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ÍNDICE

PROVAS DO ENEM

PROVA ENEM 2009 .......................................................... 4


GABARITO .......................................................................... 21

PROVA ENEM 2012 ....................................................... 22


GABARITO .......................................................................... 35

PROVA ENEM 2013 ....................................................... 36


GABARITO .......................................................................... 49 PROVAS DO ENEM (PPL)

PROVA ENEM 2014 ....................................................... 50 PROVA ENEM 2012 .....................................................169


GABARITO .......................................................................... 63 GABARITO ........................................................................182

PROVA ENEM 2015 ....................................................... 64 PROVA ENEM 2013 .....................................................183


GABARITO .......................................................................... 77 GABARITO ........................................................................195

PROVA ENEM 2016 ....................................................... 78 PROVA ENEM 2014 .....................................................196


GABARITO .......................................................................... 90 GABARITO ........................................................................209

PROVA ENEM 2017 ....................................................... 91 PROVA ENEM 2015 .....................................................210


GABARITO ........................................................................106 GABARITO ........................................................................223

PROVA ENEM 2018 .....................................................107 PROVA ENEM 2016 .....................................................224


GABARITO ........................................................................121 GABARITO ........................................................................237

PROVA ENEM 2019 .....................................................122 PROVA ENEM 2017 .....................................................239


GABARITO ........................................................................137 GABARITO ........................................................................251

PROVA ENEM 2020 .....................................................138 PROVA ENEM 2018 .....................................................252


GABARITO ........................................................................151 GABARITO ........................................................................266

PROVA ENEM 2021 .....................................................152 PROVA ENEM 2019 .....................................................267


GABARITO ........................................................................167 GABARITO ........................................................................281

PROVA ENEM 2020 .....................................................282


GABARITO ........................................................................295

PROVA ENEM 2021 .....................................................296


GABARITO ........................................................................310

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PROVAS
DO ENEM

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

PROVA ENEM 2009

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GABARITO PROVA ENEM 2009

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

PROVA ENEM 2012


Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br *cinz25dom6*
QUESTÃO 96 QUESTÃO 98
“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo,
Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava
desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando
o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o
conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai
do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura
brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele
foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças
de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da
Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas
desse personagem do século XIX, parte de seu acervo
inédito será digitalizada.
História Viva, n. 99, 2011.

Com base no texto, que trata do papel do escritor


NIEMAN, D. Exercício e saúde. São Paulo: Manole, 1999 (adaptado).
José de Alencar e da futura digitalização de sua obra,
depreende-se que
A partir dos efeitos fisiológicos do exercício físico no
organismo, apresentados na figura, são adaptações A a digitalização dos textos é importante para que os
benéficas à saúde de um indivíduo: leitores possam compreender seus romances.

A Diminuição da frequência cardíaca em repouso e B o conhecido autor de O guarani e Iracema foi


importante porque deixou uma vasta obra literária
aumento da oxigenação do sangue.
com temática atemporal.
B Diminuição da oxigenação do sangue e aumento da
C a divulgação das obras de José de Alencar, por meio
frequência cardíaca em repouso.
da digitalização, demonstra sua importância para a
C Diminuição da frequência cardíaca em repouso e história do Brasil Imperial.
aumento da gordura corporal.
D a digitalização dos textos de José de Alencar terá
D Diminuição do tônus muscular e aumento do importante papel na preservação da memória
percentual de gordura corporal. linguística e da identidade nacional.
E Diminuição da gordura corporal e aumento da E o grande romancista José de Alencar é importante
frequência cardíaca em repouso. porque se destacou por sua temática indianista.
QUESTÃO 97 QUESTÃO 99
eu gostava muito de passeá... saí com as minhas
colegas... brincá na porta di casa di vôlei... andá de
patins... bicicleta... quando eu levava um tombo ou
outro... eu era a::... a palhaça da turma... ((risos))... eu
acho que foi uma das fases mais... assim... gostosas da
minha vida foi... essa fase de quinze... dos meus treze
Disponível em: www.assine.abril.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado). aos dezessete anos...
A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental.
Com o advento da internet, as versões de revistas e livros Projeto Fala Goiana, UFG, 2010 (inédito).

também se adaptaram às novas tecnologias. A análise Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato
do texto publicitário apresentado revela que o surgimento pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é
das novas tecnologias
A predomínio de linguagem informal entrecortada
A proporcionou mudanças no paradigma de consumo e por pausas.
oferta de revistas e livros. B vocabulário regional desconhecido em outras
B incentivou a desvalorização das revistas e livros variedades do português.
impressos. C realização do plural conforme as regras da
tradição gramatical.
C viabilizou a aquisição de novos equipamentos digitais.
D ausência de elementos promotores de coesão entre
D aqueceu o mercado de venda de computadores. os eventos narrados.
E diminuiu os incentivos à compra de eletrônicos. E presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom7* Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br

QUESTÃO 100

LAERTE. Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 8 set. 2011.

Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora?

A Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.


B Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
C Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico.
D Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.
E Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor.
QUESTÃO 101
Não somos tão especiais

Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são


compartilhadas por outros animais, ainda que em menor grau.

INTELIGÊNCIA
A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída
desde os anos 40. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo
de raciocínio.

AMOR
O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias
espécies, como os corvos, que também criam laços duradouros, se
preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte.

CONSCIÊNCIA
Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam
e enganam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e se
distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.

CULTURA
O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e
primatas que são capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los
para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso?
Extra, extra. Este macaco é humano.
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003.

O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos outros
animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são

A definição e hierarquia.
B exemplificação e comparação.
C causa e consequência.
D finalidade e meios.
E autoridade e modelo.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br *cinz25dom8*


QUESTÃO 102 Na letra da canção Aqui é o país do futebol, de Wilson
Simonal, o futebol, como elemento da cultura corporal de
movimento e expressão da tradição nacional, é apresentado
de forma crítica e emancipada devido ao fato de
A reforçar a relação entre o esporte futebol e o samba.
B ser apresentado como uma atividade de lazer.
C ser identificado com a alegria da população brasileira.
D promover a reflexão sobre a alienação provocada
pelo futebol.
E ser associado ao desenvolvimento do país.
QUESTÃO 104
LXXVIII (Camões, 1525?-1580)
Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:
Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.
Estas as armas são com que me rende
Considerando-se a finalidade comunicativa comum do E me cativa Amor; mas não que possa
gênero e o contexto específico do Sistema de Biblioteca Despojar-me da glória de rendido.
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.
da UFG, esse cartaz tem função predominantemente
A socializadora, contribuindo para a popularização
da arte.
B sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte.
C estética, propiciando uma apreciação despretensiosa
da obra.
D educativa, orientando o comportamento de usuários
de um serviço.
E contemplativa, evidenciando a importância de
artistas internacionais.
QUESTÃO 103
Aqui é o país do futebol
SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese.
Brasil está vazio na tarde de domingo, né? Disponível em: www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012.
Olha o sambão, aqui é o país do futebol A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas
[...] linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo
No fundo desse país contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos
Ao longo das avenidas A apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo
Nos campos de terra e grama unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados
Brasil só é futebol no poema.
Nesses noventa minutos
B valorizarem o excesso de enfeites na apresentação
De emoção e alegria pessoal e na variação de atitudes da mulher,
Esqueço a casa e o trabalho evidenciadas pelos adjetivos do poema.
A vida fica lá fora
C apresentarem um retrato ideal de mulher marcado
Dinheiro fica lá fora
pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela
A cama fica lá fora
postura, expressão e vestimenta da moça e os
A mesa fica lá fora
adjetivos usados no poema.
Salário fica lá fora
A fome fica lá fora D desprezarem o conceito medieval da idealização da
A comida fica lá fora mulher como base da produção artística, evidenciado
pelos adjetivos usados no poema.
A vida fica lá fora
E tudo fica lá fora E apresentarem um retrato ideal de mulher marcado
SIMONAL, W. Aqui é o país do futebol. Disponível em: www.vagalume.com.br.
pela emotividade e o conflito interior, evidenciados
Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento). pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom9* Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br

QUESTÃO 105 QUESTÃO 107


Das irmãs Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de
os meus irmãos sujando-se amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição,
na lama interesses financeiros e sexuais. Casais se separam
e eis-me aqui cercada como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem
de alvura e enxovais traumas. Bastante interessante a reportagem sobre
separação. Mas acho que os advogados consultados,
eles se provocando e provando por sua competência, estão acostumados a tratar de
do fogo grandes separações. Será que a maioria dos leitores da
e eu aqui fechada revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas
provendo a comida antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos
eles se lambuzando e arrotando mais básicos? Não seria interessante mostrar que a
na mesa separação amigável não interfere no modo de partilha
e eu a temperada dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não
servindo, contida vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo
amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante
os meus irmãos jogando-se complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são
na cama dicas que podem interessar ao leitor médio.
e eis-me afiançada Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
por dote e marido
QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980. O texto foi publicado em uma revista de grande circulação
na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-
O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior.
que contrapõe o estilo de vida do homem ao modelo reservado Ao fazer sua argumentação, o autor do texto
à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que
A faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.
A a mulher deve conservar uma assepsia que a B discute problemas conjugais que conduzem à separação.
distingue de homens, que podem se jogar na lama. C aborda a importância dos advogados em processos
B a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de de separação.
cozinhar, tarefa destinada às mulheres. D oferece dicas para orientar as pessoas em processos
C a luta pela igualdade entre os gêneros depende da de separação.
ascensão financeira e social das mulheres. E rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem,
D a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo lançando novas ideias.
da fragilidade feminina no espaço doméstico. QUESTÃO 108
E os papéis sociais destinados aos gêneros produzem E-mail com hora programada
efeitos e graus de autorrealização desiguais. Redação INFO, 28 de agosto de 2007.
QUESTÃO 106 Agende o envio de e-mails no Thunderbird com a
O sedutor médio extensão SendLater
Vamos juntar
Nossas rendas e Nem sempre é interessante mandar um e-mail na
expectativas de vida hora. Há situações em que agendar o envio de uma
querida, mensagem é útil, como em datas comemorativas ou
o que me dizes? quando o e-mail serve para lembrar o destinatário de
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes? algum evento futuro. O Thunderbird, o ótimo cliente de
e-mail do grupo Mozilla, conta com uma extensão para
VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
esse fim. Trata-se do SendLater. Depois de instalado,
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a ele cria um item no menu de criação de mensagens
presença de posições críticas que permite marcar o dia e a hora exatos para o envio
A nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas do e-mail. Só há um ponto negativo: para garantir que a
de vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver mensagem seja enviada na hora, o Thunderbird deverá
mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica. estar em execução. Senão, ele mandará o e-mail somente
B na mensagem veiculada pelo poema, em que na próxima vez que for rodado.
os valores da sociedade são ironizados, o que é Disponível em: http://info.abril.com.br. Acesso em: 18 fev. 2012 (adaptado).
acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do
advérbio “meio” no verso final. Considerando-se a função do SendLater, o objetivo do
C no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é autor do texto E-mail com hora programada é
sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas A eliminar os entraves no envio de mensagens via e-mail.
um dos cônjuges se sentiria realizado. B viabilizar a aquisição de conhecimento especializado
D nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” pelo usuário.
indica que o sujeito poético passa por dificuldades C permitir a seleção dos destinatários dos textos enviados.
financeiras e almeja os rendimentos da mulher. D controlar a quantidade de informações constantes do
E no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito corpo do texto.
poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil E divulgar um produto ampliador da funcionalidade de
em termos de conquistas amorosas. um recurso comunicativo.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br *cinz25dom10*


QUESTÃO 109 QUESTÃO 110
HAGAR DIK BROWNE
TEXTO I É COMO SE ELES
VEJA QUANTOS SOUBESSEM QUE ALGO
Antigamente TUBARÕES RUIM VAI ACONTECER!
ESTÃO SEGUINDO
A GENTE!
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante
dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de
cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro.
Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir
BROWNE, D. Folha de S. Paulo, 13 ago. 2011.
nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de
debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, As palavras e as expressões são mediadoras dos
aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. sentidos produzidos nos textos. Na fala de Hagar, a
Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, expressão “é como se” ajuda a conduzir o conteúdo
mesmo que não entendesse patavina da instrução moral enunciado para o campo da
e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões A conformidade, pois as condições meteorológicas
para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que evidenciam um acontecimento ruim.
no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. B reflexibilidade, pois o personagem se refere aos
Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau tubarões usando um pronome reflexivo.
de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de C condicionalidade, pois a atenção dos personagens é
a condição necessária para a sua sobrevivência.
galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de
D possibilidade, pois a proximidade dos tubarões leva à
um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os suposição do perigo iminente para os homens.
coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele E impessoalidade, pois o personagem usa a terceira
abria o arco. pessoa para expressar o distanciamento dos fatos.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
QUESTÃO 111
TEXTO II Cabeludinho
Palavras do arco da velha Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me
apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar
Expressão Significado no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu.
Cair nos braços de Morfeu Dormir Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu.
Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino
Debicar Zombar, ridicularizar está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de
Tunda Surra regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo
riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de
Mangar Escarnecer, caçoar uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que
Tugir Murmurar buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor.
E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da
Liró Bem-vestido pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho.
Copo d’água Lanche oferecido pelos amigos Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo
Convescote Piquenique
trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi
nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar
Bilontra Velhaco com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada.
Treteiro de topete Tratante atrevido Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar
mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que
Abrir o arco Fugir elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com
saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a
FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado). ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava
Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, a solidão do vaqueiro.
BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.
pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais
outrora produtivos não mais o são no português brasileiro No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes
possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que
atual. Esse fenômeno revela que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões
“voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com
A a língua portuguesa de antigamente carecia de termos
essa reflexão, o autor destaca
para se referir a fatos e coisas do cotidiano.
A os desvios linguísticos cometidos pelos personagens
B o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do texto.
do léxico proveniente do português europeu. B a importância de certos fenômenos gramaticais para
C a heterogeneidade do português leva a uma o conhecimento da língua portuguesa.
estabilidade do seu léxico no eixo temporal. C a distinção clara entre a norma culta e as outras
D o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para variedades linguísticas.
ser reconhecido como língua independente. D o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho
durante as suas férias.
E o léxico do português representa uma realidade
E a valorização da dimensão lúdica e poética presente
linguística variável e diversificada. nos usos coloquiais da linguagem.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom11* Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br

QUESTÃO 112 QUESTÃO 113


Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe A marcha galopante das tecnologias teve por primeiro
absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. resultado multiplicar em enormes proporções tanto a
massa das notícias que circulam quanto as ocasiões de
Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que
sermos solicitados por elas. Os profissionais têm tendência
fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber a considerar esta inflação como automaticamente
o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante favorável ao público, pois dela tiram proveito e tornam-
é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se se obcecados pela imagem liberal do grande mercado
das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas em que cada um, dotado de luzes por definição iguais,
agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma pode fazer sua escolha em toda liberdade. Isso jamais
foi realizado e tende a nunca ser. Na verdade, os leitores,
satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
ouvintes, telespectadores, mesmo se se abandonam a sua
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a bulimia*, não são realmente nutridos por esta indigesta
sopa de informações e sua busca finaliza em frustração.
mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção.
Cada vez mais frequentemente, até, eles ressentem
E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela
esse bombardeio de riquezas falsas como agressivo e se
não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, refugiam na resistência a toda ou qualquer informação.
quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que
O verdadeiro problema das sociedades pós-
achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa
industriais não é a penúria**, mas a abundância. As
gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois
sociedades modernas têm a sua disposição muito mais
não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. do que necessitam em objetos, informações e contatos.
A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um Ou, mais exatamente, disso resulta uma desarmonia
encadeamento de decepções. entre uma oferta, não excessiva, mas incoerente, e uma
demanda que, confusamente, exige uma escolha muito
A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma mais rápida a absorver. Por isso os órgãos de informação
criado por ele no silêncio de seu gabinete. devem escolher, uma vez que o homem contemporâneo
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. apressado, estressado, desorientado busca uma linha
Acesso em: 8 nov. 2011.
diretriz, uma classificação mais clara, um condensado do
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima que é realmente importante.
Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, (*) fome excessiva, desejo descontrolado.
a reação do personagem aos desdobramentos de suas (**) miséria, pobreza.
iniciativas patrióticas evidencia que VOYENNE, B. Informação hoje. Lisboa: Armand Colin, 1975 (adaptado).

A a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento Com o uso das novas tecnologias, os domínios
da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, midiáticos obtiveram um avanço maior e uma presença
mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país. mais atuante junto ao público, marcada ora pela quase
simultaneidade das informações, ora pelo uso abundante
B a curiosidade em relação aos heróis da pátria
de imagens. A relação entre as necessidades da
levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o
sociedade moderna e a oferta de informação, segundo
personagem encontra no contexto republicano.
o texto, é desarmônica, porque
C a construção de uma pátria a partir de elementos
míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo A o jornalista seleciona as informações mais importantes
e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. antes de publicá-las.
D a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, B o ser humano precisa de muito mais conhecimento do
justifica a reação de decepção e desistência de que a tecnologia pode dar.
Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em C o problema da sociedade moderna é a abundância de
seu gabinete. informações e de liberdade de escolha.
E a certeza da fertilidade da terra e da produção D a oferta é incoerente com o tempo que as pessoas têm
agrícola incondicional faz parte de um projeto para digerir a quantidade de informação disponível.
ideológico salvacionista, tal como foi difundido na E a utilização dos meios de informação acontece de
época do autor. maneira desorganizada e sem controle efetivo.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br *cinz25dom12*


QUESTÃO 114 QUESTÃO 115
TEXTO I Ai, palavras, ai, palavras
que estranha potência a vossa!
A característica da oralidade radiofônica, então,
seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a Todo o sentido da vida
simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão principia a vossa porta:
e coerência, que se traduzem em um texto curto, em o mel do amor cristaliza
linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, seu perfume em vossa rosa;
marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação
da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com A liberdade das almas,
objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, ai! Com letras se elabora...
personalidade ao relato de fato. E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt.
Acesso em: 27 fev. 2012. frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
TEXTO II Reis, impérios, povos, tempos,
A dois passos do paraíso pelo vosso impulso rodam...
MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento).
A Rádio Atividade leva até vocês
O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro
Mais um programa da séria série da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no
“Dedique uma canção a quem você ama” episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra,
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a
Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve seguinte relação entre o homem e a linguagem:
E assina com o singelo pseudônimo de A A força e a resistência humanas superam os danos
“Mariposa Apaixonada de Guadalupe” provocados pelo poder corrosivo das palavras.
Ela nos conta que no dia que seria B As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm
seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras.
o dia mais feliz de sua vida
C O significado dos nomes não expressa de forma justa
Arlindo Orlando, seu noivo e completa a grandeza da luta do homem pela vida.
Um caminhoneiro conhecido da pequena e D Renovando o significado das palavras, o tempo permite
Pacata cidade de Miracema do Norte às gerações perpetuar seus valores e suas crenças.
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se E Como produto da criatividade humana, a linguagem
Oh! Arlindo Orlando volte tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.
Onde quer que você se encontre QUESTÃO 116
Volte para o seio de sua amada Pote Cru é meu pastor. Ele me guiará.
Ela espera ver aquele caminhão voltando Ele está comprometido de monge.
De faróis baixos e para-choque duro... De tarde deambula no azedal entre torsos de
BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).
cachorro, trampas, trapos, panos de regra, couros,
de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas
Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos,
o Texto II apresenta, em uma letra de canção, linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em
gotas de orvalho etc. etc.
A estilo simples e marcado pela interlocução com o Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento
Foi encontrado em osso.
receptor, típico da comunicação radiofônica.
Ele tinha uma voz de oratórios perdidos.
B lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de BARROS, M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002.
uma possível situação real de comunicação radiofônica.
Ao estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse
C marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de poema, o eu lírico identifica-se com Pote Cru porque
o texto pertencer a uma modalidade de comunicação
A entende a necessidade de todo poeta ter voz de
diferente da radiofônica. oratórios perdidos.
D direcionamento do texto a um ouvinte específico, B elege-o como pastor a fim de ser guiado para a
divergindo da finalidade de comunicação do rádio, salvação divina.
que é atingir as massas. C valoriza nos percursos do pastor a conexão entre as
ruínas e a tradição.
E objetividade na linguagem caracterizada pela D necessita de um guia para a descoberta das coisas
ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as da natureza.
marcas de subjetividade do locutor. E acompanha-o na opção pela insignificância das coisas.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom13* Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br

QUESTÃO 117 QUESTÃO 119


Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles
muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por
alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas
eruditas com precisas informações sobre as regras
da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia
correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo
uso errado que fiz de uma palavra num desses meus
badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar
com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” —
do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco
que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação.
Picasso, P. Les Demoiselles d’Avignon. Nova York, 1907.
Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se
ARGAN, G. C. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do
São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma
O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo
Picasso, representa o rompimento com a estética clássica “varroa”(sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?)
e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo.
tendência se caracteriza pela O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com
A pintura de modelos em planos irregulares. medo de que os mineiros da roça façam troça de mim
B mulher como temática central da obra. porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de
C cena representada por vários modelos.
D oposição entre tons claros e escuros. mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página
E nudez explorada como objeto de arte. do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles
QUESTÃO 118 não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo,
lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção”
quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre
esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o
que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha
sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que
o prato está rachado.
ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento).

De acordo com o texto, após receber a carta de um


amigo “que se deu ao trabalho de fazer um xerox da
página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia,
o autor reconhece
Capa do LP Os Mutantes, 1968.
A a supremacia das formas da língua em relação ao
Disponível em: http://mutantes.com. Acesso em: 28 fev. 2012.
seu conteúdo.
A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento
da contracultura. O desafio à tradição nessa criação B a necessidade da norma padrão em situações formais
musical é caracterizado por
de comunicação escrita.
A letras e melodias com características amargas
e depressivas. C a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a
B arranjos baseados em ritmos e melodias nordestinos. garantia de uma comunicação efetiva.
C sonoridades experimentais e confluência de
elementos populares e eruditos. D a importância da variedade culta da língua, para a
D temas que refletem situações domésticas ligadas à preservação da identidade cultural de um povo.
tradição popular.
E ritmos contidos e reservados em oposição aos E a necessidade do dicionário como guia de adequação
modelos estrangeiros. linguística em contextos informais privados.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

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QUESTÃO 120 QUESTÃO 122
Logia e mitologia Entrevista com Marcos Bagno
Meu coração
de mil e novecentos e setenta e dois Pode parecer inacreditável, mas muitas das
já não palpita fagueiro
prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje
sabe que há morcegos de pesadas olheiras
que há cabras malignas que há se baseiam nos usos que os escritores portugueses do
cardumes de hienas infiltradas século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam,
no vão da unha na alma por exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar de “haver”,
um porco belicoso de radar como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os
e que sangra e ri
e que sangra e ri portugueses, em dado momento da história de sua língua,
a vida anoitece provisória deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”.
centuriões sentinelas No entanto, temos registros escritos da época
do Oiapoque ao Chuí. medieval em que aparecem centenas desses usos. Se
CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
nós, brasileiros, assim como os falantes africanos de
O título do poema explora a expressividade de termos português, usamos até hoje o verbo “ter” como existencial
que representam o conflito do momento histórico vivido é porque recebemos esses usos de nossos ex-
pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto
afirmar que colonizadores. Não faz sentido imaginar que brasileiros,
angolanos e moçambicanos decidiram se juntar para
A o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas “errar” na mesma coisa. E assim acontece com muitas
com significado impreciso.
outras coisas: regências verbais, colocação pronominal,
B “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as
vítimas do regime militar vigente. concordâncias nominais e verbais etc. Temos uma
C o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os língua própria, mas ainda somos obrigados a seguir uma
movimentos de resistência. gramática normativa de outra língua diferente. Às vésperas
D o poeta caracteriza o momento de opressão através de comemorarmos nosso bicentenário de independência,
de alegorias de forte poder de impacto. não faz sentido continuar rejeitando o que é nosso para só
E “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que aceitar o que vem de fora.
garantem a paz social experimentada.
Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de
QUESTÃO 121
brasileiros para só considerar certo o que é usado por menos
Desabafo de dez milhões de portugueses. Só na cidade de São Paulo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma temos mais falantes de português que em toda a Europa!
cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não Informativo Parábola Editorial, s/d.
tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-
feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas
ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na coloquiais e faz uso da norma padrão em toda a extensão
secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele
que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). A adapta o nível de linguagem à situação comunicativa,
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea uma vez que o gênero entrevista requer o uso da
de várias funções da linguagem, com o predomínio, norma padrão.
entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da B apresenta argumentos carentes de comprovação
crônica Desabafo, a função da linguagem predominante científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil
é a emotiva ou expressiva, pois
de ser verificado na materialidade do texto.
A o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. C propõe que o padrão normativo deve ser usado por
B a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está falantes escolarizados como ele, enquanto a norma
sendo dito. coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados.
C o interlocutor é o foco do enunciador na construção D acredita que a língua genuinamente brasileira está em
da mensagem. construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano
D o referente é o elemento que se sobressai em a gramática normativa do português europeu.
detrimento dos demais. E defende que a quantidade de falantes do português
E o enunciador tem como objetivo principal a brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a
manutenção da comunicação. hegemonia do antigo colonizador.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom15* Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br

QUESTÃO 123 No trecho apresentado, o sociólogo Roger Chartier


caracteriza o texto eletrônico como um poderoso suporte
que coloca ao alcance da humanidade o antigo sonho de
universalidade e interatividade, uma vez que cada um
passa a ser, nesse espaço de interação social, leitor e
autor ao mesmo tempo. A universalidade e a interatividade
que o texto eletrônico possibilita estão diretamente
relacionadas à função social da internet de

A propiciar o livre e imediato acesso às informações e


ao intercâmbio de julgamentos.
B globalizar a rede de informações e democratizar o
acesso aos saberes.
C expandir as relações interpessoais e dar visibilidade
aos interesses pessoais.
D propiciar entretenimento e acesso a produtos e serviços.
E expandir os canais de publicidade e o espaço
mercadológico.
Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012.
QUESTÃO 125
O efeito de sentido da charge é provocado pela
combinação de informações visuais e recursos O senhor
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida Carta a uma jovem que, estando em uma roda em
recorre à que dava aos presentes o tratamento de você, se dirigiu
ao autor chamando-o “o senhor”:
A polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da
Senhora:
expressão “rede social” para transmitir a ideia que
pretende veicular. Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito
B ironia para conferir um novo significado ao termo magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não
“outra coisa”. é, de nada, nem de ninguém.

C homonímia para opor, a partir do advérbio de Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do
lugar, o espaço da população pobre e o espaço da plebeu está em não querer esconder sua condição, e
população rica. esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores
ricos e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim
D personificação para opor o mundo real pobre ao para tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter
mundo virtual rico. encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na
E antonímia para comparar a rede mundial de prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o
computadores com a rede caseira de descanso território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa
da família. palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós
um muro frio e triste.
QUESTÃO 124
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que
Com o texto eletrônico, enfim, parece estar ao me acontece essa tristeza; mas também não era a
alcance de nossos olhos e de nossas mãos um sonho vez primeira.
muito antigo da humanidade, que se poderia resumir em
BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991.
duas palavras, universalidade e interatividade.
As luzes, que pensavam que Gutenberg tinha A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém
propiciado aos homens uma promessa universal, geralmente considera as situações específicas de uso
social. A violação desse princípio causou um mal-estar no
cultivavam um modo de utopia. Elas imaginavam poder, autor da carta. O trecho que descreve essa violação é:
a partir das práticas privadas de cada um, construir um
espaço de intercâmbio crítico das ideias e opiniões. O A “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu
sonho de Kant era que cada um fosse ao mesmo tempo entre nós um muro frio e triste.”
leitor e autor, que emitisse juízos sobre as instituições de
B “A única nobreza do plebeu está em não querer
seu tempo, quaisquer que elas fossem e que, ao mesmo
esconder a sua condição.”
tempo, pudesse refletir sobre o juízo emitido pelos outros.
Aquilo que outrora só era permitido pela comunicação C “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas
manuscrita ou a circulação dos impressos encontra hoje de minha testa.”
um suporte poderoso com o texto eletrônico. D “O território onde eu mando é no país do tempo que foi.”
CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: E “Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza;
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Unesp, 1998.
mas também não era a vez primeira.”
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br *cinz25dom16*


QUESTÃO 126 Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito
O léxico e a cultura só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais
perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma
Potencialmente, todas as línguas de todos os única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma
tempos podem candidatar-se a expressar qualquer com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação
conteúdo. A pesquisa linguística do século XX crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos
demonstrou que não há diferença qualitativa entre usuários? Substitui-se uma norma por outra?
os idiomas do mundo — ou seja, não há idiomas
gramaticalmente mais primitivos ou mais desenvolvidos. CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o
passado. In: Cadernos de Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br.
Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
essa igualdade potencial precisa realizar-se na prática
histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em
Teoricamente, uma língua com pouca tradição escrita diferentes contextos evidencia que
(como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua
já extinta (como o latim ou o grego clássicos) podem A o estabelecimento de uma norma prescinde de uma
ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, pesquisa histórica.
como, digamos, física quântica ou biologia molecular. B os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a
Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para variação e a mudança na língua.
outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim,
simplesmente porque não haveria vocabulário próprio C a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua
para esses conteúdos. É perfeitamente possível fundamenta a definição da norma.
desenvolver esse vocabulário específico, seja por D a adoção de uma única norma revela uma atitude
meio de empréstimos de outras línguas, seja por meio adequada para os estudos linguísticos.
da criação de novos termos na língua em questão, mas E os comportamentos puristas são prejudiciais à
tal tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com compreensão da constituição linguística.
pouco esforço.
BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor. QUESTÃO 128
Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento).

Estudos contemporâneos mostram que cada língua


possui sua própria complexidade e dinâmica de
funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na
medida em que enfatiza

A a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas,


pois o léxico contempla visão de mundo particular
específica de uma cultura.
B a existência de línguas limitadas por não permitirem
ao falante nativo se comunicar perfeitamente a
respeito de qualquer conteúdo.
C a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a
gramática de línguas indígenas, se comparados com
outras línguas de origem europeia.
D a existência de diferenças vocabulares entre os
idiomas, especificidades relacionadas à própria
cultura dos falantes de uma comunidade. BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.

E a atribuição de maior importância sociocultural às Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas
línguas contemporâneas, pois permitem que sejam vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem
abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades. forte influência do rococó europeu e está representada
QUESTÃO 127 aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom
A substituição do haver por ter em construções Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em
existenciais, no português do Brasil, corresponde a um pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa,
dos processos mais característicos da história da língua sua obra revela
portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à
ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, A liberdade, representando a vida de mineiros à
no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa procura da salvação.
as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de B credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres
ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de de Minas Gerais.
João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta C simplicidade, demonstrando compromisso com a
e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, contemplação do divino.
embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado
D personalidade, modelando uma imagem sacra com
pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto
de haver como verbo existencial com concordância, feições populares.
lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no E singularidade, esculpindo personalidades do reinado
século XVIII por Said Ali. nas obras divinas.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom17* Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br

QUESTÃO 129 No conto, o autor retrata criticamente a habilidade do


personagem no manejo de discursos diferentes segundo
Verbo ser a posição do interlocutor na sociedade. A crítica à conduta
do personagem está centrada
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando
A na imagem do títere ou fantoche em que o personagem
em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? acaba por se transformar, acreditando dominar os
Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? jogos de poder na linguagem.
Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia B na alusão à falta de articulações e reflexos do
personagem, dando a entender que ele não possui o
a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? manejo dos jogos discursivos em todas as situações.
É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas C no comentário, feito em tom de censura pelo autor,
coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando sobre as frases obscenas que o personagem emite
em determinados ambientes sociais.
crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para
D nas expressões que mostram tons opostos nos
entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim discursos empregados aleatoriamente pelo personagem
mesmo. Sem ser. Esquecer. em conversas com interlocutores variados.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
E no falso elogio à originalidade atribuída a esse
personagem, responsável por seu sucesso no
A inquietação existencial do autor com a autoimagem aprendizado das regras de linguagem da sociedade.
corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões QUESTÃO 131
Labaredas nas trevas
existenciais que têm origem Fragmentos do diário secreto de
Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski
A no conflito do padrão corporal imposto contra as
20 DE JULHO [1912]
convicções de ser autêntico e singular.
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre
B na aceitação das imposições da sociedade seguindo Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado senhor,
a influência de outros. nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa
que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane.
C na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e Ririam da sugestão. [...] Dificilmente encontro alguém,
agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de
culturas familiares. algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele
D no anseio de divulgar hábitos enraizados, simplesmente não existe.”
negligenciados por seus antepassados. 20 DE DEZEMBRO [1919]
E na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou
reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já
seus pares. se passaram dezenove anos desde que Crane morreu,
mas eu não o esqueço. E parece que outros também não.
QUESTÃO 130 The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco
E como manejava bem os cordéis de seus títeres, anos de publicação de um livro que, segundo eles, foi “um
fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo.
ou ele mesmo, títere voluntário e consciente, como FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992 (fragmento).
entregava o braço, as pernas, a cabeça, o tronco, como
se desfazia de suas articulações e de seus reflexos Na construção de textos literários, os autores recorrem
com frequência a expressões metafóricas. Ao empregar
quando achava nisso conveniência. Também ele soubera o enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado
apoderar-se dessa arte, mais artifício, toda feita de pelas folhas de jornal”, pretendeu-se estabelecer, entre
os dois fragmentos do texto em questão, uma relação
sutilezas e grosserias, de expectativa e oportunidade, semântica de
de insolência e submissão, de silêncios e rompantes,
de anulação e prepotência. Conhecia a palavra exata A causalidade, segundo a qual se relacionam as partes
de um texto, em que uma contém a causa e a outra,
para o momento preciso, a frase picante ou obscena no a consequência.
ambiente adequado, o tom humilde diante do superior B temporalidade, segundo a qual se articulam as partes
útil, o grosseiro diante do inferior, o arrogante quando de um texto, situando no tempo o que é relatado nas
partes em questão.
o poderoso em nada o podia prejudicar. Sabia desfazer
C condicionalidade, segundo a qual se combinam duas
situações equívocas, e armar intrigas das quais se saía partes de um texto, em que uma resulta ou depende
sempre bem, e sabia, por experiência própria, que a de circunstâncias apresentadas na outra.
fortuna se ganha com uma frase, num dado momento, D adversidade, segundo a qual se articulam duas partes
que este momento único, irrecuperável, irreversível, exige de um texto em que uma apresenta uma orientação
argumentativa distinta e oposta à outra.
um estado de alerta para a sua apropriação. E finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de
RAWET, S. O aprendizado. In: Diálogo. Rio de Janeiro: GRD, 1963 (fragmento). um texto em que uma apresenta o meio, por exemplo,
para uma ação e a outra, o desfecho da mesma.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

Prova disponível em: www.vestibulandoweb.com.br *cinz25dom18*


QUESTÃO 132 QUESTÃO 134
Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos Aquele bêbado
nas oficinas dos cursos da área automotiva fornecidos
pela Prefeitura, a presença feminina tem aumentado — Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz
ano a ano. De cinco mulheres matriculadas em 2005, com os indicadores. Acrescentou: — Álcool.
a quantidade saltou para 79 alunas inscritas neste ano O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens,
nos cursos de mecânica automotiva, eletricidade veicular, músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou
injeção eletrônica, repintura e funilaria. A presença um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedava-
feminina nos cursos automotivos da Prefeitura — que são se de Índia Reclinada, de Celso Antônio.
gratuitos — cresceu 1 480% nos últimos sete anos e tem — Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos.
aumentado ano a ano. Só ele sabia que andava mais bêbado que um gambá.
Disponível em: www.correiodeuberlandia.com.br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado). Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana
Na produção de um texto, são feitas escolhas referentes de pôr do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras
a sua estrutura, que possibilitam inferir o objetivo do coroas de ex-alcoólatras anônimos.
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.
autor. Nesse sentido, no trecho apresentado, o enunciado
“Lugar de mulher também é na oficina” corrobora o A causa mortis do personagem, expressa no último
objetivo textual de parágrafo, adquire um efeito irônico no texto porque, ao
longo da narrativa, ocorre uma
A demonstrar que a situação das mulheres mudou na
sociedade contemporânea. A metaforização do sentido literal do verbo “beber”.
B defender a participação da mulher na sociedade atual. B aproximação exagerada da estética abstracionista.
C comparar esse enunciado com outro: “lugar de mulher C apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem.
é na cozinha”. D exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.
D criticar a presença de mulheres nas oficinas dos
E citação aleatória de nomes de diferentes artistas.
cursos da área automotiva.
E distorcer o sentido da frase “lugar de mulher é na cozinha”. QUESTÃO 135
QUESTÃO 133 O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade.
Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é


recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em
O trovador, esse aspecto é
A abordado subliminarmente, por meio de expressões
como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval,
remete à brasilidade.
B verificado já no título, que remete aos repentistas
Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012.
nordestinos, estudados por Mário de Andrade em
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais suas viagens e pesquisas folclóricas.
e imagéticos na constituição de seus textos. Nessa
C lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões
peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor
procura convencer o leitor a como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1),
“frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste
A assumir uma atitude reflexiva diante dos do alaúde “Dlorom” (v. 9).
fenômenos naturais. D problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde
B evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis. (civilizado), apontando a síntese nacional que seria
C aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo. proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
D abraçar a campanha, desenvolvendo projetos E exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos
sustentáveis. homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho
E consumir produtos de modo responsável e ecológico. brasileiro por suas raízes indígenas.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 20122° DIA


CADERNO 6 – CINZA

LINGUAGENS E CÓDIGOS MATEMÁTIC


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLO
GABARITOS QUESTÕES GA
QUESTÕES
INGLÊS ESPANHOL 136
91 A A 137
92 D D 138
93 D A 139
94 B C 140
95 B B 141
96 A 142
97 A 143
98 D 144
99 A 145
100 E 146
101 B 147
102 D 148
103 D 149
104 C 150
105 E 151
106 B 152
107 E 153
108 E 154
109 E 155
110 D 156
111 E 157
112 C 158
113 D 159
114 A 160
115 B 161
116 E 162
117 A 163
118 C 164
119 B 165
120 D 166
121 B 167
122 A 168
123 A 169
124 A 170
125 A 171
126 D 172
127 E 173
128 D 174
129 A 175
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 2013

2° DIA
CADERNO 6 – CINZA

LINGUAGENS, CÓDIGOS MATEMÁTICA


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITOS QUESTÕES GABARITOS
QUESTÕES
INGLÊS ESPANHOL 136 C
91 A C 137 A
92 B E 138 A
93 C A 139 C
94 C C 140 D
95 C B 141 D
96 A 142 A
97 E 143 E
98 A 144 E
99 C 145 B
100 E 146 A
101 B 147 C
102 C 148 E
103 B 149 D
104 D 150 B
105 D 151 C
106 A 152 A
107 B 153 A
108 D 154 B
109 D 155 B
110 B 156 E
111 D 157 B
112 C 158 E
113 A 159 D
114 A 160 C
115 E 161 B
116 D 162 B
117 E 163 D
118 C 164 C
119 D 165 E
120 A 166 C
121 B 167 B
122 B 168 D
123 E 169 A
124 C 170 D
125 C 171 C
126 E 172 B
127 E 173 A
128 A 174 D
129 C 175 C
130 D 176 D
131 B 177 E
132 E 178 E
133 E 179 D
134 C 180 C
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PROVA ENEM 2014

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 2014


2° DIA
CADERNO 7 – AZUL
LINGUAGENS, CÓDIGOS MATEMÁTICA
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO QUESTÃO GABARITO
QUESTÃO
INGLÊS ESPANHOL 136 E
91 A D 137 C
92 C A 138 B
93 A A 139 D
94 C E 140 C
95 D C 141 D
96 B 142 A
97 E 143 D
98 B 144 E
99 C 145 A
100 D 146 E
101 A 147 A
102 D 148 D
103 D 149 B
104 D 150 E
105 C 151 D
106 B 152 B
107 B 153 B
108 C 154 D
109 B 155 A
110 E 156 E
111 D 157 A
112 B 158 E
113 C 159 C
114 A 160 C
115 B 161 B
116 D 162 C
117 E 163 B
118 B 164 B
119 D 165 C
120 C 166 C
121 D 167 E
122 A 168 D
123 C 169 D
124 A 170 D
125 E 171 C
126 B 172 C
127 E 173 E
128 C 174 C
129 C 175 A
130 B 176 A
131 C 177 B
132 C 178 A
133 D 179 B
134 A 180 D
135 B

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AMAR25DOM6* PROVA ENEM 2015 2015

QUESTÃO 95

Los guionistas estadounidenses introducen cada vez Questões de 96 a 135


más el español en sus diálogos
En los últimos años, la realidad cultural y la presencia QUESTÃO 96
creciente de migrantes de origen latinoamericano en
EE UU ha propiciado que cada vez más estadounidenses O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and
alternen el inglés y el español en un mismo discurso. poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da dança
Un estudio publicado en la revista Vial-Vigo (o break dancing  H GDV DUWHV SOiVWLFDV R JUD¿WH  VHULD
International Journal of Applied Linguistics se centra en difundido, para além dos guetos, com o nome de cultura
las estrategias que usan los guionistas de la versión hip hop. O break dancing surge como uma dança de rua.
original para incluir el español en el guión o a personajes 2JUD¿WHQDVFHGHDVVLQDWXUDVLQVFULWDVSHORVMRYHQVFRP
de origen latinoamericano.
sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova
Los guionistas estadounidenses suelen usar subtítulos York. As linguagens do rap, do break dancing HGRJUD¿WH
en inglés cuando el español que aparece en la serie o
película es importante para el argumento. Si esto no se tornaram os pilares da cultura hip hop.
DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude.
ocurre, y sólo hay interjecciones, aparece sin subtítulos. Belo Horizonte: UFMG, 2005 (adaptado).
En aquellas conversaciones que no tienen relevancia se
añade en ocasiones el subtítulo Speaks Spanish (habla Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto,
en español). o break se caracteriza como um tipo de dança que representa
“De esta forma, impiden al público conocer qué están aspectos contemporâneos por meio de movimentos
GLFLHQGRORVGRVSHUVRQDMHVTXHKDEODQHVSDxRO´H[SOLFD A retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados.
la autora del estudio y profesora e investigadora en la
Universidad Pablo de Olavide (UPO) de Sevilla. B improvisados, como expressão da dinâmica da vida
Disponível em: www.agenciasinc.es. Acesso em: 23 ago. 2012 (adaptado).
urbana.
C suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos.
'HDFRUGRFRPRWH[WRQRV¿OPHVQRUWHDPHULFDQRVQHP
todas as falas em espanhol são legendadas em inglês. D ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo
Esse fato revela a de protesto.
E cadenciados, como contestação às rápidas mudanças
A assimetria no tratamento do espanhol como elemento
da diversidade linguística nos Estados Unidos. culturais.
B escassez de personagens de origem hispânica nas QUESTÃO 97
VpULHVH¿OPHVSURGX]LGRVQRV(VWDGRV8QLGRV
C desconsideração com o público hispânico que frequenta Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa.
as salas de cinema norte-americanas. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que
D IDOWDGHXPDIRUPDomROLQJXtVWLFDHVSHFt¿FDSDUDRV comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a
roteiristas e tradutores norte-americanos.
URXSDDHVSDGDHRGHYHU(PVHJXLGDVHFULRXD¿ORVR¿D
E FDUrQFLD GH SHVTXLVDV FLHQWt¿FDV VREUH D LQÀXrQFLD
do espanhol na cultura norte-americana. que explicava como não fazer o que não devia ser feito.
Então surgiram os números racionais e a História,
organizando os eventos sem sentido. A fome desde
sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o
calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada
um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas
que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, Í. (Org.).
Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi


FRQ¿JXUDXPSDLQHOHYROXWLYRGDKLVWyULDGDKXPDQLGDGH
Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma
percepção que
A recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração
para a humanidade.
B GHVFRQVWUyLRGLVFXUVRGD¿ORVR¿DD¿PGHTXHVWLRQDU
o conceito de dever.
C resgata a metodologia da história para denunciar as
atitudes irracionais.
D transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos
da vida cotidiana.
E VDWLUL]DDPDWHPiWLFDHDPHGLFLQDSDUDGHVPLVWL¿FDU
RVDEHUFLHQWt¿FR

LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 6

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *AMAR25DOM7*
QUESTÃO 98 O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do
foco no interlocutor, que caracteriza a função conativa da
linguagem, predomina também nele a função referencial,
que busca
A despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza,
induzindo-o a ter atitudes responsáveis que
EHQH¿FLDUmRDVXVWHQWDELOLGDGHGRSODQHWD
B informar o leitor sobre as consequências da destinação
inadequada do lixo, orientando-o sobre como fazer o
correto descarte de alguns dejetos.
C transmitir uma mensagem de caráter subjetivo,
mostrando exemplos de atitudes sustentáveis do
autor do texto em relação ao planeta.
Zero Hora, jun. 2008 (adaptado). D estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando
Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do FHUWL¿FDUVH GH TXH D PHQVDJHP VREUH Do}HV GH
Veterinário... Muitas são as datas comemoradas ao sustentabilidade está sendo compreendida.
longo do ano e elas, ao darem visibilidade a segmentos E explorar o uso da linguagem, conceituando
HVSHFt¿FRV GD VRFLHGDGH RSRUWXQL]DP XPD UHÀH[mR detalhadamente os termos utilizados de forma a
sobre a responsabilidade social desses segmentos. Nesse proporcionar melhor compreensão do texto.
contexto, está inserida a propaganda da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI), em que se combinam QUESTÃO 100
elementos verbais e não verbais para se abordar a estreita
relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Embalagens usadas e resíduos devem ser
Sobre essa relação, depreende-se do texto da ABI que, descartados adequadamente
A para a imprensa exercer seu papel social, ela deve Todos os meses são recolhidas das rodovias brasileiras
transformar opinião em informação. centenas de milhares de toneladas de lixo. Só nos 22,9 mil
B para a imprensa democratizar a opinião, ela deve
selecionar a informação. quilômetros das rodovias paulistas são 41,5 mil toneladas.
C para o cidadão expressar sua opinião, ele deve O hábito de descartar embalagens, garrafas, papéis e
democratizar a informação. bitucas de cigarro pelas rodovias persiste e tem aumentado
D para a imprensa gerar informação, ela deve nos últimos anos. O problema é que o lixo acumulado na
fundamentar-se em opinião. rodovia, além de prejudicar o meio ambiente, pode impedir
E para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter o escoamento da água, contribuir para as enchentes,
acesso à informação.
provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até causar
QUESTÃO 99 acidentes. Além dos perigos que o lixo representa para os
motoristas, o material descartado poderia ser devolvido
14 coisas que você não deve jogar na privada para a cadeia produtiva. Ou seja, o papel que está
sobrando nas rodovias poderia ter melhor destino. Isso
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que
também vale para os plásticos inservíveis, que poderiam
contamina o ambiente e os animais. Também deixa mais
difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns se transformar em sacos de lixo, baldes, cabides e até
produtos podem causar entupimentos: acessórios para os carros.
Disponível em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.
‡ FRWRQHWHH¿RGHQWDO
Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de
‡ medicamento e preservativo; composição de texto, determinados pelo contexto em
‡ óleo de cozinha; que são produzidos, pelo público a que eles se destinam,
SRU VXD ¿QDOLGDGH 3HOD OHLWXUD GR WH[WR DSUHVHQWDGR
‡ ponta de cigarro;
reconhece-se que sua função é
‡ poeira de varrição de casa;
A apresentar dados estatísticos sobre a reciclagem no
‡ ¿RGHFDEHORHSHORGHDQLPDLV país.
‡ tinta que não seja à base de água; B alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do
mercado de recicláveis.
‡ querosene, gasolina, solvente, tíner.
C divulgar a quantidade de produtos reciclados retirados
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, das rodovias brasileiras.
como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem D revelar os altos índices de acidentes nas rodovias
ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a brasileiras poluídas nos últimos anos.
GHVWLQDomR¿QDODGHTXDGD
E conscientizar sobre a necessidade de preservação
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável,
jul.-ago. 2013 (adaptado).
ambiental e de segurança nas rodovias.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AMAR25DOM8* 2015

QUESTÃO 101 QUESTÃO 103

(P MXQKR GH  HPEDUTXHL SDUD D (XURSD D ¿P


de me tratar num sanatório suíço. Escolhi o de Clavadel,
perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara
João Luso, que ali passara um inverno com a senhora.
Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um
sanatório, lá estivera por algum tempo Antônio Nobre. “Ao
FDLUGDVIROKDV´XPGHVHXVPDLVEHORVVRQHWRVWDOYH]R
PHXSUHGLOHWRHVWiGDWDGRGH³&ODYDGHORXWXEUR´
Fiquei na Suíça até outubro de 1914.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

No relato de memórias do autor, entre os recursos usados


para organizar a sequência dos eventos narrados, destaca-se a
A FRQVWUXomR GH IUDVHV FXUWDV D ¿P GH FRQIHULU
dinamicidade ao texto.
B presença de advérbios de lugar para indicar a
progressão dos fatos.
C alternância de tempos do pretérito para ordenar os
acontecimentos.
D inclusão de enunciados com comentários e avaliações
Disponível em: www.behance.net. Acesso em: 21 fev. 2013 (adaptado). pessoais.
A rapidez é destacada como uma das qualidades do E alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do
serviço anunciado, funcionando como estratégia de escritor.
persuasão em relação ao consumidor do mercado
QUESTÃO 104
gráfico. O recurso da linguagem verbal que contribui
para esse destaque é o emprego
Por que as formigas não morrem quando postas em
A GR WHUPR ³IiFLO´ QR LQtFLR GR DQ~QFLR FRP IRFR QR forno de micro-ondas?
processo.
B de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão. As micro-ondas são ondas eletromagnéticas com
C das formas verbais no futuro e no pretérito, em frequência muito alta. Elas causam vibração nas moléculas
sequência. de água, e é isso que aquece a comida. Se o prato estiver
D GD H[SUHVVmR LQWHQVLILFDGRUD ³PHQRV GR TXH´ seco, sua temperatura não se altera. Da mesma maneira,
associada à qualidade. se as formigas tiverem pouca água em seu corpo, podem
E GD ORFXomR ³GR PXQGR´ DVVRFLDGD D ³PHOKRU´ TXH sair incólumes. Já um ser humano não se sairia tão bem
TXDQWL¿FDDDomR quanto esses insetos dentro de um forno de micro-ondas
superdimensionado: a água que compõe 70% do seu corpo
QUESTÃO 102
aqueceria. Micro-ondas de baixa intensidade, porém,
Riscar o chão para sair pulando é uma brincadeira estão por toda a parte, oriundas da telefonia celular, mas
que vem dos tempos do Império Romano. A amarelinha não há comprovação de que causem problemas para a
original tinha mais de cem metros e era usada como população humana.
WUHLQDPHQWR PLOLWDU $V FULDQoDV URPDQDV HQWmR ¿]HUDP
imitações reduzidas do campo utilizado pelos soldados e OKUNO, E. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez. 2013.

acrescentaram numeração nos quadrados que deveriam Os textos constroem-se com recursos linguísticos que
ser pulados. Hoje as amarelinhas variam nos formatos
materializam diferentes propósitos comunicativos.
JHRPpWULFRVHQDTXDQWLGDGHGHFDVDV$VSDODYUDV³FpX´
H ³LQIHUQR´ SRGHP VHU HVFULWDV QR FRPHoR H QR ¿QDO GR Ao responder à pergunta que dá título ao texto, o autor
desenho, que é marcado no chão com giz, tinta ou graveto. tem como objetivo principal
Disponível em: www.biblioteca.ajes.edu.br. Acesso em: 20 maio 2015 (adaptado).
A defender o ponto de vista de que as ondas
Com base em fatos históricos, o texto retrata o processo eletromagnéticas são inofensivas.
de adaptação pelo qual passou um tipo de brincadeira.
Nesse sentido, conclui-se que as brincadeiras comportam o(a) B GLYXOJDUUHVXOWDGRVGHUHFHQWHVSHVTXLVDVFLHQWt¿FDV
para a sociedade.
A caráter competitivo que se assemelha às suas origens.
B delimitação de regras que se perpetuam com o tempo. C apresentar informações acerca das ondas
eletromagnéticas e de seu uso.
C GH¿QLomRDQWHFLSDGDGRQ~PHURGHJUXSRVSDUWLFLSDQWHV
D objetivo de aperfeiçoamento físico daqueles que a D alertar o leitor sobre os riscos de usar as micro-ondas
praticam. em seu dia a dia.
E possibilidade de reinvenção no contexto em que é E DSRQWDUGLIHUHQoDV¿VLROyJLFDVHQWUHIRUPLJDVHVHUHV
realizada. humanos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *AMAR25DOM9*
QUESTÃO 105 QUESTÃO 106

5HGHVRFLDOSRGHSUHYHUGHVHPSHQKRSUR¿VVLRQDO As narrativas indígenas se sustentam e se


diz pesquisa perpetuam por uma tradição de transmissão
oral (sejam as histórias verdadeiras dos seus
Pense duas vezes antes de postar qualquer item
antepassados, dos fatos e guerras recentes ou
HPVHXSHU¿OQDVUHGHVVRFLDLV2FRQVHOKRUHSHWLGRj
antigos; sejam as histórias de ficção, como aquelas
exaustão por consultores de carreira por aí, acaba de
da onça e do macaco). De fato, as comunidades
ganhar um status GLJDPRV PDLV FLHQWt¿FR 'H DFRUGR
indígenas nas chamadas “terras baixas da América
com resultados da pesquisa, uma rápida análise do
GR 6XO´ R TXH H[FOXL DV PRQWDQKDV GRV $QGHV SRU
SHU¿O QDV UHGHV VRFLDLV SRGH SUHYHU R GHVHPSHQKR
exemplo) não desenvolveram sistemas de escrita como
SUR¿VVLRQDO GR FDQGLGDWR D XPD RSRUWXQLGDGH GH
os que conhecemos, sejam alfabéticos (como a escrita
emprego. Para chegar a essa conclusão, uma equipe de
do português), sejam ideogramáticos (como a escrita
pesquisadores da Northern Illinois University, University
dos chineses) ou outros. Somente nas sociedades
of Evansville e Auburn University pediu a um professor
LQGtJHQDVFRPHVWUDWL¿FDomRVRFLDO RXVHMDMiGLYLGLGDV
XQLYHUVLWiULRHGRLVDOXQRVSDUDDQDOLVDUHPSHU¿VGHXP
em classes), como foram os astecas e os maias, é que
grupo de universitários.
surgiu algum tipo de escrita. A história da escrita parece
Após checar fotos, postagens, número de amigos e
mesmo mostrar claramente isso: que ela surge e se
interesses por 10 minutos, o trio considerou itens como
desenvolve – em qualquer das formas – apenas em
consciência, afabilidade, extroversão, estabilidade
VRFLHGDGHVHVWUDWL¿FDGDV VXPpULRVHJtSFLRVFKLQHVHV
emocional e receptividade. Seis meses depois, as
gregos etc.). O fato é que os povos indígenas no Brasil,
impressões do grupo foram comparadas com a análise
por exemplo, não empregavam um sistema de escrita,
de desempenho feita pelos chefes dos jovens que tiveram
mas garantiram a conservação e continuidade dos
VHXV SHU¿V DQDOLVDGRV 2V SHVTXLVDGRUHV HQFRQWUDUDP
conhecimentos acumulados, das histórias passadas e,
uma forte correlação entre as características descritas
também, das narrativas que sua tradição criou, através
a partir dos dados da rede e o comportamento dos
da transmissão oral. Todas as tecnologias indígenas se
universitários no ambiente de trabalho.
transmitiram e se desenvolveram assim. E não foram
Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).
poucas: por exemplo, foram os índios que domesticaram
As redes sociais são espaços de comunicação e interação plantas silvestres e, muitas vezes, venenosas, criando
on-line que possibilitam o conhecimento de aspectos da o milho, a mandioca (ou macaxeira), o amendoim,
privacidade de seus usuários. Segundo o texto, no mundo as morangas e muitas outras mais (e também as
do trabalho, esse conhecimento permite desenvolveram muito; por exemplo, somente do milho
criaram cerca de 250 variedades diferentes em toda
A LGHQWL¿FDUDFDSDFLGDGHItVLFDDWULEXtGDDRFDQGLGDWR a América).
B FHUWL¿FDUDFRPSHWrQFLDSUR¿VVLRQDOGRFDQGLGDWR '¶$1*(/,6:5Histórias dos índios lá em casa: narrativas indígenas e tradição oral popular
no Brasil. Disponível em: www.portalkaingang.org. Acesso em: 5 dez. 2012.
C controlar o comportamento virtual e real do candidato.
D avaliar informações pessoais e comportamentais A escrita e a oralidade, nas diversas culturas,
cumprem diferentes objetivos. O fragmento aponta
sobre o candidato.
que, nas sociedades indígenas brasileiras, a oralidade
E aferir a capacidade intelectual do candidato na resolução possibilitou
de problemas.
A a conservação e a valorização dos grupos detentores
de certos saberes.
B a preservação e a transmissão dos saberes e da
memória cultural dos povos.
C a manutenção e a reprodução dos modelos
HVWUDWL¿FDGRVGHRUJDQL]DomRVRFLDO
D a restrição e a limitação do conhecimento acumulado
a determinadas comunidades.
E o reconhecimento e a legitimação da importância da
fala como meio de comunicação.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AMAR25DOM10* 2015

QUESTÃO 107 QUESTÃO 109


Assum preto
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mió
Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá 28
d
Mil veiz a sina de uma gaiola

a Hepati te

ej
ulho Dia M
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em: www.luizgonzaga.mus.br.
Hepatite é assim.

ra
t un
d i a l Con
Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).

