre o risco de desaprender quando navega,
seja em ambientes digitais ou em materiais impressos, A ascensão social por meio do esporte mexe com
mas é preciso ver o que se está aprendendo e algumas o imaginário das pessoas, pois em poucos anos um
YH]HV LQWHUIHULU QHVVH SURFHVVR D ¿P GH RWLPL]DU RX
adolescente pode se tornar milionário caso tenha um
orientar a aprendizagem, mostrando aos usuários outros
bom desempenho esportivo. Muitos meninos de famílias
temas, outros caminhos, outras possibilidades diferentes
daquelas que eles encontraram sozinhos ou daquelas pobres jogam com o objetivo de conseguir dinheiro
que eles costumam usar. É preciso, algumas vezes, SDUDRIHUHFHUXPDERDTXDOLGDGHGHYLGDjIDPtOLD,VVR
negociar o uso para que ele não seja exclusivo, uma vez aproximou mais ainda o futebol das camadas mais pobres
que há outros meios de comunicação, outros meios de da sociedade, tornando-o cada vez mais popular.
informação e outras alternativas de lazer. É uma questão Acontece que esses jovens sonham com fama e
de equilibrar e não de culpar. dinheiro, enxergando no futebol o único caminho possível
&26&$5(//,&9Linguagem em (Dis)curso, n. 3, set.-dez. 2009.
para o sucesso. No entanto, eles não sabem da grande
A autora incentiva o uso da internet pelos estudantes, GL¿FXOGDGH TXH H[LVWH QR LQtFLR GHVVD MRUQDGD HP TXH
ponderando sobre a necessidade de orientação a esse D PLQRULD DOFDQoD D FDUUHLUD SUR¿VVLRQDO (VVHV JDURWRV
uso, pois essa tecnologia abandonam a escola pela ilusão de vencer no futebol, à
qual a maioria sucumbe.
A H
VWiUHSOHWDGHLQIRUPDo}HVFRQ¿iYHLVTXHFRQVWLWXHP
fonte única para a aprendizagem dos alunos. 2FDPLQKRDWpRSUR¿VVLRQDOLVPRDFRQWHFHSRUPHLR
B exige dos pais e professores que proíbam seu uso de um longo processo seletivo que os jovens têm de
abusivo para evitar que se torne um vício. percorrer. Caso não seja selecionado, esse atleta poderá
ter que abandonar a carreira involuntariamente por falta
C tende a se tornar um agente negativo na aprendizagem
de uma equipe que o acolha. Alguns podem acabar em
e na socialização de crianças e jovens.
subempregos, à margem da sociedade, ou até mesmo
D possibilita maior ampliação do conhecimento de em vícios decorrentes desse fracasso e dessa desilusão.
mundo quando a aprendizagem é direcionada. ,VVRDFRQWHFHSRUTXHQRDXJHGDVXDIRUPDomRHVFRODU
E leva ao isolamento do mundo real e ao uso exclusivo e na condição juvenil de desenvolvimento, eles não se
do computador se a navegação for desmedida. preparam e não são devidamente orientados para buscar
alternativas de experiências mais amplas de ocupação
QUESTÃO 18
fora e além do futebol.
O mundo revivido %$/=$1221025$,6-6$IRUPDomRGRMRJDGRUGHIXWHEROHVXDUHODomR
com a escola. EFDeportesQVHW DGDSWDGR
Sobre esta casa e as árvores que o tempo
esqueceu de levar. Sobre o curral $RDERUGDURIDWRGHQR%UDVLOPXLWRVMRYHQVGHSRVLWDUHP
de pedra e paz e de outras vacas tristes suas esperanças de futuro no futebol, o texto critica o(a)
chorando a lua e a noite sem bezerros. A despreparo dos jogadores de futebol para ajudarem
Sobre a parede larga deste açude suas famílias a superar a miséria.
onde outras cobras verdes se arrastavam, B garantia de ascensão social dos jovens pela carreira
e pondo o sol nos seus olhos parados de jogador de futebol.
iam colhendo sua safra de sapos. C falta de investimento dos clubes para que os atletas
Sob as constelações do sul que a noite SRVVDPDWXDUSUR¿VVLRQDOPHQWHHYLYHUGRIXWHERO
armava e desarmava: as Três Marias, D LQYHVWLPHQWR UHGX]LGR GRV DWOHWDV SUR¿VVLRQDLV HP
o Cruzeiro distante e o Sete-Estrelo. sua formação escolar, gerando frustração e desilusão
Sobre este mundo revivido em vão, SUR¿VVLRQDOQRHVSRUWH
a lembrança de primos, de cavalos, E despreocupação dos sujeitos com uma formação
de silêncio perdido para sempre. paralela à esportiva, para habilitá-los a atuar em
'2%$/+A província deserta5LRGH-DQHLUR$UWHQRYD outros setores da vida.
95
*SA0175AZ10*
QUESTÃO 20 TEXTO II
Declaração de amor 1DVXDSURGXomR*RHOGLEXVFRXUHÀHWLUVHXFDPLQKR
(VWDpXPDFRQ¿VVmRGHDPRUDPRDOtQJXDSRUWXJXHVD pessoal e político, sua melancolia e paixão sobre os
Ela não é fácil. Não é maleável. […] A língua portuguesa é intensos aspectos mais latentes em sua obra, como:
XPYHUGDGHLURGHVD¿RSDUDTXHPHVFUHYH6REUHWXGRSDUD cidades, peixes, urubus, caveiras, abandono, solidão,
quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira drama e medo.
=8/,(77,/)*RHOGLGDPHODQFROLDDRLQHYLWiYHORevista de Arte, Mídia e Política.
FDSDGHVXSHU¿FLDOLVPR $FHVVRHPDEU DGDSWDGR
Às vezes ela reage diante de um pensamento mais 2JUDYDGRU2VZDOGR*RHOGLUHFHEHXIRUWHVLQÀXrQFLDVGH
complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível um movimento artístico europeu do início do século XX,
de uma frase. Eu gosto de manejá-la — como gostava de que apresenta as características reveladas nos traços da
estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes obra de
a galope. Eu queria que a língua portuguesa chegasse
ao máximo em minhas mãos. E este desejo todos os que
escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram
para nos dar para sempre uma herança de língua já feita.
Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do $OIUHG.XELQ
pensamento alguma coisa que lhe dê vida. representante do
A Expressionismo.
(VVDV GL¿FXOGDGHV QyV DV WHPRV 0DV QmR IDOHL
do encantamento de lidar com uma língua que não foi Sonho e desarranjo,
aprofundada. O que recebi de herança não me chega. $OIUHG.XELQ
Se eu fosse muda e também não pudesse escrever, e
me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria:
inglês, que é preciso e belo. Mas, como não nasci muda e
pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim
que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até
queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha Henri Matisse,
abordagem do português fosse virgem e límpida. representante do
/,63(&725&A descoberta do mundo5LRGH-DQHLUR5RFFR DGDSWDGR
B Fauvismo.
O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor pela
língua portuguesa, acentuando seu caráter patrimonial e Bailarina deitada, Henri
Matisse
sua capacidade de renovação, é:
A ³$ OtQJXD SRUWXJXHVD p XP YHUGDGHLUR GHVD¿R SDUD
quem escreve.”
B “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos
dar para sempre uma herança de língua já feita.” Diego Rivera,
C “Todos nós que escrevemos estamos fazendo do representante do
túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.” C Muralismo.
D “Mas não falei do encantamento de lidar com uma Mineiro, Diego Rivera.
língua que não foi aprofundada.”
E “Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só
para que a minha abordagem do português fosse
virgem e límpida.”
QUESTÃO 21
TEXTO I Pablo Picasso,
representante do
D Cubismo.
Retrato de Igor
Stravinsky, Pablo Picasso.
René Magritte,
representante do
E Surrealismo.
Os amantes, René
Magritte.
*2(/',2Sem título%LFRGHSHQD[FP&ROHomR$U\
Ferreira Macedo, circa 1940.
Disponível em: https://revistacontemporartes.blogspot.com.br. Acesso em: 10 dez. 2012.
96
*SA0175AZ11*
QUESTÃO 22 Surgiram outras
Naturalmente
TEXTO I Sem nem olhar a minha cara
A língua ticuna é o idioma mais falado entre os Tomavam banho
indígenas brasileiros. De acordo com o pesquisador Na minha frente
$U\RQ 5RGULJXHV Ki PLO tQGLRV TXH IDODP R LGLRPD Para sair com outro cara
A maioria mora ao longo do Rio Solimões, no Alto Porém nunca me importei
$PD]RQDV e D PDLRU QDomR LQGtJHQD GR %UDVLO VHQGR Com tais amantes
também encontrada no Peru e na Colômbia. Os ticunas
falam uma língua considerada isolada, que não mantém [...]
semelhança com nenhuma outra língua indígena e &RPWDQWRV¿OPHV
apresenta complexidades em sua fonologia e sintaxe. Na minha mente
Sua característica principal é o uso de diferentes alturas É natural que toda atriz
na voz. Presentemente represente
Muito para mim
O uso intensivo da língua não chega a ser ameaçado
pela proximidade de cidades ou mesmo pela convivência &+,&2%8$548(Carioca5LRGH-DQHLUR%LVFRLWR)LQR IUDJPHQWR
com falantes de outras línguas no interior da própria área 1D FDQomR &KLFR %XDUTXH WUDEDOKD XPD GHWHUPLQDGD
ticuna: nas aldeias, esses outros falantes são minoritários
e acabam por se submeter à realidade ticuna, razão pela função da linguagem para marcar a subjetividade do eu
qual, talvez, não representem uma ameaça linguística. lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa
admiração está marcada em:
Língua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado).
97
*SA0175AZ12*
QUESTÃO 25 Pescoço
Com um pescoço duas vezes mais longo e
Uma noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil. 15 centímetros mais fino do que o de uma mulher,
Editora Planeta, 296 páginas. D%DUELHVHULDLQFDSD]GHPDQWHUVXDFDEHoDOHYDQWDGD
Mas foi uma noite, aquela noite de sábado 21 de Cintura
RXWXEURGHTXHSDURXRQRVVRSDtV3DURXSUDYHU Com uma cintura de 40 centímetros (menor do que
D¿QDOtVVLPDGR,,,)HVWLYDOGD5HFRUGTXDQGRXPMRYHP DVXDFDEHoD D%DUELHGDYLGDUHDOVyWHULDHVSDoRHP
de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu Lobo, saiu seu corpo para acomodar metade de um rim e alguns
carregado do Teatro Paramount em São Paulo depois centímetros de intestino.
de ganhar o prêmio máximo do festival com Ponteio,
que cantou acompanhado da charmosa e iniciante Quadril
Marília Medalha. O índice que mede a relação entre a cintura e o
)RL QDTXHOD QRLWH TXH &KLFR %XDUTXH HQWRRX VXD TXDGULOGD%DUELHpGHRTXHVLJQL¿FDTXHDPHGLGD
Roda viva DR ODGR GR 03% GH 0DJUR R DUUDQMDGRU GDVXDFLQWXUDUHSUHVHQWDGDFLUFXQIHUrQFLDGHVHX
Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria quadril. Esse mesmo índice, em uma mulher americana
FRPDSODWHLDDRVRPGDVJXLWDUUDVGRV%HDW%R\V, que média, é de 0,8.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 2 maio 2015.
Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no parque
com os Mutantes. $R DERUGDU DV SRVVtYHLV LQÀXrQFLDV GD LQG~VWULD GH
$TXHODQRLWHTXHDFDERXYLUDQGR¿OPHHPQDV brinquedos sobre a representação do corpo feminino, o
mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou livro. texto analisa a
O livro que está sendo lançado agora é a história daquela A noção de beleza globalizada veiculada pela
noite, ampliada e em estado que no jargão jornalístico indústria cultural.
FKDPDPRV GH PDWpULD EUXWD 4XHP YLX R ¿OPH YDL VH B LQÀXrQFLDGDPtGLDSDUDDDGRomRGHXPHVWLORGHYLGD
deliciar com as histórias — e algumas fofocas — que cada salutar pelas mulheres.
um tem para contar, agora sem os cortes necessários que
XP¿OPHH[LJH(TXHPQmRYLXR¿OPHWHPGLDQWHGHVL C relação entre a alimentação saudável e o padrão de
um livro de histórias, pensando bem, de História. corpo instituído pela boneca.
9,//$6$'LVSRQtYHOHPZZZFDUWDFDSLWDOFRPEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR
D proporcionalidade entre a representação do corpo da
boneca e a do corpo humano.
Considerando os elementos constitutivos dos gêneros E LQÀXrQFLD PHUFDGROyJLFD QD FRQVWUXomR GH XPD
textuais circulantes na sociedade, nesse fragmento de autoimagem positiva do corpo feminino.
resenha predominam
QUESTÃO 27
A caracterizações de personalidades do contexto
musical brasileiro dos anos 1960. Nuances
B questões polêmicas direcionadas à produção musical Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa.
brasileira nos anos 1960.
Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar: quando
C relatos de experiências de artistas sobre os festivais ele quer deixar claro que não é de televisão.
GHP~VLFDGH
D H[SOLFDo}HVVREUHRTXDGURFXOWXUDOGR%UDVLOGXUDQWH Grávida: em qualquer ocasião. Gestante HP ¿ODV H
a década de 1960. assentos preferenciais.
E opiniões a respeito de uma obra sobre a cena musical Guardar : na gaveta. Salvar : no computador.
GH Salvaguardar: no Exército.
Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã: na
QUESTÃO 26
horta ou no suco de abacaxi.
Apesar de muitas crianças e adolescentes terem a Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando
%DUELHFRPRXPH[HPSORGHEHOH]DXPLQIRJUi¿FRIHLWR você está em cartaz com ele.
pelo site Rehabs.com comprovou que, caso uma mulher '89,9,(5*Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado).
tivesse as medidas da boneca de plástico, ela nem
estaria viva. O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos
muito próximos. Essa diferença é apresentada
Não é exatamente uma novidade que as proporções considerando-se a(s)
da boneca mais famosa do mundo são absurdas para o
mundo real. Ativistas que lutam pela construção de uma A alternâncias na sonoridade.
autoimagem mais saudável, pesquisadores de distúrbios B adequação às situações de uso.
alimentares e pessoas que se preocupam com o impacto C PDUFDomRÀH[LRQDOGDVSDODYUDV
da indústria cultural na psique humana apontam, há anos,
D LQÀXrQFLD GH PRGHORV FRPR D %DUELH QD GLVWRUomR GR D JUD¿DQDQRUPDSDGUmRGDOtQJXD
corpo feminino. E categorias gramaticais das palavras.
98
*SA0175AZ13*
QUESTÃO 28 nenhuma espécie — nem sequer mental ou de sonho
—, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim
cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço
se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de
Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em
todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de
um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de
Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me
faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo
de coisa movida.
PESSOA, F. O livro do desassossego6mR3DXOR%UDVLOLHQVH
99
*SA0175AZ14*
QUESTÃO 31 2'25,&2 ² &RQWLQXDQGR R GLVFXUVR %RWDQGR
GH ODGR RV HQWUHWDQWRV H SDUWLQGR SURV ¿QDOPHQWH
No esporte-participação ou esporte popular, a é uma alegria poder anunciar que prafrentemente
manifestação ocorre no princípio do prazer lúdico, que tem vocês já poderão morrer descansados, tranquilos e
FRPR¿QDOLGDGHREHPHVWDUVRFLDOGRVVHXVSUDWLFDQWHV desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados
Está associado intimamente com o lazer e o tempo livre aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de Sucupira.
e ocorre em espaços não comprometidos com o tempo e E quem votou em mim, basta dizer isso ao padre na hora
fora das obrigações da vida diária. Tem como propósitos da extrema-unção, que tem enterro e cova de graça,
a descontração, a diversão, o desenvolvimento pessoal conforme o prometido.
H R UHODFLRQDPHQWR FRP DV SHVVRDV 3RGHVH D¿UPDU
GOMES, D. O bem amado5LRGH-DQHLUR(GLRXUR
que o esporte-participação, por ser a dimensão social
do esporte mais inter-relacionada com os caminhos O gênero peça teatral tem o entretenimento como uma de
democráticos, equilibra o quadro de desigualdades suas funções. Outra função relevante do gênero, explícita
de oportunidades esportivas encontrado na dimensão nesse trecho de O bem amado, é
esporte-performance. Enquanto o esporte-performance
só permite sucesso aos talentos ou àqueles que tiveram A criticar satiricamente o comportamento de pessoas
condições, o esporte-participação favorece o prazer a públicas.
todos que dele desejarem tomar parte. B denunciar a escassez de recursos públicos nas
*2'76)5,('7-(VSRUWHHVXDUHODomRFRPDVRFLHGDGHXPDVtQWHVHELEOLRJUi¿FD prefeituras do interior.
EFDeportes, n. 142, mar. 2010.
C censurar a falta de domínio da língua padrão em
O sentido de esporte-participação construído no texto eventos sociais.
está fundamentalmente presente D despertar a preocupação da plateia com a expectativa
A QRV-RJRV2OtPSLFRVXPDYH]TXHUH~QHPGLYHUVRV de vida dos cidadãos.
países na disputa de diferentes modalidades E questionar o apoio irrestrito de agentes públicos aos
esportivas. gestores governamentais.
B nas competições de esportes individuais, uma vez que
QUESTÃO 33
o sucesso de um indivíduo incentiva a participação
dos demais. -RmR=HUR :DJQHU0RXUD pXPFLHQWLVWDJHQLDOPDV
C QRV FDPSHRQDWRV R¿FLDLV GH IXWHERO UHJLRQDLV H infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente
nacionais, por se tratar de uma modalidade esportiva durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma
muito popular no país. antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com
D nas competições promovidas pelas federações um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no
e confederações, cujo objetivo é a formação e a tempo, retornando para aquela época e podendo interferir
descoberta de talentos. no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que
E nas modalidades esportivas adaptadas, cujo objetivo sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um
é o maior engajamento dos cidadãos. jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que
voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá
QUESTÃO 32 DFHUWDUDVFRLVDV"
Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011.
Segundo quadro
Qual aspecto da organização gramatical atualiza os
Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. eventos apresentados na resenha, contribuindo para
Durante a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a GHVSHUWDURLQWHUHVVHGROHLWRUSHOR¿OPH"
Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em cena Dorotéa,
Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário e Odorico. Este último, à
A O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há
janela, discursa. 20 anos atrás foi humilhado”.
2'25,&2 ² 3RYR VXFXSLUDQR $JRUDPHQWH Mi B A descrição dos fatos com verbos no presente do
investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a indicativo, como “retorna” e “descobre”.
FRQ¿UPDomRDUDWL¿FDomRDDXWHQWLFDomRHSRUTXHQmR C A repetição do emprego da conjunção “mas” para
dizer a sagração do povo que me elegeu. contrapor ideias.
Aplausos vêm de fora. D $¿QDOL]DomRGRWH[WRFRPDIUDVHGHHIHLWR³6HUiTXH
HOHFRQVHJXLUiDFHUWDUDVFRLVDV"´
2'25,&2 ² (X SURPHWL TXH R PHX SULPHLUR DWR
como prefeito seria ordenar a construção do cemitério. E O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao
longo do texto para fazer referência ao protagonista
Aplausos, aos quais se incorporam as personagens ³-RmR=HUR´
em cena.
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 14
100
*SA0175AZ15*
QUESTÃO 34 Em textos de diferentes gêneros, algumas estratégias
argumentativas referem-se a recursos linguístico-
discursivos mobilizados para envolver o leitor. No texto,
caracteriza-se como estratégia de envolvimento a
A prescrição de comportamentos, como em: “[...] largue
tudo de repente sob os olhares a sua volta [...]”.
B apresentação de contraposição, como em: “Mas
não exagere na medida e suba sem demora ao
quarto [...]”.
C explicitação do interlocutor, como em: “[...] (espécie
da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta
um tanto excluído) [...]”.
D descrição do espaço, como em: “Nesta sala atulhada
de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis
escreventes dividiram entre si o bom-senso do
mundo [...]”.
E construção de comparações, como em: “[...]
libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando
a roupa do corpo como se retirasse a importância das
coisas [...]”.
QUESTÃO 36
101
*SA0175AZ16*
QUESTÃO 37 QUESTÃO 39
Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo
aos curiosos que começaram a chegar que uma mulher
tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em
QRPHGH-HVXVXPJUDQGHDPRUPDVMXURXHQmRFXPSULX
¿QJLX H PH HQJDQRX SUD PLP YRFr PHQWLX SUD 'HXV
você pecou, o coração tem razões que a própria razão
desconhece, faz promessas e juras, depois esquece.
O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa
canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou com
uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis,
mas bonita que só a gota serena. Era a história de uma
boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o
soberbo pedestal. Zé Araújo fechava os olhos e soltava
a voz:
Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/
Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/
Do romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns
ERNESTO NETO. Dengo. 2010. MAM-SP, 2010. braços divinais,/ Um corpo alvo sem par/ E os pés
'LVSRQtYHOHPKWWSHVSDFRKXPXVFRP$FHVVRHPDEU PXLWRSHTXHQRV(Q¿PHXYLQHVWDERQHFD8PDSHUIHLWD
A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP Vênus.
CASTRO, N. L. As pelejas de OjuaraRKRPHPTXHGHVD¿RXRGLDER
em um ambiente singular, explorando como principal São Paulo: Arx, 2006 (adaptado).
característica artística a O comentário do narrador do romance “[...] emendou com
A participação do público na interação lúdica com a obra. uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis,
B distribuição de obstáculos no espaço da exposição. mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato
C representação simbólica de objetos oníricos. de que essa valsa é representativa de uma variedade
linguística
D interpretação subjetiva da lei da gravidade.
E valorização de técnicas de artesanato. A detentora de grande prestígio social.
B HVSHFt¿FDGDPRGDOLGDGHRUDOGDOtQJXD
QUESTÃO 38 C previsível para o contexto social da narrativa.
Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva D constituída de construções sintáticas complexas.
torrencial da noite anterior, saí a caminhar com o sol ainda E valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.
escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos QUESTÃO 40
da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro
A lavadeira começou a viver como uma serviçal que
intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as impõe respeito e não mais como escrava. Mas essa
narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica regalia súbita foi efêmera. Meus irmãos, nos frequentes
derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água deslizes que adulteravam este novo relacionamento,
que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi eram dardejados pelo olhar severo de Emilie; eles nunca
de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha suportaram de bom grado que uma índia passasse a comer
até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego na mesa da sala, usando os mesmos talheres e pratos, e
SRU DOJXQV LQVWDQWHV PDV R GHVSHUWDU IRL LPHGLDWR -i comprimindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e
aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome a mesma porcelana das xícaras de café. Uma espécie de
e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. asco e repulsa tingia-lhes o rosto, já não comiam com a
)RL TXDQGR GHL UHSDUR GD ¿JXUD HVJXLD H GLVFUHWD GH mesma saciedade e recusavam-se a elogiar os pastéis
uma senhora acompanhada de um garoto aparentando de picadinho de carneiro, os folheados de nata e tâmara,
uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa e o arroz com amêndoas, dourado, exalando um cheiro
em proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um de cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com
YLJRURVR³%RPGLD´GHXPYDSRURVRDSHUWRGHPmRVQDV o rosto rastreado de rugas, era capaz de tirar o sabor e
DSUHVHQWDo}HVGHSUD[H¿TXHLVDEHQGRTXH'RQD)ORUGH o odor dos alimentos e de suprimir a voz e o gesto como
0DLROHYDYDR¿OKR$GmRSDUDWUDWDPHQWRGDVIHULGDVTXH se o seu silêncio ou a sua presença que era só silêncio
pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas impedisse o outro de viver.
de bordas avermelhadas. HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Cia. das Letras, 2000.
102
*SA0175AZ17*
QUESTÃO 41 [...]
Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo
Pra molecada frequentar nenhum incentivo
O investimento no lazer é muito escasso
O centro comunitário é um fracasso
5$&,21$,60&VRacionais MCs6mR3DXOR=LPEDEZXH IUDJPHQWR
103
*SA0175AZ18*
QUESTÃO 44
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há quatro
dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o meu marido e uns
FRPSDQKHLURV4XDQWRVVmR$RWRGRVHWH6HHVWmRDSHQVDUHP¿FDUFRQRVFRWLUHPGDtRVHQWLGRMiVRPRVPXLWRV
Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena,
não serviu de nada, Por que diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento percebemos que os
soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a
cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país,
6$5$0$*2-Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de
determinadas regras de pontuação
A revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance.
B provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança.
C singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico.
D representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica.
E colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado.
QUESTÃO 45
TEXTO I TEXTO II
5$86&+(1%(5*5 Cama. Óleo e lápis em travesseiro, colcha e folha em suporte de madeira. DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna.
[[FP0XVHXGH$UWH0RGHUQDGH1RYD<RUN 6mR3DXOR&RVDF 1DLI\
'LVSRQtYHOHPZZZPRPDRUJ$FHVVRHPMXQ
$REUDGH5DXVFKHQEHUJFKRFRXRS~EOLFRQDpSRFDHPTXHIRLIHLWDHUHFHEHXIRUWHLQÀXrQFLDGHXPPRYLPHQWR
artístico que se caracterizava pela
104
*SA0175AZ19*
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
x O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
x 2WH[WRGH¿QLWLYRGHYHVHUHVFULWRjWLQWDQDIROKDSUySULDHPDWpOLQKDV
x A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
x desrespeitar os direitos humanos.
x tLYHUDWp VHWH OLQKDVHVFULWDVVHQGRFRQVLGHUDGD³WH[WRLQVX¿FLHQWH´
x fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
x apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
&$3Ë78/2,9
'2',5(,72¬('8&$d2
$UW$HGXFDomRFRQVWLWXLGLUHLWRGDSHVVRDFRPGH¿FLrQFLDDVVHJXUDGRVVLVWHPDHGXFDFLRQDOLQFOXVLYRHP
todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível
de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e
necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de
TXDOLGDGHjSHVVRDFRPGH¿FLrQFLDFRORFDQGRDDVDOYRGHWRGDIRUPDGHYLROrQFLDQHJOLJrQFLDHGLVFULPLQDomR
$UW,QFXPEHDRSRGHUS~EOLFRDVVHJXUDUFULDUGHVHQYROYHULPSOHPHQWDULQFHQWLYDUDFRPSDQKDUHDYDOLDU>@
,9RIHUWDGHHGXFDomRELOtQJXHHP/LEUDVFRPRSULPHLUDOtQJXDHQDPRGDOLGDGHHVFULWDGDOtQJXDSRUWXJXHVD
como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; [...]
;,,RIHUWDGHHQVLQRGD/LEUDVGR6LVWHPD%UDLOOHHGHXVRGHUHFXUVRVGHWHFQRORJLDDVVLVWLYDGHIRUPDDDPSOLDU
habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação.
%5$6,/Lei nº 13.146GHGHMXOKRGH'LVSRQtYHOHPZZZSODQDOWRJRYEU$FHVVRHPMXQ IUDJPHQWR
25
Total (em milhar)
20
15
10
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Fonte: Inep.
'LVSRQtYHOHPKWWSVHUYLFRVSUWPSWPSEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR
TEXTO IV
1R%UDVLORVVXUGRVVyFRPHoDUDPDWHUDFHVVRjHGXFDomRGXUDQWHR,PSpULRQRJRYHUQRGH'RP3HGUR,,
TXHFULRXDSULPHLUDHVFRODGHHGXFDomRGHPHQLQRVVXUGRVHPGHVHWHPEURGHQDDQWLJDFDSLWDOGR3DtV
R5LRGH-DQHLUR+RMHQROXJDUGDHVFRODIXQFLRQDR,QVWLWXWR1DFLRQDOGH(GXFDomRGH6XUGRV ,QHV 3RULVVR
a data foi escolhida como Dia do Surdo.
&RQWXGRIRLVRPHQWHHPSRUPHLRGDVDQomRGD/HLQTXHD/tQJXD%UDVLOHLUDGH6LQDLV /LEUDV IRL
UHFRQKHFLGDFRPRVHJXQGDOtQJXDR¿FLDOQR3DtV$OHJLVODomRGHWHUPLQRXWDPEpPTXHGHYHPVHUJDUDQWLGDVSRU
parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar
o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva.
'LVSRQtYHOHPZZZEUDVLOJRYEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
WHPD ³'HVD¿RV SDUD D IRUPDomR HGXFDFLRQDO GH VXUGRV QR %UDVLO´ DSUHVHQWDQGR SURSRVWD GH LQWHUYHQomR TXH
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 19
105
106
*SA0175AZ5*
PROVA ENEM 2017
2018
A utilização de determinadas variedades linguísticas
Questões de 06 a 45 em campanhas educativas tem a função de atingir o
S~EOLFRDOYR GH IRUPD PDLV GLUHWD H H¿FD] 1R FDVR
QUESTÃO 06 GHVVHWH[WRLGHQWL¿FDVHHVVDHVWUDWpJLDSHOR D
“A Declaração Universal dos Direitos Humanos está A discurso formal da língua portuguesa.
FRPSOHWDQGRDQRVHPWHPSRVGHGHVD¿RVFUHVFHQWHV B registro padrão próprio da língua escrita.
quando o ódio, a discriminação e a violência permanecem
C seleção lexical restrita à esfera da medicina.
YLYRV´GLVVHDGLUHWRUDJHUDOGD2UJDQL]DomRGDV1Do}HV
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), D ¿GHOLGDGHDRMDUJmRGDOLQJXDJHPSXEOLFLWiULD
Audrey Azoulay. E uso de marcas linguísticas típicas da oralidade.
³$R¿QDOGD6HJXQGD*XHUUD0XQGLDODKXPDQLGDGH
inteira resolveu promover a dignidade humana em todos QUESTÃO 08
os lugares e para sempre. Nesse espírito, as Nações — Famigerado? [...]
Unidas adotaram a Declaração Universal dos Direitos — Famigerado é “inóxio”, é “célebre”, “notório”, “notável”...
Humanos como um padrão comum de conquistas para — Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não
todos os povos e todas as nações”, disse Audrey.
entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de
“Centenas de milhões de mulheres e homens
são destituídos e privados de condições básicas arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?
de subsistência e de oportunidades. Movimentos — Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões
populacionais forçados geram violações aos direitos neutras, de outros usos...
HP XPD HVFDOD VHP SUHFHGHQWHV$$JHQGD SDUD — Pois... e o que é que é, em fala de pobre, linguagem
o Desenvolvimento Sustentável promete não deixar de em dia de semana?
ninguém para trás – e os direitos humanos devem ser o — Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece
alicerce para todo o progresso.” louvor, respeito...
Segundo ela, esse processo precisa começar o ROSA, G. Famigerado. In: Primeiras estórias5LRGH-DQHLUR1RYD)URQWHLUD
quanto antes nas carteiras das escolas. Diante disso, Nesse texto, a associação de vocábulos da língua
a Unesco lidera a educação em direitos humanos para portuguesa a determinados dias da semana remete ao
assegurar que todas as meninas e meninos saibam seus
A local de origem dos interlocutores.
direitos e os direitos dos outros.
'LVSRQtYHOHPKWWSVQDFRHVXQLGDVRUJ$FHVVRHPDEU DGDSWDGR B estado emocional dos interlocutores.
Defendendo a ideia de que “os direitos humanos devem C grau de coloquialidade da comunicação.
VHURDOLFHUFHSDUDWRGRRSURJUHVVR´DGLUHWRUDJHUDOGD D nível de intimidade entre os interlocutores.
8QHVFRDSRQWDFRPRHVWUDWpJLDSDUDDWLQJLUHVVH¿PD E conhecimento compartilhado na comunicação.
A LQFOXVmRGHWRGRVQD$JHQGD
B extinção da intolerância entre os indivíduos. QUESTÃO 09
C discussão desse tema desde a educação básica. Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por
D conquista de direitos para todos os povos e nações. vezes tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é
E promoção da dignidade humana em todos os lugares. isso o que acontece nas redes sociais: a democracia
racial apregoada por Gilberto Freyre passa ao largo
QUESTÃO 07 do que acontece diariamente nas comunidades
virtuais do país. Levantamento inédito realizado pelo
projeto Comunica que Muda [...] mostra em números
a intolerância do internauta tupiniquim. Entre abril e
junho, um algoritmo vasculhou plataformas [...] atrás
de mensagens e textos sobre temas sensíveis, como
racismo, posicionamento político e homofobia. Foram
LGHQWLILFDGDVPHQo}HVVHQGRGHODVFRP
abordagem negativa, de exposição do preconceito e
da discriminação.
'LVSRQtYHOHPKWWSVRJORERJORERFRP$FHVVRHPGH] DGDSWDGR
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
107
QUESTÃO 10 TEXTO II
Quebranto A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a
às vezes sou o policial que me suspeito H[SHULPHQWDo}HVWmRYDULDGDVTXHVXDLQÀXrQFLDHVWHQGHVH
me peço documentos aos dias de hoje. Se na arte atual as possibilidades de
e mesmo de posse deles LQYHVWLJDomR GR FRUSR SDUHFHP LOLPLWDGDV ± SRGHVH
me prendo e me dou porrada escolher entre representar, apresentar, ou ainda apenas
às vezes sou o porteiro evocar o corpo – isso ocorre graças ao legado dos artistas
não me deixando entrar em mim mesmo pioneiros.
a não ser SILVA, P. R. &RUSRQDDUWHERG\DUWERG\PRGL¿FDWLRQ: fronteiras. II Encontro de História
pela porta de serviço GD$UWH,)&+8QLFDPS DGDSWDGR
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
108
QUESTÃO 13 QUESTÃO 14
TEXTO I No tradicional concurso de miss, as candidatas
apresentaram dados de feminicídio, abuso sexual e
estupro no país.
No lugar das medidas de altura, peso, busto, cintura
e quadril, dados da violência contra as mulheres no Peru.
)RL DVVLP TXH DV FDQGLGDWDV DR Miss 3HUX
protestaram contra os altos índices de feminicídio e abuso
VH[XDOQRSDtVQRWUDGLFLRQDOGHV¿OHHPWUDMHVGHEDQKR
O tom político, porém, marcou a atração desde
o começo: logo no início, quando as peruanas se
apresentaram, uma a uma, denunciaram os abusos morais
e físicos, a exploração sexual, o assédio, entre outros
crimes contra as mulheres.
'LVSRQtYHOHPZZZFDUWDFDSLWDOFRPEU$FHVVRHPQRY
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
109
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
110
QUESTÃO 19
%5$1&2$'LVSRQtYHOHPZZZRHVTXHPDFRPEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR
$ LQWHUQHW SURSRUFLRQRX R VXUJLPHQWR GH QRYRV SDUDGLJPDV VRFLDLV H LPSXOVLRQRX D PRGL¿FDomR GH RXWURV Mi
estabelecidos nas esferas da comunicação e da informação. A principal consequência criticada na tirinha sobre esse
processo é a
A criação de memes.
B ampliação da blogosfera.
C supremacia das ideias cibernéticas.
D comercialização de pontos de vista.
E banalização do comércio eletrônico.
QUESTÃO 20
Vó Clarissa deixou cair os talheres no prato, fazendo a porcelana estalar. Joaquim, meu primo, continuava com
o queixo suspenso, batendo com o garfo nos lábios, esperando a resposta. Beatriz ecoou a palavra como pergunta,
³RTXHpOpVELFD"´(X¿TXHLPXGD-RDTXLPVDELDVREUHPLPHPHHQWUHJDULDSDUDDYyHPDLVWDUGHSDUDWRGD
a família. Senti um calor letal subir pelo meu pescoço e me doer atrás das orelhas. Previ a cena: vó, a senhora é
lésbica? Porque a Joana é. A vergonha estava na minha cara e me denunciava antes mesmo da delação. Apertei os
olhos e contraí o peito, esperando o tiro. [...]
[...] Pensei na naturalidade com que Taís e eu levávamos a nossa história. Pensei na minha insegurança de
contar isso à minha família, pensei em todos os colegas e professores que já sabiam, fechei os olhos e vi a boca da
minha vó e a boca da tia Carolina se tocando, apesar de todos os impedimentos. Eu quis saber mais, eu quis saber
tudo, mas não consegui perguntar.
POLESSO, N. B. Vó, a senhora é lésbica? Amora3RUWR$OHJUH1mR(GLWRUD IUDJPHQWR
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
111
QUESTÃO 21 QUESTÃO 23
Ó Pátria amada, O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter
Idolatrada, YLGURV HP FDL[DV HWLTXHWiODV VHOiODV HQYROYrODV HP
Salve! Salve! papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto,
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado, VHSDUiODVHPG~]LDV(UDIDVWLGLRVR3DUDSDVVDUPDLV
(GLJDRYHUGHORXURGHVVDÀkPXOD rapidamente as oito horas havia o remédio: conversar.
— “Paz no futuro e glória no passado.” Era proibido, mas quem ia atrás de proibições? O patrão
Mas, se ergues da justiça a clava forte, vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o
9HUiVTXHXP¿OKRWHXQmRIRJHjOXWD ELFR DSOLFDYDPVH DR WUDEDOKR 0DO YLUDYDP DV FRVWDV
Nem teme, quem te adora, a própria morte. voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as línguas
Terra adorada, não paravam. Nessas conversas intermináveis, de
Entre outras mil,
linguagem solta e assuntos crus, Leniza se completou.
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda – foram mestras.
'RV¿OKRVGHVWHVRORpVPmHJHQWLO O mundo acabou de se desvendar. Leniza perdeu o tom
Pátria amada, Brasil! ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo
Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque Estrada.
Música: Francisco Manuel da Silva (fragmento).
que convida, um quebrar de olhos que promete tudo, à
WRD JUDWXLWDPHQWH 0RGL¿FRXVH R WLPEUH GH VXD YR]
2 XVR GD QRUPDSDGUmR QD OHWUD GR Hino Nacional do Ficou mais quente. A própria inteligência se transformou.
Brasil pMXVWL¿FDGRSRUWUDWDUVHGHXP D 7RUQRXVHPDLVDJXGDPDLVWUHSLGDQWH
A reverência de um povo a seu país. REBELO, M. A estrela sobe5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
B gênero solene de característica protocolar. O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que
C canção concebida sem interferência da oralidade. espelham o Rio de Janeiro daquela década. No fragmento,
D escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa. o narrador delineia esse contexto centrado no
E artefato cultural respeitado por todo o povo brasileiro. A julgamento da mulher fora do espaço doméstico.
QUESTÃO 22 B relato sobre as condições de trabalho no Estado Novo.
C destaque a grupos populares na condição de
protagonistas.
D processo de inclusão do palavrão nos hábitos de
linguagem.
E vínculo entre as transformações urbanas e os papéis
femininos.
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
112
QUESTÃO 24 QUESTÃO 25
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
113
QUESTÃO 26 1RWtWXORSURSRVWRSDUDHVVHWH[WRGHGLYXOJDomRFLHQWt¿FD
Tanto os Jogos Olímpicos quanto os Paralímpicos são ao dissociar os elementos da expressão Big Bang, a
mais que uma corrida por recordes, medalhas e busca autora revela a intenção de
GD H[FHOrQFLD 3RU WUiV GHOHV HVWi D ¿ORVR¿D GR EDUmR A evidenciar a descoberta recente que comprova a
Pierre de Coubertin, fundador do Movimento Olímpico. explosão de matéria e energia.
Como educador, ele viu nos Jogos a oportunidade para
que os povos desenvolvessem valores, que poderiam ser B resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe
aplicados não somente ao esporte, mas à educação e à evidências para a teoria do Big Bang.
sociedade. Existem atualmente sete valores associados C sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de
aos Jogos. Os valores olímpicos são: a amizade, a matéria e energia substitui a teoria da explosão.
excelência e o respeito, enquanto os valores paralímpicos D GHVWDFDUDH[SHULrQFLDTXHFRQ¿UPDXPDLQYHVWLJDomR
são: a determinação, a coragem, a igualdade e a inspiração.
MIRAGAYA, A. Valores para toda a vida. Disponível em: www.esporteessencial.com.br.
anterior sobre a teoria de matéria e energia.
$FHVVRHPDJR DGDSWDGR
E condensar a conclusão de que a explosão de matéria
No contexto das aulas de Educação Física escolar, os e energia ocorre em um ponto microscópico.
YDORUHVROtPSLFRVHSDUDOtPSLFRVSRGHPVHULGHQWL¿FDGRV
quando o colega QUESTÃO 28
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
114
QUESTÃO 29 QUESTÃO 30
TEXTO I Eu sobrevivi do nada, do nada
Eu não existia
Também chamados impressões ou imagens Não tinha uma existência
IRWRJUDPiWLFDV>@RVIRWRJUDPDVVmRQXPDGH¿QLomR Não tinha uma matéria
genérica, imagens realizadas sem a utilização da câmera Comecei existir com quinhentos milhões
IRWRJUi¿FDSRUFRQWDWRGLUHWRGHXPREMHWRRXPDWHULDO e quinhentos mil anos
com uma superfície fotossensível exposta a uma fonte Logo de uma vez, já velha
GHOX](VVDWpFQLFDTXHQDVFHXMXQWRFRPDIRWRJUD¿DH Eu não nasci criança, nasci já velha
serviu de modelo a muitas discussões sobre a ontologia Depois é que eu virei criança
E agora continuei velha
GDLPDJHPIRWRJUi¿FDIRLSURIXQGDPHQWHWUDQVIRUPDGD
Me transformei novamente numa velha
pelos artistas da vanguarda, nas primeiras décadas do
Voltei ao que eu era, uma velha
século XX. Representou mesmo, ao lado das colagens,
PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org.). Reino dos bichos e dos animais é meu nome.
fotomontagens e outros procedimentos técnicos, a 5LRGH-DQHLUR$]RXJXH
LQFRUSRUDomR GH¿QLWLYD GD IRWRJUD¿D j DUWH PRGHUQD H Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade da
VHXGLVWDQFLDPHQWRGDUHSUHVHQWDomR¿JXUDWLYD H[SUHVVmROtULFDPDQLIHVWDVHQD
COLUCCI, M. B. Impressões fotogramáticas e vanguardas: as experiências de Man Ray.
StudiumQ A representação da infância, redimensionada no
resgate da memória.
TEXTO II
B associação de imagens desconexas, articuladas por
uma fala delirante.
C H[SUHVVmR DXWRELRJUi¿FD IXQGDGD QR UHODWR GH
experiências de alteridade.
D incorporação de elementos fantásticos, explicitada
por versos incoerentes.
E transgressão à razão, ecoada na desconstrução de
referências temporais.
QUESTÃO 31
A história do futebol é uma triste viagem do prazer
ao dever. [...] O jogo se transformou em espetáculo, com
poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para
olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios
mais lucrativos do mundo, que não é organizado para
ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia
GR HVSRUWH SUR¿VVLRQDO IRL LPSRQGR XP IXWHERO GH SXUD
YHORFLGDGHHPXLWDIRUoDTXHUHQXQFLDjDOHJULDDWUR¿DD
RAY, M. Rayograph[FP020$1RYD<RUN
fantasia e proíbe a ousadia. Por sorte ainda aparece nos
'LVSRQtYHOHPZZZPRPDRUJ$FHVVRHPDEU DGDSWDGR campos, [...] algum atrevido que sai do roteiro e comete
o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além
No fotograma de Man Ray, o “distanciamento da
do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer
UHSUHVHQWDomR ¿JXUDWLYD´ D TXH VH UHIHUH R 7H[WR ,
do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade.
PDQLIHVWDVHQD GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra3RUWR$OHJUH/ 303RFNHWV DGDSWDGR
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
115
QUESTÃO 32 QUESTÃO 33
A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma
narradora mórbida, surpreendentemente simpática.
Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa,
D 0RUWH DIHLoRDVH j PHQLQD H UDVWUHLD VXDV SHJDGDV
de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe
comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o
irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde
XP FDVDO VH GLVS}H D DGRWiORV SRU GLQKHLUR 2 JDURWR
morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa
cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a
menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo
com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
A vida ao redor é a pseudorrealidade criada em
torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste
à eufórica celebração do aniversário do Führer pela
vizinhança. A Morte, perplexa diante da violência
humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste
duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do
mundo adulto, um sucesso absoluto – e raro – de crítica
e público.
'LVSRQtYHOHPZZZRGHYRUDGRUGHOLYURVFRP$FHVVRHPMXQ
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
116
QUESTÃO 34 QUESTÃO 35
TEXTO I o que será que ela quer
essa mulher de vermelho
alguma coisa ela quer
pra ter posto esse vestido
não pode ser apenas
uma escolha casual
podia ser um amarelo
verde ou talvez azul
mas ela escolheu vermelho
ela sabe o que ela quer
e ela escolheu vestido
e ela é uma mulher
então com base nesses fatos
HXMiSRVVRD¿UPDU
que conheço o seu desejo
caro watson, elementar:
o que ela quer sou euzinho
sou euzinho o que ela quer
só pode ser euzinho
GRIMBERG, N. Estrutura vertical dupla. o que mais podia ser
FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho.6mR3DXOR&RVDF1DLI\
'LVSRQtYHOHPZZZQRUPDJULPEHUJFRPEU$FHVVRHPGH]
QUESTÃO 36
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
117
QUESTÃO 37 QUESTÃO 38
“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” &HUWD YH] PLQKD PmH VXUURXPH FRP XPD FRUGD
utilizado por gays e travestis nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas.
0RtGR YLUDQGR D FDEHoD FRP GL¿FXOGDGH HX GLVWLQJXLD
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por QDV FRVWHODV JUDQGHV ODQKRV YHUPHOKRV 'HLWDUDPPH
travestis e ganhou a comunidade HQURODUDPPH HP SDQRV PROKDGRV FRP iJXD GH VDO
– e houve uma discussão na família. Minha avó, que
³1KDtDPDS{1mRIDoDDORNDHSDJXHPHXDFXp
QRV YLVLWDYD FRQGHQRX R SURFHGLPHQWR GD ¿OKD H HVWD
deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu DÀLJLXVH ,UULWDGD IHULUDPH j WRD VHP TXHUHU 1mR
as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.
alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos gays RAMOS, G. Infância5LRGH-DQHLUR5HFRUG
e travestis.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes a progressão temática. No fragmento, esse processo é
PDLVIRUPDLVXPDGYRJDGRD¿UPD³eFODURTXHHXQmR indicado pela
vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas
QD¿UPDFRPPHXVFROHJDVGHWUDEDOKRHXIDORGHµDFXp¶ A alternância das pessoas do discurso que determinam
o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de o foco narrativo.
falar outras palavras porque hoje o pessoal já entende, B utilização de formas verbais que marcam tempos
né? Tá na internet, tem até dicionário...”, comenta. narrativos variados.
C indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a
os eventos narrados.
GLFLRQiULD GD OtQJXD D¿DGD ODQoDGR QR DQR GH H
escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, D justaposição de frases que relacionam semanticamente
os acontecimentos narrados.
Ki PDLV GH YHUEHWHV UHYHODQGR R VLJQL¿FDGR GDV
palavras do pajubá. E recorrência de expressões adverbiais que organizam
temporalmente a narrativa.
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu,
PDV VDEHVH TXH Ki FODUDPHQWH XPD UHODomR HQWUH R QUESTÃO 39
pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda
na época do Brasil colonial.
'LVSRQtYHOHPZZZPLGLDPD[FRPEU$FHVVRHPDEU DGDSWDGR
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
118
3XEOLFDGRHPRWH[WRFRPSDUWLOKDFRPRXWUDVREUDV
da literatura brasileira escritas no período as marcas do
contexto em que foi produzido, como a
A referência à censura e à opressão para alegorizar
a falta de liberdade de expressão característica
da época.
B valorização de situações do cotidiano para atenuar
os sentimentos de revolta em relação ao governo
instituído.
C utilização de metáforas e ironias para expressar um
olhar crítico em relação à situação social e política
do país.
D tendência realista para documentar com
verossimilhança o drama da população brasileira
durante o Regime Militar.
E sobreposição das manifestações populares pelo
'LVSRQtYHOHPZZZVXOFRPEU$FHVVRHPGH] DGDSWDGR
GLVFXUVR R¿FLDO SDUD GHVWDFDU R DXWRULWDULVPR GR
momento histórico.
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
119
/&GLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD
120
Gabarito 2018
Azul
LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 B B 46 C
2 B B 47 A
3 D C 48 C
4 E D 49 D
5 C B 50 D
6 C 51 B
7 E 52 D
8 C 53 D
9 B 54 E
10 A 55 C
11 B 56 C
12 D 57 E
13 B 58 D
14 E 59 E
15 D 60 E
16 A 61 E
17 C 62 B
18 D 63 C
19 D 64 E
20 B 65 A
21 B 66 E
22 B 67 E
23 E 68 C
24 A 69 B
25 D 70 B
26 E 71 E
27 C 72 B
28 A 73 E
29 C 74 D
30 E 75 B
31 D 76 E
32 B 77 D
33 E 78 E
34 B 79 C
35 A 80 B
36 B 81 E
37 C 82 B
38 B 83 D
39 E 84 C
40 A 85 A
41 E 86 A
42 C 87 B
43 A 88 C
44 D 89 D
45 A 90 E
121
Questão 07
Questões de 06 a 45 Um amor desse
Questão 06 Era 24 horas lado a lado
PALAVRAS
Um radar na pele, aquele sentimento alucinado
Coração batia acelerado
TÊM PODER
Que era hora de me entregar pra você
Palavras não faziam falta mais
Ah, só de lembrar do seu perfume
Palavras informam, libertam, destroem preconceitos. Que arrepio, que calafrio
Palavras desinformam, aprisionam e criam preconceitos.
Que o meu corpo sente
Liberdade de expressão. A escolha é sua. Nem que eu queira, eu te apago da minha mente
A responsabilidade, também.
A liberdade de expressão é uma conquista Ah, esse amor
inquestionável. O que todos precisam saber é Deixou marcas no meu corpo
que liberdade traz responsabilidades. Publicar Ah, esse amor
informações e mensagens sensacionalistas, Só de pensar, eu grito, eu quase morro
explorar imagens mórbidas, desrespeitar os
AZEVEDO, N.; LEÃO, W.; QUADROS, R. Coração pede socorro.
Direitos Humanos e estimular o preconceito e a Rio de Janeiro: Som Livre, 2018 (fragmento).
violência são atos de desrespeito à lei.
Essa letra de canção foi composta especialmente
Para promover a liberdade de expressão com
para uma campanha de combate à violência contra
responsabilidade, o Ministério Público de
Pernambuco se une a vários parceiros nesta as mulheres, buscando conscientizá-las acerca do
ação educativa. Colabore. Caso veja alguma limite entre relacionamento amoroso e relacionamento
mensagem que desrespeite os seus direitos, abusivo. Para tanto, a estratégia empregada na letra é a
denuncie.
0800 281 9455 - Ministério Público de Pernambuco
A revelação da submissão da mulher à situação de
violência, que muitas vezes a leva à morte.
Disponível em: http://palavrastempoder.org. Acesso em: 20 abr. 2015.
B ênfase na necessidade de se ouvirem os apelos da
Pela análise do conteúdo, constata-se que essa
mulher agredida, que continuamente pede socorro.
campanha publicitária tem como função social
C exploração de situação de duplo sentido, que mostra
A propagar a imagem positiva do Ministério Público.
que atos de dominação e violência não configuram
B conscientizar a população que direitos amor.
implicam deveres.
D divulgação da importância de denunciar a violência
C coibir violações de direitos humanos nos meios
doméstica, que atinge um grande número de
de comunicação.
mulheres no país.
D divulgar políticas sociais que combatem a intolerância
e o preconceito. E naturalização de situações opressivas, que fazem
E instruir as pessoas sobre a forma correta de parte da vida de mulheres que vivem em uma
expressão nas redes sociais. sociedade patriarcal.
122
*SA0175AZ6*
Questão 08 Questão 09
Meu caro Sherlock Holmes, algo horrível aconteceu Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar?
às três da manhã no Jardim Lauriston. Nosso homem
que estava na vigia viu uma luz às duas da manhã No caso do esporte, a mediação efetuada pela
saindo de uma casa vazia. Quando se aproximou, câmera de TV construiu uma nova modalidade de
encontrou a porta aberta e, na sala da frente, o corpo consumo: o esporte telespetáculo, realidade textual
de um cavalheiro bem vestido. Os cartões que estavam relativamente autônoma face à prática “real” do esporte,
em seu bolso tinham o nome de Enoch J. Drebber, construída pela codificação e mediação dos eventos
Cleveland, Ohio, EUA. Não houve assalto e nosso esportivos efetuados pelo enquadramento, edição das
homem não conseguiu encontrar algo que indicasse imagens e comentários, interpretando para o espectador
como ele morreu. Não havia marcas de sangue, nem o que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar
feridas nele. Não sabemos como ele entrou na casa a forma em relação ao conteúdo, e para tal faz uso
vazia. Na verdade, todo assunto é um quebra-cabeça privilegiado da linguagem audiovisual com ênfase na
sem fim. Se puder vir até a casa seria ótimo, se não, imagem cujas possibilidades são levadas cada vez mais
eu lhe conto os detalhes e gostaria muito de saber sua adiante, em decorrência dos avanços tecnológicos.
opinião. Atenciosamente, Tobias Gregson. Por outro lado, a narração esportiva propõe uma
concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço
DOYLE, A. C. Um estudo em vermelho. Cotia: Pé de Letra, 2017.
máximo, busca da vitória, dinheiro... O preço que se
Considerando o objetivo da carta de Tobias Gregson, paga por sua espetacularização é a fragmentação do
a sequência de enunciados negativos presente nesse fenômeno esportivo. A experiência global do ser-atleta é
texto tem a função de modificada: a sociabilização no confronto e a ludicidade
não são vivências privilegiadas no enfoque das
A restringir a investigação, deixando-a sob a mídias, mas as eventuais manifestações de violência,
responsabilidade do autor da carta. em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e
B refutar possíveis causas da morte do cavalheiro, reexibidas em todo o mundo.
auxiliando na investigação. BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado).
C identificar o local da cena do crime, localizando-o no
A reflexão trazida pelo texto, que aborda o esporte
Jardim Lauriston.
telespetáculo, está fundamentada na
D introduzir o destinatário da carta, caracterizando sua
personalidade. A distorção da experiência do ser-atleta para os
E apresentar o vigia, incluindo-o entre os suspeitos do espectadores.
assassinato. B interpretação dos espectadores sobre o conteúdo
transmitido.
C utilização de equipamentos audiovisuais de última
geração.
D valorização de uma visão ampliada do esporte.
E equiparação entre a forma e o conteúdo.
123
*SA0175AZ7*
Questão 10
Essa campanha se destaca pela maneira como utiliza a linguagem para conscientizar a sociedade da necessidade
de se acabar com o bullying. Tal estratégia está centrada no(a)
Questão 11
Esporte e cultura: análise acerca da esportivização de práticas corporais nos jogos indígenas
Nos Jogos dos Povos Indígenas, observa-se que as práticas corporais realizadas envolvem elementos
tradicionais (como as pinturas e adornos corporais) e modernos (como a regulamentação, a fiscalização e a
padronização). O arco e flecha e a lança, por exemplo, são instrumentos tradicionalmente utilizados para a caça e a
defesa da comunidade na aldeia. Na ocasião do evento, esses artefatos foram produzidos pela própria etnia, porém
sua estruturação como “modalidade esportiva” promoveu uma semelhança entre as técnicas apresentadas, com o
sentido único da competição.
ALMEIDA, A. J. M.; SUASSUNA, D. M. F. A. Pensar a prática, n. 1, jan.-abr. 2010 (adaptado).
A relação entre os elementos tradicionais e modernos nos Jogos dos Povos Indígenas desencadeou a
124
*SA0175AZ8*
Questão 13
HELOÍSA: Faz versos?
PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos...
Sonetos... Reclames.
HELOÍSA: Futuristas?
PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista.
Cheguei a acreditar na independência... Mas foi
uma tragédia! Começaram a me tratar de maluco.
A me olhar de esguelha. A não me receber mais.
As crianças choravam em casa. Tenho três filhos.
No jornal também não pagavam, devido à crise.
Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei
JU LOYOLA. The promise of happiness. aquele instrumento (Mostra a faca) e fiquei passadista.
LOYOLA, J. Disponível em: http://ladyscomics.com.br. ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003.
Acesso em: 8 dez. 2018 (adaptado). O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade
ironiza a reação da sociedade brasileira dos anos 1930
TEXTO II diante de determinada vanguarda europeia. Nessa
visão, atribui-se ao público leitor uma postura
Quadrinista surda faz sucesso na CCXP
A preconceituosa, ao evitar formas poéticas
com narrativas silenciosas
simplificadas.
A área de artistas independentes da Comic Con B conservadora, ao optar por modelos consagrados.
Experience (CCXP) deste ano é a maior da história do C preciosista, ao preferir modelos literários eruditos.
evento geek, são mais de 450 quadrinistas e ilustradores D nacionalista, ao negar modelos estrangeiros.
no Artistsꞌ Alley. E eclética, ao aceitar diversos estilos poéticos.
125
*SA0175AZ9*
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*SA0175AZ10*
Questão 17
127
*SA0175AZ11*
128
*SA0175AZ12*
Questão 22 Questão 24
Uma ouriça Blues da piedade
Se o de longe esboça lhe chegar perto,
se fecha (convexo integral de esfera), Vamos pedir piedade
se eriça (bélica e multiespinhenta): Senhor, piedade
e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
Mas não passiva (como ouriço na loca); Pra essa gente careta e covarde
nem só defensiva (como se eriça o gato); Vamos pedir piedade
sim agressiva (como jamais o ouriço),
Senhor, piedade
do agressivo capaz de bote, de salto
(não do salto para trás, como o gato): Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
daquele capaz de salto para o assalto.
CAZUZA. Cazuza: o poeta não morreu. Rio de Janeiro:
Se o de longe lhe chega em (de longe), Universal Music, 2000 (fragmento).
de esfera aos espinhos, ela se desouriça.
Reconverte: o metal hermético e armado Todo gênero apresenta elementos constitutivos que
na carne de antes (côncava e propícia), condicionam seu uso em sociedade. A letra de canção
e as molas felinas (para o assalto), identifica-se com o gênero ladainha, essencialmente,
nas molas em espiral (para o abraço). pela utilização da sequência textual
MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997. A expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico
que metaforiza a atitude feminina de B narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
A tenacidade transformada em brandura. C injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
B obstinação traduzida em isolamento. D descritiva, por enumerar características de
C inércia provocada pelo desejo platônico. um personagem.
D irreverência cultivada de forma cautelosa. E argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada
E desconfiança consumada pela intolerância. de atitude.
Questão 23
Questão 25
Disponível em: www.acnur.org. Acesso em: 11 dez. 2018. A notícia relata um evento cultural que marca a
Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao
texto verbal tem o objetivo de A primazia do samba sobre a música nordestina.
A criticar as difíceis condições de vida dos refugiados. B inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros.
B revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados. C valorização das origens oligárquicas da cultura
C incentivar a campanha de doações para nordestina.
os refugiados. D proposta de resgate de antigos gêneros musicais
D denunciar a situação de carência vivida brasileiros.
pelos refugiados.
E simbolizar a necessidade de adesão à causa E criatividade em compor um samba-enredo em
dos refugiados. homenagem a uma pessoa.
129
*SA0175AZ13*
Questão 26
TEXTO I
O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil
denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o País.
Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos
mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode refletir uma onda crescente de violência na sociedade e
dentro das próprias famílias.
Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil
está ficando para trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece (tendência mundial) sem estar
preparado para arcar com os desafios, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e
dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes.
Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado).
TEXTO II
Questão 27
A educação para a saúde pressupõe a adoção de comportamentos com base na interação de fatores relacionados à
A adesão a programas de lazer.
B opção por dietas balanceadas.
C constituição de hábitos saudáveis.
D evasão de ambientes estressores.
E realização de atividades físicas regulares.
130
*SA0175AZ14*
Questão 28 Questão 30
Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira TEXTO I
coisa a aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões
e dos cachalotes, antes de Portugal invadir, antes do Estratos
Getúlio Vargas mandar construir casas populares. Na passagem de uma língua para outra, algo
O bairro do Queím, onde nasci e cresci, é um deles. sempre permanece, mesmo que não haja ninguém
Aconchegado entre o Engenho Novo e Andaraí, foi feito para se lembrar desse algo. Pois um idioma retém
daquela argila primordial, que se aglutinou em diversos em si mais memórias que os seus falantes e, como
formatos: cães soltos, moscas e morros, uma estação uma chapa mineral marcada por camadas de uma
de trem, amendoeiras e barracos e sobrados, botecos história mais antiga do que aquela dos seres viventes,
e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do
inevitavelmente carrega em si a impressão das eras
bicho e um terreno enorme reservado para o cemitério.
pelas quais passou. Se as “línguas são arquivos da
Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente.
Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que história”, elas carecem de livros de registro e catálogos.
o homem não teve escolha a não ser passar a existir, Aquilo que contêm pode apenas ser consultado em
para varrê-las. À tardinha, sentar na varanda das casas parte, fornecendo ao pesquisador menos os elementos
e reclamar da pobreza, falar mal dos outros e olhar para de uma biografia do que um estudo geológico de uma
as calçadas encardidas de sol, os ônibus da volta do sedimentação realizada em um período sem começo ou
trabalho sujando tudo de novo. sem fim definido.
HERINGER, V. O amor dos homens avulsos. HELLER-ROAZEN, D. Ecolalias: sobre o esquecimento das línguas.
São Paulo: Cia. das Letras, 2016. Campinas: Unicamp, 2010.
131
*SA0175AZ15*
132
*SA0175AZ16*
Questão 34 Questão 36
Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba TEXTO I
eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano de
acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram essa
estrutura. No princípio dessa civilização o ano tinha dez
meses e começava por Martius (atual março). Os outros
dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio,
o segundo rei de Roma.
Até Júlio César reformar o calendário local, os
meses eram lunares, mas as festas em homenagem
aos deuses permaneciam designadas pelas estações.
O descompasso de dez dias por ano fazia com
que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o
Intercalaris, tivesse que ser enxertado. Com a ajuda de
matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio
César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte
calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis,
Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October,
November e December. Quase igual ao nosso, com as Fotografia de Jackson Pollock pintando em seu ateliê,
diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem aos realizada por Hans Namuth em 1951.
meses de julho e agosto. CHIPP, H. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br. TEXTO II
Acesso em: 8 dez. 2018.
Questão 35
No Brasil, a disseminação de uma expectativa de
corpo com base na estética da magreza é bastante grande
e apresenta uma enorme repercussão, especialmente,
se considerada do ponto de vista da realização pessoal. MUNIZ, V. Action Photo (segundo Hans Namuth em Pictures
Em pesquisa feita na cidade de São Paulo, aparecem os in Chocolate). Impressão fotográfica, 152,4 cm x 121,92 cm,
percentuais de 90% entre as mulheres pesquisadas que The Museum of Modern Art, Nova Iorque, 1977.
se dizem preocupadas com seu peso corporal, sendo
NEVES, A. História da arte 4. Vitória: Ufes – Nead, 2011.
que 95% se sentem insatisfeitas com “seu próprio corpo”.
SILVA, A. M. Corpo, ciência e mercado: reflexões acerca da gestação Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa
de um novo arquétipo da felicidade. Campinas: Autores Associados; obra de Vick Muniz reproduz a célebre fotografia do
Florianópolis: UFSC, 2001.
processo de criação de Jackson Pollock. A originalidade
A preocupação excessiva com o “peso” corporal pode dessa releitura reside na
provocar o desenvolvimento de distúrbios associados
diretamente à imagem do corpo, tais como A apropriação parodística das técnicas e
materiais utilizados.
A anorexia e bulimia.
B ortorexia e vigorexia. B reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte.
C ansiedade e depressão. C simplificação dos traços da composição pictórica.
D sobrepeso e fobia social. D contraposição de linguagens artísticas distintas.
E sedentarismo e obesidade. E crítica ao advento do abstracionismo.
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*SA0175AZ17*
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Questão 8 Questão 10
Slam do Corpo é um encontro pensado para surdos O ouro do século 21
e ouvintes, existente desde 2014, em São Paulo. Uma Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário,
iniciativa pioneira do grupo Corposinalizante, criado em térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes
2008. (Antes de seguirmos, vale a explicação: o termo esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação
slam vem do inglês e significa — numa nova acepção de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas
para o verbo geralmente utilizado para dizer “bater com lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio.
força” — a “poesia falada nos ritmos das palavras e da Mas esses 17 metais, chamados de terras-raras, fazem
cidade”). Nos saraus, o primeiro objetivo foi o de botar parte da vida de quase todos os humanos do planeta.
os poemas em Libras na roda, colocar os surdos para Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do
circular e entender esse encontro entre a poesia e a língua futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais
de sinais, compreender o encontro dessas duas línguas. usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores,
Poemas de autoria própria, três minutos, um microfone. tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e
Sem figurino, nem adereços, nem acompanhamento até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil,
musical. O que vale é modular a voz e o corpo, um dono da segunda maior reserva do mundo desses metais,
trabalho artesanal de tornar a palavra “visível”, numa parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar
arena cujo objetivo maior é o de emocionar a plateia, tirar em retomar sua exploração.
o público da passividade, seja pelo humor, horror, caos, SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br.
doçura e outras tantas sensações. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).
NOVELLI, G. Poesia incorporada. Revista Continente, n. 189, set. 2016 (adaptado). As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas
Na prática artística mencionada no texto, o corpo assume intencionalmente pelo autor do texto para
papel de destaque ao articular diferentes linguagens com A imprimir um tom irônico à reportagem.
o intuito de B incorporar citações de especialistas à reportagem.
A imprimir ritmo e visibilidade à expressão poética. C atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
B redefinir o espaço de circulação da poesia urbana. D esclarecer termos científicos empregados na
C estimular produções autorais de usuários de Libras. reportagem.
D traduzir expressões verbais para a língua de sinais. E marcar a apropriação de termos de outra ciência pela
E proporcionar performances estéticas de pessoas reportagem.
surdas. Questão 11
Questão 9 Na sua imaginação perturbada sentia a natureza toda
É possível afirmar que muitas expressões idiomáticas agitando-se para sufocá-la. Aumentavam as sombras. No
transmitidas pela cultura regional possuem autores céu, nuvens colossais e túmidas rolavam para o abismo do
anônimos, no entanto, algumas delas surgiram em horizonte... Na várzea, ao clarão indeciso do crepúsculo,
consequência de contextos históricos bem curiosos. os seres tomavam ares de monstros... As montanhas,
“Aquele é um cabra da peste” é um bom exemplo dessas subindo ameaçadoras da terra, perfilavam-se tenebrosas...
construções. Os caminhos, espreguiçando-se sobre os campos,
animavam-se quais serpentes infinitas... As árvores soltas
Para compreender essa expressão tão repetida no
choravam ao vento, como carpideiras fantásticas da
Nordeste brasileiro, faz-se necessário voltar o olhar para o
natureza morta... Os aflitivos pássaros noturnos gemiam
século 16. “Cabra” remete à forma com que os navegadores
agouros com pios fúnebres. Maria quis fugir, mas os
portugueses chamavam os índios. Já “peste” estaria ligada
membros cansados não acudiam aos ímpetos do medo
à questão da superação e resistência, ou mesmo uma
e deixavam-na prostrada em uma angústia desesperada.
associação com o diabo. Assim, com o passar dos anos, ARANHA, J. P. G. Canaã. São Paulo: Ática, 1997.
passou-se a utilizar tal expressão para denominar qualquer
indivíduo que se mostre corajoso, ou mesmo insolente, já No trecho, o narrador mobiliza recursos de linguagem que
que a expressão pode ter caráter positivo ou negativo. Aliás, geram uma expressividade centrada na percepção da
quem já não ficou de “nhe-nhe-nhém” por aí? O termo, que A relação entre a natureza opressiva e o desejo de
normalmente tem significado de conversa interminável, libertação da personagem.
monótona ou resmungo, tem origem no tupi-guarani e
“nhém” significa “falar”.
B confluência entre o estado emocional da personagem
Disponível em: http://leiturasdahistoria.uol.com.br. Acesso em: 13 dez. 2017. e a configuração da paisagem.
A leitura do texto permite ao leitor entrar em contato com C prevalência do mundo natural em relação à fragilidade
A registros do inventário do português brasileiro. humana.
B justificativas da variedade linguística do país. D depreciação do sentido da vida diante da consciência
C influências da fala do nordestino no uso da língua. da morte iminente.
D explorações do falar de um grupo social específico. E instabilidade psicológica da personagem face à
E representações da mudança linguística do português. realidade hostil.
139
140
Questão 15 Questão 16
O suor para estar em competições nacionais e
Fomos falar com o tal encarregado, depois com um
internacionais de alto nível é o mesmo para homens e
mulheres, mas não raramente as remunerações são engenheiro, depois com um supervisor que mandou
menores para elas. Se no tênis, um dos esportes mais chamar um engenheiro da nossa companhia. Esses
equânimes em termos de gênero, todos os principais homens são da sua companhia, engenheiro, ele falou,
torneios oferecem prêmios idênticos nas disputas estão pedindo a conta. A companhia está empenhada
femininas e masculinas, no futebol a desigualdade atinge nessa ponte, gente, falou o engenheiro, vocês não
seu ápice. Neymar e Marta são dois expoentes dessa
podem sair assim sem mais nem menos. Tinha uma
paixão nacional. Ela já foi eleita cinco vezes a melhor
serra circular cortando uns caibros ali perto, então
jogadora do mundo pela Fifa. Ele conquistou o terceiro
lugar na última votação para melhor do mundo. Mas é na só dava pra falar quando a serra parava, e aquilo foi
conta bancária que a diferença entre os dois se sobressai. dando nos nervos.
Falei que a gente tinha o direito de sair quando a
gente quisesse, e pronto. Nisso encostou um sujeito
de paletó mas sem gravata, o engenheiro continuou
falando e a serra cortando. Quando ele parou de falar,
50 Volts aproveitou uma parada da serra e falou que
a gente não era bicho pra trabalhar daquele jeito; daí
o supervisor falou que, se era falta de mulher, eles
davam um jeito. O engenheiro falou que tinha mais
de vinte companhias trabalhando na ponte, a maioria
com prejuízo, porque era mais uma questão de honra,
a gente tinha de acabar a ponte, a nossa companhia
nunca ia esquecer nosso trabalho ali naquela ponte,
um orgulho nacional.
PELLEGRINI, D. A maior ponte do mundo. In:
Melhores contos. São Paulo: Global, 2005.
Disponível em: http://apublica.org. Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado). As reivindicações dos operários, quanto às condições
aviltantes de trabalho a que são submetidos, recebem
O esporte é uma manifestação cultural na qual se
estabelecem relações sociais. Considerando o texto, o algumas tentativas de neutralização dos representantes
futebol é uma modalidade que do empregador, das quais a mais forte é o(a)
141
142
143
Questão 23 Questão 25
Eu tenho empresas e sou digno do visto para ir a
Nova York. O dinheiro que chove em Nova York é para
pessoas com poder de compra. Pessoas que tenham
um visto do consulado americano. O dinheiro que chove
em Nova York também é para os nova-iorquinos. São
milhares de dólares. [...] Estou indo para Nova York, onde
está chovendo dinheiro. Sou um grande administrador.
Sim, está chovendo dinheiro em Nova York. Deu no rádio.
Vejo que há pedestres invadindo a via onde trafega o
meu carro vermelho, importado da Alemanha. Vejo que
há carros nacionais trafegando pela via onde trafega o
meu carro vermelho, importado da Alemanha. Ao chegar
em Nova York, tomarei providências.
SANT’ANNA, A. O importado vermelho de Noé. In: MORICONI, I. (Org.).
Os cem melhores contos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. KOSUTH, J. One and Three Chairs. Museu Reina Sofia, Espanha, 1965.
Disponível em: www.museoreinasofia.es. Acesso em: 4 jun. 2018 (adaptado).
As repetições e as frases curtas constituem procedimentos
A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por
linguísticos importantes para a compreensão da temática
uma fotografia de cadeira, uma cadeira exposta e um
do texto, pois
quadro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo
A expressam a futilidade do discurso de poder e de de arte conceitual que revela o paradoxo entre verdade e
distinção do narrador. imitação, já que a arte
B disfarçam a falta de densidade das angústias A não é a realidade, mas uma representação dela.
existenciais narradas. B fundamenta-se na repetição, construindo variações.
C não se define, pois depende da interpretação do fruidor.
C ironizam a valorização da cultura norte-americana
D resiste ao tempo, beneficiada por múltiplas formas
pelos brasileiros. de registro.
D explicitam a ganância financeira do capitalismo E redesenha a verdade, aproximando-se das
contemporâneo. definições lexicais.
E criticam os estereótipos sociais das visões de mundo Questão 26
elitistas.
Questão 24
DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007
Demite o Gerúndio do Distrito Federal
e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso
das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII
e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
Disponível em: www.iotforall.com. Acesso em: 22 jun. 2018.
Art. 1° Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do A realidade virtual é uma tecnologia de informação que,
Governo do Distrito Federal. conforme sugere a imagem, tem como uma de suas
Art. 2° Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio principais funções
para desculpa de INEFICIÊNCIA. A promover a manipulação eficiente de conhecimentos
Art. 3° Este Decreto entra em vigor na data de sua e informações de difícil compreensão no mundo
publicação. físico.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. B conduzir escolhas profissionais da área de ciência
Brasília, 28 de setembro de 2007. da computação, oferecendo um leque de opções de
119º da República e 48º de Brasília atuação.
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017. C transferir conhecimento da inteligência artificial para
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, as áreas tradicionais, como as das ciências exatas e
como “desculpa de ineficiência”, indica naturais.
A conclusão de uma ação. D levar o ser humano a experimentar mentalmente
outras realidades, para as quais é transportado sem
B realização de um evento.
sair de seu próprio lugar.
C repetição de uma prática. E delimitar tecnologias exclusivas de jogos virtuais, a
D continuidade de um processo. fim de oferecer maior emoção ao jogador por meio de
E transferência de responsabilidade. outras realidades.
144
145
146
Questão 33 Questão 34
TEXTO I A vida às vezes é como um jogo brincado na rua:
Poesia em cartaz estamos no último minuto de uma brincadeira bem quente
e não sabemos que a qualquer momento pode chegar um
O caminho habitual para o trabalho, aquele em que mais velho a avisar que a brincadeira já acabou e está na
a gente já nem repara direito, pode ficar mais belo com hora de jantar. A vida afinal acontece muito de repente
um poema. O projeto #UmLambePorDia nasceu desta — nunca ninguém nos avisou que aquele era mesmo o
intenção: trazer mais cor e alegria para a cidade por meio último Carnaval da Vitória. O Carnaval também chegava
de cartazes coloridos ao estilo lambe-lambe. Quem teve sempre de repente. Nós, as crianças, vivíamos num tempo
a ideia foi o escritor Leonardo Beltrão, em Belo Horizonte. fora do tempo, sem nunca sabermos dos calendários de
“Em meio a olhares cada vez mais viciados, acabamos verdade. [...] O “dia da véspera do Carnaval”, como dizia
a avó Nhé, era dia de confusão com roupas e pinturas a
nos esquecendo da beleza envolvida em cada esquina
serem preparadas, sonhadas e inventadas. Mas quando
e no próprio poder transformador da palavra”. Assim, a
acontecia era um dia rápido, porque os dias mágicos
cada dia um cartaz é colocado por aí, para nos lembrar de passam depressa deixando marcas fundas na nossa
reparar na cidade, na vida que corre ao redor e também memória, que alguns chamam também de coração.
em nós mesmos. ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007.
As significações afetivas engendradas no fragmento
TEXTO II
pressupõem o reconhecimento da
A perspectiva infantil assumida pela voz narrativa.
B suspensão da linearidade temporal da narração.
C tentativa de materializar lembranças da infância.
D incidência da memória sobre as imagens narradas.
E alternância entre impressões subjetivas e relatos
factuais.
Questão 35
Em 2000 tivemos a primeira experiência do futebol
feminino em um jogo de videogame, o Mia Hamm
Soccer. Doze anos depois, uma petição on-line pedia
que a EA Sports incluísse o futebol feminino no Fifa 13.
Contudo, só em 2015, com uma nova petição on-line,
que arrecadou milhares de assinaturas, tivemos o futebol
feminino incluído no Fifa 16. Vendo um nicho de mercado
inexplorado, a EA Sports produziu o jogo com 12 seleções
femininas e o apresentou como inovação. A empresa sabe
que mais de 40% dos praticantes de futebol nos EUA são
meninas. Para elas, ver o futebol feminino representado
em um jogo de videogame é extremamente importante.
Ter o futebol feminino no Fifa 16 é um grande passo para
Disponível em: www.vidasimples.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado). a sua popularização na luta pela igualdade de gênero,
num contexto machista, sexista, misógino e homofóbico.
Considerando-se a função que os cartazes colados em
Disponível em: www.ludopedio.com.br. Acesso em: 5 jun. 2018 (adaptado).
postes normalmente exercem nas ruas das cidades
grandes, esse texto evidencia a Os jogos eletrônicos presentes na cultura juvenil podem
desempenhar uma relevante função na abordagem do
A disseminação da arte poética em um veículo não futebol ao
convencional. A disseminarem uma modalidade, promovendo a
B manutenção da expectativa das pessoas ao andarem igualdade de gênero.
pelas ruas. B superarem jogos malsucedidos no mercado, lançados
anteriormente.
C necessidade de exposição de poemas pequenos em
C inovarem a modalidade com novas ofertas de jogos
diferentes suportes.
ao mercado.
D característica corriqueira do suporte lambe-lambe, D explorarem nichos de mercado antes ignorados,
muito comum nas ruas. produzindo mais lucro.
E exposição da beleza escondida das esquinas da E reforçarem estereótipos de gênero masculino ou
cidade de Belo Horizonte. feminino nos esportes.
147
Questão 36 Questão 38
LUTA: prática corporal imprevisível, caracterizada por
determinado estado de contato proposital, que possibilita Relatos de viagem: nas curvas da Nacional 222,
a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante em Portugal
troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por
regras, com o objetivo mútuo sobre um alvo móvel Em abril deste ano, fomos a Portugal para uma
personificado no oponente. viagem de um mês que esperávamos há um ano. Pois
GOMES, M. S. P. et al. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais.
Movimento, n. 2, abr.-jun. 2010 (adaptado). no dia 4 de maio, chegávamos ao Aeroporto Francisco
De acordo com o texto, podemos identificar uma Sá Carneiro, no Porto. Que linda a “antiga, muy nobre,
abordagem das lutas nas aulas de educação física sempre leal e invicta” cidade do Porto! “Encantei-me”,
quando o professor realiza uma proposta envolvendo diriam eles... pelas belas paisagens, construções
A contato corporal intenso entre o aluno e seu oponente. históricas com lindas fachadas, parques e praças muito
B contenda entre os alunos que se agridem fisicamente. bem cuidados.
C confronto corporal em que os vencedores são
previamente identificados. Os tripeiros, sinônimo de portuenses, têm
D combate corporal intencional com ações orgulho de sua cidade, apelidada de Invicta — nunca
regulamentadas entre os oponentes. foi invadida. E valorizam tudo o que há de bom ali,
E conflito resolvido pelos alunos por meio de regras como “a melhor estrada para se dirigir do mundo”, a
previamente estabelecidas. Nacional 222.
Questão 37
O conceito de saúde formulado na histórica VIII Pois na manhã do 25 de abril, dia da Revolução
Conferência Nacional de Saúde, no ano de 1986, ficou dos Cravos, resolvemos conhecer a tal maravilha.
conhecido como um “conceito ampliado” de saúde,
A cada 10 km tínhamos que encostar: corríamos,
conforme ilustrado na figura. Esse conceito foi fruto de
intensa mobilização em diversos países da América dançávamos, tomávamos chocolate quente, sopa, tudo
Latina nas décadas de 1970 e 1980, como resposta à que fosse quentinho. E lá íamos para mais uma etapa.
crise dos sistemas públicos de saúde.
Uma aventura deliciosa. Depois de três horas — mais
ou menos o dobro do tempo necessário, não fossem
micas, Culturais
conô eA as paradas para aquecimento —, chegamos a casa!
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148
Questão 39 Questão 41
Hino à Bandeira Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário
público, certo de que a língua portuguesa é emprestada
Em teu seio formoso retratas
ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas, falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das
E o esplendor do Cruzeiro do Sul. letras, se veem na humilhante contingência de sofrer
continuamente censuras ásperas dos proprietários da
Contemplando o teu vulto sagrado,
língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado, autores e os escritores, com especialidade os gramáticos,
Poderoso e feliz há de ser! não se entendem no tocante à correção gramatical,
vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os
Sobre a imensa Nação Brasileira,
mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que
Pavilhão da justiça e do amor! o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua
BILAC, O.; BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br.
oficial e nacional do povo brasileiro.
Acesso em: 10 dez. 2017 (fragmento). BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2012.
No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado
para exaltar o símbolo nacional na medida em que Nessa petição da pitoresca personagem do romance de
Lima Barreto, o uso da norma-padrão justifica-se pela
A remete a um momento futuro.
A situação social de enunciação representada.
B promove a união dos cidadãos.
B divergência teórica entre gramáticos e literatos.
C valoriza os seus elementos.
C pouca representatividade das línguas indígenas.
D emprega termos religiosos.
E recorre à sua história. D atitude irônica diante da língua dos colonizadores.
149
Questão 43 Questão 45
Quando quis agilizar o processo de seleção de Viajo Curitiba das conferências positivistas, elas
novos alunos, a tradicional faculdade britânica de são onze em Curitiba, há treze no mundo inteiro; do
medicina St. George usou um software para definir tocador de realejo que não roda a manivela desde que
quem deveria ser entrevistado. Ao reproduzir a forma
como os funcionários faziam essa escolha, o programa o macaquinho morreu; dos bravos soldados do fogo que
eliminou, de cara, 60 de 2 000 candidatos. Só por causa passam chispando no carro vermelho atrás do incêndio
do sexo ou da origem racial, numa dedução baseada que ninguém não viu, esta Curitiba e a do cachorro-quente
em sobrenome e local de nascimento. Um estudo sobre
com chope duplo no Buraco do Tatu eu viajo.
o caso foi publicado em 1988, mas, 25 anos depois,
outra pesquisa apontou que esse tipo de discriminação Curitiba, aquela do Burro Brabo, um cidadão
segue firme. O exemplo recente envolve o buscador
misterioso morreu nos braços da Rosicler, quem foi?
do Google: ao digitar nomes comuns entre negros dos
EUA, a chance de os anúncios automáticos oferecerem quem não foi? foi o reizinho do Sião; da Ponte Preta da
checagem de antecedentes criminais pode aumentar estação, a única ponte da cidade, sem rio por baixo, esta
25%. E pode piorar com a pergunta “detido?” logo após a Curitiba viajo.
palavra procurada.
Disponível em: https://tab.uol.com.br. Acesso em: 11 ago. 2017 (adaptado).
Curitiba sem pinheiro ou céu azul, pelo que vosmecê
O texto permite o desnudamento da sociedade ao é — província, cárcere, lar —, esta Curitiba, e não a outra
relacionar as tecnologias de informação e comunicação
com o(a) para inglês ver, com amor eu viajo, viajo, viajo.
150
Atualizado em 28/01/2021
151
*010175AZ6*
PROVA ENEM 2021
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 07
Questões de 06 a 45 A draga
Questão 06
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Um asteroide de cerca de um mil metros de diâmetro, ����������������������������������������
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Azul LC CH 1 Dia P1.indb 6 09/09/2021 17:24:21
Questão 08 Questão 09
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De acordo com o diretor, O menino que fez um museu ���� ���� ����������� ������� ���� ������ ��� ��������
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Questão 10 Questão 11
Intenso e original, Son of Saul retrata horror Sinhá
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no sentido mais literal que o cinema pode proporcionar: ���������������������
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Questão 12 ��������������������������������������������������������
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DESCARTÁVEL. Questão 14
A crise dos refugiados imortalizada para sempre no
fundo do mar
ESSE NÃO.
ABANDONO
É CRIME.