As marcas da variedade regional registradas pelos Pode aparecer onde menos se espera e em cinco formas diferentes.
compositores de Assum preto resultam da aplicação de É por isso que o Dia Mundial Contra a Hepatite está aí para alertar você.
um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a As hepatites A, B, C, D e E têm diversas causas e muitas formas de chegar até você.
pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é Mas, evitar isso é bem simples. Você só precisa ficar atento aos
resultado de uma mesma regra a cuidados necessários para cuidar do maior bem que você tem:
A SUA SAÚDE!
A SURQ~QFLDGDVSDODYUDV³YRUWD´H³YHYH´
Algumas maneiras de se prevenir:
B SURQ~QFLDGDVSDODYUDV³WDUYH]´H³VRUWR´
t7BDJOFTFDPOUSa as hepatites A e B.
C ÀH[mRYHUEDOHQFRQWUDGDHP³IXUDUR´H³FDQWi´ t6TFÈHVBUSBUBEBFTJHBTFNQSFBTSFDPNFOEBÎÜFTRVBOUPËSFTUSJÎÍP
D UHGXQGkQFLD QDV H[SUHVV}HV ³FHJR GRV yLR´ H ³PDWD de banhos em locais públicos e ao uso de desinfetantes em piscinas.
HPIU{´ t-BWF4&.13&CFNPTBMJNFOUPTDPNPGSVUBT WFSEVSBTFMFHVNFT
t-BWF4&.13&CFNBTNÍPTBQØTVTBSPUPBMFUFFBOUFTEF
E SURQ~QFLDGDVSDODYUDV³LJQRUDQoD´H³DYXi´ se alimentar.
t"PVTBSBHVMIBTFTFSJOHBT DFSUJöRVFTFEBIJHJFOFEPMPDBMFEF
QUESTÃO 108 todos os acessórios.
t$FSUJöRVFTFEFRVFTFVNÏEJDPPVQSPöTTJPOBMEBTBÞEFFTUFKB
Exmº Sr. Governador: VTBOEPBQSPUFÎÍPOFDFTTÈSJB DPNPMVWBTFNÈTDBSBT RVBOEP
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados IPVWFSBQPTTJCJMJEBEFEFDPOUBUPEFTBOHVFPVTFDSFÎÜFT
pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928. contaminadas com o vírus.
[…]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas DiVSRQtYHOHPKWWSIDUPVWDWLFÀLFNUFRP$FHVVRHPRXW DGDSWDGR 
custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro
considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que Nas peças publicitárias, vários recursos verbais e não
prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando verbais são usados com o objetivo de atingir o público-
que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas
históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; DOYR LQÀXHQFLDQGR VHX FRPSRUWDPHQWR &RQVLGHUDQGR
todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque as informações verbais e não verbais trazidas no texto a
se derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou
pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. UHVSHLWRGDKHSDWLWHYHUL¿FDVHTXH
esticou a canela – um telegrama.
A o tom lúdico é empregado como recurso de consolidação
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILIANO RAMOS GRSDFWRGHFRQ¿DQoDHQWUHRPpGLFRHDSRSXODomR
B D¿JXUDGRSUR¿VVLRQDOGDVD~GHpOHJLWLPDGDHYRFDQGRVH
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.

O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na o discurso autorizado como estratégia argumentativa.
época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado
DR JRYHUQR GR HVWDGR GH $ODJRDV 'H QDWXUH]D R¿FLDO C R XVR GH FRQVWUXo}HV FRORTXLDLV H HVSHFt¿FDV GD
o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista oralidade são recursos de argumentação que simulam o
para esse gênero, pois o autor
discurso do médico.
A emprega sinais de pontuação em excesso.
B recorre a termos e expressões em desuso no D a empresa anunciada deixa de se autopromover ao
português.
mostrar preocupação social e assumir a responsabilidade
C apresenta-se na primeira pessoa do singular, para
conotar intimidade com o destinatário. pelas informações.
D privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar E o discurso evidencia uma cena de ensinamento didático,
conhecimento especializado.
E expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte projetado com subjetividade no trecho sobre as maneiras
carga emocional. de prevenção.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *AMAR25DOM11*
QUESTÃO 110 dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares,
fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido
concurso de professores prudentemente anônimos,
caixões e mais caixões de volumes cartonados em
Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte
com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas,
em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-
se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos
FRQ¿QV GD SiWULD 2V OXJDUHV TXH RV QmR SURFXUDYDP
eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita,
espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a
farinha daquela marca para o pão do espírito.
POMPÉIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.

Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o


narrador revela um olhar sobre a inserção social do
colégio demarcado pela
A ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades
pessoais.
ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978. B interferência afetiva das famílias, determinantes no
O contexto histórico e literário do período barroco- processo educacional.
árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. C produção pioneira de material didático, responsável pela
A restauração de elementos daquele contexto por uma facilitação do ensino.
poética contemporânea revela que D ampliação do acesso à educação, com a negociação
A D GLVSRVLomR YLVXDO GR SRHPD UHÀHWH VXD GLPHQVmR dos custos escolares.
plástica, que prevalece sobre a observação da E cumplicidade entre educadores e famílias, unidos pelo
realidade social. interesse comum do avanço social.
B DUHÀH[mRGRHXOtULFRSULYLOHJLDDPHPyULDHUHVJDWDHP
IUDJPHQWRV IDWRV H SHUVRQDOLGDGHV GD ,QFRQ¿GrQFLD QUESTÃO 112
Mineira.
João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu
C DSDODYUD³HVFRQVR´ HVFRQGLGR GHPRQVWUDRGHVHQFDQWR
aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá (PE).
do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem
erudita. Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta repentista e
escritor de literatura de cordel, já publicou 33 folhetos e
D o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, ainda tem vários inéditos. Reside em São Paulo desde
gerando uma continuidade de procedimentos estéticos
e literários. 1973, vivendo exclusivamente da venda de livretos de
cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola.
E o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa Grande divulgador da poesia popular nordestina no
linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido Sul, tem dado frequentemente entrevistas à imprensa
SHORVLQFRQ¿GHQWHV
paulista sobre o assunto.
QUESTÃO 111 EVARISTO, M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO, H. N. (Coord.).
Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político,
GLYXOJDomRFLHQWt¿FD6mR3DXOR&RUWH]
Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe
beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos $ ELRJUD¿D p XP JrQHUR WH[WXDO TXH GHVFUHYH D
e eu parti. trajetória de determinado indivíduo, evidenciando sua
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha VLQJXODULGDGH 1R FDVR HVSHFt¿FR GH XPD ELRJUD¿D
instalação. como a de João Antônio de Barros, um dos principais
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por elementos que a constitui é
um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor
que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, A a estilização dos eventos reais de sua vida, para que
pintando-o jeitosamente de novidade, como os RUHODWRELRJUi¿FRVXUWDRVHIHLWRVGHVHMDGRV
negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de B o relato de eventos de sua vida em perspectiva
última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado histórica, que valorize seu percurso artístico.
crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a
simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo C a narração de eventos de sua vida que demonstrem a
vistoso dos anúncios. qualidade de sua obra.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família D uma retórica que enfatize alguns eventos da vida
do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o exemplar da pessoa biografada.
seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda
E uma exposição de eventos de sua vida que mescle
pelas províncias, conferências em diversos pontos da
cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa REMHWLYLGDGHHFRQVWUXomR¿FFLRnal.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AMAR25DOM12* 2015

QUESTÃO 113 26XUUHDOLVPRFRQ¿gurou-se como uma das vanguardas


artísticas europeias do início do século XX. René Magritte,
A pátria pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! suas produções. Um traço do Surrealismo presente nessa
Criança! não verás nenhum país como este! pintura é o(a)
2OKDTXHFpXTXHPDUTXHULRVTXHÀRUHVWD
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, A justaposição de elementos díspares, observada na
É um seio de mãe a transbordar carinhos. imagem do homem no espelho.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, B crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! homem olhando sempre para frente.
Vê que grande extensão de matas, onde impera, C construção de perspectiva, apresentada na sobreposição
Fecunda e luminosa, a eterna primavera! de planos visuais.
Boa terra! jamais negou a quem trabalha D processo de automatismo, indicado na repetição da
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
imagem do homem.
Quem com o seu suor a fecunda e umedece, E SURFHGLPHQWRGHFRODJHPLGHQWL¿FDGRQRUHÀH[RGR
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
livro no espelho.
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste! QUESTÃO 115
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.
Yaô
Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se
com um projeto ideológico em construção na Primeira Aqui có no terreiro
República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse Pelú adié
projeto, na medida em que Faz inveja pra gente
A a paisagem natural ganha contornos surreais, como o Que não tem mulher
projeto brasileiro de grandeza.
No jacutá de preto velho
B a prosperidade individual, como a exuberância da Há uma festa de yaô
terra, independe de políticas de governo.
C os valores afetivos atribuídos à família devem ser Ôi tem nêga de Ogum
aplicados também aos ícones nacionais. De Oxalá, de Iemanjá
D a capacidade produtiva da terra garante ao país a Mucama de Oxossi é caçador
ULTXH]DTXHVHYHUL¿FDQDTXHOHPRPHQWR Ora viva Nanã
E a valorização do trabalhador passa a integrar o Nanã Buruku
conceito de bem-estar social experimentado.
Yô yôo
QUESTÃO 114 Yô yôoo
No terreiro de preto velho iaiá
Vamos saravá (a quem meu pai?)
Xangô!
VIANA, G. Agô, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.

A canção Yaô foi composta na década de 1930 por


Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que escreveu
a letra. O texto mistura o português com o iorubá, língua
usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil.
Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o autor
A promove uma crítica bem-humorada às religiões afro-
brasileiras, destacando diversos orixás.
B ressalta uma mostra da marca da cultura africana,
que se mantém viva na produção musical brasileira.
C evidencia a superioridade da cultura africana e seu
caráter de resistência à dominação do branco.
D deixa à mostra a separação racial e cultural que
caracteriza a constituição do povo brasileiro.
MAGRITTE, R. A reprodução proibida. Óleo sobre tela, 81,3 x 65 cm. E expressa os rituais africanos com maior autenticidade,
Museum Boijmans Van Buningen, Holanda,1937. respeitando as referências originais.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *AMAR25DOM13*
QUESTÃO 116 O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic,
cuja performance se alinha a tendências contemporâneas
e se caracteriza pela
A inovação de uma proposta de arte relacional que
adentra um museu.
B abordagem educacional estabelecida na relação da
artista com o público.
C redistribuição do espaço do museu, que integra
diversas linguagens artísticas.
D negociação colaborativa de sentidos entre a artista e
Máscara senufo0DOL0DGHLUDH¿EUDYHJHWDO$FHUYRGR0$(863
a pessoa com quem interage.
As formas plásticas nas produções africanas conduziram
artistas modernos do início do século XX, como Pablo E aproximação entre artista e público, o que rompe com
Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas a elitização dessa forma de arte.
vanguardas. A máscara remete à
A preservação da proporção. QUESTÃO 119
B idealização do movimento.
TEXTO I
C estruturação assimétrica.
D sintetização das formas. Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo
E valorização estética. produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo,
criativamente formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida),
QUESTÃO 117
TXH ¿JXUD HP KLSyGURPR DXWyGURPR FDUWyGURPR IRUPDV
Ao se apossarem do novo território, os europeus que designam itens culturais da alta burguesia. Não
ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado
demoraram a circular, a partir de então, formas populares
por homens e bens unidos por um sistema integrado.
A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros como rangódromo, beijódromo, camelódromo.
habitantes levou-os a uma descrição simplista desses AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
grupos e à sua sucessiva destruição.
Na verdade, não existe uma distinção entre a TEXTO II
nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente
menos desenvolvidos. As duas manifestações devem Existe coisa mais descabida do que chamar de
ser encaradas como expressões diferentes dos modos VDPEyGURPR XPD SDVVDUHOD SDUD GHV¿OH GH HVFRODV GH
de sentir e pensar das várias sociedades, mas também samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr,
como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos OXJDUGHFRUULGD´GDtDVSDODYUDVDXWyGURPRHKLSyGURPR
comuns. e FHUWR TXH jV YH]HV GXUDQWH R GHV¿OH D HVFROD VH
SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra do redescobrimento: arqueologia.
São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil 500 anos artes visuais, 2000.
atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas
não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um
De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes
carro de Fórmula 1.
produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados, pois
ambas compartilham o(a) GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012.
A suporte artístico.
B nível tecnológico. Há nas línguas mecanismos geradores de palavras.
C base antropológica. Embora o Texto II apresente um julgamento de valor
D concepção estética. sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de
E referencial temático. IRUPDomRGHVVDSDODYUDUHÀHWH

QUESTÃO 118 A o dinamismo da língua na criação de novas palavras.

1D H[SRVLomR ³$ $UWLVWD (VWi 3UHVHQWH´ QR 0R0$ B uma nova realidade limitando o aparecimento de
em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma novas palavras.
retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou C a apropriação inadequada de mecanismos de criação
uma performance marcante. Em 2010, de 14 de março a
de palavras por leigos.
31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas,
ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia D o reconhecimento da impropriedade semântica dos
os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um neologismos.
longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a
essas cenas recorrentes. E a restrição na produção de novas palavras com o
ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. radical grego.
Acesso em: 4 nov. 2013.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AMAR25DOM14* 2015

QUESTÃO 120 O mundo contemporâneo tem sido caracterizado pela


crescente utilização das novas tecnologias e pelo acesso
da sua memória à informação cada vez mais facilitado. De acordo com
o texto, a sociedade da informação corresponde a uma
mil mudança na organização social porque
e A representa uma alternativa para a melhoria da
mui qualidade de vida.
tos B associa informações obtidas instantaneamente por
out todos e em qualquer parte do mundo.
ros C propõe uma comunicação mais rápida e barata,
ros FRQWULEXLQGRSDUDDLQWHQVL¿FDomRGRFRPpUFLR
tos D propicia a interação entre as pessoas por meio de
sol redes sociais.
tos E representa um modelo em que a informação é
utilizada intensamente nos vários setores da vida.
pou
coa QUESTÃO 122
pou Embora particularidades na produção mediada pela
coa tecnologia aproximem a escrita da oralidade, isso não
pag VLJQL¿FD TXH DV SHVVRDV HVWHMDP HVFUHYHQGR HUUDGR
amo Muitos buscam, tão somente, adaptar o uso da linguagem
meu DRVXSRUWHXWLOL]DGR³2FRQWH[WRpTXHGH¿QHRUHJLVWURGH
ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998. língua. Se existe um limite de espaço, naturalmente, o sujeito
LUiXVDUPDLVDEUHYLDWXUDVFRPRIDULDQRSDSHO´D¿UPDXP
Trabalhando com recursos formais inspirados no
Concretismo, o poema atinge uma expressividade que se professor do Departamento de Linguagem e Tecnologia
caracteriza pela do Cefet-MG. Da mesma forma, é preciso considerar a
capacidade do destinatário de interpretar corretamente a
A LQWHUUXSomR GD ÀXrQFLD YHUEDO SDUD WHVWDU RV OLPLWHV mensagem emitida. No entendimento do pesquisador, a
da lógica racional. escola, às vezes, insiste em ensinar um registro utilizado
B reestruturação formal da palavra, para provocar o DSHQDV HP FRQWH[WRV HVSHFt¿FRV R TXH DFDED SRU
estranhamento no leitor. desestimular o aluno, que não vê sentido em empregar
tal modelo em outras situações. Independentemente dos
C dispersão das unidades verbais, para questionar o
aparatos tecnológicos da atualidade, o emprego social
sentido das lembranças.
GD OtQJXD UHYHODVH PXLWR PDLV VLJQL¿FDWLYR GR TXH VHX
D fragmentação da palavra, para representar o uso escolar, conforme ressalta a diretora de Divulgação
estreitamento das lembranças. &LHQWt¿FDGD8)0*³$GLQkPLFDGDOtQJXDRUDOpVHPSUH
E renovação das formas tradicionais, para propor uma presente. Não falamos ou escrevemos da mesma forma
nova vanguarda poética. TXHQRVVRVDYyV´6RPHVHDLVVRRIDWRGHRVMRYHQVVH
revelarem os principais usuários das novas tecnologias, por
QUESTÃO 121 meio das quais conseguem se comunicar com facilidade.
A professora ressalta, porém, que as pessoas precisam
A emergência da sociedade da informação está WHU GLVFHUQLPHQWR TXDQWR jV GLVWLQWDV VLWXDo}HV D ¿P GH
associada a um conjunto de profundas transformações dominar outros códigos.
ocorridas desde as últimas duas décadas do século XX. SILVA JR., M. G.; FONSECA, V. Revista Minas Faz Ciência, n. 51, set.-nov. 2012 (adaptado).
Tais mudanças ocorrem em dimensões distintas da vida
Na esteira do desenvolvimento das tecnologias de
humana em sociedade, as quais interagem de maneira informação e de comunicação, usos particulares da
VLQpUJLFD H FRQÀXHP SDUD SURMHWDU D LQIRUPDomR H R escrita foram surgindo. Diante dessa nova realidade,
conhecimento como elementos estratégicos, dos pontos segundo o texto, cabe à escola levar o aluno a
de vista econômico-produtivo, político e sociocultural. A interagir por meio da linguagem formal no contexto
A sociedade da informação caracteriza-se pela digital.
crescente utilização de técnicas de transmissão, B buscar alternativas para estabelecer melhores contatos
armazenamento de dados e informações a baixo custo, on-line.
acompanhadas por inovações organizacionais, sociais e C adotar o uso de uma mesma norma nos diferentes
legais. Ainda que tenha surgido motivada por um conjunto suportes tecnológicos.
de transformações na base técnico-científica, ela se D desenvolver habilidades para compreender os textos
postados na web.
LQYHVWHGHXPVLJQL¿FDGREHPPDLVDEUDQJHQWH
E SHUFHEHUDVHVSHFL¿FLGDGHVGDVOLQJXDJHQVHPGLIHUHQWHV
LEGEY, L.-R.; ALBAGLI, S. Disponível em: www.dgz.org.br. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado).
ambientes digitais.

LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 14

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *AMAR25DOM15*
QUESTÃO 123 normativa, a um grupo que julga não ser o seu. O pinchar,
associado ao ambiente rural, onde há pouca escolaridade
À garrafa
HUH¿QDPHQWRFLWDGLQRHVWiIDGDGRjH[WLQomR"
Contigo adquiro a astúcia É louvável que nos preocupemos com a extinção
de conter e de conter-me. de ararinhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a
Teu estreito gargalo extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção,
é uma lição de angústia. como não nos comovemos com a extinção de insetos, a
Por translúcida pões não ser dos extraordinariamente belos. Pelo contrário,
o dentro fora e o fora dentro muitas vezes a extinção das palavras é incentivada.
para que a forma se cumpra VIARO, M. E. Língua Portuguesa, n. 77, mar. 2012 (adaptado).
e o espaço ressoe.
A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo
Até que, farta da constante ³SLQFKDU´QRVWUD]XPDUHÀH[mRVREUHDOLQJXDJHPHVHXV
prisão da forma, saltes usos, a partir da qual compreende-se que
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida, A as palavras esquecidas pelos falantes devem ser
descartadas dos dicionários, conforme sugere o título.
numa explosão
de diamantes. B o cuidado com espécies animais em extinção é mais
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
urgente do que a preservação de palavras.
C o abandono de determinados vocábulos está associado
$UHÀH[mRDFHUFDGRID]HUSRpWLFRpXPGRVPDLVPDUFDQWHV a preconceitos socioculturais.
atributos da produção literária contemporânea, que, no
poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a) D as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário
de uma língua.
A reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações
no processo criativo, manifesto na expressão “Por E o mundo contemporâneo exige a inovação do vocabulário
WUDQVO~FLGDS}HV´ das línguas.
B subserviência aos princípios do rigor formal e dos QUESTÃO 125
cuidados com a precisão metafórica, como se
REVHUYDHP³SULVmRGDIRUPD´ Poesia quentinha
C visão progressivamente pessimista, em face da
impossibilidade da criação poética, conforme Projeto literário publica poemas em sacos de pão na
H[SUHVVDRYHUVR³HWHHVWLOKDFHVVXLFLGD´ capital mineira
D processo de contenção, amadurecimento e Se a literatura é mesmo o alimento da alma, então os
transformação da palavra, representado pelos versos mineiros estão diante de um verdadeiro banquete. Mais do
³QXPDH[SORVmRGHGLDPDQWHV´ que um pãozinho com manteiga, os moradores do bairro
E necessidade premente de libertação da prisão de Barreiro, em Belo Horizonte (MG), estão consumindo
representada pela poesia, simbolicamente comparada poesia brasileira no café da manhã. Graças ao projeto
j³JDUUDID´DVHU³HVWLOKDoDGD´ ³3mRH3RHVLD´TXHID]GRVDTXLQKRGHSmRXPHVSDoR
QUESTÃO 124 para veiculação de poemas, escritores como Affonso
5RPDQRGH6DQW¶$QQDH)HUQDQGR%UDQWGLYLGHPHVSDoR
Palavras jogadas fora FRP HVWXGDQWHV TXH SDVVDUDP SRU R¿FLQDV GH HVFULWD
Quando criança, convivia no interior de São Paulo poética. São ao todo 250 mil embalagens, distribuídas
com o curioso verbo pinchar e ainda o ouço por lá em padarias da região de Belo Horizonte, que trazem a
HVSRUDGLFDPHQWH2VHQWLGRGDSDODYUDpRGH³MRJDUIRUD´ boa literatura para o cotidiano de pessoas, além de dar
SLQFKDIRUDHVVDSRUFDULD RX³PDQGDUHPERUD´ SLQFKD uma chance a escritores novatos de verem seus textos
esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras impressos. Criado em 2008 por um analista de sistemas
que ouvi menos na capital do estado e, por conseguinte, DSDL[RQDGR SRU OLWHUDWXUD R ³3mR H 3RHVLD´ Mi UHFHEHX
deixei de usar. Quando indago às pessoas se conhecem dois prêmios do Ministério da Cultura.
esse verbo, comumente escuto respostas como “minha Língua Portuguesa, n. 71, set. 2011.
DYyIDODLVVR´$SDUHQWHPHQWHSDUDPXLWRVIDODQWHVHVVH
verbo é algo do passado, que deixará de existir tão logo $SURSRVWDGHXPSURMHWRFRPRR³3mRH3RHVLD´REMHWLYD
essa geração antiga morrer. inovar em sua área de atuação, pois
As palavras são, em sua grande maioria, resultados A privilegia novos escritores em detrimento daqueles já
de uma tradição: elas já estavam lá antes de nascermos. consagrados.
³7UDGLomR´ HWLPRORJLFDPHQWH p R DWR GH HQWUHJDU GH B resgata poetas que haviam perdido espaços de
passar adiante, de transmitir (sobretudo valores culturais). publicação impressa.
O rompimento da tradição de uma palavra equivale à sua C prescinde de critérios de seleção em prol da
extinção. A gramática normativa muitas vezes colabora popularização da literatura.
criando preconceitos, mas o fator mais forte que motiva D propõe acesso à literatura a públicos diversos.
os falantes a extinguirem uma palavra é associar a
E alavanca projetos de premiações antes esquecidos.
SDODYUDLQÀXHQFLDGRVGLUHWDRXLQGLUHWDPHQWHSHODYLVmR
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AMAR25DOM16* 2015

QUESTÃO 126 QUESTÃO 128


No ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave Obesidade causa doença
em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia A obesidade tornou-se uma epidemia global, segundo
guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais a Organização Mundial da Saúde, ligada à Organização
provocaram deslizamentos de terras das encostas da das Nações Unidas. O problema vem atingindo um
Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia número cada vez maior de pessoas em todo o mundo,
da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, construída e entre as principais causas desse crescimento estão o
em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de modo de vida sedentário e a má alimentação.
500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi calculado Segundo um médico especialista em cirurgia de
na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros redução de estômago, a taxa de mortalidade entre
responsáveis pela construção da usina nuclear não homens obesos de 25 a 40 anos é 12 vezes maior quando
sabiam que o nome dado pelos índios continha informação comparada à taxa de mortalidade entre indivíduos de
sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. peso normal. O excesso de peso e de gordura no corpo
desencadeia e piora problemas de saúde que poderiam
Só descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer ser evitados. Em alguns casos, a boa notícia é que a
GL]HUµSHGUDSRGUH¶GHSRLVGRDFLGHQWH perda de peso leva à cura, como no caso da asma, mas
FREIRE, J. R. B. Disponível em: www.taquiprati.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).
em outros, como o infarto, não há solução.
Considerando-se a história da ocupação na região de FERREIRA, T. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 2 ago. 2012 (adaptado).
Angra dos Reis mencionada no texto, os fenômenos
2WH[WRDSUHVHQWDXPDUHÀH[mRVobre saúde e aponta o
naturais que a atingiram poderiam ter sido previstos e excesso de peso e de gordura corporal dos indivíduos
suas consequências minimizadas se como um problema, relacionando-o ao
A o acervo linguístico indígena fosse conhecido e A padrão estético, pois o modelo de beleza dominante
valorizado. na sociedade requer corpos magros.
B as línguas indígenas brasileiras tivessem sido B equilíbrio psíquico da população, pois esse quadro
substituídas pela língua geral. interfere na autoestima das pessoas.
C o conhecimento acadêmico tivesse sido priorizado C quadro clínico da população, pois a obesidade é
pelos engenheiros. um fator de risco para o surgimento de diversas
D a língua tupinambá tivesse palavras adequadas para doenças crônicas.
descrever o solo. D preconceito contra a pessoa obesa, pois ela sofre
E o laboratório tivesse sido construído de acordo com discriminação em diversos espaços sociais.
as leis ambientais vigentes na época. E desempenho na realização das atividades cotidianas,
pois a obesidade interfere na performance.
QUESTÃO 127
QUESTÃO 129
Azeite de oliva e óleo de linhaça: uma dupla imbatível Posso mandar por e-mail?
Rico em gorduras do bem, ela combate a obesidade, $WXDOPHQWH p FRPXP ³GLVSDUDU´ FXUUtFXORV QD
dá um chega pra lá no diabete e ainda livra o coração internet com a expectativa de alcançar o maior número
de entraves possível de selecionadores. Essa, no entanto, é uma
Ninguém precisa esquentar a cabeça caso não seja ideia equivocada: é preciso saber quem vai receber seu
possível usar os dois óleos juntinhos, no mesmo dia. currículo e se a vaga é realmente indicada para seu
SHU¿O VRE R ULVFR GH HVWDU ³TXHLPDQGR R ¿OPH´ FRP XP
Individualmente, o duo também bate um bolão. Segundo futuro empregador. Ao enviar o currículo por e-mail, tente
um estudo recente do grupo EurOlive, formado por saber quem vai recebê-lo e faça um texto sucinto de
instituições de cinco países europeus, os polifenóis do apresentação, com a sugestão a seguir:
azeite de oliva ajudam a frear a oxidação do colesterol
LDL, considerado perigoso. Quando isso ocorre, reduz- Assunto: Currículo para a vaga de gerente de marketing
se o risco de placas de gordura na parede dos vasos, Mensagem: Boa tarde. Meu nome é José da Silva e
a temida aterosclerose – doença por trás de encrencas gostaria de me candidatar à vaga de gerente de marketing.
como o infarto. Meu currículo segue anexo.
MANARINI, T. Saúde é vital, n. 347, fev. 2012 (adaptado).
Guia da língua 2010: modelos e técnicas. Língua Portuguesa, 2010 (adaptado).
3DUDGLYXOJDUFRQKHFLPHQWRGHQDWXUH]DFLHQWt¿FDSDUDXP
público não especializado, Manarini recorre à associação O texto integra um guia de modelos e técnicas de
elaboração de textos e cumpre a função social de
entre vocabulário formal e vocabulário informal. Altera-se
o grau de formalidade do segmento no texto, sem alterar A GLYXOJDU XP SDGUmR R¿FLDO GH UHGDomR H HQYLR GH
o sentido da informação, com a substituição de currículos.
B indicar um modelo de currículo para pleitear uma
A ³GiXPFKHJDSUDOiQRGLDEHWH´SRU³PDQGDHPERUD vaga de emprego.
RGLDEHWH´ C LQVWUXLUROHLWRUVREUHFRPRVHUH¿FLHQWHQRHQYLRGH
B ³HVTXHQWDUDFDEHoD´SRU³TXHEUDUDFDEHoD´ currículo por e-mail.
C ³EDWHXPEROmR´SRU³pXPshow´ D responder a uma pergunta de um assinante da revista
sobre o envio de currículo por e-mail.
D ³MXQWLQKRV´SRU³PLVWXUDGLQKRV´
E orientar o leitor sobre como alcançar o maior número
E “por trás de encrencaV´SRU³FDXVDGRUDGHSUREOHPDV´ possível de selecionadores de currículos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *AMAR25DOM17*
QUESTÃO 130 O texto Essa pequena registra a expressão subjetiva
do enunciador, trabalhada em uma linguagem informal,
Cântico VI comum na música popular. Observa-se, como marca da
Tu tens um medo de variedade coloquial da linguagem presente no texto, o
Acabar. uso de
Não vês que acabas todo o dia. A palavras emprestadas de língua estrangeira, de uso
Que morres no amor. inusitado no português.
Na tristeza. B expressões populares, que reforçam a proximidade
Na dúvida. entre o autor e o leitor.
No desejo.
C palavras polissêmicas, que geram ambiguidade.
Que te renovas todo dia.
No amor. D formas pronominais em primeira pessoa.
Na tristeza. E UHSHWLo}HVVRQRUDVQR¿QDOGRVYHUVRV
Na dúvida.
QUESTÃO 132
No desejo.
Que és sempre outro. Carta ao Tom 74
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas. Rua Nascimento Silva, cento e sete
Até não teres medo de morrer. Você ensinando pra Elizete
E então serás eterno.
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).
As canções de canção do amor demais
A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o Lembra que tempo feliz
homem em seu aspecto existencial. Em Cântico VI, o eu Ah, que saudade,
lírico exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à
condição humana, Ipanema era só felicidade
A a sublimação espiritual graças ao poder de se Era como se o amor doesse em paz
emocionar.
Nossa famosa garota nem sabia
B o desalento irremediável em face do cotidiano
repetitivo. A que ponto a cidade turvaria
C o questionamento cético sobre o rumo das atitudes Esse Rio de amor que se perdeu
humanas.
D a vontade inconsciente de perpetuar-se em estado Mesmo a tristeza da gente era mais bela
adolescente. E além disso se via da janela
E um receio ancestral de confrontar a imprevisibilidade
das coisas. Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
QUESTÃO 131
É preciso acabar com essa tristeza
Essa pequena
É preciso inventar de novo o amor
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente.
São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes
Meu dia voa e ela não acorda apresenta marcas do gênero textual carta, possibilitando
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida que o eu poético e o interlocutor
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
A compartilhem uma visão realista sobre o amor em
Não canso de contemplá-la
sintonia com o meio urbano.
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai B troquem notícias em tom nostálgico sobre as
mudanças ocorridas na cidade.
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai C IDoDPFRQ¿GrQFLDVXPDYH]TXHQmRVHHQFRQWUDP
Às vezes ela pinta a boca e sai mais no Rio de Janeiro.
Fique à vontade, eu digo, take your time D tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas da vida citadina.
O blues já valeu a pena E aceitem as transformações ocorridas em pontos
CHICO BUARQUE. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012. WXUtVWLFRVHVSHFt¿FRV

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AMAR25DOM18* 2015

QUESTÃO 133 5HSUHVHQWDQWHGD¿cção contemporânea, a prosa de Lygia


)DJXQGHV7HOOHVFRQ¿JXUDHGHVFRQVWUyLPRGHORVVRFLDLV
Aquarela No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)
O corpo no cavalete A FRQYLYrQFLD IUiJLO OLJDQGR SHVVRDV ¿QDQFHLUDPHQWH
é um pássaro que agoniza dependentes.
exausto do próprio grito.
B tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença
As vísceras vasculhadas
da matriarca.
principiam a contagem
C pacto de atitudes e valores mantidos à custa de
regressiva.
ocultações e hipocrisias.
No assoalho o sangue
se decompõe em matizes D WUDGLFLRQDO FRQÀLWR GH JHUDo}HV SURWDJRQL]DGR SHOD
que a brisa beija e balança: narradora e seus tios.
o verde – de nossas matas E YHODGD GLVFULPLQDomR UDFLDO UHÀHWLGD QD SURFXUD GH
o amarelo – de nosso ouro casamentos com europeus.
o azul – de nosso céu
o branco o negro o negro QUESTÃO 135
CACASO. In: HOLLANDA, H. B (Org.). 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007.
TEXTO I
Situado na vigência do Regime Militar que governou o
%UDVLO QD GpFDGD GH  R SRHPD GH &DFDVR HGL¿FD
uma forma de resistência e protesto a esse período,
metaforizando
A as artes plásticas, deturpadas pela repressão e censura.
B a natureza brasileira, agonizante como um pássaro
enjaulado.
C o nacionalismo romântico, silenciado pela perplexidade
com a Ditadura.
D R HPEOHPD QDFLRQDO WUDQV¿JXUDGR SHODV PDUFDV GR
medo e da violência.
E as riquezas da terra, espoliadas durante o aparelhamento
do poder armado.

QUESTÃO 134
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio.
As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram
maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah,
difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, FREUD, L. Francis Wyndham. Óleo sobre tela, 64 x 52 cm. Coleção pessoal, 1993.
dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa
família, frisava, lançando em redor olhares complacentes, TEXTO II
lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...] Lucian Freud é, como ele próprio gosta de relembrar
às pessoas, um biólogo. Mais propriamente, tem querido
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que
VDELDQDTXHODQRLWHQHJUDGDUHEHOLmR¿TXHLIXULRVD>@ UHJLVWUDUYHUGDGHVPXLWRHVSHFt¿FDVVREUHFRPRpWRPDU
posse deste determinado corpo nesta situação particular,
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas QHVWHHVSHFt¿FRHVSDoRGHWHPSR
Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou
SMEE, S. Freud. Köln: Taschen, 2010.
com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não
passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Considerando a intencionalidade do artista, mencionada
Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia no Texto II, e a ruptura da arte no século XX com o
falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou parâmetro acadêmico, a obra apresentada trata do(a)
o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o
convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. A H[DOWDomRGD¿JXUDPDVFXOLQD
³( WHP PDLV FRLVDV DLQGD PLQKD TXHULGLQKD´ DQXQFLRX B descrição precisa e idealizada da forma.
Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com
violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, C arranjo simétrico e proporcional dos elementos.
mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis? D representação do padrão do belo contemporâneo.
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. E ¿GHOLGDGHjIRUPDUHDOLVWDLVHQWDGRLGHDOGHSHUIHLomR

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 2015

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

PROVA ENEM 2016 *AZUL25DOM5*


QUESTÃO 93 QUESTÃO 95
Agua
al soñar que un cántaro
en la cabeza acarreas,
será éxito y triunfo lo que tú veas.
Bañarse en un río
donde el agua escalda,
es augurio de enemigos
y de cuchillo en la espalda.
Bañarse en un río de agua puerca,
es perder a alguien cerca.
ORTIZ, A.; FLORES FARFÁN, J. A. Sueños mexicanos. México: Artes de México, 2012.

O poema retoma elementos da cultura popular


PH[LFDQDTXHUHÀHWHPXPGRVDVSHFWRVTXHDFRQVWLWXL
caracterizado pela ACCIÓN POÉTICA LIMA. Disponível em: https://twitter.com. Acesso em: 30 maio 2016.

A percepção dos perigos de banhar-se em rios de 1HVVHJUD¿WHUHDOL]DGRSRUXPJUXSRTXHID]LQWHUYHQo}HV


águas poluídas. artísticas na cidade de Lima, há um jogo de palavras com
RYHUER³SRQHU´1DSULPHLUDRFRUUrQFLDRYHUERHTXLYDOH
B crença na relevância dos sonhos como premonições
D³YHVWLUXPDURXSD´MiQDVHJXQGDLQGLFD
ou conselhos.
A início de ação.
C necessidade de resgate da tradição de carregar água
B mudança de estado.
em cântaros.
C conclusão de ideia.
D exaltação da importância da preservação da água.
D simultaneidade de fatos.
E cautela no trato com inimigos e pessoas traiçoeiras.
E continuidade de processo.
QUESTÃO 94
Inestabilidad estable Questões de 96 a 135
Los que llevan toda la vida esforzándose por conseguir
XQSHQVDPLHQWRHVWDEOHFRQVX¿FLHQWHVROLGH]FRPRSDUD QUESTÃO 96
evitar que la incertidumbre se apodere de sus habilidades, Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações,
todas esas lecciones sobre cómo asegurarse el porvenir, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de
aquellos que nos aconsejaban que nos dejáramos de DWULEXLUOKHVLJQL¿FDGRFRQVHJXLUUHODFLRQiORDWRGRVRV
EDJDWHODV SRpWLFDV \ HQFRQWUiUDPRV XQ WUDEDMR ¿MR \ RXWURV WH[WRV VLJQL¿FDWLYRV SDUD FDGD XP UHFRQKHFHU
etcétera, abuelos, padres, maestros, suegros, bancos y nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da
própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se
seguradoras, nos estaban dando gato por liebre.
contra ela, propondo uma outra não prevista.
Y el mundo, este mundo que nos han creado, que LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.
al tocarlo en la pantalla creemos estar transformando a 1HVVHWH[WRDDXWRUDDSUHVHQWDUHÀH[}HVVREUHRSURFHVVR
medida de nuestro deseo, nos está modelando según de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem.
XQ FRH¿FLHQWH GH UHQWDELOLGDG QRV HVWi OLFXDQGR SDUD Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de
LQWHJUDUQRVDVXPHWDEROLVPRUHÀHMR o texto
)(51È1'(=52-$12*'LVSRQtYHOHPKWWSGLDULRMDHQHV$FHVVRHPPDLR A ressaltar a importância da intertextualidade.
O título do texto antecipa a opinião do autor pelo uso de B propor leituras diferentes das previsíveis.
dois termos contraditórios que expressam o sentido de C apresentar o ponto de vista da autora.
A competitividade e busca do lucro, que caracterizam a D discorrer sobre o ato de leitura.
sociedade contemporânea. E focar a participação do leitor.
B EXVFD GH HVWDELOLGDGH ¿QDQFHLUD H HPRFLRQDO TXH
marca o mundo atual.
C negação dos valores defendidos pelas gerações
anteriores em relação ao trabalho.
D QHFHVVLGDGHGHUHDOL]DomRSHVVRDOHSUR¿VVLRQDOQR
sistema vigente.
E permanência da inconstância em uma sociedade
marcada por contínuas mudanças.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*AZUL25DOM6*
QUESTÃO 97 QUESTÃO 99
O hoax, como é chamado qualquer boato ou farsa PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.
na internet, pode espalhar vírus entre os seus contatos. BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer
Falsos sorteios de celulares ou frases que Clarice falar com você.
Lispector nunca disse são exemplos de hoax. Trata-se EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá
de boatos recebidos por e-mail ou compartilhados em fora, mas não quero falar com ele.
redes sociais. Em geral, são mensagens dramáticas BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.
ou alarmantes que acompanham imagens chocantes, (85,&­29RFrTXHIRLQRLYDGHOH(XQmR
falam de crianças doentes ou avisam sobre falsos vírus.
BENONA: Isso são coisas passadas.
O objetivo de quem cria esse tipo de mensagem pode
ser apenas se divertir com a brincadeira (de mau gosto), EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi
prejudicar a imagem de uma empresa ou espalhar uma meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro,
se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um
ideologia política.
patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece
Se o hoax for do tipo phishing (derivado de ¿VKLQJ que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco
pescaria, em inglês) o problema pode ser mais grave: atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia.
o usuário que clicar pode ter seus dados pessoais Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a,
ou bancários roubados por golpistas. Por isso é tão como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele
LPSRUWDQWH¿FDUDWHQWR está enganado. Santo Antônio há de proteger minha
VIMERCATE, N. Disponível em: www.techtudo.com.br. Acesso em: 1 maio 2013 (adaptado). pobreza e minha devoção.
Ao discorrer sobre os hoaxes, o texto sugere ao leitor, SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).

como estratégia para evitar essa ameaça, 1HVVHWH[WRWHDWUDORHPSUHJRGDVH[SUHVV}HV³RSHVWH´


A recusar convites de jogos e brincadeiras feitos pela H³FDFKRUURGDPROHVW¶D´FRQWULEXLSDUD
internet. A marcar a classe social das personagens.
B analisar a linguagem utilizada nas mensagens recebidas. B caracterizar usos linguísticos de uma região.
C FODVVL¿FDURVFRQWDWRVSUHVHQWHVHPVXDVUHGHVVRFLDLV C enfatizar a relação familiar entre as personagens.
D XWLOL]DUSURJUDPDVTXHLGHQWL¿TXHPIDOVRVYtUXV D sinalizar a influência do gênero nas escolhas
vocabulares.
E desprezar mensagens que causem comoção.
E demonstrar o tom autoritário da fala de uma das
QUESTÃO 98 personagens.
QUESTÃO 100
Soneto VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
4XDQWRSRGHGRVDQRVRSURJUHVVR
ÈUYRUHVDTXLYLWmRÀRUHVFHQWHV
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tuGRGHJHQHUD
TOZZI, C. Colcha de retalhos0RVDLFR¿JXUDWLYR(VWDomRGH0HWU{6p'LVSRQtYHOHP COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.
www.arteforadomuseu.com.br. Acesso em: 8 mar. 2013.
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação
Colcha de retalhos representa a essência do mural e GD SDLVDJHP SHUPLWH DR HX OtULFR XPD UHÀH[mR HP TXH
convida o público a transparece uma
A apreciar a estética do cotidiano. A angústia provocada pela sensação de solidão.
B interagir com os elementos da composição. B resignação diante das mudanças do meio ambiente.
C UHÀHWLUVREUHHOHPHQWRVGRLQFRQVFLHQWHGRDUWLVWD C dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
D reconhecer a estética clássica das formas. D intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
E contemplar a obra por meio da movimentação física. E empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AZUL25DOM7*
QUESTÃO 101 QUESTÃO 103
O senso comum é que só os seres humanos são TEXTO I
capazes de rir. Isso não é verdade? Nesta época do ano, em que comprar
Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, compulsivamente é a principal preocupação de boa
da expressão física do riso, do movimento da face e da SDUWH GD SRSXODomR p LPSUHVFLQGtYHO UHÀHWLUPRV VREUH
a importância da mídia na propagação de determinados
vocalização — nós compartilhamos com diversos animais.
comportamentos que induzem ao consumismo
Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx
— que nós não somos capazes de perceber — e que aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem
HOHV HPLWHP TXDQGR HVWmR EULQFDQGR GH ³URODU QR FKmR´ fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além
Acontecendo de o cientista provocar um dano em um GD PHUD PDWHULDOLGDGH $V FRLVDV VmR SHUVRQL¿FDGDV
ORFDO HVSHFt¿FR QR FpUHEUR R UDWR GHL[D GH ID]HU HVVD H DV SHVVRDV VmR FRLVL¿FDGDV (P RXWURV WHUPRV XP
vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre
outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia ou a ostentação de objetos de determinadas marcas
dos animais é que não temos apenas esse mecanismo famosas são alguns dos fatores que conferem maior
valorização e visibilidade social a um indivíduo.
básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o
LADEIRA, F. F. 5HÀH[}HVVREUHRFRnsumismo. Disponível em:
senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 18 jan. 2015.
KXPRU2FyUWH[DSDUWHVXSHU¿FLDOGRFpUHEURGHOHVQmR TEXTO II
é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais
Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa
que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada. YLGD PRGL¿FD QRVVDV UHODo}HV JHUD H UHJH VHQWLPHQWRV
Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado). engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz
A coesão textual é responsável por estabelecer relações gozar. Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no
entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando
GHRFLHQWLVWDSURYRFDUXPGDQRHPXPORFDOHVSHFt¿FR nossa imaginação e nossa capacidade de desejar,
consumimos e somos consumidos. Numa época toda
QRFpUHEUR´YHUL¿FDVHTXHHOHHVWDEHOHFHFRPDRUDomR
FRGL¿FDGD FRPR D QRVVD R FyGLJR GD DOPD R FyGLJR GR
seguinte uma relação de VHU  YLURX FyGLJR GR FRQVXPLGRU )DVFtQLR SHOR FRQVXPR
A ¿QDOLGDGHSRUTXHRVGDQRVFDXVDGRVDRFpUHEURWrP fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma,
SRU¿QDOLGDGHSURYRFDUDIDOWDGHYRFDOL]DomRGRVUDWRV lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e
B oposição, visto que o dano causado em um local corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo.
%$5&(//26*A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br.
HVSHFt¿FRQRFpUHEURpFRQWUiULRjYRFDOL]DomRGRVUDWRV Acesso em: 18 jan. 2015.

C FRQGLomRSRLVpSUHFLVRTXHVHWHQKDOHVmRHVSHFt¿FD (VVHV WH[WRV SURS}HP XPD UHÀH[mR FUtWLFD VREUH R


no cérebro para que não haja vocalização dos ratos. consumismo. Ambos partem do ponto de vista de que
D consequência, uma vez que o motivo de não haver mais esse hábito
vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro. A desperta o desejo de ascensão social.
E proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro B provoca mudanças nos valores sociais.
não é mais possível que haja vocalização dos ratos. C advém de necessidades suscitadas pela publicidade.
D deriva da inerente busca por felicidade pelo ser humano.
QUESTÃO 102
E resulta de um apelo do mercado em determinadas datas.
Mandinga — Era a denominação que, no período
das grandes navegações, os portugueses davam à costa QUESTÃO 104
ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de Quem procura a essência de um conto no espaço que
feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideravam ¿FD HQWUH D REUD H VHX DXWRU FRPHWH XP HUUR p PXLWR
bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam PHOKRUSURFXUDUQmRQRWHUUHQRTXH¿FDHQWUHRHVFULWRU
H VXD REUD PDV MXVWDPHQWH QR WHUUHQR TXH ¿FD HQWUH R
indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma
texto e seu leitor.
nativo, manding designava terra de feiticeiros. A palavra OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento).
acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.
A progressão temática de um texto pode ser estruturada
COTRIM, M. O pulo do gato 3. 6mR3DXOR*HUDomR(GLWRULDO IUDJPHQWR 
por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais
1RWH[WRHYLGHQFLDVHTXHDFRQVWUXomRGRVLJQL¿FDGRGD se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois
palavra mandinga resulta de um(a) pontos caracteriza uma operação textual realizada com a
A contexto sócio-histórico. ¿QDOLGDGHGH
A comparar elementos opostos.
B diversidade étnica.
B relacionar informações gradativas.
C GHVFREHUWDJHRJUi¿FD
C LQWHQVL¿FDUXPSUREOHPDFRQFHLWXDO
D apropriação religiosa.
D introduzir um argumento esclarecedor.
E contraste cultural. E assinalar uma consequência hipotética.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*AZUL25DOM8*
QUESTÃO 105 QUESTÃO 106
Até que ponto replicar conteúdo é crime? “A internet

A ÁG U A HDSLUDWDULDVmRLQVHSDUiYHLV´GL]RGLUHWRUGRLQVWLWXWR
de pesquisas americano Social Science Research

IN VISÍVEL Council. “Há uma infraestrutura pequena para controlar


quem é o dono dos arquivos que circulam na rede. Isso
Assim com o a água corresponde a até
70% do nosso peso, ela tam bém acabou com o controle sobre a propriedade e tem sido
com põe m uito daquilo que com em os, GHVFULWR FRPR SLUDWDULD PDV p LQHUHQWH j WHFQRORJLD´
vestim os e usam os, ainda que
C ada quilo de carne indiretam ente. D¿UPD R GLUHWRU 2 DWR GH GLVWULEXLU FySLDV GH XP
ce
bovina,por exem plo, de rv trabalho sem a autorização dos seus produtores pode,

eja
opo
exige em m édia 75
sim, ser considerado crime, mas nem sempre essa

=
15 m illitros de água litros

1c
para ser produzido —
desde a produção distribuição gratuita lesa os donos dos direitos autorais.
de pão
do alim ento do gado g Pelo contrário. Veja o caso do livro O alquimista, do
1k

=
até a lim peza de 1.600
seus dejetos. litros escritor Paulo Coelho. Após publicar, para download
O Brasilé um grande
exportadorde água gratuito, uma versão traduzida da obra em seu blog,
na form a de soja Coelho viu as vendas do livro em papel explodirem.
e cereais. ovo =
1 BARRETO, J.; MORAES, M. A internet existe sem pirataria?
3.340 Veja, n. 2 308, 13 fev. 2013 (adaptado).
litros

ol
de algo De acordo com o texto, o impacto causado pela internet
propicia a
1 lenç

10.600
o=

litros
A banalização da pirataria na rede.
B adoção de medidas favoráveis aos editores.
C implementação de leis contra crimes eletrônicos.
EC O N O M IZAR BEN S D E C O N SU M O E EVITAR O D ESPER D ÍC IO D reavaliação do conceito de propriedade intelectual.
TAM BÉM É PO U PAR ÁG U A.
E ampliação do acesso a obras de autores reconhecidos.
National Geographic Brasil, n. 151, out. 2012 (adaptado).

Nessa campanha publicitária, para estimular a economia QUESTÃO 107


de água, o leitor é incitado a (PFDVD+LGHRDLQGDSRGLDVHJXLU¿HODRLPSHUDGRU
A adotar práticas de consumo consciente. japonês e às tradições que trouxera no navio que
B alterar hábitos de higienização pessoal e residencial. aportara em Santos. […] Por isso Hideo exigia que, aos
C contrapor-se a formas indiretas de exportação de água. domingos, todos estivessem juntos durante o almoço.
D optar por vestuário produzido com matéria-prima (OH VH VHQWDYD j FDEHFHLUD GD PHVD j GLUHLWD ¿FDYD
reciclável. +DQDVKLURTXHHUDRSULPHLUR¿OKRH+LWRVKLRVHJXQGR
E conscientizar produtores rurais sobre os custos de e à esquerda, Haruo, depois Hiroshi, que era o mais
produção. QRYR >«@$ HVSRVD TXH WDPEpP HUD PmH H DV ¿OKDV
que também eram irmãs, aguardavam de pé ao redor da
mesa […]. Haruo reclamava, não se cansava de reclamar:
que se sentassem também as mulheres à mesa, que era
um absurdo aquele costume. Quando se casasse, se
sentariam à mesa a esposa e o marido, um em frente
ao outro, porque não era o homem melhor que a mulher
para ser o primeiro […]. Elas seguiam de pé, a mãe um
SRXFRFDQVDGDGRVSURWHVWRVGR¿OKRSRLVRPRPHQWRGR
almoço era sagrado, não era hora de levantar bandeiras
inúteis […].
NAKASATO, O. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011 (fragmento).

Referindo-se a práticas culturais de origem nipônica, o


narrador registra as reações que elas provocam na família
e mostra um contexto em que
A a obediência ao imperador leva ao prestígio pessoal.
B as novas gerações abandonam seus antigos hábitos.
C a refeição é o que determina a agregação familiar.
D RVFRQÀLWRVGHJrQHURWHQGHPDVHUQHXWUDOL]DGRV
E o lugar à mesa metaforiza uma estrutura de poder.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AZUL25DOM9*
QUESTÃO 108 QUESTÃO 110
Centro das atenções em um planeta cada vez mais Pérolas absolutas
interconectado, a Floresta Amazônica expõe inúmeros Há, no seio de uma ostra, um movimento — ainda que
dilemas. Um dos mais candentes diz respeito à madeira LPSHUFHSWtYHO 4XDOTXHU FRLVD LPLVFXLXVH SHOD ¿VVXUD
e sua exploração econômica, uma saga que envolve os uma partícula qualquer, diminuta e invisível. Venceu as
PXLWRVGHVD¿RVSDUDDFRQVHUYDomRGRVUHFXUVRVQDWXUDLV paredes lacradas, que se fecham como a boca que tem
às gerações futuras. medo de deixar escapar um segredo. Venceu. E agora
Com o olhar jornalístico, crítico e ao mesmo tempo penetra o núcleo da ostra, contaminando-lhe a própria
didático, adentramos a Amazônia em busca de histórias e substância. A ostra reage, imediatamente. E começa
sutilezas que os dados nem sempre revelam. Lapidamos a secretar o nácar. É um mecanismo de defesa, uma
HVWDWtVWLFDV H HVWXGRV FLHQWt¿FRV SDUD FRQVWUXLU XPD WHQWDWLYD GH SXUL¿FDomR FRQWUD D SDUWtFXOD LQYDVRUD
síntese útil a quem direciona esforços para conservar a Com uma paciência de fundo de mar, a ostra profanada
continua seu trabalho incansável, secretando por anos a
ÀRUHVWDVHMDQRVHWRUS~EOLFRVHMDQRVHWRUSULYDGRVHMD
¿RRQiFDUTXHDRVSRXFRVVHYDLVROLGL¿FDQGReGHVVD
na sociedade civil.
VROLGL¿FDomRTXHQDVFHPDVSpURODV
*XLDGDFRPRXPDUHSRUWDJHPULFDHPLQIRUPDo}HV As pérolas são, assim, o resultado de uma
ilustradas, a obra Madeira de ponta a ponta revela a contaminação. A arte por vezes também. A arte é
diversidade de fraudes na cadeia de produção, transporte quase sempre a transformação da dor. [...] Escrever
e comercialização da madeira, bem como as iniciativas é preciso. É preciso continuar secretando o nácar,
de boas práticas que se disseminam e trazem esperança formar a pérola que talvez seja imperfeita, que talvez
rumo a um modelo de convivência entre desenvolvimento jamais seja encontrada e viva para sempre encerrada
HPDQXWHQomRGDÀRUHVWD no fundo do mar. Talvez estas, as pérolas esquecidas,
VILLELA, M.; SPINK, P. In: ADEODATO, S. et al. Madeira de ponta a ponta: o caminho jamais achadas, as pérolas intocadas e por isso
GHVGHDÀRUHVWDDWpRFRQVXPR6mR3DXOR)*95$( DGDSWDGR 
absolutas em si mesmas, guardem em si uma parcela
$ ¿P GH DOFDQoDU VHXV REMHWLYRV FRPXQLFDWLYRV RV faiscante da eternidade.
autores escreveram esse texto para SEIXAS, H. Uma ilha chamada livro. Rio de Janeiro: Record, 2009 (fragmento).

A apresentar informações e comentários sobre o livro. Considerando os aspectos estéticos e semânticos


B QRWLFLDUDVGHVFREHUWDVFLHQWt¿FDVRULXQGDVGDSHVTXLVD SUHVHQWHV QR WH[WR D LPDJHP GD SpUROD FRQ¿JXUD XPD
percepção que
C defender as práticas sustentáveis de manejo da madeira.
A reforça o valor do sofrimento e do esquecimento para
D ensinar formas de combate à exploração ilegal de madeira. o processo criativo.
E demonstrar a importância de parcerias para a realização B LOXVWUDRFRQÀLWRHQWUHDSURFXUDGRQRYRHDUHMHLomR
da pesquisa. ao elemento exótico.
QUESTÃO 109 C concebe a criação literária como trabalho progressivo
e de autoconhecimento.
D expressa a ideia de atividade poética como experiência
anônima e involuntária.
E destaca o efeito introspectivo gerado pelo contato
com o inusitado e com o desconhecido.
QUESTÃO 111
Querido diário
Hoje topei com alguns conhecidos meus
Me dão bom-dia, cheios de carinho
'L]HPSDUDHXWHUPXLWDOX]¿FDUFRP'HXV
Disponível em: www.paradapelavida.com.br. Acesso em: 15 nov. 2014.
Eles têm pena de eu viver sozinho
[...]
Nesse texto, a combinação de elementos verbais e não Hoje o inimigo veio me espreitar
YHUEDLVFRQ¿JXUDVHFRPRHVWUDWpJLDDUJXPHQWDWLYDSDUD Armou tocaia lá na curva do rio
A manifestar a preocupação do governo com a Trouxe um porrete a mó de me quebrar
segurança dos pedestres. Mas eu não quebro porque sou macio, viu
HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2013 (fragmento).
B associar a utilização do celular às ocorrências de
atropelamento de crianças. Uma característica do gênero diário que aparece na letra
da canção de Chico Buarque é o(a)
C orientar pedestres e motoristas quanto à utilização
responsável do telefone móvel. A diálogo com interlocutores próximos.
D LQÀXHQFLDURFRPSRUWDPHQWRGHPRWRULVWDVHPUHODomR B UHFRUUrQFLDGHYHUERVQRLQ¿QLWLYR
ao uso de celular no trânsito. C predominância de tom poético.
E alertar a população para os riscos da falta de atenção D uso de rimas na composição.
no trânsito das grandes cidades. E QDUUDWLYDDXWRUUHÀH[LYD
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*AZUL25DOM10*
QUESTÃO 112 1HVVHWH[WRDUHÀH[mRVREUH o processo criativo aponta
para uma concepção de atividade poética que põe em
Galinha cega
evidência o(a)
O dono correu atrás de sua branquinha, agarrou-a,
lhe examinou os olhos. Estavam direitinhos, graças a A angustiante necessidade de produção, presente em
Deus, e muito pretos. Soltou-a no terreiro e lhe atirou mais ³(VFUHYHUVySDUDPHOLYUDUGHHVFUHYHU´
milho. A galinha continuou a bicar o chão desorientada. B imprevisível percurso da composição, presente em
Atirou ainda mais, com paciência, até que ela se fartasse. ³QRDWDOKRDEHUWRDWDOKHGHIRLFHQRFDPLQKRGHUDWR´
Mas não conseguiu com o gasto de milho, de que as C agressivo trabalho de supressão, presente em “corto as
outras se aproveitaram, atinar com a origem daquela SDODYUDVUHQWHVFRPWHVRXUDGHMDUGLPFHJDHEUXWD´
desorientação. Que é que seria aquilo, meu Deus do
céu? Se fosse efeito de uma pedrada na cabeça e se D inevitável frustração diante do poema, presente
soubesse quem havia mandado a pedra, algum moleque HP ³0DV WXGR GHVD¿QD R SHQVDPHQWR SHVD WDQWR
da vizinhança, aí… Nem por sombra imaginou que era a TXDQWRRFRUSR´
cegueira irremediável que principiava. E FRQÀLWXRVD UHODomR FRP D LQVSLUDomR SUHVHQWH HP
Também a galinha, coitada, não compreendia nada, ³VHQWLQGRIDOWDGRVDFRPSDQKDPHQWRVH¿JXUDVVHP
absolutamente nada daquilo. Por que não vinham mais IRUoDGHH[SUHVVmR´
os dias luminosos em que procurava a sombra das QUESTÃO 114
pitangueiras? Sentia ainda o calor do sol, mas tudo quase
sempre tão escuro. Quase que já não sabia onde é que
estava a luz, onde é que estava a sombra.
*8,0$5$(16-$Contos e novelas. Rio de Janeiro: Imago, 1976 (fragmento).