LEI FEDERAL Nº 9 605/98
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���������������������������������������������� A balsa de Lampedusa, nome da obra do artista
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criadas por ele para compor o acervo do primeiro museu
B desvincular o conceito de descarte da ideia de ������������������������������������������������������
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E alertar a população sobre as sanções legais acerca ��� ������� ������ ���� ��������� ������ ���� ��� ������ ��
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Questão 13 Uma delas, uma menina debruçada sobre a beira do bote,
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Questão 15 Questão 16
TEXTO I Devagar, devagarinho
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��������������������������������������������������������� despedem, com a promessa de se verem em outra
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TEXTO II ������������������������������������������������������
tranquilo, quem sabe? / Quanto tempo… / Pois é, quanto
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classicismo vienense, prepara-se para o supremo salto
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movimento slow life�� ����� ����������� ��������������� ��
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����������������������������������������������Teresa: revista de literatura brasileira, ���������� �� ��� �������� ��������� ������ ��������� �����
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������������������������������������������������������ Nesse artigo de opinião, a apresentação da letra da
�������� ��� ����������� ��� ������� ������ ��� ������� �� canção Sinal fechado é uma estratégia argumentativa
representativo da �������������������������������������
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C � ����������� ����������� ��� ���������� ������� �� �������� C contrapõe situações de aceleração e de serenidade
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D tensa relação entre o erudito e o popular na D � �����������������������������������������������������
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E � ����������������������������������������������������� E apresenta soluções para a cultura da correria que as
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Questão 17 Questão 18
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Questão 19
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Sua ousadia consistiu em pronunciar a palavra e estão mais sobrecarregadas por deveres e atividades
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crianças no parque, na rua ou na praça, mas em casa
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C incentivaram a criação de novos espaços para se
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Questão 20 Questão 21
Que tal transformar a internet em palco para a dança?
TEXTO I
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Questão 22 Questão 24
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Questão 29 Questão 30
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Questão 32
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Questão 34 Questão 35
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Questão 39 Questão 41
Falso moralista O pavão vermelho
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Questão 42
Questão 40
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Questão 45
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Questão 44
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167
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QUESTÃO 100
A colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo
a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Esses pronomes podem
assumir três posições na oração em relação ao verbo. Próclise, quando o pronome é colocado antes do verbo, devido a
partículas atrativas, como o pronome relativo. Ênclise, quando o pronome é colocado depois do verbo, o que acontece
quando este estiver no imperativo afirmativo ou no infinitivo impessoal regido da preposição “a” ou quando o verbo
estiver no gerúndio. Mesóclise, usada quando o verbo estiver flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
A mesóclise é um tipo de colocação pronominal raro no uso coloquial da língua portuguesa. No entanto, ainda é encontrada
em contextos mais formais, como se observa em:
A Não lhe negou que era um improviso.
B Faz muito tempo que lhe falei essas coisas.
C Nunca um homem se achou em mais apertado lance.
D Referia-se à D. Evarista ou tê-la-ia encontrado em algum outro autor?
E Acabou de chegar dizendo-lhe que precisava retornar ao serviço imediatamente.
QUESTÃO 101
No Brasil de hoje são falados por volta de 200 idiomas. As nações indígenas do país falam cerca de 180 línguas,
e as comunidades de descendentes de imigrantes cerca de 30 línguas. Há uma ampla riqueza de usos, práticas e
variedades no âmbito da própria língua portuguesa falada no Brasil, diferenças estas de caráter diatópico (variações
regionais) e diastrático (variações de classes sociais) pelo menos. Somos, portanto, um país de muitas línguas, tal qual
a maioria dos países do mundo (em 94% dos países são faladas mais de uma língua).
Fomos no passado, ainda muito mais do que hoje, um território plurilíngue. Cerca de 1078 línguas indígenas
eram faladas quando aqui aportaram os portugueses, há 500 anos, segundo estimativas de Rodrigues (1993).
Porém, o Estado português e, depois da independência, o Estado brasileiro, que o sucedeu, tiveram por política impor
o português como a única língua legítima, considerando-a “companheira do Império”. A política linguística principal do
Estado sempre foi a de reduzir o número de línguas, num processo de glotocídio (eliminação de línguas) por meio do
deslocamento linguístico, isto é, de sua substituição pela língua portuguesa. Somente na primeira metade do século XX,
segundo Darcy Ribeiro, 67 línguas indígenas desapareceram no Brasil — mais de uma por ano, portanto. Das cerca
de 1 078 línguas indígenas faladas em 1 500, ficamos com aproximadamente 180 em 2000 (um decréscimo de 85%),
e várias destas 180 encontram-se em estado avançado de desaparecimento.
Disponível em: www.cultura.gov. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).
As línguas indígenas contribuíram, entre outros aspectos, para a introdução de novas palavras no português do Brasil.
De acordo com o texto apresentado, infere-se que a redução do número de línguas indígenas
A ocasionou graves consequências para a preservação do nosso patrimônio linguístico e cultural, uma vez que a
redução dessas línguas significa a perda da herança cultural de um povo.
B manteve a preservação de nosso patrimônio linguístico e cultural, porque, assim como algumas línguas morrem,
outras nascem de tempos em tempos, o que contribui para a conservação do idioma.
C foi um processo natural pelo qual a língua portuguesa passou, não significando, portanto, prejuízos para o
patrimônio linguístico do Brasil, que se conservou inalterado até nossos dias.
D contribuiu para a mudança de posicionamento da política linguística do Estado, que passou a desconsiderar as
línguas indígenas como um importante meio de comunicação dos primeiros habitantes.
E representou uma fase do desenvolvimento da língua portuguesa, que, como qualquer outra língua, passou pelo
processo de renovação vocabular, que exige a redução das línguas.
QUESTÃO 102
VOSMECÊ ESTÁ
A MINHA FILHA SÓ VOCÊ DEVE SER MUITO MAIS
VELHO QUE A MINHA FILHA! EMITINDO UMA
TEM 18 ANINHOS! PARVOÍCE!
As variações e as mudanças nas línguas estão correlacionadas a fatores sociais. Na tira, a dedução do pai da garota
é confirmada e gera o efeito de humor, pois seu interlocutor apresenta um vocabulário
A urbano, típico de quem nasce nas grandes metrópoles brasileiras.
B formal, relativo a quem frequenta a escola por muitos anos.
C elitizado, encontrado entre falantes de classe socioeconômica alta.
D especial, restrito a quem frequenta os espaços da juventude.
E conservador, representado por uma fala arcaica para a geração atual.
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170
*cinz25dom8*
QUESTÃO 103 Em variados momentos de nossa vida, precisamos
Entrevista interpretar as diferentes linguagens dos sistemas de
Almir Suruí comunicação. O gráfico é um desses sistemas, que, no
Não temos o direito de ficar isolados caso apresentado, indica que as habilidades associadas
Soa contraditório, mas a mesma modernidade que à inteligência humana variam de acordo com a idade.
quase dizimou os suruís nos tempos do primeiro contato Considerando essa informação, constata-se que
promete salvar a cultura e preservar o território desse
povo. Em 2007, o líder Almir Suruí, de 37 anos, fechou A as habilidades verbal e de resolução de problemas
uma parceria inédita com o Google e levou a tecnologia destacam-se entre 40 e 60 anos.
às tribos. Os índios passaram a valorizar a história dos
anciãos. E a resguardar, em vídeos e fotos on-line, as B a habilidade numérica diminui consideravelmente
tradições da aldeia. Ainda se valeram de smartphones entre 20 e 40 anos.
e GPS para delimitar suas terras e identificar os
desmatamentos ilegais. Em 2011, Almir Suruí foi eleito C a habilidade de resolução de problemas piora
pela revista americana Fast Company um dos 100 líderes consideravelmente a partir dos 30 anos.
mais criativos do mundo dos negócios. D as habilidades humanas, em geral, declinam
ÉPOCA - Quando o senhor percebeu que a internet consideravelmente a partir dos 40 anos.
poderia ser uma aliada do povo suruí?
Almir Suruí - Meu povo acredita no diálogo. Para nós, E a habilidade numérica melhora muito na faixa etária
é uma ferramenta muito importante. Sem a tecnologia, entre 60 e 80 anos.
não teríamos como dialogar suficientemente para QUESTÃO 105
propor e discutir os direitos e territórios de nosso povo.
Nós, povos indígenas, não temos mais o direito de ficar Cantora afirma que não faz questão de lançar moda,
isolados. Ao usar a tecnologia, valorizamos a floresta e mas gosta de estar “bonitona” e de se vestir bem
criamos um novo modelo de desenvolvimento. Se a gente
usasse a tecnologia de qualquer jeito, seria um risco. Em entrevista concedida a um jornal televisivo, a
Mas hoje temos a pretensão de usar a ferramenta para cantora Adele disse que gosta de estar bonitona quando se
valorizar nosso povo, buscar nossa autonomia e ajudar veste, mas é profissional: “não faço questão de lançar moda.
na implementação das políticas públicas a favor do meio Música é para os ouvidos, não para os olhos. Vocês nunca
ambiente e das pessoas. RIBEIRO, A. Época, 20 fev. 2012 (fragmento).
vão me ver cantando de biquíni”.
As tecnologias da comunicação e informação podem
ser consideradas como artefatos culturais. No fragmento Com edição de imagens rápidas, cujos trechos da
de entrevista, Almir Suruí argumenta com base no entrevista exclusiva se mesclavam com os de clipes, e
pressuposto de que texto cheio de adjetivos, o jornal disse que a fuga de Adele
A as tecnologias da informação presentes nas aldeias para o sofrimento é colocar na partitura das músicas todo
revelam-se contraditórias com a memória coletiva seu rancor.
baseada na oralidade.
B as tradições culturais e os modos de transmiti-las não O rompimento de dois namoros deu origem aos
são afetados pelas tecnologias da informação. álbuns 19 (2008) e 21 (2010): “é o meu jeito de superar
C as tecnologias da informação inviabilizam o a dor... funcionou”.
desenvolvimento sustentável nas aldeias.
Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 30 set. 2011 (adaptado).
D as tecnologias da informação trazem novas
possibilidades para a preservação de uma cultura. As declarações da cantora ao jornal expressam sua
E as tecnologias da informação permitem que os opinião a respeito do comportamento dos artistas. Suas
povos indígenas se mantenham isolados em
palavras sugerem que
suas comunidades.
QUESTÃO 104 A a mídia rejeita uma imagem artística elaborada
IDADE
25 32 39 46 53 60 67 74 81 88
para atender às cobranças do público e para
55
Habilidade Habilidade
explorar a sensualidade.
numérica verbal
B uma cantora competente constrói sua carreira pelo
desempenho vocal, sendo pouco relevante o figurino
50
Capacidade usado em apresentações.
de resolver
problemas C uma pessoa pública está atenta às últimas tendências
45 do mundo fashion, pois o vestuário de grife agrega
valor à sua personalidade.
HABILIDADE
(PONTUAÇÃO D uma plateia exigente despreza o exibicionismo
NOS TESTES)
40 e valoriza o ídolo comedido e desligado das
tendências da moda.
E a artista oculta o seu estado de espírito valendo-
35
se de regras ditadas por um grupo e de um
BUSCATO, M.; SEGADILHA, B.; PEROSA, T. Disponível em: www.revistaepoca.globo.com.
Acesso em: 28 fev. 2012. figurino excêntrico.
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171
*cinz25dom9*
QUESTÃO 106 QUESTÃO 107
Os conhecimentos de fisiologia são aqueles básicos
Só é meu para compreender as alterações que ocorrem durante as
O país que trago dentro da alma. atividades físicas (frequência cardíaca, queima de calorias,
Entro nele sem passaporte perda de água e sais minerais) e aquelas que ocorrem
em longo prazo (melhora da condição cardiorrespiratória,
Como em minha casa.
aumento da massa muscular, da força e da flexibilidade
[...] e diminuição de tecido adiposo). A bioquímica abordará
As ruas me pertencem. conteúdos que subsidiam a fisiologia: alguns processos
Mas não há casas nas ruas. metabólicos de produção de energia, eliminação e
As casas foram destruídas desde a minha infância. reposição de nutrientes básicos. Os conhecimentos de
Os seus habitantes vagueiam no espaço biomecânica são relacionados à anatomia e contemplam,
À procura de um lar. principalmente, a adequação dos hábitos posturais, como,
[...] por exemplo, levantar um peso e equilibrar objetos.
Só é meu BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997.
O mundo que trago dentro da alma. Em um exercício físico, são exemplos da abordagem
BANDEIRA, M. Um poema de Chagall. In: Estrela da vida inteira: poemas traduzidos. fisiológica, bioquímica e biomecânica, respectivamente,
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993 (fragmento).
A a quebra da glicose na célula para produção de
energia no ciclo de Krebs; o aumento da frequência
cardíaca e da pressão arterial; o tamanho da passada
durante a execução da corrida.
B a quebra da glicose na célula para produção de
energia no ciclo de Krebs; o tamanho da passada
durante a execução da corrida; o aumento da
frequência cardíaca e da pressão arterial.
C o tamanho da passada durante a execução da corrida;
o aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial; a quebra da glicose na célula para produção
de energia no ciclo de Krebs.
D o aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial; a quebra da glicose na célula para produção
de energia no ciclo de Krebs; o tamanho da passada
durante a execução da corrida.
E o aumento da frequência cardíaca e pressão arterial;
o tamanho da passada durante a execução da
corrida; a quebra da glicose na célula para produção
de energia no ciclo de Krebs.
QUESTÃO 108
MORUMBI PRÓXIMA AO COL. PIO XII
Linda residência rodeada por maravilhoso
jardim com piscina e amplo espaço gourmet.
1 000 m² construídos em 2 000 m² de terreno, 6 suítes.
R$ 3 200 000. Rua tranquila: David Pimentel.
Cód. 480067 Morumbi Palácio Tel.: 3740-5000
Folha de S. Paulo. Classificados, 27 fev. 2012 (adaptado).
A alegria e a satisfação na produção das obras A da predominância das formas imperativas dos verbos
e de abundância de substantivos.
modernistas.
B de uma riqueza de adjetivos que modificam os
B memória e a lembrança passadas no íntimo do substantivos, revelando as qualidades do produto.
enunciador. C de uma enumeração de vocábulos, que visam conferir
C saudade e o refúgio encontrados pelo homem na ao texto um efeito de certeza.
natureza. D do emprego de numerais, quantificando as
D lembrança e o rancor relacionados ao seu ofício original. características e aspectos positivos do produto.
E da exposição de opiniões de corretores de imóveis no
E exaustão e o medo impostos ao corpo de todo artista. que se refere à qualidade do produto.
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 9
172
*cinz25dom10*
QUESTÃO 109 QUESTÃO 111
“Eu quero ter um milhão de amigos” é o famoso Cientistas solucionam origem de partículas de água
verso da linda canção Eu quero apenas, de Roberto em Saturno
Carlos. Adaptado aos nossos tempos, o verso representa
o anseio que está na base do atual sucesso das redes
sociais. Desde que Orkut, Facebook, MySpace, Twitter, O telescópio espacial Herschel resolveu um
LinkedIn e outros estão entre nós, precisamos mais do problema que ficou sem solução durante 14 anos.
que nunca ficar atentos ao sentido das nossas relações. A origem dos vapores de água na atmosfera
Sentido que é alterado pelos meios a partir dos quais são superior de Saturno encontra-se nas partículas que
promovidas essas mesmas relações. 5 saem de uma de suas luas, a Enceladus, e chegam
O fato é que as redes brincam com a promessa que até o planeta.
estava contida na música do Rei apenas como metáfora. A descoberta faz com que a Enceladus torne-
O que a canção põe em cena é da ordem do desejo cuja se conhecida, a partir de agora, como a única lua do
característica é ser oceânico e inespecífico. Desejar Sistema Solar capaz de influenciar a composição
é desejar tudo, é mais que querer. Mas quem participa 10 química do planeta que orbita.
de uma rede social ultrapassa o limite do desejo e entra O volume despejado a cada segundo
na esfera da potencialidade de uma realização que vem não é pouco. A Enceladus chega a expelir
tornar problemática a relação entre o real e o imaginário. aproximadamente 250 kg de vapores de água
TIBURI, M. Complexo de Roberto Carlos. In: Revista Cult,
São Paulo: Bregantini, n. 154, fev. 2011(fragmento).
que se formam na região polar sul. Desse total,
15 uma parte é perdida no espaço e entre 3% a 5%
O verso da canção de Roberto Carlos é usado no artigo deslocam-se até Saturno.
para explicar o sucesso mundial das redes sociais. Para O fenômeno, de certo modo, pôde ser
a autora, essas redes são eficazes, pois compreendido graças ao avanço da tecnologia.
A resolvem os problemas de solidão vivida pelos Os astrônomos não conseguiram detectá-lo até o
internautas. 20 momento por causa da transparência dos vapores.
Coube às ondas infravermelhas do Herschel esse
B promovem a idealização exacerbada de vontades
individuais. encargo e achado.
A primeira vez que um telescópio da ESA
C ajudam na preservação de sentimentos básicos da
(Agência Espacial Europeia) detectou água na
pessoa humana.
25 atmosfera superior de Saturno foi em 1997.
D favorecem as relações interpessoais baseadas em
vínculos afetivos fortes. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 26 jul. 2011.
173
*cinz25dom11*
QUESTÃO 112 QUESTÃO 113
O futebol na Pop Arte brasileira
174
*cinz25dom12*
QUESTÃO 114
Cegueira Categorias em que a influência da propaganda na troca
de marcas atinge mais de 20% dos consumidores
Afastou-me da escola, atrasou-me, enquanto os
Creme dental 31%
filhos de seu José Galvão se internavam em grandes
Biscoito 29%
volumes coloridos, a doença de olhos que me perseguia
Margarina 29%
na meninice. Torturava-me semanas e semanas, eu vivia
Bebida energética 27%
na treva, o rosto oculto num pano escuro, tropeçando
nos móveis, guiando-me às apalpadelas, ao longo das Condicionador 26%
Todo supermercadista sabe que, quando um produto que parece uma pintura, aonde
você tem que ir?
é maior, de acordo com pesquisa feita com 400 pessoas resposta, está na hora de conhecer
melhor o Brasil. RESPOSTA: B - BÚZIOS, RJ
pela consultoria YYY e com exclusividade para o NAS FÉRIAS, VIAJE PELO
BRASIL. É BOM PRA VOCÊ.
supermercado XXX.
É BOM PARA O PAÍS.
175
*cinz25dom13*
QUESTÃO 117 Segundo o texto, a interação virtual favoreceu o
Devemos dar apoio emocional específico, trabalhando surgimento da modalidade linguística conhecida como
o sentimento de culpa que as mães têm de infectar o filho. internetês. Quanto à influência do internetês no uso da
O principal problema que vivenciamos é quanto ao forma culta da língua, infere-se que
aleitamento materno. Além do sentimento muito forte A a ocorrência de termos do internetês em situações
manifestado pelas gestantes de amamentar seus filhos, formais de escrita aponta a necessidade de a língua ser
existem as cobranças da família, que exige explicações vista como herança cultural que merece ser bem cuidada.
pela recusa em amamentar, sem falar nas companheiras B a dificuldade dos adolescentes para produzirem
na maternidade que estão amamentando. Esses conflitos textos mais complexos é evidente, sendo
constituem nosso maior desafio. Assim, criamos a técnica consequência da expansão do uso indiscriminado
de mamadeirar. O que é isso? É substituir o seio materno da internet por esse público.
por amor, oferecendo a mamadeira, e não o peito! C a carência de vocabulário culto na fala de jovens
tem sido um alerta quanto ao uso massivo da
PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experiências interdisciplinares em Aids: internet, principalmente no que concerne a
interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado).
mensagens instantâneas.
O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de D a criação de neologismos no campo cibernético é
gestantes e mães soropositivas. Nesse relato, em meio ao inevitável e restringe a capacidade de compreensão
drama de mães que não devem amamentar seus recém- dos internautas quando precisam lidar com leitura de
textos formais.
nascidos, observa-se um recurso da língua portuguesa,
E a alternância de variante linguística é uma habilidade
presente no uso da palavra “mamadeirar”, que consiste dos usuários da língua e é acionada pelos jovens de
acordo com suas necessidades discursivas.
A na manifestação do preconceito linguístico.
QUESTÃO 119
B na recorrência a um neologismo.
Uma tuiteratura?
C no registro coloquial da linguagem.
As novidades sobre o Twitter já não cabem em
D na expressividade da ambiguidade lexical. 140 toques. Informações vindas dos EUA dão conta de
E na contribuição da justaposição na formação de palavras. que a marca de 100 milhões de adeptos acaba de ser
alcançada e que a biblioteca do Congresso, um dos
QUESTÃO 118 principais templos da palavra impressa, vai guardar em
O internetês na escola seu arquivo todos os tweets, ou seja, as mensagens
do microblog. No Brasil o fenômeno não chega a tanto,
O internetês — expressão grafolinguística criada mas já somos o segundo país com o maior número de
na internet pelos adolescentes na última década — foi, tuiteiros. Também aqui o Twitter está sendo aceito em
durante algum tempo, um bicho de sete cabeças para territórios antes exclusivos do papel. A própria Academia
Brasileira de Letras abriu um concurso de microcontos
gramáticos e estudiosos da língua. Eles temiam que as
para textos com apenas 140 caracteres. Também se fala
abreviações fonéticas (onde “casa” vira ksa; e “aqui” das possibilidades literárias desse meio que se caracteriza
vira aki) comprometessem o uso da norma culta do pela concisão. Já há até um neologismo, “tuiteratura”,
português para além das fronteiras cibernéticas. para indicar os “enunciados telegráficos com criações
Mas, ao que tudo indica, o temido internetês não originais, citações ou resumos de obras impressas”. Por
passa de um simpático bichinho de uma cabecinha só. ora, pergunto como se estivesse tuitando: querer fazer
Ainda que a maioria dos professores e educadores literatura com palavras de menos não é pretensão demais?
se preocupe com ele, a ocorrência do internetês VENTURA, Z. O Globo, 17 abr. 2010 (adaptado).
nas provas escolares, vestibulares e em concursos As novas tecnologias estão presentes na sociedade
públicos é insignificante. Essa forma de expressão moderna, transformando a comunicação por meio de
parece ainda estar restrita a seu hábitat natural. inovadoras linguagens. O texto de Zuenir Ventura mostra
Aliás, aí está a questão: saber separar bem a hora que o Twitter tem sido acessado por um número cada vez
maior de internautas e já se insere até na literatura. Neste
em que podemos escrever de qq jto, da hora em que contexto de inovações linguísticas, a linguagem do Twitter
não podemos escrever de “qualquer jeito”. Mas, e para apresenta como característica relevante
um adolescente que fica várias horas “teclando” que
nem louco nos instant messengers e chats da vida, é A a concisão relativa ao texto ao adotar como regra o
fácil virar a “chavinha” no cérebro do internetês para o uso de uma quantidade predefinida de toques.
português culto? “Essa dificuldade será proporcional ao B a frequência de neologismos criados com a finalidade
contato que o adolescente tenha com textos na forma de tornar a mensagem mais popular.
culta, como jornais ou obras literárias. Dependendo C o uso de expressões exclusivas da nova forma literária
deste contato, ele terá mais facilidade para abrir mão para substituir palavras usuais do português.
do internetês” — explica Eduardo de Almeida Navarro, D o emprego de palavras pouco usuais no dia a dia
para reafirmar a originalidade e o espírito crítico dos
professor livre-docente de língua tupi e literatura
usuários desse tipo de rede social.
colonial da USP.
E o uso de palavras e expressões próprias da mídia
RAMPAZZO, F. Disponível em: www.revistalingua.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado). eletrônica para restringir a participação de usuários.
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 13
176
*cinz25dom14*
QUESTÃO 120 O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a
Era uma vez afirmação de João Cabral de Melo Neto porque
Um rei leão que não era rei. A exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo
Um pato que não fazia quá-quá. ideológico retórico.
Um cão que não latia.
B canta a paisagem local, no entanto, defende ideais
Um peixe que não nadava.
do liberalismo.
Um pássaro que não voava.
Um tigre que não comia. C mantém o canto saudosista da terra pátria, mas
Um gato que não miava. renova o tema amoroso.
Um homem que não pensava... D explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize
E, enfim, era uma natureza sem nada. a injustiça social.
Acabada. Depredada. E inova na abordagem de aspecto social, mas mantém
Pelo homem que não pensava.
a visão lírica da terra pátria.
Laura Araújo Cunha QUESTÃO 122
CUNHA, L. A. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. Notícias do além
São Paulo: Contexto, 2011.
São as relações entre os elementos e as partes do Aquele que morrer primeiro e for para o céu deverá
texto que promovem o desenvolvimento das ideias. No voltar à Terra para contar ao outro como é a vida lá
poema, a estratégia linguística que contribui para esse no paraíso. Assim ficou combinado entre Francisco e
desenvolvimento, estabelecendo a continuidade do texto, é a Sebastião, amigos inseparáveis e apaixonados pelo
A escolha de palavras de diferentes campos semânticos. futebol. Francisco teve morte súbita e, passado algum
B negação contundente das ações praticadas pelo homem. tempo, no meio da noite, sua alma apareceu ao colega:
C intertextualidade com o gênero textual fábula infantil. — Nossa Senhora, Chico! Você veio mesmo!
D repetição de estrutura sintática com novas informações.
E utilização de ponto final entre termos de uma — Estou aqui, Tião, para cumprir a minha promessa,
mesma oração. trazendo-lhe duas notícias.
QUESTÃO 121 — Então me fala.
TEXTO I
A canção do africano — O céu é uma maravilha, um colosso, uma beleza.
Tem futebol todo dia.
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala, — E a outra?
Junto ao braseiro, no chão,
entoa o escravo o seu canto, — A outra é que você está escalado para jogar no
E ao cantar correm-lhe em pranto meu time amanhã cedo.
Saudades do seu torrão...
DIAS, M. V. R. Humor na Marolândia. In: ILARI, R. Introdução à semântica: brincando com
De um lado, uma negra escrava a gramática. São Paulo: Contexto, 2001.
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar... Esse texto pode ser analisado sob dois pontos de vista que
E à meia-voz lá responde incluem situações diferentes de interlocução: a primeira,
Ao canto, e o filhinho esconde, considerando seu produtor e seus potenciais leitores; e
Talvez p’ra não o escutar! a segunda, considerando os interlocutores Francisco e
“Minha terra é lá bem longe, Sebastião. Para cada uma dessas situações o produtor
Das bandas de onde o sol vem;
do texto tem um objetivo específico que se determina, não
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem.” só pela situação, mas também pelo gênero textual.
ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento).
Os verbos que sintetizam os objetivos do produtor nas
TEXTO II duas situações propostas são, respectivamente,
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que
prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido A entreter e seduzir.
mais no âmbito de movimentos literários do que de B divertir e informar.
gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação
à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de C distrair e comover.
superação, dentro do mesmo espírito romântico. D recrear e assustar.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento). E alegrar e intimidar.
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177
*cinz25dom15*
QUESTÃO 123 A leitura do trecho mostra que textos jornalísticos
O que a internet esconde de você produzidos em determinados gêneros mobilizam recursos
linguísticos com o objetivo de conduzir seu público-alvo a
Para cada site que você pode visitar, existem aceitar suas ideias. Para envolver o leitor no retrato que
pelo menos 400 outros que não consegue acessar. faz da cidade, a autora
Eles existem, estão lá, mas são invisíveis. Estão presos
A inicia o texto com a informação mais importante a ser
num buraco negro digital maior do que a própria internet. conhecida, a estação de trem de Mariana.
A cada vez que você interage com um amigo nas redes B descreve de forma parcial e objetiva a estação de
sociais, vários outros são ignorados e têm as mensagens trem da cidade, seus detalhes e características.
enterradas num enorme cemitério on-line. E, quando você C apresenta com cuidado e precisão os recursos da
faz uma pesquisa no Google, não recebe os resultados cidade, sua infraestrutura e singularidade.
de fato — e sim uma versão maquiada, previamente D faz uma crítica indireta à desconfiança dos mineiros,
modificada de acordo com critérios secretos. Sim, tudo mostrando conhecimento do tema.
isso é verdade — e não é nenhuma grande conspiração. E dirige-se a ele por meio de verbos e expressões
Acontece todos os dias sem que você perceba. Pegue seu verbais, convidando-o a partilhar das belezas do local.
chapéu de Indiana Jones e vamos explorar a web perdida. QUESTÃO 125
GRAVATÁ, A. Superinteressante, nov. 2011 (fragmento).
observar sem pressa cada detalhe da estação ferroviária Conflitos de interação ajudam a promover o efeito de
de Mariana. Repare na arquitetura recém-revitalizada humor. No cartum, o recurso empregado para promover
do casarão, e como os detalhes em madeira branca, as esse efeito é a
delicadas arandelas de luzes amarelas e os elementos A intertextualidade, sugerida pelos traços identificadores
barrocos da torre já começam a dar o gostinho da viagem do homem urbano e do homem rural.
aguardada. Vindo lá de longe, o apito estridente anuncia B ambiguidade, produzida pela interpretação da fala do
que logo, logo o cenário estará completo para a partida. locutor a partir da variedade do interlocutor.
E não tarda para o trem de fato surgir. Pequenino a C conotação, atribuidora de sentidos figurados a
princípio, mas de repente, em toda aquela imensidão palavras relativas às ações e aos seres.
que desliza pelos trilhos. Arrancando sorrisos e deixando D negação enfática, elaborada para reforçar o lamento
boquiaberto até o mais desconfiado dos mineiros. do interlocutor pela perda da estrada.
TIUSSU, B. Raízes mineiras. Disponível em: www.estadao.com.br.
E pergunta retórica, usada pelo motorista para
Acesso em: 15 nov. 2011 (fragmento). estabelecer interação com o homem do campo.
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178
*cinz25dom16*
QUESTÃO 126 QUESTÃO 127
Sambinha
179
*cinz25dom17*
QUESTÃO 129 QUESTÃO 131
— É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão, A rua
enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro,
enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de casimira Bem sei que, muitas vezes,
alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado! O único remédio
— Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por É adiar tudo. É adiar a sede, a fome, a viagem,
falta de esforços de minha parte; creia! A dívida, o divertimento,
— Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e O pedido de emprego, ou a própria alegria.
tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — A esperança é também uma forma
ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes De contínuo adiamento.
— hum... hum!... Não respondo pelo resto! Sei que é preciso prestigiar a esperança,
— Então o Doutor acha que...? Numa sala de espera.
Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar Mas sei também que espera significa luta e não, apenas,
o que eram aqueles temperamentozinhos impressionáveis!... Esperança sentada.
eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava Não abdicação diante da vida.
contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam!
A esperança
AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003 (fragmento).
Nunca é a forma burguesa, sentada e tranquila da espera.
O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se Nunca é figura de mulher
no contexto do Naturalismo, marcado pela visão do Do quadro antigo.
cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à Sentada, dando milho aos pombos.
mulher define-se por uma RICARDO, C. Disponível em: www.revista.agulha.nom.br. Acesso em: 2 jan. 2012.
A conivência com relação à rejeição feminina de assumir O poema de Cassiano Ricardo insere-se no Modernismo
um casamento arranjado pelo pai. brasileiro. O autor metaforiza a crença do sujeito lírico
B caracterização da personagem feminina como um numa relação entre o homem e seu tempo marcada por
estereótipo da mulher sensual e misteriosa.
A um olhar de resignação perante as dificuldades
C convicção de que a mulher é um organismo frágil e materiais e psicológicas da vida.
condicionado por seu ciclo reprodutivo.
B uma ideia de que a esperança do povo brasileiro está
D submissão da personagem feminina a um processo vinculada ao sofrimento e às privações.
que a infantiliza e limita intelectualmente.
C uma posição em que louva a esperança passiva para
E incapacidade de resistir às pressões socialmente que ocorram mudanças sociais.
impostas, representadas pelo pai e pelo médico.
D um estado de inércia e de melancolia motivado pelo
QUESTÃO 130 tempo passado “numa sala de espera”.
TEXTO I E uma atitude de perseverança e coragem no contexto
Poema de sete faces de estagnação histórica e social.
QUESTÃO 132
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse Raimundo Todo bom escritor tem o seu instante de graça, possui
seria uma rima, não seria uma solução. a sua obra-prima, aquela que congrega numa estrutura
Mundo mundo vasto mundo, perfeita os seus dons mais pessoais. Para Dias Gomes
mais vasto é meu coração. essa hora de inspiração veio-lhe no dia que escreveu
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001 (fragmento).
O pagador de promessas. Em torno de Zé-do-Burro —
herói ideal, por unir o máximo de caráter ao mínimo de
TEXTO II inteligência, naquela zona fronteiriça entre o idiota e o
CDA (imitado) santo — o enredo espalha a malícia e a maldade de uma
capital como Salvador, mitificada pela música popular
Ó vida, triste vida! e pela literatura, na qual o explorador de mulheres se
Se eu me chamasse Aparecida chama inevitavelmente Bonitão, o poeta popular, Dedé
dava na mesma. Cospe-Rima, e o mestre de capoeira, Manuelzinho Sua
FONTELA, O. Poesia reunida. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. Mãe. O colorido do quadro contrasta fortemente com a
simplicidade da ação, que caminha numa linha reta da
Orides Fontela intitula seu poema CDA, sigla de Carlos chegada de Zé-do-Burro à sua entrada trágica e triunfal na
Drummond de Andrade, e entre parênteses indica igreja — não sob a cruz, conforme prometera, mas sobre
“imitado” porque, como nos versos de Drummond, ela, carregado pelos capoeiras, “como um crucifixado”.
A apresenta o receio de colocar os dramas pessoais no PRADO, D. A. O teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 2008 (fragmento).
180
*cinz25dom18*
QUESTÃO 133 QUESTÃO 135
Não há crenças que Nelson Leirner não destrua. TEXTO I
Do dinheiro à religião, do esporte à fé na arte, nada Pessoas e sociedades
resiste ao deboche desse iconoclasta. O principal
mérito da retrospectiva aberta em setembro na Galeria do Pessoa, no seu conceito jurídico, é todo ente capaz
SESI-SP é justamente demonstrar que as provocações de direitos e obrigações. As pessoas podem ser físicas
arquitetadas durante as últimas cinco décadas pelo ou jurídicas.
artista quase octogenário continuam vigorosas.
Bravo, n. 170, out. 2011 (adaptado). Pessoa física - É a pessoa natural; é todo ser
humano, é todo indivíduo (sem qualquer exceção).
Um dos elementos importantes na constituição do texto
A existência da pessoa física termina com a morte.
é o desenvolvimento do tema por meio, por exemplo,
do encadeamento de palavras em seu interior. A clareza É o próprio ser humano. Sua personalidade começa com
do tema garante ao autor que seus objetivos — narrar, o seu nascimento (artigo 4º do Código Civil Brasileiro).
descrever, informar, argumentar, opinar — sejam No decorrer da sua vida, a pessoa física constituirá um
atingidos. No parágrafo do artigo informativo, os termos patrimônio, que será afastado, por fim, em caso de morte,
em negrito para transferência aos herdeiros.
A evitam a repetição de termos por meio do emprego Pessoa jurídica - É a existência legal de uma
de sinônimos. sociedade, associação ou instituição, que aferiu o direito
B fazem referências a outros artistas que trabalham de ter vida própria e isolada das pessoas físicas que a
com Nelson Leirner. constituíram. É a união de pessoas capazes de possuir e
C estabelecem relação entre traços da personalidade exercitar direitos e contrair obrigações, independentemente
do artista e suas obras. das pessoas físicas, através das quais agem. É, portanto,
D garantem a progressão temática do texto pelo uso de uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus
formas nominais diferentes. membros (da pessoa natural). Sua existência legal dá-
E introduzem elementos novos, que marcam mudança se em decorrência de leis e só nascerá após o devido
na direção argumentativa do texto. registro nos órgãos públicos competentes (Cartórios ou
Juntas Comerciais).
QUESTÃO 134
O bonde abre a viagem, POLONI, A. S. Disponível em: http://uj.novaprolink.com.br. Acesso em: 30 ago. 2011 (adaptado).
No banco ninguém,
TEXTO II
Estou só, stou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou, EU SOU EU SOU
Companheiro vou. ADVOGADO, ATLETA.
LOGO EU LOGO EU
O bonde está cheio, SOU UMA SOU UMA
De novo porém PESSOA PESSOA
JURÍDICA! FÍSICA!
Não sou mais ninguém.
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
A a sucessão de orações coordenadas, que remete à Os textos I e II tratam da definição de pessoa física e
sucessão de cenas e emoções sentidas pelo eu lírico de pessoa jurídica. Considerando sua função social, o
ao longo da viagem. cartum faz uma paródia do artigo científico, pois
B a elisão dos verbos, recurso estilístico constante
no poema, que acentua o ritmo acelerado da A explica o conceito de pessoa física em linguagem
modernidade. coloquial e informal.
C o emprego de versos curtos e irregulares em sua B compara pessoa física e jurídica ao explorar dois
métrica, que reproduzem uma viagem de bonde, com tipos de profissão.
suas paradas e retomadas de movimento. C subverte o conceito de pessoa física com uma escolha
D a sonoridade do poema, carregada de sons nasais, lexical equivocada.
que representa a tristeza do eu lírico ao longo de toda
a viagem. D acrescenta conhecimento jurídico ao definir
pessoa física.
E a ausência de rima nos versos, recurso muito utilizado
pelos modernistas, que aproxima a linguagem do E complementa as definições promovidas por
poema da linguagem cotidiana. Antonio Poloni.
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 18
181
2ª APLICAÇÃO
2° DIA
GABARITO PROVA 2012 CADERNO 6 – CINZA
LINGUAGENS E CÓDIGOS MATEMÁTICA
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGI
GABARITOS QUESTÕES GABA
QUESTÕES
INGLÊS ESPANHOL 136
91 E E 137
92 A A 138
93 D A 139
94 B E 140
95 A E 141
96 A 142
97 C 143
98 B 144
99 C 145
100 D 146
101 A 147
102 E 148
103 D 149
104 A 150
105 B 151
106 B 152
107 D 153
108 B 154
109 B 155
110 E 156
111 A 157
112 A 158
113 C 159
114 E 160
115 C 161
116 C 162
117 B 163
118 E 164
119 A 165
120 D 166
121 E 167
122 B 168
123 C 169
124 E 170
125 B 171
126 B 172
127 B 173
128 A 174
129 C 175
130 C 176
131 E 177
132 C 178
133 D 179
134 A 180
135 C
182
Permitiu-me aposentar não só a Olivetti como o vetusto O texto apresenta um assunto interessante e atual,
telex de casa. Em seguida, eu pegava o telefone e uma vez que a internet constitui-se como um meio de
chamava a redação para saber se o texto “entrara” bem. comunicação eficiente. Nesse contexto, “boca a boca” é
Até que, um dia, o engenheiro de informática do jornal me uma expressão indicadora de que
disse que, dali em diante, não precisaríamos usar mais
a ligação telefônica internacional tradicional, muito cara, A as redes sociais se tornaram recurso de comunicação
para saber se o texto havia chegado corretamente ou tirar de fácil acesso e baixo custo para o consumidor de
dúvidas sobre o manuseio do computador. Poderíamos variados produtos.
fazer aquilo via chat, uma conversa textual na tela do
próprio laptop. Essa maravilha seria possível por meio de B as redes sociais se tornaram fonte fundamental para
um programinha de conversação. indicações de amigos e divulgação de produtos,
SPYE, J. Conectado. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado). marcas e serviços das empresas.
O texto apresenta uma situação de uso das tecnologias C as redes sociais são sistemas de comunicação que
de comunicação e informação por um jornalista. A agrupam empresas e indivíduos semelhantes com
mudança do uso do telefone para o uso do chat evidencia objetivos diferentes.
a transformação na dinâmica D as redes sociais permitem às empresas buscarem
A do trabalho, em função das tecnologias de novos profissionais para seu quadro de pessoal.
comunicação e informação. E as redes sociais possibilitam aos usuários se fazerem
B do acesso às informações divulgadas pela mídia presentes e atuantes na internet.
digital aos internautas. QUESTÃO 100
C da divulgação das notícias pela mídia digital e os
impactos provocados no cotidiano.
D da valorização de profissionais da imprensa com a
chegada das mídias digitais.
E dos avanços na área de telejornalismo na ascensão
da imprensa internacional.
QUESTÃO 98
Aptidão física é a capacidade de realizar as tarefas do
dia a dia com o mínimo de fadiga e desconforto. E isso é
obtido a partir da constituição física, incluída aí a herança
genética. Ter aptidão física é estar com coração, pulmões,
vasos sanguíneos e músculos prontos para suportar, sem
problemas, as atividades que o corpo realiza. Trata-se de
uma condição relativa e mutável, que pode ser melhorada
e ampliada conforme o interesse de cada um. Um artista
de circo precisa de aptidão para pedalar com o monociclo PAULINO, R. Bastidores (detalhe),1997. Xerox transferida e costurada sobre tecido
na corda bamba sem cair; alguém na plateia pode querer montado em bastidor.
apenas acompanhar sua turma em um passeio de Disponível em: www.galeriavirgilio.com.br. Acesso em: 29 out. 2010.
bicicleta até uma cachoeira. Ou seja, é você quem decide
quão apto quer estar para suas atividades. Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável
SABA, F. Mexa-se: atividade física, saúde e bem-estar. São Paulo: Phorte, 2008. incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em
A busca por uma melhoria da qualidade de vida exige consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra
que as pessoas procurem por um aprimoramento da sua Bastidores, percebe-se a
aptidão física, e para isso é necessário que A utilização de objetos do cotidiano como tecido,
A sejam incorporadas as atividades cotidianas de bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a
trabalho a séries de exercício físico. obra de abrangência regional.
B sejam adotados horários fixos para a execução de B ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar
exercícios corporais, além da genética apropriada. objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido condizente.
C haja dedicação predominante à prática de exercícios
C apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que
de musculação em relação aos exercícios aeróbicos.
D haja estímulo ao indivíduo para o desempenho de conferem à obra um resultado inacabado.
atividades consonantes com suas necessidades e D apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres,
capacidades físicas. o que confere à obra um caráter feminista.
E tenham prioridade, no programa de treinamento, as E aplicação de materiais populares, o que a caracteriza
modalidades esportivas de caráter individual. como obra de arte utilitária.
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 7
183
*CINZ25DOM8* 2013
184
2013 *CINZ25DOM9*
QUESTÃO 105 A entidade apresentou ontem estudo sobre a
Tronos cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante:
em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho
de dois estados de São Paulo desapareceu do país.
De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura
florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990 e 1999,
16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e
2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares.
Mas o número é considerado alto. A América do Sul
é apontada como a maior responsável pela perda de
florestas do mundo, com cortes anuais de 4 milhões de
hectares. A África vem em seguida, com 3,4 milhões de
hectares/ano.
O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010.
185
*CINZ25DOM10* 2013
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2013 *CINZ25DOM11*
QUESTÃO 111 QUESTÃO 113
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem
de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz
por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia
uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Record, 2001.
A resgate de uma imagem da infância, com a cobra O cartão-postal é um gênero textual geralmente usado
de vidro.
por turistas quando estão viajando, para enviar, aos
B apropriação do universo poético pelo olhar objetivo.
que ficaram, imagens dos lugares visitados. Entretanto,
C transfiguração do rio em um vidro mole e cobra de
vidro. o cartão-postal apresentado é uma peça publicitária, e
D rejeição da imagem de vidro e de cobra no reconhece-se nela a intenção de
imaginário poético.
A apresentar uma paisagem de um local específico,
E recorte de elementos como a casa e o rio no
conteúdo recorrente em um cartão-postal.
subconsciente.
B incentivar as pessoas de uma cidade a enviar cartões-
QUESTÃO 112 postais umas para as outras.
Mar português C instituir um novo tipo de cartão-postal, o virtual, a ser
Ó mar salgado, quanto do teu sal comercializado em um site da internet.
São lágrimas de Portugal! D fazer propaganda de um ponto turístico romântico
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, específico, atraindo a visitação por casais.
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar E comemorar a data da instituição do cartão-postal no
Para que fosses nosso, ó mar! Brasil, ainda na época do Império.
187
*CINZ25DOM12* 2013
188
2013 *CINZ25DOM13*
QUESTÃO 118
Músculos impossíveis e invejáveis
Claramente, nas últimas duas décadas, constituiu-se uma cultura masculina da modificação corporal. Por que não
aplaudir? Pessoalmente, levanto ferro há 35 anos e acho ótimo tanto para a saúde quanto para o humor. Então qual
é o problema?
Acontece que uma parte não negligenciável dos malhadores não encontra saúde nenhuma. Só nos Estados
Unidos, as pesquisas mostram que, para quase 1 milhão deles, a insatisfação com seu corpo deixa de ser um incentivo
e transforma-se numa obsessão doentia. Eles sofrem de uma verdadeira alteração da percepção da forma de seu
próprio corpo. Por mais que treinem, “sequem” e fiquem fortes, desenvolvem preocupações irrealistas, constantes
e angustiadas de que seu corpo seja feio, desproporcionado, miúdo ou gordo etc. Passam o tempo verificando
furtivamente o espelho. São as primeiras vítimas do uso desregrado de qualquer substância que prometa facilitar o
crescimento muscular. CALLIGARIS, C. Folha de S. Paulo, 8 fev. 2001 (fragmento).
O modelo de corpo perseguido pelos sujeitos descritos no texto possui como característica principal o(a)
A agilidade, com o intuito de realizar ações com maior performance atlética.
B equilíbrio, com o intuito de impedir oscilações ou desvios posturais.
C hipertrofia, com o intuito de ampliar o delineamento da massa corporal.
D relaxamento, com o intuito de alcançar uma sensação de satisfação, beneficiando a autoestima.
E flexibilidade, com o intuito de evitar lesões musculares e outros riscos da atividade física.
QUESTÃO 119
As propagandas fazem uso de diferentes recursos para garantir o efeito apelativo, isto é, o convencimento do público
em relação ao que apresentam. O cartaz da campanha promovida pelo Ministério da Saúde utiliza vários recursos,
verbais e não verbais, como estratégia persuasiva, dentre os quais se destaca
189
*CINZ25DOM14* 2013
190
2013 *CINZ25DOM15*
QUESTÃO 122
A tirinha faz referência a uma situação muito comum nas famílias brasileiras: a necessidade de estudar para o vestibular.
Buscando convencer o seu interlocutor, os personagens da tira fazem uso das seguintes estratégias argumentativas:
A Comoção e chantagem.
B Comoção e ironia.
C Intimidação e chantagem.
D Intimidação e sedução.
E Sedução e ironia.
QUESTÃO 123
Como os gêneros são históricos e muitas vezes estão ligados às tecnologias, eles permitem que surjam novidades
nesse campo, mas são novidades com algum gosto do conhecido. Observem-se as respectivas tecnologias e alguns de seus
gêneros: telegrama; telefonema; entrevista televisiva; entrevista radiofônica; roteiro cinematográfico e muitos outros
que foram surgindo com tecnologias específicas. Neste sentido, é claro que a tecnologia da computação, por oferecer uma
nova perspectiva de uso da escrita num meio eletrônico muito maleável, traz mais possibilidades de inovação.
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: www.progesp.ufba.br. Acesso em: 23 jul. 2012 (fragmento).
O avanço das tecnologias de comunicação e informação fez, nas últimas décadas, com que surgissem novos gêneros
textuais. Esses novos gêneros, contudo, não são totalmente originais, pois eles inovam em alguns pontos, mas
remetem a outros gêneros textuais preexistentes, como ocorre no seguinte caso:
A O gênero e-mail mantém características dos gêneros carta e bilhete.
B O gênero aula virtual mantém características do gênero reunião de grupo.
C O gênero bate-papo virtual mantém características do gênero conferência.
D O gênero videoconferência mantém características do gênero aula presencial.
E O gênero lista de discussão mantém características do gênero palestra.
QUESTÃO 124
O Grandescompras é um site de compras coletivas do Brasil e surgiu devido a esta nova modalidade de comércio
eletrônico que vem crescendo a cada dia no mundo, e também aqui no Brasil. As compras coletivas são a moda da
vez, e para quem ainda não conhece esse sistema, ele já é bem popular nos Estados Unidos há muito tempo, vindo
a se destacar aqui no Brasil após o início de 2010. O Grandescompras possui ofertas especiais que podem variar de
50% a 90%, de acordo com a quantidade de pessoas interessadas em adquirir o produto/serviço. Para se ter uma
ideia, existem descontos em bares, restaurantes, salões de beleza e muitos outros lugares.
Disponível em: www.noticiaki.com. Acesso em: 12 jan. 2012 (adaptado).
O advento da internet produziu mudanças no comportamento dos consumidores e nas relações de compra e venda.
Segundo o texto, a adesão dos consumidores ao site de compras coletivas pela internet está relacionada ao fato de que
A a venda eletrônica constitui um modismo característico dos dias atuais.
B o consumidor deseja realizar uma compra recorrendo a um meio fácil e seguro.
C a diminuição do preço de um produto está relacionada ao aumento de sua procura.
D os descontos em produtos exclusivos aumentam o prestígio social dos internautas.
E a compra pela internet é uma prática recorrente entre moradores de países ricos.
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 15
191
*CINZ25DOM16* 2013
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2013 *CINZ25DOM17*
Reconhecer os diversos gêneros textuais que circulam na
QUESTÃO 129
sociedade constitui-se uma característica fundamental do
leitor competente. A análise das características presentes
Como ganhar qualquer discussão no fragmento de Um gramático contra a gramática, de
A verdade nem sempre depende de fatos — nos Gilberto Scarton, revela que o texto em questão pertence
jornais, no Congresso ou no boteco, ela é frequentemente ao seguinte gênero textual:
empacotada com táticas perversas e milenares. Conhecer A Artigo científico, uma vez que o fragmento contém
essas técnicas é um bom jeito de se defender contra elas título, nome completo do autor, além de ter sido
(e fazer a sua opinião prevalecer). redigido em uma linguagem clara e objetiva.
1. Capte a benevolência — Siga a dica da retórica B Relatório, pois o fragmento em questão apresenta
romana (captatio benevolentiae) e adule o interlocutor. informações sobre o autor, bem como descreve com
2. Exagere o argumento do adversário — É a detalhes o conteúdo da obra original.
“técnica do espantalho”, também chamada de ampliação
indevida pelo filósofo Arthur Schopenhauer. C Resenha, porque além de apresentar características
3. Entre na onda — Concorde com parte dos estruturais da obra original, o texto traz ainda o
argumentos do outro para, a partir daí, traçar a própria posicionamento crítico do autor do fragmento.
conclusão. D Texto publicitário, pois o fragmento apresenta dados
Outras dicas do mal: essenciais para a promoção da obra original, como
informações sobre o autor e o conteúdo.
• Mantenha a calma (o tom de fala vale mais que bons E Resumo, visto que, no fragmento, encontram-se
argumentos). informações detalhadas sobre o currículo do autor e
• Invalide as opiniões do adversário, desqualificando-o sobre o conteúdo da obra original.
sem questioná-lo.
• Repita o argumento do outro, mas agora a seu favor.
QUESTÃO 131
• Revele que está usando uma tática para ganhar a
discussão (aproveite para fingir que você venceu). Para as pessoas que estudam a inserção das
NARLOCH, L. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento). tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na
sociedade, não é suficiente dar acesso ao hardware (com
O fragmento, retirado de uma revista de divulgação
softwares instalados). Deve-se, também, disponibilizar
científica, constrói-se em tom de humor, a partir de
recursos físicos, digitais, humanos e sociais. Além disso,
uma linguagem lúdica e despojada. O apelo a esse
deve-se considerar conteúdo, linguagem, alfabetização e
recurso expressivo é adequado para essa situação
educação, comunidade e estrutura institucional, para se
comunicativa, porque
permitir o acesso significativo às tecnologias digitais.
A converge para a subjetividade, característica desse Por acesso significativo, entende-se não só a possibilidade
tipo de periódico. de manejo do computador, de suas ferramentas e do
B segue parâmetros textuais semelhantes aos das acesso à internet, mas, sobretudo, a capacidade de
publicações científicas. utilizar esses conhecimentos para o acesso a conteúdos
que tenham influência direta para a melhoria da qualidade
C confirma o próprio periódico como meio de de vida da pessoa, de seu grupo e de sua comunidade.
comunicação de massa.
WARSCHAUER, M. Tecnologia e inclusão social: a exclusão digital em debate.
D atende a um leitor interessado em expandir São Paulo: Senac, 2006.
conhecimento teórico.
O uso significativo dos recursos ligados às tecnologias
E contraria o uso previsto para o registro formal da da informação e da comunicação faz-se presente na
língua portuguesa. hipótese de
QUESTÃO 130 A distribuição de laptops aos alunos para que possam
Um gramático contra a gramática registrar o conteúdo passado em sala de aula em
meio digital, diminuindo, assim, o tempo gasto com
O gramático Celso Pedro Luft era formado em atividades feitas em papel.
Letras Clássicas e Vernácula pela PUCRS e fez curso
B criação de uma rádio web escolar com programas
de especialização em Portugal. Foi professor na UFRGS
gravados, editados e organizados pelos alunos e
e na Faculdade Porto-Alegrense de Ciências e Letras.
professores, com utilização de mídias como gravador
Suas obras mais relevantes são: Gramática resumida, de som, computador e internet.
Moderna gramática brasileira, Dicionário gramatical
da língua portuguesa, Novo manual de português, C inserção, na grade curricular do ensino médio, de
Minidicionário Luft, Língua e liberdade e O romance disciplina que tenha o objetivo de ensinar o uso de
das palavras. Na obra Língua e liberdade, Luft traz um aplicativos de edição de texto, planilhas eletrônicas,
conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida navegadores, editores de imagem etc.
no ensino da língua materna, por combater, de forma D liberação do uso dos laboratórios de informática em
veemente, o ensino da gramática em sala de aula. horários extraclasse para que os alunos possam
Nos seis pequenos capítulos que integram a obra, o utilizar as tecnologias da forma que precisarem.
gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma E incentivo ao uso da internet para realização de
tecla — uma variação sobre o mesmo tema: a maneira pesquisas escolares, pela grande quantidade de
tradicional e errada de ensinar a língua materna. fontes e imagens que poderão enriquecer os trabalhos
SCARTON, G. Disponível em: www.portugues.com.br. Acesso em: 26 out. 2011 (fragmento). dos alunos.
193
*CINZ25DOM18* 2013
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2ª APLICAÇÃO
GABARITO PROVA 2013 2° DIA
CADERNO 6 – CINZA
LINGUAGENS E CÓDIGOS MATEMÁ
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNO
GABARITOS QUESTÕES
QUESTÕES
INGLÊS ESPANHOL 136
91 E E 137
92 A A 138
93 D A 139
94 B E 140
95 A E 141
96 A 142
97 C 143
98 B 144
99 C 145
100 D 146
101 A 147
102 E 148
103 D 149
104 A 150
105 B 151
106 B 152
107 D 153
108 B 154
109 B 155
110 E 156
111 A 157
112 A 158
113 C 159
114 E 160
115 C 161
116 C 162
117 B 163
118 E 164
119 A 165
120 D 166
121 E 167
122 B 168
123 C 169
124 E 170
125 B 171
126 B 172
127 B 173
128 A 174
129 C 175
130 C 176
131 E 177
132 C 178
133 D 179
134 A 180
135 C
195
QUESTÃO 95 (VWDLQÀXrQFLDWDPEpPpGHYLGDDRIDWRGHDPHPyULD
humana, segundo estudos da psicologia cognitiva,
Retomando la inquietud propia y de tanta gente compreender e reter melhor as informações organizadas,
contraria a la denominación racista y xenófoba “Día de especialmente em diagramas e em mapas conceituais
la Raza” usada para el feriado 12 de octubre, donde se manipuláveis. Por isso, imagina-se que o hipertexto deva
recuerda el arribo de los primeros europeos a tierras favorecer o domínio mais rápido e fácil das informações,
posteriormente nombradas América, reforzamos la em contraponto a um audiovisual tradicional, por exemplo.
idea sumando agrupaciones e independientes de la Disponível em: vsites.unb.br. Acesso em: 1 ago. 2012.
militancia ciudadana motivados por lo mismo. Puede
parecer menor, pero un nombre dice mucho. Es un O texto informa como as interfaces são reaproveitadas
símbolo, una representación, un código que resume SHOR KLSHUWH[WR YLUWXDO LQÀXHQFLDQGR DV WHFQRORJLDV GH
LQ¿QLGDGGHFRVDVGHVGHORREMHWLYR\GHVGHORVXEMHWLYR informação e comunicação. De acordo com o texto, qual
Y lamentablemente no hubo “descubrimiento” sino pD¿QDOLGDGHGRXVRGRKLSHUWH[WRTXDQWRjDEVRUomRH
despojo y apropiación. No hubo “encuentro” sino saqueo manipulação das informações?
y masacre. La propuesta es que la sociedad uruguaya A Mesclar antigas interfaces com mecanismos virtuais.
logre una frase sustantiva que guarde memoria de los
hechos, apostando a un presente y futuro fraternal B Auxiliar os estudos de psicologia cognitiva com base
e igualitario, y a una convivencia sin hegemonías ni nos hipertextos.
predominios culturales aunque así haya sido el origen C Amparar a pesquisa de mapas e diagramas
de nuestra historia. UHODFLRQDGRVjFDUWRJUD¿D
ANDRADE, S. No más Día de la Raza. América Latina en movimiento. Disponível em: D Salientar a importância das tecnologias de informação
http://alainet.org. Acesso em: 22 fev. 2012 (adaptado). e comunicação.
Com a expressão Día de la Raza ID]VH UHIHUrQFLD j E Ajudar na apreensão das informações de modo mais
chegada dos primeiros europeus em território americano H¿FD]HIDFLOLWDGR
e denomina-se a comemoração desse dia. A autora do
WH[WR VXJHUH R ¿P GHVVD GHQRPLQDomR QR 8UXJXDL QUESTÃO 97
acreditando que
Liberada, judoca árabe faz história nos Jogos
A a nomenclatura adotada será esquecida, porque é de Olímpicos de Londres
conhecimento geral que não houve descoberta. Aos 16 anos de idade, a judoca Wojdan Ali Seraj
B a reivindicação convencerá outros grupos e adeptos, Shaherkani, da categoria pesado (acima de 78 kg), fez
porque muitos desconhecem esse nome. história nos Jogos Olímpicos de Londres. Ela se tornou a
C D VRFLHGDGH GHYH HQFRQWUDU XPD IUDVH VLJQL¿FDWLYD primeira mulher da Arábia Saudita a disputar uma Olimpíada.
para a preservação da lembrança dos fatos. Isso depois de superar não só o preconceito em seu país
como também o quase veto da Federação Internacional de
D o convívio permitirá o esquecimento dos massacres,
Judô (FIJ), que não queria permitir que a atleta competisse
porque não houve encontro no passado.
vestindo o hijab, o tradicional véu islâmico.
E o presente e o futuro são e serão fraternais e
igualitários para o estímulo do predomínio cultural.
QUESTÃO 96
Interfaces
Um dos mais importantes componentes do hipertexto
é a sua interface. As interfaces permitem a visualização
do conteúdo, determinam o tipo de interação que se
estabelece entre as pessoas e a informação, direcionando
sua escolha e o acesso ao conteúdo.
O hipertexto retoma e transforma antigas interfaces
GDHVFULWD DQRomRGHLQWHUIDFHQmRGHYHVHUOLPLWDGDjV
técnicas de comunicação contemporânea). Constitui-se,
na verdade, em uma poderosa rede de interfaces que se Disponível em: www.lancenet.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado).
conectam a partir de princípios básicos e que permitem No âmbito do esporte de alto rendimento, o uso do véu
uma “interação amigável”. pela lutadora saudita durante os Jogos Olímpicos de
As particularidades do hipertexto virtual, como sua Londres 2012 representa o(a)
dinamicidade e seus aspectos multimidiáticos, devem- A GHVFXPSULPHQWRGDUHJUDR¿FLDOGRMXG{
VH DR VHX VXSRUWH yWLFR PDJQpWLFR GLJLWDO H j VXD B risco para a integridade física das atletas adversárias.
LQWHUIDFH DPLJiYHO $ LQÀXrQFLD GR KLSHUWH[WR p WDQWD
TXH DV UHSUHVHQWDo}HV GH WLSR FDUWRJUi¿FR JDQKDP C vantagem para a atleta saudita na competição de judô.
cada vez mais importância nas tecnologias intelectuais D LQÀXrQFLDGHDVSHFWRVFXOWXUDLVHUHOLJLRVRVQRHVSRUWH
de suporte informático. E GL¿FXOGDGHGDPXOKHULVOkPLFDSDUDYHQFHUSUHFRQFHLWRV
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 6
196
2014 *CINZ25DOM7*
QUESTÃO 98 QUESTÃO 100
Soneto
Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!
$PLPDVROLGmRGDQRLWHLQ¿QGD
Possa dormir o trovador sem crença. Giocondas gêmeas
Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!
A existência de uma segunda pintura da Mona Lisa
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
— a Gioconda GH /HRQDUGR GD 9LQFL ² IRL FRQ¿UPDGD
A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década pelo Museu do Prado, em Madri, em fevereiro. O quadro
de 1850, período conhecido na literatura brasileira como era conhecido desde o século XVIII, mas tido como uma
Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da reprodução tardia do original. Um trabalho de restauração
H[DFHUEDomRURPkQWLFDLGHQWL¿FDVHFRPR D revelou que seu fundo de cor negra na verdade recobria
A amor materno, que surge como possibilidade de a reprodução de uma típica paisagem da Toscana,
salvação para o eu lírico. FRPR D SLQWDGD SRU 'D 9LQFL 5DGLRJUD¿DV PRVWUDUDP
B VDXGRVLVPR GD LQIkQFLD LQGLFDGR SHOD PHQomR jV que a tela é irmã gêmea do original, provavelmente
¿JXUDVGDPmHHGDLUPm pintada por discípulos do mestre, sob supervisão de
C construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas 'D9LQFLQRVHXDWHOLrGH)ORUHQoDHQWUHH
com aparência melancólica. Os dois quadros serão, agora, expostos no Louvre.
D presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo +i HQWUHWDQWR GLIHUHQoDV D ÀRUHQWLQD /LVD *KHUDUGLQL
seu desejo de dormir. (Mona Lisa), aparentemente na meia-idade, parece mais
moça na nova tela. O manto sobre o ombro esquerdo
E ¿[DomRGRHXOtULFRSHODLGHLDGDPRUWHRTXHROHYDD
do quadro original surge como um véu transparente, e o
sentir um tormento constante.
decote aparece com mais nitidez. A descoberta reforça
QUESTÃO 99 a tese de estudiosos, como o inglês Martin Kemp, de
que assistentes de Da Vinci ajudaram na composição de
Ave a raiva desta noite telas importantes do mestre.
A baita lasca fúria abrupta
Revista Planeta, ano 40, ed. 474, mar. 2012.
Louca besta vaca solta
Ruiva luz que contra o dia Para cumprir sua função social, o gênero notícia precisa
Tanto e tarde madrugada. divulgar informações novas. No texto Giocondas gêmeas,
LEMINSKI, P. Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 2002 (fragmento). DOpPGHVHUFRQ¿UPDGDDH[LVWrQFLDGHXPDWHODJrPHD
de Mona Lisa e de serem destacadas as diferenças entre
No texto de Leminski, a linguagem produz efeitos sonoros
elas, o valor informativo do texto está centrado na
e jogos de imagens. Esses jogos caracterizam a função
poética da linguagem, pois A D¿UPDomRGHTXHDGioconda genuína estava na fase
da meia-idade.
A objetivam convencer o leitor a praticar uma
determinada ação. B revelação da identidade da mulher pintada por
B transmitem informações, visando levar o leitor a Da Vinci, a florentina Lisa Gherardini.
adotar um determinado comportamento. C consideração de que as produções artísticas de
C visam provocar ruídos para chamar a atenção do Da Vinci datam do período renascentista.
leitor. D descrição do fato de que a tela original mostra um
D apresentam uma discussão sobre a própria linguagem, manto sobre o ombro esquerdo da personagem.
explicando o sentido das palavras. E confirmação da hipótese de que Da Vinci teve
E representam um uso artístico da linguagem, com o assistentes que o auxiliaram em algumas de
objetivo de provocar prazer estético no leitor. suas obras.
197
*CINZ25DOM8* 2014
198
2014 *CINZ25DOM9*
QUESTÃO 105 QUESTÃO 106
Futebol de rua
Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio.
Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do
que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de
rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o
Maracanã em jogo noturno. Se você é brasileiro e criado
1
Nada de pegar namorada do amigo.
No máximo, pegue uma carona com ela. em cidade, sabe do que eu estou falando. Futebol de rua
é tão humilde que chama pelada de senhora.
Já pegou uma ou duas
2 ou três cervejas?
Então pegue um táxi.
Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia,
botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam
mais ou menos assim:
3 Pegar carona com a gatinha que não bebeu
pega muito bem.
'2&$032²2FDPSRSRGHVHUVyDWpR¿RGDFDOoDGD
calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e — nos
4 Pegou no copo,
não pegue na direção.
clássicos — o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar-se
só no meio da rua.
5 Pega muito mal exagerar na bebida. DA DURAÇÃO DO JOGO — Até a mãe chamar ou
escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até
alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.
6
Pro bicho não pegar, pegue táxi, ônibus
ou carona. Só não pegue no volante
depois de beber. DA FORMAÇÃO DOS TIMES — O número de jogadores
em cada equipe varia, de um a setenta para cada lado.
Anúncios publicitários geralmente fazem uso de Nesse trecho de crônica, o autor estabelece a seguinte
elementos verbais e não verbais. Nessa peça publicitária, UHODomRHQWUHRIXWHEROGHUXDHRIXWHEROR¿FLDO
a imagem, que simula um manual, e o texto verbal, A As regras do futebol de rua descaracterizam o futebol
TXH ID] XVR GH XPD YDULHGDGH GH OtQJXD HVSHFt¿FD de campo, uma vez que entre as duas práticas não
combinados, pretendem há similaridades.
A fazer a gradação de comportamentos e de atitudes em B As condições materiais do futebol de rua impedem
termos da gravidade de efeitos da bebida alcoólica. o envolvimento das pessoas e o caráter prazeroso
B aconselhar o leitor da peça publicitária a não “pegar” desta prática.
a namorada do amigo para o “bicho não pegar”. C O futebol de rua expressa a possibilidade de autoria
C promover a mudança de comportamento dos jovens das pessoas para a prática de esporte e de lazer.
HPUHODomRDRFRQVXPRGRiOFRROHjGLUHomR D O futebol de rua é necessariamente um futebol de
D demonstrar que a viagem de ônibus ou de táxi é mais PHQRUYDORUHLPSRUWkQFLDHPUHODomRDRIXWHEROR¿FLDO
segura, independentemente do consumo de álcool. E A ausência de regras formalizadas no futebol de rua
E incentivar a prática da carona em carros de motoristas faz com que o jogo seja desonesto em comparação
do sexo feminino. FRPRIXWHEROR¿FLDO
199
*CINZ25DOM10* 2014
disponível para a atuação em cena. Os gêneros textuais desempenham uma função social
E determinar uma única leitura da ação proposta, HVSHFt¿FDHPGHWHUPLQDGDVVLWXDo}HVGHXVRGDOtQJXD
explicitando qual entendimento o espectador deve em que os envolvidos na interação verbal têm um objetivo
ter da cena. comunicativo. Considerando as características do gênero,
a análise do texto Mães revela que sua função é
QUESTÃO 108
A ensinar sobre os cuidados que se deve ter com as
O Jornal do Commércio deu um brado esta semana mães, especialmente na velhice.
contra as casas que vendem drogas para curar a gente, B LQÀXHQFLDURkQLPRGDVSHVVRDVOHYDQGRDVDTXHUHU
DFXVDQGRDV GH DV YHQGHU SDUD RXWURV ¿QV PHQRV agir segundo um modelo sugerido.
humanos. Citou os envenenamentos que tem havido
na cidade, mas esqueceu de dizer, ou não acentuou C informar sobre os idosos e sobre seus sentimentos e
bem, que são produzidos por engano das pessoas que necessidades.
manipulam os remédios. Um pouco mais de cuidado, D avaliar matéria publicada em edição anterior de jornal
um pouco menos de distração ou de ignorância, evitarão ou de revista.
males futuros. Mas todo ofício tem uma aprendizagem, e E apresentar nova publicação, visando divulgá-la para
não há benefício humano que não custe mais ou menos leitores de jornal.
duras agonias. Cães, coelhos e outros animais são
vítimas de estudos que lhes não aproveitam, e sim aos
homens; por que não serão alguns destes, vítimas do
que há de aproveitar aos contemporâneos e vindouros?
+i XP DUJXPHQWR TXH GHVID] HP SDUWH WRGRV HVVHV
DWDTXHVjVERWLFDVpTXHRKRPHPpHPVLPHVPRXP
laboratório. Que fundamento jurídico haverá para impedir
que eu manipule e venda duas drogas perigosas? Se elas
matarem, o prejudicado que exija de mim a indenização
que entender; se não matarem, nem curarem, é um
DFLGHQWHHXPERPDFLGHQWHSRUTXHDYLGD¿FD
ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1967 (fragmento).
200
2014 *CINZ25DOM11*
QUESTÃO 110 QUESTÃO 111
O trecho do rap H R JUD¿WH HYLGHQFLDP R SDSHO VRFLDO pouco atrativos para os leitores, uma vez que os livros
das manifestações artísticas e provocam a impressos estão em desuso.
B a semimaterialidade dos e-books garante maior
A consciência do público sobre as razões da interação entre o leitor e o texto.
desigualdade social.
C os e-books possibilitam maior difusão da leitura,
B UHMHLomRGRS~EOLFRDOYRjVLWXDomRUHSUHVHQWDGDQDV tendo em vista a velocidade e a dinamicidade da
obras. informação.
C UHÀH[mRFRQWUDDLQGLIHUHQoDQDVUHODo}HVVRFLDLVGH D DV REUDV FOiVVLFDV H FRQWHPSRUkQHDV ¿FDUDP
forma contundente. JUDWXLWDVGHYLGRjVGLJLWDOL]Do}HVSURSLFLDGDVFRPR
D ideia de que a igualdade é atingida por meio da surgimento da internet.
violência. E a velocidade de proliferação e captação de
E mobilização do público contra o preconceito racial em informações transforma a leitura fragmentada em
contextos diferentes. XPDVROXomRSDUDRDFHVVRjVREUDV
201
*CINZ25DOM12* 2014
C subestimadas, pois o português “gostoso” de Portugal O Modernismo representou uma ruptura com os
deve ser a referência de correção linguística. padrões formais e temáticos até então vigentes na
literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o que
D reconhecidas, pois a formação cultural brasileira é
caracteriza o poema Cena como modernista é o(a)
garantida por meio da fala do povo.
E reelaboradas, pois o povo “macaqueia” a língua A construção linguística por meio de neologismo.
portuguesa original. B estabelecimento de um campo semântico inusitado.
C FRQ¿JXUDomR GH XP VHQWLPHQWDOLVPR FRQFLVR H
QUESTÃO 113 irônico.
D subversão de lugares-comuns tradicionais.
Miss Universo: “As pessoas racistas devem procurar
E uso da técnica de montagem de imagens justapostas.
ajuda”
SÃO PAULO — Leila Lopes, de 25 anos, não é a QUESTÃO 115
primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. Se observarmos o maxixe brasileiro, a beguine da
A primazia coube a Janelle “Penny” Commissiong, de Martinica, o danzón de Santiago de Cuba e o ragtime
Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. norte-americano, vemos que todos são adaptações
Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, da polca. A diferença de resultado se deve ao sotaque
LQHUHQWH j P~VLFD GH FDGD FRORQL]DGRU SRUWXJXrV
em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de Trinidad e espanhol, francês e inglês) e, em alguns casos, a uma
Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, PDLRULQÀXrQFLDGDP~VLFDUHOLJLRVD
em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes, que foi a &$=(6+ChoroGRTXLQWDODR0XQLFLSDO6mR3DXOR(GLWRUD DGDSWDGR
SULPHLUD QHJUD D VH HOHJHU 0LVV %UDVLO ¿FRX HP VH[WR
$OpPGRVRWDTXHLQHUHQWHjP~VLFDGHFDGDFRORQL]DGRU
OXJDU QD FODVVL¿FDomR JHUDO $LQGD DVVLP D HVWXSLGH] H GD LQÀXrQFLD UHOLJLRVD TXH RXWUR HOHPHQWR DX[LOLRX D
humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestações constituir os gêneros de música popular citados no texto?
preconceituosas como a de um site EUDVLOHLUR TXH jV A A região da África de origem dos escravos, trazendo
vésperas da competição, e se valendo do anonimato tradições musicais e religiosas de tribos distintas.
de quem o criou, emitiu opiniões do tipo “Como alguém B O relevo dos países, favorecendo o isolamento de
consegue achar uma preta bonita?”Após receber o título, comunidades, aumentando o número de gêneros
a mulher mais linda do mundo — que tem o português musicais surgidos.
FRPROtQJXDPDWHUQDHWDPEpPIDODÀXHQWHPHQWHRLQJOrV C O conjunto de portos, que favorecem o trânsito de
— disse o que pensa de atitudes como essa e também GLIHUHQWHVLQÀXrQFLDVPXVLFDLVHFUHGRVUHOLJLRVRV
sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados D A agricultura das regiões, pois o que é plantado exerce
de Angola e de outros países. LQÀXrQFLDQDVFDQo}HVGHWUDEDOKRGXUDQWHRSODQWLR
E O clima dos países em questão, pois as temperaturas
COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set. 2011 (adaptado).
LQÀXHQFLDPQDFRPSRVLomRHYLYDFLGDGHGRVULWPRV
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 12
202
2014 *CINZ25DOM13*
QUESTÃO 116 Quais as vantagens e desvantagens do ensino da
língua por meio das letras de música?
6HPÀHFKDQDULPD Não sou pedagogo ou educador, então só vejo
vantagens, porque as letras de música usam uma
2JUXSRGHUDS%U{0&VFULDGRQR¿QDOGHp
linguagem que é a do dia a dia, principalmente, dos jovens.
formado pelos pares de irmãos (daí o “bro”, de brother)
A música é algo que lhes dá prazer e, didaticamente,
Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram
pode fazer as vezes de algo que o aluno tem a noção de
ouvindo hip hop nas rádios da aldeia Jaguapiru Bororo, ser entediante — estudo da língua, sentar e abrir um livro.
em Dourados, Mato Grosso do Sul. Ao ouvir uma música, os exemplos surgem. É a grande
— Desde o começo a gente não queria impor uma vantagem e sempre foi a ideia do programa.
cultura estranha que invadisse a cultura indígena — Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (fragmento).
D¿UPD R SURGXWRU FKDPDQGR D DWHQomR SDUD R JUDQGH 2V JrQHURV WH[WXDLV VmR GH¿QLGRV SRU PHLR GH VXD
destaque do Brô MCs: as letras em língua indígena. estrutura, função e contexto de uso.Tomando por base a
Expressar-se em língua originária e fazer com que os estrutura dessa entrevista, observa-se que
jovens indígenas percebam a vitalidade do idioma nativo
é uma das motivações do grupo. A a organização em turnos de fala reproduz o diálogo
que ocorre entre os interlocutores.
$GL¿FXOGDGHPDLRUYHPGRVFUtWLFRVTXHQmRDFHLWDP B R WHPD H R VXSRUWH RQGH IRL SXEOLFDGD MXVWL¿FDP D
o fato de que a cultura indígena é dinâmica e sempre ausência de traços da linguagem informal.
incorpora novidades.
C a ausência de referências sobre o entrevistado é uma
— “Mas índio cantando rap?”, tem gente que HVWUDWpJLDSDUDLQGX]LUjOHLWXUDGRWH[WRQDtQWHJUD
questiona. O rap é de quem canta, é de quem gosta, não D RXVRGRGHVWDTXHJUi¿FRpXPUHFXUVRGHHGLomRSDUD
é só dos americanos — avalia Dani [o vocal feminino]. ressaltar a importância do tema para o entrevistador.
BONFIM, E. Revista Língua Portuguesa, n. 81, jul. 2012 (adaptado). E o entrevistado é um especialista em abordagens
educacionais alternativas para o ensino da língua
Considerando-se as opiniões apresentadas no texto, a
portuguesa.
indagação “Mas índio cantando rap?” traduz um ponto de
vista que evidencia QUESTÃO 118
A GHVTXDOL¿FDomR GRV LQGtJHQDV FRPR P~VLFRV Fogo frio
desmerecendo sua capacidade musical devido a O Poeta
sua cultura. A névoa que sobe
B desvalorização da cultura rap HP FRQWUDSDUWLGD jV dos campos, das grotas, do fundo dos vales,
tradições musicais indígenas, motivo pelo qual os é o hálito quente da terra friorenta.
índios não devem cantar rap. O Lavrador
C preconceito por parte de quem não concebe que os Engana-se, amigo.
índios possam conhecer o rap e, menos ainda, cantar Aquilo é fumaça que sai da geada.
esse gênero musical.
O Poeta
D equívoco por desconsiderar as origens culturais do Fumaça, que eu saiba,
gênero musical, ligadas ao contexto urbano. somente de chama e brasa é que sai!
E entendimento do rap como um gênero ultrapassado O Lavrador
HPUHODomRjOLQJXDJHPPXVLFDOGRVLQGtJHQDV E, acaso, a geada não é
fogo branco caído do céu,
QUESTÃO 117
tostando tudinho, crestando tudinho, queimando tudinho,
Entrevista — Tony Bellotto sem pena, sem dó?
FORNARI, E. Trem da serra. Porto Alegre: Acadêmica, 1987.
A língua é rock
Neste diálogo poético, encena-se um embate de ideias
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à entre o Poeta e o Lavrador, em que
frente de programa televisivo em que discute a língua
A a vitória simbólica é dada ao discurso do lavrador
portuguesa por meio da música
e tem como efeito a renovação de uma linguagem
2TXHRDWUDLXQDSURSRVWDGH$¿QDQGRD/tQJXD" poética cristalizada.
No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa B as duas visões têm a mesma importância e
que falasse de língua portuguesa usando a música como são equivalentes como experiência de vida e a
atrativo, principalmente, para os jovens. Com o passar capacidade de expressão.
do tempo, ele foi se transformando num programa sobre C o autor despreza a sabedoria popular e traça uma
a linguagem usada em letras de música, no jornalismo, caricatura do discurso do lavrador, simplório e repetitivo.
QD OLWHUDWXUD GH ¿FomR H QD SRHVLD &RPR QmR VRX XP D DV LPDJHQV FRQWUDGLWyULDV GH IULR H IRJR UHIHULGDV j
cara de TV, trago a experiência de escritor e músico, e geada compõem um paradoxo que o poema não é
sempre participo de forma mais ativa do que como um capaz de organizar.
mero apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço E R GLVFXUVR GR ODYUDGRU ID] XPD SHUVRQL¿FDomR
sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo da natureza para explicar o fenômeno climático
pessoal do Futura. observado pelos personagens.
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
203
*CINZ25DOM14* 2014
204
2014 *CINZ25DOM15*
QUESTÃO 123 O advento da escrita como tecnologia intelectual está
diretamente ligado a uma série de mudanças na forma
Sermão da Sexagésima de pensar e de construir o conhecimento nas sociedades.
A partir do texto, constata-se que, na elaboração do
Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações,
GLVFXUVRFLHQWt¿FRDHVFULWD
nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se
semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? A GHWHUPLQRX GH TXH PRGR D VRFLHGDGH FLHQWt¿FD
Não há um homem que em um sermão entre em si e se deveria se organizar para avançar.
resolva, não há um moço que se arrependa, não há um B possibilitou que os pesquisadores se distanciassem
velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus de informações presentes na memória.
não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não C permitiu que fossem documentados conceitos e
é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a saberes advindos de experiências realizadas.
palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus D IDFLOLWRX TXH DV LQIRUPDo}HV ¿FDVVHP DUPD]HQDGDV
tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje igualmente na memória e no papel.
nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e E consentiu que a atenção dos homens se desviasse
tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero para os saberes antigamente inalcançáveis.
começar pregando-me a mim. A mim será, e também
a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que QUESTÃO 125
aprendais a ouvir.
VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965.
O mulato
No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do
TXHVWLRQDDH¿FiFLDGDVSUHJDo}HV3DUDWDQWRDSUHVHQWD Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos
como estratégia discursiva sucessivas interrogações, as de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e
quais têm por objetivo principal ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da
virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser
A SURYRFDUDQHFHVVLGDGHHRLQWHUHVVHGRV¿pLVVREUH mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha;
o conteúdo que será abordado no sermão. bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha
B FRQGX]LURLQWHUORFXWRUjVXDSUySULDUHÀH[mRVREUHRV de contralto que fazia gosto de ouvir.
temas abordados nas pregações. 8PD Vy SDODYUD ERLDYD j VXSHUItFLH GRV VHXV
C apresentar questionamentos para os quais a Igreja pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-
não possui respostas. se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu
passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras
D LQVHULU DUJXPHQWRV j WHVH GHIHQGLGD SHOR SUHJDGRU
ideias.
VREUHDH¿FiFLDGDVSUHJDo}HV
E questionar a importância das pregações feitas pela — Mulato!
Igreja durante os sermões. Esta só palavra explicava-lhe agora todos os
mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão
QUESTÃO 124 usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas
famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam
A escrita é uma tecnologia intelectual que vem
de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em
auxiliar o trabalho biológico. É como uma nova memória, sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.
situada fora do sujeito, e ilimitada. Com ela não é mais
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).
necessário reter todos os relatos – este auxiliar cognitivo
vem, portanto, relativizar a memória para que a mente O texto de Aluísio Azevedo é representativo do
humana possa desviar sua atenção consciente para 1DWXUDOLVPR YLJHQWH QR ¿QDO GR VpFXOR ;,; 1HVVH
outros recursos e faculdades. IUDJPHQWR R QDUUDGRU H[SUHVVD ¿GHOLGDGH DR GLVFXUVR
naturalista, pois
Se é arriscado associar diretamente o surgimento
A relaciona a posição social a padrões de comportamento
da ciência ao da escrita, podemos, de qualquer forma,
HjFRQGLomRGHUDoD
D¿UPDU TXH D HVFULWD GHX LPSXOVR H GHVHPSHQKRX XP
SDSHO IXQGDPHQWDO QD FRQVWUXomR GR GLVFXUVR FLHQWt¿FR B apresenta os homens e as mulheres melhores do que
eram no século XIX.
2GLVWDQFLDPHQWRSRVVLELOLWDGRSHODJUD¿DQRSDSHOWUD]R
registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento C mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de
especulativo, o documentário de comprovações, a saberes entre homens e mulheres.
compilação de teorias e de paradigmas em torno dos D ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de
TXDLVDVFRPXQLGDGHVFLHQWt¿FDVYmRVHDJUXSDU ascender socialmente.
RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. E FULWLFD D HGXFDomR RIHUHFLGD jV PXOKHUHV H RV
Porto Alegre: Artmed, 2002. maus-tratos dispensados aos negros.
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 15
205
*CINZ25DOM16* 2014
206
2014 *CINZ25DOM17*
QUESTÃO 130 A variação linguística afeta o processo de produção dos
sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o
emprego das marcas de variação objetiva
A evidenciar a importância de marcas linguísticas
valorizadoras da linguagem coloquial.
B demonstrar incômodo com a variedade característica
de pessoas pouco escolarizadas.
C HVWDEHOHFHU XP MRJR GH SDODYUDV D ¿P GH SURGX]LU
efeito de humor.
D criticar a linguagem de pessoas originárias de fora
dos centros urbanos.
E HVWDEHOHFHUXPDSROtWLFDGHLQFHQWLYRjHVFULWDFRUUHWD
das palavras.
QUESTÃO 132
207
*CINZ25DOM18* 2014
QUESTÃO 134
História de assombração
Ah! Eu alembro uma história que aconteceu com
meu tii. Era dia de Sexta-Feira da Paixão, diz que eles
falava pra meu tii não num vai pescá não. Ele foi assim
mesmo, aí chegô lá, ele tá pescano... tá pescano... e
nada de pexe. Aí saiu um mundo véi de cobra em cima
dele, aí ele foi embora... Aí até ele memo contava isso e
falava É... nunca mais eu vou pescar no dia de Sexta-Feira
da Paixão...
COSTA, S. A. S. Narrativas tradicionais tapuias. Goiânia: UFG, 2011 (adaptado).
208
209
QUESTÃO 97
TEXTO I
Voluntário
Rosa tecia redes, e os produtos de sua pequena
indústria gozavam de boa fama nos arredores. A reputação
da tapuia crescera com a feitura de uma maqueira de
tucum ornamentada com a coroa brasileira, obra de
ingênuo gosto, que lhe valera a admiração de toda a
CABRAL, I. Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 30 jul. 2012.
comarca e provocara a inveja da célebre Ana Raimunda,
de Óbidos, a qual chegara a formar uma fortunazinha com $SDODYUDLQJOHVD³LQYROXWLRQ´WUDGX]VHFRPRLQYROXomR
aquela especialidade, quando a indústria norte-americana ou regressão. A construção da imagem com base
reduzira à inatividade os teares rotineiros do Amazonas. na combinação do verbal com o não verbal revela a
SOUSA, I. Contos amazônicos. São Paulo: Martins Fontes, 2004. intenção de
TEXTO II A denunciar o retrocesso da humanidade.
Relato de um certo oriente B criticar o consumo de bebida alcoólica pelos humanos.
Emilie, ao contrário de meu pai, de Dorner e dos C satirizar a caracterização dos humanos como
nossos vizinhos, não tinha vivido no interior do Amazonas. primatas.