Ao apresentar uma cena em que um menino atira milho


às galinhas e observa com atenção uma delas, o narrador
explora um recurso que conduz a uma expressividade
fundamentada na
A captura de elementos da vida rural, de feições
peculiares.
B caracterização de um quintal de sítio, espaço de
descobertas.
C confusão intencional da marcação do tempo, centrado
na infância.
A origem da obra de arte (2002) é uma instalação seminal
D apropriação de diferentes pontos de vista,
na obra de Marilá Dardot. Apresentada originalmente em
incorporados afetivamente.
sua primeira exposição individual, no Museu de Arte da
E IUDJPHQWDomR GR FRQÀLWR JHUDGRU GLVWHQGLGR FRPR Pampulha, em Belo Horizonte, a obra constitui um convite
apoio à emotividade.
para a interação do espectador, instigado a compor palavras
QUESTÃO 113 e sentenças e a distribuí-las pelo campo. Cada letra tem
Sem acessórios nem som o feitio de um vaso de cerâmica (ou será o contrário?) e,
à disposição do espectador, encontram-se utensílios de
Escrever só para me livrar plantio, terra e sementes. Para abrigar a obra e servir de
de escrever.
ponto de partida para a criação dos textos, foi construído
Escrever sem ver, com riscos
sentindo falta dos acompanhamentos um pequeno galpão, evocando uma estufa ou um ateliê
com as mesmas lesmas de jardinagem. As 1 500 letras-vaso foram produzidas
H¿JXUDVVHPIRUoDGHH[SUHVVmR pela cerâmica que funciona no Instituto Inhotim, em Minas
0DVWXGRGHVD¿QD *HUDLVQXPSURFHVVRTXHGXURXYiULRVPHVHVHFRQWRXFRP
o pensamento pesa a participação de dezenas de mulheres das comunidades
tanto quanto o corpo do entorno. Plantar palavras, semear ideias é o que nos
enquanto corto os conectivos propõe o trabalho. No contexto de Inhotim, onde natureza
corto as palavras rentes e arte dialogam de maneira privilegiada, esta proposição se
com tesoura de jardim torna, de certa maneira, mais perto da possibilidade.
cega e bruta Disponível em: www.inhotim.org.br. Acesso em: 22 maio 2013 (adaptado).
com facão de mato. A função da obra de arte como possibilidade de
Mas a marca deste corte experimentação e de construção pode ser constatada no
WHPTXH¿FDU trabalho de Marilá Dardot porque
nas palavras que sobraram.
A o projeto artístico acontece ao ar livre.
Qualquer coisa do que desapareceu
continuou nas margens, nos talos B o observador da obra atua como seu criador.
no atalho aberto a talhe de foice C a obra integra-se ao espaço artístico e botânico.
no caminho de rato. D as letras-vaso são utilizadas para o plantio de mudas.
FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. E as mulheres da comunidade participam na confecção
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003. das peças.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AZUL25DOM11*
QUESTÃO 115 QUESTÃO 117
O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma Você pode não acreditar
interessante certidão de nascimento. De repente, no
¿P GR VpFXOR ;9,, RV SRHWDV GH /LVERD UHSDUDUDP TXH Você pode não acreditar: mas houve um tempo em
não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele TXHRVOHLWHLURVGHL[DYDPDVJDUUD¿QKDVGHOHLWHGRODGR
ser um manancial de metáforas, pois possuía um nome de fora das casas, seja ao pé da porta, seja na janela.
³LQGHFRURVR´TXHQmRSRGLDVHU³XVDGRHPSDSpLVVpULRV´ A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo,
caga-lume. Foi então que o dicionarista Raphael Bluteau de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que
inventou a nova palavra, pirilampo, a partir do grego pyr, alguém pudesse roubar aquilo.
VLJQL¿FDQGRµIRJR¶HlampasµFDQGHLD¶ Você pode não acreditar: mas houve um tempo em
FERREIRA, M. B. Caminhos do português: exposição comemorativa do Ano Europeu
das Línguas. Portugal: Biblioteca Nacional, 2001 (adaptado).
que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na
janela que dava para a rua. A gente passava e via aquilo
O texto descreve a mudança ocorrida na nomeação do
como uma coisa normal.
inseto, por questões de tabu linguístico. Esse tabu diz
respeito à Você pode não acreditar: mas houve um tempo em
A UHFXSHUDomRKLVWyULFDGRVLJQL¿FDGR que você saía à noite para namorar e voltava andando
pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente,
B ampliação do sentido de uma palavra. sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para
C produção imprópria de poetas portugueses. trás, sem temer as sombras.
D GHQRPLQDomRFLHQWt¿FDFRPEDVHHPWHUPRVJUHJRV Você pode não acreditar: houve um tempo em que as
E restrição ao uso de um vocábulo pouco aceito socialmente. pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da
tarde ou à noite, contavam casos, tomavam café, falavam
QUESTÃO 116 da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de
Primeira lição bonde às suas casas.
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, Você pode não acreditar: mas houve um tempo
épico, ligeiro. em que o namorado primeiro ficava andando com a
O gênero lírico compreende o lirismo. moça numa rua perto da casa dela, depois passava a
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da
e pessoal. família. Era sinal de que já estava praticamente noivo
É a linguagem do coração, do amor. e seguro.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os Houve um tempo em que havia tempo.
versos sentimentais eram declamados ao som da lira. Houve um tempo.
O lirismo pode ser: SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas, 5 maio 2013 (fragmento).
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase
Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não
sempre a morte.
DFUHGLWDU PDV KRXYH XP WHPSR HP TXH´ FRQ¿JXUDVH
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
como uma estratégia argumentativa que visa
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a A surpreender o leitor com a descrição do que as pessoas
HQGHFKDRHSLWi¿RHRHSLFpGLR faziam durante o seu tempo livre antigamente.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes. B sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta. se relacionavam entre si num tempo mais aprazível.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era C advertir o leitor mais jovem sobre o mau uso que se
incinerado. faz do tempo nos dias atuais.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração. D incentivar o leitor a organizar melhor o seu tempo sem
(SLWi¿RpXPSHTXHQRYHUVRJUDYDGRHPSHGUDVWXPXODUHV deixar de ser nostálgico.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma
E convencer o leitor sobre a veracidade de fatos
pessoa morta.
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. relativos à vida no passado.
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as
GH¿QLo}HVDSUHVHQWDGDVHRSURFHVVRGHFRQVWUXomRGR
texto indica que o(a)
A caráter descritivo dos versos assinala uma concepção
irônica de lirismo.
B tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar
de expressão poética.
C seleção e o recorte do tema revelam uma visão
pessimista da criação artística.
D enumeração de distintas manifestações líricas produz
um efeito de impessoalidade.
E referência a gêneros poéticos clássicos expressa a
adesão do eu lírico às tradições literárias.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*AZUL25DOM12*
QUESTÃO 118 FDPDIHX¿OLJUDQDGRGHRXURHVSHWDGRQRSHLWRSDVVRX
DPmRSHOREURFKH6HFD2IHQGLGD"3HUJXQWRXD¿QDOD
O livro A fórmula secreta conta a história de um Angela Pralini:
episódio fundamental para o nascimento da matemática
moderna e retrata uma das disputas mais virulentas da — É por causa de mim que a senhorita deseja trocar
ciência renascentista. Fórmulas misteriosas, duelos de lugar?
LISPECTOR, C. Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro:
S~EOLFRVWUDLo}HVJHQLDOLGDGHDPELomR²HPDWHPiWLFD Nova Fronteira, 1980 (fragmento).
Esse é o instigante universo apresentado no livro, que A descoberta de experiências emocionais com base
resgata a história dos italianos Tartaglia e Cardano e da no cotidiano é recorrente na obra de Clarice Lispector.
fórmula revolucionária para resolução de equações de No fragmento, o narrador enfatiza o(a)
terceiro grau. A obra reconstitui um episódio polêmico
que marca, para muitos, o início do período moderno da A comportamento vaidoso de mulheres de condição
social privilegiada.
matemática.
B anulação das diferenças sociais no espaço público de
Em última análise, A fórmula secreta apresenta-se
uma estação.
como uma ótima opção para conhecer um pouco mais
sobre a história da matemática e acompanhar um dos C incompatibilidade psicológica entre mulheres de
GHEDWHV FLHQWt¿FRV PDLV LQÀDPDGRV GR VpFXOR ;9, QR gerações diferentes.
campo. Mais do que isso, é uma obra de fácil leitura e D constrangimento da aproximação formal de pessoas
uma boa mostra de que é possível abordar temas como desconhecidas.
álgebra de forma interessante, inteligente e acessível ao E sentimento de solidão alimentado pelo processo de
grande público. envelhecimento.
*$5&,$0Duelos, segredos e matemática. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br.
Acesso em: 6 out. 2015 (adaptado). QUESTÃO 120
Na construção textual, o autor realiza escolhas para Esses chopes dourados
cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função
social desse texto é [...]
A interpretar a obra a partir dos acontecimentos da quando a geração de meu pai
narrativa. batia na minha
a minha achava que era normal
B apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo
que a geração de cima
impessoal.
só podia educar a de baixo
C fazer a apreciação de uma obra a partir de uma batendo
síntese crítica.
quando a minha geração batia na de vocês
D informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos
ainda não sabia que estava errado
na obra.
mas a geração de vocês já sabia
E FODVVL¿FDUDREUDFRPRXPDUHIHUrQFLDSDUDHVWXGLRVRV e cresceu odiando a geração de cima
da matemática.
aí chegou esta hora
QUESTÃO 119 em que todas as gerações já sabem de tudo
A partida de trem e é péssimo
ter pertencido à geração do meio
Marcava seis horas da manhã. Angela Pralini pagou
o táxi e pegou sua pequena valise. Dona Maria Rita de tendo errado quando apanhou da de cima
Alvarenga Chagas Souza Melo desceu do Opala da e errado quando bateu na de baixo
¿OKD H HQFDPLQKDUDPVH SDUD RV WULOKRV$ YHOKD EHP e sabendo que apesar de amaldiçoados
vestida e com joias. Das rugas que a disfarçavam saía éramos todos inocentes.
a forma pura de um nariz perdido na idade, e de uma
boca que outrora devia ter sido cheia e sensível. Mas WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros
do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento).
que importa? Chega-se a um certo ponto — e o que foi
não importa. Começa uma nova raça. Uma velha não Ao expressar uma percepção de atitudes e valores
SRGHFRPXQLFDUVH5HFHEHXREHLMRJHODGRGHVXD¿OKD situados na passagem do tempo, o eu lírico manifesta
que foi embora antes do trem partir. Ajudara-a antes a uma angústia sintetizada na
subir no vagão. Sem que neste houvesse um centro, ela A compreensão da efemeridade das convicções antes
se colocara do lado. Quando a locomotiva se pôs em vistas como sólidas.
movimento, surpreendeu-se um pouco: não esperava B consciência das imperfeições aceitas na construção
que o trem seguisse nessa direção e sentara-se de do senso comum.
costas para o caminho. C revolta das novas gerações contra modelos
Angela Pralini percebeu-lhe o movimento e perguntou: tradicionais de educação.
— A senhora deseja trocar de lugar comigo? D incerteza da expectativa de mudança por parte das
Dona Maria Rita se espantou com a delicadeza, futuras gerações.
disse que não, obrigada, para ela dava no mesmo. E crueldade atribuída à forma de punição praticada
Mas parecia ter-se perturbado. Passou a mão sobre o pelos mais velhos.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AZUL25DOM13*
QUESTÃO 121 Cumpre destacar que apesar de o sangue doado
ser testado para as doenças transmissíveis conhecidas
Antiode no momento, existe um período chamado de janela
Poesia, não será esse imunológica em que um doador contaminado por um
o sentido em que determinado vírus pode transmitir a doença através do
ainda te escrevo: seu sangue.
ÀRU 7HHVFUHYR DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE
ÀRU1mRXPD 48(09$,5(&(%(56(86$1*8(
ÀRUQHPDTXHOD Disponível em: www.prosangue.sp.gov.br. Acesso em: 24 abr. 2015 (adaptado).
ÀRUYLUWXGH²HP
disfarçados urinóis). Nessa campanha, as informações apresentadas têm
como objetivo principal
Flor é a palavra
ÀRUYHUVRLQVFULWR A conscientizar o doador de sua corresponsabilidade
no verso, como as pela qualidade do sangue.
manhãs no tempo. B garantir a segurança de pessoas de grupos de risco
Flor é o salto durante a doação de sangue.
da ave para o voo: C esclarecer o público sobre a segurança do processo
o salto fora do sono de captação do sangue.
quando seu tecido D DOHUWDURVGRDGRUHVVREUHDVGL¿FXOGDGHVHQIUHQWDGDV
se rompe; é uma explosão na coleta de sangue.
posta a funcionar,
E ampliar o número de doadores para manter o banco
como uma máquina,
de sangue.
XPDMDUUDGHÀRUHV
MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento). QUESTÃO 123
A poesia é marcada pela recriação do objeto por TEXTO I
meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Entrevistadora — eu vou conversar aqui com a professora
Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta
A. D. ... o português então não é uma língua difícil?
da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação
poética de Professora — olha se você parte do princípio… que
A uma palavra, a partir de imagens com as quais a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não
HOD SRGH VHU FRPSDUDGD D ¿P GH DVVXPLU QRYRV se você se apaixona pela língua que você… já domina
VLJQL¿FDGRV que você já fala ao chegar na escola se o teu professor
B um urinol, em referência às artes visuais ligadas às cativa você a ler obras da literatura… obras da/ dos meios
vanguardas do início do século XX. de comunicação… se você tem acesso a revistas… é... a
C uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma livros didáticos… a... livros de literatura o mais formal o e/
imagem historicamente ligada à palavra poética. o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as
D uma máquina, levando em consideração a relevância aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
GRGLVFXUVRWpFQLFRFLHQWt¿FRSyV5HYROXomR,QGXVWULDO TEXTO II
E um tecido, visto que sua composição depende de Entrevistadora — Vou conversar com a professora A. D.
elementos intrínsecos ao eu lírico. O português é uma língua difícil?
QUESTÃO 122 Professora — Não, se você parte do princípio que a
Qual é a segurança do sangue? língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar
Para que o sangue esteja disponível para aqueles à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor
que necessitam, os indivíduos saudáveis devem criar o motivá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a revistas,
hábito de doar sangue e encorajar amigos e familiares a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que
saudáveis a praticarem o mesmo ato. torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua
A prática de selecionar criteriosamente os doadores, portuguesa em análises gramaticais.
bem como as rígidas normas aplicadas para testar, MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.

transportar, estocar e transfundir o sangue doado São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado).

¿]HUDPGHOHXPSURGXWRPXLWRPDLVVHJXURGRTXHMiIRL O Texto I é a transcrição de uma entrevista concedida


anteriormente. por uma professora de português a um programa de
Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco rádio. O Texto II é a adaptação dessa entrevista para a
para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo modalidade escrita. Em comum, esses textos
VDQJXH FRPR KHSDWLWHV % H & +,9 Vt¿OLV H &KDJDV A apresentam ocorrências de hesitações e reformulações.
podem doar sangue.
B são modelos de emprego de regras gramaticais.
Se você acha que sua saúde ou comportamento pode
colocar em risco a vida de quem for receber seu sangue, C são exemplos de uso não planejado da língua.
ou tem a real intenção de apenas realizar o teste para o D apresentam marcas da linguagem literária.
YtUXV+,91­2'2(6$1*8(. E são amostras do português culto urbano.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*AZUL25DOM14*
QUESTÃO 124 QUESTÃO 126
De domingo
— Outrossim…
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
— É.
— O que é que tem?
— Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.
²1mR3DODYUDGHVHJXQGDIHLUDp³yELFH´
²³ÐQXV´
²³ÐQXV´WDPEpP³'HVLGHUDWR´³5HVTXtFLR´ Espetáculo Romeu e Julieta*UXSR*DOSmR
²³5HVTXtFLR´pGHGRPLQJR *872081,='LVSRQtYHOHPZZZIRFRLQFHQDFRPEU$FHVVRHPPDLR
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
²0DV³RXWURVVLP´IUDQFDPHQWH A principal razão pela qual se infere que o espetáculo
— Qual o problema? UHWUDWDGRQDIRWRJUD¿DpXPDPDQLIHVWDomRGRWHDWURGH
²5HWLUDR³RXWURVVLP´ rua é o fato de
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil A dispensar o edifício teatral para a sua realização.
GHXVDU1mRpTXDOTXHUXPTXHXVD³RXWURVVLP´ B XWLOL]DU¿JXULQRVFRPDGHUHoRVF{PLFRV
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
C empregar elementos circenses na atuação.
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas
palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a) D excluir o uso de cenário na ambientação.
A marcação temporal, evidenciada pela presença de E QHJDURXVRGHLOXPLQDomRDUWL¿FLDO
palavras indicativas dos dias da semana.
B tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de QUESTÃO 127
palavras empregadas em contextos formais. O humor e a língua
C caracterização da identidade linguística dos
interlocutores, percebida pela recorrência de Há algum tempo, venho estudando as piadas, com
palavras regionais. ênfase em sua constituição linguística. Por isso, embora a
D distanciamento entre os interlocutores, provocado D¿UPDomRDVHJXLUSRVVDSDUHFHUVXUSUHHQGHQWHFUHLRTXH
SHOR HPSUHJR GH SDODYUDV FRP VLJQL¿FDGRV SRXFR posso garantir que se trata de uma verdade quase banal:
conhecidos. as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores
E inadequação vocabular, demonstrada pela seleção retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por
de palavras desconhecidas por parte de um dos um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes
interlocutores do diálogo. para quem quer saber o que é e como funciona uma
QUESTÃO 125 língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com
Receita os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas
fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras
Tome-se um poeta não cansado, diferenças, instituições (igreja, escola, casamento, política),
8PDQXYHPGHVRQKRHXPDÀRU morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que
Três gotas de tristeza, um tom dourado, circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por
Uma veia sangrando de pavor. todo mundo em todo o mundo. Os antropólogos ainda não
Quando a massa já ferve e se retorce prestaram a devida atenção a esse material, que poderia
Deita-se a luz dum corpo de mulher, substituir com vantagem muitas entrevistas e pesquisas
Duma pitada de morte se reforce, participantes. Saberemos mais a quantas andam o
Que um amor de poeta assim requer. machismo e o racismo, por exemplo, se pesquisarmos
6$5$0$*2-Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997.
uma coleção de piadas do que qualquer outro corpus.
Os gêneros textuais caracterizam-se por serem POSSENTI, S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).
UHODWLYDPHQWH HVWiYHLV H SRGHP UHFRQ¿JXUDUVH HP
função do propósito comunicativo. Esse texto constitui $ SLDGD p XP JrQHUR WH[WXDO TXH ¿JXUD HQWUH RV PDLV
uma mescla de gêneros, pois recorrentes na cultura brasileira, sobretudo na tradição
A introduz procedimentos prescritivos na composição RUDO1HVVDUHÀH[mRDSLDGDpHQIDWL]DGDSRU
do poema. A sua função humorística.
B explicita as etapas essenciais à preparação de uma B sua ocorrência universal.
receita.
C explora elementos temáticos presentes em uma receita. C sua diversidade temática.
D apresenta organização estrutural típica de um poema. D seu papel como veículo de preconceitos.
E XWLOL]DOLQJXDJHP¿JXUDGDQDFRQVWUXomRGRSRHPD E seu potencial como objeto de investigação.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*AZUL25DOM15*
QUESTÃO 128 O texto permite relacionar uma prática corporal com uma
2 ¿OPH Menina de ouro conta a história de Maggie YLVmRDPSOLDGDGHVD~GH2IDWRUTXHSRVVLELOLWDLGHQWL¿FDU
Fitzgerald, uma garçonete de 31 anos que vive sozinha essa perspectiva é o(a)
em condições humildes e sonha em se tornar uma A aspecto nutricional.
ER[HDGRUDSUR¿VVLRQDOWUHLQDGDSRU)UDQNLH'XQQ
B FRQGLomR¿QDQFHLUD
Em uma cena, assim que o treinador atravessa a
porta do corredor onde ela se encontra, Maggie o aborda C prevenção de lesões.
e, a caminho da saída, pergunta a ele se está interessado D treinamento esportivo.
HP WUHLQiOD )UDQNLH UHVSRQGH ³(X QmR WUHLQR JDURWDV´
Após essa fala, ele vira as costas e vai embora. Aqui, E acompanhamento psicológico.
percebemos, em Frankie, um comportamento ancorado QUESTÃO 130
na representação de que boxe é esporte de homem e,
em Maggie, a superação da concepção de que os ringues É possível considerar as modalidades esportivas
são tradicionalmente masculinos. coletivas dentro de uma mesma lógica, pois possuem uma
Historicamente construída, a feminilidade dominante estrutura comum: seis princípios operacionais divididos
atribui a submissão, a fragilidade e a passividade a uma em dois grupos, o ataque e a defesa. Os três princípios
³QDWXUH]D IHPLQLQD´ 1XPD FRQFHSomR KHJHP{QLFD GRV operacionais de ataque são: conservação individual
gêneros, feminilidades e masculinidades encontram-se e coletiva da bola, progressão da equipe com a posse
em extremidades opostas. GD EROD HP GLUHomR DR DOYR DGYHUViULR H ¿QDOL]DomR GD
No entanto, algumas mulheres, indiferentes às jogada, visando a obtenção de ponto. Os três princípios
FRQYHQo}HV VRFLDLV VHQWHPVH VHGX]LGDV H GHVD¿DGDV
a aderirem à prática das modalidades consideradas operacionais da defesa são: recuperação da bola,
masculinas. É o que observamos em Maggie, que se impedimento do avanço da equipe contrária com a posse
mostra determinada e insiste em seu objetivo de ser GDERODHSURWHomRGRDOYRSDUDLPSHGLUD¿QDOL]DomRGD
treinada por Frankie. equipe adversária.
FERNANDES, V.; MOURÃO, L. Menina de ouro e a representação de feminilidades plurais. DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos —
Movimento, n. 4, out.-dez. 2014 (adaptado). modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira
de Ciência e Movimento, out. 2002 (adaptado).
A inserção da personagem Maggie na prática corporal
do boxe indica a possibilidade da construção de uma Considerando os princípios expostos no texto, o drible no
feminilidade marcada pela handebol caracteriza o princípio de
A adequação da mulher a uma modalidade esportiva A recuperação da bola.
alinhada a seu gênero.
B progressão da equipe.
B valorização de comportamentos e atitudes
normalmente associados à mulher. C ¿QDOL]DomRGDMRJDGD
C transposição de limites impostos à mulher num D proteção do próprio alvo.
espaço de predomínio masculino.
E impedimento do avanço adversário.
D aceitação de padrões sociais acerca da participação
da mulher nas lutas corporais. QUESTÃO 131
E naturalização de barreiras socioculturais responsáveis
pela exclusão da mulher no boxe. BONS DIAS!
14 de junho de 1889
QUESTÃO 129
Entrevista com Terezinha Guilhermina Ó doce, ó longa, ó inexprimível melancolia dos
7HUH]LQKD *XLOKHUPLQD p XPD GDV DWOHWDV PDLV MRUQDLV YHOKRV &RQKHFHVH XP KRPHP GLDQWH GH XP
premiadas da história paraolímpica do Brasil e um dos deles. Pessoa que não sentir alguma coisa ao ler folhas
principais nomes do atletismo mundial. Está no Guinness de meio século, bem pode crer que não terá nunca uma
BookGHFRPRD³FHJD´PDLVUiSLGDGRPXQGR das mais profundas sensações da vida, — igual ou quase
Observatório: 4XDLV RV GHVD¿RV YRFr WHYH TXH igual à que dá a vista das ruínas de uma civilização. Não
VXSHUDUSDUDVHFRQVDJUDUFRPRDWOHWDSUR¿VVLRQDO" é a saudade piegas, mas a recomposição do extinto, a
Terezinha Guilhermina: Considero a ausência de
revivescência do passado.
UHFXUVRV ¿QDQFHLURV QRV WUrV SULPHLURV DQRV GD PLQKD
ASSIS, M. Bons dias! (Crônicas 1888-1889). Campinas: Editora da Unicamp;
FDUUHLUDFRPRPHXSULQFLSDOGHVD¿R$IDOWDGHXPDWOHWD São Paulo: Hucitec, 1990.
guia, para me auxiliar nos treinamentos, me obrigava
a treinar sozinha e, por não enxergar bem, acabava O jornal impresso é parte integrante do que hoje
sofrendo alguns acidentes como trombadas e quedas. se compreende por tecnologias de informação e
Observatório: Como está a preparação para os comunicação. Nesse texto, o jornal é reconhecido como
Jogos Paraolímpicos de 2016? A objeto de devoção pessoal.
Terezinha Guilhermina: Estou trabalhando
intensamente, com vistas a chegar lá bem melhor do que B HOHPHQWRGHD¿UPDomRGDFXOWXUD
estive em Londres. E, por isso, posso me dedicar a treinos C instrumento de reconstrução da memória.
diários, trabalhos preventivos de lesões e acompanhamento
D ferramenta de investigação do ser humano.
psicológico e nutricional da melhor qualidade.
Revista do Observatório Brasil de Igualdade de Gênero, n. 6, dez. 2014 (adaptado). E veículo de produção de fatos da realidade.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*AZUL25DOM16*
QUESTÃO 132 MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu
ia dizendo, pra viver bem com a solidão temos de ser
TEXTO I
proprietários dela e não inquilinos, me entende? Quem
é inquilino da solidão não passa de um abandonado.
É isso aí.
ZORZETTI, H. Lições de motim*RLkQLD.HOSV DGDSWDGR 

Nesse trecho, o que caracteriza Lições de motim como


texto teatral?
A O tom melancólico presente na cena.
B As perguntas retóricas da personagem.
C A interferência do narrador no desfecho da cena.
D O uso de rubricas para construir a ação dramática.
E As analogias sobre a solidão feitas pela personagem.
BACON, F. Três estudos para um autorretrato. Óleo sobre tela, 37,5 x 31,8 cm (cada), 1974. QUESTÃO 134
Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 30 maio 2016.
A obra de Túlio Piva poderia ser objeto de estudo nos
TEXTO II bancos escolares, ao lado de Noel, Ataulfo e Lupicínio.
Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, Se o criador optou por permanecer em sua querência
sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece — Santiago, e depois Porto Alegre, a obra alçou voos
com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mais altos, com passagens na Rússia, Estados Unidos e
mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído. Venezuela. Tem que ter mulata, seu samba maior, é coisa
DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. de craque. Um retrato feito de ritmo e poesia, uma ode ao
Na imagem e no texto do romance de Marguerite gênero que amou desde sempre. E o paradoxo: misto de
Duras, os dois autorretratos apontam para o modo de gaúcho e italiano, nascido na fronteira com a Argentina,
representação da subjetividade moderna. Na pintura falando de samba, morro e mulata, com categoria. E que
e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, FDWHJRULD8PDEDWLGDGHYLROmRTXHIH]KLVWyULD2WDQJR
destrói-se ou fragmenta-se em razão transmudado em samba.
RAMIREZ, H.; PIVA, R. (Org.). Túlio Piva: pra ser samba brasileiro.
A da adesão à estética do grotesco, herdada do Porto Alegre: Programa Petrobras Cultural, 2005 (adaptado).
romantismo europeu, que trouxe novas possibilidades
O texto é um trecho da crítica musical sobre a obra de
de representação.
Túlio Piva. Para enfatizar a qualidade do artista, usou-se
B das catástrofes que assolaram o século XX e da como recurso argumentativo o(a)
descoberta de uma realidade psíquica pela psicanálise.
A contraste entre o local de nascimento e a escolha
C da opção em demonstrarem oposição aos limites pelo gênero samba.
estéticos da revolução permanente trazida pela
B exemplo de temáticas gaúchas abordadas nas letras
arte moderna.
de sambas.
D do posicionamento do artista do século XX contra a
C alusão a gêneros musicais brasileiros e argentinos.
negação do passado, que se torna prática dominante
na sociedade burguesa. D comparação entre sambistas de diferentes regiões.
E da intenção de garantir uma forma de criar obras E aproximação entre a cultura brasileira e a argentina.
de arte independentes da matéria presente em sua QUESTÃO 135
história pessoal.
L.J.C.
QUESTÃO 133 — 5 tiros?
Lições de motim — É.
— Brincando de pegador?
DONA COTINHA²eFODUR6yJRVWDGHVROLGmRTXHP
— É. O PM pensou que…
nasceu pra ser solitário. Só o solitário gosta de solidão.
— Hoje?
Quem vive só e não gosta da solidão não é um solitário, — Cedinho.
p Vy XP GHVDFRPSDQKDGR $ UHÀH[mR HVFRUUHJD Oi COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org.). Os cem menores contos brasileiros do século.
pro fundo da alma.) Solidão é vocação, besta de quem São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
pensa que é sina. Por isso, tem de ser valorizada. E não Os sinais de pontuação são elementos com importantes
é qualquer um que pode ser solitário, não. Ah, mas não funções para a progressão temática. Nesse miniconto,
pPHVPReSUHFLVRWHUFRPSHWrQFLDSUDLVVR 'HV~ELWR as reticências foram utilizadas para indicar
pedagógica, volta-se para o homem.) É como poesia, A uma fala hesitante.
sabe, moço? Tem de ser recitada em voz alta, que é pra
B uma informação implícita.
gente sentir o gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Você gosta de
poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A VELHA C uma situação incoerente.
INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR AS D a eliminação de uma ideia.
COSTAS, COMO SEMPRE, IMPASSÍVEL. O HOMEM, E a interrupção de uma ação.
LC - 2º dia | Caderno 7 - AZUL - Página 16

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

2° DIA
CADERNO 7 – AZUL
GABARITO PROVA ENEM 2016

LINGUAGENS, CÓDIGOS MATEMÁTICA E SUAS


E SUAS TECNOLOGIAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
136 D
91 C C 137 A
92 E C 138 D
93 D B 139 C
94 E E 140 C
95 A B 141 E
96 D 142 C
97 B 143 B
98 A
144 D
99 B
145 E
100 E
146 C
101 C
147 A
102 A
148 D
103 B
149 C
104 D
150 B
105 A
151 A
106 D
152 C
107 E
153 D
108 A
154 B
109 D
110 C 155 C
111 E 156 E
112 D 157 E
113 C 158 A
114 B 159 B
115 E 160 D
116 B 161 D
117 B 162 A
118 C 163 A
119 E 164 B
120 B 165 D
121 A 166 B
122 A 167 C
123 E 168 E
124 B 169 A
125 A 170 D
126 A 171 D
127 E 172 B
128 C 173 E
129 B 174 C
130 B 175 E
131 C 176 B
132 B 177 A
133 D 178 E
134 A
179 B
135 B
180 C

90

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

PROVA ENEM 2017 *SA0175AZ5*


QUESTÃO 05
Questões de 06 a 45
El eclipse
QUESTÃO 06
&XDQGR )UD\ %DUWRORPp $UUD]ROD VH VLQWLy SHUGLGR
DFHSWy TXH \D QDGD SRGUtD VDOYDUOR /D VHOYD SRGHURVD Romanos usavam redes sociais há
GH*XDWHPDODORKDEtDDSUHVDGRLPSODFDEOH\GH¿QLWLYD dois mil anos, diz livro
$QWHVXLJQRUDQFLDWRSRJUi¿FDVHVHQWyFRQWUDQTXLOLGDG
Ao tuitar ou comentar embaixo do post de um de seus
a esperar la muerte. Al despertar se encontró rodeado por
YiULRVDPLJRVQR)DFHERRNYRFrSURYDYHOPHQWHVHVHQWH
un grupo de indígenas de rostro impasible que se disponía privilegiado por viver em um tempo na história em que é
D VDFUL¿FDUOR DQWH XQ DOWDU XQ DOWDU TXH D %DUWRORPp OH possível alcançar de forma imediata uma vasta rede de
SDUHFLyFRPRHOOHFKRHQTXHGHVFDQVDUtDDO¿QGHVXV contatos por meio de um simples clique no botão “enviar”.
temores, de su destino, de sí mismo. Tres años en el país 9RFr WDOYH] WDPEpP UHÀLWD VREUH FRPR DV JHUDo}HV
le habían conferido un mediano dominio de las lenguas passadas puderam viver sem mídias sociais, desprovidas
QDWLYDV ,QWHQWy DOJR 'LMR DOJXQDV SDODEUDV TXH IXHURQ da capacidade de verem e serem vistas, de receber, gerar
FRPSUHQGLGDV(QWRQFHVÀRUHFLyHQpOXQDLGHDTXHWXYR e interagir com uma imensa carga de informações. Mas o
SRUGLJQDGHVXWDOHQWR\GHVXFXOWXUDXQLYHUVDO\GHVX que você talvez não saiba é que os seres humanos usam
arduo conocimiento de Aristóteles. Recordó que para ese ferramentas de interação social há mais de dois mil anos.
día se esperaba un eclipse total de sol. Y dispuso, en lo eRTXHD¿UPD7RP6WDQGDJHDXWRUGROLYURWriting on the
más íntimo, valerse de aquel conocimiento para engañar Wall — 6RFLDO0HGLD7KH¿UVW<HDUV (Escrevendo
DVXVRSUHVRUHV\VDOYDUODYLGD²6LPHPDWiLV²OHV no mural — mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em
dijo — puedo hacer que el sol se oscurezca en su altura. tradução livre).
/RVLQGtJHQDVORPLUDURQ¿MDPHQWH\%DUWRORPpVRUSUHQGLy 6HJXQGR 6WDQGDJH 0DUFR 7~OLR &tFHUR ¿OyVRIR H
la incredulidad en sus ojos. Vio que se produjo un pequeño político romano, teria sido, junto com outros membros da
FRQVHMR \ HVSHUy FRQ¿DGR QR VLQ FLHUWR GHVGpQ elite romana, precursor do uso de redes sociais. O autor
'RVKRUDVGHVSXpVHOFRUD]yQGH)UD\%DUWRORPp$UUD]ROD relata como Cícero usava um escravo, que posteriormente
chorreaba su sangre vehemente sobre la piedra de los tornou-se seu escriba, para redigir mensagens em rolos
VDFUL¿FLRV EULOODQWHEDMRODRSDFDOX]GHXQVROHFOLSVDGR  de papiro que eram enviados a uma espécie de rede de
mientras uno de los indígenas recitaba sin ninguna contatos. Estas pessoas, por sua vez, copiavam seu texto,
LQÀH[LyQGHYR]VLQSULVDXQDSRUXQDODVLQ¿QLWDVIHFKDV acrescentavam seus próprios comentários e repassavam
HQ TXH VH SURGXFLUtDQ HFOLSVHV VRODUHV \ OXQDUHV TXH adiante. “Hoje temos computadores e banda larga, mas os
ORVDVWUyQRPRVGHODFRPXQLGDGPD\DKDEtDQSUHYLVWR\ romanos tinham escravos e escribas que transmitiam suas
DQRWDGRHQVXVFyGLFHVVLQODYDOLRVDD\XGDGH$ULVWyWHOHV PHQVDJHQV´ GLVVH 6WDQGDJH j %%& %UDVLO ³0HPEURV
da elite romana escreviam entre si constantemente,
MONTERROSO, A. Obras completas y otros cuentos%RJRWi1RUPD DGDSWDGR 
comentando sobre as últimas movimentações políticas e
No texto, confrontam-se duas visões de mundo: a da expressando opiniões.”
FXOWXUD RFLGHQWDO UHSUHVHQWDGD SRU )UHL %DUWRORPp Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada
Arrazola, e a da mítica pré-hispânica, representada pela pelos romanos era uma tábua de cera do tamanho e da
comunidade indígena maia. Segundo a narrativa, forma de um tablet moderno, em que escreviam recados,
perguntas ou transmitiam os principais pontos da acta
A os catequizadores espanhóis avalizam os saberes diurna, um “jornal” exposto diariamente no Fórum de
produzidos pelas comunidades indígenas hispano- Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”, era levada
americanas. por um mensageiro até o destinatário, que respondia
B os indígenas da comunidade maia mostram-se embaixo da mensagem.
perplexos diante da superioridade do conhecimento 1,'(&.(5)'LVSRQtYHOHPZZZEEFFRXN$FHVVRHPQRY DGDSWDGR 
aristotélico do frei espanhol.
Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias
C o catequizador espanhol Arrazola apresenta-se
de comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero
adaptado às culturas autóctones, ao promover a
PHQVDJHPLGHQWL¿FDVHFRPRFDUDFWHUtVWLFDTXHSHUGXUD
interlocução entre os conhecimentos aristotélico e
ao longo dos tempos o(a)
indígena.
D RHSLVyGLRUHSUHVHQWDGHIRUPDQHXWUDRVLJQL¿FDGR A imediatismo das respostas.
do conhecimento ancestral indígena, quando B compartilhamento de informações.
comparado ao conhecimento ocidental.
C interferência direta de outros no texto original.
E os conhecimentos acadêmicos de Arrazola são
D recorrência de seu uso entre membros da elite.
LQVX¿FLHQWHVSDUDVDOYiORGDPRUWHDQWHDVDEHGRULD
astronômica da cultura maia. E SHU¿OVRFLDOGRVHQYROYLGRVQDWURFDFRPXQLFDWLYD

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ6*
QUESTÃO 07 QUESTÃO 09
TEXTO I
Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o
lenço e contemplara por alguns instantes as feições 7HUH]LQKDGH-HVXV
defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, De uma queda foi ao chão
inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Acudiu três cavalheiros
Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não Todos os três de chapéu na mão
podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um O primeiro foi seu pai
livro adúltero [...]. O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra
A quem Tereza deu a mão
vez o cadáver, mas então não pôde mais. O beijo rebentou %$7,67$0)%06$1726,0) 2UJ Cancioneiro da Paraíba.
em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, -RmR3HVVRD*UDIVHW DGDSWDGR 
que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e TEXTO II
LUUHPHGLiYHO GHVHVSHUR )RUWXQDWR j SRUWD RQGH ¿FDUD Outra interpretação é feita a partir das condições
saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança
longa, muito longa, deliciosamente longa. para quem cantava a cantiga, a música falava do
$66,60A causa secreta'LVSRQtYHOHPZZZGRPLQLRSXEOLFRJRYEU casamento como um destino natural na vida da mulher,
Acesso em: 9 out. 2015. QD VRFLHGDGH EUDVLOHLUD GR VpFXOR ;,; PDUFDGD SHOR
No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que patriarcalismo. A música prepara a moça para o
acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza seu destino não apenas inexorável, mas desejável:
esse procedimento narrativo é o registro do(a) o casamento, estabelecendo uma hierarquia de
obediência (pai, irmão mais velho, marido), de acordo
A indignação face à suspeita do adultério da esposa. com a época e circunstâncias de sua vida.
Disponível em: http://provsjose.blogspot.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012.
B tristeza compartilhada pela perda da mulher amada.
2 FRPHQWiULR GR 7H[WR ,, VREUH R 7H[WR , HYRFD D
C espanto diante da demonstração de afeto de Garcia. mobilização da língua oral que, em determinados
D prazer da personagem em relação ao sofrimento contextos,
alheio. A assegura a existência de pensamentos contrários à
E superação do ciúme pela comoção decorrente da ordem vigente.
morte. B mantém a heterogeneidade das formas de relações
sociais.
QUESTÃO 08 C FRQVHUYDDLQÀXrQFLDUHOLJLRVDVREUHFHUWDVFXOWXUDV
D preserva a diversidade cultural e comportamental.
Mas assim que penetramos no universo da web,
descobrimos que ele constitui não apenas um imenso E reforça comportamentos e padrões culturais.
“território” em expansão acelerada, mas que também QUESTÃO 10
RIHUHFH LQ~PHURV ³PDSDV´ ¿OWURV VHOHo}HV SDUD DMXGDU
o navegante a orientar-se. O melhor guia para a web é Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário
a própria web. Ainda que seja preciso ter a paciência do que desejavam. Notei a singularidade quando
GH H[SORUiOD$LQGD TXH VHMD SUHFLVR DUULVFDUVH D ¿FDU principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco.
perdido, aceitar “a perda de tempo” para familiarizar-se Examinavam-no sérias, achavam o pano e os
com esta terra estranha. Talvez seja preciso ceder por um aviamentos de qualidade superior, o feitio admirável.
instante a seu aspecto lúdico para descobrir, no desvio Envaideci-me: nunca havia reparado em tais
de um link, os sites que mais se aproximam de nossos vantagens. Mas os gabos se prolongaram, trouxeram-me
LQWHUHVVHV SUR¿VVLRQDLV RX GH QRVVDV SDL[}HV H TXH desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e
não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa
poderão, portanto, alimentar da melhor maneira possível
aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das
nossa jornada pessoal.
grosserias a que me habituara. Em geral me diziam
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. com franqueza que a roupa não me assentava no
O usuário iniciante sente-se não raramente desorientado corpo, sobrava nos sovacos.
RAMOS, G. Infância5LRGH-DQHLUR5HFRUG
no oceano de informações e possibilidades disponíveis
na rede mundial de computadores. Nesse sentido, Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam
3LHUUH/pY\GHVWDFDFRPRXPGRVSULQFLSDLVDVSHFWRVGD estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo
internet o(a) a progressão do tema. No fragmento transcrito, um novo
aspecto do tema é introduzido pela expressão
A espaço aberto para a aprendizagem. A “a singularidade”.
B grande número de ferramentas de pesquisa. B “tais vantagens”.
C ausência de mapas ou guias explicativos. C “os gabos”.
D LQ¿QLWRQ~PHURGHSiJLQDVYLUWXDLV D “Longe disso”.
E GL¿FXOdade de acesso aos sites de pesquisa. E “Em geral”.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ7*
QUESTÃO 11 português, ainda recebia palavras de outros idiomas.”
2UHVXOWDGRGDPLVWXUD¿FRXFRQKHFLGRFRPROtQJXDJHUDO
do sul, uma espécie de tupi facilitado.
Usa novos canais
on-line e novas ÂNGELO, C. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado).
ferramentas de
Quer suporte para comunicação Confia em O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação
conselhos de
encontrar pessoas amigos on-line, linguística nacional. Quanto ao papel do tupi na formação
que compartilham conhecidos e
da mesma estranhos
do português brasileiro, depreende-se que essa língua
opinião indígena
Lê e cria A contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes
avaliações,
ranking de Tende a comprar relativos aos traços característicos dos lugares
mais on-line do
produtos e posts Novo consumidor que off-line designados.
em blogs
social B originou o português falado em São Paulo no século
Quer fornecer
;9,,HPFXMDEDVHJUDPDWLFDOWDPEpPHVWiDIDODGH
Deseja uma
experiência feedback sobre variadas etnias indígenas.
melhor on-line o produto e
do que off-line serviço ao C GHVHQYROYHXVH VRE LQÀXrQFLD GRV WUDEDOKRV GH
cliente catequese dos padres portugueses, vindos de Lisboa.
&,35,$1,)'LVSRQtYHOHPZZZVQPVROXWLRQVFRPEU$FHVVRHPPDLR DGDSWDGR  D misturou-se aos falares africanos, em razão das
interações entre portugueses e negros nas investidas
2 FRQVXPLGRU GR VpFXOR ;;, FKDPDGR GH QRYR contra o Quilombo dos Palmares.
consumidor social, tende a se comportar de modo
diferente do consumidor tradicional. Pela associação das E expandiu-se paralelamente ao português falado
características apresentadas no diagrama, infere-se que pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos
HVVHQRYRFRQVXPLGRUVRIUHLQÀXrQFLDGD bandeirantes paulistas.

A cultura do comércio eletrônico. QUESTÃO 13


B busca constante pelo menor preço.
O farrista
C divulgação de informações pelas empresas.
Quando o almirante Cabral
D necessidade recorrente de consumo.
3{VDVSDWDVQR%UDVLO
E postura comum aos consumidores tradicionais.
O anjo da guarda dos índios
QUESTÃO 12 Estava passeando em Paris.
A língua tupi no Brasil Quando ele voltou de viagem
O holandês já está aqui.
Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de O anjo respira alegre:
Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo
de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes “Não faz mal, isto é boa gente,
da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, Vou arejar outra vez.”
em 1698, o governador da província, Artur de Sá e O anjo transpôs a barra,
Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres Diz adeus a Pernambuco,
que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela Faz barulho, vuco-vuco,
gente não se explica em outro idioma”.
Tal e qual o zepelim
Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de Mas deu um vento no anjo,
6mR3DXORVHGHVHQYROYHXHVHHVSDOKRXQRVpFXOR;9,,
Ele perdeu a memória...
JUDoDVDRLVRODPHQWRJHRJUi¿FRGDFLGDGHHjDWLYLGDGH
pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, E não voltou nunca mais.
expedições ao sertão em busca de escravos índios. MENDES, M. História do Brasil5LRGH-DQHLUR1RYD)URQWHLUD
Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português
RX VH H[SUHVVDYDP PDO 'RPLQJRV -RUJH 9HOKR R A obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do
paulista que destruiu o Quilombo dos Palmares em Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem, no
poema, por um eu lírico que
1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como “um
bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças, essa A F RQ¿Jura um ideal de nacionalidade pela integração
gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o regional.
índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e
,WX FDFKRHLUD (DFDERXLQYHQWDQGRXPDQRYDOtQJXD B remonta ao colonialismo assente sob um viés
iconoclasta.
“Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de C repercute as manifestações do sincretismo religioso.
100 tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo
-RKQ 0RQWHLUR GD 8QLYHUVLGDGH (VWDGXDO GH &DPSLQDV D descreve a gênese da formação do povo brasileiro.
³,VVR PXGRX R WXSL SDXOLVWD TXH DOpP GD LQÀXrQFLD GR E promove inovações no repertório linguístico.

/&žGLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ8*
QUESTÃO 14 QUESTÃO 16
PROPAGANDA — O exame dos textos e mensagens TEXTO I
de Propaganda revela que ela apresenta posições &ULDWLYLGDGHHPSXEOLFLGDGHWHRULDVHUHÀH[}HV
SDUFLDLV TXH UHÀHWHP DSHQDV R SHQVDPHQWR GH XPD
minoria, como se exprimissem, em vez disso, a convicção Resumo: O presente artigo aborda uma questão
primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de
de uma população; trata-se, no fundo, de convencer o
aclamada pelos departamentos de criação das agências,
ouvinte ou o leitor de que, em termos de opinião, está fora devemos ter a consciência de que nem todo anúncio é,
do caminho certo, e de induzi-lo a aderir às teses que lhes de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no qual os
são apresentadas, por um mecanismo bem conhecido da conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se
psicologia social, o do conformismo induzido por pressões estabelecer a compreensão dos temas. Para elucidar
do grupo sobre o indivíduo isolado. tais questões, é analisada uma campanha impressa da
PDUFD ;;;; $V UHÀH[}HV DSRQWDP TXH D SXEOLFLGDGH
%2%%,210$77(8&&,13$648,12*Dicionário de política.
%UDVtOLD8Q% DGDSWDGR 
criativa é essencialmente simples e apresenta uma
releitura do cotidiano.
De acordo com o texto, as estratégias argumentativas
DEPEXE, S. D. Travessias: Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Artes, n. 2, 2008.
e o uso da linguagem na produção da propaganda
TEXTO II
favorecem a
A UHÀH[mRGDVRFLHGDGHVREUHRVSURGXWRVDQXQFLDGRV
B difusão do pensamento e das preferências das
grandes massas.
C LPSRVLomRGDVLGHLDVHSRVLo}HVGHJUXSRVHVSHFt¿FRV
D decisão consciente do consumidor a respeito de sua
compra.
E LGHQWL¿FDomR GRV LQWHUHVVHV GR UHVSRQViYHO SHOR
produto divulgado.

QUESTÃO 15

Sítio Gerimum
Este é o meu lugar [...]
Meu Gerimum é com g
Você pode ter estranhado
Gerimum em abundância
Aqui era plantado
E com a letra g
Meu lugar foi registrado.
Homenagem ao Dia das Mães 2012'LVSRQtYHOHPZZZFRPXQLFDFDRFRP
2/,9(,5$+'Língua Portuguesa, n. 88, fev. 2013 (fragmento). Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado).

Nos versos de um menino de 12 anos, o emprego da Os dois textos apresentados versam sobre o tema
palavra “Gerimum” grafada com a letra “g” tem por objetivo
FULDWLYLGDGH27H[WR,pXPUHVXPRGHFDUiWHUFLHQWt¿FR
H R 7H[WR ,, XPD KRPHQDJHP SURPRYLGD SRU XP site
A valorizar usos informais caracterizadores da norma GH SXEOLFLGDGH 'H TXH PDQHLUD R 7H[WR ,, H[HPSOL¿FD
nacional. o conceito de criatividade em publicidade apresentado
B FRQ¿UPDU R XVR GD QRUPDSDGUmR HP FRQWH[WR GD QR7H[WR,"
linguagem poética. A Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar
C enfatizar um processo recorrente na transformação VHXV¿OKRV
da língua portuguesa. B Promovendo uma leitura simplista do papel materno
D registrar a diversidade étnica e linguística presente no HPVHXWUDEDOKRGHFULDURV¿OKRV
território brasileiro. C Explorando a polissemia do termo “criação”.
E UHD¿UPDU GLVFXUVLYDPHQWH D IRUWH UHODomR GR IDODQWH D Recorrendo a uma estrutura linguística simples.
com seu lugar de origem. E 8WLOL]DQGRUHFXUVRVJUi¿FRVGLYHUVL¿FDGRV

LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 8

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ9*
QUESTÃO 17 No processo de reconstituição do tempo vivido, o eu
lírico projeta um conjunto de imagens cujo lirismo se
Textos e hipertextos: procurando o equilíbrio fundamenta no
Há um medo por parte dos pais e de alguns A inventário das memórias evocadas afetivamente.
professores de as crianças desaprenderem quando
navegam, medo de elas viciarem, de obterem informação B UHÀH[RGDVDXGDGHQRGHVHMRGHYROWDUjLQIkQFLD
QmRFRQ¿iYHOGHHODVVHLVRODUHPGRPXQGRUHDOFRPR C sentimento de inadequação com o presente vivido.
se o computador fosse um agente do mal, um vilão. Esse D ressentimento com as perdas materiais e humanas.
medo é reforçado pela mídia, que costuma apresentar o
computador como um agente negativo na aprendizagem E ODSVRQRÀX[RWHPSRUDOGRVHYHQWRVWUD]LGRVjFHQD
e na socialização dos usuários. Nós sabemos que
QUESTÃO 19
ninguém corre o risco de desaprender quando navega,
seja em ambientes digitais ou em materiais impressos, A ascensão social por meio do esporte mexe com
mas é preciso ver o que se está aprendendo e algumas o imaginário das pessoas, pois em poucos anos um
YH]HV LQWHUIHULU QHVVH SURFHVVR D ¿P GH RWLPL]DU RX
adolescente pode se tornar milionário caso tenha um
orientar a aprendizagem, mostrando aos usuários outros
bom desempenho esportivo. Muitos meninos de famílias
temas, outros caminhos, outras possibilidades diferentes
daquelas que eles encontraram sozinhos ou daquelas pobres jogam com o objetivo de conseguir dinheiro
que eles costumam usar. É preciso, algumas vezes, SDUDRIHUHFHUXPDERDTXDOLGDGHGHYLGDjIDPtOLD,VVR
negociar o uso para que ele não seja exclusivo, uma vez aproximou mais ainda o futebol das camadas mais pobres
que há outros meios de comunicação, outros meios de da sociedade, tornando-o cada vez mais popular.
informação e outras alternativas de lazer. É uma questão Acontece que esses jovens sonham com fama e
de equilibrar e não de culpar. dinheiro, enxergando no futebol o único caminho possível
&26&$5(//,&9Linguagem em (Dis)curso, n. 3, set.-dez. 2009.
para o sucesso. No entanto, eles não sabem da grande
A autora incentiva o uso da internet pelos estudantes, GL¿FXOGDGH TXH H[LVWH QR LQtFLR GHVVD MRUQDGD HP TXH
ponderando sobre a necessidade de orientação a esse D PLQRULD DOFDQoD D FDUUHLUD SUR¿VVLRQDO (VVHV JDURWRV
uso, pois essa tecnologia abandonam a escola pela ilusão de vencer no futebol, à
qual a maioria sucumbe.
A H
 VWiUHSOHWDGHLQIRUPDo}HVFRQ¿iYHLVTXHFRQVWLWXHP
fonte única para a aprendizagem dos alunos. 2FDPLQKRDWpRSUR¿VVLRQDOLVPRDFRQWHFHSRUPHLR
B exige dos pais e professores que proíbam seu uso de um longo processo seletivo que os jovens têm de
abusivo para evitar que se torne um vício. percorrer. Caso não seja selecionado, esse atleta poderá
ter que abandonar a carreira involuntariamente por falta
C tende a se tornar um agente negativo na aprendizagem
de uma equipe que o acolha. Alguns podem acabar em
e na socialização de crianças e jovens.
subempregos, à margem da sociedade, ou até mesmo
D possibilita maior ampliação do conhecimento de em vícios decorrentes desse fracasso e dessa desilusão.
mundo quando a aprendizagem é direcionada. ,VVRDFRQWHFHSRUTXHQRDXJHGDVXDIRUPDomRHVFRODU
E leva ao isolamento do mundo real e ao uso exclusivo e na condição juvenil de desenvolvimento, eles não se
do computador se a navegação for desmedida. preparam e não são devidamente orientados para buscar
alternativas de experiências mais amplas de ocupação
QUESTÃO 18
fora e além do futebol.
O mundo revivido %$/=$1221025$,6-6$IRUPDomRGRMRJDGRUGHIXWHEROHVXDUHODomR
com a escola. EFDeportesQVHW DGDSWDGR 
Sobre esta casa e as árvores que o tempo
esqueceu de levar. Sobre o curral $RDERUGDURIDWRGHQR%UDVLOPXLWRVMRYHQVGHSRVLWDUHP
de pedra e paz e de outras vacas tristes suas esperanças de futuro no futebol, o texto critica o(a)
chorando a lua e a noite sem bezerros. A despreparo dos jogadores de futebol para ajudarem
Sobre a parede larga deste açude suas famílias a superar a miséria.
onde outras cobras verdes se arrastavam, B garantia de ascensão social dos jovens pela carreira
e pondo o sol nos seus olhos parados de jogador de futebol.
iam colhendo sua safra de sapos. C falta de investimento dos clubes para que os atletas
Sob as constelações do sul que a noite SRVVDPDWXDUSUR¿VVLRQDOPHQWHHYLYHUGRIXWHERO
armava e desarmava: as Três Marias, D LQYHVWLPHQWR UHGX]LGR GRV DWOHWDV SUR¿VVLRQDLV HP
o Cruzeiro distante e o Sete-Estrelo. sua formação escolar, gerando frustração e desilusão
Sobre este mundo revivido em vão, SUR¿VVLRQDOQRHVSRUWH
a lembrança de primos, de cavalos, E despreocupação dos sujeitos com uma formação
de silêncio perdido para sempre. paralela à esportiva, para habilitá-los a atuar em
'2%$/+A província deserta5LRGH-DQHLUR$UWHQRYD outros setores da vida.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ10*
QUESTÃO 20 TEXTO II
Declaração de amor 1DVXDSURGXomR*RHOGLEXVFRXUHÀHWLUVHXFDPLQKR
(VWDpXPDFRQ¿VVmRGHDPRUDPRDOtQJXDSRUWXJXHVD pessoal e político, sua melancolia e paixão sobre os
Ela não é fácil. Não é maleável. […] A língua portuguesa é intensos aspectos mais latentes em sua obra, como:
XPYHUGDGHLURGHVD¿RSDUDTXHPHVFUHYH6REUHWXGRSDUD cidades, peixes, urubus, caveiras, abandono, solidão,
quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira drama e medo.
=8/,(77,/)*RHOGLGDPHODQFROLDDRLQHYLWiYHORevista de Arte, Mídia e Política.
FDSDGHVXSHU¿FLDOLVPR $FHVVRHPDEU DGDSWDGR 
Às vezes ela reage diante de um pensamento mais 2JUDYDGRU2VZDOGR*RHOGLUHFHEHXIRUWHVLQÀXrQFLDVGH
complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível um movimento artístico europeu do início do século XX,
de uma frase. Eu gosto de manejá-la — como gostava de que apresenta as características reveladas nos traços da
estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes obra de
a galope. Eu queria que a língua portuguesa chegasse
ao máximo em minhas mãos. E este desejo todos os que
escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram
para nos dar para sempre uma herança de língua já feita.
Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do $OIUHG.XELQ
pensamento alguma coisa que lhe dê vida. representante do
A Expressionismo.
(VVDV GL¿FXOGDGHV QyV DV WHPRV 0DV QmR IDOHL
do encantamento de lidar com uma língua que não foi Sonho e desarranjo,
aprofundada. O que recebi de herança não me chega. $OIUHG.XELQ
Se eu fosse muda e também não pudesse escrever, e
me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria:
inglês, que é preciso e belo. Mas, como não nasci muda e
pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim
que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até
queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha Henri Matisse,
abordagem do português fosse virgem e límpida. representante do
/,63(&725&A descoberta do mundo5LRGH-DQHLUR5RFFR DGDSWDGR 
B Fauvismo.
O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor pela
língua portuguesa, acentuando seu caráter patrimonial e Bailarina deitada, Henri
Matisse
sua capacidade de renovação, é:
A ³$ OtQJXD SRUWXJXHVD p XP YHUGDGHLUR GHVD¿R SDUD
quem escreve.”
B “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos
dar para sempre uma herança de língua já feita.” Diego Rivera,
C “Todos nós que escrevemos estamos fazendo do representante do
túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.” C Muralismo.
D “Mas não falei do encantamento de lidar com uma Mineiro, Diego Rivera.
língua que não foi aprofundada.”
E “Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só
para que a minha abordagem do português fosse
virgem e límpida.”
QUESTÃO 21
TEXTO I Pablo Picasso,
representante do
D Cubismo.
Retrato de Igor
Stravinsky, Pablo Picasso.

René Magritte,
representante do
E Surrealismo.
Os amantes, René
Magritte.
*2(/',2Sem título%LFRGHSHQD[FP&ROHomR$U\
Ferreira Macedo, circa 1940.
Disponível em: https://revistacontemporartes.blogspot.com.br. Acesso em: 10 dez. 2012.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ11*
QUESTÃO 22 Surgiram outras
Naturalmente
TEXTO I Sem nem olhar a minha cara
A língua ticuna é o idioma mais falado entre os Tomavam banho
indígenas brasileiros. De acordo com o pesquisador Na minha frente
$U\RQ 5RGULJXHV Ki  PLO tQGLRV TXH IDODP R LGLRPD Para sair com outro cara
A maioria mora ao longo do Rio Solimões, no Alto Porém nunca me importei
$PD]RQDV e D PDLRU QDomR LQGtJHQD GR %UDVLO VHQGR Com tais amantes
também encontrada no Peru e na Colômbia. Os ticunas
falam uma língua considerada isolada, que não mantém [...]
semelhança com nenhuma outra língua indígena e &RPWDQWRV¿OPHV
apresenta complexidades em sua fonologia e sintaxe. Na minha mente
Sua característica principal é o uso de diferentes alturas É natural que toda atriz
na voz. Presentemente represente
Muito para mim
O uso intensivo da língua não chega a ser ameaçado
pela proximidade de cidades ou mesmo pela convivência &+,&2%8$548(Carioca5LRGH-DQHLUR%LVFRLWR)LQR IUDJPHQWR 
com falantes de outras línguas no interior da própria área 1D FDQomR &KLFR %XDUTXH WUDEDOKD XPD GHWHUPLQDGD
ticuna: nas aldeias, esses outros falantes são minoritários
e acabam por se submeter à realidade ticuna, razão pela função da linguagem para marcar a subjetividade do eu
qual, talvez, não representem uma ameaça linguística. lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa
admiração está marcada em:
Língua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado).

TEXTO II A "Naturalmente/ Ela sorria/ Mas não me dava trela".


Riqueza da língua B "Tomavam banho/ Na minha frente/ Para sair com
“O inglês está destinado a ser uma língua mundial em outro cara".
sentido mais amplo do que o latim foi na era passada e o C "Surgiram outras/ Naturalmente/ Sem nem olhar a
IUDQFrVpQDSUHVHQWH´GL]LDRSUHVLGHQWHDPHULFDQR-RKQ minha cara".
$GDPVQRVpFXOR;9,,,$SURIHFLDVHFXPSULXRLQJOrVp D "Escolhia qualquer um/ Lançava olhares/ Debaixo do
hoje a língua franca da globalização. No extremo oposto meu nariz".
da economia linguística mundial, estão as línguas de
pequenas comunidades declinantes. Calcula-se que hoje E "É natural que toda atriz/ Presentemente represente/
VHIDOHPGHDOtQJXDVQRPXQGRWRGR4XDVH Muito para mim".
metade delas deve desaparecer nos próximos 100 anos.
A última edição do Ethnologue — o mais abrangente QUESTÃO 24
estudo sobre as línguas mundiais —, de 2005, listava
516 línguas em risco de extinção. E aqui, antes de continuar este espetáculo, é
VejaQVHW DGDSWDGR 
necessário que façamos uma advertência a todos e a
cada um. Neste momento, achamos fundamental que
Os textos tratam de línguas de culturas completamente FDGDXPWRPHXPDSRVLomRGH¿QLGD6HPTXHFDGDXP
diferentes, cujas realidades se aproximam em função do(a) WRPHXPDSRVLomRGH¿QLGDQmRpSRVVtYHOFRQWLQXDUPRV
É fundamental que cada um tome uma posição, seja para
A semelhança no modo de expansão. a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que
B preferência de uso na modalidade falada. DOJXQV WRPHP XPD SRVLomR QHXWUD ¿TXHP GH EUDoRV
C modo de organização das regras sintáticas. cruzados. Mas é preciso que cada um, uma vez tomada
D predomínio em relação às outras línguas de contato. VXDSRVLomR¿TXHQHOD3RUTXHVHQmRFRPSDQKHLURVDV
cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve nada.
E fato de motivarem o desaparecimento de línguas
minoritárias. FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto Alegre: L&PM, 2009.

A peça Liberdade, liberdade, encenada em 1964,


QUESTÃO 23 apresenta o impasse vivido pela sociedade brasileira em
face do regime vigente. Esse impasse é representado no
As atrizes
Naturalmente fragmento pelo(a)
Ela sorria A barulho excessivo produzido pelo ranger das cadeiras
Mas não me dava trela do teatro.
Trocava a roupa
Na minha frente B indicação da neutralidade como a melhor opção
E ia bailar sem mais aquela ideológica naquele momento.
Escolhia qualquer um C constatação da censura em função do engajamento
Lançava olhares social do texto dramático.
Debaixo do meu nariz
Dançava colada D correlação entre o alinhamento político e a posição
Em novos pares corporal dos espectadores.
Com um pé atrás E interrupção do espetáculo em virtude do
&RPXPSpD¿P comportamento inadequado do público.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ12*
QUESTÃO 25 Pescoço
Com um pescoço duas vezes mais longo e
Uma noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil. 15 centímetros mais fino do que o de uma mulher,
Editora Planeta, 296 páginas. D%DUELHVHULDLQFDSD]GHPDQWHUVXDFDEHoDOHYDQWDGD
Mas foi uma noite, aquela noite de sábado 21 de Cintura
RXWXEURGHTXHSDURXRQRVVRSDtV3DURXSUDYHU Com uma cintura de 40 centímetros (menor do que
D¿QDOtVVLPDGR,,,)HVWLYDOGD5HFRUGTXDQGRXPMRYHP DVXDFDEHoD D%DUELHGDYLGDUHDOVyWHULDHVSDoRHP
de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu Lobo, saiu seu corpo para acomodar metade de um rim e alguns
carregado do Teatro Paramount em São Paulo depois centímetros de intestino.
de ganhar o prêmio máximo do festival com Ponteio,
que cantou acompanhado da charmosa e iniciante Quadril
Marília Medalha. O índice que mede a relação entre a cintura e o
)RL QDTXHOD QRLWH TXH &KLFR %XDUTXH HQWRRX VXD TXDGULOGD%DUELHpGHRTXHVLJQL¿FDTXHDPHGLGD
Roda viva DR ODGR GR 03% GH 0DJUR R DUUDQMDGRU GDVXDFLQWXUDUHSUHVHQWDGDFLUFXQIHUrQFLDGHVHX
Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria quadril. Esse mesmo índice, em uma mulher americana
FRPDSODWHLDDRVRPGDVJXLWDUUDVGRV%HDW%R\V, que média, é de 0,8.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 2 maio 2015.
Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no parque
com os Mutantes. $R DERUGDU DV SRVVtYHLV LQÀXrQFLDV GD LQG~VWULD GH
$TXHODQRLWHTXHDFDERXYLUDQGR¿OPHHPQDV brinquedos sobre a representação do corpo feminino, o
mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou livro. texto analisa a
O livro que está sendo lançado agora é a história daquela A noção de beleza globalizada veiculada pela
noite, ampliada e em estado que no jargão jornalístico indústria cultural.
FKDPDPRV GH PDWpULD EUXWD 4XHP YLX R ¿OPH YDL VH B LQÀXrQFLDGDPtGLDSDUDDDGRomRGHXPHVWLORGHYLGD
deliciar com as histórias — e algumas fofocas — que cada salutar pelas mulheres.
um tem para contar, agora sem os cortes necessários que
XP¿OPHH[LJH(TXHPQmRYLXR¿OPHWHPGLDQWHGHVL C relação entre a alimentação saudável e o padrão de
um livro de histórias, pensando bem, de História. corpo instituído pela boneca.
9,//$6$'LVSRQtYHOHPZZZFDUWDFDSLWDOFRPEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR 
D proporcionalidade entre a representação do corpo da
boneca e a do corpo humano.
Considerando os elementos constitutivos dos gêneros E LQÀXrQFLD PHUFDGROyJLFD QD FRQVWUXomR GH XPD
textuais circulantes na sociedade, nesse fragmento de autoimagem positiva do corpo feminino.
resenha predominam
QUESTÃO 27
A caracterizações de personalidades do contexto
musical brasileiro dos anos 1960. Nuances
B questões polêmicas direcionadas à produção musical Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa.
brasileira nos anos 1960.
Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar: quando
C relatos de experiências de artistas sobre os festivais ele quer deixar claro que não é de televisão.
GHP~VLFDGH
D H[SOLFDo}HVVREUHRTXDGURFXOWXUDOGR%UDVLOGXUDQWH Grávida: em qualquer ocasião. Gestante HP ¿ODV H
a década de 1960. assentos preferenciais.
E opiniões a respeito de uma obra sobre a cena musical Guardar : na gaveta. Salvar : no computador.
GH Salvaguardar: no Exército.
Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã: na
QUESTÃO 26
horta ou no suco de abacaxi.
Apesar de muitas crianças e adolescentes terem a Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando
%DUELHFRPRXPH[HPSORGHEHOH]DXPLQIRJUi¿FRIHLWR você está em cartaz com ele.
pelo site Rehabs.com comprovou que, caso uma mulher '89,9,(5*Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado).
tivesse as medidas da boneca de plástico, ela nem
estaria viva. O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos
muito próximos. Essa diferença é apresentada
Não é exatamente uma novidade que as proporções considerando-se a(s)
da boneca mais famosa do mundo são absurdas para o
mundo real. Ativistas que lutam pela construção de uma A alternâncias na sonoridade.
autoimagem mais saudável, pesquisadores de distúrbios B adequação às situações de uso.
alimentares e pessoas que se preocupam com o impacto C PDUFDomRÀH[LRQDOGDVSDODYUDV
da indústria cultural na psique humana apontam, há anos,
D LQÀXrQFLD GH PRGHORV FRPR D %DUELH QD GLVWRUomR GR D JUD¿DQDQRUPDSDGUmRGDOtQJXD
corpo feminino. E categorias gramaticais das palavras.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ13*
QUESTÃO 28 nenhuma espécie — nem sequer mental ou de sonho
—, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim
cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço
se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de
Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em
todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de
um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de
Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me
faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo
de coisa movida.
PESSOA, F. O livro do desassossego6mR3DXOR%UDVLOLHQVH

A linguagem cumpre diferentes funções no processo de


FRPXQLFDomR$IXQomRTXHSUHGRPLQDQRVWH[WRV,H,,
A destaca o “como” se elabora a mensagem,
considerando-se a seleção, combinação e sonoridade
do texto.
B coloca o foco no “com o quê” se constrói a mensagem,
sendo o código utilizado o seu próprio objeto.
C focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando
seu posicionamento e suas impressões pessoais.
D orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem,
estimulando a mudança de seu comportamento.
E enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada
com palavras precisas e objetivas.
QUESTÃO 30
Contranarciso
em mim
eu vejo o outro
e outro
e outro
'LVSRQtYHOHPZZZDJHQFLDSDWULFLDJDOYDRRUJEU$FHVVRHPPDLR DGDSWDGR  HQ¿PGH]HQDV
trens passando
Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas vagões cheios de gente
VRFLDLV2FDUWD]WHPFRPR¿QDOLGDGH centenas
A alertar os homens agressores sobre as o outro
consequências de seus atos. que há em mim
B conscientizar a população sobre a necessidade de é você
denunciar a violência doméstica. você
e você
C instruir as mulheres sobre o que fazer em casos de
agressão. assim como
D despertar nas crianças a capacidade de reconhecer eu estou em você
atos de violência doméstica. eu estou nele
em nós
E exigir das autoridades ações preventivas contra a e só quando
violência doméstica. estamos em nós
QUESTÃO 29 estamos em paz
mesmo que estejamos a sós
TEXTO I /(0,16.,3Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa
A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição
nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as
literária, redimensionada pelo olhar contemporâneo.
classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque
No poema, essa nova dimensão revela a
nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou
e consagrou. A ausência de traços identitários.
/,0$&+5Gramática normativa da língua portuguesa5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR B angústia com a solidão em público.
TEXTO II C valorização da descoberta do “eu” autêntico.
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. D percepção da empatia como fator de
As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias autoconhecimento.
visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque E impossibilidade de vivenciar experiências de
a sensualidade real não tem para mim interesse de pertencimento.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ14*
QUESTÃO 31 2'25,&2 ² &RQWLQXDQGR R GLVFXUVR  %RWDQGR
GH ODGR RV HQWUHWDQWRV H SDUWLQGR SURV ¿QDOPHQWH
No esporte-participação ou esporte popular, a é uma alegria poder anunciar que prafrentemente
manifestação ocorre no princípio do prazer lúdico, que tem vocês já poderão morrer descansados, tranquilos e
FRPR¿QDOLGDGHREHPHVWDUVRFLDOGRVVHXVSUDWLFDQWHV desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados
Está associado intimamente com o lazer e o tempo livre aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de Sucupira.
e ocorre em espaços não comprometidos com o tempo e E quem votou em mim, basta dizer isso ao padre na hora
fora das obrigações da vida diária. Tem como propósitos da extrema-unção, que tem enterro e cova de graça,
a descontração, a diversão, o desenvolvimento pessoal conforme o prometido.
H R UHODFLRQDPHQWR FRP DV SHVVRDV 3RGHVH D¿UPDU
GOMES, D. O bem amado5LRGH-DQHLUR(GLRXUR
que o esporte-participação, por ser a dimensão social
do esporte mais inter-relacionada com os caminhos O gênero peça teatral tem o entretenimento como uma de
democráticos, equilibra o quadro de desigualdades suas funções. Outra função relevante do gênero, explícita
de oportunidades esportivas encontrado na dimensão nesse trecho de O bem amado, é
esporte-performance. Enquanto o esporte-performance
só permite sucesso aos talentos ou àqueles que tiveram A criticar satiricamente o comportamento de pessoas
condições, o esporte-participação favorece o prazer a públicas.
todos que dele desejarem tomar parte. B denunciar a escassez de recursos públicos nas
*2'76)5,('7-(VSRUWHHVXDUHODomRFRPDVRFLHGDGHXPDVtQWHVHELEOLRJUi¿FD prefeituras do interior.
EFDeportes, n. 142, mar. 2010.
C censurar a falta de domínio da língua padrão em
O sentido de esporte-participação construído no texto eventos sociais.
está fundamentalmente presente D despertar a preocupação da plateia com a expectativa
A QRV-RJRV2OtPSLFRVXPDYH]TXHUH~QHPGLYHUVRV de vida dos cidadãos.
países na disputa de diferentes modalidades E questionar o apoio irrestrito de agentes públicos aos
esportivas. gestores governamentais.
B nas competições de esportes individuais, uma vez que
QUESTÃO 33
o sucesso de um indivíduo incentiva a participação
dos demais. -RmR=HUR :DJQHU0RXUD pXPFLHQWLVWDJHQLDOPDV
C QRV FDPSHRQDWRV R¿FLDLV GH IXWHERO UHJLRQDLV H infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente
nacionais, por se tratar de uma modalidade esportiva durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma
muito popular no país. antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com
D nas competições promovidas pelas federações um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no
e confederações, cujo objetivo é a formação e a tempo, retornando para aquela época e podendo interferir
descoberta de talentos. no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que
E nas modalidades esportivas adaptadas, cujo objetivo sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um
é o maior engajamento dos cidadãos. jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que
voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá
QUESTÃO 32 DFHUWDUDVFRLVDV"
Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011.
Segundo quadro
Qual aspecto da organização gramatical atualiza os
Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. eventos apresentados na resenha, contribuindo para
Durante a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a GHVSHUWDURLQWHUHVVHGROHLWRUSHOR¿OPH"
Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em cena Dorotéa,
Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário e Odorico. Este último, à
A O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há
janela, discursa. 20 anos atrás foi humilhado”.
2'25,&2 ² 3RYR VXFXSLUDQR $JRUDPHQWH Mi B A descrição dos fatos com verbos no presente do
investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a indicativo, como “retorna” e “descobre”.
FRQ¿UPDomRDUDWL¿FDomRDDXWHQWLFDomRHSRUTXHQmR C A repetição do emprego da conjunção “mas” para
dizer a sagração do povo que me elegeu. contrapor ideias.
Aplausos vêm de fora. D $¿QDOL]DomRGRWH[WRFRPDIUDVHGHHIHLWR³6HUiTXH
HOHFRQVHJXLUiDFHUWDUDVFRLVDV"´
2'25,&2 ² (X SURPHWL TXH R PHX SULPHLUR DWR
como prefeito seria ordenar a construção do cemitério. E O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao
longo do texto para fazer referência ao protagonista
Aplausos, aos quais se incorporam as personagens ³-RmR=HUR´
em cena.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ15*
QUESTÃO 34 Em textos de diferentes gêneros, algumas estratégias
argumentativas referem-se a recursos linguístico-
discursivos mobilizados para envolver o leitor. No texto,
caracteriza-se como estratégia de envolvimento a
A prescrição de comportamentos, como em: “[...] largue
tudo de repente sob os olhares a sua volta [...]”.
B apresentação de contraposição, como em: “Mas
não exagere na medida e suba sem demora ao
quarto [...]”.
C explicitação do interlocutor, como em: “[...] (espécie
da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta
um tanto excluído) [...]”.
D descrição do espaço, como em: “Nesta sala atulhada
de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis
escreventes dividiram entre si o bom-senso do
mundo [...]”.
E construção de comparações, como em: “[...]
libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando
a roupa do corpo como se retirasse a importância das
coisas [...]”.
QUESTÃO 36

Época, n. 698, 3 out. 2011 (adaptado).

Os textos publicitários são produzidos para cumprir


determinadas funções comunicativas. Os objetivos desse
cartaz estão voltados para a conscientização dos
brasileiros sobre a necessidade de
A as crianças frequentarem a escola regularmente.
B a formação leitora começar na infância.
C a alfabetização acontecer na idade certa.
D a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado.
E as escolas desenvolverem campanhas a favor da
leitura.
QUESTÃO 35
Aí pelas três da tarde
Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis,
onde invejáveis escreventes dividiram entre si o bom-
senso do mundo, aplicando-se em ideias claras apesar
do ruído e do mormaço, seguros ao se pronunciarem
VREUHSUREOHPDVTXHDÀLJHPRKRPHPPRGHUQR HVSpFLH
da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um
tanto excluído), largue tudo de repente sob os olhares a 9$/(17,05Emblema 78$FUtOLFRVREUHWHOD[FP
sua volta, componha uma cara de louco quieto e perigoso, 'LVSRQtYHOHPZZZHVSDFRDUWHFRPEU$FHVVRHPDJR
faça os gestos mais calmos quanto os tais escribas mais
severos, dê um largo “ciao” ao trabalho do dia, assim A obra de Rubem Valentim apresenta emblemas que,
como quem se despede da vida, e surpreenda pouco baseando-se em signos de religiões afro-brasileiras, se
mais tarde, com sua presença em hora tão insólita, os que transformam em produção artística. A obra Emblema 78
estiveram em casa ocupados na limpeza dos armários, relaciona-se com o Modernismo em virtude da
que você não sabia antes como era conduzida. Convém
não responder aos olhares interrogativos, deixando A V LPSOL¿FDomRGHIRUPDVGDSDLVDJHPEUDVLOHLUD
crescer, por instantes, a intensa expectativa que se B valorização de símbolos do processo de urbanização.
instala. Mas não exagere na medida e suba sem demora
ao quarto, libertando aí os pés das meias e dos sapatos, C fusão de elementos da cultura brasileira com a arte
tirando a roupa do corpo como se retirasse a importância europeia.
GDV FRLVDV SRQGRVH HQ¿P HP YHVWHV PtQLPDV TXHP D alusão aos símbolos cívicos presentes na bandeira
sabe até em pelo, mas sem ferir o decoro (o seu decoro, nacional.
está claro), e aceitando ao mesmo tempo, como boa E composição simétrica de elementos relativos à
verdade provisória, toda mudança de comportamento.
NASSAR, R. Menina a caminho6mR3DXOR&LDGDV/HWUDV
miscigenação racial.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ16*
QUESTÃO 37 QUESTÃO 39
Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo
aos curiosos que começaram a chegar que uma mulher
tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em
QRPHGH-HVXVXPJUDQGHDPRUPDVMXURXHQmRFXPSULX
¿QJLX H PH HQJDQRX SUD PLP YRFr PHQWLX SUD 'HXV
você pecou, o coração tem razões que a própria razão
desconhece, faz promessas e juras, depois esquece.
O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa
canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou com
uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis,
mas bonita que só a gota serena. Era a história de uma
boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o
soberbo pedestal. Zé Araújo fechava os olhos e soltava
a voz:
Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/
Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/
Do romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns
ERNESTO NETO. Dengo. 2010. MAM-SP, 2010. braços divinais,/ Um corpo alvo sem par/ E os pés
'LVSRQtYHOHPKWWSHVSDFRKXPXVFRP$FHVVRHPDEU PXLWRSHTXHQRV(Q¿PHXYLQHVWDERQHFD8PDSHUIHLWD
A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP Vênus.
CASTRO, N. L. As pelejas de OjuaraRKRPHPTXHGHVD¿RXRGLDER
em um ambiente singular, explorando como principal São Paulo: Arx, 2006 (adaptado).
característica artística a O comentário do narrador do romance “[...] emendou com
A participação do público na interação lúdica com a obra. uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis,
B distribuição de obstáculos no espaço da exposição. mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato
C representação simbólica de objetos oníricos. de que essa valsa é representativa de uma variedade
linguística
D interpretação subjetiva da lei da gravidade.
E valorização de técnicas de artesanato. A detentora de grande prestígio social.
B HVSHFt¿FDGDPRGDOLGDGHRUDOGDOtQJXD
QUESTÃO 38 C previsível para o contexto social da narrativa.
Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva D constituída de construções sintáticas complexas.
torrencial da noite anterior, saí a caminhar com o sol ainda E valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.
escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos QUESTÃO 40
da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro
A lavadeira começou a viver como uma serviçal que
intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as impõe respeito e não mais como escrava. Mas essa
narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica regalia súbita foi efêmera. Meus irmãos, nos frequentes
derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água deslizes que adulteravam este novo relacionamento,
que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi eram dardejados pelo olhar severo de Emilie; eles nunca
de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha suportaram de bom grado que uma índia passasse a comer
até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego na mesa da sala, usando os mesmos talheres e pratos, e
SRU DOJXQV LQVWDQWHV PDV R GHVSHUWDU IRL LPHGLDWR -i comprimindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e
aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome a mesma porcelana das xícaras de café. Uma espécie de
e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. asco e repulsa tingia-lhes o rosto, já não comiam com a
)RL TXDQGR GHL UHSDUR GD ¿JXUD HVJXLD H GLVFUHWD GH mesma saciedade e recusavam-se a elogiar os pastéis
uma senhora acompanhada de um garoto aparentando de picadinho de carneiro, os folheados de nata e tâmara,
uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa e o arroz com amêndoas, dourado, exalando um cheiro
em proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um de cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com
YLJRURVR³%RPGLD´GHXPYDSRURVRDSHUWRGHPmRVQDV o rosto rastreado de rugas, era capaz de tirar o sabor e
DSUHVHQWDo}HVGHSUD[H¿TXHLVDEHQGRTXH'RQD)ORUGH o odor dos alimentos e de suprimir a voz e o gesto como
0DLROHYDYDR¿OKR$GmRSDUDWUDWDPHQWRGDVIHULGDVTXH se o seu silêncio ou a sua presença que era só silêncio
pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas impedisse o outro de viver.
de bordas avermelhadas. HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Cia. das Letras, 2000.

*8,­20'LVSRQtYHOHPZZZUHYLVWDHFRORJLFRFRPEU$FHVVRHPPDU DGDSWDGR  Ao apresentar uma situação de tensão em família, o


A variedade linguística da narrativa é adequada à narrador destila, nesse fragmento, uma percepção das
descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas relações humanas e sociais demarcada pelo
palavras e expressões usadas no texto está a serviço da A predomínio dos estigmas de classe e de raça sobre a
A ORFDOL]DomRGRVHYHQWRVGHIDODQRWHPSR¿FFLRQDO intimidade da convivência.
B composição da verossimilhança do ambiente B discurso da manutenção de uma ética doméstica
retratado. contra a subversão dos valores.
C restrição do papel do narrador à observação das C desejo de superação do passado de escassez em
cenas relatadas. prol do presente de abastança.
D construção mística das personagens femininas pelo D sentimento de insubordinação à autoridade
autor do texto. representada pela matriarca da família.
E caracterização das preferências linguísticas da E rancor com a ingratidão e a hipocrisia geradas pelas
personagem masculina. mudanças nas regras da casa.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ17*
QUESTÃO 41 [...]
Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo
Pra molecada frequentar nenhum incentivo
O investimento no lazer é muito escasso
O centro comunitário é um fracasso
5$&,21$,60&VRacionais MCs6mR3DXOR=LPEDEZXH IUDJPHQWR 

A letra da canção apresenta uma realidade social quanto


à distribuição distinta dos espaços de lazer que
A retrata a ausência de opções de lazer para a população
de baixa renda, por falta de espaço adequado.
B ressalta a irrelevância das opções de lazer para
diferentes classes sociais, que o acessam à sua
maneira.
C expressa o desinteresse das classes sociais menos
favorecidas economicamente pelas atividades
de lazer.
D implica condições desiguais de acesso ao lazer,
pela falta de infraestrutura e investimentos em
equipamentos.
E aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas
classes favorecidas economicamente; e do prático,
nas menos favorecidas.
5HYLVWD%ROVD,Q&$55$6&2=$-$A evolução do texto publicitário: a associação QUESTÃO 43
de palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999 (adaptado).

Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e TEXTO I


celulose, a combinação dos elementos verbais e não
verbais visa
A MXVWL¿FDURVSUHMXt]RVDRPHLRDPELHQWHDRYLQFXODUD
empresa à difusão da cultura.
B incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-se a
títulos consagrados do acervo mundial.
C seduzir o consumidor, ao relacionar o anunciante às
histórias clássicas da literatura universal.
D SURPRYHUXPDUHÀH[mRVREUHDSUHVHUYDomRDPELHQWDO
ao aliar o desmatamento aos clássicos da literatura.
E construir uma imagem positiva do anunciante, ao
associar a exploração alegadamente sustentável à SPETO. *UD¿WH0XVHX$IUR%UDVLO
produção de livros. 'LVSRQtYHOHPZZZGLDULRVSFRPEU$FHVVRHPVHW
TEXTO II
QUESTÃO 42
Speto
Fim de semana no parque Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é
Olha o meu povo nas favelas e vai perceber XPJUD¿WHLURSDXOLVWDHQYROYLGRFRPRskate e a música.
Daqui eu vejo uma caranga do ano O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela
Toda equipada e o tiozinho guiando oportunidade de ver de perto as referências que trazia
&RPVHXV¿OKRVDRODGRHVWmRLQGRDRSDUTXH há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do
Eufóricos brinquedos eletrônicos %UDVLOHPXPDWXUQrFRPDEDQGD25DSSD
Automaticamente eu imagino Revista Zupi, n. 19, 2010.
A molecada lá da área como é que tá
2JUD¿WHGRDUWLVWDSDXOLVWD6SHWRH[SRVWRQR0XVHX$IUR
Provavelmente correndo pra lá e pra cá
-RJDQGRERODGHVFDOoRVQDVUXDVGHWHUUD %UDVLOUHYHODHOHPHQWRVGDFXOWXUDEUDVLOHLUDUHFRQKHFLGRV
É, brincam do jeito que dá A QDLQÀXrQFia da expressão abstrata.
[...] B na representação de lendas nacionais.
Olha só aquele clube, que da hora
Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha C na inspiração das composições musicais.
Olha quanta gente D nos traços marcados pela xilogravura nordestina.
Tem sorveteria, cinema, piscina quente E nos usos caracteUtVWLFRVGHJUD¿VPRVGRVskates.
/&žGLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ18*
QUESTÃO 44
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há quatro
dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o meu marido e uns
FRPSDQKHLURV4XDQWRVVmR$RWRGRVHWH6HHVWmRDSHQVDUHP¿FDUFRQRVFRWLUHPGDtRVHQWLGRMiVRPRVPXLWRV
Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena,
não serviu de nada, Por que diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento percebemos que os
soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a
cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país,
6$5$0$*2-Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de
determinadas regras de pontuação
A revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance.
B provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança.
C singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico.
D representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica.
E colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado.
QUESTÃO 45
TEXTO I TEXTO II

No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg


(n.1925) criou o termo combine para se referir a suas
novas obras que possuíam aspectos tanto da pintura como
da escultura.
Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em
uma exposição de jovens artistas americanos e italianos
QR )HVWLYDO GRV 'RLV 0XQGRV HP 6SROHWR QD ,WiOLD
Os responsáveis pelo festival, entretanto, se recusaram a
expor a obra e a removeram para um depósito.
Embora o mundo da arte debatesse a inovação de
se pendurar uma cama numa parede, Rauschenberg
considerava sua obra “um dos quadros mais acolhedores
que já pintei, mas sempre tive medo de que alguém
TXLVHVVHVHHQ¿DUQHOD´

5$86&+(1%(5*5 Cama. Óleo e lápis em travesseiro, colcha e folha em suporte de madeira. DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna.
[[FP0XVHXGH$UWH0RGHUQDGH1RYD<RUN 6mR3DXOR&RVDF 1DLI\
'LVSRQtYHOHPZZZPRPDRUJ$FHVVRHPMXQ

$REUDGH5DXVFKHQEHUJFKRFRXRS~EOLFRQDpSRFDHPTXHIRLIHLWDHUHFHEHXIRUWHLQÀXrQFLDGHXPPRYLPHQWR
artístico que se caracterizava pela

A dissolução das tonalidades e dos contornos, revelando uma produção rápida.


B exploração insólita de elementos do cotidiano, dialogando com os ready-mades.
C UHSHWLomRH[DXVWLYDGHHOHPHQWRVYLVXDLVOHYDQGRjVLPSOL¿FDomRPi[LPDGDFRPSRVLomR
D incorporação das transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da vida moderna.
E JHRPHWUL]DomRGDVIRUPDVGLOXLQGRRVGHWDOKHVVHPVHSUHRFXSDUFRPD¿GHOLGDGHDRUHDO

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ19*
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
x O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
x 2WH[WRGH¿QLWLYRGHYHVHUHVFULWRjWLQWDQDIROKDSUySULDHPDWpOLQKDV
x A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
x desrespeitar os direitos humanos.
x tLYHUDWp VHWH OLQKDVHVFULWDVVHQGRFRQVLGHUDGD³WH[WRLQVX¿FLHQWH´
x fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
x apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
&$3Ë78/2,9
'2',5(,72¬('8&$d­2
$UW$HGXFDomRFRQVWLWXLGLUHLWRGDSHVVRDFRPGH¿FLrQFLDDVVHJXUDGRVVLVWHPDHGXFDFLRQDOLQFOXVLYRHP
todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível
de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e
necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de
TXDOLGDGHjSHVVRDFRPGH¿FLrQFLDFRORFDQGRDDVDOYRGHWRGDIRUPDGHYLROrQFLDQHJOLJrQFLDHGLVFULPLQDomR
$UW,QFXPEHDRSRGHUS~EOLFRDVVHJXUDUFULDUGHVHQYROYHULPSOHPHQWDULQFHQWLYDUDFRPSDQKDUHDYDOLDU>@
,9RIHUWDGHHGXFDomRELOtQJXHHP/LEUDVFRPRSULPHLUDOtQJXDHQDPRGDOLGDGHHVFULWDGDOtQJXDSRUWXJXHVD
como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; [...]
;,,RIHUWDGHHQVLQRGD/LEUDVGR6LVWHPD%UDLOOHHGHXVRGHUHFXUVRVGHWHFQRORJLDDVVLVWLYDGHIRUPDDDPSOLDU
habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação.
%5$6,/Lei nº 13.146GHGHMXOKRGH'LVSRQtYHOHPZZZSODQDOWRJRYEU$FHVVRHPMXQ IUDJPHQWR 

TEXTO II TEXTO III


Matrículas de Surdos na Educação Básica - Educação Especial
30

25
Total (em milhar)

20

15

10

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016

classes comuns (alunos incluídos)


classes especiais/escolas exclusivas

Fonte: Inep.
'LVSRQtYHOHPKWWSVHUYLFRVSUWPSWPSEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR 

TEXTO IV
1R%UDVLORVVXUGRVVyFRPHoDUDPDWHUDFHVVRjHGXFDomRGXUDQWHR,PSpULRQRJRYHUQRGH'RP3HGUR,,
TXHFULRXDSULPHLUDHVFRODGHHGXFDomRGHPHQLQRVVXUGRVHPGHVHWHPEURGHQDDQWLJDFDSLWDOGR3DtV
R5LRGH-DQHLUR+RMHQROXJDUGDHVFRODIXQFLRQDR,QVWLWXWR1DFLRQDOGH(GXFDomRGH6XUGRV ,QHV 3RULVVR
a data foi escolhida como Dia do Surdo.
&RQWXGRIRLVRPHQWHHPSRUPHLRGDVDQomRGD/HLQžTXHD/tQJXD%UDVLOHLUDGH6LQDLV /LEUDV IRL
UHFRQKHFLGDFRPRVHJXQGDOtQJXDR¿FLDOQR3DtV$OHJLVODomRGHWHUPLQRXWDPEpPTXHGHYHPVHUJDUDQWLGDVSRU
parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar
o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva.
'LVSRQtYHOHPZZZEUDVLOJRYEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR 

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
WHPD ³'HVD¿RV SDUD D IRUPDomR HGXFDFLRQDO GH VXUGRV QR %UDVLO´ DSUHVHQWDQGR SURSRVWD GH LQWHUYHQomR TXH
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

GABARITO PROVA ENEM 2017


1° DIA - CADERNO 1 – Azul
Gabarito 2017
LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 D E 46 C
2 D D 47 D
3 C B 48 D
4 D E 49 E
5 E E 50 C
6 B 51 A
7 D 52 D
8 A 53 B
9 E 54 E
10 D 55 A
11 A 56 B
12 A 57 D
13 B 58 B
14 C 59 E
15 E 60 D
16 C 61 A
17 D 62 E
18 A 63 C
19 E 64 A
20 B 65 E
21 A 66 B
22 D 67 D
23 E 68 A
24 D 69 E
25 E 70 B
26 D 71 A
27 B 72 E
28 B 73 D
29 B 74 B
30 D 75 D
31 E 76 B
32 A 77 B
33 B 78 A
34 B 79 E
35 C 80 C
36 C 81 D
37 A 82 A
38 B 83 E
39 A 84 B
40 A 85 C
41 E 86 C
42 D 87 C
43 D 88 C
44 C 89 D
45 B 90 E

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ5*
PROVA ENEM 2017
2018
A utilização de determinadas variedades linguísticas
Questões de 06 a 45 em campanhas educativas tem a função de atingir o
S~EOLFRDOYR GH IRUPD PDLV GLUHWD H H¿FD] 1R FDVR
QUESTÃO 06 GHVVHWH[WRLGHQWL¿FDVHHVVDHVWUDWpJLDSHOR D
“A Declaração Universal dos Direitos Humanos está A discurso formal da língua portuguesa.
FRPSOHWDQGRDQRVHPWHPSRVGHGHVD¿RVFUHVFHQWHV B registro padrão próprio da língua escrita.
quando o ódio, a discriminação e a violência permanecem
C seleção lexical restrita à esfera da medicina.
YLYRV´GLVVHDGLUHWRUDJHUDOGD2UJDQL]DomRGDV1Do}HV
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), D ¿GHOLGDGHDRMDUJmRGDOLQJXDJHPSXEOLFLWiULD
Audrey Azoulay. E uso de marcas linguísticas típicas da oralidade.
³$R¿QDOGD6HJXQGD*XHUUD0XQGLDODKXPDQLGDGH
inteira resolveu promover a dignidade humana em todos QUESTÃO 08
os lugares e para sempre. Nesse espírito, as Nações — Famigerado? [...]
Unidas adotaram a Declaração Universal dos Direitos — Famigerado é “inóxio”, é “célebre”, “notório”, “notável”...
Humanos como um padrão comum de conquistas para — Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não
todos os povos e todas as nações”, disse Audrey.
entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de
“Centenas de milhões de mulheres e homens
são destituídos e privados de condições básicas arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?
de subsistência e de oportunidades. Movimentos — Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões
populacionais forçados geram violações aos direitos neutras, de outros usos...
HP XPD HVFDOD VHP SUHFHGHQWHV$$JHQGD  SDUD — Pois... e o que é que é, em fala de pobre, linguagem
o Desenvolvimento Sustentável promete não deixar de em dia de semana?
ninguém para trás – e os direitos humanos devem ser o — Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece
alicerce para todo o progresso.” louvor, respeito...
Segundo ela, esse processo precisa começar o ROSA, G. Famigerado. In: Primeiras estórias5LRGH-DQHLUR1RYD)URQWHLUD
quanto antes nas carteiras das escolas. Diante disso, Nesse texto, a associação de vocábulos da língua
a Unesco lidera a educação em direitos humanos para portuguesa a determinados dias da semana remete ao
assegurar que todas as meninas e meninos saibam seus
A local de origem dos interlocutores.
direitos e os direitos dos outros.
'LVSRQtYHOHPKWWSVQDFRHVXQLGDVRUJ$FHVVRHPDEU DGDSWDGR  B estado emocional dos interlocutores.
Defendendo a ideia de que “os direitos humanos devem C grau de coloquialidade da comunicação.
VHURDOLFHUFHSDUDWRGRRSURJUHVVR´DGLUHWRUDJHUDOGD D nível de intimidade entre os interlocutores.
8QHVFRDSRQWDFRPRHVWUDWpJLDSDUDDWLQJLUHVVH¿PD E conhecimento compartilhado na comunicação.
A LQFOXVmRGHWRGRVQD$JHQGD
B extinção da intolerância entre os indivíduos. QUESTÃO 09
C discussão desse tema desde a educação básica. Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por
D conquista de direitos para todos os povos e nações. vezes tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é
E promoção da dignidade humana em todos os lugares. isso o que acontece nas redes sociais: a democracia
racial apregoada por Gilberto Freyre passa ao largo
QUESTÃO 07 do que acontece diariamente nas comunidades
virtuais do país. Levantamento inédito realizado pelo
projeto Comunica que Muda [...] mostra em números
a intolerância do internauta tupiniquim. Entre abril e
junho, um algoritmo vasculhou plataformas [...] atrás
de mensagens e textos sobre temas sensíveis, como
racismo, posicionamento político e homofobia. Foram
LGHQWLILFDGDVPHQo}HVVHQGRGHODVFRP
abordagem negativa, de exposição do preconceito e
da discriminação.
'LVSRQtYHOHPKWWSVRJORERJORERFRP$FHVVRHPGH] DGDSWDGR 

Ao abordar a postura do internauta brasileiro mapeada


por meio de uma pesquisa em plataformas virtuais, o texto
A minimiza o alcance da comunicação digital.
B refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro.
C relativiza responsabilidades sobre a noção de respeito.
D H[HPSOL¿FD FRQFHLWRV FRQWLGRV QD OLWHUDWXUD H QD
sociologia.
E H[S}H D LQH¿FiFLD GRV HVWXGRV SDUD DOWHUDU WDO
'LVSRQtYHOHPZZZIDFHERRNFRPPLQVDXGH$FHVVRHPIHY DGDSWDGR  comportamento.

/&žGLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA0175AZ6*

QUESTÃO 10 TEXTO II
Quebranto A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a
às vezes sou o policial que me suspeito H[SHULPHQWDo}HVWmRYDULDGDVTXHVXDLQÀXrQFLDHVWHQGHVH
me peço documentos aos dias de hoje. Se na arte atual as possibilidades de
e mesmo de posse deles LQYHVWLJDomR GR FRUSR SDUHFHP LOLPLWDGDV ± SRGHVH
me prendo e me dou porrada escolher entre representar, apresentar, ou ainda apenas
às vezes sou o porteiro evocar o corpo – isso ocorre graças ao legado dos artistas
não me deixando entrar em mim mesmo pioneiros.
a não ser SILVA, P. R. &RUSRQDDUWHERG\DUWERG\PRGL¿FDWLRQ: fronteiras. II Encontro de História
pela porta de serviço GD$UWH,)&+8QLFDPS DGDSWDGR 

[...] Nos textos, a concepção de body art está relacionada à


às vezes faço questão de não me ver intenção de
e entupido com a visão deles
VLQWRPHDPLVpULDFRQFHELGDFRPRXPHWHUQR A estabelecer limites entre o corpo e a composição.
começo B fazer do corpo um suporte privilegiado de expressão.
fechRPHRFHUFR C discutir políticas e ideologias sobre o corpo como arte.
sendo o gesto que me nego
a pinga que me bebo e me embebedo D compreender a autonomia do corpo no contexto da obra.
o dedo que me aponto E destacar o corpo do artista em contato com o expectador.
e denuncio
o ponto em que me entrego. QUESTÃO 12
às vezes!... 'H¿FLHQWHV YLVXDLV Mi SRGHP LU D DOJXPDV VDODV GH
CUTI. Negroesia%HOR+RUL]RQWH0D]]D IUDJPHQWR 
cinema e teatros para curtir, em maior intensidade, as
Na literatura de temática negra produzida no Brasil, atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo
é recorrente a presença de elementos que traduzem :KDWVFLQHUHFpPFKHJDGRDR%UDVLOHGLVSRQtYHOSDUDRV
experiências históricas de preconceito e violência.
sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android (Google).
No poema, essa vivência revela que o eu lírico
Ao ser conectado à rede ZL¿ de cinemas e teatros, o app
A incorpora seletivamente o discurso do seu opressor. sincroniza um áudio que descreve o que ocorre na tela
B VXEPHWHVH j GLVFULPLQDomR FRPR PHLR GH ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário,
fortalecimento. então, pode ouvir a narração em seu celular.
C HQJDMDVH QD GHQ~QFLD GR SDVVDGR GH RSUHVVmR H O programa foi desenvolvido por pesquisadores
injustiças. da Universidade Carlos III, em Madri. “Na Espanha,
D sofre uma perda de identidade e de noção de  VDODV GH FLQHPD Mi RIHUHFHP R UHFXUVR H ¿OPHV
pertencimento. de grandes estúdios já são exibidos com o recurso do
E acredita esporadicamente na utopia de uma Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a
sociedade igualitária. tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos parceria
QUESTÃO 11 com a São Paulo Companhia de Dança para adaptar os
espetáculos deles! Isso já é um avanço. Concorda?”
TEXTO I 'LVSRQtYHOHPKWWSYHMDDEULOFRPEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR 

Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo


com a intenção do emissor, a linguagem apresenta
funções diferentes. Nesse fragmento, predomina a
função referencial da linguagem, porque há a presença
de elementos que
A buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
B GH¿QHPRDSOLFDWLYRUHYHODQGRRSRQWRGHYLVWDGDDXWRUD
C evidenciam a subjetividade, explorando a entonação
emotiva.
D expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem
denotativa.
E objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo
ALMEIDA, H. Dentro de mim)RWRJUD¿DSEFP[FP a uma indagação.
)DFXOGDGHGH%HODV$UWHVGD8QLYHUVLGDGHGH/LVERD

/&žGLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA0175AZ7*

QUESTÃO 13 QUESTÃO 14
TEXTO I No tradicional concurso de miss, as candidatas
apresentaram dados de feminicídio, abuso sexual e
estupro no país.
No lugar das medidas de altura, peso, busto, cintura
e quadril, dados da violência contra as mulheres no Peru.
)RL DVVLP TXH DV  FDQGLGDWDV DR Miss 3HUX 
protestaram contra os altos índices de feminicídio e abuso
VH[XDOQRSDtVQRWUDGLFLRQDOGHV¿OHHPWUDMHVGHEDQKR
O tom político, porém, marcou a atração desde
o começo: logo no início, quando as peruanas se
apresentaram, uma a uma, denunciaram os abusos morais
e físicos, a exploração sexual, o assédio, entre outros
crimes contra as mulheres.
'LVSRQtYHOHPZZZFDUWDFDSLWDOFRPEU$FHVVRHPQRY

Quanto à materialização da linguagem, a apresentação


de dados relativos à violência contra a mulher
A FRQ¿JXUD XPD GLVFXVVmR VREUH RV DOWRV tQGLFHV GH
abuso físico contra as peruanas.
B propõe um novo formato no enredo dos concursos de
beleza feminina.
'LVSRQtYHOHPKWWSUHYLVWDLLTEXVDFHGXJW$FHVVRHPDEU DGDSWDGR 
C condena o rigor estético exigido pelos concursos
TEXTO II
tradicionais.
Imaginemos um cidadão, residente na periferia de
um grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h D recupera informações sensacionalistas a respeito
SDUDWUDEDOKDUHQIUHQWDHPPpGLDKRUDVGHWUDQVSRUWH desse tema.
S~EOLFRHPJHUDOORWDGRSDUDFKHJDUjVKDRWUDEDOKR E subverte a função social da fala das candidatas a miss.
7HUPLQD R H[SHGLHQWH jV K H FKHJD HP FDVD jV K
SDUDDtVLPFXLGDUGRVDID]HUHVGRPpVWLFRVGRV¿OKRV QUESTÃO 15
etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar
exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela Dia 20/10
irá entender a mensagem da importância do exercício É preciso não beber mais. Não é preciso sentir vontade
físico? A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios de beber e não beber: é preciso não sentir vontade de
UHJXODUPHQWH p VLJQL¿FDWLYDPHQWH PHQRU TXH D GH
beber. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso
SHVVRDVGDFODVVHPpGLDDOWDTXHYLYHPRXWUDUHDOLGDGH
Nesse caso, a abordagem individual do problema tende fechar para balanço e reabrir. É preciso não dar de comer
a fazer com que a pessoa se sinta impotente em não aos urubus. Nem esperanças aos urubus. É preciso
conseguir praticar exercícios e, consequentemente, sacudir a poeira. É preciso poder beber sem se oferecer
culpada pelo fato de ser ou estar sedentária. em holocausto. É preciso. É preciso não morrer por
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque.
RBCEQMDQ DGDSWDGR 
HQTXDQWReSUHFLVRVREUHYLYHUSDUDYHUL¿FDU1mRSHQVDU
PDLVQDVROLGmRGH5RJpULRHGHL[iOReSUHFLVRQmRGDU
2 VHJXQGR WH[WR TXH SURS}H XPD UHÀH[mR VREUH R de comer aos urubus. É preciso enquanto é tempo não
primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida morrer na via pública.
na saúde, apresenta uma visão TORQUATO NETO. In: MENDONÇA, J. (Org.) Poesia (im)popular brasileira.
6mR%HUQDUGRGR&DPSR/DPSDULQD/XPLQRVD
A medicalizada, que relaciona a prática de exercícios
físicos por qualquer indivíduo à promoção da saúde. O processo de construção do texto formata uma
B ampliada, que considera aspectos sociais mensagem por ele dimensionada, uma vez que
intervenientes na prática de exercícios no cotidiano.
C crítica, que associa a interferência das tarefas da A FRQ¿JXUDRHVWUHLWDPHQWRGDOLQJXDJHPSRpWLFD
casa ao sedentarismo do indivíduo. B UHÀHWHDVODFXQDVGDOXFLGH]HPGHVFRQVWUXomR
D focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade C projeta a persistência das emoções reprimidas.
pela prevenção de doenças.
D repercute a consciência da agonia antecipada.
E geracional, que preconiza a representação do culto
à jovialidade. E revela a fragmentação das relações humanas.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA0175AZ8*

QUESTÃO 16 1HVVH IUDJPHQWR D ¿m de atrair a atenção do leitor


H GH HVWDEHOHFHU XP ¿R FRQGXWRU GH VHQWLGR R DXWRU
Somente uns tufos secos de capim empedrados
XWLOL]DVHGH
crescem na silenciosa baixada que se perde de vista.
Somente uma árvore, grande e esgalhada mas com A primeira pessoa do singular para imprimir subjetividade
SRXTXtVVLPDV IROKDV DEUHVH HP IDUUDSRV GH VRPEUD ao relato de mais uma desilusão amorosa.
Único ser nas cercanias, a mulher é magra, ossuda, seu B ironia para tratar da relação com os celulares na era
rosto está lanhado de vento. Não se vê o cabelo, coberto de produtos altamente descartáveis.
por um pano desidratado. Mas seus olhos, a boca, a pele
C frases feitas na apresentação de situações amorosas
– tudo é de uma aridez sufocante. Ela está de pé. A seu
estereotipadas para construir a ambientação do texto.
lado está uma pedra. O sol explode.
D quebra de expectativa como estratégia argumentativa
(ODHVWDYDGHSpQR¿PGRPXQGR&RPRVHDQGDVVHSDUD
para ocultar informações.
aquela baixada largando para trás suas noções de si mesma.
Não tem retratos na memória. Desapossada e despojada, E verbos no tempo pretérito para enfatizar uma
não se abate em autoacusações e remorsos. Vive. aproximação com os fatos abordados ao longo do texto.
Sua sombra somente é que lhe faz companhia. Sua QUESTÃO 18
sombra, que se derrama em traços grossos na areia,
é que adoça como um gesto a claridade esquelética. Enquanto isso, nos bastidores do universo
A mulher esvaziada emudece, se dessangra, se cristaliza,
se mineraliza. Já é quase de pedra como a pedra a seu lado. Você planeja passar um longo tempo em outro país,
0DV RV WUDoRV GH VXD VRPEUD FDPLQKDP H WRUQDQGRVH trabalhando e estudando, mas o universo está preparando
PDLVORQJRVH¿QRVHVWLFDPVHSDUDRVIDUUDSRVGHVRPEUD a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor
da ossatura da árvore, com os quais se enlaçam. que fará você jogar fora seu atlas e criar raízes no quintal
FRÓES, L. VertigensREUDUHXQLGD5LRGH-DQHLUR5RFFR FRPRVHIRVVHXPD¿JXHLUD
9RFr WUHLQD SDUD D PDUDWRQD PDLV GHVD¿DGRUD GH
Na apresentação da paisagem e da personagem, o
todas, mas não chegará com as duas pernas intactas na
narrador estabelece uma correlação de sentidos em
hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a
que esses elementos se entrelaçam. Nesse processo, a
experiência da frustração.
FRQGLomRKXPDQDFRQ¿JXUDVH
O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele
A DPDOJDPDGDSHORSURFHVVRFRPXPGHGHVHUWL¿FDomR
nunca prometeu nada, você é que escuta vozes.
e de solidão.
B fortalecida pela adversidade extensiva à terra e aos No dia em que você pensa que não tem nada a
seres vivos. dizer para o analista, faz a revelação mais bombástica
dos seus dois anos de terapia. O resultado de um
C redimensionada pela intensidade da luz e da exame de rotina coloca sua rotina de cabeça para baixo.
exuberância local. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua
D imersa num drama existencial de identidade e de origem. festa, e tampouco imaginou que justo sua grande paixão
E imobilizada pela escassez e pela opressão do ambiente. não iria. Quando achou que estava bela, não arrasou
corações. Quando saiu sem maquiagem e com uma
QUESTÃO 17
camiseta puída, chamou a atenção. E assim seguem
Aconteceu mais de uma vez: ele me abandonou. Como os dias à prova de planejamento e contrariando nossas
todos os outros. O quinto. A gente já estava junto há mais vontades, pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa
de um ano. Parecia que dessa vez seria para sempre. fala e estejamos preparados para a melhor cena, nos
Mas não: ele desapareceu de repente, sem deixar rastro. bastidores do universo alguém troca nosso papel de
4XDQGR PH GHL FRQWD ¿TXHL KRUDV OLJDQGR VHP SDUDU ± última hora, tornando surpreendente a nossa vida.
mas só chamava, chamava, e ninguém atendia. E então MEDEIROS, M. O GloboMXQ
¿]RTXHSUHFLVDYDVHUIHLWREORTXHHLDOLQKD Entre as estratégias argumentativas utilizadas para
A verdade é que nenhum telefone celular me suporta. VXVWHQWDUDWHVHDSUHVHQWDGDQHVVHIUDJPHQWRGHVWDFDVH
Já tentei de todas as marcas e operadoras, apenas a recorrência de
para descobrir que eles são todos iguais: na primeira
oportunidade, dão no pé. Esse último aproveitou que eu A estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a
estava distraído e não desceu do táxi junto comigo. Ou velocidade das mudanças da vida.
será que ele já tinha pulado do meu bolso no momento B marcas de interlocução, para aproximar o leitor das
em que eu embarcava no táxi? Tomara que sim. Depois experiências vividas pela autora.
de fazer o que me fez, quero mais é que ele tenha ido C formas verbais no presente, para exprimir reais
parar na sarjeta. [...] Se ainda fossem embora do jeito possibilidades de concretização das ações.
que chegaram, tudo bem. [...] Mas já sei o que vou
D construções de oposição, para enfatizar que as
fazer. No caminho da loja de celulares, vou passar
expectativas são afetadas pelo inesperado.
numa papelaria. Pensando bem, nenhuma das minhas
agendinhas de papel jamais me abandonou. E VHTXrQFLDVGHVFULWLYDVSDUDSURPRYHUDLGHQWL¿FDomR
FREIRE, R. Começar de novo. O Estado de S. PauloQRY do leitor com as situações apresentadas.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA0175AZ9*

QUESTÃO 19

%5$1&2$'LVSRQtYHOHPZZZRHVTXHPDFRPEU$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR 

$ LQWHUQHW SURSRUFLRQRX R VXUJLPHQWR GH QRYRV SDUDGLJPDV VRFLDLV H LPSXOVLRQRX D PRGL¿FDomR GH RXWURV Mi
estabelecidos nas esferas da comunicação e da informação. A principal consequência criticada na tirinha sobre esse
processo é a
A criação de memes.
B ampliação da blogosfera.
C supremacia das ideias cibernéticas.
D comercialização de pontos de vista.
E banalização do comércio eletrônico.

QUESTÃO 20
Vó Clarissa deixou cair os talheres no prato, fazendo a porcelana estalar. Joaquim, meu primo, continuava com
o queixo suspenso, batendo com o garfo nos lábios, esperando a resposta. Beatriz ecoou a palavra como pergunta,
³RTXHpOpVELFD"´(X¿TXHLPXGD-RDTXLPVDELDVREUHPLPHPHHQWUHJDULDSDUDDYyHPDLVWDUGHSDUDWRGD
a família. Senti um calor letal subir pelo meu pescoço e me doer atrás das orelhas. Previ a cena: vó, a senhora é
lésbica? Porque a Joana é. A vergonha estava na minha cara e me denunciava antes mesmo da delação. Apertei os
olhos e contraí o peito, esperando o tiro. [...]
[...] Pensei na naturalidade com que Taís e eu levávamos a nossa história. Pensei na minha insegurança de
contar isso à minha família, pensei em todos os colegas e professores que já sabiam, fechei os olhos e vi a boca da
minha vó e a boca da tia Carolina se tocando, apesar de todos os impedimentos. Eu quis saber mais, eu quis saber
tudo, mas não consegui perguntar.
POLESSO, N. B. Vó, a senhora é lésbica? Amora3RUWR$OHJUH1mR(GLWRUD IUDJPHQWR 

A situação narrada revela uma tensão fundamentada na perspectiva do


A FRQÀLWRFRPRVLQWHUHVVHVGHSRGHU
B silêncio em nome do equilíbrio familiar.
C medo instaurado pelas ameaças de punição.
D choque imposto pela distância entre as gerações.
E apego aos protocolos de conduta segundo os gêneros.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA0175AZ10*

QUESTÃO 21 QUESTÃO 23
Ó Pátria amada, O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter
Idolatrada, YLGURV HP FDL[DV HWLTXHWiODV VHOiODV HQYROYrODV HP
Salve! Salve! papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto,
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado, VHSDUiODVHPG~]LDV(UDIDVWLGLRVR3DUDSDVVDUPDLV
(GLJDRYHUGHORXURGHVVDÀkPXOD rapidamente as oito horas havia o remédio: conversar.
— “Paz no futuro e glória no passado.” Era proibido, mas quem ia atrás de proibições? O patrão
Mas, se ergues da justiça a clava forte, vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o
9HUiVTXHXP¿OKRWHXQmRIRJHjOXWD ELFR DSOLFDYDPVH DR WUDEDOKR 0DO YLUDYDP DV FRVWDV
Nem teme, quem te adora, a própria morte. voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as línguas
Terra adorada, não paravam. Nessas conversas intermináveis, de
Entre outras mil,
linguagem solta e assuntos crus, Leniza se completou.
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda – foram mestras.
'RV¿OKRVGHVWHVRORpVPmHJHQWLO O mundo acabou de se desvendar. Leniza perdeu o tom
Pátria amada, Brasil! ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo
Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque Estrada.
Música: Francisco Manuel da Silva (fragmento).
que convida, um quebrar de olhos que promete tudo, à
WRD JUDWXLWDPHQWH 0RGL¿FRXVH R WLPEUH GH VXD YR]
2 XVR GD QRUPDSDGUmR QD OHWUD GR Hino Nacional do Ficou mais quente. A própria inteligência se transformou.
Brasil pMXVWL¿FDGRSRUWUDWDUVHGHXP D 7RUQRXVHPDLVDJXGDPDLVWUHSLGDQWH
A reverência de um povo a seu país. REBELO, M. A estrela sobe5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR

B gênero solene de característica protocolar. O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que
C canção concebida sem interferência da oralidade. espelham o Rio de Janeiro daquela década. No fragmento,
D escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa. o narrador delineia esse contexto centrado no
E artefato cultural respeitado por todo o povo brasileiro. A julgamento da mulher fora do espaço doméstico.
QUESTÃO 22 B relato sobre as condições de trabalho no Estado Novo.
C destaque a grupos populares na condição de
protagonistas.
D processo de inclusão do palavrão nos hábitos de
linguagem.
E vínculo entre as transformações urbanas e os papéis
femininos.