Ela, como eu, jamais atravessara o rio. Manaus era o seu D elogiar a teoria da evolução humana pela seleção
mundo visível. O outro latejava na sua memória. Imantada natural.
por uma voz melodiosa, quase encantada, Emilie
E fazer um trocadilho com as palavras inovação e
maravilha-se com a descrição da trepadeira que espanta
involução.
LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 6
210
2015 *Amar25dom7*
QUESTÃO 99 A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca
Da timidez presença no panorama da arte brasileira e internacional.
Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem manual para
KRUURUDVHUQRWDGRTXDQWRPDLVDVHUQRWyULR6H¿FRX
QRWyULRSRUVHUWtPLGRHQWmRWHPTXHVHH[SOLFDU$¿QDO A obtenção das linhas retas paralelas.
que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? B valorização do tracejado retilíneo.
6H¿FRXQRWyULRDSHVDUGHVHUWtPLGRWDOYH]HVWLYHVVHVH
enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas C exploração de diferentes texturas.
um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem D obtenção do equilíbrio assimétrico.
ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém E inscrição homogênea das formas e palavras.
que se acha muito superior procura o analista para tratar
um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se QUESTÃO 101
sentir inferior é doença. E: Diva ... tem algumas ... alguma experiência pessoal
[...]
que você passou e que você poderia me contar ... alguma
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas
coisa que marcou você? Uma experiência ... você poderia
com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido,
duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue FRQWDUDJRUD«
escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa I: É ... tem uma que eu vivi quando eu estudava o
nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os WHUFHLURDQRFLHQWt¿FROiQR$WKHQHXQppHXJRVWDYD
por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois muito do laboratório de química ... eu ... eu ia ajudar os
ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. professores a limpar aquele material todo ... aqueles vidros
Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar ... eu achava aquilo fantástico ... aquele monte de coisa ...
um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido né ... então ... todos os dias eu ia ... quando terminavam
pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma as aulas eu ajudava o professor a limpar o laboratório ...
pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que
nesse dia não houve aula e o professor me chamou pra
seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas
fazer uma limpeza geral no laboratório ... chegando lá
virarem pó.
... ele me fez uma experiência ... ele me mostrou uma
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
coisa bem interessante que ... pegou um béquer com
Entre as estratégias de progressão textual presentes meio d’água e colocou um pouquinho de cloreto de sódio
QHVVH WUHFKR LGHQWL¿FDVH R HPSUHJR GH HOHPHQWRV SDVWRVRHQWmRIRLDTXHOHIRJDUpXGHV¿ODQGRDTXHOH
conectores. Os elementos que evidenciam noções fogaréu ... quando o professor saiu ... eu chamei umas
semelhantes estão destacados em: duas colegas minhas pra mostrar a experiência que eu
A “Se ¿FRXQRWyULRSRUVHUWtPLGR´H³>@HQWmRWHPTXH tinha achado fantástico ... só que ... eu achei o seguinte ...
se H[SOLFDU´ VHRSURIHVVRUFRORFRXXPSRXTXLQKRIRLDTXHOHGHV¿OH
B “[...] então WHP TXH VH H[SOLFDU´ H ³>@ quando as ... imagine se eu colocasse mais ... peguei o mesmo
HVWUHODVYLUDUHPSy´ béquer ... coloquei uma colher ... uma colher de cloreto
de sódio ... foi um fogaréu tão grande ... foi uma explosão
C ³>@¿FRXQRWyULRapesar de VHUWtPLGR>@´H³>@mas
LVWRQmRpYDQWDJHP>@´ ... quebrou todo o material que estava exposto em cima
GDPHVDHXEUDQFDHX¿TXHLROKDHXSHQVHLTXH
D “[...] um estratagema para VHU QRWDGR >@´ H ³7mR
eu fosse morrer sabe ... quando ... o colégio inteiro correu
secreto que QHPHOHVDEH´
pro laboratório pra ver o que tinha sido ...
E “[...] como QR SDUDGR[R SVLFDQDOtWLFR >@´ H ³>@
CUNHA, M. A. F. (Org.) . Corpus discurso & gramática: a língua falada e
porque VyHOHDFKD>@´ escrita na cidade de Natal. Natal: EdUFRN, 1998.
211
*Amar25dom8* 2015
212
2015 *Amar25dom9*
QUESTÃO 104 aceitável, SRU H[HPSOR DTXHOD GDV URPkQWLFDV ¿JXUDV
indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente
ideal e obsceno: o alto ² uma beleza imaterial ² e o
baixo ² uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura
de estilos que, sem romper com a regra do decoro
artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório
VLPEyOLFRR¿FLDO$H[yWLFDPRUHQDTXHQmRptQGLD² nem
mulata ou negra ² poderia representar uma visualidade
feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no
LPDJLQiULRGDQRVVD³PRQDUTXLDWURSLFDO´"
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.
QUESTÃO 106
&RPRHVWDPRVQD³(UD'LJLWDO´IRLQHFHVViULRUHYHURV
velhos ditados existentes e adaptá-los à nova realidade.
Disponível em: http://newsgerais.blogspot.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012. Veja abaixo...
Esse texto trata de uma campanha sobre o trânsito e visa 1. A pressa é inimiga da conexão.
a orientação dos motociclistas quanto ao(à) 2. Amigos, amigos, senhas à parte.
A intolerância com a morosidade do tráfego. 3. Para bom provedor uma senha basta.
B desconhecimento da legislação. 4. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
C crescente número de motocicletas.
5. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
D manutenção preventiva do veículo.
E cuidado com a própria segurança. 6. Quem clica seus males multiplica.
7. Quem semeia e-mails, colhe spams.
QUESTÃO 105
2V¿QVMXVWL¿FDPRVe-mails.
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola Disponível em: www.abusar.org.br. Acesso em: 20 maio 2015 (adaptado).
de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela
A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao No texto, há uma reinterpretação de ditados populares
seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da com o uso de termos da informática. Essa reinterpretação
grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da A WRUQD R WH[WR DSURSULDGR SDUD SUR¿VVLRQDLV GD
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e informática.
licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa
B atribui ao texto um caráter humorístico.
à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto,
ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da C restringe o acesso ao texto por público não
¿JXUD IHPLQLQD SUy[LPD GR RULHQWDOLVPR WmR HP YRJD especializado.
na Europa, confrontou-se não somente com os limites D deixa a terminologia original mais acessível ao
morais, mas também com a orientação estética e cultural público em geral.
do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu E GL¿FXOWD D FRPSUHHQVmR GR WH[WR SRU TXHP QmR
tão descolado do que se desejava como nudez nacional domina a língua inglesa.
213
*Amar25dom10* 2015
QUESTÃO 107
(VVHLQIRJUi¿FRUHVXPHDVFRQFOXV}HVGHGLYHUVDVSHVTXLVDVFLHQWt¿FDVVREUHDDGROHVFrQFLD7DLVFRQFOXV}HV
A desconstroem os estereótipos a respeito dos adolescentes.
B estabelecem novos limites de duração para essa fase da vida.
C reiteram a ideia da adolescência como um período conturbado.
D FRQ¿UPDPDSUR[LPLGDGHHQWUHRVXQLYHUVRVDGROHVFHQWHHDGXOWR
E apontam a insegurança como uma característica típica dos adolescentes.
QUESTÃO 108
Síntese entre erudito e popular
Na região mineira, a separação entre cultura popular (as artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é marcada
pela elite colonial, que tem como exemplo os valores europeus, e o grupo popular, formado pela fusão de várias
FXOWXUDV SRUWXJXHVHV DYHQWXUHLURV RX GHJUHGDGRV QHJURV H tQGLRV$OHLMDGLQKR XQLQGR DV VR¿VWLFDo}HV GD DUWH
HUXGLWDDRHQWHQGLPHQWRGRDUWt¿FHSRSXODUFRQVHJXHID]HUHVVDVtQWHVHFDUDFWHUtVWLFDGHVWHPRPHQWR~QLFRQD
história da arte brasileira: o barroco colonial. MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado).
1R VpFXOR ;9,,, D DUWH EUDVLOHLUD PDLV HVSHFL¿Famente a de Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica
e um estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras
FDUDFWHUL]DGDVSRUSHFXOLDULGDGHVTXHVmRLGHQWL¿FDGDVSRUPHLR
A do emprego de materiais oriundos da Europa e da interpretação realista dos objetos representados.
B do uso de recursos materiais disponíveis no local e da interpretação formal com características próprias.
C da utilização de recursos materiais vindos da Europa e da homogeneização e linearidade representacional.
D da observação e da cópia detalhada do objeto representado e do emprego de materiais disponíveis na região.
E da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da interpretação idealizada e linear dos objetos representados.
214
2015 *Amar25dom11*
QUESTÃO 109 Nesse sentido, Machado de Assis, que foi o primeiro
Famigerado presidente desde a sua inauguração até a data de sua
morte, em 1908, imaginava que a nossa Academia deveria
Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido ser uma academia de Letras, portanto, de literatos.
de ter começado assim, de evidente. Contra que aí estava
BECHARA, E. Disponível em: www.academiagalega.org. Acesso em: 31 jul. 2012.
com o fígado em más margens; pensava, pensava.
Cabismeditado. Do que, se resolveu. Levantou as feições. No trecho da palestra proferida por Evanildo Bechara, na
Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não $FDGHPLD *DOHJD GD /tQJXD 3RUWXJXHVD YHUL¿FDVH R
PHHQFDUDYDVyVH¿WRjPHLDHVJXHOKD/DWHMDYDOKHXP uso de estruturas gramaticais típicas da norma padrão da
orgulho indeciso. Redigiu seu monologar. língua. Esse uso
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas A torna a fala inacessível aos não especialistas no
e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos,
LQVHTXHQWHV FRPR GL¿FXOWDomR $ FRQYHUVD HUD SDUD assunto abordado.
teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mínimas B contribui para a clareza e a organização da fala no
entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no nível de formalidade esperado para a situação.
fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele enigmava. C atribui à palestra características linguísticas restritas
E, pá: à modalidade escrita da língua portuguesa.
² 9RVPHFr DJRUD PH IDoD D ERD REUD GH TXHUHU D GL¿FXOWDDFRPSUHHQVmRGRDXGLWyULRSDUDSUHVHUYDUR
me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado... caráter rebuscado da fala.
faz-me-gerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...?
E evidencia distanciamento entre o palestrante e o
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
auditório para atender os objetivos do gênero palestra.
A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem
a Guimarães Rosa um lugar de destaque na literatura QUESTÃO 111
brasileira. No fragmento lido, a tensão entre a personagem
e o narrador se estabelece porque Mudança linguística
A o narrador se cala, pensa e monologa, tentando assim Ataliba de Castilho, professor de língua portuguesa
evitar a perigosa pergunta de seu interlocutor. da USP, explica que o internetês é parte da metamorfose
B o sertanejo emprega um discurso cifrado, com natural da língua.
enigmas, como se vê em “a conversa era para teias ² &RP D LQWHUQHW D OLQJXDJHP VHJXH R FDPLQKR
GHDUDQKD´ dos fenômenos da mudança, como o que ocorreu com
C entre os dois homens cria-se uma comunicação ³YRFr´ TXH VH WRUQRX R SURQRPH iWRQR ³Fr´ $JRUD
impossível, decorrente de suas diferenças o interneteiro pode ajudar a reduzir os excessos da
socioculturais. RUWRJUD¿DHEHPVDEHPRVTXHVmRPXLWRV3RUTXHR
D a fala do sertanejo é interrompida pelo gesto de acento gráfico é tão importante assim para a escrita?
impaciência do narrador, decidido a mudar o assunto Já tivemos no Brasil momentos até mais exacerbados por
da conversa. acentos e dispensamos muitos deles. Como toda palavra
E a palavra desconhecida adquire o poder de gerar é contextualizada pelo falante, podemos dispensar ainda
FRQÀLWR H VHSDUDU DV SHUVRQDJHQV HP SODQRV muitos outros. O interneteiro mostra um caminho, pois faz
incomunicáveis. um casamento curioso entre oralidade e escrituralidade.
O internetês pode, no futuro, até tornar a comunicação
QUESTÃO 110 PDLVH¿FLHQWH2XHYROXLUSDUDXPMDUJmRFRPSOH[RTXH
em vez de aproximar as pessoas em menor tempo, estimule
Em primeiro lugar gostaria de manifestar os meus o isolamento dos iniciados e a exclusão dos leigos.
agradecimentos pela honra de vir outra vez à Galiza e
conversar não só com os antigos colegas, alguns dos Para Castilho, no entanto, não será uma reforma
quais fazem parte da mesa, mas também com novos RUWRJUi¿FD TXH IDUi D PXGDQoD GH TXH SUHFLVDPRV QD
colegas, que pertencem à nova geração, em cujas mãos, língua. Será a internet. O jeito eh tc e esperar pra ver?
com toda certeza, está também o destino do Galego na Disponível em: http://revistalingua.com.br. Acesso em: 3 jun. 2015 (adaptado).
Galiza, e principalmente o destino do Galego incorporado
à grande família lusófona. Na entrevista, o fragmento “O jeito eh tc e esperar pra
E, portanto, é com muito prazer que teço algumas YHU"´WHPSRUREMHWLYR
considerações sobre o tema apresentado. Escolhi como A ilustrar a linguagem de usuários da internet que
tema como os fundadores da Academia Brasileira de SRGHUiSURPRYHUDOWHUDo}HVGHJUD¿DV
Letras viam a língua portuguesa no seu tempo. Como
B mostrar os perigos da linguagem da internet como
sabem, a nossa Academia, fundada em 1897, está agora
completando 110 anos, foi organizada por uma reunião de SRWHQFLDOL]DGRUDGHGL¿FXOGDGHVGHHVFULWD
jornalistas, literatos, poetas que se reuniam na secretaria C evidenciar uma forma de exclusão social para as
da Revista Brasileira, dirigida por um crítico literário e por SHVVRDVFRPEDL[DSUR¿FLrQFLDHVFULWD
um literato chamado José Veríssimo, natural do Pará, e D explicar que se trata de um erro linguístico por destoar
desse entusiasmo saiu a ideia de se criar a Academia do padrão formal apresentado ao longo do texto.
Brasileira, depois anexada ao seu título: Academia
Brasileira de Letras. E H[HPSOL¿FDUGL¿FXOGDGHVGHHVFULWDGRVLQWHUQHWHLURV
que desconhecem as estruturas da norma padrão.
LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 11
215
*Amar25dom12* 2015
QUESTÃO 114
Perder a tramontana
A expressão ideal para falar de desorientados e outras
palavras de perder a cabeça
Disponível em: http://fsindical-rs.org.br. Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado). É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra,
³SHUGHU D WUDPRQWDQD´ VLJQL¿FD GHL[DU GH YHU D HVWUHOD
Nesse texto, associam-se recursos verbais e não verbais
polar, em italiano stella tramontana, situada do outro lado
na busca de mudar o comportamento das pessoas
dos montes, que guiava os marinheiros antigos em suas
quanto a uma questão de saúde pública. No cartaz, essa viagens desbravadoras.
associação é ressaltada no(a)
Deixar de ver a tramontana era sinônimo de
A destaque dado ao laço, símbolo do combate à aids, desorientação. Sim, porque, para eles, valia mais o céu
VHJXLGRGDIUDVH³8VHFDPLVLQKD´ estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida,
B FHQWUDOL]DomRGDPHQVDJHP³3UHYLQDVH´ LPSUHYLVWDMiR1RUWHWLQKDFRPRUHIHUrQFLDQR¿UPDPHQWR
C foco dado ao objeto camisinha em imagem e em um ponto luminoso conhecido como a estrela Polar, uma
espécie de farol para os navegantes do Mediterrâneo,
palavra.
sobretudo os genoveses e os venezianos. Na linguagem
D laço como elemento de ligação entre duas GHOHVHOD¿FDYDWUDQVPRQWHVSDUDDOpPGRVPRQWHVRV
recomendações. Alpes. Perdê-la de vista era perder a tramontana, perder
E sobreposição da imagem da camisinha e da boia, o Norte.
UHODFLRQDGDjIUDVH³6DOYHYLGDV´ No mundo de hoje, sujeito a tantas pressões, muita
QUESTÃO 113 gente não resiste a elas e entra em parafuso. Além de
perder as estribeiras, perde a tramontana...
Telecommuting UHGH¿QH R WUDGLFLRQDO HQWHQGLPHQWR COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007.
sobre o espaço de trabalho. Atualmente, as organizações Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão
estão se focando em novos valores, tais como, inovações, ³SHUGHU D WUDPRQWDQD´ $R WUDWDU GR VLJQL¿FDGR GHVVD
satisfação, responsabilidades, resultados e ambiente expressão, utilizando a função referencial da linguagem,
de trabalho familiar. A alternativa do telecommuting o autor busca
FRPSOHPHQWD HVVHV SULQFtSLRV H RIHUHFH ÀH[LELOLGDGH
aos patrões e empregados. É um conceito novo que, a A apresentar seus indícios subjetivos.
cada dia, ganha mais força ao redor do mundo. Grandes B convencer o leitor a utilizá-la.
empresas escolheram o trabalho de telecommuting pelas C expor dados reais de seu emprego.
facilidades que ele gera para o empregador. A implantação D explorar sua dimensão estética.
do telecommuting determina regras para se trabalhar E criticar sua origem conceitual.
LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 12
216
2015 *Amar25dom13*
QUESTÃO 115 brinquedos e suas ferramentas de aprendizado. Daqui
Ai se sêsse a 50 anos, talvez concluamos que não houve nenhuma
FULVH HGXFDFLRQDO QR PXQGR ² DSHQDV RFRUUHX XPD
Se um dia nois se gostasse incongruência crescente entre a maneira como as escolas
Se um dia nois se queresse do século XX ensinavam e a maneira como as crianças
Se nois dois se empareasse GR¿PGRVpFXOR;;DSUHQGLDP
Se juntim nois dois vivesse DRUCKER, P. O melhor de Peter Drucker: obra completa. São Paulo: Nobel, 2002.
Se juntim nois dois morasse 2 DUWLJR DSUHVHQWD XPD UHÀH[mR VREUH D 5HYROXomR GD
Se juntim nois dois drumisse Informação, que, assim como a Revolução Industrial,
Se juntim nois dois morresse SURYRFRX LPSDFWRV VLJQL¿FDWLYRV QDV VRFLHGDGHV
Se pro céu nois assubisse contemporâneas. Ao tratar da Revolução da Informação,
Mas porém se acontecesse o autor enfatiza que
De São Pedro não abrisse A o comércio eletrônico é um dos canais mais
A porta do céu e fosse importantes dessa revolução.
Te dizer qualquer tulice B o computador desenvolve na criança uma inteligência
E se eu me arriminasse maior que a dos pais.
E tu cum eu insistisse C o aumento no número de empregos via internet é uma
Pra que eu me arresolvesse realidade atualmente.
D o colapso educacional é fruto de uma incongruência
E a minha faca puxasse no ensino do século XX.
E o bucho do céu furasse E o advento da Revolução da Informação causará
7DUYrVTXHQRLVGRLV¿FDVVH impactos nos próximos 50 anos.
Tarvês que nois dois caísse
E o céu furado arriasse QUESTÃO 117
E as virgi toda fugisse Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que
DWUDYHVVRXR¿UPDPHQWRGDFRUWHFRPREULOKDQWHPHWHRUR
ZÉ DA LUZ. Cordel do Fogo Encantado. Recife: Álbum de estúdio, 2001.
O poema foi construído com formas do português não e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que
SDGUmRWDLVFRPR³MXQWLP´³QRLV´³WDUYrV´(VVDVIRUPDV produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando
legitimam-se na construção do texto, pois apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam;
e logo buscaram todos com avidez informações acerca
A revelam o bom humor do eu lírico do poema. da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não
B estão presentes na língua e na identidade popular. repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade,
C revelam as escolhas de um poeta não escolarizado. sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os
D tornam a leitura fácil de entender para a maioria dos noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia
brasileiros. uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que
sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta
E compõem um conjunto de estruturas linguísticas não passava de mãe de encomenda, para condescender
inovadoras. com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele
tempo não tinha admitido ainda certa emancipação
QUESTÃO 116 feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas
Além da Revolução da Informação j LGDGH D PRoD QmR GHFOLQDYD XP LQVWDQWH GR ¿UPH
propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como
O impacto da Revolução da Informação está entendesse. Constava também que Aurélia tinha um
apenas começando. Mas a força motriz desse impacto tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo
QmR p D LQIRUPiWLFD D LQWHOLJrQFLD DUWL¿FLDO R HIHLWR FDUiWHUGDSXSLODQmRGHYLDH[HUFHUPDLRULQÀXrQFLDHP
dos computadores sobre a tomada de decisões ou sua vontade, do que a velha parenta.
a elaboração de políticas ou de estratégias. É algo ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.
que praticamente ninguém previu, nem mesmo se
IDODYD Ki RX DQRV R FRPpUFLR HOHWU{QLFR ² R O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em
aparecimento explosivo da internet como um canal 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. Firmina
importante, talvez principal, de distribuição mundial 0DVFDUHQKDVFRPR³SDUHQWD´GH$XUpOLD&DPDUJRDVVLPLOD
de produtos, serviços e, surpreendentemente, de práticas e convenções sociais inseridas no contexto do
empregos de nível gerencial. Essa nova realidade está Romantismo, pois
PRGL¿FDQGR SURIXQGDPHQWH HFRQRPLDV PHUFDGRV H A RWUDEDOKR¿FFLRQDOGRQDUUDGRUGHVYDORUL]DDPXOKHU
HVWUXWXUDVVHWRULDLVRVSURGXWRVHVHUYLoRVHVHXÀX[R ao retratar a condição feminina na sociedade brasileira
a segmentação, os valores e o comportamento dos da época.
consumidores, o mercado de trabalho. B R WUDEDOKR ¿FFLRQDO GR QDUUDGRU PDVFDUD RV KiELWRV
O impacto, porém, pode ser ainda maior nas sociais no enredo de seu romance.
sociedades e nas políticas empresariais e, acima de tudo, C as características da sociedade em que Aurélia
na maneira como encaramos o mundo e nós mesmos vivia são remodeladas na imaginação do narrador
dentro dele. O impacto psicológico da Revolução da romântico.
Informação, como o da Revolução Industrial, foi enorme. D o narrador evidencia o cerceamento sexista à
Talvez tenha sido mais forte na maneira como as crianças DXWRULGDGHGDPXOKHU¿QDQFHLUDPHQWHLQGHSHQGHQWH
aprendem. Já aos 4 anos (e às vezes até antes), as E R QDUUDGRU LQFRUSRURX HP VXD ¿FomR KiELWRV PXLWR
crianças desenvolvem habilidades de computação, logo avançados para a sociedade daquele período
ultrapassando seus pais. Os computadores são seus histórico.
LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 13
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*Amar25dom14* 2015
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2015 *Amar25dom15*
QUESTÃO 121 Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã.
Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela
que o carregasse pro céu.
Caiuanogue foi se chegando porém o herói fedia muito.
²9iWRPDUEDQKR²HODIH](IRLVHHPERUD
$VVLP QDVFHX D H[SUHVVmR ³9i WRPDU EDQKR´
que os brasileiros empregam se referindo a certos
imigrantes europeus.
ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
219
*Amar25dom16* 2015
220
2015 *Amar25dom17*
QUESTÃO 129 Brasil. É por isso que nós lançamos, pelo terceiro ano
Um relacionamento de grupo saudável exige um consecutivo, este especial com informações que ajudam
número de indivíduos trabalhando interdependentemente a encarar a situação de forma prática. Sem malabarismos
para completar um projeto, com total participação ² mas com boa dose de disciplina! ² é possível quitar
individual e contribuição pessoal. Se uma pessoa domina, as dívidas, organizar os gastos, fazer planos de consumo
os outros membros têm pouco crescimento ou prazer que caibam em seus rendimentos mensais e estruturar os
na atividade, não existe um verdadeiro relacionamento investimentos para fazer o dinheiro que sobra render mais.
no grupo. O teatro é uma atividade artística que exige Ter dinheiro para viver melhor está diretamente
R WDOHQWR H D HQHUJLD GH PXLWDV SHVVRDV ² GHVGH D relacionado a sua capacidade de se organizar e de
primeira ideia de uma peça ou cena até o último eco HOHJHUSULRULGDGHVQDKRUDGHJDVWDU$FHLWHRGHVD¿RH
de aplauso. Sem esta interação não há lugar para o boa leitura!
Você S/A, n. 16, 2011 (adaptado).
ator individualmente, pois sem o funcionamento do
grupo, para quem iria ele representar, que materiais No trecho apresentado, são utilizados vários argumentos
usaria e que efeitos poderia produzir? O aluno-ator deve que demonstram que o objetivo principal do produtor do
DSUHQGHU TXH ³FRPR DWXDU´ DVVLP FRPR QR MRJR HVWi texto, em relação ao público-alvo da revista, é
intrinsecamente ligado a todas as outras pessoas na
complexidade da forma da arte. O teatro improvisacional A conscientizar o leitor de que ele é capaz de
requer relacionamento de grupo muito intenso, pois é a economizar.
partir do acordo e da atuação em grupo que emerge o B levar o leitor a envolver-se com questões de ordem
material para as cenas e peças. econômica.
SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2008. C ajudar o leitor a quitar suas dívidas e organizar sua
Com base no texto, as diferenças e similaridades dos YLGD¿QDQFHLUD
atores são aceitas no teatro de improvisação quando D persuadir o leitor de que ele não é o único com
SUREOHPDV¿QDQFHLURV
A todos experimentam o teatro juntos e sem julgamentos.
E convencer o leitor da importância de ler essa edição
B uma parte do grupo comanda a outra, exercendo o
especial da revista.
poder.
C a opinião de alguns tem valor e demonstra a sua QUESTÃO 132
capacidade individual.
O primeiro contato dos suruís com o homem branco foi
D a individualidade se destaca e traz à tona o talento
em 1969. A população indígena foi dizimada por doenças
daquele que é o melhor. e matanças, mas, recentemente, voltou a crescer.
E uma pessoa precisa dominar, comandando as ações Soa contraditório, mas a mesma modernidade que
do grupo, sem acordos. quase dizimou os suruís nos tempos do primeiro contato
promete salvar a cultura e preservar o território desse
QUESTÃO 130 povo. Em 2007, o líder Almir Suruí, de 37 anos, fechou
uma parceria inédita e levou a tecnologia às tribos.
A dança moderna propõe em primeiro lugar o
Os índios passaram a valorizar a história dos anciãos.
conhecimento de si e o autodomínio. Minha proposta é
E a resguardar, em vídeos e fotos on-line, as tradições
esta: através do conhecimento e do autodomínio chego à da aldeia. Ainda se valeram de smartphones e GPS para
IRUPDjPLQKDIRUPD²HQmRRFRQWUiULReXPDLQYHUVmR GHOLPLWDU VXDV WHUUDV H LGHQWL¿FDU RV GHVPDWDPHQWRV
que muda toda a estética, toda a razão do movimento.
ilegais.
$WpFQLFDQDGDQoDWHPDSHQDVXPD¿QDOLGDGHSUHSDUDU
o corpo para responder à exigência do espírito artístico. 5,%(,52$1mRWHPRVRGLUHLWRGH¿FDULVRlados. Época, n. 718, 20 fev. 2012 (adaptado).
VIANNA, K.; CARVALHO, M. A. A dança. São Paulo: Siciliano, 1990. Considerando-se as características históricas da relação
Na abordagem dos autores, a técnica, o autodomínio e o entre índios e não índios, a suposta contradição observada
conhecimento do bailarino estão a serviço da na relação entre suruís e recursos da modernidade
MXVWL¿FDVHSRUTXHRVtQGLRV
A padronização do movimento da dança.
A aderiram à tecnologia atual como forma de assimilar a
B subordinação do corpo a um padrão.
cultura do homem branco.
C concretização da criação pessoal.
B ¿]HUDPXVRGR*36SDUDLGHQWL¿FDUiUHDVSURStFLDVD
D ideia preconcebida de forma. novas plantações.
E busca pela igualdade entre os bailarinos. C usaram recursos tecnológicos para registrar a cultura
do seu povo.
QUESTÃO 131
D fecharam parceria para denunciar as vidas perdidas
0DQWHUDVFRQWDVVREFRQWUROHHDV¿QDQoDVVDXGiYHLV por doenças e matanças.
parece um objetivo inatingível para você? Tenha certeza E resguardaram as tradições da aldeia à custa do
de que você não está sozinho. A bagunça na vida isolamento provocado pela tecnologia moderna.
¿QDQFHLUD FRPSURPHWH RV VRQKRV GH PXLWD JHQWH QR
LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 17
221
*Amar25dom18* 2015
TEXTO II
As suas mãos trabalham na braguilha das calças
do falecido. Dulcineusa me confessou mais tarde: era
assim que o marido gostava de começar as intimidades.
Um fazer de conta que era outra coisa, a exemplo do gato
que distrai o olhar enquanto segura a presa nas patas.
Esse o acordo silencioso que tinham: ele chegava em
casa e se queixava que tinha um botão a cair. Calada,
Dulcineusa se armava dos apetrechos da costura e se
posicionava a jeito dos prazeres e dos afazeres.
COUTO, M. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.
7HPDUHFRUUHQWHQDREUDGH-RUJH$PDGRD¿JXUDIHPLQLQD
aparece, no fragmento, retratada de forma semelhante à
que se vê no texto do moçambicano Mia Couto. Nesses
dois textos, com relação ao universo feminino em seu
contexto doméstico, observa-se que
A o desejo sexual é entendido como uma fraqueza
moral, incompatível com a mulher casada.
B a mulher tem um comportamento marcado por
convenções de papéis sexuais.
C à mulher cabe o poder da sedução, expresso pelos
gestos, olhares e silêncios que ensaiam.
D a mulher incorpora o sentimento de culpa e age com
apatia, como no mito bíblico da serpente.
E a dissimulação e a malícia fazem parte do repertório
Caras, n. 34, ago. 2011. feminino nos espaços público e íntimo.