SILVA, I.; SANTOS, M. E. P.; JUNG, N. M. Domínios de Lingu@gemQRXWGH] DGDSWDGR 

$ IRWRJUD¿D H[LEH D IDFKDGD GH XP VXSHUPHUFDGR HP


Foz do Iguaçu, cuja localização transfronteiriça é marcada
tanto pelo limite com Argentina e Paraguai quanto pela
presença de outros povos. Essa fachada revela o(a)
A apagamento da identidade linguística.
B planejamento linguístico no espaço urbano.
C presença marcante da tradição oral na cidade.
D disputa de comunidades linguísticas diferentes.
E poluição visual promovida pelo multilinguismo.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA0175AZ11*

QUESTÃO 24 QUESTÃO 25

A imagem da negra e do negro em produtos de


beleza e a estética do racismo
Resumo: Este artigo tem por finalidade discutir a
representação da população negra, especialmente
da mulher negra, em imagens de produtos de
beleza presentes em comércios do nordeste goiano.
(YLGHQFLDVH TXH D SUHVHQoD GH HVWHUHyWLSRV
negativos nessas imagens dissemina um imaginário
racista apresentado sob a forma de uma estética
racista que camufla a exclusão e normaliza a
inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na
sociedade brasileira. A análise do material imagético
aponta a desvalorização estética do negro,
especialmente da mulher negra, e a idealização da
beleza e do branqueamento a serem alcançados por
meio do uso dos produtos apresentados. O discurso
PLGLiWLFRSXEOLFLWiULR GRV SURGXWRV GH EHOH]D
rememora e legitima a prática de uma ética racista
construída e atuante no cotidiano. Frente a essa
GLVFXVVmR VXJHUHVH TXH R WUDEDOKR DQWLUUDFLVPR
feito nos diversos espaços sociais, considere o uso
de estratégias para uma “descolonização estética”
que empodere os sujeitos negros por meio de sua
valorização estética e protagonismo na construção
de uma ética da diversidade.
PalaYUDVFKDYH (VWpWLFD UDFLVPR PtGLD HGXFDomR
diversidade.
SANT’ANA, J. A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do
racismo. Dossiê: trabalho e educação básica. Margens Interdisciplinar.
9HUVmRGLJLWDO$EDHWHWXEDQMXQ DGDSWDGR 

O cumprimento da função referencial da linguagem é


uma marca característica do gênero resumo de artigo
acadêmico. Na estrutura desse texto, essa função é
estabelecida pela
A impessoalidade, na organização da objetividade das
LQIRUPDo}HVFRPRHP³(VWHDUWLJRWHPSRU¿QDOLGDGH´
H³(YLGHQFLDVH´ ROSA, R. Grande sertão: veredas: adaptação da obra de João Guimarães Rosa.
6mR3DXOR*ORER DGDSWDGR 
B seleção lexical, no desenvolvimento sequencial do A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da
texto, como em “imaginário racista” e “estética do obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
negro”. 1D UHSUHVHQWDomR JUi¿FD D LQWHUUHODomR GH GLIHUHQWHV
OLQJXDJHQVFDUDFWHUL]DVHSRU
C metaforização, relativa à construção dos sentidos
¿JXUDGRV FRPR QDV H[SUHVV}HV ³GHVFRORQL]DomR A romper com a linearidade das ações da narrativa literária.
HVWpWLFD´H³GLVFXUVRPLGLiWLFRSXEOLFLWiULR´ B LOXVWUDUGHPRGR¿GHGLJQRSDVVDJHQVUHSUHVHQWDWLYDV
da história.
D nominalização, produzida por meio de processos
C articular a tensão do romance à desproporcionalidade
derivacionais na formação de palavras, como
das formas.
“inferiorização” e “desvalorização”.
D potencializar a dramaticidade do episódio com
E adjetivação, organizada para criar uma terminologia recursos das artes visuais.
antirracista, como em “ética da diversidade” e E desconstruir a diagramação do texto literário pelo
“descolonização estética”. desequilíbrio da composição.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA0175AZ12*

QUESTÃO 26 1RWtWXORSURSRVWRSDUDHVVHWH[WRGHGLYXOJDomRFLHQWt¿FD
Tanto os Jogos Olímpicos quanto os Paralímpicos são ao dissociar os elementos da expressão Big Bang, a
mais que uma corrida por recordes, medalhas e busca autora revela a intenção de
GD H[FHOrQFLD 3RU WUiV GHOHV HVWi D ¿ORVR¿D GR EDUmR A evidenciar a descoberta recente que comprova a
Pierre de Coubertin, fundador do Movimento Olímpico. explosão de matéria e energia.
Como educador, ele viu nos Jogos a oportunidade para
que os povos desenvolvessem valores, que poderiam ser B resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe
aplicados não somente ao esporte, mas à educação e à evidências para a teoria do Big Bang.
sociedade. Existem atualmente sete valores associados C sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de
aos Jogos. Os valores olímpicos são: a amizade, a matéria e energia substitui a teoria da explosão.
excelência e o respeito, enquanto os valores paralímpicos D GHVWDFDUDH[SHULrQFLDTXHFRQ¿UPDXPDLQYHVWLJDomR
são: a determinação, a coragem, a igualdade e a inspiração.
MIRAGAYA, A. Valores para toda a vida. Disponível em: www.esporteessencial.com.br.
anterior sobre a teoria de matéria e energia.
$FHVVRHPDJR DGDSWDGR 
E condensar a conclusão de que a explosão de matéria
No contexto das aulas de Educação Física escolar, os e energia ocorre em um ponto microscópico.
YDORUHVROtPSLFRVHSDUDOtPSLFRVSRGHPVHULGHQWL¿FDGRV
quando o colega QUESTÃO 28

A procura entender o próximo, assumindo atitudes


positivas como simpatia, empatia, honestidade,
FRPSDL[mR FRQ¿DQoD H VROLGDULHGDGH R TXH
caracteriza o valor da igualdade.
B faz com que todos possam ser iguais e receber o
mesmo tratamento, assegurando imparcialidade,
oportunidades e tratamentos iguais para todos, o que
caracteriza o valor da amizade.
C dá o melhor de si na vivência das diversas atividades
relacionadas ao esporte ou aos jogos, participando
e progredindo de acordo com seus objetivos, o que
caracteriza o valor da coragem.
D manifesta a habilidade de enfrentar a dor, o sofrimento,
o medo, a incerteza e a intimidação nas atividades,
agindo corretamente contra a vergonha, a desonra e o
desânimo, o que caracteriza o valor da determinação.
E inclui em suas ações o fair play (jogo limpo), a
honestidade, o sentimento positivo de consideração
por outra pessoa, o conhecimento dos seus limites, 'LVSRQtYHOHPZZZVHSDUHROL[RJRYEU$FHVVRHPGH] DGDSWDGR 
a valorização de sua própria saúde e o combate ao
doping, o que caracteriza o valor do respeito. Nessa campanha, a principal estratégia para convencer
o leitor a fazer a reciclagem do lixo é a utilização da
QUESTÃO 27 linguagem não verbal como argumento para
Mais big do que bang A reaproveitamento de material.
$ FRPXQLGDGH FLHQWt¿FD PXQGLDO UHFHEHX QD VHPDQD B facilidade na separação do lixo.
SDVVDGD D FRQ¿UPDomR R¿FLDO GH XPD GHVFREHUWD VREUH D C melhoria da condição do catador.
qual se falava com enorme expectativa há alguns meses. D preservação de recursos naturais.
3HVTXLVDGRUHVGR&HQWURGH$VWURItVLFD+DUYDUG6PLWKVRQLDQ
revelaram ter obtido a mais forte evidência até agora de E geração de renda para o trabalhador.
que o universo em que vivemos começou mesmo pelo
Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita
H[SDQVmRGHPDWpULDHHQHUJLDLQ¿QLWDVFRQFHQWUDGDVHPXP
ponto microscópico que, sem muitas opções semânticas, os
cientistas chamam de “singularidade”. Essa semente cósmica
permanecia em estado latente e, sem que exista ainda uma
H[SOLFDomRGH¿QLWLYDFRPHoRXDLQFKDUUDSLGDPHQWH>@1R
intervalo de um piscar de olhos, por exemplo, seria possível,
portanto, que ocorressem mais de 10 trilhões de Big Bangs.
ALLEGRETTI, F. VejaPDU DGDSWDGR 

/&žGLD_&DGHUQR$=8/3iJLQD

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA0175AZ13*

QUESTÃO 29 QUESTÃO 30
TEXTO I Eu sobrevivi do nada, do nada
Eu não existia
Também chamados impressões ou imagens Não tinha uma existência
IRWRJUDPiWLFDV>@RVIRWRJUDPDVVmRQXPDGH¿QLomR Não tinha uma matéria
genérica, imagens realizadas sem a utilização da câmera Comecei existir com quinhentos milhões
IRWRJUi¿FDSRUFRQWDWRGLUHWRGHXPREMHWRRXPDWHULDO e quinhentos mil anos
com uma superfície fotossensível exposta a uma fonte Logo de uma vez, já velha
GHOX](VVDWpFQLFDTXHQDVFHXMXQWRFRPDIRWRJUD¿DH Eu não nasci criança, nasci já velha
serviu de modelo a muitas discussões sobre a ontologia Depois é que eu virei criança
E agora continuei velha
GDLPDJHPIRWRJUi¿FDIRLSURIXQGDPHQWHWUDQVIRUPDGD
Me transformei novamente numa velha
pelos artistas da vanguarda, nas primeiras décadas do
Voltei ao que eu era, uma velha
século XX. Representou mesmo, ao lado das colagens,
PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org.). Reino dos bichos e dos animais é meu nome.
fotomontagens e outros procedimentos técnicos, a 5LRGH-DQHLUR$]RXJXH
LQFRUSRUDomR GH¿QLWLYD GD IRWRJUD¿D j DUWH PRGHUQD H Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade da
VHXGLVWDQFLDPHQWRGDUHSUHVHQWDomR¿JXUDWLYD H[SUHVVmROtULFDPDQLIHVWDVHQD
COLUCCI, M. B. Impressões fotogramáticas e vanguardas: as experiências de Man Ray.
StudiumQ A representação da infância, redimensionada no
resgate da memória.
TEXTO II
B associação de imagens desconexas, articuladas por
uma fala delirante.
C H[SUHVVmR DXWRELRJUi¿FD IXQGDGD QR UHODWR GH
experiências de alteridade.
D incorporação de elementos fantásticos, explicitada
por versos incoerentes.
E transgressão à razão, ecoada na desconstrução de
referências temporais.

QUESTÃO 31
A história do futebol é uma triste viagem do prazer
ao dever. [...] O jogo se transformou em espetáculo, com
poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para
olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios
mais lucrativos do mundo, que não é organizado para
ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia
GR HVSRUWH SUR¿VVLRQDO IRL LPSRQGR XP IXWHERO GH SXUD
YHORFLGDGHHPXLWDIRUoDTXHUHQXQFLDjDOHJULDDWUR¿DD
RAY, M. Rayograph[FP020$1RYD<RUN
fantasia e proíbe a ousadia. Por sorte ainda aparece nos
'LVSRQtYHOHPZZZPRPDRUJ$FHVVRHPDEU DGDSWDGR  campos, [...] algum atrevido que sai do roteiro e comete
o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além
No fotograma de Man Ray, o “distanciamento da
do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer
UHSUHVHQWDomR ¿JXUDWLYD´ D TXH VH UHIHUH R 7H[WR ,
do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade.
PDQLIHVWDVHQD GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra3RUWR$OHJUH/ 303RFNHWV DGDSWDGR 

A UHVVLJQL¿FDomRGRMRJRGHOX]HVRPEUDQRVPROGHV O texto indica que as mudanças nas práticas corporais,


surrealistas. HVSHFL¿FDPHQWHQRIXWebol,
B imposição do acaso sobre a técnica, como crítica à A fomentaram uma tecnocracia, promovendo uma
vivência mais lúdica e irreverente.
arte realista.
B promoveram o surgimento de atletas mais habilidosos,
C composição experimental, fragmentada e de para que fossem inovadores.
contornos difusos. C incentivaram a associação dessa manifestação à
D abstração radical, voltada para a própria linguagem fruição, favorecendo o improviso.
IRWRJUi¿FD D tornaram a modalidade em um produto a ser
E imitação de formas humanas, com base em consumido, negando sua dimensão criativa.
diferentes objetos. E contribuíram para esse esporte ter mais jogadores,
bem como acompanhado de torcedores.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA0175AZ14*

QUESTÃO 32 QUESTÃO 33
A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma
narradora mórbida, surpreendentemente simpática.
Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa,
D 0RUWH DIHLoRDVH j PHQLQD H UDVWUHLD VXDV SHJDGDV
de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe
comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o
irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde
XP FDVDO VH GLVS}H D DGRWiORV SRU GLQKHLUR 2 JDURWR
morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa
cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a
menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo
com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
A vida ao redor é a pseudorrealidade criada em
torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste
à eufórica celebração do aniversário do Führer pela
vizinhança. A Morte, perplexa diante da violência
humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste
duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do
mundo adulto, um sucesso absoluto – e raro – de crítica
e público.
'LVSRQtYHOHPZZZRGHYRUDGRUGHOLYURVFRP$FHVVRHPMXQ

Os gêneros textuais podem ser caracterizados, dentre


outros fatores, por seus objetivos. Esse fragmento é um(a)
A reportagem, pois busca convencer o interlocutor da
tese defendida ao longo do texto.
B resumo, pois promove o contato rápido do leitor com
uma informação desconhecida.
C sinopse, pois sintetiza as informações relevantes de
uma obra de modo impessoal.
D instrução, pois ensina algo por meio de explicações
)RWRJUD¿D/8&$6+$//(/'LVSRQtYHOHPZZZÀLFNUFRP$FHVVRHPDEU DGDSWDGR  VREUHXPDREUDHVSHFt¿FD
O grupo O Teatro Mágico apresenta composições autorais E resenha, pois apresenta uma produção intelectual de
que têm referências estéticas do rock, do pop e da música forma crítica.
folclórica brasileira. A originalidade dos seus shows tem
relação com a ópera europeia do século XIX a partir da
A disposição cênica dos artistas no espaço teatral.
B integração de diversas linguagens artísticas.
C sobreposição entre música e texto literário.
D manutenção de um diálogo com o público.
E DGRomRGHXPHQUHGRFRPR¿RFRQGXWRU

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA0175AZ15*

QUESTÃO 34 QUESTÃO 35
TEXTO I o que será que ela quer
essa mulher de vermelho
alguma coisa ela quer
pra ter posto esse vestido
não pode ser apenas
uma escolha casual
podia ser um amarelo
verde ou talvez azul
mas ela escolheu vermelho
ela sabe o que ela quer
e ela escolheu vestido
e ela é uma mulher
então com base nesses fatos
HXMiSRVVRD¿UPDU
que conheço o seu desejo
caro watson, elementar:
o que ela quer sou euzinho
sou euzinho o que ela quer
só pode ser euzinho
GRIMBERG, N. Estrutura vertical dupla. o que mais podia ser
FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho.6mR3DXOR&RVDF1DLI\
'LVSRQtYHOHPZZZQRUPDJULPEHUJFRPEU$FHVVRHPGH]

TEXTO II No processo de elaboração do poema, a autora confere


ao eu lírico uma identidade que aqui representa a
A hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum.
B mudança de paradigmas de imagem atribuídos à mulher.
C tentativa de estabelecer preceitos da psicologia feminina.
D importância da correlação entre ações e efeitos causados.
E valorização da sensibilidade como característica de gênero.

QUESTÃO 36

O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a


imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás
de casa.
Passou um homem e disse: Essa volta que o
rio faz por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que
fazia uma volta atrás de casa.
Urna cerimonial marajoara&HUkPLFDDD&FP Era uma enseada.
Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
'LVSRQtYHOHPZZZPXVHXQDFLRQDOXIUMEU$FHVVRHPGH]
BARROS, M. O livro das ignorãças5LRGH-DQHLUR%HVW6HOOHU
As duas imagens são produções que têm a cerâmica
FRPR PDWpULDSULPD $ REUD Estrutura vertical dupla se O sujeito poético questiona o uso do vocábulo “enseada”
distingue da urna funerária marajoara ao porque a
A evidenciar a simetria na disposição das peças. A terminologia mencionada é incorreta.
B materializar a técnica sem função utilitária. B nomeação minimiza a percepção subjetiva.
C abandonar a regularidade na composição. C SDODYUDpDSOLFDGDDRXWURHVSDoRJHRJUi¿FR
D anular possibilidades de leituras afetivas. D designação atribuída ao termo é desconhecida.
E integrar o suporte em sua constituição. E GH¿QLomRPRGL¿FDRVLJQL¿FDGRGRWHUPRQRGLFLRQiULR

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA0175AZ16*

QUESTÃO 37 QUESTÃO 38

“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” &HUWD YH] PLQKD PmH VXUURXPH FRP XPD FRUGD
utilizado por gays e travestis nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas.
0RtGR YLUDQGR D FDEHoD FRP GL¿FXOGDGH HX GLVWLQJXLD
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por QDV FRVWHODV JUDQGHV ODQKRV YHUPHOKRV 'HLWDUDPPH
travestis e ganhou a comunidade HQURODUDPPH HP SDQRV PROKDGRV FRP iJXD GH VDO
– e houve uma discussão na família. Minha avó, que
³1KDtDPDS{1mRIDoDDORNDHSDJXHPHXDFXp
QRV YLVLWDYD FRQGHQRX R SURFHGLPHQWR GD ¿OKD H HVWD
deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu DÀLJLXVH ,UULWDGD IHULUDPH j WRD VHP TXHUHU 1mR
as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.
alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos gays RAMOS, G. Infância5LRGH-DQHLUR5HFRUG
e travestis.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes a progressão temática. No fragmento, esse processo é
PDLVIRUPDLVXPDGYRJDGRD¿UPD³eFODURTXHHXQmR indicado pela
vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas
QD¿UPDFRPPHXVFROHJDVGHWUDEDOKRHXIDORGHµDFXp¶ A alternância das pessoas do discurso que determinam
o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de o foco narrativo.
falar outras palavras porque hoje o pessoal já entende, B utilização de formas verbais que marcam tempos
né? Tá na internet, tem até dicionário...”, comenta. narrativos variados.
C indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a
os eventos narrados.
GLFLRQiULD GD OtQJXD D¿DGD ODQoDGR QR DQR GH  H
escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, D justaposição de frases que relacionam semanticamente
os acontecimentos narrados.
Ki PDLV GH   YHUEHWHV UHYHODQGR R VLJQL¿FDGR GDV
palavras do pajubá. E recorrência de expressões adverbiais que organizam
temporalmente a narrativa.
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu,
PDV VDEHVH TXH Ki FODUDPHQWH XPD UHODomR HQWUH R QUESTÃO 39
pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda
na época do Brasil colonial.
'LVSRQtYHOHPZZZPLGLDPD[FRPEU$FHVVRHPDEU DGDSWDGR 

Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de


GLDOHWR FDUDFWHUL]DQGRVH FRPR HOHPHQWR GH SDWULP{QLR
linguístico, especialmente por
A ter mais de mil palavras conhecidas.
B ter palavras diferentes de uma linguagem secreta.
C ser consolidado por objetos formais de registro.
D ser utilizado por advogados em situações formais.
E ser comum em conversas no ambiente de trabalho.
'LVSRQtYHOHPZZZIDFHERRNFRPRPHXVHJUHGLQKR$FHVVRHPGH] DGDSWDGR 

Essa imagem ilustra a reação dos celíacos (pessoas


sensíveis ao glúten) ao ler rótulos de alimentos sem
glúten. Essas reações indicam que, em geral, os rótulos
desses produtos
A trazem informações explícitas sobre a presença do
glúten.
B oferecem várias opções de sabor para esses
consumidores.
C FODVVL¿FDP R SURGXWR FRPR DGHTXDGR SDUD R
consumidor celíaco.
D LQÀXHQFLDP R FRQVXPR GH DOLPHQWRV HVSHFLDLV SDUD
esses consumidores.
E variam na forma de apresentação de informações
relevantes para esse público.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA0175AZ17*

QUESTÃO 40 1HVVH WH[WR EXVFDVH Fonvencer o leitor a mudar seu


comportamento por meio da associação de verbos no
ABL lança novo concurso cultural: modo imperativo à
“Conte o conto sem aumentar um ponto”
A indicação de diversos canais de atendimento.
Em razão da grande repercussão do concurso de B divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
Microcontos do Twitter da ABL, o Abletras, a Academia
C informação sobre a duração da campanha.
Brasileira de Letras lançou no dia do seu aniversário
de 113 anos um novo concurso cultural intitulado D apresentação dos diversos apoiadores.
“Conte o conto sem aumentar um ponto”, baseado na E utilização da imagem das três mulheres.
obra A cartomante, de Machado de Assis.
QUESTÃO 42
“Conte o conto sem aumentar um ponto” tem
FRPR REMHWLYR GDU XP ¿QDO GLVWLQWR GR RULJLQDO DR FRQWR A Casa de Vidro
A cartomante GH 0DFKDGR GH $VVLV XWLOL]DQGRVH R
Houve protestos.
mesmo número de caracteres – ou inferior – que Machado
FRQFOXLXVHXWUDEDOKRRXVHMDFDUDFWHUHV Deram uma bola a cada criança e tempo para brincar.
Elas aprenderam malabarismos incríveis e algumas
Vale ressaltar que, para participar do concurso, viajavam pelo mundo exibindo sua alegre habilidade.
o concorrente deverá ser seguidor do Twitter da (O problema é que muitos, a maioria, não tinham jeito e
ABL, o Abletras. eram feios de noite, assustadores. Seria melhor prender
'LVSRQtYHOHPZZZDFDGHPLDRUJEU$FHVVRHPRXW DGDSWDGR 
essa gente – havia quem dissesse.)
O Twitter é reconhecido por promover o compartilhamento Houve protestos.
de textos. Nessa notícia, essa rede social foi utilizada Aumentaram o preço da carne, liberaram os preços
FRPR YHtFXORVXSRUWH SDUD XP FRQFXUVR OLWHUiULR SRU dos cereais e abriram crédito a juros baixos para o
causa do(a) agricultor. O dinheiro que sobrasse, bem, digamos, ora o
A limite predeterminado de extensão do texto. dinheiro que sobrasse!
B interesse pela participação de jovens. Houve protestos.
C atualidade do enredo proposto. Diminuíram os salários (infelizmente aumentou o
número de assaltos) porque precisamos combater a
D ¿GHOLGDGHDIDWRVFRWLGLDQRV LQÀDomRHFRPRVHVDEHTXDQGRRVVDOiULRVHVWmRDFLPD
E dinâmica da sequência narrativa. do índice de produtividade eles se tornam altamente
LQÀDFLRQiULRVGHPRGRTXH
QUESTÃO 41
Houve protestos.
Proibiram os protestos.
E no lugar dos protestos nasceu o ódio. Então surgiu
a Casa de Vidro, para acabar com aquele ódio.
ÂNGELO, I. A casa de vidro6mR3DXOR&tUFXORGR/LYUR

3XEOLFDGRHPRWH[WRFRPSDUWLOKDFRPRXWUDVREUDV
da literatura brasileira escritas no período as marcas do
contexto em que foi produzido, como a
A referência à censura e à opressão para alegorizar
a falta de liberdade de expressão característica
da época.
B valorização de situações do cotidiano para atenuar
os sentimentos de revolta em relação ao governo
instituído.
C utilização de metáforas e ironias para expressar um
olhar crítico em relação à situação social e política
do país.
D tendência realista para documentar com
verossimilhança o drama da população brasileira
durante o Regime Militar.
E sobreposição das manifestações populares pelo
'LVSRQtYHOHPZZZVXOFRPEU$FHVVRHPGH] DGDSWDGR 
GLVFXUVR R¿FLDO SDUD GHVWDFDU R DXWRULWDULVPR GR
momento histórico.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA0175AZ18*

QUESTÃO 43 Segundo o texto, a ferramenta Farejador de Plágio


Encontrando base em argumentos supostamente alcança seu objetivo por meio da
FLHQWt¿FRVRPLWRGRVH[RIUiJLOFRQWULEXLXKLVWRULFDPHQWH A seleção de cópias integrais.
para controlar as práticas corporais desempenhadas
pelas mulheres. Na história do Brasil, exatamente B busca em sites especializados.
QD WUDQVLomR HQWUH RV VpFXORV ;,; H ;; GHVWDFDPVH C simulação da atividade docente.
os esforços para impedir a participação da mulher no D comparação de padrões estruturais.
FDPSR GDV SUiWLFDV HVSRUWLYDV $V GHVFRQ¿DQoDV HP
relação à presença da mulher no esporte estiveram E LGHQWL¿FDomRGHVHTXrQFLDGHIRQHPDV
culturalmente associadas ao medo de masculinizar
QUESTÃO 45
o corpo feminino pelo esforço físico intenso. Em relação
ao futebol feminino, o mito do sexo frágil atuou como TEXTO I
obstáculo ao consolidar a crença de que o esforço
físico seria inapropriado para proteger a feminilidade
da mulher “normal”. Tal mito sustentou um forte movimento
contrário à aceitação do futebol como prática esportiva
feminina. Leis e propagandas buscaram desacreditar
R IXWHERO FRQVLGHUDQGRR LQDGHTXDGR j GHOLFDGH]D
Na verdade, as mulheres eram consideradas incapazes
GHVHDGHTXDUjVP~OWLSODVGL¿FXOGDGHVGR³HVSRUWHUHL´
TEIXEIRA, F. L. S.; CAMINHA, I. O. Preconceito no futebol feminino: uma revisão sistemática.
Movimento3RUWR$OHJUHQ DGDSWDGR 

No contexto apresentado, a relação entre a prática do


futebol e as mulheres é caracterizada por um
A DUJXPHQWR ELROyJLFR SDUD MXVWL¿FDU GHVLJXDOGDGHV
históricas e sociais.
B discurso midiático que atua historicamente na
desconstrução do mito do sexo frágil.
C apelo para a preservação do futebol como uma
modalidade praticada apenas pelos homens.
D ROKDU IHPLQLVWD TXH TXDOL¿FD R IXWHERO FRPR XPD
atividade masculinizante para as mulheres. BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE.
5LRGH-DQHLURQVHW DGDSWDGR 
E UHFHLRGHTXHVXDLQVHUomRVXEYHUWDR³HVSRUWHUHL´DR
demonstrarem suas capacidades de jogo. TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em
QUESTÃO 44 Victoria, capital da Colúmbia Britânica (Canadá),
Farejador de Plágio: uma ferramenta contra a cópia ilegal WUDQVIRUPRXVH HP IHQ{PHQRPXQGLDO SURGX]LQGR REUDV
de arte virtuais pedalando sua bike. Seguindo rotas
No mundo acadêmico ou nos veículos de traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
comunicação, as cópias ilegais podem surgir de diversas calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
maneiras, sendo integrais, parciais ou paráfrases. Para 'LVSRQtYHOHPZZZERRRRRRRPFRP$FHVVRHPGH] DGDSWDGR 
ajudar a combater esse crime, o professor Maximiliano
=DPERQDWWR 3H]]LQ HQJHQKHLUR GH FRPSXWDomR Os textos destacam a inovação artística proposta por
desenvolveu junto com os seus alunos o programa Stephen Lund a partir do(a)
Farejador de Plágio.
O programa é capaz de detectar: trechos contínuos A deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
e fragmentados, frases soltas, partes de textos B perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
reorganizadas, frases reescritas, mudanças na ordem C ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
dos períodos e erros fonéticos e sintáticos.
D análise dos problemas de mobilidade urbana.
Mas como o programa realmente funciona?
Considerando o texto como uma sequência de palavras, E foco na promoção cultural da sua cidade.
a ferramenta analisa e busca trecho por trecho nos sites
GHEXVFDDVVLPFRPRXPSURIHVVRUGHVFRQ¿DGRGHXP
aluno faria. A diferença é que o programa permite que se
pesquise em vários buscadores, gerando assim muito
mais resultados.
'LVSRQtYHOHPKWWSUHSRUWHUXQHVSMRUEU$FHVVRHPPDU

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 2018

Gabarito 2018

Azul
LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 B B 46 C
2 B B 47 A
3 D C 48 C
4 E D 49 D
5 C B 50 D
6 C 51 B
7 E 52 D
8 C 53 D
9 B 54 E
10 A 55 C
11 B 56 C
12 D 57 E
13 B 58 D
14 E 59 E
15 D 60 E
16 A 61 E
17 C 62 B
18 D 63 C
19 D 64 E
20 B 65 A
21 B 66 E
22 B 67 E
23 E 68 C
24 A 69 B
25 D 70 B
26 E 71 E
27 C 72 B
28 A 73 E
29 C 74 D
30 E 75 B
31 D 76 E
32 B 77 D
33 E 78 E
34 B 79 C
35 A 80 B
36 B 81 E
37 C 82 B
38 B 83 D
39 E 84 C
40 A 85 A
41 E 86 A
42 C 87 B
43 A 88 C
44 D 89 D
45 A 90 E

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

PROVA ENEM 2019 *SA0175AZ5*

Questão 07
Questões de 06 a 45 Um amor desse
Questão 06 Era 24 horas lado a lado

PALAVRAS
Um radar na pele, aquele sentimento alucinado
Coração batia acelerado

Bastava um olhar pra eu entender

TÊM PODER
Que era hora de me entregar pra você
Palavras não faziam falta mais
Ah, só de lembrar do seu perfume
Palavras informam, libertam, destroem preconceitos. Que arrepio, que calafrio
Palavras desinformam, aprisionam e criam preconceitos.
Que o meu corpo sente
Liberdade de expressão. A escolha é sua. Nem que eu queira, eu te apago da minha mente
A responsabilidade, também.
A liberdade de expressão é uma conquista Ah, esse amor
inquestionável. O que todos precisam saber é Deixou marcas no meu corpo
que liberdade traz responsabilidades. Publicar Ah, esse amor
informações e mensagens sensacionalistas, Só de pensar, eu grito, eu quase morro
explorar imagens mórbidas, desrespeitar os
AZEVEDO, N.; LEÃO, W.; QUADROS, R. Coração pede socorro.
Direitos Humanos e estimular o preconceito e a Rio de Janeiro: Som Livre, 2018 (fragmento).
violência são atos de desrespeito à lei.
Essa letra de canção foi composta especialmente
Para promover a liberdade de expressão com
para uma campanha de combate à violência contra
responsabilidade, o Ministério Público de
Pernambuco se une a vários parceiros nesta as mulheres, buscando conscientizá-las acerca do
ação educativa. Colabore. Caso veja alguma limite entre relacionamento amoroso e relacionamento
mensagem que desrespeite os seus direitos, abusivo. Para tanto, a estratégia empregada na letra é a
denuncie.
0800 281 9455 - Ministério Público de Pernambuco
A revelação da submissão da mulher à situação de
violência, que muitas vezes a leva à morte.
Disponível em: http://palavrastempoder.org. Acesso em: 20 abr. 2015.
B ênfase na necessidade de se ouvirem os apelos da
Pela análise do conteúdo, constata-se que essa
mulher agredida, que continuamente pede socorro.
campanha publicitária tem como função social
C exploração de situação de duplo sentido, que mostra
A propagar a imagem positiva do Ministério Público.
que atos de dominação e violência não configuram
B conscientizar a população que direitos amor.
implicam deveres.
D divulgação da importância de denunciar a violência
C coibir violações de direitos humanos nos meios
doméstica, que atinge um grande número de
de comunicação.
mulheres no país.
D divulgar políticas sociais que combatem a intolerância
e o preconceito. E naturalização de situações opressivas, que fazem
E instruir as pessoas sobre a forma correta de parte da vida de mulheres que vivem em uma
expressão nas redes sociais. sociedade patriarcal.

LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 5

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ6*

Questão 08 Questão 09
Meu caro Sherlock Holmes, algo horrível aconteceu Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar?
às três da manhã no Jardim Lauriston. Nosso homem
que estava na vigia viu uma luz às duas da manhã No caso do esporte, a mediação efetuada pela
saindo de uma casa vazia. Quando se aproximou, câmera de TV construiu uma nova modalidade de
encontrou a porta aberta e, na sala da frente, o corpo consumo: o esporte telespetáculo, realidade textual
de um cavalheiro bem vestido. Os cartões que estavam relativamente autônoma face à prática “real” do esporte,
em seu bolso tinham o nome de Enoch J. Drebber, construída pela codificação e mediação dos eventos
Cleveland, Ohio, EUA. Não houve assalto e nosso esportivos efetuados pelo enquadramento, edição das
homem não conseguiu encontrar algo que indicasse imagens e comentários, interpretando para o espectador
como ele morreu. Não havia marcas de sangue, nem o que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar
feridas nele. Não sabemos como ele entrou na casa a forma em relação ao conteúdo, e para tal faz uso
vazia. Na verdade, todo assunto é um quebra-cabeça privilegiado da linguagem audiovisual com ênfase na
sem fim. Se puder vir até a casa seria ótimo, se não, imagem cujas possibilidades são levadas cada vez mais
eu lhe conto os detalhes e gostaria muito de saber sua adiante, em decorrência dos avanços tecnológicos.
opinião. Atenciosamente, Tobias Gregson. Por outro lado, a narração esportiva propõe uma
concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço
DOYLE, A. C. Um estudo em vermelho. Cotia: Pé de Letra, 2017.
máximo, busca da vitória, dinheiro... O preço que se
Considerando o objetivo da carta de Tobias Gregson, paga por sua espetacularização é a fragmentação do
a sequência de enunciados negativos presente nesse fenômeno esportivo. A experiência global do ser-atleta é
texto tem a função de modificada: a sociabilização no confronto e a ludicidade
não são vivências privilegiadas no enfoque das
A restringir a investigação, deixando-a sob a mídias, mas as eventuais manifestações de violência,
responsabilidade do autor da carta. em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e
B refutar possíveis causas da morte do cavalheiro, reexibidas em todo o mundo.
auxiliando na investigação. BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado).
C identificar o local da cena do crime, localizando-o no
A reflexão trazida pelo texto, que aborda o esporte
Jardim Lauriston.
telespetáculo, está fundamentada na
D introduzir o destinatário da carta, caracterizando sua
personalidade. A distorção da experiência do ser-atleta para os
E apresentar o vigia, incluindo-o entre os suspeitos do espectadores.
assassinato. B interpretação dos espectadores sobre o conteúdo
transmitido.
C utilização de equipamentos audiovisuais de última
geração.
D valorização de uma visão ampliada do esporte.
E equiparação entre a forma e o conteúdo.

LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 6

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ7*

Questão 10

Disponível em: www.essl.pt. Acesso em: 9 maio 2019 (adaptado).

Essa campanha se destaca pela maneira como utiliza a linguagem para conscientizar a sociedade da necessidade
de se acabar com o bullying. Tal estratégia está centrada no(a)

A chamamento de diferentes atores sociais pelo uso recorrente de estruturas injuntivas.


B variedade linguística caracterizadora do português europeu.
C restrição a um grupo específico de vítimas ao apresentar marcas gráficas de identificação de gênero como “o(a)”.
D combinação do significado de palavras escritas em línguas inglesa e portuguesa.
E enunciado de cunho esperançoso “passe à história” no título do cartaz.

Questão 11
Esporte e cultura: análise acerca da esportivização de práticas corporais nos jogos indígenas
Nos Jogos dos Povos Indígenas, observa-se que as práticas corporais realizadas envolvem elementos
tradicionais (como as pinturas e adornos corporais) e modernos (como a regulamentação, a fiscalização e a
padronização). O arco e flecha e a lança, por exemplo, são instrumentos tradicionalmente utilizados para a caça e a
defesa da comunidade na aldeia. Na ocasião do evento, esses artefatos foram produzidos pela própria etnia, porém
sua estruturação como “modalidade esportiva” promoveu uma semelhança entre as técnicas apresentadas, com o
sentido único da competição.
ALMEIDA, A. J. M.; SUASSUNA, D. M. F. A. Pensar a prática, n. 1, jan.-abr. 2010 (adaptado).

A relação entre os elementos tradicionais e modernos nos Jogos dos Povos Indígenas desencadeou a

A padronização de pinturas e adornos corporais.


B sobreposição de elementos tradicionais sobre os modernos.
C individuação das técnicas apresentadas em diferentes modalidades.
D legitimação das práticas corporais indígenas como modalidade esportiva.
E preservação dos significados próprios das práticas corporais em cada cultura.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ8*

Questão 12 E a diversidade vai além do estilo das HQ. Em uma


das mesas na fila F, senta a quadrinista com deficiência
TEXTO I auditiva Ju Loyola, com suas histórias que classifica
como “narrativas silenciosas”. São histórias que podem
A promessa da felicidade
ser compreendidas por crianças e adultos, e pessoas
de qualquer nacionalidade, pelo simples motivo de não
terem uma única palavra.
A artista não escreve roteiros convencionais para
suas obras. Sua experiência de ter que entender a
comunicação pelo que vê faz com que ela se identifique
muito mais com o que observa do que com o que as
pessoas dizem.
E basta folhear suas obras que fica claro que elas
não são histórias em quadrinhos que perderam as
palavras, mas sim que ganharam uma nova perspectiva.
Disponível em: https://catracalivre.com.br.
Acesso em: 8 dez. 2018 (adaptado).

O Texto I exemplifica a obra de uma artista surda,


que promove uma experiência de leitura inovadora,
divulgada no Texto II. Independentemente de seus
objetivos, ambos os textos
A incentivam a produção de roteiros compostos
por imagens.
B colaboram para a valorização de enredos românticos.
C revelam o sucesso de um evento de cartunistas.
D contribuem com o processo de acessibilidade.
E questionam o padrão tradicional das HQ.

Questão 13
HELOÍSA: Faz versos?
PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos...
Sonetos... Reclames.
HELOÍSA: Futuristas?
PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista.
Cheguei a acreditar na independência... Mas foi
uma tragédia! Começaram a me tratar de maluco.
A me olhar de esguelha. A não me receber mais.
As crianças choravam em casa. Tenho três filhos.
No jornal também não pagavam, devido à crise.
Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei
JU LOYOLA. The promise of happiness. aquele instrumento (Mostra a faca) e fiquei passadista.
LOYOLA, J. Disponível em: http://ladyscomics.com.br. ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003.
Acesso em: 8 dez. 2018 (adaptado). O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade
ironiza a reação da sociedade brasileira dos anos 1930
TEXTO II diante de determinada vanguarda europeia. Nessa
visão, atribui-se ao público leitor uma postura
Quadrinista surda faz sucesso na CCXP
A preconceituosa, ao evitar formas poéticas
com narrativas silenciosas
simplificadas.
A área de artistas independentes da Comic Con B conservadora, ao optar por modelos consagrados.
Experience (CCXP) deste ano é a maior da história do C preciosista, ao preferir modelos literários eruditos.
evento geek, são mais de 450 quadrinistas e ilustradores D nacionalista, ao negar modelos estrangeiros.
no Artistsꞌ Alley. E eclética, ao aceitar diversos estilos poéticos.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ9*

Questão 14 pela imagem em alta definição, basta clicar sobre


ela e utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer o
A viagem download, disponível para obras de domínio público,
Que coisas devo levar é preciso utilizar a seta localizada do lado inferior
direito da imagem.
nesta viagem em que partes? Disponível em: www.revistabula.com.
As cartas de navegação só servem Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).
a quem fica.
A função da linguagem que predomina nesse texto se
Com que mapas desvendar caracteriza por
um continente
que falta? A evidenciar a subjetividade da reportagem com base
Estrangeira do teu corpo na fala do historiador de arte.
tão comum B convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levando-o
quantas línguas aprender a conhecer as obras de arte.
para calar-me? C informar sobre o acesso às imagens por meio da
Também quem fica descrição do modo como acessá-las.
procura D estabelecer interlocução com o leitor, orientando-o a
um oriente. fazer o download das obras de arte.
Também E enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio da
a quem fica possibilidade de visualização on-line.
cabe uma paisagem nova
e a travessia insone do desconhecido Questão 16
e a alegria difícil da descoberta.
O que levas do que fica, Ed Mort só vai
o que, do que levas, retiro?
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta.
MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A. (Org.). Rua Aribau. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana entre um
Porto Alegre: Tag, 2018. fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial,
A viagem e a ausência remetem a um repertório poético um telefone mudo e um cinzeiro. Mas insisto numa
tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com essa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas.
tradição, repercutindo a Elas não vencerão. Comprei um jogo de máscaras.
No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar
A saudade como experiência de apatia. dos credores. Outro dia entrei na sala e vi a cara do King
B presença da fragmentação da identidade. Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando
C negação do desejo como expressão de culpa. as máscaras. Espisoteei meia dúzia. As outras atacaram
D persistência da memória na valorização a mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal
do passado. era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a
agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco.
E revelação de rumos projetada pela vivência
Meu último caso fora com a funcionária do Erótica,
da solidão.
a primeira ótica da cidade com balconista topless.
Questão 15 Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias.
O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).
visualização on-line, compartilhamento ou download
(sob licença Creative Commons), 44 mil imagens de Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente
obras de arte em altíssima resolução, além de livros, construído por uma
estudos e pesquisas sobre a história da arte. A segmentação de enunciados baseada na descrição
Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o dos hábitos do personagem.
sucesso das coleções on-line de acesso aberto, além B ordenação dos constituintes oracionais na qual se
de democratizar a arte, vem ajudando a formar um novo destaca o núcleo verbal.
público museológico. Grosvenor acredita que quanto
C estrutura composicional caracterizada pelo arranjo
mais pessoas forem expostas à arte on-line, mais visitas
singular dos períodos.
pessoais acontecerão aos museus.
A coleção está disponível em seis categorias: D sequenciação narrativa na qual se articulam eventos
paisagens urbanas, impressionismo, essenciais, arte absurdos.
africana, moda e animais. Também é possível pesquisar E seleção lexical na qual predominam informações
pelo nome da obra, estilo, autor ou período. Para navegar redundantes.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ10*

Questão 17

Disponível em: http://epoca.globo.com. Acesso em: 20 mar. 2014.


De acordo com esse infográfico, as redes sociais estimulam diferentes comportamentos dos usuários que revelam
A exposição exagerada dos indivíduos.
B comicidade ingênua dos usuários.
C engajamento social das pessoas.
D disfarce do sujeito por meio de avatares.
E autocrítica dos internautas.
Questão 18
O que é software livre
Software livre é qualquer programa de computador construído de forma colaborativa, via internet, por uma
comunidade internacional de desenvolvedores independentes. São centenas de milhares de hackers, que negam
sua associação com os “violadores de segurança”. Esses desenvolvedores de software se recusam a reconhecer
o significado pejorativo do termo e continuam usando a palavra hacker para indicar “alguém que ama programar e
que gosta de ser hábil e engenhoso”. Além disso, esses programas são entregues à comunidade com o código fonte
aberto e disponível, permitindo que a ideia original possa ser aperfeiçoada e devolvida novamente à comunidade.
Nos programas convencionais, o código de programação é secreto e de propriedade da empresa que o desenvolveu,
sendo quase impossível decifrar a programação.
O que está em jogo é o controle da inovação tecnológica. Software livre é uma questão de liberdade de expressão
e não apenas uma relação econômica. Hoje existem milhares de programas alternativos construídos dessa forma
e uma comunidade de usuários com milhões de membros no mundo.
BRANCO, M. Software livre e desenvolvimento social e económico. In: CASTELLS, M.; CARDOSO, G. (Org).
A sociedade em rede: do conhecimento à acção política. Lisboa: Imprensa Nacional, 2005 (adaptado).
A criação de softwares livres contribui para a produção do conhecimento na sociedade porque
A democratiza o acesso a produtos construídos coletivamente.
B complexifica os sistemas operacionais disponíveis no mercado.
C qualifica um maior número de pessoas para o uso de tecnologias.
D possibilita a coleta de dados confidenciais para seus desenvolvedores.
E insere profissionalmente os hackers na área de inovação tecnológica.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ11*

Questão 19 municípios do País, em poucos cliques, o interessado


pode conhecer melhor o perfil da população, o tipo de
Expostos na web desde a gravidez atividade desenvolvida, as ocupações formais e a média
salarial por categoria.
Mais da metade das mães e um terço dos pais
ouvidos em uma pesquisa sobre compartilhamento MANTOVANI, C. A. Guardião de informações. Minas faz Ciência,
n. 58, jun.-jul.-ago. 2014 (adaptado).
paterno em mídias sociais discutem nas redes sociais
sobre a educação dos filhos. Muitos são pais e mães de Entre as novas possibilidades promovidas pelo
primeira viagem, frutos da geração Y (que nasceu junto desenvolvimento de novas tecnologias, o texto destaca a
com a internet) e usam esses canais para saberem
que não estão sozinhos na empreitada de educar A auditoria das ações de governo.
uma criança. Há, contudo, um risco no modo como as B publicidade das entidades públicas.
pessoas estão compartilhando essas experiências. C obtenção de informações estratégicas.
É a chamada exposição parental exagerada, alertam
D disponibilidade de ambientes coletivos.
os pesquisadores.
De acordo com os especialistas no assunto, E comunicação entre órgãos administrativos.
se você compartilha uma foto ou vídeo do seu filho
pequeno fazendo algo ridículo, por achar engraçadinho,
Questão 21
quando a criança tiver seus 11, 12 anos, pode se sentir Menina
constrangida. A autoconsciência vem com a idade.
A máquina de costura avançava decidida sobre
A exibição da privacidade dos filhos começa a
o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes
assumir uma característica de linha do tempo e eles
na boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus
não participaram da aprovação ou recusa quanto à
gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a
veiculação desses conteúdos. Assim, quando a criança
tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando
cresce, sua privacidade pode já estar violada.
a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito decidido
OTONI, A. C. O Globo, 31 mar. 2015 (adaptado). da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava.
Sobre o compartilhamento parental excessivo em mídias A mãe sabia tanto! Tita chamava-a de ( ) como quem diz
sociais, o texto destaca como impacto o(a) ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na
mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh, tudo era
A interferência das novas tecnologias na comunicação tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe
entre pais e filhos. intensamente agora quase com fome depressa depressa
B desatenção dos pais em relação ao comportamento antes de morrer, tanto que não se conteve e — Mamãe,
dos filhos na internet. o que é desquitada? — atirou rápida com uma voz
sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o
C distanciamento na relação entre pais e filhos
mundo acabava ou Deus aparecia — sentia Ana Lúcia.
provocado pelo uso das redes sociais.
Era muito forte aquele instante, forte demais para uma
D fortalecimento das redes de relações decorrente da menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem
troca de experiências entre as famílias. solução podendo desabar a qualquer pensamento,
E desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens a máquina avançando desgovernada sobre o vestido
têm sido divulgadas nas redes sociais. de seda brilhante espalhando luz luz luz.
ÂNGELO, I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.
Questão 20
Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência
O projeto DataViva consiste na oferta de dados oficiais uma dramaticidade centrada na
sobre exportações, atividades econômicas, localidades e
ocupações profissionais de todo o Brasil. Num primeiro A insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência
momento, o DataViva construiu uma ferramenta que da figura paterna.
permitia a análise da economia mineira embasada por B associação entre a angústia da menina e a reação
essa perspectiva metodológica complexa e diversa. intempestiva da mãe.
No entanto, diante das possibilidades oferecidas pelas
C relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a
bases de dados trabalhadas, a plataforma evoluiu para
emancipação feminina.
um sistema mais completo. De maneira interativa e
didática, o usuário é guiado por meio das diversas formas D representação de estigmas sociais modulados pela
de navegação dos aplicativos. Além de informações perspectiva da criança.
sobre os produtos exportados, bem como acerca do E expressão de dúvidas existenciais intensificadas
volume das exportações em cada um dos estados e pela percepção do abandono.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ12*

Questão 22 Questão 24
Uma ouriça Blues da piedade
Se o de longe esboça lhe chegar perto,
se fecha (convexo integral de esfera), Vamos pedir piedade
se eriça (bélica e multiespinhenta): Senhor, piedade
e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
Mas não passiva (como ouriço na loca); Pra essa gente careta e covarde
nem só defensiva (como se eriça o gato); Vamos pedir piedade
sim agressiva (como jamais o ouriço),
Senhor, piedade
do agressivo capaz de bote, de salto
(não do salto para trás, como o gato): Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
daquele capaz de salto para o assalto.
CAZUZA. Cazuza: o poeta não morreu. Rio de Janeiro:
Se o de longe lhe chega em (de longe), Universal Music, 2000 (fragmento).
de esfera aos espinhos, ela se desouriça.
Reconverte: o metal hermético e armado Todo gênero apresenta elementos constitutivos que
na carne de antes (côncava e propícia), condicionam seu uso em sociedade. A letra de canção
e as molas felinas (para o assalto), identifica-se com o gênero ladainha, essencialmente,
nas molas em espiral (para o abraço). pela utilização da sequência textual
MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997. A expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico
que metaforiza a atitude feminina de B narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
A tenacidade transformada em brandura. C injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
B obstinação traduzida em isolamento. D descritiva, por enumerar características de
C inércia provocada pelo desejo platônico. um personagem.
D irreverência cultivada de forma cautelosa. E argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada
E desconfiança consumada pela intolerância. de atitude.
Questão 23
Questão 25

Com o enredo que homenageou o centenário do


Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi
coroada no Carnaval 2012.
A penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda
noite de desfiles, mergulhou no universo do cantor e
compositor brasileiro e trouxe a cultura nordestina com
criatividade para a Avenida, com o enredo O dia em que
toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o
Rei Luiz do Sertão.
Disponível em: www.cultura.rj.gov.br.
Acesso em: 15 maio 2012 (adaptado).

Disponível em: www.acnur.org. Acesso em: 11 dez. 2018. A notícia relata um evento cultural que marca a
Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao
texto verbal tem o objetivo de A primazia do samba sobre a música nordestina.
A criticar as difíceis condições de vida dos refugiados. B inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros.
B revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados. C valorização das origens oligárquicas da cultura
C incentivar a campanha de doações para nordestina.
os refugiados. D proposta de resgate de antigos gêneros musicais
D denunciar a situação de carência vivida brasileiros.
pelos refugiados.
E simbolizar a necessidade de adesão à causa E criatividade em compor um samba-enredo em
dos refugiados. homenagem a uma pessoa.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

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Questão 26
TEXTO I
O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil
denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o País.
Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos
mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode refletir uma onda crescente de violência na sociedade e
dentro das próprias famílias.
Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil
está ficando para trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece (tendência mundial) sem estar
preparado para arcar com os desafios, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e
dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes.
Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado).
TEXTO II

Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 dez. 2018.

Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso


A apresentam vantagens em relação às de outros países.
B são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.
C alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos.
D precisam ser revistas em razão do envelhecimento da população.
E contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País.

Questão 27

Educação para a saúde mediante programas de educação física escolar


A educação para a saúde deverá ser alcançada mediante interação de ações que possam envolver o próprio
homem mediante suas atitudes frente às exigências ambientais representadas pelos hábitos alimentares, estado de
estresse, opções de lazer, atividade física, agressões climáticas etc. Dessa forma, parece evidente que o estado de
ser saudável não é algo estático. Pelo contrário, torna-se necessário adquiri-lo e construí-lo de forma individualizada
constantemente ao longo de toda a vida, apontando para o fato de que saúde é educável e, portanto, deve ser
tratada não apenas com base em referenciais de natureza biológica e higienista, mas sobretudo em um contexto
didático-pedagógico.
GUEDES, D. P. Motriz, n. 1, 1999.

A educação para a saúde pressupõe a adoção de comportamentos com base na interação de fatores relacionados à
A adesão a programas de lazer.
B opção por dietas balanceadas.
C constituição de hábitos saudáveis.
D evasão de ambientes estressores.
E realização de atividades físicas regulares.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ14*

Questão 28 Questão 30
Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira TEXTO I
coisa a aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões
e dos cachalotes, antes de Portugal invadir, antes do Estratos
Getúlio Vargas mandar construir casas populares. Na passagem de uma língua para outra, algo
O bairro do Queím, onde nasci e cresci, é um deles. sempre permanece, mesmo que não haja ninguém
Aconchegado entre o Engenho Novo e Andaraí, foi feito para se lembrar desse algo. Pois um idioma retém
daquela argila primordial, que se aglutinou em diversos em si mais memórias que os seus falantes e, como
formatos: cães soltos, moscas e morros, uma estação uma chapa mineral marcada por camadas de uma
de trem, amendoeiras e barracos e sobrados, botecos história mais antiga do que aquela dos seres viventes,
e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do
inevitavelmente carrega em si a impressão das eras
bicho e um terreno enorme reservado para o cemitério.
pelas quais passou. Se as “línguas são arquivos da
Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente.
Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que história”, elas carecem de livros de registro e catálogos.
o homem não teve escolha a não ser passar a existir, Aquilo que contêm pode apenas ser consultado em
para varrê-las. À tardinha, sentar na varanda das casas parte, fornecendo ao pesquisador menos os elementos
e reclamar da pobreza, falar mal dos outros e olhar para de uma biografia do que um estudo geológico de uma
as calçadas encardidas de sol, os ônibus da volta do sedimentação realizada em um período sem começo ou
trabalho sujando tudo de novo. sem fim definido.
HERINGER, V. O amor dos homens avulsos. HELLER-ROAZEN, D. Ecolalias: sobre o esquecimento das línguas.
São Paulo: Cia. das Letras, 2016. Campinas: Unicamp, 2010.

Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador TEXTO II


imprime ao texto um sentido estético fundamentado na Na reflexão gramatical dos séculos XVI e XVII,
A excentricidade dos bairros cariocas de sua infância. a influência árabe aparece pontualmente, e se reveste
B perspectiva caricata da paisagem de traços sobretudo de item bélico fundamental na atribuição de
deteriorados. rudeza aos idiomas português e castelhano por seus
C importância dos fatos relacionados à história respectivos detratores. Parecer com o árabe, assim,
dos subúrbios. é uma acusação de dessemelhança com o latim.
D diversidade dos tipos humanos identificados por SOUZA, M. P. Linguística histórica.
seus hábitos. Campinas: Unicamp, 2006.

E experiência do cotidiano marcado pelas Relacionando-se as ideias dos textos a respeito da


necessidades e urgências. história e memória das línguas, quanto à formação da
Questão 29 língua portuguesa, constata-se que

A rede é, antes de tudo, um instrumento de A a presença de elementos de outras línguas no


comunicação entre pessoas, um laço virtual em que português foi historicamente avaliada como um
as comunidades auxiliam seus membros a aprender o índice de riqueza.
que querem saber. Os dados não representam senão a B o estudioso da língua pode identificar com precisão
matéria-prima de um processo intelectual e social vivo, os elementos deixados por outras línguas na
altamente elaborado. Enfim, toda inteligência coletiva transformação da língua portuguesa.
do mundo jamais dispensará a inteligência pessoal, o
esforço individual e o tempo necessário para aprender, C o português é o resultado da influência de outras
pesquisar, avaliar e integrar-se a diversas comunidades, línguas no passado e carrega marcas delas em suas
sejam elas virtuais ou não. A rede jamais pensará em múltiplas camadas.
seu lugar, fique tranquilo. D o árabe e o latim estão na formação escolar e na
LÉVY, P. A máquina universo: criação, cognição e cultura memória dos falantes brasileiros.
informática. Porto Alegre: Artmed, 1998.
E a influência de outras línguas no português ocorreu
No contexto das novas tecnologias de informação e de maneira uniforme ao longo da história.
comunicação, a circulação de saberes depende da
A otimização do tempo.
B confiabilidade dos sites.
C contribuição dos usuários.
D quantidade de informação.
E colaboração de intelectuais.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ15*

Questão 31 A expectativa é que, se o hormônio funcionar da


mesma forma em humanos, surja em breve um novo
medicamento para emagrecer. Mas ele estaria longe
de substituir por completo os benefícios da atividade
física. “Possivelmente existem muitos outros hormônios
musculares liberados durante o exercício e ainda não
descobertos”, diz o fisiologista Paul Coen, professor
assistente da Universidade de Pittsburgh, nos EUA.
A irisina não fortalece os músculos, por exemplo.
E para ficar com aquele tríceps de fazer inveja só o
levantamento de controle remoto não daria conta.
LIMA, F. Galileu. São Paulo, n. 248, mar. 2012.

Para convencer o leitor de que o exercício físico é


importante, o autor usa a estratégia de divulgar que
PICASSO, P. Cabeça de touro. Bronze, 33,5 cm x 43,5 cm x 19 cm. A a falta de exercício físico não emagrece e desenvolve
Musée Picasso, Paris. França, 1945.
doenças.
JANSON, H. W. Iniciação à história da arte.
B se trata de uma forma de transformar a gordura
São Paulo: Martins Fontes, 1988.
branca em marrom e de emagrecer.
Na obra Cabeça de touro, o material descartado torna-se C a irisina é um hormônio que apenas é produzido com
objeto de arte por meio da
o exercício físico.
A reciclagem da matéria-prima original. D o exercício é uma forma de afinar a silhueta por
B complexidade da combinação de formas abstratas. eliminar a gordura branca.
C perenidade dos elementos que constituem E se produzem outros hormônios e há outros benefícios
a escultura. com o exercício.
D mudança da funcionalidade pela integração
dos objetos. Questão 33
E fragmentação da imagem no uso de elementos Inverno! inverno! inverno!
diversificados. Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva
Questão 32 boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos
sempre, desesperadamente, para lá do horizonte,
Emagrecer sem exercício? perpétua solidão inóspita, onde apenas se ouve a voz
do vento que passa uivando como uma legião de lobos,
Hormônio aumenta a esperança de perder gordura
sem sair do sofá. A solução viria em cápsulas. através da cidade de catedrais e túmulos de cristal na
planície, fantasmas que a miragem povoam e animam,
O sonho dos sedentários ganhou novo aliado. tudo isto: decepções, obscuridade, solidão, desespero
Um estudo publicado na revista científica Nature, em e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o
janeiro, sugere que é possível modificar a gordura corporal frio inverno da vida.
sem fazer exercício. Pesquisadores do Dana-Farber Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma
Cancer Institute e da Escola de Medicina de Harvard, dos lugares onde a natureza dorme por meses, à espera
nos EUA, isolaram em laboratório a irisina, hormônio do sol avaro que não vem.
naturalmente produzido pelas células musculares
POMPEIA, R. Canções sem metro. Campinas: Unicamp, 2013.
durante os exercícios aeróbicos, como caminhada,
corrida ou pedalada. A substância foi aplicada em ratos Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia
e agiu como se eles tivessem se exercitado, inclusive desenvolveu-a na prosa poética, em que se observa a
com efeito protetor contra o diabetes.
O segredo foi a conversão de gordura branca — A imprecisão no sentido dos vocábulos.
aquela que estoca energia inerte e estraga nossa silhueta B dramaticidade como elemento expressivo.
— em marrom. Mais comum em bebês, e praticamente C subjetividade em oposição à verossimilhança.
inexistente em adultos, esse tipo de gordura serve para
nos aquecer. E, nesse processo, gasta uma energia D valorização da imagem com efeito persuasivo.
tremenda. Como efeito colateral, afinaria nossa silhueta. E plasticidade verbal vinculada à cadência melódica.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ16*

Questão 34 Questão 36
Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba TEXTO I
eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano de
acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram essa
estrutura. No princípio dessa civilização o ano tinha dez
meses e começava por Martius (atual março). Os outros
dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio,
o segundo rei de Roma.
Até Júlio César reformar o calendário local, os
meses eram lunares, mas as festas em homenagem
aos deuses permaneciam designadas pelas estações.
O descompasso de dez dias por ano fazia com
que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o
Intercalaris, tivesse que ser enxertado. Com a ajuda de
matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio
César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte
calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis,
Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October,
November e December. Quase igual ao nosso, com as Fotografia de Jackson Pollock pintando em seu ateliê,
diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem aos realizada por Hans Namuth em 1951.
meses de julho e agosto. CHIPP, H. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br. TEXTO II
Acesso em: 8 dez. 2018.

Considerando as informações no texto e aspectos


históricos da formação da língua, a atual escrita dos
meses do ano em português
A reflete a origem latina de nossa língua.
B decorre de uma língua falada no Egito antigo.
C tem como base um calendário criado por Cleópatra.
D segue a reformulação da norma da língua proposta
por Júlio César.
E resulta da padronização do calendário antes da
fundação de Roma.