222
2ª APLICAÇÃO
GABARITO PROVA 2015
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO
INGLÊS ESPANHOL
91 C A
92 B B
93 B D
94 E D
95 D B
96 E
97 A
98 B
99 C
100 D
101 E
102 B
103 D
104 E
105 C
106 B
107 A
108 B
109 E
110 B
111 A
112 E
113 E
114 C
115 B
116 A
117 D
118 A
119 D
120 D
121 E
122 C
123 E
124 B
125 D
126 C
127 C
128 E
129 A
130 C
131 E
132 C
133 C
134 D
135 B
223
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
224
*CZ1325DOM6* 2016
$OJXQVHOHPHQWRVOLQJXtVWLFRVHVWDEHOHFHPUHODo}HVHQWUH
DV GLIHUHQWHV SDUWHV GR WH[WR 1HVVH WH[WR R YRFiEXOR
³Assim” Ɛ WHPDIXQomRGH
A FRQWUDULDURVDUJXPHQWRVDQWHULRUHV
B VLQWHWL]DUDVLQIRUPDo}HVDQWHULRUHV
C DFUHVFHQWDUXPQRYRDUJXPHQWR
D LQWURGX]LUXPDH[SOLFDomR
E DSUHVHQWDUXPDDQDORJLD
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
225
2016 *CZ1325DOM7*
QUESTÃO 103
1R%UDVLOPLOKDUHVGHFULDQoDVHDGROHVFHQWHVWUDEDOKDPHPFDVDVGHIDPtOLD,VVRQmRpOHJDO
2WUDEDOKRLQIDQWLOGRPpVWLFRHQFXUWDDLQIkQFLDSUHMXGLFDDDXWRHVWLPDHSURYRFDJUDQGHGHIDVDJHPHVFRODU
'HVHQYROYHPRVGLYHUVRVSURJUDPDVVRFLDLVTXHSURWHJHPHGmRGLJQLGDGHDFULDQoDVHMRYHQV
FRPRR3(7,352-29(085%$12352-29(0$'2/(6&(17((352-29(075$%$/+$'25HQWUHRXWURV
DisSRQtYHOHPKWWSVHUYLFRVSUWPSWPSEU$FHVVRHPMXO DGDSWDGR
$ SHoD SXEOLFLWiULD HP SDXWD EXVFD SURPRYHU XPD FRQVFLHQWL]DomR VRFLDO 3HOD DQiOLVH GRV SURFHGLPHQWRV
DUJXPHQWDWLYRVXWLOL]DGRVSHORDXWRURWH[WR
A RS}HDIUDJLOLGDGHGDFULDQoDDRVGHVPDQGRVGRVDGXOWRV
B HOHQFDDVFDXVDVGDH[LVWrQFLDGRWUDEDOKRLQIDQWLOQR%UDVLO
C GHWDOKDDVLQLFLDWLYDVJRYHUQDPHQWDLVGHVROXomRGRSUREOHPDDERUGDGR
D GLYXOJDDo}HVLQVWLWXFLRQDLVORFDLVSDUDRHQIUHQWDPHQWRGHXPSUREOHPDQDFLRQDO
E UHVVDOWDDUHVSRQVDELOLGDGHGDVIDPtOLDVQDSURWHomRGDVFULDQoDVHGRVDGROHVFHQWHV
QUESTÃO 104
8PFDFKRUURFRUGHFDUYmRGRUPHQRD]XOHWpUHRGHXPDUHGHGHSHVFDHQURODGDVREUHDJUDPDGD3UDoD9LQWH
H8PGH$EULO2VROEDWHQDIUHQWHQRVGHJUDXVFLQ]HQWRVGDHVFDGDULDTXHVREHDHQFRVWDGRPRUURDWpD,JUHMDGD
0DWUL]$ODGHLUDGHSDUDOHOHStSHGRVFXUWDHtQJUHPHDRODGRGDLJUHMDSDVVDSRUXPJDOSmRGHEDUFRVHSRUXPDFDVD
GHPDGHLUDSUpPROGDGD$FHQDSDUDDYHOKLQKDPDUURPTXHWRPDVROQDYDUDQGDVHQWDGDQXPDFDGHLUDGHSUDLD
FRORULGD2YHQWRQRUGHVWHVDOJDGRWXPXOWXDDViUYRUHVHDVRQGDV1XYHQVHVSDUUDPDGDVDYDQoDPHPIRUPDomR
GRPDUSDUDRFRQWLQHQWHFRPRXPH[pUFLWRHPWUDQVH$ODGHLUDID]XPDFXUYDjHVTXHUGDSDVVDQGRHPIUHQWHDXP
SUHGLQKRGRVpFXORGH]RLWRFRPSDUHGHVEUDQFDVGHVFDVFDGDVHMDQHODVUHFpPSLQWDGDVGHD]XOFREDOWR
*$/(5$'Barba ensopada de sangue 6mR3DXOR&LDGDV/HWUDV
$GHVFULomRVXEMHWLYDRXREMHWLYDSHUPLWHDROHLWRUYLVXDOL]DURFHQiULRRQGHXPDDomRVHGHVHQYROYHHRVSHUVRQDJHQV
TXHGHODSDUWLFLSDP2IUDJPHQWRGRURPDQFHFDUDFWHUL]DVHFRPRXPDGHVFULomRVXEMHWLYDSRUTXH
A FRQVWUyLVHTXrQFLDVWHPSRUDLVSHORHPSUHJRGHH[SUHVV}HVDGYHUELDLV
B DSUHVHQWDIUDVHVFXUWDVGHRUGHPGLUHWDFRPHOHPHQWRVHQXPHUDWLYRV
C UHFRUUHDVXEVWDQWLYRVFRQFUHWRVSDUDUHSUHVHQWDUXPDPELHQWHHVWiWLFR
D FULDXPDDPELrQFLDSUySULDSRUPHLRGHQRPHVHYHUERVPHWDIRUL]DGRV
E SULRUL]DFRQVWUXo}HVRUDFLRQDLVGHYDORUVHPkQWLFRGHRSRVLomR
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
226
*CZ1325DOM8* 2016
QUESTÃO 106
$PXOKHUHQWUDQRTXDUWRGR¿OKRGHFLGLGDDWHUXPD
FRQYHUVDVpULD'HQRYRDVUHVSRVWDVGHOHjLQWHUSUHWDomR
GR WH[WR QD SURYD VXJHUHP XPD JUDQGH GL¿FXOGDGH GH
)$1*&Miopia'LVSRQtYHOHPKWWSQHZVSVXHGX$FHVVRHPDEU
OHU 'LVSHUVmR SRGH VHU XPD UHVSRVWD SDUD SDUWH GR
SUREOHPD$H[WHQVmRGRWH[WRSRGHVHURXWUDPDVQHVWD O cartum 0LRSLD GH &KHQ )DQJ IRL DSUHVHQWDGR HP
HODQmRYDLWRFDUSRUTXHWDPEpPpSURIHVVRUDHQmRYDL 2011 na quarta mostra Ecocartoon, que teve como tema
OKHGDUGHVFXOSDVSDUDLUPDOQDHVFROD3UHJXLoDGHOHU DHGXFDomRDPELHQWDO6HXWtWXORHRVHOHPHQWRVYLVXDLV
SDUHFH RXWUD IRUPD GH OLGDU FRP D H[WHQVmR GR WH[WR ID]HP UHIHUrQFLD DR H[DPH RIWDOPROyJLFR H D XP WLSR
(OH HVWi GH QRYR QR FRPSXWDGRU MRJDQGR /HYDQWD RV HVSHFt¿FR GH GL¿FXOGDGH YLVXDO &RP R XVR PHWDIyULFR
ROKRVFRPDTXHOHDUGHTXHPSRGHMRJDUHFRQYHUVDUDR GDPLRSLDHDH[SORUDomRGHFDUDFWHUtVWLFDVGDLPDJHP
PHVPRWHPSR$PmHOKHSHGHTXHLQWHUURPSDRMRJRH o cartum
HOHSHGHjPmH³VyXPLQVWDQWHSDUDVDOYDU´&XULRVDHOD
ROKD SDUD D WHOD H HVSDQWDVH FRP R MRJR HP MDSRQrV A HYLGHQFLD R SDSHO VHFXQGiULR TXH DQLPDLV H SODQWDV
3HUJXQWDOKHFRPRFRQVHJXHHQWHQGHURWH[WRSDUDMRJDU GHVHPSHQKDPQRSURFHVVRGHSURGXomRGHULTXH]DV
(OH OKH IDOD GH DOJXPD FRLVD SDUHFLGD FRP XPD ³OyJLFD B H[S}HRDOWRFXVWRSDUDDPDQXWHQomRGDYLGDWDQWR
GHMRJR´HVREUHDOJXPDVWHQWDWLYDVFRPRVtFRQHV'L] GRVVHUHVKXPDQRVFRPRGHDQLPDLVHSODQWDV
DLQGD TXH FRQKHFH D EDVH GD KLVWyULD H TXH DVVLP
PHVPR HP MDSRQrV WXGR ID] VHQWLGR $TXHOD FRQYHUVD C GHQXQFLDDKLHUDUTXLDGHYDORUHVTXHVXSHUYDORUL]DR
DFDERX VHQGR DGLDGD$ PmHSURIHVVRUD FDSWXUDGD SRU GLQKHLURHPGHWULPHQWRGRVVHUHVYLYRV
outros sentidos de leitura, não se sentia pronta naquele D UHYHODRGLVWDQFLDPHQWRHQWUHRKRPHPHDQDWXUH]D
PRPHQWR&RQVFLHQWHVXVSHQGHDDomR UHVXOWDQWHGDVDWLYLGDGHVHFRQ{PLFDV
%$55(725*Formação de professores, tecnologias e linguagensPDSHDQGRYHOKRV E TXHVWLRQDRDQWDJRQLVPRHQWUHKRPHQVHPXOKHUHV
e novos GHV HQFRQWURV6mR3DXOR/R\ROD DGDSWDGR
PRWLYDGRSRUTXHVW}HVHFRQ{PLFDV
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
227
2016 *CZ1325DOM9*
QUESTÃO 108 QUESTÃO 109
Parestesia não, formigamento
Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde
SDVWDP RX UXPLQDP RXWURV PLO H PDLV ERLV 0DV RV 7ULQWDHWUrVUHJUDVTXHPXGDPDUHGDomR
vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque de bulas no Brasil
a boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e &RPR3URMHWR%XODVGHYROWDGRSDUDDWUDGXomR
recomprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão dRMDUJmRIDUPDFrXWLFRSDUDDOtQJXDSRUWXJXHVD±DTXHOD
PRYHGLoDKiJLURVHVWUDQKRVTXHQmRRVGHVORFDPHQWRV IDODGD HP WRGR R %UDVLO ± H D UHJXODPHQWDomR GR XVR
QRUPDLV GR JDGR HP PDUFKD TXDQGR VHPSUH DOJXQV GH PHGLFDPHQWRV QR SDtV FLQFR DQRV GHSRLV R %UDVLO
disputam a colocação na vanguarda, outros procuram FRPHoRXDVDLUGDVWUHYDV
R FHQWUR H PXLWRV VH GHL[DP OHYDU HPSXUUDGRV 2JUXSRFRPDQGDGRSRUXPDGRXWRUDHP/LQJXtVWLFDGD
VREUHQDGDQGR TXDVH FRP RV PDLV IUDFRV URODQGR SDUD 8)5- VXJHULX j$QYLVD PXGDU WXGR (ODERURX WDPEpP
RVODGRVHRVPDLVSHVDGRVWDUGDQGRSDUDWUiVQRFRLFH ³$ UHGDomR GH EXODV SDUD R SDFLHQWH XP JXLD FRP RV
GDSURFLVVmR SULQFtSLRV GH UHGDomR FODUD FRQFLVD H DFHVVtYHO SDUD R
OHLWRU GH EXODV´ GLVSRQtYHO HP YHUVmR DGDSWDGD QR site
²(KERLOi(KrrHKERL7RX7RX7RX GD$QYLVD 'LIHUHQWHPHQWH GR TXH DFRQWHFH FRP RXWURV
As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das JrQHURVQDEXODQmRKiHVSDoRSDUDLQRYDo}HVGHHVWLOR
vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no ³2 XVR GH IyUPXODV UHSHWLWLYDV p EHPYLQGR Gi IRUoD
meio, na massa embolada, com atritos de couros, LQVWLWXFLRQDODRWH[WR´H[SOLFDDGRXWRUD³$EXODQmRSRGH
DEULUSRVVLELOLGDGHVGHLQWHUSUHWDo}HVDRVHXOHLWRU´
estralos e guampas, estrondos e baques, e o berro
TXHL[RVR GR JDGR MXQTXHLUD GH FKLIUHV LPHQVRV FRP 6HREHGHFLGDVDVUHJUDVGRJXLDVmRGHVHUYHQWLD
PXLWD WULVWH]D VDXGDGH GRV FDPSRV TXHUrQFLD GRV JHQpULFD±TXHPOLGDFRPTXDOTXHUWLSRGHHVFULWDSRGH
SDVWRVGHOiGRVHUWmR VH EHQH¿FLDU GH VHXV HQVLQDPHQWRV $ UHJUD SRU
H[HPSOR PDQGD DEROLU D OLQJXDJHP WpFQLFD IRQWH GH
³8PERLSUHWRXPERLSLQWDGR SRVVtYHOFRQVWUDQJLPHQWRSDUDTXHPQmRDFRPSUHHQGH
HUHFRPHQGD³1mRLUULWHROHLWRU´$UHJUDSUHJDXPWRP
FDGDXPWHPVXDFRU FRUGLDOHGXFDGRHVREUHWXGRFRQFLVR³1mRIDoDROHLWRU
&DGDFRUDomRXPMHLWR perder temSR´
'LVSRQtYHOHPUHYLVWDSLDXLHVWDGDRFRPEU$FHVVRHPMXO DGDSWDGR
GHPRVWUDUVHXDPRU´
$V EXODV GH UHPpGLR WrP FDUiWHU LQVWUXFLRQDO H
%RLEHPEUDYREDWHEDL[RERWDEDEDERLEHUUDQGR FRPSOHPHQWDPDVRULHQWDo}HVPpGLFDV1RFRQWH[WRGH
'DQoDGRLGRGiGHGXURGiGHGHQWURGiGLUHLWR PXGDQoDV DSUHVHQWDGR D SULQFLSDO FDUDFWHUtVWLFD TXH
PDUFDVXDQRYDOLQJXDJHPpR D
9DL YHP YROWD YHP QD YDUD YDL QmR YROWD YDL A SRVVLELOLGDGHGHLQFOXVmRGHQHRORJLVPR
YDUDQGR
B UH¿QDPHQWRGDOLQJXDJHPIDUPDFrXWLFD
526$-*2EXUULQKRSHGUrVSagarana5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
C DGHTXDomRDROHLWRUQmRHVSHFLDOL]DGR
3Uy[LPR GR KRPHP H GR VHUWmR PLQHLURV *XLPDUmHV D GHWDOKDPHQWRGHLQIRUPDo}HV
5RVD FULRX XP HVWLOR TXH UHVVLJQL¿FD HVVHV HOHPHQWRV E LQIRUPDOLGDGHGRUHJLVWUR
2 IUDJPHQWR H[SUHVVD D SHFXOLDULGDGH GHVVH HVWLOR
narrativo, pois QUESTÃO 110
$RDFRPSDQKDUPRVDKLVWyULDGRWHOHIRQHYHUL¿FDPRV
A demonstra a preocupação do narrador com a TXH HVVH PHLR HVWi VH PRVWUDQGR FDSD] GH UHXQLU HP
YHURVVLPLOKDQoD VHXFRQWH~GRXPDTXDQWLGDGHFDGDYH]PDLRUGHRXWURV
PHLRVHQYLRGHe-mailsUHFHELPHQWRGHQRWtFLDVP~VLFD
B UHYHOD DVSHFWRV GH FRQÀXrQFLD HQWUH DV YR]HV H RV DWUDYpVGHUiGLRHPHQVDJHQVGHWH[WR(VWD~OWLPDIXQomR
VRQVGDQDWXUH]D YHP VHUYLQGR FRPR VXSRUWH SDUD XPD QRYD IRUPD GH
C UHFRUUHjSHUVRQL¿FDomRGRVDQLPDLVFRPRSULQFLSDO VRFLDELOLGDGH R IHQ{PHQR GR ÀDVK PRE PRELOL]Do}HV
UHOkPSDJRTXHWrPFRPRFDUDFWHUtVWLFDSULQFLSDOUHDOL]DU
UHFXUVRHVWLOtVWLFR XPDHQFHQDomRHPDOJXPSRQWRGDFLGDGH
D SURGX]XPHIHLWRGHOHJLWLPLGDGHDWUHODGDjUHSURGXomR 3$03$1(//,*$A evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o ÀDVKPRE
GDOLQJXDJHPUHJLRQDO 'LVSRQtYHOHPZZZUD]RQ\SDODEUDRUJP[$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR
228
*CZ1325DOM10* 2016
QUESTÃO 111
%DLmRpXPULWPRSRSXODUGD5HJLmR1RUGHVWHGR%UDVLOGHULYDGRGHXPWLSRGHOXQGXGHQRPLQDGR³EDLDQR´FXMR
QRPHpFRUUXSWHOD1DVFHXVREDLQÀXrQFLDGRFDQWRFKmRFDQWROLW~UJLFRGD,JUHMD&DWyOLFDSUDWLFDGRSHORVPLVVLRQiULRV
HWRUQRXVHH[SUHVVLYDIRUPDPRGL¿FDGDSHODLQFRQVFLHQWHLQÀXrQFLDGHPDQLIHVWDo}HVORFDLV8PGRVJUDQGHVVXFHVVRV
YHLRFRPDP~VLFDKRP{QLPD%DLmR GH/XL]*RQ]DJDH+XPEHUWR7HL[HLUD
&$6&8'2&Dicionário do folclore brasileiro5LRGH-DQHLUR(GLRXUR DGDSWDGR
2VHOHPHQWRVUHJLRQDLVTXHLQÀXHQFLDUDPFXOWXUDOPHQWHREDLmRDSDUHFHPHPRXWUDVIRUPDVDUWtVWLFDVHSRGHPVHU
YHUL¿FDGRVQDREUD
A D
B E
$OtQJXDIDODGDFDUDFWHUL]DVHSRUKHVLWDo}HVSDXVDVHRXWUDVSHFXOLDULGDGHV$VRFRUUrQFLDVGH³HQWHQGHX´H³Qp´na
IDODGH-/LQGLFDPTXH
A a modalidade oraODSUHVHQWDSRXFRVUHFXUVRVFRPXQLFDWLYRVVHFRPSDUDGDjPRGDOLGDGHHVFULWD
B DOtQJXDIDODGDpPDUFDGDSRUSDODYUDVGLVSHQViYHLVHLUUHOHYDQWHVSDUDRHVWDEHOHFLPHQWRGDLQWHUDomR
C RHQXQFLDGRUSURFXUDLQWHUSHODURVHXLQWHUORFXWRUSDUDPDQWHURÀX[RFRPXQLFDWLYR
D RWHPDWUDWDGRQRWH[WRWHPDOWRJUDXGHFRPSOH[LGDGHHpGHVFRQKHFLGRGRHQWUHYLVWDGRU
E RIDODQWHPDQLIHVWDLQVHJXUDQoDDRDERUGDURDVVXQWRGHYLGRDRJrQHURVHUXPDHQWUHYLVWD
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
229
2016 *CZ1325DOM11*
QUESTÃO 113 2WH[WRaborda a linguagem como um campo de disputas
HSRGHU$VLQWHUURJDo}HVGDDXWRUDVmRHVWUDWpJLDVTXH
A carreira nas alturas conduzem ao convencimento do leitor de que
$iJXDHVWiQRMRHOKRGRVSUR¿VVLRQDLVGRPHUFDGR A RSRUWXJXrVGR%UDVLOpPXLWRGLIHUHQWHGRSRUWXJXrV
$VIUDJLOLGDGHVQDIRUPDomRHP/tQJXD3RUWXJXHVDWrP GH3RUWXJDO
DOLPHQWDGRXPFDPSRGHUHFLFODJHPHP3RUWXJXrVQDV B DV SUHVFULo}HV GRV JUDPiWLFRV HVWmR D VHUYLoR GDV
escolas de idiomas e nos cursos de graduação para FODVVHVGRPLQDQWHV
SHVVRDVRULXQGDVGRPXQGRGRVQHJyFLRV2TXHDQWHV
HUDUHVWULWRDSUR¿VVLRQDLVGHHGXFDomRHFRPXQLFDomR C D QRUPD OLQJXtVWLFD GD HOLWH EUDVLOHLUD p D ~QLFD
DJRUD Mi ID] SDUWH GD URWLQD GH SUR¿VVLRQDLV GH YiULDV UHFRQKHFLGDFRPRWDO
iUHDV 3DUD HOHV D /tQJXD 3RUWXJXHVD FRPHoD D VHU D R SRUWXJXrV GR %UDVLO Ki PXLWR GLVWDQFLRXVH GDV
DVVLPLODGD FRPR XPD IHUUDPHQWD SDUD R GHVHPSHQKR SUHVFULo}HVGRVJUDPiWLFRV
HVWiYHO 6HP HOD R FRQKHFLPHQWR WpFQLFR ¿FD UHVWULWR j E D GHVYDORUL]DomR GDV YDULHGDGHV OLQJXtVWLFDV
SUySULDSHVVRDTXHQmRVDEHFRPXQLFiOR SRSXODUHVWHPPRWLYDomRVRFLDO
(PERUDDOJXPDVDWXDo}HVH[LMDPXPDSURGXomRRUDO
RX HVFULWD PDLV IUHTXHQWH FRPR GRFrQFLD H DGYRFDFLD QUESTÃO 115
PXLWRV SUR¿VVLRQDLV SUHFLVDP HVFUHYHU UHODWyULR FDUWD
FRPXQLFDGR FLUFXODU 1D OLQJXDJHP RUDO WRGRV WrP GH &KHJRX GH 0RQWHV &ODURV XPD LUPm GD QRUD GH WLD
H[SUHVVDUVH GH IRUPD FRQYLQFHQWH QDV UHXQL}HV SDUD &ODULQKD H IRL YLVLWDU WLD$JRVWLQKD QR -RJR GD %ROD (OD
JDQKDU UHVSHLWR H FUHGLELOLGDGH ,VVR YDOH SDUD WRGRV RV p ERQLWD VLPSiWLFD H YHVWHVH PXLWR EHP >@ )LFDUDP
FDUJRVGDKLHUDUTXLDSUR¿VVLRQDO±H[SOLFDXPDSURIHVVRUD todas as tias admiradas da beleza da moça e de seus
GH/tQJXD3RUWXJXHVDGD)DFXOGDGHGH)LORVR¿D/HWUDVH PRGRV SROtWLFRV GH FRQYHUVDU )DODYD H[SOLFDGR H WXGR
&LrQFLDV+XPDQDVGD863 PXLWRFRUUHWR'L]LD³YRFr´HPYH]GH³RFr´3DODYUDTXH
HX QXQFD WLQKD YLVWR QLQJXpP IDODU WmR EHP WXGR FRPR
1$7$/,$Revista LínguaQMDQ DGDSWDGR
VH HVFUHYH VHP HQJROLU XP V QHP XP U 7LD $JRVWLQKD
1RV XVRV FRWLGLDQRV GD OtQJXD DOJXPDV H[SUHVV}HV PDQGRXYLUXPDEDQGHMDGHXYDVHOKHSHUJXQWRXVHHOD
SRGHPDVVXPLUGLIHUHQWHVVHQWLGRV1RWH[WRDH[SUHVVmR JRVWDYDGHXYDV(ODUHVSRQGHX³$SUHFLRVREUHPDQHLUD
³DiJXDHVWiQRMRHOKR´UHPHWHj XPFDFKRGHXYDV'RQD$JRVWLQKD´(VWDVSDODYUDVQRV
A H[LJrQFLD GH DSURIXQGDPHQWR HP FRQKHFLPHQWRV ¿]HUDP¿FDUGHTXHL[RFDtGR'HSRLVHODIRLSDVVHDUFRP
WpFQLFRV RXWUDVH,DLiDSURYHLWRXSDUDOKHID]HUHORJLRVHFRPSDUDU
FRQRVFR (OD GL]LD ³9RFrV QmR WLYHUDP LQYHMD GH YHU
B GHPDQGD SRU IRUPDomR SUR¿VVLRQDO GH SURIHVVRUHV
XPD PRoD >@ IDODU WmR ERQLWR FRPR HOD" 9RFrV GHYHP
HDGYRJDGRV
DSURYHLWDU D FRPSDQKLD GHOD SDUD DSUHQGHUHP´ >@ 1D
C procura por escolas de idiomas para o aprendizado KRUDGRMDQWDUHXHDVSULPDVFRPHoDPRVDGL]HUSDUD
GHOtQJXDV HQIH]DU ,DLi ³$SUHFLR VREUHPDQHLUD DV EDWDWDV IULWDV´
D PHOKRULD GR GHVHPSHQKR SUR¿VVLRQDO QDV YiULDV ³$SUHFLRVREUHPDQHLUDXPDFR[DGHJDOLQKD´
iUHDVGRFRQKHFLPHQWR 025/(<+Minha vida de meninaFDGHUQRVGHXPDPHQLQDSURYLQFLDQDQRV¿QVGR
VpFXOR;,;5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
E QHFHVVLGDGH LPHGLDWD GH DSHUIHLoRDPHQWR GDV
KDELOLGDGHVFRPXQLFDWLYDV 1HVVH WH[WR QR TXH GL] UHVSHLWR DR YRFDEXOiULR
empregado pela moça de Montes Claros, a narradora
QUESTÃO 114 H[S}HXPDYLVmRLQGLFDWLYDGH
A GHVFDVR XPD YH] TXH GHVDSURYD R XVR IRUPDO GD
Ainda os equívocos no combate
aos estrangeirismos OtQJXDHPSUHJDGRSHODPRoD
B LURQLDXPDYH]TXHLQFRUSRUDRYRFDEXOiULRIRUPDOGD
3RUTXHQmRVHUHFRQKHFHDH[LVWrQFLDGHQRUPDQDV PRoDQDVLWXDomRIDPLOLDU
YDULHGDGHVSRSXODUHV"3DUDGHVTXDOL¿FiODV"3RUTXHVy
XPDQRUPDpUHFRQKHFLGDFRPRQRUPDHQmRSRUDFDVR C DGPLUDomRSHORIDWRGHGHOHLWDUVHFRPRYRFDEXOiULR
a da elite? HPSUHJDGRSHODPRoD
D DQWLSDWLD SHOR IDWR GH FRELoDU RV HORJLRV GH ,DLi
3RU WDQWRV HTXtYRFRV Vy QRV UHVWD ODPHQWDU TXH
VREUHDPRoD
DOJXPDV SHVVRDV LPEXtGDV GD FUHQoD GH TXH HVWmR
GHIHQGHQGRDOtQJXDDLGHQWLGDGHHDSiWULDQDYHUGDGH E indignação, uma vez que contesta as atitudes
HVWHMDPUHIRUoDQGRYHOKRVSUHFRQFHLWRVHLPSRVLo}HV2 GDPRoD
SRUWXJXrVGR%UDVLOKiPXLWRGLVWDQFLRXVHGRSRUWXJXrV
GH 3RUWXJDO H GDV SUHVFULo}HV GRV JUDPiWLFRV FXMR
VHUYLoRjVFODVVHVGRPLQDQWHVpGH¿QLUDOtQJXDGRSRGHU
HPIDFHGHDPHDoDV±LQWHUQDVHH[WHUQDV
=,//(6$06,Q)$5$&2&$ 2UJ EstrangeirismosJXHUUDVHPWRUQRGDOtQJXD
6mR3DXOR3DUiEROD DGDSWDGR
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
230
*CZ1325DOM12* 2016
QUESTÃO 118
A pintura 1DSROHmRFUX]DQGRRV$OSHVGRDUWLVWDIUDQFrV
-DFTXHV /RXLV'DYLG SURGX]LGD HP FRQWHPSOD DV
FDUDFWHUtVWLFDVGHXPHVWLORTXH
A XWLOL]DWpFQLFDVHVXSRUWHVDUWtVWLFRVLQRYDGRUHV
B UHÀHWHDSHUFHSomRGDSRSXODomRVREUHDUHDOLGDGH
C FDULFDWXUL]DHSLVyGLRVPDUFDQWHVGDKLVWyULDHXURSHLD
A MOBILIDADE PRECISA DE
DIVERSIDADE
D LGHDOL]D HYHQWRV KLVWyULFRV SHOD yWLFD GH JUXSRV
GRPLQDQWHV
E FRPS}H REUDV FRP EDVH QD YLVmR FUtWLFD GH DUWLVWDV
FRQVDJUDGRV
QUESTÃO 117 68*$,&'LVSRQtYHOHPZZZDFHVVLELOLGDGHQDSUDWLFDFRPEU$FHVVRHPMXQ
Como se vai de São Paulo a Curitiba (1928) 2 WH[WR VXJHUH TXH D PRELOLGDGH p XPD TXHVWmR
2VWHPSRVPXGDUDP FUXFLDO SDUD D YLGD QDV FLGDGHV 1HOH GHVWDFDVH D
2PXQGRFRQWHPSRUkQHRSXOVDHPULWPRVDFHOHUDGRV necessidade de
1RYRVIDWRUHVUHYHODPFRQYHQLrQFLDGHRXWURVPpWRGRV A incorporar meios de transportes diversos para
Surgem, no decurso dos nossos dias, motivos que nos YLDELOL]DURGHVORFDPHQWRXUEDQR
FRQYHQFHP GH TXH FDGD PXQLFtSLR GHYH OHYDU D VpULR R
B LQYHVWLUHPWUDQVSRUWHVGHEDL[RFXVWRSDUDPLQLPL]DU
SUREOHPDGDFLUFXODomRURGRYLiULD
RVLPSDFWRVDPELHQWDLV
3DUDIDFLOLWDUDDomRDGPLQLVWUDWLYD
C ampliar a quantidade de transportes coletivos para
3DUDXPDUHYLVmRGDVVXDVSRVVLELOLGDGHVHFRQ{PLFDV
DWHQGHUWRGDDSRSXODomR
5LWPRGHUXUDOL]DomR
D privilegiar meios alternativos de transporte para
&RVWXUDURSDtVFRPHVWUDGDVDOHJUHVGHVOLJDGDVGH JDUDQWLUDPRELOLGDGH
KRUiULRV/LYUHVHFKHLDVGHVROFRPRXPYHUVRPRGHUQR
E adotar medidas para evitar o uso de transportes
%2335Poesia completa de Raul Bopp5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
São Paulo: Edusp, 19 IUDJPHQWR motorizadoV
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
231
2016 *CZ1325DOM13*
QUESTÃO 119 $VVHTXrQFLDVWH[WXDLV³$WpRXWURGLD´H³DJRUD´DX[LOLDP
DSURJUHVVmRWHPiWLFDGRWH[WRSRLVGHOLPLWDP
Pedra sobre pedra
A RSHU¿OVRFLDOGRVHQYROYLGRVQDUHYROXomRGLJLWDO
$OJXPDV ID]HQGDV JD~FKDV DLQGD SUHVHUYDP DV B ROLPLWHHWiULRGRVSURPRWRUHVGDUHYROXomRGLJLWDO
WDLSDV PXURV GH SHGUD SDUD FHUFDU R JDGR 8P WLSR GH
FHUFD SULPLWLYD 1mR Ki QDGD TXH SUHQGD XPD SHGUD QD C RVSHUtRGRVSUpHSyVUHYROXomRGLJLWDO
RXWUDFXLGDGRVDPHQWHHPSLOKDGDVFRPDOWXUDGHDWpXP D DXUJrQFLDHDUDSLGH]GDUHYROXomRGLJLWDO
PHWUR(QJHQKDULDVLPSOHVTXHMiGXUDDQRV$PHVPD E RDOFDQFHWHUULWRULDOGDOHLWXUDGLJLWDO
técnica usada no mangueirão, uma espécie de curral
RQGHRVDQLPDLV¿FDYDPFRQ¿QDGRVjQRLWH$VWDLSDVVmR QUESTÃO 121
DWULEXtGDVDRVMHVXtWDV2REMHWLYRHUDGRPDURJDGR[XFUR
VROWRQRVFDPSRVSHORVFRORQL]DGRUHVHVSDQKyLV O mistério do brega
)(55,0Revista Terra da GenteQDEU
)DPRVR QR VHX WHPSR R PDUHFKDO 6FK|QEHUJ
8PWH[WRSRGHFRPELQDUGLIHUHQWHVIXQo}HVGHOLQJXDJHP GLWDYD D PRGD HP /LVERD RQGH VHX QRPH IRL
([HPSOR GLVVR p Pedra sobre pedra, que se vale da DSRUWXJXHVDGR SDUD &KXPEHUJDV &RQVWD TXH HOH IRL
IXQomRUHIHUHQFLDOHGDPHWDOLQJXtVWLFD$PHWDOLQJXDJHP UHVSRQViYHOSHODSRSXODUL]DomRGRVYDVWRVELJRGHVWXIDGRV
é estabelecida QD 0HWUySROH (QWUH RV DGHSWRV HVWDULD R JRYHUQDGRU
A por tempos verbais articulados no presente e no GD SURYtQFLD GH 3HUQDPEXFR R SRUWXJXrV -HU{QLPR GH
SUHWpULWR 0HQGRQoD)XUWDGRTXHSRULVVRDTXLJDQKRXRDSHOLGRGH
&KXPEUHJDV ± YDULDQWH GR DSRUWXJXHVDGR &KXPEHUJDV
B SHODVIUDVHVVLPSOHVHUHIHUrQFLDDRGLWDGR³QmR¿FDUi
7DOYH]SRUVHUXPKRPHPQmRPXLWREHQTXLVWRQD&RO{QLD
SHGUDVREUHSHGUD´
RDSHOLGRGHXRULJHPDRDGMHWLYRxumbrega³FRLVDUXLP´
C SHOD OLQJXDJHP LPSHVVRDO H REMHWLYD PDUFDGD SHOD ³RUGLQiULD´(WDOYH]SRUVHUXPKRPHPWDPEpPGDIROLD
WHUFHLUDSHVVRD surgiu o verbo xumbregar, que inicialmente teve o sentido
D SHODGH¿QLomRGHWHUPRVFRPR³WDLSD´H³PDQJXHLUmR´ GH³HPEULDJDUVH´HGHSRLVYHLRDDGTXLULURGH³EROLQDU´
E SRUDGMHWLYRVFRPR³SULPLWLYDV´H³VLPSOHV´LQGLFDQGR ³JDUDQKDU´ 'HGXomR OyJLFD GH FRLVD UXLP D EHEHGHLUD
o ponto GHYLVWDGRDXWRU e atos libidinosos, as palavras xumbrega ou xumbregar
FKHJDUDP DRV DQRV GR VpFXOR ;; QD IRUPD UHGX]LGD
QUESTÃO 120 brega, designando locais onde se bebe, se bolina e
VH RXYHP FDQWRUHV FDIRQDV ( R TXH LQLFLDOPHQWH HUD
VXEVWDQWLYR³P~VLFDGHEUHJD´DFDERXYLUDQGRDGMHWLYR
Revolução digital cria a era do leitor-sujeito
³P~VLFDEUHJD´±QXPDMiGLVWDQWHUHIHUrQFLDDXPFHUWR
)RLVH XPD YH] XP OHLWRU &RP D UHYROXomR GLJLWDO PDUHFKDODOHPmRFKDPDGR6FK|QEHUJ
TXHPOrSDVVDDWHUYR]QRSURFHVVRGHOHLWXUD³$WpRXWUR $5$Ò-23&Revista USPQQRY DGDSWDGR
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
232
*CZ1325DOM14* 2016
&RP EDVH QD FODVVL¿FDomR SUHVHQWH QR WH[WR VmR SRHPD PRELOL]D GLIHUHQWHV HVWUDWpJLDV GH FRPSRVLomR
H[HPSORVGHOXWDGHFRQWDWRGLUHWRHGHOXWDTXHPDQWpP 2 SULQFLSDO UHFXUVR H[SUHVVLYR HPSUHJDGR SDUD D
RDGYHUViULRDGLVWkQFLDUHVSHFWLYDPHQWH FRQVWUXomRGHXPDLPDJHPGDDGROHVFrQFLDpD
A MXG{HNDUDWr A KLSpUEROHGRPHGR
B MLXMtWVXHVXP{ B PHWiIRUDGDHVWiWXD
C SHUVRQL¿FDomRGDYLGD
C ER[HHkung fu
D DQWtWHVHHQWUHMXYHQWXGHHYHOKLFH
D HVJULPDHOXWDROtPSLFD
E comparaçãRHQWUHGHVHMRHQXGH]
E 0XD\7KDL e tae kwon do
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
233
2016 *CZ1325DOM15*
QUESTÃO 126 QUESTÃO 128
QUESTÃO 127
FKHJDDOJRSDUDTXHPHVWiDVVLVWLQGR1mRLPSRUWDWDQWR 2VWH[WRV,H,,WUDWDPGRPHVPRWHPDHPERUDVHMDP
DFRUHRJUD¿DHWRGRHVVHWUDEDOKR2PDLVLPSRUWDQWHp GH JrQHURV GLIHUHQWHV (VWDEHOHFHQGRVH DV UHODo}HV
LVVRRYD]LRHFRPRYRFrFRQWLQXDFRPLVVR HQWUH RV GRLV WH[WRV HQWHQGHVH TXH R 7H[WR ,, WHP D
&2//$$&Caminhante, não há caminhos, só rastros6mR3DXOR3HUVSHFWLYD IXQomRGH
2 WH[WR FRQVLGHUD TXH XP FRUSR YD]LR GH VRP A UHSURYDU DV PHGLGDV GR JRYHUQR GH LQFHQWLYR j
VHQWLPHQWR H SHQVDPHQWR SRGH ID]HU TXDOTXHU FRLVD DTXLVLomRGRFDUURSUySULR
Nessa concepção, a atuação do dançarino alcança o B DSRQWDU XPD SRVVtYHO DOWHUQDWLYD SDUD UHVROYHU D
iSLFHGH TXHVWmRGRH[FHVVRGHYHtFXORV
A LQpUFLDHPFHQD C PRVWUDU D GL¿FXOGDGH GH VROXomR LPHGLDWD SDUD
UHVROYHURSUREOHPDGRFUHVFLPHQWRGDIURWD
B WUDQVFHQGrQFLDGHVL
D FULWLFDU SRU PHLR GD ViWLUD DV FRQVHTXrQFLDV GR
C VLJQL¿FDomRGRSUHSDUR DXPHQWRGDIURWDGHYHtFXORV
D DXVrQFLDGHFRPXQLFDomR E UHVSRQVDELOL]DU D Pi TXDOLGDGH GR VHUYLoR GH
E FRQVFLrQFLDGRPRYLPHQWR WUDQVSRUWHSHORFUHVFLPHQWRGRQ~PHUo de YHtFXORV
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
234
*CZ1325DOM16* 2016
E SRVLFLRQDPHQWR UHÀH[LYR GD PXOKHU IUHQWH jV 'LYHUVRV H[SHGLHQWHV DUJXPHQWDWLYRV VmR HPSUHJDGRV
LPSRVLo}HVHVWpWLFDV QRVWH[WRVSDUDVXVWHQWDUDVLGHLDVDSUHVHQWDGDV1HVVH
WH[WR D FLWDomR GH XP LQVWLWXWR HVSHFLDOL]DGR p XPD
QUESTÃO 130
estratégia para
e YLDMDQGR SHOR PXQGR TXH RV GRLV SUR¿VVLRQDLV A atestar a necessidade de ações de prevenção de
GR /LYLQJ 7RQJXHV ,QVWLWXWH IRU (QGDQJHUHG /DQJXDJHV
GDQRVFDXVDGRVSRUUDLRV
UH~QHP VXEVtGLRV SDUD IRUPDU RV FKDPDGRV ³GLFLRQiULRV
IDODQWHV´ GH LGLRPDV HP IDVH GH H[WLQomR FRP SRXFRV B DSUHVHQWDUDVHVWLPDWLYDVGHLQFLGrQFLDGHUDLRVHP
IDODQWHV QR SODQHWD ³$ PDLRULD GDV OtQJXDV GR PXQGR p WHUUDVEUDVLOHLUDV
RUDORTXHVLJQL¿FDTXHQmRHVWmRHVFULWDVRXVHXVIDODQWHV C SURPRYHU GLVFXVVmR VREUH DV FRQVHTXrQFLDV GDV
QmR FRVWXPDP HVFUHYrODV ( DSHVDU GH RV SURMHWRV GHVFDUJDVGHUDLRV
WUDGLFLRQDLVGRVOLQJXLVWDVVHUHPRVGHHVFUHYHUJUDPiWLFDV
H GLFLRQiULRV JRVWDPRV GH SHQVDU HP OtQJXDV YLYDV H D FRQIHULU FUHGLELOLGDGH DRV UHVXOWDGRV GH XPD
VDEHUTXHDVSHVVRDVDVHVWmRIDODQGR(QWmRVHYRFrYDL LQYHVWLJDomRVREUHUDLRV
DXPGLFLRQiULRGHYHVHUFDSD]GHRXYLOR)RLFRPLVVR E FRPSDUDURQ~PHURGHUDLRVLQFLGHQWHVQR%UDVLOH
em mente que criamRVRVGLFLRQiULRVSDUDRLWRGHDOJXPDV no muQGR
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
235
2016 *CZ1325DOM17*
QUESTÃO 132 QUESTÃO 134
/&GLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD
236
237
238
*SA1375AZ6*
QUESTÃO 08 Em geral,DEL¿OLDomRFOXEtVWLFDSHUPLWHTXHWRUFHGRUHV
se engajem aos times do Rio de Janeiro, por exemplo,
Sou um homem comum sobretudo pela histórica projeção política e posteriormente
brasileiro, maior, casado, reservista, midiática da então capital do Brasil. Contudo, no interior
e não vejo na vida, amigo GD&DQJDFHLURV$OYLQHJURVVXVWHQWDVHDDXWRD¿UPDomR
como nordestinos, rechaçando aqueles que deixam de
nenhum sentido, senão
torcer pelo time local para se apegarem aos clubes mais
lutarmos juntos por um mundo melhor. distantes. Ao serem questionados sobre como encaravam
Poeta fui de rápido destino DEL¿OLDomRXPGRVGLUHWRUHVGD&DQJDFHLURVIRLHQIiWLFR
Mas a poesia é rara e não comove DRD¿UPDU³9RFrMiYLXDOJXPSDXOLVWDRXFDULRFDWRUFHU
pra time do Nordeste? Então por que eu vou torcer pra
nem move o pau de arara.
WLPHGR6XO"´
Quero, por isso, falar com você
CAMPOS, F.; TOLEDO, L. H. O Brasil na arquibancada: notas sobre a sociabilidade
de homem para homem, torcedora. Revista USP, n. 99, set.-out.-nov. 2013 (adaptado).
239
*SA1375AZ7*
QUESTÃO 11
No processo de criação da capa de uma revista, é parte importante não só destacar o tema principal da edição, mas
também captar a atenção do leitor. Com essa capa sobre os desastres naturais, desperta-se o interesse do leitor ao se
apresentar uma ilustração com impacto visual e uma parte verbal que agrega ao texto um caráter
A fantasioso, pois se cria a expectativa de uma matéria jornalística, com a natureza protagonizando ações
espetaculares no futuro.
B instrucional, pois se cria a expectativa da apresentação de conselhos e orientações para a precaução contra os
desastres naturais.
C alarmista, pois se reforça a imagem da natureza como um agressor e um inimigo temido pela sua avassaladora
força de destruição.
D místico, pois se cria uma imagem do espaço brasileiro como ameaçado por uma natureza descontrolada, em meio
a um cenário apocalíptico.
E intimista, pois se reforça a imagem de uma publicação organizada em torno das impressões e crenças do leitor
preocupado com os desastres naturais.
QUESTÃO 12
(QWUHLQXPDOLGDPXLWRGL¿FXOWRVD0DUWtULRVHP¿PRGHQmRHQWHQGHUQDGLQKDGRTXHYLQKDQRVOLYURVHGRTXHR
mestre Frederico falava. Estranheza colosso me cegava e me punha tonto. Acho bem que foi desse tempo o mal que
me acompanha até hoje de ser recanteado e meio mocorongo. Com os meus, em casa, conversava por trinta, tinha
ODGLQH]DHHQWHQGLPHQWR1DUXDHQDHVFROD²QDGDHUDFRPSOHWDPHQWHDIUiVLFR$VSHVVRDVHUDPELFKRVGRRXWUR
mundo que temperavam um palavreado grego de tudo.
-iVDELDDMXQWDUDVVtODEDVHOHUSRUFLPDWRGDFRLVDPDVGHVFUHQFHLHSHUGLDLQÀXrQFLDGHLUjHVFRODSRUTXH
GLDQWHGRVHVFULWRVTXHRPHVWUHPHSDVVDYDHGDVOLo}HVPDUFDGDVQRVOLYURV¿TXHLVHQGRXPTXDUWDIHLUDGHPDUFD
maior. Alívio bom era quando chegava em casa.
BERNARDES, C. Rememórias dois*RLkQLD/HDO
O narrador relata suas experiências na primeira escola que frequentou e utiliza construções linguísticas próprias de
determinada região, constatadas pelo
A UHJLVWURGHSDODYUDVFRPR³HVWUDQKH]D´H³FHJDYD´
B HPSUHJRGHUHJrQFLDQmRSDGUmRHP³FKHJDUHPFDVD´
C XVRGHGXSODQHJDomRHP³QmRHQWHQGHUQDGLQKD´
D HPSUHJRGHSDODYUDVFRPR³GHVFUHQFHL´H³ODGLQH]D´
E uso do suEVWDQWLYR³ELFKRV´SDUDUHWRPDU³SHVVRDV´
240
*SA1375AZ8*
QUESTÃO 13 QUESTÃO 14
Tenho visto criaturas que trabalham demais e não Os esportes SRGHP VHU FODVVL¿FDGRV OHYDQGR
progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: em consideração critérios como a quantidade de
quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca competidores e a interação com o adversário.
e engolem tudo. Os chamados Esportes individuais em interação com o
Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras oponente são aqueles em que os atletas se enfrentam
tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas diretamente, tentando alcançar os objetivos do jogo
seguintes. e evitando, concomitantemente, que o adversário o
Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, faça, porém sem a colaboração de um companheiro
naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava de equipe. Os Esportes coletivos em interação com o
no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações. oponente são aqueles nos quais os atletas, colaborando
com seus companheiros de equipe, de forma combinada,
² 0LQKDV VHQKRUDV 6HX 0HQGRQoD SLQWRX R GLDER
enfrentam-se diretamente com a equipe adversária,
enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, tentando atingir os objetivos do jogo, evitando, ao
paciência, vá à justiça. mesmo tempo, que os adversários o façam.
Como a justiça era cara, não foram à justiça. *21=$/(=)-6LVWHPDGHFODVVL¿FDomRGHHVSRUWHVFRPEDVHQRVFULWpULRVFRRSHUDomR
E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, interação com o adversário, ambiente, desempenho comparado e objetivos táticos da ação.
EFDeportes, n. 71, abr. 2004.
SDUDOtWLFRGHXPEUDoRHDGRV*DPDTXHSDQGHJDYDP
no Recife, estudando direito. Respeitei o engenho do São exemplos de “esportes individuais em interação com
Dr. Magalhães, juiz. R RSRQHQWH´ H ³HVSRUWHV FROHWLYRV HP LQWHUDomR FRP R
Violências miúdas passaram despercebidas. RSRQHQWH´UHVSHFWLYDPHQWH
As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às A judô e futebol americano.
chicanas de João Nogueira. B lançamento de disco e polo aquático.
Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei C remo e futebol.
maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam
por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a D badminton e nado sincronizado.
pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos E VDOWRHPGLVWkQFLDHEDVTXHWHERO
ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo
QUESTÃO 15
*RQGLP FRPS{V VREUH HOD GRLV DUWLJRV FKDPRXPH
SDWULRWDFLWRX)RUGH'HOPLUR*RXYHLD&RVWD%ULWRWDPEpP ²5HFXVHLDPmRGHPLQKD¿OKDSRUTXHRVHQKRUp
publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando ¿OKRGHXPDHVFUDYD
o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem
²(X"
mil réis.
5$026*São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1990. ²2VHQKRUpXPKRPHPGHFRU,QIHOL]PHQWHHVWD
é a verdade...
O trecho, de São Bernardo, apresenta um relato de Paulo
Honório, narrador-personagem, sobre a expansão de 5DLPXQGRWRUQRXVHOtYLGR0DQRHOSURVVHJXLXQR¿P
suas terras. De acordo com esse relato, o processo de de um silêncio:
SURVSHULGDGHTXHREHQH¿FLRXHYLGHQFLDTXHHOH ²-iYrRDPLJRTXHQmRpSRUPLPTXHOKHUHFXVHL
Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher
A revela-se um empreendedor capitalista pragmático sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela
que busca o êxito em suas realizações a qualquer é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma
custo, ignorando princípios éticos e valores asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor
humanitários. porém não imagina o que é por cá a prevenção contra os
B procura adequar sua atividade produtiva e função mulatos!... Nunca me perdoariam um tal casamento; além
de empresário às regras do Estado democrático de do que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que
direito, ajustando o interesse pessoal ao bem da ¿]DPLQKDVRJUDGHQmRGDUDQHWDVHQmRDXPEUDQFR
sociedade. de lei, português ou descendente direto de portugueses!
C relata aos seus interlocutores fatos que lhe ocorreram AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008.
em um passado distante, e enumera ações que põem ,QÀXHQFLDGD SHOR LGHiULR FLHQWL¿FLVWD GR 1DWXUDOLVPR
em evidência as suas muitas virtudes de homem a obra destaca o modo como o mulato era visto pela
do campo. VRFLHGDGH GH ¿QV GR VpFXOR ;,; 1HVVH WUHFKR 0DQRHO
D demonstra ser um homem honrado, patriota e traduz uma concepção em que a
audacioso, atributos ressaltados pela realização de
A PLVFLJHQDomRUDFLDOGHVTXDOL¿FDYDRLQGLYtGXR
Do}HV TXH VH DMXVWDP DR SULQFtSLR GH TXH RV ¿QV
MXVWL¿FDPRVPHLRV B FRQGLomRHFRQ{PLFDDQXODYDRVFRQÀLWRVUDFLDLV
E amplia o seu patrimônio graças ao esforço pessoal, C discriminação racial era condenada pela sociedade.
contando com a sorte e a capacidade de iniciativa, D escravidão negava o direito da negra à maternidade.
sendo um exemplo de empreendedor com E união entre mestiços era um risco à hegemonia
responsabilidade social. dos brancos.
241
*SA1375AZ9*
QUESTÃO 16 QUESTÃO 17
242
*SA1375AZ10*
QUESTÃO 18 QUESTÃO 19
É dia de festa na roça. Fogueira posicionada, caipiras
O último refúgio da língua geral no Brasil arrumados, barraquinhas com quitutes suculentos e
No coração da Floresta Amazônica é falada uma bandeirinhas de todas as cores enfeitando o salão.
língua que participou intensamente da história da maior Mas o ponto mais esperado de toda a festa é sempre a
região do Brasil. Trata-se da língua geral, também quadrilha, embalada por música típica e linguajar próprio.
conhecida como nheengatu ou tupi moderno. A língua Anarriê, alavantú, balancê de damas e tantos outros
geral foi ali mais falada que o próprio português, inclusive termos agitados pelo puxador da quadrilha deixam a festa
de São João, comemorada em todo o Brasil, ainda mais
por não índios, até o ano de 1877. Alguns fatores
completa.
contribuíram para o desaparecimento dessa língua de
JUDQGH SDUWH GD$PD]{QLD FRPR SHUVHJXLo}HV R¿FLDLV Embora os festejos juninos sejam uma herança
no século XVIII e a chegada maciça de falantes de da colonização portuguesa no Brasil, grande parte das
português durante o ciclo da borracha, no século XIX. tradições da quadrilha tem origem francesa. E muita
gente dança sem saber.
Língua-testemunho de um passado em que a Amazônia
brasileira alargava seus territórios, a língua geral hoje é $VLQÀXrQFLDVHVWUDQJHLUDVVmRPXLWDVQDVIHVWDVGRV
falada por mais de 6 mil pessoas, num território que se três santos do mês de junho (Santo Antônio, no dia 13,
estende pelo Brasil, Venezuela e Colômbia. Em 2002, o e São Pedro, no dia 29, completam o grupo). O “changê de
PXQLFtSLRGH6mR*DEULHOGD&DFKRHLUD¿FRXFRQKHFLGR GDPDV´QDGDPDLVpGRTXHDWURFDGHGDPDVQDGDQoD
GRIUDQFrV³FKDQJHU´2³DODYDQW~´TXDQGRRVFDVDLVVH
SRUWHUR¿FLDOL]DGRDVWUrVOtQJXDVLQGtJHQDVPDLVXVDGDV
aproximam e se cumprimentam, também é francês, e
ali: o nheengatu, o baníua e o tucano. Foi a primeira YHPGH³HQDYDQWWRXV´$VVLPWDPEpPDFRQWHFHFRPR
vez que outras línguas, além do português, ascendiam ³EDODQFr´TXHWDPEpPYHPGHEDLODUHPIUDQFrV
j FRQGLomR GH OtQJXDV R¿FLDLV QR %UDVLO (PERUD D SOARES, L. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com.
R¿FLDOL]DomR GHVVDV OtQJXDV QmR WHQKD REWLGR WRGRV RV Acesso em: 30 jun. 2015 (adaptado).
resultados esperados, redundou no ensino de nheengatu Ao discorrer sobre a festa de São João e a quadrilha
nas escolas municipais daquele município e em muitas como manifestações da cultura corporal, o texto privilegia
escolas estaduais nele situadas. É fundamental que essa a descrição de
língua de tradição eminentemente oral tenha agora sua
gramática estudada e que textos de diversas naturezas A PRYLPHQWRV UHDOL]DGRV GXUDQWH D FRUHRJUD¿D GD
sejam escritos, justamente para enfrentar os novos dança.
tempos que chegaram. B personagens presentes nos festejos de São João.
NAVARRO, E. Estudos Avançados, n. 26, 2012 (adaptado). C vestimentas utilizadas pelos participantes.
O esforço de preservação do nheengatu, uma D ritmos existentes na dança da quadrilha.
OtQJXD TXH VRIUH FRP R ULVFR GH H[WLQomR VLJQL¿FD R E folguedos constituintes do evento.
reconhecimento de que
QUESTÃO 20
A as línguas de origem indígena têm seus próprios
O comportamento do público, em geral, parece
mecanismos de autoconservação.
indicar o seguinte: o texto da peça de teatro não basta
B a construção da cultura amazônica, ao longo dos em si mesmo, não é uma obra de arte completa, pois
anos, constituiu-se, em parte, pela expressão em ele só se realiza plenamente quando levado ao palco.
línguas de origem indígena. Para quem pensa assim, ler um texto dramático equivale
C as ações políticas e pedagógicas implementadas até a comer a massa do bolo antes de ele ir para o forno.
R PRPHQWR VmR VX¿FLHQWHV SDUD D SUHVHUYDomR GD 0DVHOHVy¿FDSURQWRPHVPRGHSRLVTXHRVDWRUHVGHUDP
língua geral amazônica. vida àquelas emoções; que cenógrafos compuseram os
HVSDoRV UHÀHWLQGR H[WHUQDPHQWH RV FRQÀLWRV LQWHUQRV
D a diversidade do patrimônio cultural brasileiro, GRV HQYROYLGRV TXH RV ¿JXULQLVWDV YHVWLUDP RV FRUSRV
historicamente, tem se construído com base na sofredores em movimento.
unidade da língua portuguesa. LACERDA, R. Leitores. Metáfora, n. 7, abr. 2012.
243
*SA1375AZ11*
QUESTÃO 21 QUESTÃO 23
Chamou-me o bragantino e levou-me pelos
corredores e pátios até ao hospício propriamente.
Aí é que percebi que ficava e onde, na seção, na de
indigentes, aquela em que a imagem do que a Desgraça
pode sobre a vida dos homens é mais formidável.
O mobiliário, o vestuário das camas, as camas, tudo é de
uma pobreza sem par. Sem fazer monopólio, os loucos
são da proveniência mais diversa, originando-se em geral
das camadas mais pobres da nossa gente pobre. São de
imigrantes italianos, portugueses e outros mais exóticos,
são os negros roceiros, que teimam em dormir pelos
desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e
uma manta sórdida; são copeiros, cocheiros, moços de
cavalariça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos
com educação, mas que a falta de recursos e proteção
atira naquela geena social.
BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos.
6mR3DXOR&RVDF 1DLI\
e SUHFLVR WHU FRQ¿DQoD SHUVHYHUDQoD H XP FHUWR O desenvolvimento da sociedade está relacionado ao
despojamento. avanço das tecnologias, que estabelecem novos padrões
de comportamento. De acordo com o texto, o alerta dos
eSUHFLVRWDPEpPFRQTXLVWDUDFRQ¿DQoDGHTXHP especialistas deve-se à
se quer educar, para fazê-lo deitar no colo e ouvir
histórias. A insegurança do usuário, em razão do grande número
081'858.8''LVSRQtYHOHPKWWSFDUDYDQDPHNXNUDGMDEORJVSRWFRPEU
de pessoas conectadas às redes sociais.
Acesso em: 5 dez. 2012. B falta de credibilidade das informações transmitidas
Concorrem para a estruturação e para a progressão das pelos meios de comunicação de massa.
ideias no texto os seguintes recursos: C comprovação por pesquisas de que os danos ao
cérebro são muito maiores do que se pode imaginar.
A Comparação e enumeração. D subordinação das pessoas aos recursos oferecidos
B Hiperonímia e antonímia. pelas novas tecnologias, a ponto de prejudicar
C Argumentação e citação. suas vidas.
D Narração e retomada. E possibilidade de as pessoas se isolarem
socialmente, em razão do uso das novas tecnologias
E Pontuação e hipérbole. de comunicação.
244
*SA1375AZ12*
QUESTÃO 25 As anedotas são narrativas, reais ou inventadas,
HVWUXWXUDGDV FRP D ¿QDOLGDGH GH SURYRFDU R ULVR
Doutor dos sentimentos
2UHFXUVRH[SUHVVLYRTXHFRQ¿JXUDHVVHWH[WRFRPRXPD
Veja quem é e o que pensa o português António
Damásio, um dos maiores nomes da neurociência atual, anedota é o(a)
sempre em busca de desvendar os mistérios do cérebro, A uso repetitivo da negação.
das emoções e da consciência B JUD¿DGRWHUPR³2URSDV´
Ele é baixo, usa óculos, tem cabelos brancos C DPELJXLGDGHGRYHUER³LU´
penteados para trás e costuma vestir terno e gravata. D ironia das duas perguntas.
A surpresa vem quando começa a falar. António Damásio E emprego de palavras coloquiais.
QmRFRQ¿UPDHPQDGDRFOLFKrTXHVHWHPGHFLHQWLVWD
Preocupado em ser o mais didático possível, tenta, QUESTÃO 27
pacientemente, com certa graça e até ironia, sempre
que cabível, traduzir para os leigos estudos complexos
sobre o cérebro. Português, Damásio é um dos principais
expoentes da neurociência atual.
Diferentemente de outros neurocientistas, que acham
que apenas a ciência tem respostas à compreensão
da mente, Damásio considera que muitas ideias não
provêm necessariamente daí. Para ele, um substrato
imprescindível para entender a mente, a consciência,
os sentimentos e as emoções advém da vida intuitiva,
DUWtVWLFDHLQWHOHFWXDO)RUDGRVPHLRVFLHQWt¿FRVRQRPH
de Damásio começou a ser celebrado na década de 1990,
quando lançou seu primeiro livro, uma obra que fala de
emoção, razão e do cérebro humano.
TREFAUT, M. P. Disponível em: http://revistaplaneta.terra.com.br.
Acesso em: 2 set. 2014 (adaptado).
245
*SA1375AZ13*
QUESTÃO 28 QUESTÃO 29
Este mês, a reportagem de capa veio do meu Como se apresentam os atos de ler e escrever
umbigo. Ou melhor, veio de um mal-estar que comecei a no contexto dos canais de chat da internet? O próprio
sentir na barriga. Sou meio italiano, pizzaiolo dos bons, nome que designa estes espaços no meio virtual elucida
herdei de minha avó uma daquelas velhas máquinas de que os leitores-escritores ali estão empenhados em
macarrão a manivela. Cresci à base de farinha de trigo. efetivar uma conversação. Porém, não se trata de uma
Aí, do nada, comecei a ter alergias respiratórias que conversação nos moldes tradicionais, mas de um projeto
também pareciam estar ligadas à minha dieta. Comecei discursivo que se realiza só e através das ferramentas
a peregrinar por médicos. Os exames diziam que não do computador via canal eletrônico mediado por um
tinha nada errado comigo. Mas eu sentia, pô. Encontrei software HVSHFt¿FR $ GLPHQVmR WHPSRUDO GHVWH WLSR
D UHVSRVWD QXPD QXWULFLRQLVWD HX WLQKD LQWROHUkQFLD D de interlocução caracteriza-se pela sincronicidade
glúten e a lactose. Arrivederci, pizza. Tchau, cervejinha. em tempo real, aproximando-se de uma conversa
Notei também que as prateleiras dos mercados de telefônica, porém, devido às especificidades do meio
UHSHQWH ¿FDUDP FKHLDV GH SURGXWRV TXH SDUHFLDP VHU que põe os interlocutores em contato, estes devem
feitos para mim: leite, queijo e iogurte sem lactose, bolo, escrever suas mensagens. Apesar da sensação de
biscoito e macarrão sem glúten. E o mais incrível é que estarem falando, os enunciados que produzem são
esse setor do mercado parece ser o que está mais cheio FRQVWUXtGRV QXP ³WH[WR IDODGR SRU HVFULWR´ QXPD
de gente. E não é só no Brasil. Parece ser em todo ³FRQYHUVDomR FRP H[SUHVVmR JUiILFD´ $ LQWHUDomR
Ocidente industrializado. Inclusive na Itália. TXH VH Gi ³WHOD D WHOD´ SDUD TXH VHMD EHPVXFHGLGD
O tal glúten está na boca do povo, mas não está exige, além das habilidades técnicas anteriormente
fácil entender a real. De um lado, a imprensa popular faz descritas, muito mais do que a simples habilidade
um escarcéu, sem no entanto explicar o tema a fundo. linguística de seus interlocutores. No interior de uma
'HRXWURPXLWRVPpGLFRV¿FDPQDGHIHQVLYDLQVLQXDQGR enorme coordenação de ações, o fenômeno chat
que isso tudo não passa de modismo, sem fundamento também envolve conhecimentos paralinguísticos e
FLHQWt¿FR0DVHXVHLPXLWREHPTXHQmRpVyPRGLVPR socioculturais que devem ser partilhados por seus
²HXVLQWRQDEDUULJD usuários. Isso significa dizer que esta atividade
comunicacional, assim como as demais, também
2WHPDpXPYHVSHLUR²HSRULVVRMXOJDPRVTXHHUD
apresenta uma vinculação situacional, ou seja, não
hora de meter a colher, para separar o joio do trigo e dar
pode a língua, nesta esfera específica da comunicação
UHVSRVWDVFRQ¿iYHLVjVG~YLGDVTXHWRGRPXQGRWHP
humana, ser separada do contexto em que se efetiva.
%85*,(50$1'57HPDOJRJUDQGHDtSuperinteressante, n. 335, jul. 2014 (adaptado).
BERNARDES, A. S.; VIEIRA, P. M. T. Disponível em: www.anped.org.br. Acesso em: 14 ago. 2012.
O gênero editorial de revista contém estratégias
argumentativas para convencer o público sobre a No texto, descreve-se o chat como um tipo de conversação
UHOHYkQFLDGDPDWpULDGHFDSD1RWH[WRFRQVLGHUDQGRD ³WHOD D WHOD´ SRU PHLR GR FRPSXWDGRU H HQIDWL]DVH
maneira como o autor se dirige aos leitores, constitui uma a necessidade de domínio de diversas habilidades.
característica da argumentação desenvolvida o(a) Uma característica desse tipo de interação é a
A UHODWR SHVVRDO TXH HVSHFL¿FD R GHEDWH GR DVVXQWR A coordeQDomR GH Do}HV RX DWLWXGHV TXH UHÀLWDP
abordado. modelos de conversação tradicionais.
B H[HPSOL¿FDomR FRQFUHWD TXH GHVFRQVWUyL D B SUHVHQoDREULJDWyULDGHHOHPHQWRVLFRQRJUi¿FRVTXH
generalidade dos fatos. reproduzam características do texto falado.
C referência intertextual, que recorre a termos da C inserção sequencial de elementos discursivos que
gastronomia. sejam similares aos de uma conversa telefônica.
D crítica direta, que denuncia o oportunismo das D produção de uma conversa que articula elementos
indústrias alimentícias. das modalidades oral e escrita da língua.
E vocabulário coloquial, que representa o estilo da E DJLOLGDGH QD DOWHUQkQFLD GH WHPDV H GH WXUQRV
revista. conversacionais.
246
*SA1375AZ14*
QUESTÃO 30 QUESTÃO 32
TEXTO I TEXTO I
Frevo: Dança de rua e de salão, é a grande alucinação
do Carnaval pernambucano. Trata-se de uma marcha
de ritmo frenético, que é a sua característica principal.
( D PXOWLGmR RQGXODQGR QRV PHQHLRV GD GDQoD ¿FD D
ferver. E foi dessa ideia de fervura (o povo pronuncia
frevura, frever) que se criou o nome frevo.
CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro6mR3DXOR*OREDO DGDSWDGR
TEXTO II
Frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade
O frevo, ritmo genuinamente pernambucano, agora é
do mundo. A música que hipnotiza milhões de foliões e dá
RWRPGR&DUQDYDOQRHVWDGRIRLR¿FLDOPHQWHUHFRQKHFLGD
como Patrimônio Imaterial da Humanidade. O anúncio
foi feito em Paris, nesta quarta-feira, durante cerimônia
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco).
Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br. Acesso em: 14 jun. 2015.
247
*SA1375AZ15*
QUESTÃO 33 2 SURQRPH REOtTXR ³R´ QRV YHUVRV ³$ YLGD H[LJH SDUD
o FRQVHJXLUPRV´ H ³1yV o FRQVHJXLPRV´ JDUDQWH
Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos a progressão temática e o encadeamento textual,
assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu. recuperando o segmento
0DVXPDPRVFDIH]XPkQJXORUHWRQRDUGHSRLVRXWUR A ³Ï-RVp&DUORV´
além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas
B ³SHUGDVHSHUGDV´
pela primeira vez, mais do que uma por dia e, por isso,
logo depois, arribou. Os assuntos que não compreendia C ³$YLGDH[LJH´
eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte. D ³)D]HUDQRV´
E ³LUPmRHP(VFRUSLmR´
Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca
esqueças de tratar da cabra. O Ilídio não gostava QUESTÃO 35
que a mãe o mandasse tratar da cabra. Se estava
ocupado a contar uma história a um guarda-chuva, A inteligência está na rede
não queria ser interrompido. Às vezes, a mãe escolhia
Pergunta: Há tecnologias que melhoram a vida
os piores momentos para chamá-lo, ele podia estar
humana, como a invenção do calendário, e outras que
a contemplar um segredo, por isso, assustava-se e,
revolucionam a história humana, como a invenção da roda.
depois, irritava-se. Às vezes, fazia birras no meio da
$LQWHUQHWRL3DGR)DFHERRNR*RRJOHVmRWHFQRORJLDV
rua. A mãe envergonhava-se e, mais tarde, em casa,
dizia que as pessoas da vila nunca tinham visto um que pertencem a que categoria?
menino tão velhaco. O Ilídio ficava enxofrado, mas Resposta: À das que revolucionam a história. O que
lembrava-se dos homens que lhe chamavam reguila, está acontecendo no mundo de hoje é semelhante ao
diziam ah, reguila de má raça. Com essa memória, que se passou com a sociedade agrária depois da prensa
recuperava o orgulho. Era reguila, não era velhaco. PyYHO GH *XWHQEHUJ $QWHV R FRQKHFLPHQWR HVWDYD
Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, FRQFHQWUDGR HP ROLJRSyOLRV $ LQYHQomR GH *XWHQEHUJ
para gritar até, se lhe apetecesse. começou a democratizar o conhecimento, e as instituições
PEIXOTO, J. L. Livro. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
GR IHXGDOLVPR HQWUDUDP QXP SURFHVVR GH DWUR¿D
A novidade afetou a Igreja Católica, as monarquias, os
No texto, observa-se o uso característico do português de poderes coloniais e, com o passar do tempo, resultou nas
Portugal, marcadamente diferente do uso do português revoluções na América Latina, nos Estados Unidos, na
GR%UDVLO2WUHFKRTXHFRQ¿UPDHVVDD¿UPDomRp França. Resultou na democracia parlamentar, na reforma
protestante, na criação das universidades, do próprio
A “Pela primeira vez na vida teve pena de haver
capitalismo. Martinho Lutero chamou a prensa móvel
tantos assuntos no mundo que não compreendia e
GH³DPDLVDOWDJUDoDGH'HXV´$JRUDPDLVXPDYH]R
HVPRUHFHX´
gênio da tecnologia saiu da garrafa. Com a prensa móvel,
B “Os assuntos que não compreendia eram uma ganhamos acesso à palavra escrita. Com a internet,
HVSpFLHGHWRQWXUDPDVR,OtGLRHUDIRUWH´ cada um de nós pode ser seu próprio editor. A imprensa
C “Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, nos deu acesso ao conhecimento que já havia sido
SDUDJULWDUDWpVHOKHDSHWHFHVVH´ produzido e estava registrado. A internet nos dá acesso
D “Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca ao conhecimento contido no cérebro de outras pessoas
HVTXHoDVGHWUDWDUGDFDEUD´ em qualquer parte do mundo. Isso é uma revolução.
E “O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar E, tal como aconteceu no passado, está fazendo com que
GDFDEUD´ nossas instituições se tornem obsoletas.
TAPSCOTT, D. Entrevista concedida a Augusto Nunes. Veja, 21 abr. 2011 (adaptado).
QUESTÃO 34
Segundo o pesquisador entrevistado, a internet
revolucionou a história da mesma forma que a prensa
Fazer 70 anos
PyYHOGH*XWHQEHUJUHYROXFLRQRXRPXQGRQRVpFXOR;9
Fazer 70 anos não é simples. De acordo com o texto, as duas invenções, de maneira
A vida exige, para o conseguirmos, similar, provocaram o(a)
perdas e perdas no íntimo do ser, A ocorrência de revoluções em busca por governos
como, em volta do ser, mil outras perdas. mais democráticos.
[...] B divulgação do conhecimento produzido em papel nas
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião! diversas instituições.
Nós o conseguimos... C organização das sociedades a favor do acesso livre à
educação e às universidades.
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço? D comércio do conhecimento produzido e registrado em
qualquer parte do mundo.
Quem jamais o saberá?
E democratização do conhecimento pela divulgação de
ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo:
Círculo do Livro, 1992 (fragmento). ideias por meio de publicações.
248
*SA1375AZ16*
QUESTÃO 36 QUESTÃO 37
Inspiração no lixo
O paulistano Jaime Prades, um dos precursores do
JUD¿WHHGDDUWHXUEDQDFKHJRXDROL[RSRUVXDLQWHQVD
relação com as ruas de São Paulo. “A partir da década
de 1980, passei a perceber o desastre que é a ecologia
urbana. Quando a gente fala em questão ambiental,
sempre se refere à natureza, mas a crise ambiental
XUEDQD p IRUWH´ GL] 3UDGHV ,QVSLUDGR SHOD REUD GH
)UDQV .UDMFEHUJ Ki TXDWUR DQRV -DLPH 3UDGHV GHFLGLX
construir uma árvore gigante no Parque do Ibirapuera
ou em outro local público, feita com sobras de madeira
garimpadas em caçambas. “Elas são como os intestinos
GDFLGDGHVmRYtVFHUDVH[SRVWDV´FRQWD3UDGHV³3HUFHEL
que cada pedaço de madeira carregava a memória
da árvore de onde ela veio. Percebi que não estava só
UHFLFODQGRHVLPUHVJDWDQGR´6XDiUYRUHJLJDQWHDLQGD
não vingou, mas a ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar
uma plataforma na internet para estimular outros artistas a
ID]HURPHVPR³7HUtDPRVXPDÀRUHVWDYLUWXDOSODQHWiULD
na qual se colocariam essas questões de forma poética,
FULDQGRXPDGLVFXVVmRHQULTXHFHGRUD´
VIEIRA, A. National Geographic Brasil, n. 65-A, 2015.
249
*SA1375AZ17*
QUESTÃO 39 QUESTÃO 41
Querido Sr. Clemens,
Sei que o ofendi porque sua carta, não datada de
outro dia, mas que parece ter sido escrita em 5 de julho,
foi muito abrupta; eu a li e reli com os olhos turvos
de lágrimas. Não usarei meu maravilhoso broche de
peixe-anjo se o senhor não quiser; devolverei ao senhor,
DAHMER, A. Disponível em: www.malvados.com.br. Acesso em: 15 maio 2013. se assim me for pedido...
Importantes recursos de reflexão e crítica próprios OATES, J. C. Descanse em paz. São Paulo: Leya, 2008.
do gênero textual, esses quadrinhos possibilitam
pensar sobre o papel da tecnologia nas sociedades Nesse fragmento de carta pessoal, quanto à sequenciação
FRQWHPSRUkQHDVSRLV dos eventos, reconhece-se a norma-padrão pelo(a)
A indicam a solidão existencial dos usuários das redes A colocação pronominal em próclise.
sociais virtuais. B uso recorrente de marcas de negação.
B FULWLFDP D VXSHU¿FLDOLGDGH GDV UHODo}HV KXPDQDV C emprego adequado dos tempos verbais.
mantidas pela internet. D SUHIHUrQFLDSRUDUFDtVPRVFRPR³DEUXSWD´H³WXUYR´
C UHWUDWDPDGL¿FXOGDGHGHDGDSWDomRGHSHVVRDVPDLV E SUHVHQoD GH TXDOL¿FDGRUHV FRPR ³PDUDYLOKRVR´ H
velhas às relações virtuais. ³SHL[HDQMR´
D ironizam o crescimento da conexão virtual oposto à
falta de vínculos reais entre as pessoas. QUESTÃO 42
E denunciam o enfraquecimento das relações humanas
QRVPXQGRVYLUWXDOHUHDOFRQWHPSRUkQHRV Ser pai faz bem para a pressão!
250
1° DIA
GABARITO PROVA 2017
- CADERNO 13 – Azul
Gabarito 2017 - 2ª APLICAÇÃO
LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 B E 46 D
2 A B 47 C
3 A B 48 B
4 C D 49 C
5 B C 50 C
6 B 51 C
7 B 52 B
8 A 53 C
9 E 54 A
10 E 55 B
11 C 56 C
12 D 57 A
13 A 58 A
14 A 59 C
15 A 60 A
16 E 61 E
17 E 62 E
18 B 63 E
19 A 64 A
20 B 65 D
21 A 66 E
22 A 67 D
23 E 68 C
24 D 69 C
25 A 70 A
26 C 71 A
27 C 72 A
28 A 73 C
29 D 74 B
30 C 75 A
31 E 76 C
32 D 77 C
33 D 78 B
34 D 79 E
35 E 80 D
36 B 81 A
37 A 82 C
38 A 83 A
39 D 84 A
40 C 85 B
41 C 86 A
42 A 87 A
43 D 88 B
44 C 89 C
45 E 90 D
251
QUESTÃO 05
B às rudes palavras proferidas pela irmã de Tita. Nas páginas dos jornais
C ao comportamento inexplicável da irmã de Rosaura. Um idiota em inglês
D à felicidade da protagonista por ser um dia especial. Se é idiota, é bem menos que nós
E ao estado de fúria de Tita desencadeado pela fala de Um idiota em inglês
Rosaura.
É bem melhor do que eu e vocês
252
QUESTÃO 07
Em sua conversa com o pai, Calvin busca persuadi-lo, recorrendo à estratégia argumentativa de
A mostrar que um bom trabalho como pai implica a valorização por parte do filho.
B apelar para a necessidade que o pai demonstra de ser bem-visto pela família.
C explorar a preocupação do pai com a própria imagem e popularidade.
D atribuir seu ponto de vista a terceiros para respaldar suas intenções.
E gerar um conflito entre a solicitação da mãe e os interesses do pai.
QUESTÃO 08
Deserto de sal
O silêncio ajuda a compor a trilha que se ouve na caminhada pelo Salar de Atacama.
Com 100 quilômetros de extensão, o Salar de Atacama é o terceiro maior deserto de sal do mundo. De acordo
com estudo publicado pela Universidade do Chile, o Salar de Atacama é uma depressão de 3 500 quilômetros
quadrados entre a Cordilheira dos Andes e a Cordilheira de Domeiko. Sua origem está no movimento das placas
tectônicas. Mais tarde, a água evaporou-se e, desta forma, surgiram os desertos de sal do Atacama. Além da crosta
de sal que recobre a superfície, há lagoas formadas pelo degelo de neve acumulada nas montanhas.
FORNER, V. Terra da Gente, n. 96, abr. 2012.
Os gêneros textuais são textos materializados que circulam socialmente. O texto Deserto de sal foi veiculado em
uma revista de circulação mensal. Pelas estratégias linguísticas exploradas, conclui-se que o fragmento apresentado
pertence ao gênero
A relato, pela apresentação de acontecimentos ocorridos durante uma viagem ao Salar de Atacama.
B verbete, pela apresentação de uma definição e de exemplos sobre o termo Salar de Atacama.
C artigo de opinião, pela apresentação de uma tese e de argumentos sobre o Salar de Atacama.
D reportagem, pela apresentação de informações e de dados sobre o Salar de Atacama.
E resenha, pela apresentação, descrição e avaliação do Salar de Atacama.
253
Quantos há que os telhados têm vidrosos A partir desse breve histórico da língua portuguesa no Brasil,
E deixam de atirar sua pedrada, um dos elementos de identidade nacional, entende-se que a
De sua mesma telha receiosos. diversidade linguística é resultado da
Adeus, praia, adeus, ribeira, A imposição da língua do colonizador sobre as línguas
De regatões tabaquista, indígenas.
Que vende gato por lebre B interação entre os falantes de línguas e culturas
Querendo enganar a vista. diferentes.
254
QUESTÃO 12 QUESTÃO 13
Computador
“Com os computadores e a internet, mudei muito.
A Lian de hoje é totalmente diferente daquela de
antes da informática. Me abriu portas e, além de tudo,
fui aceita por pessoas que achava que não iriam
me aceitar. Com a internet, viajei o mundo. Fui até
Portugal e à África. Eu nem sabia que lá a realidade
era tão forte. Perto deles, estamos até muito bem.” –
Tânia “Lian” Silva, 26, índia pankararu.
TV
“Eu gosto muito de televisão. Assisto às novelas,
me divirto muito. Mas, ao mesmo tempo, sei que aquilo
tudo que passa lá não é verdade. É tudo uma ilusão.”
– Valentina Maria Vieira dos Santos, 89, índia fulni-ô da
aldeia Xixi a cla.
MP3 Player
“Cuido do meu tocador de MP3 como se fosse um
tesouro. É um pen drive simples, mas é muito especial
para mim. Nele ouço músicas indígenas e bandas da
própria aldeia. Ele vive emprestado porque acaba sendo
a diversão da aldeia inteira. Uso até para exibir uns vídeos
que baixo da internet. Basta colocar no aparelho de DVD
com entrada USB que tenho.” – Jailton Pankararu, 23,
índio pankararu. Disponível em: www.pedal.com.br. Acesso em: 3 jul. 2014 (adaptado).
255
QUESTÃO 14 QUESTÃO 16
O tradicional ornato para cabelos, a tiara ou diadema,
já foi uma exclusividade feminina. Na origem, tanto “tiara”
quanto “diadema” eram palavras de bom berço. “Tiara”
nomeava o adorno que era o signo de poder entre os
poderosos da Pérsia antiga e povos como os frísios,
os bizantinos e os etíopes. A palavra foi incorporada
do Oriente pela Grécia e chegou até nós por via latina,
para quem queria referir-se à mitra usada pelos persas.
Diadema era a faixa ou tira de linho fino colocado na
cabeça pelos antigos latinos, herança do derivado
grego para diádo (atar em volta, segundo o Houaiss).
No Brasil, a forma de arco ou de laço das tiaras e alguns
usos específicos (o nordestino “gigolete” faz alusão ao
ornato usado por cafetinas, versões femininas do “gigolô”)
produziram novos sinônimos regionais do objeto.
Os sinônimos da tiara. Língua Portuguesa, n. 23, 2007 (adaptado).
E utilização do objeto por um grupo social. Uma das funções da obra de arte é representar o contexto
QUESTÃO 15 sociocultural ao qual ela pertence. Produzida na primeira
metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do
Glossário diferenciado Brasil evidencia o processo de modernização pela
Outro dia vi um anúncio de alguma coisa que A verticalização do espaço.
não lembro o que era (como vocês podem deduzir,
o anúncio era péssimo). Lembro apenas que o produto era B desconstrução da forma.
diferenciado, funcional e sustentável. Pensando nisso, fiz C sobreposição de elementos.
um glossário de termos diferenciados e suas respectivas
D valorização da natureza.
funcionalidades.
E abstração do tema.
Diferenciado: um adjetivo que define um substantivo
mas também o sujeito que o está usando. Quem fala QUESTÃO 17
“diferenciado” poderia falar “diferente”. Mas escolheu
uma palavra diferenciada. Porque ele quer mostrar que E fui mostrar ao ilustre hóspede [o governador do
Estado] a serraria, o descaroçador e o estábulo. Expliquei
ele próprio é “diferenciado”. Essa é a função da palavra em resumo a prensa, o dínamo, as serras e o banheiro
“diferenciado”: diferenciar-se. Por diferençado, entenda: carrapaticida. De repente supus que a escola poderia
“mais caro”. Estudos indicam que a palavra “diferenciado” trazer a benevolência do governador para certos favores
representa um aumento de 50% no valor do produto. que eu tencionava solicitar.
É uma palavra que faz a diferença. — Pois sim senhor. Quando V. Exª. vier aqui outra
DUVIVIER, G. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 nov. 2014 (adaptado). vez, encontrará essa gente aprendendo cartilha.
RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1991.
Os gêneros são definidos, entre outros fatores, por sua
função social. Nesse texto, um verbete foi criado pelo O fragmento do romance de Graciliano Ramos dialoga
autor para com o contexto da Primeira República no Brasil, ao
focalizar o(a)
A atribuir novo sentido a uma palavra.
A derrocada de práticas clientelistas.
B apresentar as características de um produto. B declínio do antigo atraso socioeconômico.
C mostrar um posicionamento crítico. C liberalismo desapartado de favores do Estado.
D registrar o surgimento de um novo termo. D fortalecimento de políticas públicas educacionais.
E contar um fato do cotidiano. E aliança entre a elite agrária e os dirigentes políticos.
256
QUESTÃO 18 QUESTÃO 20
Não há dúvidas de que, nos últimos tempos, em Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior,
função da velocidade, do volume e da variedade ele o abandonara, mudara de profissão e passara
da geração de informações, questões referentes à pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que
disseminação, ao armazenamento e ao acesso de sabíamos dele.
dados têm se tornado complexas, de modo a desafiar O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros
homens e máquinas. Por meio de sistemas financeiros, contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros
de transporte, de segurança e de comunicação contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro,
interpessoal – representados pelos mais variados com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano.
dispositivos, de cartões de crédito a trens, aviões, E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu
passaportes e telefones celulares –, circulam fluxos silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em
informacionais que carregam o DNA da vida cotidiana
nos ensinar e que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me
do indivíduo contemporâneo. Para além do referido
comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os
cenário informacional contemporâneo, percebe-se, nos
colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele
contextos governamentais, um esforço – gerado por leis
dizia, vermelho:
e decretos, ou mesmo por pressões democráticas – em
disseminar informações de interesse público. No Brasil, — Cale-se ou expulso a senhora da sala.
está em vigor, desde maio de 2012, a Lei de Acesso à Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode
Informação n. 12.527. Em linhas gerais, a legislação me mandar! Ele não mandava, senão estaria me
regulamenta o direito à informação, já garantido na obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara
Constituição Federal, obrigando órgãos públicos a doloroso para mim ser objeto do ódio daquele homem que
divulgarem os seus dados. de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher
SILVA JR., M. G. Vigiar, punir e viver. Minas faz Ciência, n. 58, 2014 (adaptado). que eu seria um dia, amava-o como uma criança que
As Tecnologias de Informação e Comunicação propiciam à tenta desastradamente proteger um adulto, com a cólera
sociedade contemporânea o acesso à grande quantidade de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de
de dados públicos e privados. De acordo com o texto, ombros tão curvos.
essa nova realidade promove LISPECTOR, C. Os desastres de Sofia. In: A legião estrangeira. São Paulo: Ática, 1997.
A questionamento sobre a privacidade. Entre os elementos constitutivos dos gêneros está a sua
própria estrutura composicional, que pode apresentar
B mecanismos de vigilância de pessoas.
um ou mais tipos textuais, considerando-se o objetivo
C disseminação de informações individuais. do autor. Nesse fragmento, a sequência textual que
D interferência da legislação no uso dos dados. caracteriza o gênero conto é a
E transparência na relação entre governo e cidadãos. A expositiva, em que se apresentam as razões da
atitude provocativa da aluna.
QUESTÃO 19
B injuntiva, em que se busca demonstrar uma ordem
“Escrever não é uma questão apenas de satisfação dada pelo professor à aluna.
pessoal”, disse o filósofo e educador pernambucano Paulo
Freire, na abertura de suas Cartas a Cristina, revelando C descritiva, em que se constrói a imagem do professor
a importância do hábito ritualizado da escrita para o com base nos sentidos da narradora.
desenvolvimento de suas ideias, para a concretização D argumentativa, em que se defende a opinião da
de sua missão e disseminação de seus pontos de enunciadora sobre o personagem-professor.
vista. Freire destaca especial importância à escrita pelo E narrativa, em que se contam fatos ocorridos com o
desejo de “convencer outras pessoas”, de transmitir professor e a aluna em certo tempo e lugar.
seus pensamentos e de engajar aqueles que o leem na
realização de seus sonhos.
KNAPP, L. Linha fina. Comunicação Empresarial, n. 88, out. 2013.
257
QUESTÃO 23
apocalípticos acerca da finitude dos objetos nos quais Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus
se ancorava a cultura letrada. As atenções voltaram-se, recursos expressivos e suas intenções comunicativas.
sobretudo, para o mais difundido de todos esses objetos: Esse texto enquadra-se no gênero
o livro impresso. A crer nesses diagnósticos sombrios, os
livros e a noção romântica de autoria estavam fadados A biografia, por fazer referência à vida da artista.
ao desaparecimento. O triunfo do hipertexto e a difusão B relato, por trazer o depoimento da filha do artista.
dos e-books inscreveriam um marco na linha do tempo, C notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do
semelhante aos daqueles suscitados pelo advento da disco.
escrita e da “revolução do impresso”. Decerto porque D resenha, por apresentar as características do disco.
as mudanças no padrão tecnológico de comunicação
alteram práticas e representações culturais. Contudo, os E reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida
investigadores insistem que uma perspectiva evolutiva da artista.
e progressiva acaba por obscurecer o fato de que as
normas, as funções e os usos da cultura letrada não
são compartilhados de maneira igual, como também não
anulam as formas precedentes.
Apesar dos avanços, a história da leitura não pode
restringir seu interesse ao livro, tendo de considerar outras
formas de impresso de ampla circulação e suportes de
textos não impressos. Isso é particularmente relevante
no Brasil, onde a imprensa aportou tardiamente e o
letramento custou a se espalhar pela sociedade.
SCHAPOCHNIK, N. Cultura letrada: objetos e práticas – uma introdução. In: ABREU, M.;
SCHAPOCHNIK, N. (Org.). Cultura letrada no Brasil: objetos e práticas.
Campinas: Mercado das Letras, 2005 (adaptado).
258
QUESTÃO 24 QUESTÃO 26
Ocorre que a grande obra nunca é apenas a tradução Reclame
do engenho e arte do seu autor, seja este escritor, filósofo,
se o mundo não vai bem
cientista, pintor, músico, arquiteto, escultor, cineasta.
Em geral, a grande obra é também, ou mesmo a seus olhos, use lentes
principalmente, a expressão do clima sociocultural, ... ou transforme o mundo.
intelectual, científico, filosófico e artístico da época, ótica olho vivo
conforme se expressa em alguma coletividade, grupo agradece a preferência.
social, etnia, gênero ou povo. CHACAL. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 14 ago. 2014.
IANNI, O. Variações sobre arte e ciência. Tempo Social, n. 1, jun. 2004.
Os gêneros podem ser híbridos, mesclando
O fragmento define o que é uma grande obra de arte. características de diferentes composições textuais que
Como estratégia de construção do texto, o autor faz uso circulam socialmente. Nesse poema, o autor preservou,
recorrente de do gênero publicitário, a seguinte característica:
A enumerações para sustentar o ponto de vista A Extensão do texto.
apresentado. B Emprego da injunção.
B repetições para retificar as características do objeto C Apresentação do título.
descrito.
D Disposição das palavras.
C generalizações para sintetizar as ideias expostas. E Pontuação dos períodos.
D adjetivações para descrever a obra caracterizada.
E sinonímias para retomar as características da QUESTÃO 27
atividade autoral.
QUESTÃO 25
Cores do Brasil
Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro
lançado em 1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja
proposta é ser publicação informativa sobre nomes do
“movimento arte naïf do Brasil”, como define o autor.
Trata-se de um caminho estético fundamental na arte
brasileira, assegura Ardies. O termo em francês foi
adotado por designar internacionalmente a produção
que no Brasil é chamada de arte popular ou primitivismo,
esclarece Ardies. O organizador do livro explica que a
obra não tem a pretensão de ser um dicionário. “Falta
muita gente. São muitos artistas”, observa. A nova edição
veio da vontade de atualizar informações publicadas há
26 anos. Ela incluiu artistas em atividade atualmente e
veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte naïf KIM, L. Cry me a river. Instalação com camisas de força, pia, baldes,
torneira, espelho, lâmpada, 2001.
no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do Brasil.
WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015 (adaptado). CANTON, K. As nuances da cidade. Bravo!, n. 54, mar. 2002.
O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento de A imagem reproduz a instalação da paulista Lina Kim,
um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização desse apresentada na 25ª Bienal de São Paulo em março
trecho predomina o uso da sequência de 2002. Nessa obra, a artista se utiliza de elementos
dispostos num determinado ambiente para propor que o
A injuntiva, sugerida pelo destaque dado à fala do observador reconheça o(a)
organizador do livro.
A recusa à representação dos problemas sociais.
B argumentativa, caracterizada pelo uso de adjetivos
sobre o livro. B questionamento do que seja razão.
C narrativa, construída pelo uso de discurso direto e C esgotamento das estéticas recentes.
indireto. D processo de racionalização inerente à arte
D descritiva, formada com base em dados editoriais da obra. contemporânea.
E expositiva, composta por informações sobre a arte naïf. E ruptura estética com movimentos passados.
259
Os enunciados que compõem os textos encadeiam-se Olhando o gavião no telhado, Hélio fala:
por meio de elementos linguísticos que contribuem para — Esta noite eu sonhei um sonho engraçado.
construir diferentes relações de sentido. No trecho “Em vielas — Como é que foi? — pergunta o pai.
sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações
malditas”, o conector “portanto” estabelece a mesma relação — Quer dizer, não é bem engraçado não. É sobre
semântica que ocorre em uma casa de joão-de-barro que a gente descobriu ali no
A “[...] talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres jacarandá.
e seguros [...].” — A gente, quem?
B “[...] acreditava-se por lá, assim como em boa parte — Eu mais o Timinho.
do Oriente [...].”
— O que tinha dentro?
C “[...] elas podem ser também solução para uma série
de desafios das cidades hoje.” — Um ninho.
D “Contanto que não sejam encaradas com olhar — Vazio?
pitoresco ou preconceituoso.” — Não.
E “As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo — Tinha ovo?
moderno [...].”
— Tinha.
QUESTÃO 29 — Quantos? — pergunta a mãe.
TEXTO I Hélio fica na dúvida. Não consegue lembrar direito.
Todos esperam, interessados. Na maior aflição, ele
pergunta ao irmão mais novo:
— Quantos ovos tinha mesmo, Timinho? Ocê lembra?
ROMANO, O. O ninho. In: Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
TEXTO II
Os artistas, liberados do peso da história, ficavam
livres para fazer arte da maneira que desejassem ou
mesmo sem nenhuma finalidade. Essa é a marca da arte
contemporânea, e não é para menos que, em contraste
com o Modernismo, não existe essa coisa de estilo
contemporâneo.
DANTO, A. Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história.
São Paulo: Odysseus, 2006.
260
261
QUESTÃO 33 QUESTÃO 34
A orquestra atacou o tema que tantas vezes ouvi na TEXTO I
vitrola de Matilde. Le maxixe!, exclamou o francês [...] e
nos pediu que dançássemos para ele ver. Mas eu só sabia
dançar a valsa, e respondi que ele me honraria tirando
minha mulher. No meio do salão os dois se abraçaram
e assim permaneceram, a se encarar. Súbito ele a girou
em meia-volta, depois recuou o pé esquerdo, enquanto
com o direito Matilde dava um longo passo adiante, e os
dois estacaram mais um tempo, ela arqueada sobre o
corpo dele. Era uma coreografia precisa, e me admirou
que minha mulher conhecesse aqueles passos. O casal
se entendia à perfeição, mas logo distingui o que nele foi
ensinado do que era nela natural. O francês, muito alto,
era um boneco de varas, jogando com uma boneca de
pano. Talvez pelo contraste, ela brilhava entre dezenas
de dançarinos, e notei que todo o cabaré se extasiava
com a sua exibição. Todavia, olhando bem, eram pessoas ATAÍDE, M. C. Coroação de Nossa Senhora de Porciúncula.
Detalhe da pintura do forro da nave da Igreja de São Francisco de
vestidas, ornadas, pintadas com deselegância, e foi me Assis de Ouro Preto. 1801-12.
parecendo que também em Matilde, em seus movimentos
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br. Acesso em: 30 out. 2015.
de ombros e quadris, havia excesso. A orquestra não dava
pausa, a música era repetitiva, a dança se revelou vulgar, TEXTO II
pela primeira vez julguei meio vulgar a mulher com quem Manuel da Costa Ataíde (Mariana, MG, 1762-1830),
eu tinha me casado. Depois de meia hora eles voltaram assim como os demais artistas do seu tempo, recorria a
se abanando, e escorria suor pelo colo de Matilde decote bíblias e a missais impressos na Europa como ponto de
abaixo. Bravô, eu gritei, bravô, e ainda os estimulei a partida para a seleção iconográfica das suas composições,
dançar o próximo tango, mas Dubosc disse que já era que então recriava com inventiva liberdade.
tarde, e que eu tinha um ar fatigado. Se Mário de Andrade houvesse conseguido a
CHICO BUARQUE. Leite derramado. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
oportunidade de acesso aos meios de aproximação
Os recursos expressivos de um texto literário fornecem ótica da pintura dos forros de Manuel da Costa Ataíde,
pistas aos leitores sobre a percepção dos personagens imaginamos como não teria vibrado com o mulatismo
em relação aos eventos da narrativa. No fragmento, das figuras do mestre marianense, ratificando, ao lado de
constitui um aspecto relevante para a compreensão das Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a sua percepção
intenções do narrador a pioneira de um surto de racialidade brasileira em nossa
terra, em pleno século XVIII.
A inveja disfarçada em relação ao estrangeiro, sugerida FROTA, L. C. Ataíde: vida e obra de Manuel da Costa Ataíde.
pela descrição de seu talento como dançarino. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
262
263
QUESTÃO 38 QUESTÃO 40
O Ultimate Frisbee é um jogo competitivo praticado Talvez julguem que isto são voos de imaginação:
com um disco. Essa modalidade esportiva tem como
característica mais interessante o fato de não contar com é possível. Como não dar largas à imaginação, quando
um árbitro. Apesar de ter regras preestabelecidas, estas a realidade vai tomando proporções quase fantásticas,
são aplicadas conforme o consenso entre os praticantes. quando a civilização faz prodígios, quando no nosso próprio
GUTIERREZ, G. L. et. al. A construção de consensos numa prática esportiva competitiva:
uma análise habermasiana do Ultimate Frisbee. Disponível em: www.efdeportes.com. país a inteligência, o talento, as artes, o comércio, as
Acesso em: 19 jun. 2012 (adaptado).
grandes ideias, tudo pulula, tudo cresce e se desenvolve?
Em relação à aplicação das regras, o Ultimate Frisbee prevê Na ordem dos melhoramentos materiais, sobretudo,
A contestação externa das posições assumidas no jogo. cada dia fazemos um passo, e em cada passo realizamos
B regras aplicadas com base em posições uma coisa útil para o engrandecimento do país.
individualistas. ALENCAR, J. Ao correr da pena. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
C entendimento mútuo na solução de lances Acesso em: 12 ago. 2013.
controversos.
No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em
D dúvidas solucionadas pela opinião dos mais
experientes. 1854, a temática nacionalista constrói-se pelo elogio ao(à)
E definição das regras por meio de acordo entre os A passado glorioso.
jogadores.