Questão 35
No Brasil, a disseminação de uma expectativa de
corpo com base na estética da magreza é bastante grande
e apresenta uma enorme repercussão, especialmente,
se considerada do ponto de vista da realização pessoal. MUNIZ, V. Action Photo (segundo Hans Namuth em Pictures
Em pesquisa feita na cidade de São Paulo, aparecem os in Chocolate). Impressão fotográfica, 152,4 cm x 121,92 cm,
percentuais de 90% entre as mulheres pesquisadas que The Museum of Modern Art, Nova Iorque, 1977.
se dizem preocupadas com seu peso corporal, sendo
NEVES, A. História da arte 4. Vitória: Ufes – Nead, 2011.
que 95% se sentem insatisfeitas com “seu próprio corpo”.
SILVA, A. M. Corpo, ciência e mercado: reflexões acerca da gestação Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa
de um novo arquétipo da felicidade. Campinas: Autores Associados; obra de Vick Muniz reproduz a célebre fotografia do
Florianópolis: UFSC, 2001.
processo de criação de Jackson Pollock. A originalidade
A preocupação excessiva com o “peso” corporal pode dessa releitura reside na
provocar o desenvolvimento de distúrbios associados
diretamente à imagem do corpo, tais como A apropriação parodística das técnicas e
materiais utilizados.
A anorexia e bulimia.
B ortorexia e vigorexia. B reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte.
C ansiedade e depressão. C simplificação dos traços da composição pictórica.
D sobrepeso e fobia social. D contraposição de linguagens artísticas distintas.
E sedentarismo e obesidade. E crítica ao advento do abstracionismo.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ17*

Questão 37 A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a


criatividade da IA para que ela se pareça cada vez mais
Na semana passada, os alunos do colégio do com a humana. Simular esse tipo de resposta é difícil,
meu filho se mobilizaram, através do Twitter, para porque o computador precisa ter, primeiro, um banco de
não comprarem na cantina da escola naquele dia, dados vasto vinculado a uma programação específica
pois acharam o preço do pão de queijo abusivo. para cada tipo de projeto — escrita, pintura, música,
São adolescentes. Quase senhores das novas desenho e por aí vai.
tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o
D’ANGELO, H. Disponível em: https://super.abril.com.br.
mundo através dos teclados dos celulares, iPads e
Acesso em: 5 dez. 2018.
se organizam para fazer um movimento pacífico de
não comprar lanches por um dia. Foi parar na TV e O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na
em muitas páginas da internet. composição do conto evidenciam a
GOMES, A. A revolução silenciosa e o impacto na sociedade das
redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br.
A indistinção entre personagens produzidos por
Acesso em: 31 jul. 2012. máquinas e seres humanos.
O texto aborda a temática das tecnologias da informação B necessidade de reformulação da base de dados
e comunicação, especificamente o uso de redes sociais. elaborada por cientistas.
Muito se debate acerca dos benefícios e malefícios do C autonomia de programas computacionais no
uso desses recursos e, nesse sentido, o texto desenvolvimento ficcional.
D diferença entre a estrutura e a criatividade da
A aborda a discriminação que as redes sociais sofrem
de outros meios de comunicação. linguagem humana.
B mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais E qualidade artística de textos produzidos por
não têm impacto fora da internet. computadores.
C expõe a possibilidade de as redes sociais Questão 39
favorecerem comportamentos e manifestações
violentos dos adolescentes que nelas Essa lua enlutada, esse desassossego
se relacionam. A convulsão de dentro, ilharga
D trata as redes sociais como modo de agregar e Dentro da solidão, corpo morrendo
empoderar grupos de pessoas, que se unem em prol
Tudo isso te devo. E eram tão vastas
de causas próprias ou de mudanças sociais.
As coisas planejadas, navios,
E evidencia que as redes sociais são usadas
inadequadamente pelos adolescentes, que, Muralhas de marfim, palavras largas
imaturos, não utilizam a ferramenta como forma Consentimento sempre. E seria dezembro.
de mudança social. Um cavalo de jade sob as águas
Dupla transparência, fio suspenso
Questão 38
Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
“O computador, dando prioridade à busca pela E tudo se desfez no pórtico do tempo
própria felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
É assim que termina o conto O dia em que um computador
Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
escreveu um conto, escrito por uma inteligência artificial
com a ajuda de cientistas humanos. Também isso te devo.
Os cientistas selecionaram palavras e frases que
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão.
seriam usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral São Paulo: Cia. das Letras, 2018.
da história, que serviria como guia para a inteligência
artificial. A partir daí, o computador criou o texto No poema, o eu lírico faz um inventário de estados
combinando as frases e seguindo as diretrizes que passados espelhados no presente. Nesse processo,
os cientistas impuseram. Os juízes não sabem quais aflora o
textos são escritos por humanos e quais são feitos por A cuidado em apagar da memória os restos do amor.
computadores, o que mostra que o conto estava bem
B amadurecimento revestido de ironia e desapego.
escrito. O dia só não passou para as próximas etapas
porque, de acordo com os juízes, os personagens não C mosaico de alegrias formado seletivamente.
foram muito bem descritos, embora o texto estivesse D desejo reprimido convertido em delírio.
estruturalmente impecável. E arrependimento dos erros cometidos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ18*

Questão 40 Incorporando o devaneio da personagem, o narrador


compõe uma alegoria que representa o anseio de
1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito
A rejeitar metas de superação de desafios.
da energia e da temeridade.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão B restaurar o estado de felicidade pregressa.
elementos essenciais de nossa poesia. C materializar expectativas de natureza utópica.
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade D rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar
E valorizar as experiências hedonistas do presente.
o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de
corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
Questão 42
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo
enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade.
A ciência do Homem-Aranha
Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado
com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito Muitos dos superpoderes do querido Homem-
explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre -Aranha de fato se assemelham às habilidades
a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia. biológicas das aranhas e são objeto de estudo para
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura produção de novos materiais.
o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker
também numa corrida sobre o circuito da sua órbita. funciona quase como um sexto sentido, uma
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, espécie de habilidade premonitória e, por isso, soa
fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico como um mero elemento ficcional. No entanto, as
fervor dos elementos primordiais. aranhas realmente têm um sentido mais aguçado.
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas Na verdade, elas têm um dos sistemas sensoriais mais
europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985. impressionantes da natureza.
O documento de Marinetti, de 1909, propõe os Os pelos sensoriais das aranhas, que estão
referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a espalhados por todo o corpo, funcionam como uma
forma muito boa de perceber o mundo e captar
A composição estática. informações do ambiente. Em muitas espécies, esse
B inovação tecnológica. tato por meio dos pelos tem papel mais importante
C suspensão do tempo. que a própria visão, uma vez que muitas aranhas
D retomada do helenismo. conseguem prender e atacar suas presas na completa
escuridão. E por que os pelos humanos não são
E manutenção das tradições.
tão eficientes como órgãos sensoriais como os das
Questão 41 aranhas? Primeiro, porque um ser humano tem em
média 60 fios de pelo em cada cm² do corpo, enquanto
Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas algumas espécies de aranha podem chegar a ter
não estava satisfeita com sua condição. Não passamos 40 mil pelos por cm²; segundo, porque cada pelo das
de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos aranhas possui até 3 nervos para fazer a comunicação
conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos entre a sensação percebida e o cérebro, enquanto
na História será tão desprezível quanto a gosma que nós, seres humanos, temos apenas 1 nervo por pelo.
marca nossa passagem pelos pavimentos. Disponível em: http://cienciahoje.org.br.
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).
queria ser como aquele parente distante, o escargot.
Como estratégia de progressão do texto, o autor simula
O simples nome já a deixava fascinada: um termo
uma interlocução com o público leitor ao recorrer à
francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas
pronunciavam com respeito e até com admiração. A revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super-
Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são -herói como um sexto sentido.
comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de B caracterização do afeto do público pelo super-herói
sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita marcado pela palavra “querido”.
lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua
vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, C comparação entre os poderes do super-herói e as
entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como habilidades biológicas das aranhas.
o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, D pergunta retórica na introdução das causas da
respondia, a travessa de porcelana é a única lápide eficiência do sistema sensorial das aranhas.
digna dos meus sonhos. E comprovação das diferenças entre a constituição
SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. física do homem e da aranha por meio de
A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009. dados numéricos.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ19*

Questão 43 tomas teu café com pão,


tomas teu lugar no bote
no cais do Capibaribe.
Deixas chorando na esteira
teu filho de mãe solteira.
Levas ao lado a marmita,
contendo a mesma ração
do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão.
De tudo quanto ele pede
dás só bom-dia ao patrão,
e recomeças a luta
na engrenagem da fiação.
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.

Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas


verbais e pronominais

A ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.


B auxilia na caracterização física do
personagem principal.
C acrescenta informações modificadoras às ações dos
personagens.
D alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as
ideias do texto.
E está a serviço do projeto poético, auxiliando na
distinção dos referentes.
Questão 45
Disponível em: www.tecmundo.com.br. Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,
Acesso em: 10 dez. 2018 (adaptado). Irerê, meu companheiro,
O texto tem o formato de uma carta de jogo e apresenta Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?
dados a respeito de Marcelo Gleiser, premiado Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
pesquisador brasileiro da atualidade. Essa apresentação Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
subverte um gênero textual ao Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
A vincular áreas distintas do conhecimento. Que tua flauta do sertão quando assobia,
B evidenciar a formação acadêmica do pesquisador. Ah! A gente sofre sem querê!
Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
C relacionar o universo lúdico a informações
biográficas. Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
Ah! Ah!
D especificar as contribuições mais conhecidas
Irerê, solta teu canto!
do pesquisador.
Canta mais! Canta mais!
E destacar o nome do pesquisador e sua imagem Prá alembrá o Cariri!
no início do texto.
VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e oito
Questão 44 violoncelos (1938-1945). Disponível em: http://euterpe.blog.br.
Acesso em: 23 abr. 2019.
Toca a sirene na fábrica, Nesses versos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em
e o apito como um chicote uma ambientação linguisticamente apoiada no(a)
bate na manhã nascente
e bate na tua cama A uso recorrente de pronomes.
no sono da madrugada. B variedade popular da língua portuguesa.
Ternuras da áspera lona
C referência ao conjunto da fauna nordestina.
pelo corpo adolescente.
É o trabalho que te chama. D exploração de instrumentos musicais eruditos.
Às pressas tomas o banho, E predomínio de regionalismos lexicais nordestinos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 2019


Azul Gabarito 2019

LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 B A 46 B
2 D B 47 A
3 A C 48 C
4 B A 49 C
5 E D 50 C
6 B 51 B
7 C 52 A
8 B 53 B
9 A 54 B
10 A 55 A
11 D 56 D
12 D 57 C
13 B 58 B
14 E 59 C
15 C 60 E
16 D 61 E
17 A 62 E
18 A 63 B
19 E 64 C
20 C 65 A
21 D 66 C
22 A 67 A
23 E 68 C
24 C 69 E
25 B 70 E
26 E 71 D
27 C 72 B
28 B 73 C
29 C 74 C
30 C 75 A
31 D 76 D
32 E 77 B
33 E 78 E
34 A 79 A
35 A 80 D
36 A 81 B
37 D 82 A
38 D 83 D
39 B 84 B
40 B 85 B
41 C 86 B
42 D 87 A
43 C 88 C
44 E 89 D
45 B 90 B

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*010175AZ6* PROVA ENEM 2020

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 7


Questões de 06 a 45
Questão 6
Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema de
mais longa gestação em toda a minha obra. Vi pela
primeira vez esse nome Pasárgada quando tinha os
meus dezesseis anos e foi num autor grego. [...] Esse
nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas”
ou “tesouro dos persas”, suscitou na minha imaginação
uma paisagem fabulosa, um país de delícias, como o
de L’invitation au Voyage, de Baudelaire. Mais de vinte
anos depois, quando eu morava só na minha casa da
Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo,
da mais aguda sensação de tudo o que eu não tinha
feito em minha vida por motivo da doença, saltou-me
de súbito do subconsciente este grito estapafúrdio:
“Vou-me embora p’ra Pasárgada!” Senti na redondilha
a primeira célula de um poema, e tentei realizá-lo,
mas fracassei. Alguns anos depois, em idênticas
circunstâncias de desalento e tédio, me ocorreu o
mesmo desabafo de evasão da “vida besta”. Desta vez
o poema saiu sem esforço como se já estivesse pronto
dentro de mim. Gosto desse poema porque vejo nele,
em escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, Disponível em: www.globofilmes.globo.com. Acesso em: 13 dez. 2017 (adaptado).
como meu pai desejava, não fiz nenhuma casa, mas
A frase, título do filme, reproduz uma variedade
reconstruí e “não de uma forma imperfeita neste mundo linguística recorrente na fala de muitos brasileiros.
de aparências”, uma cidade ilustre, que hoje não é mais Essa estrutura caracteriza-se pelo(a)
a Pasárgada de Ciro, e sim a “minha” Pasárgada.
A uso de uma marcação temporal.
BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984.
B imprecisão do referente de pessoa.
Os processos de interação comunicativa preveem a C organização interrogativa da frase.
presença ativa de múltiplos elementos da comunicação, D utilização de um verbo de ação.
entre os quais se destacam as funções da linguagem. E apagamento de uma preposição.
Nesse fragmento, a função da linguagem predominante é a

A emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos de


angústia que o levaram à criação poética.
B referencial, porque o texto informa sobre a origem do
nome empregado em um famoso poema de Bandeira.
C metalinguística, porque o poeta tece comentários
sobre a gênese e o processo de escrita de um de
seus poemas.
D poética, porque o texto aborda os elementos estéticos
de um dos poemas mais conhecidos de Bandeira.
E apelativa, porque o poeta tenta convencer os leitores
sobre sua dificuldade de compor um poema.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*010175AZ7*

Questão 8 Questão 10
Slam do Corpo é um encontro pensado para surdos O ouro do século 21
e ouvintes, existente desde 2014, em São Paulo. Uma Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário,
iniciativa pioneira do grupo Corposinalizante, criado em térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes
2008. (Antes de seguirmos, vale a explicação: o termo esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação
slam vem do inglês e significa — numa nova acepção de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas
para o verbo geralmente utilizado para dizer “bater com lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio.
força” — a “poesia falada nos ritmos das palavras e da Mas esses 17 metais, chamados de terras-raras, fazem
cidade”). Nos saraus, o primeiro objetivo foi o de botar parte da vida de quase todos os humanos do planeta.
os poemas em Libras na roda, colocar os surdos para Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do
circular e entender esse encontro entre a poesia e a língua futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais
de sinais, compreender o encontro dessas duas línguas. usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores,
Poemas de autoria própria, três minutos, um microfone. tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e
Sem figurino, nem adereços, nem acompanhamento até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil,
musical. O que vale é modular a voz e o corpo, um dono da segunda maior reserva do mundo desses metais,
trabalho artesanal de tornar a palavra “visível”, numa parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar
arena cujo objetivo maior é o de emocionar a plateia, tirar em retomar sua exploração.
o público da passividade, seja pelo humor, horror, caos, SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br.
doçura e outras tantas sensações. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

NOVELLI, G. Poesia incorporada. Revista Continente, n. 189, set. 2016 (adaptado). As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas
Na prática artística mencionada no texto, o corpo assume intencionalmente pelo autor do texto para
papel de destaque ao articular diferentes linguagens com A imprimir um tom irônico à reportagem.
o intuito de B incorporar citações de especialistas à reportagem.
A imprimir ritmo e visibilidade à expressão poética. C atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
B redefinir o espaço de circulação da poesia urbana. D esclarecer termos científicos empregados na
C estimular produções autorais de usuários de Libras. reportagem.
D traduzir expressões verbais para a língua de sinais. E marcar a apropriação de termos de outra ciência pela
E proporcionar performances estéticas de pessoas reportagem.
surdas. Questão 11
Questão 9 Na sua imaginação perturbada sentia a natureza toda
É possível afirmar que muitas expressões idiomáticas agitando-se para sufocá-la. Aumentavam as sombras. No
transmitidas pela cultura regional possuem autores céu, nuvens colossais e túmidas rolavam para o abismo do
anônimos, no entanto, algumas delas surgiram em horizonte... Na várzea, ao clarão indeciso do crepúsculo,
consequência de contextos históricos bem curiosos. os seres tomavam ares de monstros... As montanhas,
“Aquele é um cabra da peste” é um bom exemplo dessas subindo ameaçadoras da terra, perfilavam-se tenebrosas...
construções. Os caminhos, espreguiçando-se sobre os campos,
animavam-se quais serpentes infinitas... As árvores soltas
Para compreender essa expressão tão repetida no
choravam ao vento, como carpideiras fantásticas da
Nordeste brasileiro, faz-se necessário voltar o olhar para o
natureza morta... Os aflitivos pássaros noturnos gemiam
século 16. “Cabra” remete à forma com que os navegadores
agouros com pios fúnebres. Maria quis fugir, mas os
portugueses chamavam os índios. Já “peste” estaria ligada
membros cansados não acudiam aos ímpetos do medo
à questão da superação e resistência, ou mesmo uma
e deixavam-na prostrada em uma angústia desesperada.
associação com o diabo. Assim, com o passar dos anos, ARANHA, J. P. G. Canaã. São Paulo: Ática, 1997.
passou-se a utilizar tal expressão para denominar qualquer
indivíduo que se mostre corajoso, ou mesmo insolente, já No trecho, o narrador mobiliza recursos de linguagem que
que a expressão pode ter caráter positivo ou negativo. Aliás, geram uma expressividade centrada na percepção da
quem já não ficou de “nhe-nhe-nhém” por aí? O termo, que A relação entre a natureza opressiva e o desejo de
normalmente tem significado de conversa interminável, libertação da personagem.
monótona ou resmungo, tem origem no tupi-guarani e
“nhém” significa “falar”.
B confluência entre o estado emocional da personagem
Disponível em: http://leiturasdahistoria.uol.com.br. Acesso em: 13 dez. 2017. e a configuração da paisagem.
A leitura do texto permite ao leitor entrar em contato com C prevalência do mundo natural em relação à fragilidade
A registros do inventário do português brasileiro. humana.
B justificativas da variedade linguística do país. D depreciação do sentido da vida diante da consciência
C influências da fala do nordestino no uso da língua. da morte iminente.
D explorações do falar de um grupo social específico. E instabilidade psicológica da personagem face à
E representações da mudança linguística do português. realidade hostil.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ8*

Questão 12 A inter-relação entre tecnologia e sociedade tem


TEXTO I estimulado a criação de aplicativos. Nesse texto, isso é
É pau, é pedra, é o fim do caminho percebido pelo desenvolvimento de aplicativos para
É um resto de toco, é um pouco sozinho A organização de eventos de competições esportivas.
É um caco de vidro, é a vida, é o sol B agendamento de viagens para eventos de esporte
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol amador.
É peroba-do-campo, é o nó da madeira C mapeamento dos interesses dos praticantes acerca
Caingá, candeia, é o matita-pereira dos esportes.
TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de João Bosco (disco de bolso). D identificação da escassez de espaços para a vivência
Salvador: Zen Produtora, 1972 (fragmento). dos esportes.
TEXTO II E formação de grupos em comunidades virtuais para a
prática esportiva.
A inspiração súbita e certeira do compositor serve
ainda de exemplo do lema antigo: nada vem do nada. Questão 14
Para ninguém, nem mesmo para Tom Jobim. Duas TEXTO I
fontes são razoavelmente conhecidas. A primeira é o
poema O caçador de esmeraldas, do mestre parnasiano
Olavo Bilac: “Foi em março, ao findar da chuva,
quase à entrada/ do outono, quando a terra em sede
requeimada/ bebera longamente as águas da estação
[...]”. E a outra é um ponto de macumba, gravado com
sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi: “É pau, é
pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de tudo”.
Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas o
que se vê em Águas de março vai muito além: tudo se
transforma numa outra coisa e numa outra música, que
recompõem o mundo para nós.
NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três canções de Tom Jobim.
São Paulo: Cosac Naify, 2004.
Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro, o
Texto II destaca o(a)
A diálogo que a letra da canção estabelece com HIRST, D. Mother and Child. Bezerro dividido em duas partes: 1029 x
1689 x 625mm, 1993 (detalhe). Vidro, aço pintado, silicone, acrílico,
diferentes tradições da cultura nacional.
monofilamento, aço inoxidável, bezerro e solução de formaldeído.
B singularidade com que o compositor converte
referências eruditas em populares. TEXTO II
C caráter inovador com que o compositor concebe o O grupo Jovens Artistas Britânicos (YABs), que surgiu
processo de criação artística. no final da década de 1980, possui obras diversificadas
D relativização que a letra da canção promove na que incluem fotografias, instalações, pinturas e carcaças
concepção tradicional de originalidade. desmembradas. O trabalho desses artistas chamou
E resgate que a letra da canção promove de obras a atenção no final do período da recessão, por utilizar
pouco conhecidas pelo público no país. materiais incomuns, como esterco de elefantes, sangue
Questão 13 e legumes, o que expressava os detritos da vida e uma
Deu vontade de jogar, mas não sabe como reunir atmosfera de niilismo, temperada por um humor mordaz.
os amigos... Disponível em: http://damienhirst.com. Acesso em: 15 jul. 2015.
FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).
Muitas vezes é difícil encontrar grupos para bater
A provocação desse grupo gera um debate em torno da
uma bola. Em função disso, estão sendo disponibilizados
obra de arte pelo(a)
aplicativos que reúnem times e reservam espaços para
os adeptos da paixão nacional. Num exemplo dessas A recusa a crenças, convicções, valores morais,
iniciativas, é possível organizar uma partida de futebol, estéticos e políticos na história moderna.
se inscrever para participar de um jogo, alugar campos e B frutífero arsenal de materiais e formas que se
quadras, convidar jogadores. O aplicativo tem dois tipos relacionam com os objetos construídos.
de usuários: um que o usa como ferramenta de gestão C economia e problemas financeiros gerados pela
do grupo, convidando amigos para jogar, vendo quem recessão que tiveram grande impacto no mercado.
confirmou e avaliando os jogos. Outro usuário é o que D influência desse grupo junto aos estilos pós-modernos
busca partidas perto de onde ele está, caso de pessoas que surgiram nos anos 1990.
que estão de passagem numa cidade. E interesse em produtos indesejáveis que revela uma
BENEDICTO, M.; MARLI, M. Bola na rede. Retratos:
a revista do IBGE, n. 2, 2017 (adaptado). consciência sustentável no mercado.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ9*

Questão 15 Questão 16
O suor para estar em competições nacionais e
Fomos falar com o tal encarregado, depois com um
internacionais de alto nível é o mesmo para homens e
mulheres, mas não raramente as remunerações são engenheiro, depois com um supervisor que mandou
menores para elas. Se no tênis, um dos esportes mais chamar um engenheiro da nossa companhia. Esses
equânimes em termos de gênero, todos os principais homens são da sua companhia, engenheiro, ele falou,
torneios oferecem prêmios idênticos nas disputas estão pedindo a conta. A companhia está empenhada
femininas e masculinas, no futebol a desigualdade atinge nessa ponte, gente, falou o engenheiro, vocês não
seu ápice. Neymar e Marta são dois expoentes dessa
podem sair assim sem mais nem menos. Tinha uma
paixão nacional. Ela já foi eleita cinco vezes a melhor
serra circular cortando uns caibros ali perto, então
jogadora do mundo pela Fifa. Ele conquistou o terceiro
lugar na última votação para melhor do mundo. Mas é na só dava pra falar quando a serra parava, e aquilo foi
conta bancária que a diferença entre os dois se sobressai. dando nos nervos.
Falei que a gente tinha o direito de sair quando a
gente quisesse, e pronto. Nisso encostou um sujeito
de paletó mas sem gravata, o engenheiro continuou
falando e a serra cortando. Quando ele parou de falar,
50 Volts aproveitou uma parada da serra e falou que
a gente não era bicho pra trabalhar daquele jeito; daí
o supervisor falou que, se era falta de mulher, eles
davam um jeito. O engenheiro falou que tinha mais
de vinte companhias trabalhando na ponte, a maioria
com prejuízo, porque era mais uma questão de honra,
a gente tinha de acabar a ponte, a nossa companhia
nunca ia esquecer nosso trabalho ali naquela ponte,
um orgulho nacional.
PELLEGRINI, D. A maior ponte do mundo. In:
Melhores contos. São Paulo: Global, 2005.

Disponível em: http://apublica.org. Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado). As reivindicações dos operários, quanto às condições
aviltantes de trabalho a que são submetidos, recebem
O esporte é uma manifestação cultural na qual se
estabelecem relações sociais. Considerando o texto, o algumas tentativas de neutralização dos representantes
futebol é uma modalidade que do empregador, das quais a mais forte é o(a)

A apresenta proximidades com o tênis, no que tange às A sequência de atribuição de responsabilidades e de


relações de gênero entre homens e mulheres. poder decisório a terceiros.
B se caracteriza por uma identidade masculina no
B solicitação em nome dos prejuízos e compromissos
Brasil, conferindo maior remuneração aos jogadores.
C traz remunerações, aos jogadores e jogadoras, para entrega da obra.
proporcionais aos seus esforços no treinamento C intimidação pela discreta presença de um agente de
esportivo.
segurança na cena.
D resulta em melhor eficiência para as mulheres e,
consequentemente, em remuneração mais alta às D promessa de imediato atendimento da carência
jogadoras. sexual dos operários.
E possui jogadores e jogadoras com a mesma
E apelo pela identificação com a empresa extensiva ao
visibilidade, apesar de haver expoentes femininas de
destaque, como Marta. amor patriótico.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
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Questão 17 No poema, a descrição lírica do objeto representado é


Uma das mais contundentes críticas ao discurso orientada por um olhar que
da aptidão física relacionada à saúde está no caráter
eminentemente individual de suas propostas, o que A desvela sentimentos de vazio e angústia sob a
serve para obscurecer outros determinantes da saúde. aparente austeridade.
Ou seja, costuma-se apresentar o indivíduo como o B expressa desilusão ante a possibilidade de superação
problema e a mudança do estilo de vida como a solução. do sofrimento.
Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física C contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido
relacionada à saúde considera a existência de uma
da força física.
cultura homogênea na qual todos seriam livres para
escolher seus estilos de vida, o que não condiz com a D associa a incomunicabilidade emocional às
realidade. O fato é que vivemos numa sociedade dividida determinações culturais.
em classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm E privilegia imagens relacionadas à exposição do
condições econômicas para adotar um estilo de vida ativo dinamismo urbano.
e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes
Questão 19
políticas, econômicas e sociais que dificultam a adoção
desses estilos de vida. Senhor Juiz
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque.
RBCE, n. 2, jan. 2001 (adaptado). O instrumento do “crime” que se arrola
Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida Nesse processo de contravenção
A constrói a ideia de que a mudança individual de Não é faca, revólver ou pistola,
hábitos promove a saúde.
B considera a homogeneidade da escolha de hábitos Simplesmente, doutor, é um violão.
saudáveis pelos indivíduos.
Será crime, afinal, será pecado,
C reforça a necessidade de solucionar os problemas de
saúde da sociedade com a prática de exercícios. Será delito de tão vis horrores,
D problematiza a organização social e seu impacto na Perambular na rua um desgraçado
mudança de hábitos dos indivíduos.
Derramando nas praças suas dores?
E reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física
pela prática de exercícios promove a saúde. Mande, pois, libertá-lo da agonia
Questão 18
(a consciência assim nos insinua)
Retrato de homem
A paisagem estrita Não sufoque o cantar que vem da rua,
ao apuro do muro Que vem da noite para saudar o dia.
feito vértebra a vértebra
e escuro. É o apelo que aqui lhe dirigimos,
A geração dos pelos Na certeza do seu acolhimento
sobre a casca e os rostos
em seus diques de sombra Juntada desta aos autos nós pedimos
repostos.
E pedimos, enfim, deferimento.
Os poços com seu lodo Disponível em: www.migalhas.com.br.
de ira e de tensão: Acesso em: 23 set. 2020 (adaptado).
entre cimento e fronte
— um vão. Essa petição de habeas corpus, ao transgredir o rigor da
As setas se atiram linguagem jurídica,
às margens de ninguém,
A permite que a narrativa seja objetiva e repleta de
ilesas a si mesmas
retêm. sentidos denotativos.
Compassos de evasão B mostra que o cordel explora termos próprios da esfera
entre falange e rua do direito.
sondando a solitude C demonstra que o jogo de linguagem proposto atenua
nua.
a gravidade do delito.
E na armadura de coisa
salobra, um só segredo: D exemplifica como o texto em forma de cordel
a polpa toda é fruição compromete a solicitação pretendida.
de medo. E esclarece que os termos “crime” e “processo de
ARAÚJO, L. C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações — Governo do Estado
de Minas Gerais, 1967. contravenção” são sinônimos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
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Questão 20 O fragmento faz parte da canção brasileira contemporânea


Por que a indústria do empreendedorismo de palco e celebra a cultura popular nordestina. Nele, o artista
irá destruir você exalta as diferentes manifestações culturais pela
Se, antigamente, os livros, enormes e com suas A valorização do teatro, música, artesanato, literatura,
setecentas páginas, cuspiam fórmulas, equações e dança, personagens históricos e artistas populares,
cálculos que te ensinavam a lidar com o fluxo de caixa compondo um tecido diversificado e enriquecedor da
da sua empresa, hoje eles dizem: “Você irá chegar lá! cultura popular como patrimônio regional e nacional.
Acredite, você irá vencer!”. B identificação dos lugares pernambucanos,
Mindset, empoderamento, millennials, networking, manifestações culturais, como o bumba meu boi, as
coworking, deal, business, deadline, salesman com cirandas, os bonecos mamulengos e heróis locais,
perfil hunter… tudo isso faz parte do seu vocabulário. fazendo com que essa canção se apresente como
O pacote de livros é sempre idêntico e as experiências uma referência à cultura popular nordestina.
são passadas da mesma forma: você está a um único C exaltação das raízes populares, como a poesia, a
centímetro da vitória. Não pare!
literatura de cordel e o frevo, misturadas ao erudito,
Se desistir agora, será para sempre. Tome, leia a como a Orquestra Armorial, compondo um rico tecido
estratégia do oceano azul. Faça mais uma mentoria, cultural, que transforma o popular em erudito.
participe de mais uma sessão de coaching. O problema
D caracterização das festas populares como identidade
é que o seu mindset não está ajustado. Você precisa
cultural localizada e como representantes de uma
ser mais proativo. Vamos fazer mais um powermind ? Eu
consigo um precinho bacana para você… cultura que reflete valores históricos e sociais próprios
CARVALHO, Í. C. Disponível em: https://medium.com.
da população local.
Acesso em: 17 ago. 2017 (adaptado). E apresentação do Pastoril do Faceta, do maracatu, do
De acordo com o texto, é possível identificar o bumba meu boi e dos autos como representação da
“empreendedor de palco” por musicalidade e do teatro popular religioso, bastante
comum ao folclore brasileiro.
A livros por ele indicados.
Questão 22
B suas habilidades em língua inglesa.
C experiências por ele compartilhadas.
D padrões de linguagem por ele utilizados.
E preços acessíveis de seus treinamentos.
Questão 21
Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi-bumbá
Sou o boneco de Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da Orquestra Armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Disponível em: www.facebook.com/ministeriodoesporte. Acesso em: 7 dez. 2017.
Vindo no baque solto de maracatu Esse anúncio publicitário propõe soluções para um
Eu sou um auto de Ariano Suassuna problema social recorrente, ao
No meio da Feira de Caruaru A promover ações de conscientização para reduzir a
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta violência de gênero em eventos esportivos.
Levando a flor da lira B estimular o compartilhamento de políticas públicas
Pra Nova Jerusalém sobre a igualdade de gênero no esporte.
Sou Luiz Gonzaga C divulgar para a população as novas regras
E sou do mangue também complementares para as torcidas de futebol.
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte D informar ao público masculino as consequências de
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte condutas ofensivas.
E regulamentar normas de boa convivência nos
LENINE; PINHEIRO, P.C. Leão do Norte. In: LENINE; SUZANO, M. Olho de peixe.
São Paulo: Velas, 1993 (fragmento). estádios.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
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Questão 23 Questão 25
Eu tenho empresas e sou digno do visto para ir a
Nova York. O dinheiro que chove em Nova York é para
pessoas com poder de compra. Pessoas que tenham
um visto do consulado americano. O dinheiro que chove
em Nova York também é para os nova-iorquinos. São
milhares de dólares. [...] Estou indo para Nova York, onde
está chovendo dinheiro. Sou um grande administrador.
Sim, está chovendo dinheiro em Nova York. Deu no rádio.
Vejo que há pedestres invadindo a via onde trafega o
meu carro vermelho, importado da Alemanha. Vejo que
há carros nacionais trafegando pela via onde trafega o
meu carro vermelho, importado da Alemanha. Ao chegar
em Nova York, tomarei providências.
SANT’ANNA, A. O importado vermelho de Noé. In: MORICONI, I. (Org.).
Os cem melhores contos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. KOSUTH, J. One and Three Chairs. Museu Reina Sofia, Espanha, 1965.
Disponível em: www.museoreinasofia.es. Acesso em: 4 jun. 2018 (adaptado).
As repetições e as frases curtas constituem procedimentos
A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por
linguísticos importantes para a compreensão da temática
uma fotografia de cadeira, uma cadeira exposta e um
do texto, pois
quadro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo
A expressam a futilidade do discurso de poder e de de arte conceitual que revela o paradoxo entre verdade e
distinção do narrador. imitação, já que a arte
B disfarçam a falta de densidade das angústias A não é a realidade, mas uma representação dela.
existenciais narradas. B fundamenta-se na repetição, construindo variações.
C não se define, pois depende da interpretação do fruidor.
C ironizam a valorização da cultura norte-americana
D resiste ao tempo, beneficiada por múltiplas formas
pelos brasileiros. de registro.
D explicitam a ganância financeira do capitalismo E redesenha a verdade, aproximando-se das
contemporâneo. definições lexicais.
E criticam os estereótipos sociais das visões de mundo Questão 26
elitistas.
Questão 24
DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007
Demite o Gerúndio do Distrito Federal
e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso
das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII
e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
Disponível em: www.iotforall.com. Acesso em: 22 jun. 2018.
Art. 1° Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do A realidade virtual é uma tecnologia de informação que,
Governo do Distrito Federal. conforme sugere a imagem, tem como uma de suas
Art. 2° Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio principais funções
para desculpa de INEFICIÊNCIA. A promover a manipulação eficiente de conhecimentos
Art. 3° Este Decreto entra em vigor na data de sua e informações de difícil compreensão no mundo
publicação. físico.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. B conduzir escolhas profissionais da área de ciência
Brasília, 28 de setembro de 2007. da computação, oferecendo um leque de opções de
119º da República e 48º de Brasília atuação.
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017. C transferir conhecimento da inteligência artificial para
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, as áreas tradicionais, como as das ciências exatas e
como “desculpa de ineficiência”, indica naturais.
A conclusão de uma ação. D levar o ser humano a experimentar mentalmente
outras realidades, para as quais é transportado sem
B realização de um evento.
sair de seu próprio lugar.
C repetição de uma prática. E delimitar tecnologias exclusivas de jogos virtuais, a
D continuidade de um processo. fim de oferecer maior emoção ao jogador por meio de
E transferência de responsabilidade. outras realidades.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
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Questão 27 A “flauta envolvente” da música é um trecho da Partita


em Lá menor, escrita pelo alemão Johann Sebastian
Caminhando contra o vento, Bach por volta de 1723.
Sem lenço e sem documento Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 6 jun. 2018 (adaptado).
No sol de quase dezembro
Eu vou A incorporação de um trecho da obra para flauta solo de
Johann Sebastian Bach na música de MC Fioti demonstra a
O sol se reparte em crimes
A influência permanente da cultura eurocêntrica nas
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas produções musicais brasileiras.
Eu vou B homenagem aos referenciais estéticos que deram
origem às produções da música popular.
Em caras de presidentes C necessidade de divulgar a música de concerto nos
Em grandes beijos de amor meios populares nas periferias das grandes cidades.
Em dentes, pernas, bandeiras
D utilização desintencional de uma música
Bombas e Brigitte Bardot
excessivamente distante da realidade cultural dos
O sol nas bancas de revista
jovens brasileiros.
Me enche de alegria e preguiça
E inter-relação de elementos culturais vindos de
Quem lê tanta notícia
realidades distintas na construção de uma nova
Eu vou
proposta musical.
VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso.
São Paulo: Phillips, 1967 (fragmento).
Questão 29
É comum coexistirem sequências tipológicas em um
mesmo gênero textual. Nesse fragmento, os tipos textuais Seu delegado
que se destacam na organização temática são
Eu sou viúvo e tenho um filho homem
A descritivo e argumentativo, pois o enunciador detalha Arrumei uma viúva e fui me casar
cada lugar por onde passa, argumentando contra a
A minha sogra era muito teimosa
violência urbana.
B dissertativo e argumentativo, pois o enunciador Com o meu filho foi se matrimoniar
apresenta seu ponto de vista sobre as notícias Desse matrimônio nasceu um garoto
relativas à cidade. Desde esse dia que eu ando é louco
C expositivo e injuntivo, pois o enunciador fala de
Esse garoto é filho do meu filho
seus estados físicos e psicológicos e interage com a
mulher amada. E o filho da minha sogra é irmão da minha mulher
D narrativo e descritivo, pois o enunciador conta sobre Ele é meu neto e eu sou cunhado dele
suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo A minha nora é minha sogra
tempo que a descreve.
Meu filho meu sogro é
E narrativo e injuntivo, pois o enunciador ensina
o interlocutor como andar pelas ruas da cidade Nessa confusão já nem sei quem sou
contando sobre sua própria experiência. Acaba esse garoto sendo meu avô.
Questão 28 TRIO FORROZÃO. Agitando a rapaziada.
Rio de Janeiro: Natasha Records, 2009.
Leandro Aparecido Ferreira, o MC Fioti, compôs em
2017 a música Bum bum tam tam, que gerou, em nove Nessa letra da canção, a suposição do último verso
meses, 480 milhões de visualizações no YouTube. É o sinaliza a intenção do autor de
funk brasileiro mais ouvido na história do site.
A partir de uma gravação da flauta que achou na A ironizar as relações familiares modernas.
internet, MC Fioti fez tudo sozinho: compôs, cantou e B reforçar o humor da situação representada.
produziu em uma noite só. “Comecei a pesquisar alguns
tipos de flauta, coisas antigas. E nisso eu achei a ‘flautinha C expressar perplexidade em relação ao parente.
do Sebastian Bach’”, conta. A descoberta foi por acaso: D atribuir à criança a causa da dúvida existencial.
Fioti não sabia quem era o músico alemão e não sabe
tocar o instrumento. E questionar os lugares predeterminados da família.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
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Questão 30 semelhante. Simpson foi encaminhada para casa após


dois dias e passou a tomar medicamentos regulares.
Ao Washington Post, ela contou que estava quase
inconsolável após a perda do seu animal de estimação,
um cão da raça yorkshire terrier. Recuperada após cerca
de um ano, ela diz que não abrirá mão de ter um animal
de estimação porque aprecia a companhia e o amor que
os cachorros dão aos humanos. O caso aconteceu em
Houston, nos Estados Unidos.
Disponível em: https://exame.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.

Pelas características do texto lido, que trata das


consequências da perda de um animal de estimação,
considera-se que ele se enquadra no gênero
A conto, pois exibe a história de vida de Joanie Simpson.
B depoimento, pois expõe o sofrimento da dona do
animal.
C reportagem, pois discute cientificamente a
Disponível em: www.bhaz.com.br. Acesso em: 14 jun. 2018.
cardiomiopatia.
D relato, pois narra um fato estressante vivido pela
Essa campanha de conscientização sobre o assédio paciente.
sofrido pelas mulheres nas ruas constrói-se pela E notícia, pois divulga fatos sobre a síndrome do
combinação da linguagem verbal e não verbal. A imagem coração partido.
da mulher com o nariz e a boca cobertos por um lenço é
Questão 32
a representação não verbal do(a)
Chiquito tinha quase trinta quando conheceu Mariana
A silêncio imposto às mulheres, que não podem num baile de casamento na Forquilha, onde moravam
denunciar o assédio sofrido. uns parentes dele. Por lá foi ficando, remanchando. Fez
B metáfora de que as mulheres precisam defender-se mal à moça, como costumavam dizer, tiveram de casar às
do assédio masculino. pressas. Morou uns tempos com o sogro, descombinaram.
C constrangimento pelo qual passam as mulheres e Foi só conta de colher o milho e vender. Mudou pra casa
sua tentativa de esconderem-se. do velho Chico Lourenço [seu pai]. Fumaça própria só viu
D necessidade que as mulheres têm de passarem subir um par de anos depois, quando o pai repartiu as
despercebidas para evitar o assédio. terras. De tão parecidos, pai e filho nunca combinaram
direito. Cada qual mais topetudo, muitas vezes dona
E incapacidade de as mulheres protegerem-se da
Aparecida ouvia o marido reclamar da natureza forte do
agressão verbal dos assediadores.
filho. Ela escutava com paciência e respondia dum jeito
Questão 31 sempre igual:
Mulher tem coração clinicamente partido após morte — “Quem herda, não rouba”.
de cachorro
Vinha um brilho nos olhos, o velho se acalmava.
Como explica o The New England Journal of ROMANO, O. Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
Medicine, a paciente, chamada Joanie Simpson, tinha
sinais de infarto, como dores no peito e pressão alta, Os ditados populares são frases de sabedoria criadas
e apresentava problemas nas artérias coronárias. Ao pelo povo, utilizadas em várias situações da vida. Nesse
fazerem um ecocardiograma, os médicos encontraram o texto, a personagem emprega um ditado popular com a
problema: cardiomiopatia de Takotsubo, conhecida como intenção de
síndrome do coração partido.
A criticar a natureza forte do filho.
Essa condição médica tipicamente acontece com
mulheres em fase pós-menstrual e pode ser precedida B justificar o gênio difícil de Chiquito.
por um evento muito estressante ou emotivo. Nesses C legitimar o direito do filho à herança.
casos, o coração apresenta um movimento discinético
transitório da parede anterior do ventrículo esquerdo, com D conter o ânimo violento de Chico Lourenço.
acentuação da cinética da base ventricular, de acordo E condenar a agressividade do marido contra o filho.
com um artigo médico brasileiro que relata um caso

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ15*

Questão 33 Questão 34
TEXTO I A vida às vezes é como um jogo brincado na rua:
Poesia em cartaz estamos no último minuto de uma brincadeira bem quente
e não sabemos que a qualquer momento pode chegar um
O caminho habitual para o trabalho, aquele em que mais velho a avisar que a brincadeira já acabou e está na
a gente já nem repara direito, pode ficar mais belo com hora de jantar. A vida afinal acontece muito de repente
um poema. O projeto #UmLambePorDia nasceu desta — nunca ninguém nos avisou que aquele era mesmo o
intenção: trazer mais cor e alegria para a cidade por meio último Carnaval da Vitória. O Carnaval também chegava
de cartazes coloridos ao estilo lambe-lambe. Quem teve sempre de repente. Nós, as crianças, vivíamos num tempo
a ideia foi o escritor Leonardo Beltrão, em Belo Horizonte. fora do tempo, sem nunca sabermos dos calendários de
“Em meio a olhares cada vez mais viciados, acabamos verdade. [...] O “dia da véspera do Carnaval”, como dizia
a avó Nhé, era dia de confusão com roupas e pinturas a
nos esquecendo da beleza envolvida em cada esquina
serem preparadas, sonhadas e inventadas. Mas quando
e no próprio poder transformador da palavra”. Assim, a
acontecia era um dia rápido, porque os dias mágicos
cada dia um cartaz é colocado por aí, para nos lembrar de passam depressa deixando marcas fundas na nossa
reparar na cidade, na vida que corre ao redor e também memória, que alguns chamam também de coração.
em nós mesmos. ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007.
As significações afetivas engendradas no fragmento
TEXTO II
pressupõem o reconhecimento da
A perspectiva infantil assumida pela voz narrativa.
B suspensão da linearidade temporal da narração.
C tentativa de materializar lembranças da infância.
D incidência da memória sobre as imagens narradas.
E alternância entre impressões subjetivas e relatos
factuais.
Questão 35
Em 2000 tivemos a primeira experiência do futebol
feminino em um jogo de videogame, o Mia Hamm
Soccer. Doze anos depois, uma petição on-line pedia
que a EA Sports incluísse o futebol feminino no Fifa 13.
Contudo, só em 2015, com uma nova petição on-line,
que arrecadou milhares de assinaturas, tivemos o futebol
feminino incluído no Fifa 16. Vendo um nicho de mercado
inexplorado, a EA Sports produziu o jogo com 12 seleções
femininas e o apresentou como inovação. A empresa sabe
que mais de 40% dos praticantes de futebol nos EUA são
meninas. Para elas, ver o futebol feminino representado
em um jogo de videogame é extremamente importante.
Ter o futebol feminino no Fifa 16 é um grande passo para
Disponível em: www.vidasimples.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado). a sua popularização na luta pela igualdade de gênero,
num contexto machista, sexista, misógino e homofóbico.
Considerando-se a função que os cartazes colados em
Disponível em: www.ludopedio.com.br. Acesso em: 5 jun. 2018 (adaptado).
postes normalmente exercem nas ruas das cidades
grandes, esse texto evidencia a Os jogos eletrônicos presentes na cultura juvenil podem
desempenhar uma relevante função na abordagem do
A disseminação da arte poética em um veículo não futebol ao
convencional. A disseminarem uma modalidade, promovendo a
B manutenção da expectativa das pessoas ao andarem igualdade de gênero.
pelas ruas. B superarem jogos malsucedidos no mercado, lançados
anteriormente.
C necessidade de exposição de poemas pequenos em
C inovarem a modalidade com novas ofertas de jogos
diferentes suportes.
ao mercado.
D característica corriqueira do suporte lambe-lambe, D explorarem nichos de mercado antes ignorados,
muito comum nas ruas. produzindo mais lucro.
E exposição da beleza escondida das esquinas da E reforçarem estereótipos de gênero masculino ou
cidade de Belo Horizonte. feminino nos esportes.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ16*

Questão 36 Questão 38
LUTA: prática corporal imprevisível, caracterizada por
determinado estado de contato proposital, que possibilita Relatos de viagem: nas curvas da Nacional 222,
a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante em Portugal
troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por
regras, com o objetivo mútuo sobre um alvo móvel Em abril deste ano, fomos a Portugal para uma
personificado no oponente. viagem de um mês que esperávamos há um ano. Pois
GOMES, M. S. P. et al. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais.
Movimento, n. 2, abr.-jun. 2010 (adaptado). no dia 4 de maio, chegávamos ao Aeroporto Francisco

De acordo com o texto, podemos identificar uma Sá Carneiro, no Porto. Que linda a “antiga, muy nobre,
abordagem das lutas nas aulas de educação física sempre leal e invicta” cidade do Porto! “Encantei-me”,
quando o professor realiza uma proposta envolvendo diriam eles... pelas belas paisagens, construções
A contato corporal intenso entre o aluno e seu oponente. históricas com lindas fachadas, parques e praças muito
B contenda entre os alunos que se agridem fisicamente. bem cuidados.
C confronto corporal em que os vencedores são
previamente identificados. Os tripeiros, sinônimo de portuenses, têm
D combate corporal intencional com ações orgulho de sua cidade, apelidada de Invicta — nunca
regulamentadas entre os oponentes. foi invadida. E valorizam tudo o que há de bom ali,
E conflito resolvido pelos alunos por meio de regras como “a melhor estrada para se dirigir do mundo”, a
previamente estabelecidas. Nacional 222.
Questão 37
O conceito de saúde formulado na histórica VIII Pois na manhã do 25 de abril, dia da Revolução
Conferência Nacional de Saúde, no ano de 1986, ficou dos Cravos, resolvemos conhecer a tal maravilha.
conhecido como um “conceito ampliado” de saúde,
A cada 10 km tínhamos que encostar: corríamos,
conforme ilustrado na figura. Esse conceito foi fruto de
intensa mobilização em diversos países da América dançávamos, tomávamos chocolate quente, sopa, tudo
Latina nas décadas de 1970 e 1980, como resposta à que fosse quentinho. E lá íamos para mais uma etapa.
crise dos sistemas públicos de saúde.
Uma aventura deliciosa. Depois de três horas — mais
ou menos o dobro do tempo necessário, não fossem
micas, Culturais
conô eA as paradas para aquecimento —, chegamos a casa!
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Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).


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histórica do povo português. O trecho que evidencia


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sexo e fatores de saúde


agrícola e de hereditários
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ção

A “Que linda a ‘antiga, muy nobre, sempre leal e invicta’


cidade do Porto!”.

BATISTELLA, C. Abordagens contemporâneas do conceito de saúde.


B “‘Encantei-me’, diriam eles... pelas belas paisagens,
Disponível em: www.dihs.ensp.fiocruz.br. Acesso em: 23 set. 2020.
construções históricas com lindas fachadas [...]”.
Com base no conceito apresentado no texto, a saúde é C “Os tripeiros, sinônimo de portuenses, têm orgulho de
consequência direta do(a)
sua cidade [...]”.
A adoção de um estilo de vida ativo por parte dos
indivíduos. D “E valorizam tudo o que há de bom ali, como ‘a melhor
B disponibilidade de emprego no mercado de trabalho. estrada para se dirigir do mundo’ [...]”.
C condição habitacional presente nas cidades.
D acesso ao sistema educacional. E “Pois na manhã do 25 de abril, dia da Revolução dos
E forma de organização social. Cravos, resolvemos conhecer a tal maravilha”.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ17*

Questão 39 Questão 41
Hino à Bandeira Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário
público, certo de que a língua portuguesa é emprestada
Em teu seio formoso retratas
ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas, falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das
E o esplendor do Cruzeiro do Sul. letras, se veem na humilhante contingência de sofrer
continuamente censuras ásperas dos proprietários da
Contemplando o teu vulto sagrado,
língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado, autores e os escritores, com especialidade os gramáticos,
Poderoso e feliz há de ser! não se entendem no tocante à correção gramatical,
vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os
Sobre a imensa Nação Brasileira,
mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que
Pavilhão da justiça e do amor! o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua
BILAC, O.; BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br.
oficial e nacional do povo brasileiro.
Acesso em: 10 dez. 2017 (fragmento). BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2012.
No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado
para exaltar o símbolo nacional na medida em que Nessa petição da pitoresca personagem do romance de
Lima Barreto, o uso da norma-padrão justifica-se pela
A remete a um momento futuro.
A situação social de enunciação representada.
B promove a união dos cidadãos.
B divergência teórica entre gramáticos e literatos.
C valoriza os seus elementos.
C pouca representatividade das línguas indígenas.
D emprega termos religiosos.
E recorre à sua história. D atitude irônica diante da língua dos colonizadores.

Questão 40 E tentativa de solicitação do documento demandado.


Questão 42
— O senhor pensa que eu tenho alguma fábrica de
dinheiro? (O diretor diz essas coisas a ele, mas olha Atualmente os jovens estão imersos numa sociedade
para todos como quem quer dar uma explicação a todos. permeada pela tecnologia. Nesse contexto, os jogos
Todas as caras sorriem.) Quando seu filho esteve doente, digitais são artefatos muito empregados. Videogames
ativos ou exergames foram introduzidos como forma
eu o ajudei como pude. Não me peça mais nada. Não me
de permitir que o corpo controlasse tais jogos. Como
encarregue de pagar as suas contas: já tenho as minhas,
resultado, passaram a ser vistos como uma ferramenta
e é o que me basta... (Risos.) auxiliar na adoção de um estilo de vida menos sedentário,
O diretor tem o rosto escanhoado, a camisa limpa. A com efeitos positivos sobre a saúde. Tem-se defendido
palavra possui um tom educado, de pessoa que convive que os exergames podem contribuir para a prática regular
com gente inteligente, causeuse. O rosto do Dr. Rist de atividade física moderada, bem como promover a
resplandece, vermelho e glabro. Um que outro tem os interação entre jogadores, reduzindo o sentimento de
isolamento social. Por outro lado, argumenta-se que os
olhos no chão, a atitude discreta.
exergames não podem substituir a experiência real das
Naziazeno espera que ele lhe dê as costas, vá reatar práticas corporais, pois não motivam a longo prazo a
a palestra interrompida, aquelas observações sobre a prática permanente de atividades físicas.
questão social, comunismo e integralismo. FINCO, M. D.; REATEGUI, E. B.; ZARO, M. A. Laboratório de exergames: um espaço
complementar para as aulas de educação física. Movimento, n. 3, 2015 (adaptado).
MACHADO, D. Os ratos. São Paulo: Círculo do Livro, s/d.
Pela sua interatividade, os exergames apresentam-se
A ficção modernista explorou tipos humanos em situação
como possibilidade para estimular o(a)
de conflito social. No fragmento do romancista gaúcho,
esse conflito revela a A exercitação física, promovendo a saúde.
A sujeição moral amplificada pela pobreza. B vivência de exercícios físicos sistemáticos.
B crise econômica em expansão nas cidades. C envolvimento com atividades físicas ao longo da vida.
C falta de diálogo entre patrões e empregados. D jogo por meio de comandos fornecidos pelo videogame.
D perspicácia marcada pela formação intelectual. E disputa entre jogadores, contribuindo para o
E tensão política gerada pelas ideologias vigentes. individualismo.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ18*

Questão 43 Questão 45
Quando quis agilizar o processo de seleção de Viajo Curitiba das conferências positivistas, elas
novos alunos, a tradicional faculdade britânica de são onze em Curitiba, há treze no mundo inteiro; do
medicina St. George usou um software para definir tocador de realejo que não roda a manivela desde que
quem deveria ser entrevistado. Ao reproduzir a forma
como os funcionários faziam essa escolha, o programa o macaquinho morreu; dos bravos soldados do fogo que
eliminou, de cara, 60 de 2 000 candidatos. Só por causa passam chispando no carro vermelho atrás do incêndio
do sexo ou da origem racial, numa dedução baseada que ninguém não viu, esta Curitiba e a do cachorro-quente
em sobrenome e local de nascimento. Um estudo sobre
com chope duplo no Buraco do Tatu eu viajo.
o caso foi publicado em 1988, mas, 25 anos depois,
outra pesquisa apontou que esse tipo de discriminação Curitiba, aquela do Burro Brabo, um cidadão
segue firme. O exemplo recente envolve o buscador
misterioso morreu nos braços da Rosicler, quem foi?
do Google: ao digitar nomes comuns entre negros dos
EUA, a chance de os anúncios automáticos oferecerem quem não foi? foi o reizinho do Sião; da Ponte Preta da
checagem de antecedentes criminais pode aumentar estação, a única ponte da cidade, sem rio por baixo, esta
25%. E pode piorar com a pergunta “detido?” logo após a Curitiba viajo.
palavra procurada.
Disponível em: https://tab.uol.com.br. Acesso em: 11 ago. 2017 (adaptado).
Curitiba sem pinheiro ou céu azul, pelo que vosmecê
O texto permite o desnudamento da sociedade ao é — província, cárcere, lar —, esta Curitiba, e não a outra
relacionar as tecnologias de informação e comunicação
com o(a) para inglês ver, com amor eu viajo, viajo, viajo.

TREVISAN, D. Em busca de Curitiba perdida. Rio de Janeiro: Record, 1992.


A agilidade dos softwares.
B passar dos anos. A tematização de Curitiba é frequente na obra de Dalton
C linguagem. Trevisan. No fragmento, a relação do narrador com o

D preconceito. espaço urbano é caracterizada por um olhar

E educação. A destituído de afetividade, que ironiza os costumes e


Questão 44 as tradições da sociedade curitibana.
B marcado pela negatividade, que busca desconstruir
perspectivas habituais de representação da cidade.
C carregado de melancolia, que constata a falta
de identidade cultural diante dos impactos da
urbanização.
D embevecido pela simplicidade do cenário, indiferente
à descrição de elementos de reconhecido valor
histórico.
E distanciado dos elementos narrados, que recorre
Disponível em: www.acontecendoaqui.com.br. Acesso em: 15 jun. 2018. ao ponto de vista do viajante como expressão de
estranhamento.
Nessa campanha publicitária, a imagem da família e o
texto verbal unem-se para reforçar a ideia de que

A a família que adota é mais feliz.


B a adoção tardia é muito positiva.
C as famílias preferem adotar bebês.
D a adoção de adolescentes é mais simples.
E os filhos adotivos são companheiros dos pais.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 2020


Azul Gabarito 2020

LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 A A 46 D
2 A C 47 A
3 E E 48 B
4 D E 49 C
5 C E 50 B
6 C 51 D
7 E 52 D
8 A 53 D
9 A 54 A
10 C 55 E
11 B 56 D
12 A 57 B
13 E 58 E
14 B 59 C
15 B 60 E
16 E 61 C
17 D 62 B
18 A 63 B
19 C 64 E
20 D 65 D
21 B 66 E
22 A 67 B
23 A 68 D
24 D 69 E
25 A 70 E
26 D 71 C
27 D 72 B
28 E 73 C
29 B 74 C
30 B 75 C
31 E 76 B
32 B 77 A
33 A 78 C
34 A 79 D
35 A 80 C
36 D 81 C
37 E 82 A
38 A 83 D
39 C 84 E
40 A 85 B
41 A 86 D
42 A 87 E
43 D 88 C
44 B 89 D
45 B 90 D

Atualizado em 28/01/2021

151

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*010175AZ6*
PROVA ENEM 2021
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 07
Questões de 06 a 45 A draga
Questão 06
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Um asteroide de cerca de um mil metros de diâmetro, ����������������������������������������
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152
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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ7*

Questão 08 Questão 09
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D ao emprego de ditados populares que resgatam
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação 7

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 7 09/09/2021 17:24:21


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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ8*

Questão 10 Questão 11
Intenso e original, Son of Saul retrata horror Sinhá
do holocausto �������������������
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no sentido mais literal que o cinema pode proporcionar: ���������������������
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E “[…] premiar uma abordagem tão ousada e radical
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�� LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 8 09/09/2021 17:24:21


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Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_1.indd 154 09/02/2022 16:08:57


PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ9*

Questão 12 ��������������������������������������������������������
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DESCARTÁVEL. Questão 14
A crise dos refugiados imortalizada para sempre no
fundo do mar
ESSE NÃO.

ABANDONO
É CRIME.
LEI FEDERAL Nº 9 605/98

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��������������A balsa de Lampedusa��������������
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���������������������������������������������� A balsa de Lampedusa, nome da obra do artista
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criadas por ele para compor o acervo do primeiro museu
B desvincular o conceito de descarte da ideia de ������������������������������������������������������
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E alertar a população sobre as sanções legais acerca ��� ������� ������ ���� ��������� ������ ���� ��� ������ ��
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Questão 13 Uma delas, uma menina debruçada sobre a beira do bote,
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����� ��� ����������� ��� �������� �� ����� A balsa de


Lampedusa, essa reportagem cumpre, paralelamente, a
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D a construção do museu submarino como um memorial
para as centenas de imigrantes mortos nas travessias
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação 9

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 9 09/09/2021 17:24:21


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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ10*

Questão 15 Questão 16
TEXTO I Devagar, devagarinho
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TEXTO II ������������������������������������������������������
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Um homem célebre� ������ �� ��������� ��� �������
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popular que busca atingir a sublimidade da obra-prima ����������������������������������������������������
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classicismo vienense, prepara-se para o supremo salto
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representativo da �������������������������������������

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C � ����������� ����������� ��� ���������� ������� �� �������� C contrapõe situações de aceleração e de serenidade
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D tensa relação entre o erudito e o popular na D � �����������������������������������������������������
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E � ����������������������������������������������������� E apresenta soluções para a cultura da correria que as
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10 LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 10 09/09/2021 17:24:21


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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ11*

Questão 17 Questão 18
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Questão 19
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação 11

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ12*

Questão 20 Questão 21
Que tal transformar a internet em palco para a dança?
TEXTO I

O mito da estiagem em São Paulo

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medida em que são alimentados principalmente pelos
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a dança das miniaturas pode caber na palma da
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TEXTO II
processo de criação das miniaturas de dança levou
em consideração os limites de tempo de download �� ��������� ��� ������������� ��� ������ ��� ����� ���
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A adotar uma perspectiva conceitual como contraposição
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12 LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ13*

Questão 22 Questão 24
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Porto Alegre e convive com o voc����������������������� ��������������������������������������������������������
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apresentação inovadora de A morte do cisne���������������� ���������������������������������������������������������
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C a variação entre os modos de dançar uma A representação do discurso intimidador engendrada no
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação 13

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 13 09/09/2021 17:24:22


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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ14*

Questão 26 ������������������������������������������������������
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A revolução estética brasiliense empurrou os
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��� LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 14 09/09/2021 17:24:22


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Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_1.indd 160 09/02/2022 16:08:58


PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ15*

Questão 29 Questão 30
Reaprender a ler notícias ���������������������������������������������������
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que não levasse bordoada do Capitão Pelino, e mesmo
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tem talento, mas escreve: ‘um outro’, ‘de resto’…”
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������������� �� ���� �������� ����������� ������� ����� ���� o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores
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���������������������������������������������������� Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero,
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação ���

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 15 09/09/2021 17:24:22


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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ16*

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Questão 32
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��� LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 16 09/09/2021 17:24:22


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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ17*

Questão 34 Questão 35
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação 17

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ18*

Questão 36 ����� �������� ��� ����� �� ���� ��������������


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TEXTO I
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��� LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ19*

Questão 39 Questão 41
Falso moralista O pavão vermelho
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e não aceita o teatro de revista ����������������������������������
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e vai curar sua ressaca simplesmente ��������������������������������������
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Questão 42
Questão 40
Introdução a Alda
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação 19

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 19 09/09/2021 17:24:23


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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ20*

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Questão 45
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C representar o abatimento diante da desumanidade ������������������������������������������������������
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Questão 44
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20 LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 1ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P1.indb 20 09/09/2021 17:24:23


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PRÁTICA DE PROVAS • 1

Azul ENEM 2021


GABARITO PROVA

LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 C C 46 B
2 A A 47 A
3 A E 48 D
4 B A 49 C
5 B A 50 B
6 B 51 A
7 D 52 D
8 C 53 B
9 D 54 C
10 E 55 E
11 A 56 D
12 D 57 D
13 C 58 E
14 E 59 B
15 D 60 B
16 B 61 A
17 E 62 D
18 D 63 B
19 D 64 C
20 D 65 A
21 A 66 B
22 B 67 E
23 B 68 E
24 B 69 C
25 B 70 C
26 D 71 A
27 E 72 E
28 B 73 A
29 C 74 B
30 E 75 E
31 A 76 B
32 D 77 A
33 A 78 A
34 B 79 E
35 D 80 C
36 B 81 B
37 A 82 B
38 C 83 A
39 A 84 B
40 C 85 A
41 D 86 A
42 C 87 E
43 D 88 E
44 D 89 B
45 C 90 B

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PROVAS DO
ENEM ppl

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

PROVA ENEM 2012


*cinz25dom6*
QUESTÃO 96 . QUESTÃO 98
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de
fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar
para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma
a não abrir todas as cortinas. E, porque não abre as
cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E,
à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar,
esquece a amplidão.

COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

A progressão é garantida nos textos por determinados


recursos linguísticos, e pela conexão entre esses
Disponível em: www.itaucultural.org.br. Acesso em: 26 jul. 2010.
recursos e as ideias que eles expressam. Na crônica, a
Sem formação acadêmica específica em artes visuais, continuidade textual é construída, predominantemente,
Heitor dos Prazeres, que também é compositor e
instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de por meio
Janeiro. Suas pinturas de perspectivas imprecisas e
com traços bem demarcados são figurativas e sugerem A do emprego de vocabulário rebuscado, possibilitando
movimento. Essa obra retrata a elegância do raciocínio.
A a confraternização de uma população socialmente B da repetição de estruturas, garantindo o paralelismo
marginalizada.
sintático e de ideias.
B o inconformismo da população de baixa renda da capital.
C o cotidiano da burguesia contemporânea da capital. C da apresentação de argumentos lógicos, constituindo
D a instabilidade de uma realidade rural do Brasil. blocos textuais independentes.
E a solidariedade da população nordestina. D da ordenação de orações justapostas, dispondo as
QUESTÃO 97 informações de modo paralelo.
Buscar melhorar as habilidades de movimento,
encarar as dificuldades que se apresentam em um jogo, E da estruturação de frases ambíguas, construindo
propor-se a correr o risco de ganhar ou de perder são efeitos de sentido opostos.
requisitos que tornam um jogador mais hábil a cada dia e
um ser humano mais competente. Saber lidar com o erro e QUESTÃO 99
a derrota como processo de evolução para vencer e atingir
metas é outro fator positivo da competição esportiva. ÀS VEZES NA
Ao participar de um jogo acontece de se errar um VIDA TEMOS
QUE PARAR
arremesso, um chute a gol, um passe ao colega, mas PARA UM
pode-se dizer que é possível crescer através das falhas BALANÇO.
e da derrota, com as quais se aprende a superar as
decepções e tirar proveito do erro como aprendizado
para novas tentativas.
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal do esporte. São Paulo: Ícone, 2007 (adaptado).
LAERTE. Disponível em: http://claudiagiron.blog.terra.com.br. Acesso em: 8 set. 2011.
O esporte é um fenômeno social que pode ser praticado
nos mais variados contextos. O texto o apresenta como Na tira, o recurso utilizado para produzir humor é a
uma forma de manifestação da atividade física que
A transformação da inércia em movimento por meio
A direciona para os riscos resultantes das situações
vivenciadas no jogo, tendo em vista a necessidade do balanço.
de vitória.
B universalização do enunciador por meio do uso da
B visa à performance e ao rendimento, pois exige
resultados cada vez melhores dos atletas nele primeira pessoa do plural.
envolvidos. C polissemia da palavra balanço, ou seja, seus
C valoriza os princípios de educação, colaboração e
autonomia, numa perspectiva de crescimento pessoal. múltiplos sentidos.
D prioriza o espetáculo e o rendimento na competição D pressuposição de que o ócio é melhor que o trabalho.
esportiva, como processo de melhoria das habilidades.
E metaforização da vida como caminho a ser seguido
E retrata a importância de vencer em uma situação de
competição, como forma de aprimorar o aprendizado. continuamente.
LC - 2º dia | Caderno 6 - CINZA - Página 6

169

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 169 09/02/2022 16:08:00


1 • PRÁTICA DE PROVAS

*cinz25dom7*
QUESTÃO 100
A colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo
a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Esses pronomes podem
assumir três posições na oração em relação ao verbo. Próclise, quando o pronome é colocado antes do verbo, devido a
partículas atrativas, como o pronome relativo. Ênclise, quando o pronome é colocado depois do verbo, o que acontece
quando este estiver no imperativo afirmativo ou no infinitivo impessoal regido da preposição “a” ou quando o verbo
estiver no gerúndio. Mesóclise, usada quando o verbo estiver flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
A mesóclise é um tipo de colocação pronominal raro no uso coloquial da língua portuguesa. No entanto, ainda é encontrada
em contextos mais formais, como se observa em:
A Não lhe negou que era um improviso.
B Faz muito tempo que lhe falei essas coisas.
C Nunca um homem se achou em mais apertado lance.
D Referia-se à D. Evarista ou tê-la-ia encontrado em algum outro autor?
E Acabou de chegar dizendo-lhe que precisava retornar ao serviço imediatamente.
QUESTÃO 101
No Brasil de hoje são falados por volta de 200 idiomas. As nações indígenas do país falam cerca de 180 línguas,
e as comunidades de descendentes de imigrantes cerca de 30 línguas. Há uma ampla riqueza de usos, práticas e
variedades no âmbito da própria língua portuguesa falada no Brasil, diferenças estas de caráter diatópico (variações
regionais) e diastrático (variações de classes sociais) pelo menos. Somos, portanto, um país de muitas línguas, tal qual
a maioria dos países do mundo (em 94% dos países são faladas mais de uma língua).
Fomos no passado, ainda muito mais do que hoje, um território plurilíngue. Cerca de 1078 línguas indígenas
eram faladas quando aqui aportaram os portugueses, há 500 anos, segundo estimativas de Rodrigues (1993).
Porém, o Estado português e, depois da independência, o Estado brasileiro, que o sucedeu, tiveram por política impor
o português como a única língua legítima, considerando-a “companheira do Império”. A política linguística principal do
Estado sempre foi a de reduzir o número de línguas, num processo de glotocídio (eliminação de línguas) por meio do
deslocamento linguístico, isto é, de sua substituição pela língua portuguesa. Somente na primeira metade do século XX,
segundo Darcy Ribeiro, 67 línguas indígenas desapareceram no Brasil — mais de uma por ano, portanto. Das cerca
de 1 078 línguas indígenas faladas em 1 500, ficamos com aproximadamente 180 em 2000 (um decréscimo de 85%),
e várias destas 180 encontram-se em estado avançado de desaparecimento.
Disponível em: www.cultura.gov. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).

As línguas indígenas contribuíram, entre outros aspectos, para a introdução de novas palavras no português do Brasil.
De acordo com o texto apresentado, infere-se que a redução do número de línguas indígenas
A ocasionou graves consequências para a preservação do nosso patrimônio linguístico e cultural, uma vez que a
redução dessas línguas significa a perda da herança cultural de um povo.
B manteve a preservação de nosso patrimônio linguístico e cultural, porque, assim como algumas línguas morrem,
outras nascem de tempos em tempos, o que contribui para a conservação do idioma.
C foi um processo natural pelo qual a língua portuguesa passou, não significando, portanto, prejuízos para o
patrimônio linguístico do Brasil, que se conservou inalterado até nossos dias.
D contribuiu para a mudança de posicionamento da política linguística do Estado, que passou a desconsiderar as
línguas indígenas como um importante meio de comunicação dos primeiros habitantes.
E representou uma fase do desenvolvimento da língua portuguesa, que, como qualquer outra língua, passou pelo
processo de renovação vocabular, que exige a redução das línguas.
QUESTÃO 102
VOSMECÊ ESTÁ
A MINHA FILHA SÓ VOCÊ DEVE SER MUITO MAIS
VELHO QUE A MINHA FILHA! EMITINDO UMA
TEM 18 ANINHOS! PARVOÍCE!

Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 30 set. 2011.

As variações e as mudanças nas línguas estão correlacionadas a fatores sociais. Na tira, a dedução do pai da garota
é confirmada e gera o efeito de humor, pois seu interlocutor apresenta um vocabulário
A urbano, típico de quem nasce nas grandes metrópoles brasileiras.
B formal, relativo a quem frequenta a escola por muitos anos.
C elitizado, encontrado entre falantes de classe socioeconômica alta.
D especial, restrito a quem frequenta os espaços da juventude.
E conservador, representado por uma fala arcaica para a geração atual.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom8*
QUESTÃO 103 Em variados momentos de nossa vida, precisamos
Entrevista interpretar as diferentes linguagens dos sistemas de
Almir Suruí comunicação. O gráfico é um desses sistemas, que, no
Não temos o direito de ficar isolados caso apresentado, indica que as habilidades associadas
Soa contraditório, mas a mesma modernidade que à inteligência humana variam de acordo com a idade.
quase dizimou os suruís nos tempos do primeiro contato Considerando essa informação, constata-se que
promete salvar a cultura e preservar o território desse
povo. Em 2007, o líder Almir Suruí, de 37 anos, fechou A as habilidades verbal e de resolução de problemas
uma parceria inédita com o Google e levou a tecnologia destacam-se entre 40 e 60 anos.
às tribos. Os índios passaram a valorizar a história dos
anciãos. E a resguardar, em vídeos e fotos on-line, as B a habilidade numérica diminui consideravelmente
tradições da aldeia. Ainda se valeram de smartphones entre 20 e 40 anos.
e GPS para delimitar suas terras e identificar os
desmatamentos ilegais. Em 2011, Almir Suruí foi eleito C a habilidade de resolução de problemas piora
pela revista americana Fast Company um dos 100 líderes consideravelmente a partir dos 30 anos.
mais criativos do mundo dos negócios. D as habilidades humanas, em geral, declinam
ÉPOCA - Quando o senhor percebeu que a internet consideravelmente a partir dos 40 anos.
poderia ser uma aliada do povo suruí?
Almir Suruí - Meu povo acredita no diálogo. Para nós, E a habilidade numérica melhora muito na faixa etária
é uma ferramenta muito importante. Sem a tecnologia, entre 60 e 80 anos.
não teríamos como dialogar suficientemente para QUESTÃO 105
propor e discutir os direitos e territórios de nosso povo.
Nós, povos indígenas, não temos mais o direito de ficar Cantora afirma que não faz questão de lançar moda,
isolados. Ao usar a tecnologia, valorizamos a floresta e mas gosta de estar “bonitona” e de se vestir bem
criamos um novo modelo de desenvolvimento. Se a gente
usasse a tecnologia de qualquer jeito, seria um risco. Em entrevista concedida a um jornal televisivo, a
Mas hoje temos a pretensão de usar a ferramenta para cantora Adele disse que gosta de estar bonitona quando se
valorizar nosso povo, buscar nossa autonomia e ajudar veste, mas é profissional: “não faço questão de lançar moda.
na implementação das políticas públicas a favor do meio Música é para os ouvidos, não para os olhos. Vocês nunca
ambiente e das pessoas. RIBEIRO, A. Época, 20 fev. 2012 (fragmento).
vão me ver cantando de biquíni”.
As tecnologias da comunicação e informação podem
ser consideradas como artefatos culturais. No fragmento Com edição de imagens rápidas, cujos trechos da
de entrevista, Almir Suruí argumenta com base no entrevista exclusiva se mesclavam com os de clipes, e
pressuposto de que texto cheio de adjetivos, o jornal disse que a fuga de Adele
A as tecnologias da informação presentes nas aldeias para o sofrimento é colocar na partitura das músicas todo
revelam-se contraditórias com a memória coletiva seu rancor.
baseada na oralidade.
B as tradições culturais e os modos de transmiti-las não O rompimento de dois namoros deu origem aos
são afetados pelas tecnologias da informação. álbuns 19 (2008) e 21 (2010): “é o meu jeito de superar
C as tecnologias da informação inviabilizam o a dor... funcionou”.
desenvolvimento sustentável nas aldeias.
Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 30 set. 2011 (adaptado).
D as tecnologias da informação trazem novas
possibilidades para a preservação de uma cultura. As declarações da cantora ao jornal expressam sua
E as tecnologias da informação permitem que os opinião a respeito do comportamento dos artistas. Suas
povos indígenas se mantenham isolados em
palavras sugerem que
suas comunidades.
QUESTÃO 104 A a mídia rejeita uma imagem artística elaborada
IDADE

25 32 39 46 53 60 67 74 81 88
para atender às cobranças do público e para
55
Habilidade Habilidade
explorar a sensualidade.
numérica verbal
B uma cantora competente constrói sua carreira pelo
desempenho vocal, sendo pouco relevante o figurino
50
Capacidade usado em apresentações.
de resolver
problemas C uma pessoa pública está atenta às últimas tendências
45 do mundo fashion, pois o vestuário de grife agrega
valor à sua personalidade.
HABILIDADE
(PONTUAÇÃO D uma plateia exigente despreza o exibicionismo
NOS TESTES)
40 e valoriza o ídolo comedido e desligado das
tendências da moda.
E a artista oculta o seu estado de espírito valendo-
35
se de regras ditadas por um grupo e de um
BUSCATO, M.; SEGADILHA, B.; PEROSA, T. Disponível em: www.revistaepoca.globo.com.
Acesso em: 28 fev. 2012. figurino excêntrico.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*cinz25dom9*
QUESTÃO 106 QUESTÃO 107
Os conhecimentos de fisiologia são aqueles básicos
Só é meu para compreender as alterações que ocorrem durante as
O país que trago dentro da alma. atividades físicas (frequência cardíaca, queima de calorias,
Entro nele sem passaporte perda de água e sais minerais) e aquelas que ocorrem
em longo prazo (melhora da condição cardiorrespiratória,
Como em minha casa.
aumento da massa muscular, da força e da flexibilidade
[...] e diminuição de tecido adiposo). A bioquímica abordará
As ruas me pertencem. conteúdos que subsidiam a fisiologia: alguns processos
Mas não há casas nas ruas. metabólicos de produção de energia, eliminação e
As casas foram destruídas desde a minha infância. reposição de nutrientes básicos. Os conhecimentos de
Os seus habitantes vagueiam no espaço biomecânica são relacionados à anatomia e contemplam,
À procura de um lar. principalmente, a adequação dos hábitos posturais, como,
[...] por exemplo, levantar um peso e equilibrar objetos.
Só é meu BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997.
O mundo que trago dentro da alma. Em um exercício físico, são exemplos da abordagem
BANDEIRA, M. Um poema de Chagall. In: Estrela da vida inteira: poemas traduzidos. fisiológica, bioquímica e biomecânica, respectivamente,
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993 (fragmento).
A a quebra da glicose na célula para produção de
energia no ciclo de Krebs; o aumento da frequência
cardíaca e da pressão arterial; o tamanho da passada
durante a execução da corrida.
B a quebra da glicose na célula para produção de
energia no ciclo de Krebs; o tamanho da passada
durante a execução da corrida; o aumento da
frequência cardíaca e da pressão arterial.
C o tamanho da passada durante a execução da corrida;
o aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial; a quebra da glicose na célula para produção
de energia no ciclo de Krebs.
D o aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial; a quebra da glicose na célula para produção
de energia no ciclo de Krebs; o tamanho da passada
durante a execução da corrida.
E o aumento da frequência cardíaca e pressão arterial;
o tamanho da passada durante a execução da
corrida; a quebra da glicose na célula para produção
de energia no ciclo de Krebs.
QUESTÃO 108
MORUMBI PRÓXIMA AO COL. PIO XII
Linda residência rodeada por maravilhoso
jardim com piscina e amplo espaço gourmet.
1 000 m² construídos em 2 000 m² de terreno, 6 suítes.
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Folha de S. Paulo. Classificados, 27 fev. 2012 (adaptado).

Os gêneros textuais nascem emparelhados a


necessidades e atividades da vida sociocultural.
CHAGALL, M. Eu e a aldeia. Nova York, 1911. Disponível em: pintoresonline.com.br. Por isso, caracterizam-se por uma função social
específica, um contexto de uso, um objetivo
A arte, em suas diversas manifestações, desperta comunicativo e por peculiaridades linguísticas e
sentimentos que atravessam fronteiras culturais. estruturais que lhes conferem determinado formato.
Relacionando a temática do texto com a imagem, Esse classificado procura convencer o leitor a
percebe-se a ligação entre a comprar um imóvel e, para isso, utiliza-se

A alegria e a satisfação na produção das obras A da predominância das formas imperativas dos verbos
e de abundância de substantivos.
modernistas.
B de uma riqueza de adjetivos que modificam os
B memória e a lembrança passadas no íntimo do substantivos, revelando as qualidades do produto.
enunciador. C de uma enumeração de vocábulos, que visam conferir
C saudade e o refúgio encontrados pelo homem na ao texto um efeito de certeza.
natureza. D do emprego de numerais, quantificando as
D lembrança e o rancor relacionados ao seu ofício original. características e aspectos positivos do produto.
E da exposição de opiniões de corretores de imóveis no
E exaustão e o medo impostos ao corpo de todo artista. que se refere à qualidade do produto.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom10*
QUESTÃO 109 QUESTÃO 111
“Eu quero ter um milhão de amigos” é o famoso Cientistas solucionam origem de partículas de água
verso da linda canção Eu quero apenas, de Roberto em Saturno
Carlos. Adaptado aos nossos tempos, o verso representa
o anseio que está na base do atual sucesso das redes
sociais. Desde que Orkut, Facebook, MySpace, Twitter, O telescópio espacial Herschel resolveu um
LinkedIn e outros estão entre nós, precisamos mais do problema que ficou sem solução durante 14 anos.
que nunca ficar atentos ao sentido das nossas relações. A origem dos vapores de água na atmosfera
Sentido que é alterado pelos meios a partir dos quais são superior de Saturno encontra-se nas partículas que
promovidas essas mesmas relações. 5 saem de uma de suas luas, a Enceladus, e chegam
O fato é que as redes brincam com a promessa que até o planeta.
estava contida na música do Rei apenas como metáfora. A descoberta faz com que a Enceladus torne-
O que a canção põe em cena é da ordem do desejo cuja se conhecida, a partir de agora, como a única lua do
característica é ser oceânico e inespecífico. Desejar Sistema Solar capaz de influenciar a composição
é desejar tudo, é mais que querer. Mas quem participa 10 química do planeta que orbita.
de uma rede social ultrapassa o limite do desejo e entra O volume despejado a cada segundo
na esfera da potencialidade de uma realização que vem não é pouco. A Enceladus chega a expelir
tornar problemática a relação entre o real e o imaginário. aproximadamente 250 kg de vapores de água
TIBURI, M. Complexo de Roberto Carlos. In: Revista Cult,
São Paulo: Bregantini, n. 154, fev. 2011(fragmento).
que se formam na região polar sul. Desse total,
15 uma parte é perdida no espaço e entre 3% a 5%
O verso da canção de Roberto Carlos é usado no artigo deslocam-se até Saturno.
para explicar o sucesso mundial das redes sociais. Para O fenômeno, de certo modo, pôde ser
a autora, essas redes são eficazes, pois compreendido graças ao avanço da tecnologia.
A resolvem os problemas de solidão vivida pelos Os astrônomos não conseguiram detectá-lo até o
internautas. 20 momento por causa da transparência dos vapores.
Coube às ondas infravermelhas do Herschel esse
B promovem a idealização exacerbada de vontades
individuais. encargo e achado.
A primeira vez que um telescópio da ESA
C ajudam na preservação de sentimentos básicos da
(Agência Espacial Europeia) detectou água na
pessoa humana.
25 atmosfera superior de Saturno foi em 1997.
D favorecem as relações interpessoais baseadas em
vínculos afetivos fortes. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 26 jul. 2011.

E confirmam os significados atribuídos a Um texto é construído pela articulação dos vários


relacionamentos iniciados no mundo real.
elementos que o compõem. Tal articulação pode se dar
QUESTÃO 110 por meio de palavras ou de expressões que remetem a
Agora eu era herói outras ou, ainda, a segmentos maiores já apresentados
E o meu cavalo só falava inglês.
ou a serem ainda apresentados no decorrer do texto.
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três.
A análise do modo como esse texto foi construído revela
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões. que a expressão
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês. A “um problema” (ℓ. 1) remete o leitor para “A origem dos
vapores de água na atmosfera superior de Saturno”
CHICO BUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento).
(ℓ. 3), segmento que se encontra na frase seguinte.
Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-
se que o emprego das palavras cowboy e rock expressa a B “A descoberta” (ℓ. 7) retoma “um problema que ficou
influência de outra realidade cultural na língua portuguesa. sem solução durante 14 anos.” (ℓ. 1), segmento que
Essas palavras constituem evidências de aparece na primeira frase do texto.
A regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural C “O volume despejado” (ℓ. 11) retoma “a composição
de habitantes de uma determinada região. química do planeta que orbita.” (ℓ. 9), segmento
B neologismo,que se caracteriza pelo aportuguesamento apresentado na frase imediatamente anterior.
de uma palavra oriunda de outra língua. D “O fenômeno” (ℓ. 17) remete o leitor para “transparência
C jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma dos vapores” (ℓ. 20), segmento que é apresentado na
área específica do conhecimento humano.
frase seguinte.
D arcaísmo, ao representar termos usados em outros
períodos da história da língua. E “esse encargo e achado” (ℓ. 21) retoma “avanço da
E estrangeirismo, que significa a inserção de termos de tecnologia” (ℓ. 18), segmento presente na porção
outras comunidades linguísticas no português. anterior do texto.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*cinz25dom11*
QUESTÃO 112 QUESTÃO 113
O futebol na Pop Arte brasileira

Disponível em: www.petba.org.br. Acesso em: 8 nov. 2011.

A unidade de sentido de um texto se constrói a partir


daquilo que é dito, daquilo que não é dito, a partir do modo
de se dizer, dos motivos, das aparências, do contexto. LEIRNER, N. Futebol.
Nesse sentido, a partir da leitura do anúncio, depreende- FONSECA, M. O. Nelson Leirner: 2011-1961 = 50 anos.
se que

A a referência à proibição de beber no trânsito é feita


a partir da intertextualidade entre a placa de trânsito,
que normalmente remete à ideia de proibição, tendo
ao fundo a imagem de uma garrafa.
B a relação estabelecida entre a frase “novo sinal de
trânsito” e a parte não verbal permite estabelecer um
público-alvo específico, ou seja, pessoas envolvidas
com o álcool.
C o adjetivo “novo”, seguido do substantivo “sinal”
empregado no anúncio, remete à ideia de que agora
existe uma nova placa de trânsito que deve ser
respeitada pelos motoristas.
D o anúncio tem uma finalidade específica
interrelacionada, nesse caso, à ideia de persuadir as GERCHMAN, R. Superhomens.
pessoas a não consumirem bebidas alcoólicas, pois
ALENCAR, V. P. Cultura popular e crítica.
elas fazem mal à saúde.
E a conexão estabelecida entre a placa de trânsito e As imagens representam, respectivamente, as obras
a imagem da garrafa é construída com o objetivo Futebol, do artista plástico Nelson Leirner; e Superhomens,
de evidenciar quais são os motivos que levam as de Rubens Gerchman. São obras representativas de um
pessoas a não ingerirem bebida alcoólica enquanto movimento denominado Pop Art, que ecoou no Brasil
estão dirigindo. na década de 1960, no qual artistas se apropriaram de
imagens da vida diária e da cultura de massa, tornando-
as objetos de arte. A partir de uma perspectiva ampliada
e crítica sobre o esporte, interpretada como um elemento
da cultura corporal de movimento, as imagens

A banalizam o esporte ao misturar o futebol e a pintura


em um mesmo campo.
B deixam transparecer a preferência de ambos os
artistas pelo futebol enquanto esporte.
C permitem refletir sobre como as artes visuais se
apropriaram do futebol como uma tradição nacional.
D fazem uma reflexão crítica sobre o futebol e a violência
como temas circulantes na sociedade.
E destacam a importância do esporte como atividade
física de lazer para a sociedade.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom12*
QUESTÃO 114
Cegueira Categorias em que a influência da propaganda na troca
de marcas atinge mais de 20% dos consumidores
Afastou-me da escola, atrasou-me, enquanto os
Creme dental 31%
filhos de seu José Galvão se internavam em grandes
Biscoito 29%
volumes coloridos, a doença de olhos que me perseguia
Margarina 29%
na meninice. Torturava-me semanas e semanas, eu vivia
Bebida energética 27%
na treva, o rosto oculto num pano escuro, tropeçando
nos móveis, guiando-me às apalpadelas, ao longo das Condicionador 26%

paredes. As pálpebras inflamadas colavam-se. Para Shampoo 26%

descerrá-las, eu ficava tempo sem fim mergulhando a Sabonete 26%


cara na bacia de água, lavando-me vagarosamente, pois Prato congelado 21%
o contato dos dedos era doloroso em excesso. Finda a Achocolatado líquido 21%
operação extensa, o espelho da sala de visitas mostrava- Disponível em: www.riovermelho.net. Acesso em: 3 mar. 2012 (adaptado).
me dois bugalhos sangrentos, que se molhavam depressa De acordo com o texto e com as informações fornecidas
e queriam esconder-se. Os objetos surgiam empastados pelo gráfico, para aumentar as vendas de produtos, é
e brumosos. Voltava a abrigar-me sob o pano escuro, necessário que
mas isto não atenuava o padecimento. Qualquer luz me
deslumbrava, feria-me como pontas de agulha [...]. A a campanha seja centrada em produtos alimentícios,
Sem dúvida o meu espectro era desagradável, inspirava a fim de aumentar o percentual de troca atual que se
repugnância. E a gente da casa se impacientava. Minha apresenta como o mais baixo.
mãe tinha a franqueza de manifestar-me viva antipatia. B a preferência de um produto ocorra por influência
Dava-me dois apelidos: bezerro-encourado e cabra-cega. da propaganda devido à necessidade emocional
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1984 (fragmento).
das marcas.
O impacto da doença, na infância, revela-se no texto C a propaganda influencie na troca de marca e que o
memorialista de Graciliano Ramos através de uma atitude consumidor valorize a qualidade do produto.
marcada por D os produtos mais vendidos pelo comércio não sejam
divulgados para o público como tal.
A uma tentativa de esquecer os efeitos da doença.
E as marcas de qualidade inferior constituam o foco da
B preservar a sua condição de vítima da negligência publicidade por serem mais econômicas.
materna.
QUESTÃO 116
C apontar a precariedade do tratamento médico no sertão.
D registrar a falta de solidariedade dos amigos e familiares.
E recompor, em minúcias e sem autopiedade, a
sensação da dor.
QUESTÃO 115
Quando a propaganda é decisiva na troca de marcas
Se você quiser ver esta paisagem

Todo supermercadista sabe que, quando um produto que parece uma pintura, aonde
você tem que ir?

está na mídia, a procura pelos consumidores aumenta. A) ( ) Florianópolis, SC


B) ( ) Búzios, RJ
C) ( ) Maragogi, AL
Mas, em algumas categorias, a influência da propaganda D) ( ) Aracaju, SE
Se você é brasileiro e não sabe a

é maior, de acordo com pesquisa feita com 400 pessoas resposta, está na hora de conhecer
melhor o Brasil. RESPOSTA: B - BÚZIOS, RJ

pela consultoria YYY e com exclusividade para o NAS FÉRIAS, VIAJE PELO
BRASIL. É BOM PRA VOCÊ.

supermercado XXX.
É BOM PARA O PAÍS.

O levantamento mostrou que, mesmo não sendo a


razão o fator mais apontado para trocar de marca, não BRASIL. Ministério do Turismo. Disponível em: www.turismo.gov.br. Acesso em: 27 fev. 2012.
se pode ignorar a força das campanhas publicitárias. Em Essa peça publicitária foi construída relacionando
algumas categorias, um terço dos respondentes atribuem elementos verbais e não verbais. Considerando-se
a mudança à publicidade. Para Nicanor Guerreiro, a as estratégias argumentativas utilizadas pelo seu
propaganda estabelece uma relação mais “emocional” autor, percebe-se que a linguagem verbal explora,
da marca com o público. “Todos sentimos necessidade predominantemente, a função apelativa da linguagem, pois
de consumir produtos que sejam ‘aceitos’ pelas outras
pessoas. Por isso, a comunicação faz o papel de endosso A imprime no texto a posição pessoal do autor em
das marcas”, afirma. O executivo ressalta, no entanto, relação ao lugar descrito, objeto da propaganda.
que nada disso adianta se o produto não cumprir as B utiliza o artifício das repetições para manter a atenção
promessas transmitidas nas ações de comunicação. do leitor, potencial consumidor de seu produto.
Um dos objetivos da propaganda é tornar o produto C mantém o foco do texto no leitor, pelo emprego
aspiracional, despertando o desejo de experimentá-lo. repetido de “você”, marca de interlocução.
O que o consumidor deseja é o que a loja vende. E é isso D veicula informações sobre as características físicas
o que o supermercadista precisa ter sempre em mente. do lugar, balneário com grande potencial turístico.
Veja o gráfico: E estabelece uma comparação entre a paisagem e uma
pintura, artifício geralmente eficaz em propagandas.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*cinz25dom13*
QUESTÃO 117 Segundo o texto, a interação virtual favoreceu o
Devemos dar apoio emocional específico, trabalhando surgimento da modalidade linguística conhecida como
o sentimento de culpa que as mães têm de infectar o filho. internetês. Quanto à influência do internetês no uso da
O principal problema que vivenciamos é quanto ao forma culta da língua, infere-se que
aleitamento materno. Além do sentimento muito forte A a ocorrência de termos do internetês em situações
manifestado pelas gestantes de amamentar seus filhos, formais de escrita aponta a necessidade de a língua ser
existem as cobranças da família, que exige explicações vista como herança cultural que merece ser bem cuidada.
pela recusa em amamentar, sem falar nas companheiras B a dificuldade dos adolescentes para produzirem
na maternidade que estão amamentando. Esses conflitos textos mais complexos é evidente, sendo
constituem nosso maior desafio. Assim, criamos a técnica consequência da expansão do uso indiscriminado
de mamadeirar. O que é isso? É substituir o seio materno da internet por esse público.
por amor, oferecendo a mamadeira, e não o peito! C a carência de vocabulário culto na fala de jovens
tem sido um alerta quanto ao uso massivo da
PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experiências interdisciplinares em Aids: internet, principalmente no que concerne a
interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado).
mensagens instantâneas.
O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de D a criação de neologismos no campo cibernético é
gestantes e mães soropositivas. Nesse relato, em meio ao inevitável e restringe a capacidade de compreensão
drama de mães que não devem amamentar seus recém- dos internautas quando precisam lidar com leitura de
textos formais.
nascidos, observa-se um recurso da língua portuguesa,
E a alternância de variante linguística é uma habilidade
presente no uso da palavra “mamadeirar”, que consiste dos usuários da língua e é acionada pelos jovens de
acordo com suas necessidades discursivas.
A na manifestação do preconceito linguístico.
QUESTÃO 119
B na recorrência a um neologismo.
Uma tuiteratura?
C no registro coloquial da linguagem.
As novidades sobre o Twitter já não cabem em
D na expressividade da ambiguidade lexical. 140 toques. Informações vindas dos EUA dão conta de
E na contribuição da justaposição na formação de palavras. que a marca de 100 milhões de adeptos acaba de ser
alcançada e que a biblioteca do Congresso, um dos
QUESTÃO 118 principais templos da palavra impressa, vai guardar em
O internetês na escola seu arquivo todos os tweets, ou seja, as mensagens
do microblog. No Brasil o fenômeno não chega a tanto,
O internetês — expressão grafolinguística criada mas já somos o segundo país com o maior número de
na internet pelos adolescentes na última década — foi, tuiteiros. Também aqui o Twitter está sendo aceito em
durante algum tempo, um bicho de sete cabeças para territórios antes exclusivos do papel. A própria Academia
Brasileira de Letras abriu um concurso de microcontos
gramáticos e estudiosos da língua. Eles temiam que as
para textos com apenas 140 caracteres. Também se fala
abreviações fonéticas (onde “casa” vira ksa; e “aqui” das possibilidades literárias desse meio que se caracteriza
vira aki) comprometessem o uso da norma culta do pela concisão. Já há até um neologismo, “tuiteratura”,
português para além das fronteiras cibernéticas. para indicar os “enunciados telegráficos com criações
Mas, ao que tudo indica, o temido internetês não originais, citações ou resumos de obras impressas”. Por
passa de um simpático bichinho de uma cabecinha só. ora, pergunto como se estivesse tuitando: querer fazer
Ainda que a maioria dos professores e educadores literatura com palavras de menos não é pretensão demais?
se preocupe com ele, a ocorrência do internetês VENTURA, Z. O Globo, 17 abr. 2010 (adaptado).

nas provas escolares, vestibulares e em concursos As novas tecnologias estão presentes na sociedade
públicos é insignificante. Essa forma de expressão moderna, transformando a comunicação por meio de
parece ainda estar restrita a seu hábitat natural. inovadoras linguagens. O texto de Zuenir Ventura mostra
Aliás, aí está a questão: saber separar bem a hora que o Twitter tem sido acessado por um número cada vez
maior de internautas e já se insere até na literatura. Neste
em que podemos escrever de qq jto, da hora em que contexto de inovações linguísticas, a linguagem do Twitter
não podemos escrever de “qualquer jeito”. Mas, e para apresenta como característica relevante
um adolescente que fica várias horas “teclando” que
nem louco nos instant messengers e chats da vida, é A a concisão relativa ao texto ao adotar como regra o
fácil virar a “chavinha” no cérebro do internetês para o uso de uma quantidade predefinida de toques.
português culto? “Essa dificuldade será proporcional ao B a frequência de neologismos criados com a finalidade
contato que o adolescente tenha com textos na forma de tornar a mensagem mais popular.
culta, como jornais ou obras literárias. Dependendo C o uso de expressões exclusivas da nova forma literária
deste contato, ele terá mais facilidade para abrir mão para substituir palavras usuais do português.
do internetês” — explica Eduardo de Almeida Navarro, D o emprego de palavras pouco usuais no dia a dia
para reafirmar a originalidade e o espírito crítico dos
professor livre-docente de língua tupi e literatura
usuários desse tipo de rede social.
colonial da USP.
E o uso de palavras e expressões próprias da mídia
RAMPAZZO, F. Disponível em: www.revistalingua.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado). eletrônica para restringir a participação de usuários.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom14*
QUESTÃO 120 O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a
Era uma vez afirmação de João Cabral de Melo Neto porque
Um rei leão que não era rei. A exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo
Um pato que não fazia quá-quá. ideológico retórico.
Um cão que não latia.
B canta a paisagem local, no entanto, defende ideais
Um peixe que não nadava.
do liberalismo.
Um pássaro que não voava.
Um tigre que não comia. C mantém o canto saudosista da terra pátria, mas
Um gato que não miava. renova o tema amoroso.
Um homem que não pensava... D explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize
E, enfim, era uma natureza sem nada. a injustiça social.
Acabada. Depredada. E inova na abordagem de aspecto social, mas mantém
Pelo homem que não pensava.
a visão lírica da terra pátria.
Laura Araújo Cunha QUESTÃO 122
CUNHA, L. A. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. Notícias do além
São Paulo: Contexto, 2011.

São as relações entre os elementos e as partes do Aquele que morrer primeiro e for para o céu deverá
texto que promovem o desenvolvimento das ideias. No voltar à Terra para contar ao outro como é a vida lá
poema, a estratégia linguística que contribui para esse no paraíso. Assim ficou combinado entre Francisco e
desenvolvimento, estabelecendo a continuidade do texto, é a Sebastião, amigos inseparáveis e apaixonados pelo
A escolha de palavras de diferentes campos semânticos. futebol. Francisco teve morte súbita e, passado algum
B negação contundente das ações praticadas pelo homem. tempo, no meio da noite, sua alma apareceu ao colega:
C intertextualidade com o gênero textual fábula infantil. — Nossa Senhora, Chico! Você veio mesmo!
D repetição de estrutura sintática com novas informações.
E utilização de ponto final entre termos de uma — Estou aqui, Tião, para cumprir a minha promessa,
mesma oração. trazendo-lhe duas notícias.
QUESTÃO 121 — Então me fala.
TEXTO I
A canção do africano — O céu é uma maravilha, um colosso, uma beleza.
Tem futebol todo dia.
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala, — E a outra?
Junto ao braseiro, no chão,
entoa o escravo o seu canto, — A outra é que você está escalado para jogar no
E ao cantar correm-lhe em pranto meu time amanhã cedo.
Saudades do seu torrão...
DIAS, M. V. R. Humor na Marolândia. In: ILARI, R. Introdução à semântica: brincando com
De um lado, uma negra escrava a gramática. São Paulo: Contexto, 2001.
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar... Esse texto pode ser analisado sob dois pontos de vista que
E à meia-voz lá responde incluem situações diferentes de interlocução: a primeira,
Ao canto, e o filhinho esconde, considerando seu produtor e seus potenciais leitores; e
Talvez p’ra não o escutar! a segunda, considerando os interlocutores Francisco e
“Minha terra é lá bem longe, Sebastião. Para cada uma dessas situações o produtor
Das bandas de onde o sol vem;
do texto tem um objetivo específico que se determina, não
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem.” só pela situação, mas também pelo gênero textual.
ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento).
Os verbos que sintetizam os objetivos do produtor nas
TEXTO II duas situações propostas são, respectivamente,
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que
prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido A entreter e seduzir.
mais no âmbito de movimentos literários do que de B divertir e informar.
gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação
à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de C distrair e comover.
superação, dentro do mesmo espírito romântico. D recrear e assustar.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento). E alegrar e intimidar.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*cinz25dom15*
QUESTÃO 123 A leitura do trecho mostra que textos jornalísticos
O que a internet esconde de você produzidos em determinados gêneros mobilizam recursos
linguísticos com o objetivo de conduzir seu público-alvo a
Para cada site que você pode visitar, existem aceitar suas ideias. Para envolver o leitor no retrato que
pelo menos 400 outros que não consegue acessar. faz da cidade, a autora
Eles existem, estão lá, mas são invisíveis. Estão presos
A inicia o texto com a informação mais importante a ser
num buraco negro digital maior do que a própria internet. conhecida, a estação de trem de Mariana.
A cada vez que você interage com um amigo nas redes B descreve de forma parcial e objetiva a estação de
sociais, vários outros são ignorados e têm as mensagens trem da cidade, seus detalhes e características.
enterradas num enorme cemitério on-line. E, quando você C apresenta com cuidado e precisão os recursos da
faz uma pesquisa no Google, não recebe os resultados cidade, sua infraestrutura e singularidade.
de fato — e sim uma versão maquiada, previamente D faz uma crítica indireta à desconfiança dos mineiros,
modificada de acordo com critérios secretos. Sim, tudo mostrando conhecimento do tema.
isso é verdade — e não é nenhuma grande conspiração. E dirige-se a ele por meio de verbos e expressões
Acontece todos os dias sem que você perceba. Pegue seu verbais, convidando-o a partilhar das belezas do local.
chapéu de Indiana Jones e vamos explorar a web perdida. QUESTÃO 125
GRAVATÁ, A. Superinteressante, nov. 2011 (fragmento).

Os gêneros do discurso jornalístico, geralmente a ESSA SEI NÃO, DOTÔ...


manchete, a notícia e a reportagem, exigem um repórter ESTRADA MAIS SI ELA FÔ
que não diz “eu”, nem mesmo que se refira ao leitor VAI PRA VAI FAZÊ UMA
do texto explicitamente. No trecho lido, ao contrário, é SÃO PAULO? FALTA DANADA
PRA NÓIS!
recorrente o emprego de “você”, o qual

A remete a um sujeito “eu” que se prende ao próprio


dizer, fortalecendo a subjetividade.
B explicita uma construção metalinguística que se volta
para o próprio dizer.
C deixa claro o leitor esperado para o texto, aquele que
visita redes sociais e sites de busca no dia a dia.
D estabelece conexão entre o fatual e o opinativo, o que
descaracteriza o texto como reportagem.
E revela a intenção de tornar a leitura mais fácil, a partir
de um texto em que se emprega vocabulário simples.
QUESTÃO 124
Pode chegar de mansinho, como é costume por ali, e Disponível em: www.humortadela.com.br. Acesso em: 20 set. 2011.

observar sem pressa cada detalhe da estação ferroviária Conflitos de interação ajudam a promover o efeito de
de Mariana. Repare na arquitetura recém-revitalizada humor. No cartum, o recurso empregado para promover
do casarão, e como os detalhes em madeira branca, as esse efeito é a
delicadas arandelas de luzes amarelas e os elementos A intertextualidade, sugerida pelos traços identificadores
barrocos da torre já começam a dar o gostinho da viagem do homem urbano e do homem rural.
aguardada. Vindo lá de longe, o apito estridente anuncia B ambiguidade, produzida pela interpretação da fala do
que logo, logo o cenário estará completo para a partida. locutor a partir da variedade do interlocutor.
E não tarda para o trem de fato surgir. Pequenino a C conotação, atribuidora de sentidos figurados a
princípio, mas de repente, em toda aquela imensidão palavras relativas às ações e aos seres.
que desliza pelos trilhos. Arrancando sorrisos e deixando D negação enfática, elaborada para reforçar o lamento
boquiaberto até o mais desconfiado dos mineiros. do interlocutor pela perda da estrada.
TIUSSU, B. Raízes mineiras. Disponível em: www.estadao.com.br.
E pergunta retórica, usada pelo motorista para
Acesso em: 15 nov. 2011 (fragmento). estabelecer interação com o homem do campo.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom16*
QUESTÃO 126 QUESTÃO 127
Sambinha

Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras.


Afobadas braços dados depressinha
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos...
Vestido é de seda.
Roupa-branca é de morim.

Falando conversas fiadas


As duas costureirinhas passam por mim.
— Você vai?
— Não vou não! STUCKERT, R. Palácio da Alvorada.
Disponível em: www.g1.globo.com. Acesso em: 28 abr. 2010.
Parece que a rua parou pra escutá-las.
Nem trilhos sapecas Rompendo com as paredes retas e com a geometrização
clássica acadêmica, os arquitetos modernistas
Jogam mais bondes um pro outro. desenvolveram seus projetos graças também a um
E o Sol da tardinha de abril momento de industrialização e modernização do Brasil.
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens. Observando a imagem apresentada, analisa-se que
As nuvens são vermelhas.
A Niemeyer projetou os edifícios de Brasília com a
A tardinha cor-de-rosa. intenção de impor a arquitetura sobre a natureza,
seguindo os princípios da arquitetura moderna.
Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas...
B o Palácio da Alvorada, em Brasília, na posição
Fizeram-me peito batendo
horizontal permite fazer uma integração do edifício
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras! com a paisagem do cerrado e o horizonte, um conceito
Isto é... de vanguarda para a arquitetura da época.
Uma era ítalo-brasileira. C Niemeyer projetou o Palácio da Alvorada com colunas
Outra era áfrico-brasileira. de linhas quebradas e rígidas, com o propósito de
Uma era branca. unir as tendências recentes da arquitetura moderna,
Outra era preta. criando um novo estilo.
D os prédios de Brasília são elevados e sustentados por
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1988. colunas, deixando um espaço livre sob o edifício, com
o objetivo de separar o ambiente externo do interno,
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira trazendo mais harmonia à obra.
fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poético,
E Niemeyer projetou os edifícios de Brasília com
como parte de seu projeto de configuração de uma espaços amplos, colunas curvas, janelas largas e
identidade linguística e nacional. No poema de Mário de grades de proteção, separando os jardins e praças da
Andrade esse projeto revela-se, pois área útil do prédio.
QUESTÃO 128
A o poema capta uma cena do cotidiano — o caminhar
de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas A escolha de uma forma teatral implica a escolha
de um tipo de teatralidade, de um estatuto de ficção
o andamento dos versos é truncado, o que faz com
com relação à realidade. A teatralidade dispõe de meios
que o evento perca a naturalidade. específicos para transmitir uma cultura-fonte a um
B a sensibilidade do eu poético parece captar público-alvo; é sob esta única condição que temos o
o movimento dançante das costureirinhas — direito de falar em interculturalidade teatral.
depressinha — que, em última instância, representam PAVIS, P. O teatro no cruzamento de culturas. São Paulo: Perspectiva, 2008.
um Brasil de “todas as cores”. A partir do texto, o meio especificamente cênico utilizado
C o excesso de liberdade usado pelo poeta ao para transmitir uma cultura estrangeira implica
desrespeitar regras gramaticais, como as de
pontuação, prejudica a compreensão do poema. A buscar nos gestos, compreender e explicitar
conceitos ou comportamentos.
D a sensibilidade do artista não escapa do viés machista
B procurar na filosofia a tradução verdadeira
que marcava a sociedade do início do século XX, daquela cultura.
machismo expresso em “que até dão vontade pros
C apresentar o videodocumentário sobre a cultura-
homens da rua”. fonte durante o espetáculo.
E o eu poético usa de ironia ao dizer da emoção de D eliminar a distância temporal ou espacial entre o
ver moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz espetáculo e a cultura-fonte.
questão de afirmar as origens africana e italiana E empregar um elenco constituído de atores
das mesmas. provenientes da cultura-fonte.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*cinz25dom17*
QUESTÃO 129 QUESTÃO 131
— É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão, A rua
enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro,
enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de casimira Bem sei que, muitas vezes,
alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado! O único remédio
— Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por É adiar tudo. É adiar a sede, a fome, a viagem,
falta de esforços de minha parte; creia! A dívida, o divertimento,
— Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e O pedido de emprego, ou a própria alegria.
tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — A esperança é também uma forma
ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes De contínuo adiamento.
— hum... hum!... Não respondo pelo resto! Sei que é preciso prestigiar a esperança,
— Então o Doutor acha que...? Numa sala de espera.
Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar Mas sei também que espera significa luta e não, apenas,
o que eram aqueles temperamentozinhos impressionáveis!... Esperança sentada.
eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava Não abdicação diante da vida.
contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam!
A esperança
AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003 (fragmento).
Nunca é a forma burguesa, sentada e tranquila da espera.
O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se Nunca é figura de mulher
no contexto do Naturalismo, marcado pela visão do Do quadro antigo.
cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à Sentada, dando milho aos pombos.
mulher define-se por uma RICARDO, C. Disponível em: www.revista.agulha.nom.br. Acesso em: 2 jan. 2012.

A conivência com relação à rejeição feminina de assumir O poema de Cassiano Ricardo insere-se no Modernismo
um casamento arranjado pelo pai. brasileiro. O autor metaforiza a crença do sujeito lírico
B caracterização da personagem feminina como um numa relação entre o homem e seu tempo marcada por
estereótipo da mulher sensual e misteriosa.
A um olhar de resignação perante as dificuldades
C convicção de que a mulher é um organismo frágil e materiais e psicológicas da vida.
condicionado por seu ciclo reprodutivo.
B uma ideia de que a esperança do povo brasileiro está
D submissão da personagem feminina a um processo vinculada ao sofrimento e às privações.
que a infantiliza e limita intelectualmente.
C uma posição em que louva a esperança passiva para
E incapacidade de resistir às pressões socialmente que ocorram mudanças sociais.
impostas, representadas pelo pai e pelo médico.
D um estado de inércia e de melancolia motivado pelo
QUESTÃO 130 tempo passado “numa sala de espera”.
TEXTO I E uma atitude de perseverança e coragem no contexto
Poema de sete faces de estagnação histórica e social.
QUESTÃO 132
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse Raimundo Todo bom escritor tem o seu instante de graça, possui
seria uma rima, não seria uma solução. a sua obra-prima, aquela que congrega numa estrutura
Mundo mundo vasto mundo, perfeita os seus dons mais pessoais. Para Dias Gomes
mais vasto é meu coração. essa hora de inspiração veio-lhe no dia que escreveu
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001 (fragmento).
O pagador de promessas. Em torno de Zé-do-Burro —
herói ideal, por unir o máximo de caráter ao mínimo de
TEXTO II inteligência, naquela zona fronteiriça entre o idiota e o
CDA (imitado) santo — o enredo espalha a malícia e a maldade de uma
capital como Salvador, mitificada pela música popular
Ó vida, triste vida! e pela literatura, na qual o explorador de mulheres se
Se eu me chamasse Aparecida chama inevitavelmente Bonitão, o poeta popular, Dedé
dava na mesma. Cospe-Rima, e o mestre de capoeira, Manuelzinho Sua
FONTELA, O. Poesia reunida. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. Mãe. O colorido do quadro contrasta fortemente com a
simplicidade da ação, que caminha numa linha reta da
Orides Fontela intitula seu poema CDA, sigla de Carlos chegada de Zé-do-Burro à sua entrada trágica e triunfal na
Drummond de Andrade, e entre parênteses indica igreja — não sob a cruz, conforme prometera, mas sobre
“imitado” porque, como nos versos de Drummond, ela, carregado pelos capoeiras, “como um crucifixado”.
A apresenta o receio de colocar os dramas pessoais no PRADO, D. A. O teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 2008 (fragmento).

mundo vasto. A avaliação crítica de Décio de Almeida Prado destaca as


B expõe o egocentrismo de sentir o coração maior que qualidades de O pagador de promessas. Com base nas
o mundo. ideias defendidas por ele, uma boa obra teatral deve
C aponta a insuficiência da poesia para solucionar os
problemas da vida. A valorizar a cultura local como base da estrutura estética.
D adota tom melancólico para evidenciar a desesperança B ressaltar o lugar do oprimido por uma forma religiosa.
com a vida. C dialogar a tradição local com elementos universais.
E invoca a tristeza da vida para potencializar a ineficácia D romper com a estrutura clássica da encenação.
da rima. E reproduzir abordagens trágicas e pessimistas.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*cinz25dom18*
QUESTÃO 133 QUESTÃO 135
Não há crenças que Nelson Leirner não destrua. TEXTO I
Do dinheiro à religião, do esporte à fé na arte, nada Pessoas e sociedades
resiste ao deboche desse iconoclasta. O principal
mérito da retrospectiva aberta em setembro na Galeria do Pessoa, no seu conceito jurídico, é todo ente capaz
SESI-SP é justamente demonstrar que as provocações de direitos e obrigações. As pessoas podem ser físicas
arquitetadas durante as últimas cinco décadas pelo ou jurídicas.
artista quase octogenário continuam vigorosas.
Bravo, n. 170, out. 2011 (adaptado). Pessoa física - É a pessoa natural; é todo ser
humano, é todo indivíduo (sem qualquer exceção).
Um dos elementos importantes na constituição do texto
A existência da pessoa física termina com a morte.
é o desenvolvimento do tema por meio, por exemplo,
do encadeamento de palavras em seu interior. A clareza É o próprio ser humano. Sua personalidade começa com
do tema garante ao autor que seus objetivos — narrar, o seu nascimento (artigo 4º do Código Civil Brasileiro).
descrever, informar, argumentar, opinar — sejam No decorrer da sua vida, a pessoa física constituirá um
atingidos. No parágrafo do artigo informativo, os termos patrimônio, que será afastado, por fim, em caso de morte,
em negrito para transferência aos herdeiros.

A evitam a repetição de termos por meio do emprego Pessoa jurídica - É a existência legal de uma
de sinônimos. sociedade, associação ou instituição, que aferiu o direito
B fazem referências a outros artistas que trabalham de ter vida própria e isolada das pessoas físicas que a
com Nelson Leirner. constituíram. É a união de pessoas capazes de possuir e
C estabelecem relação entre traços da personalidade exercitar direitos e contrair obrigações, independentemente
do artista e suas obras. das pessoas físicas, através das quais agem. É, portanto,
D garantem a progressão temática do texto pelo uso de uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus
formas nominais diferentes. membros (da pessoa natural). Sua existência legal dá-
E introduzem elementos novos, que marcam mudança se em decorrência de leis e só nascerá após o devido
na direção argumentativa do texto. registro nos órgãos públicos competentes (Cartórios ou
Juntas Comerciais).
QUESTÃO 134
O bonde abre a viagem, POLONI, A. S. Disponível em: http://uj.novaprolink.com.br. Acesso em: 30 ago. 2011 (adaptado).

No banco ninguém,
TEXTO II
Estou só, stou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou, EU SOU EU SOU
Companheiro vou. ADVOGADO, ATLETA.
LOGO EU LOGO EU
O bonde está cheio, SOU UMA SOU UMA
De novo porém PESSOA PESSOA
JURÍDICA! FÍSICA!
Não sou mais ninguém.
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.

Em um texto literário, é comum que os recursos poéticos e


linguísticos participem do significado do texto, isto é, forma
e conteúdo se relacionam significativamente. Com relação
ao poema de Mário de Andrade, a correlação entre um
recurso formal e um aspecto da significação do texto é Disponível em: www.respirandodireito.blogspot.com. Acesso em: 30 ago. 2011.

A a sucessão de orações coordenadas, que remete à Os textos I e II tratam da definição de pessoa física e
sucessão de cenas e emoções sentidas pelo eu lírico de pessoa jurídica. Considerando sua função social, o
ao longo da viagem. cartum faz uma paródia do artigo científico, pois
B a elisão dos verbos, recurso estilístico constante
no poema, que acentua o ritmo acelerado da A explica o conceito de pessoa física em linguagem
modernidade. coloquial e informal.
C o emprego de versos curtos e irregulares em sua B compara pessoa física e jurídica ao explorar dois
métrica, que reproduzem uma viagem de bonde, com tipos de profissão.
suas paradas e retomadas de movimento. C subverte o conceito de pessoa física com uma escolha
D a sonoridade do poema, carregada de sons nasais, lexical equivocada.
que representa a tristeza do eu lírico ao longo de toda
a viagem. D acrescenta conhecimento jurídico ao definir
pessoa física.
E a ausência de rima nos versos, recurso muito utilizado
pelos modernistas, que aproxima a linguagem do E complementa as definições promovidas por
poema da linguagem cotidiana. Antonio Poloni.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

2ª APLICAÇÃO
2° DIA
GABARITO PROVA 2012 CADERNO 6 – CINZA
LINGUAGENS E CÓDIGOS MATEMÁTICA
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGI
GABARITOS QUESTÕES GABA
QUESTÕES
INGLÊS ESPANHOL 136
91 E E 137
92 A A 138
93 D A 139
94 B E 140
95 A E 141
96 A 142
97 C 143
98 B 144
99 C 145
100 D 146
101 A 147
102 E 148
103 D 149
104 A 150
105 B 151
106 B 152
107 D 153
108 B 154
109 B 155
110 E 156
111 A 157
112 A 158
113 C 159
114 E 160
115 C 161
116 C 162
117 B 163
118 E 164
119 A 165
120 D 166
121 E 167
122 B 168
123 C 169
124 E 170
125 B 171
126 B 172
127 B 173
128 A 174
129 C 175
130 C 176
131 E 177
132 C 178
133 D 179
134 A 180
135 C

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

PROVA ENEM 2013


2013 *CINZ25DOM7*
QUESTÃO 97 QUESTÃO 99
Usei uma conexão via computador, pela primeira Em um mundo onde o “boca a boca” tornou-se
vez, em 1988. Morava na França, trabalhando como virtual, é de extrema importância que a empresa se faça
correspondente da Folha de S. Paulo e concordei em presente e tenha um bom canal de comunicação com o
utilizar um laptop Toshiba T1000, equipado com um modem consumidor. Enfim, a empresa deve saber interagir com o
de 1 200 bauds, para transmitir minhas reportagens. O
seu consumidor, atender às suas necessidades, dúvidas
texto entrava direto nos terminais da redação, digitalizado,
segundos depois de composto na tela de cristal líquido e estabelecer um contato direto, claro e contínuo com os
do pequeno Toshiba. O laptop sequer tinha disco rígido, consumidores cada vez mais exigentes.
era tudo comandado por disquete e gravado em disquete. Disponível em: www.agenciars.com.br. Acesso em: 26 fev. 2012.

Permitiu-me aposentar não só a Olivetti como o vetusto O texto apresenta um assunto interessante e atual,
telex de casa. Em seguida, eu pegava o telefone e uma vez que a internet constitui-se como um meio de
chamava a redação para saber se o texto “entrara” bem. comunicação eficiente. Nesse contexto, “boca a boca” é
Até que, um dia, o engenheiro de informática do jornal me uma expressão indicadora de que
disse que, dali em diante, não precisaríamos usar mais
a ligação telefônica internacional tradicional, muito cara, A as redes sociais se tornaram recurso de comunicação
para saber se o texto havia chegado corretamente ou tirar de fácil acesso e baixo custo para o consumidor de
dúvidas sobre o manuseio do computador. Poderíamos variados produtos.
fazer aquilo via chat, uma conversa textual na tela do
próprio laptop. Essa maravilha seria possível por meio de B as redes sociais se tornaram fonte fundamental para
um programinha de conversação. indicações de amigos e divulgação de produtos,
SPYE, J. Conectado. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado). marcas e serviços das empresas.
O texto apresenta uma situação de uso das tecnologias C as redes sociais são sistemas de comunicação que
de comunicação e informação por um jornalista. A agrupam empresas e indivíduos semelhantes com
mudança do uso do telefone para o uso do chat evidencia objetivos diferentes.
a transformação na dinâmica D as redes sociais permitem às empresas buscarem
A do trabalho, em função das tecnologias de novos profissionais para seu quadro de pessoal.
comunicação e informação. E as redes sociais possibilitam aos usuários se fazerem
B do acesso às informações divulgadas pela mídia presentes e atuantes na internet.
digital aos internautas. QUESTÃO 100
C da divulgação das notícias pela mídia digital e os
impactos provocados no cotidiano.
D da valorização de profissionais da imprensa com a
chegada das mídias digitais.
E dos avanços na área de telejornalismo na ascensão
da imprensa internacional.
QUESTÃO 98
Aptidão física é a capacidade de realizar as tarefas do
dia a dia com o mínimo de fadiga e desconforto. E isso é
obtido a partir da constituição física, incluída aí a herança
genética. Ter aptidão física é estar com coração, pulmões,
vasos sanguíneos e músculos prontos para suportar, sem
problemas, as atividades que o corpo realiza. Trata-se de
uma condição relativa e mutável, que pode ser melhorada
e ampliada conforme o interesse de cada um. Um artista
de circo precisa de aptidão para pedalar com o monociclo PAULINO, R. Bastidores (detalhe),1997. Xerox transferida e costurada sobre tecido
na corda bamba sem cair; alguém na plateia pode querer montado em bastidor.
apenas acompanhar sua turma em um passeio de Disponível em: www.galeriavirgilio.com.br. Acesso em: 29 out. 2010.
bicicleta até uma cachoeira. Ou seja, é você quem decide
quão apto quer estar para suas atividades. Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável
SABA, F. Mexa-se: atividade física, saúde e bem-estar. São Paulo: Phorte, 2008. incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em
A busca por uma melhoria da qualidade de vida exige consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra
que as pessoas procurem por um aprimoramento da sua Bastidores, percebe-se a
aptidão física, e para isso é necessário que A utilização de objetos do cotidiano como tecido,
A sejam incorporadas as atividades cotidianas de bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a
trabalho a séries de exercício físico. obra de abrangência regional.
B sejam adotados horários fixos para a execução de B ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar
exercícios corporais, além da genética apropriada. objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido condizente.
C haja dedicação predominante à prática de exercícios
C apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que
de musculação em relação aos exercícios aeróbicos.
D haja estímulo ao indivíduo para o desempenho de conferem à obra um resultado inacabado.
atividades consonantes com suas necessidades e D apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres,
capacidades físicas. o que confere à obra um caráter feminista.
E tenham prioridade, no programa de treinamento, as E aplicação de materiais populares, o que a caracteriza
modalidades esportivas de caráter individual. como obra de arte utilitária.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM8* 2013

QUESTÃO 101 QUESTÃO 103


Concurso de microcontos no Twitter
A nona edição do Simpósio Internacional de
Contadores de História promove concurso de microcontos
baseado no Twitter. Os interessados devem ter uma
conta no Twitter, seguir o @simposioconta e escrever um
microconto de gênero suspense, com tema livre. O conto
deve seguir as regras do Twitter: apenas 140 caracteres.
ELINA, R. Disponível em: www.consuladosocial.com.br. Acesso em: 28 jul. 2010.