B progresso nacional.
QUESTÃO 39
C inteligência brasileira.
Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo
involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos D imponência civilizatória.
quis que ela não fugisse e falou: E imaginação exacerbada.
— Repita o que você disse, Lóri.
— Não sei mais. QUESTÃO 41
— Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente Muitos trabalhos recentes de arte digital não consistem
disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade
soberba versus a minha extrema individualidade de mais em objetos puros e simples, que se devem admirar
pessoa, mas seremos um só. ou analisar, mas em campos de possibilidades, programas
— Sim. geradores de experiências estéticas potenciais. Se já era
Lóri estava suavemente espantada. Então isso era difícil decidir sobre a paternidade de um produto da cultura
a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos técnica, visto que ela oscilava entre a máquina e os vários
ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como
o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal sujeitos que a manipulam, a tarefa agora torna-se ainda
a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu mais complexa.
faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha Se quisermos complicar ainda mais o esquema da
e aguda, que já está começando a me doer como uma
angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem criação nos objetos artísticos produzidos com meios
dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar tecnológicos, poderíamos incluir também aquele que
um pouco e me assusta? Não, não quero ser feliz. Prefiro está na ponta final do processo e que foi conhecido pelos
a mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem
de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa nomes (hoje inteiramente inapropriados) de espectadores,
desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. ouvintes ou leitores: numa palavra, os receptores de
Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo. produtos culturais.
LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres.
MACHADO, A. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.
São Paulo: Edusp, 1993 (adaptado).
A obra de Clarice Lispector alcança forte expressividade
em razão de determinadas soluções narrativas. O autor demonstra a crise que os meios digitais
No fragmento, o processo que leva a essa expressividade trazem para questões tradicionais da criação artística,
fundamenta-se no particularmente, para a autoria. Essa crise acontece
A desencontro estabelecido no diálogo do par amoroso. porque, atualmente, além de clicar e navegar, o público
B exercício de análise filosófica conduzido pelo narrador.
A analisa o objeto artístico.
C registro do processo de autoconhecimento da
personagem. B anula a proposta do autor.
D discurso fragmentado como reflexo de traumas C assume a criação da obra.
psicológicos.
E afastamento da voz narrativa em relação aos dramas D interfere no trabalho de arte.
existenciais. E impede a atribuição de autoria.
264
QUESTÃO 42 QUESTÃO 44
O lazer é um fenômeno mundial, fruto da modernidade
Física com a boca e das relações que se estabelecem entre o tempo
Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do de trabalho e o tempo do não trabalho. Os efeitos da
ventilador? industrialização e da globalização foram percebidos
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. pela velocidade das mensagens veiculadas pela mídia,
Quando você não tem mais o que fazer e fica falando pela explosão das novas tecnologias da informação e
na frente dele, as ondas da voz se propagam na direção comunicação, pela exacerbação do individualismo e
contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente competitividade, pelas mudanças no contexto social
da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – e também por uma crise nas relações de trabalho. Em
diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o meio a todas essas mudanças, o lazer apresenta-se
desencontro entre as ondas. “O vento também contribui como um conjunto de elementos culturais que podem ser
para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que vivenciados no tempo disponível, seja como atividade
influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a prática ou contemplativa.
influência do vento na propagação das ondas contribuem SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta curricular do estado de Minas Gerais, 6º ao 9º ano.
para distorcer sua bela voz. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2012.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
Na perspectiva conceitual assumida pelo texto, o lazer
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados constitui-se por atividades que
para organizar a escrita e ajudar na compreensão da
mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso A auxiliam na conquista de maior produtividade no
de substituição dos travessões por âmbito do trabalho.
A aspas, para colocar em destaque a informação B buscam a melhoria da condição atlética e da alta
seguinte. performance dos praticantes.
B vírgulas, para acrescentar uma caracterização de C resultam da tensão entre os interesses da mídia e as
Davi Akkerman. necessidades dos empregadores.
C reticências, para deixar subentendida a formação do D favorecem as relações de individualidade e
especialista. competitividade entre os praticantes.
D dois-pontos, para acrescentar uma informação E são de natureza esportiva, artística ou cultural,
introduzida anteriormente. escolhidas pelos indivíduos.
E ponto e vírgula, para enumerar informações QUESTÃO 45
fundamentais para o desenvolvimento temático.
Frevo Nino Pernambuquinho
QUESTÃO 43
É o frevo
O processo de leitura da informação vinda do
companheiro e do adversário é fundamental nos Arrastando a multidão, fervendo.
esportes coletivos. O participante de modalidades com É na ponta do pé e no calcanhar
essas características deverá, a todo momento, ler e É no calcanhar e na ponta do pé com a direita
interpretar as informações gestuais de seu companheiro
e adversário que, por outra via, também é portador É na ponta do pé e no calcanhar com a esquerda
de informações. Estas deverão ser claras e legíveis Saci-pererê, saci-pererê com a direita
para seu companheiro e totalmente obscuras para o Saci-pererê com a esquerda
adversário. Na interpretação praxiológica, seria aquele
jogador que consegue ler as informações do adversário e Girando, girando, girando no girassol
posicionar-se da melhor forma possível, antecipando-se a É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
seus adversários e ocupando os melhores espaços.
RIBAS, J. F. M. Praxiologia motriz: construção de um novo olhar dos esportes e jogos na
É na ponta do pé e no calcanhar
escola. Motriz, n. 2, 2005 (adaptado). Pisando em brasa
De acordo com a ideia de processamento de informação nas Pisando em brasa porque o chão está pegando fogo
modalidades esportivas coletivas, para ser bem-sucedido Na Avenida Guararapes
em suas ações no jogo, o jogador deve
Arrastando o Galo da Madrugada
A identificar as informações produzidas por todos os
jogadores, posicionando-se de forma fixa no espaço Olha a tesoura, para cortar todos os males.
de jogo. É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
B refletir sobre as informações fornecidas por todos os DUDA. Perré-bumbá. Recife: Gravadora Independente, 1998 (fragmento).
jogadores e executar os gestos técnicos com precisão
no jogo. A letra da canção apresenta o frevo como uma expressão
C analisar as informações dos adversários e, com base da cultura corporal que pode ser reconhecida por meio da
nelas, realizar individualmente suas ações, com o fim descrição de
de tirar vantagem tática.
A diversos ritmos.
D fornecer informações precisas para os adversários
e interpretar as dos companheiros, para facilitar sua B diferentes passos.
tomada de decisão. C distintos adereços.
E interpretar informações de companheiros e
adversários, agindo objetivamente com os primeiros D vários personagens.
e imprecisamente com os adversários. E uso de instrumentos.
LC - 1º dia / Caderno 13 - AZUL - Página 18
265
2ª Aplicação
GABARITO PROVA 2018
Gabarito 2018
* Gabarito retificado
266
*SA0175AZ6*
PROVA ENEM 2019
Questões de 06 a 45
Questão 06
De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas,
boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada
por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura),
mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência.
Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a
multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou
difamação) se dá em várias direções.
Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).
O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos
pode ter como consequência a
A displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
B desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
C impossibilidade de identificação da origem dos textos.
D disseminação de ações criminosas na internet.
E obtenção de maior popularidade nas redes.
Questão 07
19-11-1959
Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente há
mais de vinte anos — não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. [...]
À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada no
meio do pátio, cantava — e era de doer o coração. As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa,
rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas
de presença — elas que eram tão distantes. Os rostos fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava
imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado
tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o
pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça,
suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais — para existir fora de um hospício.
CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, configura um registro singular, fundamentado por uma
percepção que
A atenua a realidade do sofrimento por meio da música.
B redimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade.
C evidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem feminina.
D transfigura o cotidiano da internação pelo poder de se emocionar.
E aponta para a recuperação da saúde mental graças à atividade artística.
Questão 08
VERISSIMO, L. F. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 2000.
No que diz respeito ao uso de recursos expressivos em diferentes linguagens, o cartum produz humor brincando com a
A caracterização da linguagem utilizada em uma esfera de comunicação específica.
B deterioração do conhecimento científico na sociedade contemporânea.
C impossibilidade de duas cobras conversarem sobre o universo.
D dificuldade inerente aos textos produzidos por cientistas.
E complexidade da reflexão presente no diálogo.
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Questão 18 Questão 19
271
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Questão 21 Questão 22
A partir de 2018, a Resolução n. 518 do Contran A expansão do português no Brasil, as variações
obriga todo novo projeto de automóvel, SUV e picape regionais com suas possíveis explicações e as
dupla a ter pontos de ancoragem para cadeirinhas raízes das inovações da linguagem estão emergindo
infantis. Em 2020, a regra passa a valer para todos os por meio do trabalho de linguistas que estão
modelos à venda no Brasil. desenterrando as raízes do português brasileiro
ao examinar cartas pessoais e administrativas,
Esse tipo de fixação possui travas na cadeirinha no
testamentos, relatos de viagens, processos
formato de garras que são encaixadas em um ponto fixo
judiciais, cartas de leitores e anúncios de jornais
na estrutura do veículo. O Isofix reduz o deslocamento
desde o século XVI, coletados em instituições
do pescoço, ombros e coluna cervical.
como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do
Desde 2008, a Lei da Cadeirinha estabelece que Estado de São Paulo. No acervo de documentos
bebês e crianças só podem ser transportados em que servem para estudos sobre o português paulista
assentos infantis indicados segundo a faixa etária e o está uma carta de 1807, escrita pelo soldado Manoel
peso. Como reflexo, as mortes de menores de 10 anos Coelho, que teria seduzido a filha de um fazendeiro.
caíram 23% no Brasil. Quando soube, o pai da moça, enfurecido, forçou o
rapaz a se casar com ela. O soldado, porém, bateu
o pé: “Nem por bem, nem por mar!”, não se casaria.
Um linguista pesquisador estranhou a citação, já
que o fato se passava na Vila de São Paulo, mas
depois percebeu: “Ele quis dizer ‘nem por bem, nem
por mal!’. O soldado escrevia como falava. Não se
sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou
uma prova valiosa de como se falava no início do
século XIX.”
FIORAVANTI, C. Ora pois, uma língua bem brasileira.
Pesquisa Fapesp, n. 230, abr. 2015 (adaptado).
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273
*SA0175AZ13*
Questão 26 Questão 28
Um ponto interessante do marco civil da internet, O craque crespo
segundo Marília Maciel, pesquisadora do Centro de
Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas Desde que Neymar despontou no futebol, uma de
suas marcas registradas é o cabelo. Sempre com um
(CTS/FGV), é o que trata da garantia do princípio
visual novo a cada campeonato. Mas nesses anos de
da neutralidade de rede. “Isso quer dizer que, se eu
carreira ainda faltava o ídolo fazer uma aparição nos
compro um pacote de um mega ou de cinco megas de
gramados com seu cabelo crespo natural, que ele
internet, o uso que eu vou fazer desses meus megas
assumiu recentemente para a alegria e a autoestima dos
de velocidade depende das minhas escolhas. Não é
meninos cacheados que sonham ser craques um dia.
o operador que vai dizer o que eu posso acessar. Eu
comprei tantos megas e posso acessar texto, vídeo É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do
ou fazer um curso de ensino a distância on-line”. alisamento em um mundo onde o cabelo liso é tido como
O novo texto assegura que o usuário vai poder continuar o padrão de beleza ideal. Quando conseguimos fazer
a contratar pacotes de velocidades diferentes, mas, a transição capilar, esse gesto nos aproxima da nossa
dentro daquela velocidade escolhida, ele poderá real identidade e nos empodera. Falo por experiência
acessar qualquer tipo de aplicativo na internet. própria. Passei 30 anos usando cabelos lisos e já nem me
GANDRA, A. Disponível em: www.ebc.com.br.
lembrava de como eram meus fios naturais. Recuperar
Acesso em: 20 nov. 2013 (adaptado). a textura crespa, para além do cuidado estético, foi um
ato político, de aceitação, de autorreconhecimento e de
Com o aprimoramento dos recursos tecnológicos, a redescoberta da minha negritude.
circulação de informações e seus usos têm reconfigurado
os mais diversos setores da sociedade. O texto trata da O discurso dos fios naturais tem ganhado uma
legislação que regulamenta o uso da internet, criando a representação cada vez mais positiva, valorizando a
seguinte expectativa para o usuário brasileiro: volta dos cachos sem cair no estereótipo do “exótico”,
muito comum no Brasil. O cabelo crespo, definitivamente,
A Proibição do corte do acesso pelo uso excessivo. não é uma moda passageira. Torço que para Neymar
B Aumento da capacidade da rede. também não seja.
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Questão 29 Questão 30
Qual a diferença entre freios ventilados,
Canção perfurados e sólidos?
No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas…
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.
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Questão 34 Questão 36
As cores
Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos
longos liam uma história de amor. Em seu pequeno
mundo de volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas
palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em
cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor
e o que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de
todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles
olhos que tantas vezes palpara com inveja calada e
que se fechavam, quando os tocava, sensíveis como
pássaros assustados, palpitantes de vida, sob seus
Disponível em: portal.pmf.sc.gov.br. Acesso em: 27 jun. 2015. dedos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o
As informações presentes na campanha contra o claro, afinal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual
bullying evidenciam a intenção de ao branco. [...]
A destacar as diferentes ofensas que ocorrem no E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto.
ambiente escolar.
E ao grande amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se
B elencar os malefícios causados pelo bullying na vida
de uma criança. da ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como
C provocar uma reflexão sobre a violência física que se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos
acontece nas escolas. se encontravam. De como as palavras de amor tinham
D denunciar a pouca atenção dada a crianças que irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia
sofrem bullying nas escolas. seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e
E alertar sobre a relação existente entre o bullying e a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado
determinadas brincadeiras.
da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento.
Questão 35 E de como, no momento em que a retiravam e quando
Há casais que jogam com os sonhos como se ela disse que pretendia se despedir de um amigo pelo
jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para
a cortada. O jogo de tênis é assim: recebe-se o sonho qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, o
do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de pai exclamara, horrorizado:
sabão. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o — Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um
distanciamento. Aqui, quem ganha, sempre perde.
mulato? Nunca!
Já no frescobol é diferente. O sonho do outro é um
brinquedo que deve ser preservado, pois sabe-se que, Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava
se é sonho, é coisa delicada, do coração. Assim cresce longe o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual
o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem.
E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, nunca mais tivera notícia, e do qual somente restara o
para que o jogo nunca tenha fim… privilégio de caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão
ALVES, R. Tênis X Frescobol. As melhores crônicas de Rubem Alves. parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores...
Campinas: Papirus, 2012. LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa.
O texto de Rubem Alves faz uma analogia entre dois Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
jogos que utilizam raquetes e as diferentes formas de
as pessoas se relacionarem afetivamente, de modo que No texto, a condição da personagem e os
A o tênis indica um jogo em que a cooperação desdobramentos da narrativa conduzem o leitor a
predomina, o que representa o distanciamento na compreender o(a)
relação entre as pessoas.
B o tênis indica um jogo em que a competição é A percepção das cores como metáfora da discriminação
predominante, o que representa um sonho comum racial.
no relacionamento entre pessoas.
B privação da visão como elemento definidor das
C o frescobol indica um jogo em que a cooperação relações humanas.
prevalece, o que simboliza o compartilhamento de
sonhos entre as pessoas no relacionamento. C contraste entre as representações do amor de
D o frescobol indica um jogo em que a competição diferentes gerações.
prevalece, o que simboliza um relacionamento em D prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade
que uma pessoa busca destruir o sonho da outra. das relações afetivas.
E o frescobol e o tênis indicam, respectivamente, E embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção
situações de competição e cooperação, o que ilustra de tradições familiares.
os diferentes sonhos das pessoas no relacionamento.
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Questão 40
TEXTO I TEXTO II
Fotografia em preto e branco de músico da cultura lupa (norte de Manifestação carnavalesca registrada por Debret (1826): escravos
Angola) tocando uma kalimba ou lamelofone. vestidos como europeus, em cortejo musical, à época do Império.
INTERNATIONAL Library of African Music, Angola. DEBRET, J.-B. Disponível em: http://koyre.ehess.fr.
Disponível em: http://keywordsuggest.org. Acesso em: 18 ago. 2017. Acesso em: 18 ago. 2017.
O instrumento feito de lâminas metálicas e cabaça é comum a manifestações musicais na África e no Brasil.
Nos textos, apesar de figurarem em contextos geográficos separados pelo Oceano Atlântico e terem cerca de um
século de distanciamento temporal, a semelhança do instrumento demonstra a
Questão 41
— Não digo que seja uma mulher perdida, mas recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por
toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar à implacável maledicência dos fluminenses. Demais,
está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não
é mulher com quem a gente se case. Depois, lembra-te que apenas começas e não tens ainda onde cair morto.
Enfim, és um homem: faze o que bem te parecer.
Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel.
Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas consequências
morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de réis,
quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia.
AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017.
O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona representações sociais da sociedade brasileira da época. Em
consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na
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PROVA ENEM 2020
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Considerando-se os contextos de uso de “Todas chora”,
Questões de 06 a 45 essa expressão é um exemplo de variante linguística
Questão 6
A típica de pessoas despreocupadas em seguir as
De acordo com alguns estudos, uma inovação do
português brasileiro é o R caipira, às vezes tão intenso que regras de escrita.
parece valer por dois ou três, como em porrrta ou carrrne. B usada como recurso para atrair a atenção de
Associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma interlocutores e consumidores.
imprecisão geográfica e histórica, embora o R tenha sido C transposta de situações de interação típicas de
uma das marcas do estilo matuto do ator Mazzaropi em ambientes rurais do interior do Brasil.
32 filmes. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas D incompatível com ambientes frequentados por
em busca de ouro, os linguistas encontraram o R usuários da norma-padrão da língua.
supostamente típico de São Paulo em cidades de Minas
E condenável em produtos voltados para uma clientela
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste
de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um exigente e interessada em novidades.
modo de falar similar ao português do século XVIII. Questão 8
Quem tiver paciência e ouvido apurado poderá A verdade sobre o envelhecimento das populações
encontrar também na região central do Brasil o S chiado,
Tem se tornado popular produzir grandes projeções
uma característica típica do falar carioca que veio com
de redução de prosperidade baseada no envelhecimento
os portugueses em 1808 e era um sinal de prestígio por
representar o falar da Corte. demográfico. Mas será que isso é realmente um problema?
A história da língua portuguesa no Brasil está revelando A média de idade nos Estados Unidos é atualmente
as características preservadas do português, como a de 36 anos. Na Etiópia, a média é de 18 anos. O país
troca do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. com maior número de idosos é a Alemanha, onde a
Camões registrou essa troca em Os Lusíadas — lá está média de idade é de 45 anos. Países em que a população
um frautas no lugar de flautas —, e o cantor e compositor mais jovem domina são mais pobres, e aqueles com a
paulista Adoniran Barbosa a deixou registrada em frases
população dominante mais idosa são mais ricos. Então
como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao Álvaro.
por que temer o envelhecimento da população?
FIORAVANTI, C. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
Existem pelo menos duas razões. A primeira é
Com base na afirmação de que “associar o R caipira
psicológica: em analogia ao envelhecimento das pessoas,
apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica
e histórica”, o texto propõe uma discussão sobre a(s) sugere que, à medida que as populações envelhecem,
tornam-se mais fracas e perdem acuidade mental. A
A relevância da fala de prestígio na época da Corte segunda decorre dos economistas e de um indicador
portuguesa.
conhecido como razão de dependência, que pressupõe
B inovação do português brasileiro sem equivalente em
que todos os adultos com menos de 65 anos contribuem
Portugal.
para a sociedade, e todos com mais de 65 anos são um
C razões históricas do preconceito sobre a fala regional
no Brasil. peso. E a proporção de pessoas com mais de 65 anos
D importância do estudo, da preservação e do respeito tende a aumentar.
à língua falada no Brasil. LUTZ, W. Azul Magazine, ago. 2017 (adaptado).
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283
Questão 12 Questão 14
Como ocorrem os eclipses solares? Estória de um gibi da Turma da Mônica, intitulada
Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Brincadeira de menino
Sol, o astro que ilumina nosso planeta some por alguns Mônica, conhecida personagem de Maurício de
minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e Sousa, passa na casa da sua melhor amiga, Magali,
apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo para convidá-la para brincar. A mãe da Magali diz que a
satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. menina está com gripe e precisa de repouso, e por isso
Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se não vai poder sair de casa. Mônica sai triste e pensativa,
o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular. quando cruza com o Cebolinha e convida-o para brincar
Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por com ela de “casinha”. Ele se recusa e diz: “— Homem não
ano. Um eclipse solar é uma excelente oportunidade para blinca de casinha”, e Mônica retruca: “— Ah, Cebolinha!
estudar melhor o Sol. Que preconceito!”. Cebolinha responde: “— Pleconceito
Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado).
uma ova! Casinha é coisa de menina! Vou te mostlar o
Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de que é blincadeila de menino!”. Enquanto ele sai de cena,
A promover uma conclusão de ideias valendo-se das Mônica fica debaixo de uma árvore brincando sozinha
informações da frase anterior. e Cebolinha faz várias aparições com brinquedos e
brincadeiras supostamente só de meninos: aparece
B indicar uma mudança de assunto e de foco no tema “voando” num skate, mas cai na frente dela. Depois
desenvolvido. aparece numa bicicleta, mas bate numa pedra e cai.
C conectar a informação da frase anterior com a da Aparece de patins, tropeça e cai. Reaparece chutando
posterior. uma bola, mas a bola bate na árvore e volta acertando
sua cabeça. Desanimado e desistindo das “suas”
D conferir um caráter mais coloquial à reportagem. brincadeiras, Cebolinha aparece no último quadro, ao
E salientar a negação expressa na frase posterior. lado da Mônica, brincando de “casinha”.
Questão 13 OLIVEIRA, A. B.; PERIM, G. L. (Org.). Fundamentos pedagógicos para o programa
Segundo Tempo. Brasília: Ministério do Esporte, 2008 (adaptado).
A África possui os próprios estilos de reggae e
Refletindo sobre as relações de gênero nas brincadeiras
centenas de bandas. Clubes de reggae são encontrados
infantis, a estória mostra que
na Europa, na Austrália e nos Estados Unidos. Todos,
de Erick Clapton a Caetano Veloso, já realizaram suas A meninos podem se envolver com os mesmos
incursões ao reggae. A fonte desse som é a Jamaica, a brinquedos e brincadeiras que meninas.
terceira maior ilha do Caribe.
B meninas são mais frágeis e por isso devem se
No fim dos anos 1960, o reggae também começava
a conquistar certo espaço em várias regiões do Brasil e envolver em brincadeiras mais passivas.
logo o som caiu nas graças dos maranhenses. Na cidade C meninos são mais habilidosos do que meninas e por
de São Luís, o grande investimento midiático, o crescente isso se envolvem em atividades diferentes.
mercado de discos e o desenvolvimento do circuito das D meninas tendem a reproduzir mais os estereótipos de
radiolas fizeram o movimento reggae alcançar a solidez gênero em suas práticas corporais do que os meninos.
em meados da década de 1980.
FARIAS, J.; PINTO, T. Da Jamaica ao Brasil: por uma história social do reggae.
E meninos e meninas devem se envolver em atividades
Disponível em: www.eumed.net. Acesso em: 18 nov. 2011 (adaptado). distintas, como, respectivamente, o futebol e a “casinha”.
Considerada por alguns “capital brasileira do reggae”, a
cidade de São Luís também é reconhecida pelos festejos
juninos que incluem Bumba meu boi, Tambor de crioula,
Cacuriá e as tradicionais quadrilhas. O conjunto dessas
características demonstra a
A apropriação de gêneros e estilos estrangeiros na
criação da música tradicional maranhense.
B inexpressividade das manifestações nordestinas em
relação às novas referências estéticas.
C coexistência de referenciais culturais díspares na
construção da musicalidade brasileira.
D diluição de modelos estéticos internacionais na
criação de novos referenciais musicais.
E sobreposição de ideias musicais caribenhas na
música autenticamente nacional.
284
285
E mantém sua feminilidade em detrimento de um alto Na organização desse texto, observam-se traços
desempenho esportivo. comumente característicos de biografias, entretanto,
trata-se de um(a)
Questão 19
A aviso, pois sua função é advertir o leitor sobre o
Mais de um terço da comida produzida no mundo perigo de se caminhar nas orlas.
perde-se no caminho entre o produtor e o mercado,
B relato, pois descreve o acidente envolvendo um
ou em casa. Empresas e governos podem mudar essa motociclista e seus desdobramentos.
situação, com melhorias nos sistemas de distribuição e
C obituário, pois tem o propósito de levar ao leitor
oferta dos alimentos. Em casa, o consumidor pode ajudar informações sobre o velório do professor.
planejando as refeições, comprando só o necessário e
D anúncio, pois divulga o recebimento do título de
armazenando tudo corretamente. Ao evitar o desperdício,
doutor honoris causa pelo professor morto.
você ainda economiza dinheiro.
E notícia, pois seu objetivo é informar o leitor sobre o
Revista Quatro Rodas, maio 2013.
acidente, seguido da morte do professor.
LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - Página 10 2ª aplicação
286
Questão 21 Questão 23
A expansão urbana altera a configuração de
Entre as tentativas de encontrar o melhor ângulo para
muitos espaços, a ponto de prejudicar atividades neles
retirar o terneiro, meu irmão, o guri e seu pai tentavam
desenvolvidas, seja pela especulação imobiliária, ou
convencer Jaqueline de que a morte da vaca não seria
pelo projeto urbanístico da administração pública. Essa
uma grande perda: “não é a mesma coisa que perder um
pressão é sentida em algumas escolas, principalmente
pai, um avô, que a gente lembra para o resto da vida, fica
para a prática de esportes, que demanda uma área ampla
lá no cemitério”, “bicho é bicho”. Jefferson, o guri, repetia
e diferenciada. O problema leva gestores e docentes a
tudo que o pai dizia, mas já afastado, pois havia sido
procurarem alternativas para se adaptar a essa realidade
corrido pela mãe.
urbana. Para o urbanista Fernando Pinho, “se a cidade é
Jaqueline repete: “pra mim não tem diferença!
de todos e para todos, por que não se apropriar dela? A
Os bichos estão tudo na volta. Eles sabem quando eu
escola deve ser mais porosa à cidade, à vida do lado de
chego, me conhecem, sabem o meu cheiro. Sou eu que
fora [...]. Temos que trazer a cidade para a sala de aula e
dou comida. Não tem diferença nenhuma!”. O pai tenta
tornar a cidade uma sala de aula”.
concordar sem afrontar os caras, dizendo que as pessoas
PERET, E. A cidade como sala de aula. Retratos:
desenvolvem valor de estima pelos animais. a revista do IBGE, n. 4, 2017 (adaptado).
KOSBY, M. F. Mugido (ou diário de uma doula). Rio de Janeiro: Garupa, 2017.
No fragmento, as reações à perda de um animal refletem As mudanças urbanísticas têm impactado o espaço
concepções fortalecidas pela escolar. Nesse contexto, a prática de esporte
A sensibilidade adquirida com a lida no campo. A pressupõe projetos urbanísticos que sejam
B banalização da morte em função de sua recorrência. adequados.
C expectativa do sofrimento na visão do destino B exige quadras e ginásios que se localizem fora da
humano. escola.
C demanda locais específicos que viabilizem sua
D certeza da efemeridade da vida como fator de
realização.
pessimismo.
D pede criação de regras que atendam à reconfiguração
E empatia gerada pela interseção entre o homem e urbana.
seu ambiente.
E requer modalidades não convencionais que explorem
Questão 22 o espaço urbano.
Epitáfio
Questão 24
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
[...]
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana.
Rio de Janeiro: Abril Music, 2001 (fragmento).
Disponível em: www.facebook.com/cnj.oficial. Acesso em: 20 jun. 2018.
O gênero epitáfio, palavra que significa uma inscrição
colocada sobre lápides, tem a função social de Essa campanha contra a sexualização infantil utiliza-se da
homenagear os mortos. Nesse texto, a apropriação desse articulação entre texto escrito e imagem para representar
gênero no título da letra da canção cria o efeito de um(a)
A destacar a importância de uma pessoa falecida. A casal de crianças do sexo oposto.
B expressar desejo de reversão de atitudes. B relação inocente entre duas crianças.
C registrar as características pessoais. C horário do dia inapropriado para crianças.
D homenagear as pessoas sepultadas. D proximidade inadequada entre as crianças.
E sugerir notações para lápides. E espaço perigoso para crianças dessa idade.
287
totalmente da escrita. Assim, nesta era eletrônica não se Analisando a estrutura composicional do texto, percebe-se
que ele se insere na esfera
pode mais postular como propriedade típica da escrita
a relação assíncrona, caracterizada pela defasagem A institucional, pois propõe regras de conduta para
temporal entre produção e recepção, pois os bate-papos alcançar a sustentabilidade da vida na Terra.
B pessoal, pois manifesta subjetividade diante da
virtuais são síncronos, ou seja, realizados em tempo real
injustiça social e econômica dos povos da Terra.
e essencialmente escritos. Assim, se com o telefonema C publicitária, porque conclama a sociedade para participar
tornou-se um dia impossível continuar postulando a de ações relacionadas à preservação ambiental.
copresença física dos interlocutores como característica D científica, pois relata fatos concretos sobre a real situação
exclusiva da oralidade, já que era possível interagir do meio ambiente em diferentes pontos do planeta.
oralmente estando em espaços diversos, hoje se retira E jornalística, pois apresenta títulos e subtítulos para
dela também a concomitância temporal. organizar as informações sobre a relação do homem
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: http://www.progesp.ufba.br. Acesso em: 9 jul. 2012. com o planeta.
288
Questão 28 Questão 30
Vaca Estrela e Boi Fubá
Seu doutô, me dê licença
Pra minha história contar
Hoje eu tô em terra estranha
É bem triste o meu penar
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campear
Todo dia eu aboiava
Na porteira do currá
[...]
Eu sou fio do Nordeste BANDEIRA, G. Disponível em: www.facebook.com/objetosinanimadoscartoon.
Acesso em: 24 ago. 2017.
Não nego meu naturá No texto, o trecho “Cê tá muito louco, véio” caracteriza um
Mas uma seca medonha uso social da linguagem mais comum a
Me tangeu de lá pra cá
A jovens em situação de conversa informal.
PATATIVA DO ASSARÉ. Intérpretes: PENA BRANCA; XAVANTINHO; TEIXEIRA, R.
Ao vivo em Tatuí. Rio de Janeiro: Kuarup Discos, 1992 (fragmento). B pessoas conversando num cinema.
C homens com problemas de visão.
Considerando-se o registro linguístico apresentado, a D idosos numa roda de bate-papo.
letra dessa canção E crianças brincando de viajar.
A exalta uma forma específica de dizer. Questão 31
B utiliza elementos pouco usuais na língua. Hoje, críticas e frustrações dos clientes encontram
C influencia a maneira de falar do povo brasileiro. um canal imediato nas redes, que funcionam como
amplificadoras de rápido alcance. O monitoramento
D discute a diversidade lexical de um dado grupo social.
constante de tudo que é publicado sobre determinada
E integra o patrimônio linguístico do português brasileiro. marca é vital para reagir rapidamente em situações que
Questão 29 podem ser prejudiciais à imagem corporativa.
Com o fim da versão impressa do Diário Oficial da União, Uma possibilidade é recorrer a agências que oferecem
o presidente da República assinou um decreto que traz novas serviços especializados de estratégias de comunicação.
normas a serem seguidas nas publicações oficiais, que agora Como esses serviços custam caro, é comum as pequenas
estarão disponíveis apenas na versão on-line. e médias empresas apostarem em times internos para
realizar o monitoramento.
Os atos a serem divulgados devem ser encaminhados Os especialistas alertam: não transforme as redes
ao órgão exclusivamente por meio eletrônico. O jornal sociais em um serviço de atendimento ao consumidor.
será publicado de segunda a sexta, uma vez por dia, Sempre que possível, tire a conversa do espaço público.
exceto nos feriados nacionais e nos pontos facultativos Se uma reclamação surgir em sua página, responda
da administração pública federal. rapidamente, lamentando o ocorrido. Em seguida,
peça e-mail e telefone de contato e resolva a questão
O decreto reforça que o Diário Oficial trará os atos diretamente com o consumidor. Esse tipo de atividade faz
com conteúdo normativo, exceto os atos de aplicação com que essa mesma pessoa volte à internet, mas agora
exclusivamente interna que não afetem interesses de para falar bem da empresa.
terceiros, e os atos oficiais da administração pública DATT, F.; RIBEIRO, M. Como manter uma boa reputação on-line?
federal direta, autárquica e fundacional. Pequenas Empresas Grandes Negócios, n. 280, maio 2012.
289
290
Questão 35 Questão 36
CAPTCHA, herói ou vilão?
Todas as pessoas que já utilizaram a web para
realização de tarefas como criar um perfil em uma rede
social, fazer um cadastro em um sistema de comércio
eletrônico ou em um portal de notícias, entre tantas
outras, já se depararam com o CAPTCHA. Esse teste
apresenta-se como um conjunto de caracteres que
aparecem em imagens distorcidas (conforme Figura 1) e
que as pessoas precisam decifrar e digitar num campo
de formulário. Elas precisam realizar essa tarefa para
provar que são seres humanos, e não robôs. O uso do
CAPTCHA com esse objetivo presume, portanto, que
qualquer ser humano, mas nenhum robô, seria capaz de
executar a tarefa proposta.
291
B questionar o número de participantes envolvidos no Mulheres na ciência. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017.
estudo. TEXTO II
C demonstrar a opinião de cientistas sobre as reações ao As ações “Meninas Internacionais no Dia das TIC”
vírus. são comemoradas todos os anos no mundo todo. O
D comparar os impactos da solidão entre solitários e evento tem como objetivo criar um ambiente global
não solitários. que capacita e incentiva mulheres jovens a considerar
E embasar o debate sobre os riscos da solidão para a a área crescente de TIC (Tecnologias de Informação e
saúde humana. Comunicação), permitindo que tanto as profissionais
Questão 38 quanto as empresas de tecnologia colham os benefícios
de uma maior participação feminina nesse setor.
Ação coloca baleia encalhada às margens do Rio Sena
Segundo a União Internacional de Telecomunicações
As pessoas em Paris acordaram com uma notícia (UIT), atualmente existem cerca de 260 milhões de usuárias
inusitada: uma baleia encalhada foi encontrada nas de internet a menos na comparação com os homens
margens do Sena, perto de Notre Dame. Para deixar conectados. E, para reverter esse cenário, o evento busca
tudo ainda mais surreal, cientistas forenses foram vistos proporcionar atividades de capacitação, além de discutir
estudando o fenômeno. O público ficou impressionado assuntos factuais sobre o mercado de trabalho.
com as cenas e bombou as redes sociais de comentários Disponível em: www.em.com.br. Acesso em: 21 maio 2018.
e fotos. Horas mais tarde, a verdade por trás do Em ambos os textos, constata-se que a participação das
espetáculo bizarro foi revelada. Embora parecesse muito mulheres nas diferentes áreas de conhecimento
com um animal real, tudo não passava de uma instalação A apresenta taxas de crescimento significativas em
artística criada pelo coletivo belga Capitão Boomer. A relação à dos homens.
escultura gigante media 17 metros e simulava o cheiro de B superou a produção masculina na construção de
uma baleia morta, com todos os seus detalhes, incluindo projetos ao longo dos anos.
C vem sendo estimulada por meio de ações educativas
o sangue. O projeto foi desenvolvido para aumentar a
em diferentes setores.
conscientização sobre o impacto provocado pelos seres D tem se transformado, seja pela iniciativa feminina, seja
humanos no meio ambiente, em todas as espécies, pelo incentivo de organizações.
incluindo as baleias. E dobrou em relação à atuação de pesquisadores do
Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 16 ago. 2017 (adaptado). outro gênero, no intervalo de 16 anos.
292
Questão 40 Questão 42
As cartas de amor A Associação Internacional das Federações de
deveriam ser fechadas Atletismo (IAAF) aprovou o aumento da suspensão de
com a língua. dois para quatro anos em casos de atletas flagrados por
Beijadas antes de enviadas. doping. Em sincronia com o próximo Código Mundial
Sopradas. Respiradas. Antidoping, da Agência Mundial de Doping (WADA), a
O esforço do pulmão nova punição entrará em vigor no dia 1º de janeiro de
capturado pelo envelope, 2015. Até lá, a penalidade continua sendo de dois anos.
a letra tremendo Disponível em: http://globoesporte.com. Acesso em: 15 ago. 2013.
como uma pálpebra. Com base na decisão da Associação Internacional
Não a cola isenta, neutra, das Federações de Atletismo, considera-se que as
mas a espuma, a gentileza, penalidades previstas para esse esporte indicam um(a)
a gripe, o contágio.
Porque a saliva A incentivo a novas formas de doping por parte dos atletas.
acalma um machucado. B descaso com a performance esportiva das várias
As cartas de amor modalidades do atletismo.
deveriam ser abertas C uso favorável dos produtos da indústria farmacêutica
com os dentes. nos torneios oficiais de atletismo.
CARPINEJAR, F. Como no céu. Rio de Janeiro: Bertrand Russel, 2005.
D procedimento prejudicial para a credibilidade da
No texto predomina a função poética da linguagem, modalidade e do fair play nos esportes.
pois ele registra uma visão imaginária e singularizada
E aumento na utilização do doping para a melhora na
de mundo, construída por meio do trabalho estético da
performance dos atletas.
linguagem. A função conativa também contribui para esse
trabalho na medida em que o enunciador procura Questão 43
TEXTO I
A influenciar o leitor em relação aos sentimentos A dupla Claudinho e Buchecha foi formada por dois
provocados por uma carta de amor, por meio de amigos de infância que eram vizinhos na comunidade do
opiniões pessoais. Salgueiro. Os cantores iniciaram sua carreira artística no
B definir com objetividade o sentimento amoroso e a início dos anos 1990, cantando em bailes funk de São
importância das cartas de amor. Gonçalo (RJ), e fizeram muito sucesso com a música
C alertar para consequências perigosas advindas de Fico assim sem você, em 2002. Buchecha trabalhou por
mensagens amorosas. um bom tempo como office boy e Claudinho atuou como
D esclarecer como devem ser escritas as mensagens peão de obras e vendedor ambulante.
sentimentais nas cartas de amor. Disponível em: http://dicionariompb.com.br. Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).
293
Questão 44 Questão 45
TEXTO I Seu nome define seu destino. Será?
“O nome próprio da pessoa marca a sua identidade e
a sua experiência social e, por isso, é um dado essencial
na sua vida”, diz Francisco Martins, professor do Instituto
de Psicologia da Universidade de Brasília e autor do livro
Nome próprio (Editora UnB). “Mas não dá para dizer que
ele conduz a um destino específico. É você quem constrói
a sua identidade. Existe um processo de elaboração, em
que você toma posse do nome que lhe foi dado. Então,
ele pesa, mas não é decisivo”. De acordo com Martins,
essa apropriação do nome se dá em várias fases: na
infância, quando se desenvolve a identidade sexual;
Disponível em: http://iasdcentralcampinas.org.br. Acesso em: 5 jun. 2018. na adolescência, quando a pessoa começa a assinar o
TEXTO II nome; no casamento, quando ela adiciona (ou não) o
sobrenome do marido ao seu. “O importante é a pessoa
tomar posse do nome, e não ficar brigando com ele”.
CHAMARY, J. V.; GIL, M. A. Knowledge, jul. 2010.
294
Azul PROVA
GABARITO Gabarito
ENEM2020 2020
295
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PROVA ENEM 2021
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 07
Questões de 06 a 45
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Questão 06
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O impacto das tecnologias de informação na designado como Gafam, Big Tech ou Big Five� �� ��
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conversa reservada entre duas ou mais pessoas, acesso sobre violações da privacidade e da liberdade de
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Azul LC CH 1 Dia P2.indb 6 14/09/2021 16:29:47
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Questão 08 Questão 09
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Gírias das redes sociais caem na boca do povo
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Nem adianta fazer a egípcia! Entendeu? Veja o glossário
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com as principais expressões da internet
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Azul LC CH 1 Dia P2.indb 7 14/09/2021 16:29:47
Questão 10 �������������������������������������������������������
TEXTO I ���������������������������������������
A gestão da ignorância A � ���������������������������������������������������
������������������������������������������������������ B A alternância dos tempos e modos verbais da
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C A adoção de um ponto de vista centrado no medo das
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sono é um santo remédio para recompor as energias e
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Questão 11 �� �������� ���������� ��� ��������� ������������ ���
A caolha ���������� ����������� ��� ���������� ���� �� �����
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Questão 13 ����������������������������������������������������������
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Questão 15
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Questão 16 TEXTO II
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Questão 26 Questão 27
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Questão 31 Questão 33
Amor na escola O Bom-Crioulo
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Questão 32 �������������������������������������������������������
Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o ����� ����� ������ ��������� ��� ������������ ����� ���� ���
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A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo
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Questão 34 Questão 36
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B pr������������������������������������ de momentos da ação, mas a velocidade com que essa
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Questão 35
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Questão 37
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���������� ��� ������ �� ����� O crítico de arte, de citada, a relação entre vida cotidiana e teatro pode ser
resumida da maneira seguinte:
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revelam a
A Para assistir a uma peça de teatro, é preciso estar
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Questão 41 Questão 43
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Os séculos de escravidão são um aspecto triste da
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transmitidas de geração em geração, como narrativas
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de 1988 como detentores de direitos territoriais coletivos
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Questão 42 ������������
TEXTO I nossos corações
Cadeira de segurança para crianças
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* Recomenda-se: antes de utilizar o cinto de segurança, observe o peso e a ���������������������������
altura da criança, pois o cinto de segurança do veículo é projetado para um
adulto com altura mínima de 1,45 cm e peso mínimo de 36 kg.
Observe as orientações do fabricante e use cadeiras certificadas pelo Inmetro.
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TEXTO II
sabes que em cada coração de negro
Quem pensa na frente anda com segurança no
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A segurança no trânsito tem sido tema de diversas ��� ����������� ������ ��� ������� �� �� ���� ����������� ����
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depreende-se que ambos
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A advertem sobre a importância do uso adequado dos
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E sugerem aos pais atitudes a serem tomadas na
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Questão 44
Espaço e memória
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Questão 45
Circuito Praça da Liberdade
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Restaurante
Livraria 13 Casa da Economia Criativa Acessibilidade para pessoas com deficiência visual
Lojas 15 Palácio da Liberdade Tradução em Libras
14 Cefart Liberdade Audioguia
Centro de Informação ao Visitante (CIV)
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