Na atualidade, o texto traz uma proposta de utilização do


Twitter como ferramenta que proporciona uma construção
rápida, sintética e definida pelo gênero suspense. Isso
demonstra que essa rede social pode ser uma forma de
inovação tecnológica que
CABRAL, I. Disponível em: http://ivancabral.blogspot.com. Acesso em: 26 jul. 2010. A define uma dinâmica diferente de construção de
A cada verão, o Aedes aegypti, mosquito transmissor da texto, condensando as ideias principais sem perder
dengue, traz preocupação para os brasileiros. A charge a criatividade.
retrata essa situação a que o país está submetido. B conceitua uma nova vertente de texto, na qual a
Considerando os objetivos da charge, sua posição crítica rapidez supera o enredo e as outras características
se dá na medida em que do texto.
C considera que a utilização da escrita com caneta e
A compara o mosquito a um esportista. papel seja primitiva para os dias atuais.
B enfatiza o poder de resistência do inseto. D caracteriza um texto de tema livre, no qual o número
C elege o mosquito como o vilão da saúde. de caracteres importa mais que a criatividade do autor.
D atribui características humanas ao mosquito. E propõe um novo traço à escrita, pois garante a
E ignora a gravidade da questão por meio do humor. eficiência dos processos de comunicação.

QUESTÃO 102 QUESTÃO 104


Logo todos na cidade souberam: Halim se embeiçara
por Zana. As cristãs maronitas de Manaus, velhas e
moças, não aceitavam a ideia de ver Zana casar-se com
um muçulmano. Ficavam de vigília na calçada do Biblos,
encomendavam novenas para que ela não se casasse
com Halim. Diziam a Deus e ao mundo fuxicos assim: que
ele era um mascate, um teque-teque qualquer, um rude,
um maometano das montanhas do sul do Líbano que se
vestia como um pé rapado e matraqueava nas ruas e
praças de Manaus. Galib reagiu, enxotou as beatas: que
deixassem sua filha em paz, aquela ladainha prejudicava
o movimento do Biblos. Zana se recolheu ao quarto. Os
clientes queriam vê-la, e o assunto do almoço era só este:
Disponível em: http://euvoudebike.com.br. Acesso em: 23 ago. 2011.
a reclusão da moça, o amor louco do “maometano”.
HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Cia. das Letras, 2006 (fragmento).
Dois ciclistas profissionais chocaram-se em um parque
público e culparam a ineficiência da sinalização local, Dois irmãos narra a história da família que Halim e
uma vez que ambos leram e respeitaram a placa dirigida Zana formaram na segunda metade do século XX.
a esse tipo de esportista. Considerando o perfil sociocultural das personagens e os
valores sociais da época, a oposição ao casamento dos
Os fatos relatados e a leitura da referida placa revelam que dois evidencia
A a obediência às regras de segurança é fundamental A as fortes barreiras erguidas pelas diferenças de nível
na prática de esportes. financeiro.
B a prática de esporte dificulta a concentração do ciclista B o impacto dos preceitos religiosos no campo das
em outras informações. escolhas afetivas.
C a interpretação dos textos pode ser prejudicada por C a divisão das famílias em castas formadas pela
equívocos em sua elaboração. origem geográfica.
D a capacidade de leitura do ciclista é fundamental para D a intolerância com atos litúrgicos, aqui representados
o alcance de um bom rendimento físico. pelas novenas e ladainhas.
E a responsabilidade pelas informações produzidas E a importância atribuída à ocupação exercida por um
pelas placas de trânsito é de quem vai usar a via pública. futuro chefe de família.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2013 *CINZ25DOM9*
QUESTÃO 105 A entidade apresentou ontem estudo sobre a
Tronos cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante:
em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho
de dois estados de São Paulo desapareceu do país.
De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura
florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990 e 1999,
16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e
2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares.
Mas o número é considerado alto. A América do Sul
é apontada como a maior responsável pela perda de
florestas do mundo, com cortes anuais de 4 milhões de
hectares. A África vem em seguida, com 3,4 milhões de
hectares/ano.
O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010.

Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro parágrafo)


Lucio, Beto e Oscar: a cadeira e as poltronas de Sérgio Rodrigues, de linhas inspiradas na
simplicidade brasiliense.
estabelece uma relação de oposição entre as sentenças:
Foto: Acervo Sérgio Rodrigues. “Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões
de hectares” e “o número é considerado alto”. Uma das
A revolução estética brasiliense empurrou os
formas de se reescreverem esses enunciados, sem que
designers de móveis dos anos 1950 e início dos 60 para
lhes altere o sentido inicial, é:
o novo. Induzidos a abandonar o gosto rebuscado pelo
colonial, a trocar Ouro Preto por Brasília, eles criaram A Porque, entre 2000 e 2009, esse número caiu para
um mobiliário contemporâneo que ainda hoje vemos nas 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.
lojas e nas salas de espera de consultórios e escritórios. B Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões
Colada no uso de madeiras nobres, como o jacarandá e de hectares, por isso o número é considerado alto.
a peroba, e em materiais de revestimento como o couro e
C Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões
a palhinha, desenvolveu-se uma tendência feita de linhas
de hectares, uma vez que o número é considerado alto.
retas e curvas suaves, nos moldes da capital no Cerrado.
D Embora, entre 2000 e 2009, esse número tenha
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).
caído para 13 milhões de hectares, o número é
A reportagem e a fotografia apresentam os móveis considerado alto.
elaborados pelo artista Sérgio Rodrigues, com um estilo E Visto que, entre 2000 e 2009, esse número caiu para
que norteou o pensamento de uma geração, desafiando 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.
a arte a
A evidenciar um novo conceito estético por meio de QUESTÃO 107
formas e texturas inovadoras. — Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio queria
B adaptar os móveis de Brasília aos modelos das esse cravo, mas vós lho não podíeis dar, porque o velho
escolas europeias do início do século XX. militar não tirava os olhos de vós; ora, conversando com
C elaborar a decoração dos palácios da nova capital do o Sr. Lúcio, acordastes ambos que ele iria esperar um
Brasil com conceitos de linha e perspectiva. instante no jardim...
D projetar para os palácios e edifícios da nova capital do MACEDO, J. M. A moreninha. Disponível em: www.dominiopublico.com.br.
Acesso em: 17 abr. 2010 (fragmento).
Brasil a beleza do mobiliário típico de Minas Gerais.
E criar o mobiliário para a capital do país com base no O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim
luxo e na riqueza dos edifícios públicos brasileiros. Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um
diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela
QUESTÃO 106 um falante que utiliza uma linguagem
A informal, com estruturas e léxico coloquiais.
Brasil é o maior desmatador, mostra estudo da ONU
B regional, com termos característicos de uma região.
O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em
vinte anos, mas continua líder entre os países que C técnica, com termos de áreas específicas.
mais desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU para D culta, com domínio da norma padrão.
a agricultura). E lírica, com expressões e termos empregados em
sentido figurado.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM10* 2013

QUESTÃO 108 TEXTO II


ABC do Nordeste flagelado
O – Outro tem opinião
de deixar mãe, deixar pai,
porém para o Sul não vai,
procura outra direção.
Vai bater no Maranhão
onde nunca falta inverno;
outro com grande consterno
deixa o casebre e a mobília
e leva a sua família
pra construção do governo.
Disponível em: www.revista.agulha.com.br. Acesso em: 23 abr. 2010 (fragmento).

Os Textos I e II são de autoria do escritor nordestino


Patativa do Assaré, que, em sua obra, retrata de forma
bastante peculiar os problemas de sua região. Esses
textos têm em comum o fato de abordarem
A a falta de esperança do povo nordestino, que se deixa
vencer pela seca.
B a dúvida de que a ajuda do governo chegará ao povo
nordestino.
C o êxodo do homem nordestino à procura de melhores
condições de vida.
Veja, São Paulo, 29 set. 2009 (adaptado). D o sentimento de tristeza do povo nordestino devido à
falta de chuva.
O texto apresentado emprega uma estratégia de
E o sofrimento dos animais durante os longos períodos
argumentação baseada em recursos verbais e não de estiagem.
verbais, com a intenção de
QUESTÃO 110
A desaconselhar a ingestão de biscoitos, taxados de
“vilões”, inimigos de uma alimentação saudável. Televisão x cinema
B associar a imagem da guloseima a um traço negativo, Mais uma vez, reacende-se o desgastante debate
que se concretiza na utilização do termo “desafio”. sobre “linguagem de televisão” e “linguagem de cinema”.
No mesmo país em que pagar ingresso ainda é luxo
C alertar para um problema mundial, como se prevê em para milhões de pessoas, alguns críticos utilizam o termo
“globesidade”, relacionando o açúcar, representado “televisivo” para depreciar uma obra. E “cinematográfico”
pelo doce, a um vilão. para enaltecê-la.
D ironizar a importância do problema, por meio do tom Como se houvesse um juiz onipotente a permitir
dramático da linguagem empregada, como se vê no ou não que se sinta uma história da maneira que se
pretende senti-la.
uso de “culpado” e “vilão”.
Todos os sentidos ficam de fora da análise ignorante,
E atestar a redução do consumo de alimentos calóricos, tipicamente política, que divorcia a técnica da percepção
como o biscoito, desencadeada pelas recentes sensorial. E é exatamente aí que reside o único interesse
divulgações de pesquisas comprobatórias do de um realizador: o momento do encontro do espectador
malefício que eles fazem à saúde. com a obra.
MONJARDIM, J. O Globo, Rio de Janeiro, 24 set. 2004 (adaptado).

QUESTÃO 109 Ao comentar o ressurgimento do debate sobre “linguagem


TEXTO I de televisão” e “linguagem de cinema”, o autor mostra a

Dois quadros A importância do debate para o entendimento destes dois


diferentes meios de linguagem: a televisão e o cinema.
Na seca inclemente do nosso Nordeste, B atitude prepotente dos críticos ao julgarem
O sol é mais quente e o céu mais azul preconceituosamente as escolhas do público.
E o povo se achando sem pão e sem veste, C validade do debate para o aprimoramento da
Viaja à procura das terras do Sul. linguagem do cinema e da televisão.
De nuvem no espaço, não há um farrapo, D neutralidade dos críticos no uso das palavras
Se acaba a esperança da gente roceira, “televisivo” e “cinematográfico”.
Na mesma lagoa da festa do sapo, E contribuição dos críticos na valorização dos
Agita-se o vento levando a poeira. sentimentos do espectador.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2013 *CINZ25DOM11*
QUESTÃO 111 QUESTÃO 113

O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem
de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz
por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia
uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Manoel de Barros desenvolve uma poética singular,


marcada por “narrativas alegóricas”, que transparecem
nas imagens construídas ao longo do texto. No poema,
essa característica aparece representada pelo uso do
recurso de Disponível em: www.quiosqueazul.blogspot.com. Acesso em: 25 out. 2011.

A resgate de uma imagem da infância, com a cobra O cartão-postal é um gênero textual geralmente usado
de vidro.
por turistas quando estão viajando, para enviar, aos
B apropriação do universo poético pelo olhar objetivo.
que ficaram, imagens dos lugares visitados. Entretanto,
C transfiguração do rio em um vidro mole e cobra de
vidro. o cartão-postal apresentado é uma peça publicitária, e
D rejeição da imagem de vidro e de cobra no reconhece-se nela a intenção de
imaginário poético.
A apresentar uma paisagem de um local específico,
E recorte de elementos como a casa e o rio no
conteúdo recorrente em um cartão-postal.
subconsciente.
B incentivar as pessoas de uma cidade a enviar cartões-
QUESTÃO 112 postais umas para as outras.
Mar português C instituir um novo tipo de cartão-postal, o virtual, a ser
Ó mar salgado, quanto do teu sal comercializado em um site da internet.
São lágrimas de Portugal! D fazer propaganda de um ponto turístico romântico
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, específico, atraindo a visitação por casais.
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar E comemorar a data da instituição do cartão-postal no
Para que fosses nosso, ó mar! Brasil, ainda na época do Império.

Valeu a pena? Tudo vale a pena QUESTÃO 114


Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador A aptidão física, em termos gerais, pode ser definida
Tem que passar além da dor. como a capacidade que um indivíduo possui para realizar
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, atividades físicas. Ter uma boa amplitude nos movimentos
Mas nele é que espelhou o céu. das diversas partes corporais é um dos componentes da
PESSOA, F. Mensagens. São Paulo: Difel, 1986.
aptidão física relacionada à saúde, pois permite maior
Nos versos 1 e 2, a hipérbole e a metonímia foram disposição para atividades da vida diária, como, por
utilizadas para subverter a realidade. Qual o objetivo exemplo, maior facilidade para alcançar os próprios pés.
dessa subversão para a constituição temática do poema?
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um
A Potencializar a importância dos feitos lusitanos estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2006 (adaptado).
durante as grandes navegações.
B Criar um fato ficcional ao comparar o choro das mães O componente da aptidão física destacado no texto é
ao choro da natureza.
A força.
C Reconhecer as dificuldades técnicas vividas pelos
navegadores portugueses. B agilidade.
D Atribuir as derrotas portuguesas nas batalhas às C equilíbrio.
fortes correntes marítimas.
D velocidade.
E Relacionar os sons do mar ao lamento dos derrotados
nas batalhas do Atlântico. E flexibilidade.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM12* 2013

Recomenda-se utilizar Nimesulida depois das refeições.


QUESTÃO 115
Agite antes de usar.
Grupo escolar
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA
Sonhei com um general de ombros largos DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
que fedia
Disponível em: www.bulas.med.br. Acesso em: 3 ago. 2012 (fragmento).
e que no sonho me apontava a poesia
enquanto um pássaro pensava suas penas O fragmento de bula apresenta informações ao paciente
e já sem resistência resistia. sobre as propriedades do medicamento e sobre o modo
O general acordou e eu que sonhava adequado de administrá-lo. Pela leitura desse texto,
face a face deslizei à dura via o paciente obtém a informação de que o medicamento
vi seus olhos que tremiam, ombros largos, deve ser
vi seu queixo modelado a esquadria A mantido dentro da geladeira, preferencialmente.
vi que o tempo galopando evaporava
(deu para ver qual a sua dinastia) B ingerido num intervalo de seis em seis horas.
mas em tempo fixei no firmamento C administrado em horários específicos.
esta imagem que rebenta em ponta fria: D tomado por pelo menos uma semana.
poesia, esta química perversa, E utilizado somente por adultos.
este arco que desvela e me repõe
nestes tempos de alquimia. QUESTÃO 117
BRITO, A. C. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 Poetas Hoje: antologia.
Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998. TEXTO I
O poema de Antônio Carlos Brito está historicamente
inserido no período da ditadura militar no Brasil. A forma
encontrada pelo eu lírico para expressar poeticamente
esse momento demonstra que
A a ênfase na força dos militares não é afetada por
aspectos negativos, como o mau cheiro atribuído
ao general.
B a descrição quase geométrica da aparência física do
general expõe a rigidez e a racionalidade do governo.
C a constituição de dinastias ao longo da história parece
não fazer diferença no presente em que o tempo
evapora.
Disponível em: www.cefivasf.univasf.edu.br. Acesso em: 6 jun. 2013.
D a possibilidade de resistir está dada na renovação
e transformação proposta pela poesia, química que TEXTO II
desvela e repõe. Partindo do chão coletivo da comunidade rural ou
E a resistência não seria possível, uma vez que as das cidades, à medida que se impregna de um ethos
vítimas, representadas pelos pássaros, pensavam urbano — seja por migração, seja pela difusão de novos
apenas nas próprias penas. conteúdos midiáticos —, irão surgindo indivíduos que, na
área da visualidade, gerarão uma obra de feição original,
QUESTÃO 116
autoral, única. O indivíduo-sujeito recorre à memória para
Informações ao paciente — Nimesulida a construção de uma biografia, a fim de criar seu projeto
artístico, a sua identidade social.
Ação esperada do medicamento: Nimesulida FROTA, L. C. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro (século XX).
possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005.
antipiréticas.
A partir dos textos apresentados, os trabalhos que são
Cuidados de armazenamento: Nimesulida gotas deve pertinentes à criação popular caracterizam-se por
ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC),
protegido da luz. A temática nacionalista que abrange áreas regionais
amplas.
Gravidez e lactação: Informe a seu médico a B produção de obras utilizando materiais e técnicas
ocorrência de gravidez durante o tratamento ou após o tradicionais da arte acadêmica.
seu término. Informe ao médico se está amamentando.
O uso de Nimesulida não é recomendado para gestantes C ligação estrutural com a arte canônica pela exposição
e mulheres em fase de amamentação. e recepção em museus e galerias.
D abordagem peculiar da realidade e do contexto,
Cuidados de administração: Siga a orientação do seguindo criação pessoal particular.
seu médico, respeitando sempre os horários, as doses
e a duração do tratamento. Caso os sintomas não E criação de técnicas e temas comuns a determinado
melhorem em 5 dias, entre em contato com o seu médico. grupo ou região, gerando movimentos artísticos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2013 *CINZ25DOM13*
QUESTÃO 118
Músculos impossíveis e invejáveis
Claramente, nas últimas duas décadas, constituiu-se uma cultura masculina da modificação corporal. Por que não
aplaudir? Pessoalmente, levanto ferro há 35 anos e acho ótimo tanto para a saúde quanto para o humor. Então qual
é o problema?
Acontece que uma parte não negligenciável dos malhadores não encontra saúde nenhuma. Só nos Estados
Unidos, as pesquisas mostram que, para quase 1 milhão deles, a insatisfação com seu corpo deixa de ser um incentivo
e transforma-se numa obsessão doentia. Eles sofrem de uma verdadeira alteração da percepção da forma de seu
próprio corpo. Por mais que treinem, “sequem” e fiquem fortes, desenvolvem preocupações irrealistas, constantes
e angustiadas de que seu corpo seja feio, desproporcionado, miúdo ou gordo etc. Passam o tempo verificando
furtivamente o espelho. São as primeiras vítimas do uso desregrado de qualquer substância que prometa facilitar o
crescimento muscular. CALLIGARIS, C. Folha de S. Paulo, 8 fev. 2001 (fragmento).

O modelo de corpo perseguido pelos sujeitos descritos no texto possui como característica principal o(a)
A agilidade, com o intuito de realizar ações com maior performance atlética.
B equilíbrio, com o intuito de impedir oscilações ou desvios posturais.
C hipertrofia, com o intuito de ampliar o delineamento da massa corporal.
D relaxamento, com o intuito de alcançar uma sensação de satisfação, beneficiando a autoestima.
E flexibilidade, com o intuito de evitar lesões musculares e outros riscos da atividade física.

QUESTÃO 119

Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012.

As propagandas fazem uso de diferentes recursos para garantir o efeito apelativo, isto é, o convencimento do público
em relação ao que apresentam. O cartaz da campanha promovida pelo Ministério da Saúde utiliza vários recursos,
verbais e não verbais, como estratégia persuasiva, dentre os quais se destaca

A a ligação estabelecida entre as palavras “hábito” e “hemocentro”, explorando a ideia de frequência.


B a relação entre a palavra “corrente”, a imagem das pessoas de mãos dadas e a mão estendida ao leitor.
C o emprego da expressão “Um grande ato”, despertando a consciência das pessoas para o sentimento de
solidariedade.
D a apresentação da imagem de pessoas saudáveis, estratégia adequada ao público-alvo da campanha.
E a associação entre o grande número de pessoas no cartaz e o número de pessoas que precisam receber sangue
em nosso país.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM14* 2013

O sol caía sobre as marquises e a cabeça dos curiosos


QUESTÃO 120
na rua. Um senhor dizia para uma mulher passando ali:
História da máquina que faz o mundo rodar — Eles se suicidaram.
Cego, aleijado e moleque, Uma comerciária acrescentava:
Padre, doutor e soldado, — Dizem que eles se gostavam muito.
Inspetor, juiz de direito,
Comandante e delegado, — Que coisa!
Tudo, tudo joga o dinheiro Enquanto isso, o solteirão, na janela do seu
Esperando bom resultado. apartamento, vendo todos lá embaixo, mordia com sabor
a carne acesa de uma enorme goiaba.
Matuto, senhor de engenho, FERNANDES, R. O caçador. João Pessoa: UFPB, 1997 (fragmento).
Praciano e mandioqueiro,
Do agreste ao sertão TEXTO II
Todos jogam seu dinheiro Invejoso
Se um diz que é mentiroso
Outro diz que é verdadeiro. O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Na opinião do povo Por isso ele parece muito mais potente
Não tem quem possa mandar
Faça ou não faça a máquina Sua casa foi pintada recentemente
O povo tem que esperar
Por que quem joga dinheiro E quando encontra o seu colega de trabalho
Só espera mesmo é ganhar.
Só pensa em quanto deve ser o seu salário

Assim é que muitos pensam Queria ter a secretária do patrão


Que no abismo não cai Mas sua conta bancária já chegou ao chão
Que quem não for no Juazeiro
Depois de morto ainda vai, [...]
Assim também é crença
Que a dita máquina sai.
Invejoso
Quando um diz: ele não faz, Querer o que é dos outros é o seu gozo
Já outro fica zangado E fica remoendo até o osso
Dizendo: assim como Cristo
Morreu e foi ressuscitado Mas sua fruta só lhe dá o caroço
Ele também faz a máquina
E seu dinheiro é lucrado. Invejoso
CRUZ, A. F. Disponível em: www.jangadabrasil.org. Acesso em: 5 ago. 2012 (fragmento). O bem alheio é o seu desgosto
No fragmento, as escolhas lexicais remetem às Queria um palácio suntuoso
origens geográficas e sociais da literatura de cordel.
Exemplifica essa remissão o uso de palavras como Mas acabou no fundo desse poço...
ANTUNES, A. Iê Iê Iê. São Paulo: Rosa Celeste, 2009 (fragmento).
A cego, aleijado, moleque, soldado, juiz de direito.
O conto e a letra de canção abordam o mesmo tema,
B agreste, sertão, Juazeiro, matuto, senhor de engenho.
a inveja. Embora empreguem recursos linguísticos
C comandante, delegado, dinheiro, resultado, praciano. diferentes, ambos lançam mão de um mecanismo em
D mentiroso, verdadeiro, joga, ganhar. comum, que consiste em
E morto, crença, zangado, Cristo. A referir-se, em terceira pessoa, a um indivíduo
qualificado como invejoso.
QUESTÃO 121
B conferir à inveja aspectos humanos ao fazer dela
TEXTO I personagem de narrativa.
Eles se beijavam no elevador, nos corredores do C expressar o ponto de vista do invejoso por meio da
prédio. Se amavam tanto, que o vizinho solteirão da fala de uma personagem.
esquerda guardava por eles uma vermelha inveja. Uma D dissertar sobre a inveja, apresentando argumentos
tarde, sem que ninguém soubesse por que, eles se contrários e favoráveis.
enforcaram no banheiro. Houve muito tumulto, carros da E fazer uma descrição do perfil psicológico de alguém
polícia parados em frente ao edifício, as equipes de TV. caracterizado como invejoso.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2013 *CINZ25DOM15*
QUESTÃO 122

Disponível em: http://portal.rpc.com.br. Acesso em: 13 jun. 2011.

A tirinha faz referência a uma situação muito comum nas famílias brasileiras: a necessidade de estudar para o vestibular.
Buscando convencer o seu interlocutor, os personagens da tira fazem uso das seguintes estratégias argumentativas:
A Comoção e chantagem.
B Comoção e ironia.
C Intimidação e chantagem.
D Intimidação e sedução.
E Sedução e ironia.

QUESTÃO 123
Como os gêneros são históricos e muitas vezes estão ligados às tecnologias, eles permitem que surjam novidades
nesse campo, mas são novidades com algum gosto do conhecido. Observem-se as respectivas tecnologias e alguns de seus
gêneros: telegrama; telefonema; entrevista televisiva; entrevista radiofônica; roteiro cinematográfico e muitos outros
que foram surgindo com tecnologias específicas. Neste sentido, é claro que a tecnologia da computação, por oferecer uma
nova perspectiva de uso da escrita num meio eletrônico muito maleável, traz mais possibilidades de inovação.
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: www.progesp.ufba.br. Acesso em: 23 jul. 2012 (fragmento).

O avanço das tecnologias de comunicação e informação fez, nas últimas décadas, com que surgissem novos gêneros
textuais. Esses novos gêneros, contudo, não são totalmente originais, pois eles inovam em alguns pontos, mas
remetem a outros gêneros textuais preexistentes, como ocorre no seguinte caso:
A O gênero e-mail mantém características dos gêneros carta e bilhete.
B O gênero aula virtual mantém características do gênero reunião de grupo.
C O gênero bate-papo virtual mantém características do gênero conferência.
D O gênero videoconferência mantém características do gênero aula presencial.
E O gênero lista de discussão mantém características do gênero palestra.
QUESTÃO 124
O Grandescompras é um site de compras coletivas do Brasil e surgiu devido a esta nova modalidade de comércio
eletrônico que vem crescendo a cada dia no mundo, e também aqui no Brasil. As compras coletivas são a moda da
vez, e para quem ainda não conhece esse sistema, ele já é bem popular nos Estados Unidos há muito tempo, vindo
a se destacar aqui no Brasil após o início de 2010. O Grandescompras possui ofertas especiais que podem variar de
50% a 90%, de acordo com a quantidade de pessoas interessadas em adquirir o produto/serviço. Para se ter uma
ideia, existem descontos em bares, restaurantes, salões de beleza e muitos outros lugares.
Disponível em: www.noticiaki.com. Acesso em: 12 jan. 2012 (adaptado).

O advento da internet produziu mudanças no comportamento dos consumidores e nas relações de compra e venda.
Segundo o texto, a adesão dos consumidores ao site de compras coletivas pela internet está relacionada ao fato de que
A a venda eletrônica constitui um modismo característico dos dias atuais.
B o consumidor deseja realizar uma compra recorrendo a um meio fácil e seguro.
C a diminuição do preço de um produto está relacionada ao aumento de sua procura.
D os descontos em produtos exclusivos aumentam o prestígio social dos internautas.
E a compra pela internet é uma prática recorrente entre moradores de países ricos.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM16* 2013

QUESTÃO 125 QUESTÃO 127


Uma língua é um sistema social reconhecível em
diferentes variedades e nos muitos usos que as pessoas
fazem dela em múltiplas situações de comunicação. O
texto que se apresenta na variedade padrão formal da
língua é

Quando você quis eu não quis


Qdo eu quis você ñ quis
A Pensando mal quase q fui
Feliz
(Cacaso)

— Aonde é que você vai, rapaz?!


— Tá louco, bicho, vou cair fora!
B — Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de Disponível em: www.flogao.com.br. Acesso: 28 fev. 2012.
apendicite!
(Ziraldo)
Os textos relativos ao mundo do trabalho, geralmente,
são elaborados no padrão normativo da língua. No
Eu, hoje, acordei mais cedo anúncio, apesar de o enunciador ter usado uma variedade
e, azul, tive uma ideia clara. linguística não padrão, ele atinge seus propósitos
C Só existe um segredo. comunicativos porque
Tudo está na cara. A os fazendeiros podem contar com a comodidade de
(Paulo Leminski)
serem atendidos em suas fazendas.
Com deus mi deito com deus mi levanto B a parede de uma casa é um suporte eficiente para a
comigo eu calo comigo eu canto divulgação escrita de um anúncio.
D eu bato um papo eu bato um ponto C a letra de forma torna a mensagem mais clara, de
eu tomo um drink eu fico tonto. modo a facilitar a compreensão.
(Chacal) D os mecânicos especializados em máquinas pesadas
são raros na zona rural.
O tempo é um fio E o contexto e a seleção lexical permitem que se
por entre os dedos. alcance o sentido pretendido.
E Escapa o fio,
perdeu-se o tempo. QUESTÃO 128
(Henriqueta Lisboa)
O cordelista por ele mesmo

QUESTÃO 126 Aos doze anos eu era


forte, esperto e nutrido.
Vinha do Sítio de Piroca
muito alegre e divertido
vender cestos e balaios
que eu mesmo havia tecido.
Passava o dia na feira
e à tarde regressava
levando umas panelas
que minha mãe comprava
e bebendo água salgada
nas cacimbas onde passava.
BORGES, J. F. Dicionário dos sonhos e outras histórias de cordel.
Porto Alegre: LP&M, 2003 (fragmento).

Literatura de cordel é uma criação popular em verso,


cuja linguagem privilegia, tematicamente, histórias de
CAZES, H. Choro: do quintal ao Municipal. São Paulo: Editora 34, 1998.
cunho regional, lendas, fatos ocorridos para firmar certas
A foto mostra integrantes de um grupo de choro tocando crenças e ações destacadas nas sociedades locais.
instrumentos de diferentes classificações. Nessa A respeito do uso das formas variantes da linguagem no
formação, o instrumento que representa a família Brasil, o verso do fragmento que permite reconhecer uma
região brasileira é
A das madeiras é a flauta transversal.
A “muito alegre e divertido”.
B das cordas friccionadas é o bandolim.
B “Passava o dia na feira”.
C dos metais é o pandeiro. C “levando umas panelas”.
D das percussões com membrana é o afoxé. D “que minha mãe comprava”.
E das cordas percurtidas é o cavaquinho. E “nas cacimbas onde passava”.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2013 *CINZ25DOM17*
Reconhecer os diversos gêneros textuais que circulam na
QUESTÃO 129
sociedade constitui-se uma característica fundamental do
leitor competente. A análise das características presentes
Como ganhar qualquer discussão no fragmento de Um gramático contra a gramática, de
A verdade nem sempre depende de fatos — nos Gilberto Scarton, revela que o texto em questão pertence
jornais, no Congresso ou no boteco, ela é frequentemente ao seguinte gênero textual:
empacotada com táticas perversas e milenares. Conhecer A Artigo científico, uma vez que o fragmento contém
essas técnicas é um bom jeito de se defender contra elas título, nome completo do autor, além de ter sido
(e fazer a sua opinião prevalecer). redigido em uma linguagem clara e objetiva.
1. Capte a benevolência — Siga a dica da retórica B Relatório, pois o fragmento em questão apresenta
romana (captatio benevolentiae) e adule o interlocutor. informações sobre o autor, bem como descreve com
2. Exagere o argumento do adversário — É a detalhes o conteúdo da obra original.
“técnica do espantalho”, também chamada de ampliação
indevida pelo filósofo Arthur Schopenhauer. C Resenha, porque além de apresentar características
3. Entre na onda — Concorde com parte dos estruturais da obra original, o texto traz ainda o
argumentos do outro para, a partir daí, traçar a própria posicionamento crítico do autor do fragmento.
conclusão. D Texto publicitário, pois o fragmento apresenta dados
Outras dicas do mal: essenciais para a promoção da obra original, como
informações sobre o autor e o conteúdo.
• Mantenha a calma (o tom de fala vale mais que bons E Resumo, visto que, no fragmento, encontram-se
argumentos). informações detalhadas sobre o currículo do autor e
• Invalide as opiniões do adversário, desqualificando-o sobre o conteúdo da obra original.
sem questioná-lo.
• Repita o argumento do outro, mas agora a seu favor.
QUESTÃO 131
• Revele que está usando uma tática para ganhar a
discussão (aproveite para fingir que você venceu). Para as pessoas que estudam a inserção das
NARLOCH, L. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento). tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na
sociedade, não é suficiente dar acesso ao hardware (com
O fragmento, retirado de uma revista de divulgação
softwares instalados). Deve-se, também, disponibilizar
científica, constrói-se em tom de humor, a partir de
recursos físicos, digitais, humanos e sociais. Além disso,
uma linguagem lúdica e despojada. O apelo a esse
deve-se considerar conteúdo, linguagem, alfabetização e
recurso expressivo é adequado para essa situação
educação, comunidade e estrutura institucional, para se
comunicativa, porque
permitir o acesso significativo às tecnologias digitais.
A converge para a subjetividade, característica desse Por acesso significativo, entende-se não só a possibilidade
tipo de periódico. de manejo do computador, de suas ferramentas e do
B segue parâmetros textuais semelhantes aos das acesso à internet, mas, sobretudo, a capacidade de
publicações científicas. utilizar esses conhecimentos para o acesso a conteúdos
que tenham influência direta para a melhoria da qualidade
C confirma o próprio periódico como meio de de vida da pessoa, de seu grupo e de sua comunidade.
comunicação de massa.
WARSCHAUER, M. Tecnologia e inclusão social: a exclusão digital em debate.
D atende a um leitor interessado em expandir São Paulo: Senac, 2006.
conhecimento teórico.
O uso significativo dos recursos ligados às tecnologias
E contraria o uso previsto para o registro formal da da informação e da comunicação faz-se presente na
língua portuguesa. hipótese de
QUESTÃO 130 A distribuição de laptops aos alunos para que possam
Um gramático contra a gramática registrar o conteúdo passado em sala de aula em
meio digital, diminuindo, assim, o tempo gasto com
O gramático Celso Pedro Luft era formado em atividades feitas em papel.
Letras Clássicas e Vernácula pela PUCRS e fez curso
B criação de uma rádio web escolar com programas
de especialização em Portugal. Foi professor na UFRGS
gravados, editados e organizados pelos alunos e
e na Faculdade Porto-Alegrense de Ciências e Letras.
professores, com utilização de mídias como gravador
Suas obras mais relevantes são: Gramática resumida, de som, computador e internet.
Moderna gramática brasileira, Dicionário gramatical
da língua portuguesa, Novo manual de português, C inserção, na grade curricular do ensino médio, de
Minidicionário Luft, Língua e liberdade e O romance disciplina que tenha o objetivo de ensinar o uso de
das palavras. Na obra Língua e liberdade, Luft traz um aplicativos de edição de texto, planilhas eletrônicas,
conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida navegadores, editores de imagem etc.
no ensino da língua materna, por combater, de forma D liberação do uso dos laboratórios de informática em
veemente, o ensino da gramática em sala de aula. horários extraclasse para que os alunos possam
Nos seis pequenos capítulos que integram a obra, o utilizar as tecnologias da forma que precisarem.
gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma E incentivo ao uso da internet para realização de
tecla — uma variação sobre o mesmo tema: a maneira pesquisas escolares, pela grande quantidade de
tradicional e errada de ensinar a língua materna. fontes e imagens que poderão enriquecer os trabalhos
SCARTON, G. Disponível em: www.portugues.com.br. Acesso em: 26 out. 2011 (fragmento). dos alunos.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM18* 2013

QUESTÃO 132 QUESTÃO 134


Pesquisa da Faculdade de Educação da USP mostrou A DOSE DO PERIGO
que quase metade dos alunos que ingressam nos cursos Os principais resultados da pesquisa
de licenciatura em Física e Matemática da universidade realizada pelo Ibope em maio passado,
não estão dispostos a tornar-se professores. O detalhe com 1 008 adolescentes, 321 pais de
inquietante é que licenciaturas foram criadas exatamente adolescentes e 1 204 adultos de todo
para formar docentes. o estado de São Paulo
A dificuldade é que, se os estudantes não querem 13 anos
virar professores, fica difícil conseguir bons profissionais. é a idade com que atualmente os
Resolver essa encrenca é o desafio. Salários são adolescentes, começam a beber
por certo uma parte importante do problema, mas outros Na década de 90, a iniciação ocorria
elementos, como estabilidade na carreira e prestígio por volta dos 18 anos
social, também influem.
SCHWARTSMAN, H. Folha de S. Paulo, 13 out. 2012. Aos 14 anos,
o consumo de álcool torna-se um
Identificar o gênero do texto é um passo importante na hábito
caminhada interpretativa do leitor. Para isso, é preciso
observar elementos ligados à sua produção e recepção. Na década de 90, isso só ocorria por
volta dos 21 anos
Reconhece-se que esse texto pertence ao gênero artigo Veja, São Paulo, 10 ago. 2011 (adaptado).
de opinião devido ao(à)
Os resultados da pesquisa realizada a respeito do consumo
A suporte do texto: um jornal de grande circulação. de álcool por adolescentes chamam a atenção para
B lugar atribuído ao leitor: interessados no magistério. A os efeitos maléficos do álcool nos adolescentes.
C tema tratado: o problema da escassez de professores. B o consumo exagerado de álcool entre adolescentes.
D função do gênero: refletir sobre a falta de professores. C o risco do consumo de álcool cada vez mais precoce.
E linguagem empregada pelo autor: formal e denotativa. D a problemática do consumo de álcool na década de 1990.
E a diferença de comportamento entre adolescentes e
QUESTÃO 133 adultos.
QUESTÃO 135
Meu povo, meu poema
Meu povo e meu poema crescem juntos
Como cresce no fruto
A árvore nova
No povo meu poema vai nascendo
Como no canavial
Nasce verde o açúcar
No povo meu poema está maduro
Como o sol
Na garganta do futuro
Meu povo em meu poema
Se reflete
Como espiga se funde em terra fértil
Ao povo seu poema aqui devolvo
Menos como quem canta
Do que planta
Época, São Paulo, n. 698, 3 out. 2011.
FERREIRA GULLAR. Toda poesia. José Olympio: Rio de Janeiro, 2000.
Os anúncios publicitários, em geral, utilizam as linguagens
verbal e não verbal com a intenção de influenciar O texto Meu povo, meu poema, de Ferreira Gullar, foi
comportamentos. Os recursos linguísticos e imagéticos escrito na década de 1970. Nele, o diálogo com o contexto
presentes na propaganda da ABP convergem para sociopolítico em que se insere expressa uma voz poética que
A reforçar o caráter informativo do anúncio sobre a A precisa do povo para produzir seu texto, mas se
realização do evento de publicidade. esquiva de enfrentar as desigualdades sociais.
B mostrar que ideias ruins ou mal elaboradas também B dilui a importância das contingências políticas e
podem causar algum tipo de poluição. sociais na construção de seu universo poético.
C definir os critérios para a participação no Festival C associa o engajamento político à grandeza do fazer
Brasileiro de Publicidade de 2011. poético, fator de superação da alienação do povo.
D comparar a poluição ocasionada por ideias ruins e a D afirma que a poesia depende do povo, mas esse nem
originada pela ação humana. sempre vê a importância daquela nas lutas de classe.
E estimular os publicitários a se inscreverem no Festival E reconhece, na identidade entre o povo e a poesia,
Brasileiro de Publicidade de 2011. uma etapa de seu fortalecimento humano e social.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2ª APLICAÇÃO
GABARITO PROVA 2013 2° DIA
CADERNO 6 – CINZA
LINGUAGENS E CÓDIGOS MATEMÁ
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNO
GABARITOS QUESTÕES
QUESTÕES
INGLÊS ESPANHOL 136
91 E E 137
92 A A 138
93 D A 139
94 B E 140
95 A E 141
96 A 142
97 C 143
98 B 144
99 C 145
100 D 146
101 A 147
102 E 148
103 D 149
104 A 150
105 B 151
106 B 152
107 D 153
108 B 154
109 B 155
110 E 156
111 A 157
112 A 158
113 C 159
114 E 160
115 C 161
116 C 162
117 B 163
118 E 164
119 A 165
120 D 166
121 E 167
122 B 168
123 C 169
124 E 170
125 B 171
126 B 172
127 B 173
128 A 174
129 C 175
130 C 176
131 E 177
132 C 178
133 D 179
134 A 180
135 C

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM6* PROVA ENEM 2014 2014

QUESTÃO 95 (VWDLQÀXrQFLDWDPEpPpGHYLGDDRIDWRGHDPHPyULD
humana, segundo estudos da psicologia cognitiva,
Retomando la inquietud propia y de tanta gente compreender e reter melhor as informações organizadas,
contraria a la denominación racista y xenófoba “Día de especialmente em diagramas e em mapas conceituais
la Raza” usada para el feriado 12 de octubre, donde se manipuláveis. Por isso, imagina-se que o hipertexto deva
recuerda el arribo de los primeros europeos a tierras favorecer o domínio mais rápido e fácil das informações,
posteriormente nombradas América, reforzamos la em contraponto a um audiovisual tradicional, por exemplo.
idea sumando agrupaciones e independientes de la Disponível em: vsites.unb.br. Acesso em: 1 ago. 2012.
militancia ciudadana motivados por lo mismo. Puede
parecer menor, pero un nombre dice mucho. Es un O texto informa como as interfaces são reaproveitadas
símbolo, una representación, un código que resume SHOR KLSHUWH[WR YLUWXDO LQÀXHQFLDQGR DV WHFQRORJLDV GH
LQ¿QLGDGGHFRVDVGHVGHORREMHWLYR\GHVGHORVXEMHWLYR informação e comunicação. De acordo com o texto, qual
Y lamentablemente no hubo “descubrimiento” sino pD¿QDOLGDGHGRXVRGRKLSHUWH[WRTXDQWRjDEVRUomRH
despojo y apropiación. No hubo “encuentro” sino saqueo manipulação das informações?
y masacre. La propuesta es que la sociedad uruguaya A Mesclar antigas interfaces com mecanismos virtuais.
logre una frase sustantiva que guarde memoria de los
hechos, apostando a un presente y futuro fraternal B Auxiliar os estudos de psicologia cognitiva com base
e igualitario, y a una convivencia sin hegemonías ni nos hipertextos.
predominios culturales aunque así haya sido el origen C Amparar a pesquisa de mapas e diagramas
de nuestra historia. UHODFLRQDGRVjFDUWRJUD¿D
ANDRADE, S. No más Día de la Raza. América Latina en movimiento. Disponível em: D Salientar a importância das tecnologias de informação
http://alainet.org. Acesso em: 22 fev. 2012 (adaptado). e comunicação.
Com a expressão Día de la Raza ID]VH UHIHUrQFLD j E Ajudar na apreensão das informações de modo mais
chegada dos primeiros europeus em território americano H¿FD]HIDFLOLWDGR
e denomina-se a comemoração desse dia. A autora do
WH[WR VXJHUH R ¿P GHVVD GHQRPLQDomR QR 8UXJXDL QUESTÃO 97
acreditando que
Liberada, judoca árabe faz história nos Jogos
A a nomenclatura adotada será esquecida, porque é de Olímpicos de Londres
conhecimento geral que não houve descoberta. Aos 16 anos de idade, a judoca Wojdan Ali Seraj
B a reivindicação convencerá outros grupos e adeptos, Shaherkani, da categoria pesado (acima de 78 kg), fez
porque muitos desconhecem esse nome. história nos Jogos Olímpicos de Londres. Ela se tornou a
C D VRFLHGDGH GHYH HQFRQWUDU XPD IUDVH VLJQL¿FDWLYD primeira mulher da Arábia Saudita a disputar uma Olimpíada.
para a preservação da lembrança dos fatos. Isso depois de superar não só o preconceito em seu país
como também o quase veto da Federação Internacional de
D o convívio permitirá o esquecimento dos massacres,
Judô (FIJ), que não queria permitir que a atleta competisse
porque não houve encontro no passado.
vestindo o hijab, o tradicional véu islâmico.
E o presente e o futuro são e serão fraternais e
igualitários para o estímulo do predomínio cultural.

QUESTÃO 96

Interfaces
Um dos mais importantes componentes do hipertexto
é a sua interface. As interfaces permitem a visualização
do conteúdo, determinam o tipo de interação que se
estabelece entre as pessoas e a informação, direcionando
sua escolha e o acesso ao conteúdo.
O hipertexto retoma e transforma antigas interfaces
GDHVFULWD DQRomRGHLQWHUIDFHQmRGHYHVHUOLPLWDGDjV
técnicas de comunicação contemporânea). Constitui-se,
na verdade, em uma poderosa rede de interfaces que se Disponível em: www.lancenet.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado).

conectam a partir de princípios básicos e que permitem No âmbito do esporte de alto rendimento, o uso do véu
uma “interação amigável”. pela lutadora saudita durante os Jogos Olímpicos de
As particularidades do hipertexto virtual, como sua Londres 2012 representa o(a)
dinamicidade e seus aspectos multimidiáticos, devem- A GHVFXPSULPHQWRGDUHJUDR¿FLDOGRMXG{
VH DR VHX VXSRUWH yWLFR PDJQpWLFR GLJLWDO H j VXD B risco para a integridade física das atletas adversárias.
LQWHUIDFH DPLJiYHO $ LQÀXrQFLD GR KLSHUWH[WR p WDQWD
TXH DV UHSUHVHQWDo}HV GH WLSR FDUWRJUi¿FR JDQKDP C vantagem para a atleta saudita na competição de judô.
cada vez mais importância nas tecnologias intelectuais D LQÀXrQFLDGHDVSHFWRVFXOWXUDLVHUHOLJLRVRVQRHVSRUWH
de suporte informático. E GL¿FXOGDGHGDPXOKHULVOkPLFDSDUDYHQFHUSUHFRQFHLWRV
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2014 *CINZ25DOM7*
QUESTÃO 98 QUESTÃO 100

Soneto
Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!

E que doido que eu fui! como eu pensava


Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!

Embora — é meu destino. Em treva densa


'HQWURGRSHLWRDH[LVWrQFLD¿QGD
Pressinto a morte na fatal doença!

$PLPDVROLGmRGDQRLWHLQ¿QGD
Possa dormir o trovador sem crença. Giocondas gêmeas
Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!
A existência de uma segunda pintura da Mona Lisa
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
— a Gioconda GH /HRQDUGR GD 9LQFL ² IRL FRQ¿UPDGD
A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década pelo Museu do Prado, em Madri, em fevereiro. O quadro
de 1850, período conhecido na literatura brasileira como era conhecido desde o século XVIII, mas tido como uma
Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da reprodução tardia do original. Um trabalho de restauração
H[DFHUEDomRURPkQWLFDLGHQWL¿FDVHFRPR D revelou que seu fundo de cor negra na verdade recobria
A amor materno, que surge como possibilidade de a reprodução de uma típica paisagem da Toscana,
salvação para o eu lírico. FRPR D SLQWDGD SRU 'D 9LQFL 5DGLRJUD¿DV PRVWUDUDP
B VDXGRVLVPR GD LQIkQFLD LQGLFDGR SHOD PHQomR jV que a tela é irmã gêmea do original, provavelmente
¿JXUDVGDPmHHGDLUPm pintada por discípulos do mestre, sob supervisão de
C construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas 'D9LQFLQRVHXDWHOLrGH)ORUHQoDHQWUHH
com aparência melancólica. Os dois quadros serão, agora, expostos no Louvre.
D presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo +i HQWUHWDQWR GLIHUHQoDV D ÀRUHQWLQD /LVD *KHUDUGLQL
seu desejo de dormir. (Mona Lisa), aparentemente na meia-idade, parece mais
moça na nova tela. O manto sobre o ombro esquerdo
E ¿[DomRGRHXOtULFRSHODLGHLDGDPRUWHRTXHROHYDD
do quadro original surge como um véu transparente, e o
sentir um tormento constante.
decote aparece com mais nitidez. A descoberta reforça
QUESTÃO 99 a tese de estudiosos, como o inglês Martin Kemp, de
que assistentes de Da Vinci ajudaram na composição de
Ave a raiva desta noite telas importantes do mestre.
A baita lasca fúria abrupta
Revista Planeta, ano 40, ed. 474, mar. 2012.
Louca besta vaca solta
Ruiva luz que contra o dia Para cumprir sua função social, o gênero notícia precisa
Tanto e tarde madrugada. divulgar informações novas. No texto Giocondas gêmeas,
LEMINSKI, P. Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 2002 (fragmento). DOpPGHVHUFRQ¿UPDGDDH[LVWrQFLDGHXPDWHODJrPHD
de Mona Lisa e de serem destacadas as diferenças entre
No texto de Leminski, a linguagem produz efeitos sonoros
elas, o valor informativo do texto está centrado na
e jogos de imagens. Esses jogos caracterizam a função
poética da linguagem, pois A D¿UPDomRGHTXHDGioconda genuína estava na fase
da meia-idade.
A objetivam convencer o leitor a praticar uma
determinada ação. B revelação da identidade da mulher pintada por
B transmitem informações, visando levar o leitor a Da Vinci, a florentina Lisa Gherardini.
adotar um determinado comportamento. C consideração de que as produções artísticas de
C visam provocar ruídos para chamar a atenção do Da Vinci datam do período renascentista.
leitor. D descrição do fato de que a tela original mostra um
D apresentam uma discussão sobre a própria linguagem, manto sobre o ombro esquerdo da personagem.
explicando o sentido das palavras. E confirmação da hipótese de que Da Vinci teve
E representam um uso artístico da linguagem, com o assistentes que o auxiliaram em algumas de
objetivo de provocar prazer estético no leitor. suas obras.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM8* 2014

QUESTÃO 101 QUESTÃO 103

Saiba impedir que os cavalos de troia abram a O veneno do bem


guarda de seu computador
Imagine que você cortou o rosto e, em vez de dar
A lenda da Guerra de Troia conta que gregos pontos, o seu médico passa uma supercola feita de
FRQVHJXLUDPHQWUDUQDFLGDGHFDPXÀDGRVHPXPFDYDOR sangue de boi e veneno de cascavel. Isso pode mesmo
e, então, abriram as portas da cidade para mais guerreiros acontecer. Mas não se assuste. A história moderna das
entrarem e vencerem a batalha. Silencioso, o cavalo de serpentes não tem nada a ver com o medo ancestral
troia é um programa malicioso que abre as portas do que inspiram. Para a ciência, elas guardam produtos
computador a um invasor, que pode utilizar como quiser o utilíssimos nas glândulas letais. O mais recente é uma
privilégio de estar dentro de uma máquina. Esse malware cola de pele genuinamente brasileira, que, segundo os
p LQVWDODGR HP XP FRPSXWDGRU GH IRUPD FDPXÀDGD testes já feitos, dá uma cicatrização perfeita.
sempre com o “consentimento” do usuário. A explicação
é que essa praga está dentro de um arquivo que parece $ GHVFREHUWD SHUWHQFH j HTXLSH GR SURIHVVRU
ser útil, como um programa ou proteção de tela — que, Benedito Barraviera, da Universidade Estadual
ao ser executado, abre caminho para o cavalo de troia. Paulista, em Botucatu. E não é a primeira feita no
A intenção da maioria dos cavalos de troia (trojans) não é Brasil. Nos anos 1960, o médico Sérgio Ferreira, atual
contaminar arquivos ou hardwares. Atualmente, o objetivo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da
principal dos cavalos de troia é roubar informações de Ciência, descobriu na jararaca uma molécula que em
uma máquina. O programa destrói ou altera dados com 1977 virou remédio contra a hipertensão.
intenção maliciosa, causando problemas ao computador Disponível em: www.super.abril.com.br. Acesso em: 2 mar. 2012 (fragmento).
RXXWLOL]DQGRRSDUD¿QVFULPLQRVRVFRPRHQYLDUspams.
A primeira regra para evitar a entrada dos cavalos de troia Nos diferentes textos, pode-se inferir, entre outras
é: não abra arquivos de procedência duvidosa. informações, quais são os objetivos de seu produtor e
quem é seu público-alvo. No trecho, para aproximar-se
Disponível em: http://idgnow.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).
do interlocutor, o autor
Cavalo de troia é considerado um malware que
invade computadores, com intenção maliciosa. Pelas A emprega uma linguagem técnica de domínio do leitor.
informações apresentadas no texto, depreende-se que a B enfatiza informações importantes para a vida do leitor.
¿QDOLGDGHGHVVHSURJUDPDp C introduz o tema antecipando possíveis reações do
A roubar informações ou alterar dados de arquivos de leitor.
procedência duvidosa. D explora um tema sobre o qual o leitor tem reconhecido
B inserir senhas para enviar spams, através de um interesse.
rastreamento no computador.
E apresenta ao leitor, de forma minuciosa, a descoberta
C rastrear e investigar dados do computador sem o dos médicos.
conhecimento do usuário.
D induzir o usuário a fazer uso criminoso e malicioso de QUESTÃO 104
seu computador.
E usurpar dados do computador, mediante sua 2V HVSRUWHV SRGHP VHU FODVVL¿FDGRV OHYDQGRVH
execução pelo usuário. em consideração diversos critérios, como a quantidade
de competidores, a relação com os companheiros de
QUESTÃO 102 equipe, a interação com o adversário, o ambiente, o
desempenho comparado e os objetivos táticos da ação.
Abrimos o Brasil a todo o mundo: mas queremos que
o Brasil seja Brasil! Queremos conservar a nossa raça, Os chamados esportes de invasão ou territoriais são
a nossa história, e, principalmente, a nossa língua, que aqueles nos quais os competidores entram no setor
é toda a nossa vida, o nosso sangue, a nossa alma, a defendido pelo adversário, objetivando atingir a meta
nossa religião. contrária para pontuar, além de se preocupar em proteger
BILAC, O. Últimas conferências e discursos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1927. simultaneamente a sua própria meta.
Nesse trecho, Olavo Bilac manifesta seu engajamento GONZALEZ, F. J. Revista Digital, Buenos Aires, n. 71, abr. 2004 (adaptado).

na constituição da identidade nacional e linguística, São exemplos de esportes de invasão ou territoriais:


ressaltando a
A +DQGHEROEDVTXHWHEROIXWHEROHYROHLERO
A transformação da cultura brasileira.
B Rúgbi, futsal, natação e futebol americano.
B religiosidade do povo brasileiro.
C abertura do Brasil para a democracia. C Tênis de mesa, vôlei de praia, badminton e futevôlei.
D importância comercial do Brasil. D Basquetebol, handebol, futebol e futsal.
E autorreferência do povo como brasileiro. E Ginástica olímpica, beisebol, judô e tae kwon do.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2014 *CINZ25DOM9*
QUESTÃO 105 QUESTÃO 106

Futebol de rua
Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio.
Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do
que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de
rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o
Maracanã em jogo noturno. Se você é brasileiro e criado
1
Nada de pegar namorada do amigo.
No máximo, pegue uma carona com ela. em cidade, sabe do que eu estou falando. Futebol de rua
é tão humilde que chama pelada de senhora.
Já pegou uma ou duas
2 ou três cervejas?
Então pegue um táxi.
Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia,
botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam
mais ou menos assim:
3 Pegar carona com a gatinha que não bebeu
pega muito bem.
'2&$032²2FDPSRSRGHVHUVyDWpR¿RGDFDOoDGD
calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e — nos
4 Pegou no copo,
não pegue na direção.
clássicos — o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar-se
só no meio da rua.

5 Pega muito mal exagerar na bebida. DA DURAÇÃO DO JOGO — Até a mãe chamar ou
escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até
alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.
6
Pro bicho não pegar, pegue táxi, ônibus
ou carona. Só não pegue no volante
depois de beber. DA FORMAÇÃO DOS TIMES — O número de jogadores
em cada equipe varia, de um a setenta para cada lado.

´ DO JUIZ — Não tem juiz.


DO INTERVALO PARA DESCANSO — Você deve estar
brincando.
VERISSIMO, L. F. In: Para gostar de ler: crônicas 6. São Paulo: Ática, 2002 (fragmento).
Disponível em: http://blog.planalto.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012.

Anúncios publicitários geralmente fazem uso de Nesse trecho de crônica, o autor estabelece a seguinte
elementos verbais e não verbais. Nessa peça publicitária, UHODomRHQWUHRIXWHEROGHUXDHRIXWHEROR¿FLDO
a imagem, que simula um manual, e o texto verbal, A As regras do futebol de rua descaracterizam o futebol
TXH ID] XVR GH XPD YDULHGDGH GH OtQJXD HVSHFt¿FD de campo, uma vez que entre as duas práticas não
combinados, pretendem há similaridades.
A fazer a gradação de comportamentos e de atitudes em B As condições materiais do futebol de rua impedem
termos da gravidade de efeitos da bebida alcoólica. o envolvimento das pessoas e o caráter prazeroso
B aconselhar o leitor da peça publicitária a não “pegar” desta prática.
a namorada do amigo para o “bicho não pegar”. C O futebol de rua expressa a possibilidade de autoria
C promover a mudança de comportamento dos jovens das pessoas para a prática de esporte e de lazer.
HPUHODomRDRFRQVXPRGRiOFRROHjGLUHomR D O futebol de rua é necessariamente um futebol de
D demonstrar que a viagem de ônibus ou de táxi é mais PHQRUYDORUHLPSRUWkQFLDHPUHODomRDRIXWHEROR¿FLDO
segura, independentemente do consumo de álcool. E A ausência de regras formalizadas no futebol de rua
E incentivar a prática da carona em carros de motoristas faz com que o jogo seja desonesto em comparação
do sexo feminino. FRPRIXWHEROR¿FLDO

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM10* 2014

QUESTÃO 107 No gênero crônica, Machado de Assis legou inestimável


contribuição para o conhecimento do contexto social
O termo Foco equivale ao ponto de concentração
de seu tempo e seus hábitos culturais. O fragmento
do ator. O nível de concentração é determinado pelo
destacado comprova que o escritor avalia o(a)
envolvimento com o problema a ser solucionado.
Tomemos o exemplo do jogo teatral Cabo de Guerra: A manipulação inconsequente dos remédios pela
o Foco desse jogo reside em dar realidade ao objeto, população.
que nesse caso é a corda imaginária. A dupla de B uso de animais em testes com remédios
jogadores no palco mobiliza toda sua atenção desconhecidos.
H HQHUJLD SDUD GDU UHDOLGDGH j FRUGD 4XDQGR D C IDWR GH DV GURJDV PDQLSXODGDV QmR WHUHP H¿FiFLD
concentração é plena, a dupla sai do jogo com toda garantida.
evidência de ter realmente jogado o Cabo de Guerra
— sem fôlego, com dor nos músculos do braço etc. D hábito coletivo de experimentar drogas com objetivos
A plateia observa em função do Foco. terapêuticos.
KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1990.
E ausência de normas jurídicas para regulamentar a
venda nas boticas.
De acordo com o texto, a autora argumenta que o uso
do foco da cena teatral permite QUESTÃO 109
A transformar um objeto imaginário em um objeto
Mães
concreto, produzindo sobre o espectador uma
VHQVDomR LJXDO j TXH HOH WHULD HP XP HVSHWiFXOR Triste, mas verdadeira, a constatação de Jairo
de mágica. Marques — colunista que tem um talento raro — em seu
B produzir sobre a plateia, por meio do envolvimento WH[WR³(DPmH¿FRXYHOKLQKD´ ³&RWLGLDQR´RQWHP 
dos atores, imagens e/ou situações capazes de ativar Aqueles que percebem que a mãe envelheceu
seu imaginário e seu conhecimento de mundo. sempre têm atitudes diversas. Ou não a procuram mais,
C provocar efeito físico no ator, o que lhe confere porque essa é uma forma de negar que um dia perderão
a certeza de que seu corpo foi trabalhado o amparo materno, ou resolvem estar ao lado dela o
adequadamente para a produção da cena. maior tempo possível, pois têm medo de perdê-la sem ter
D acionar no ator a atenção a múltiplas ações que retribuído plenamente o amor que receberam.
ocorrem concomitantemente, tornando-o mais Leonor Souza (São Paulo, SP) — Painel do Leitor. Folha de S. Paulo, 29 fev. 2012.

disponível para a atuação em cena. Os gêneros textuais desempenham uma função social
E determinar uma única leitura da ação proposta, HVSHFt¿FDHPGHWHUPLQDGDVVLWXDo}HVGHXVRGDOtQJXD
explicitando qual entendimento o espectador deve em que os envolvidos na interação verbal têm um objetivo
ter da cena. comunicativo. Considerando as características do gênero,
a análise do texto Mães revela que sua função é
QUESTÃO 108
A ensinar sobre os cuidados que se deve ter com as
O Jornal do Commércio deu um brado esta semana mães, especialmente na velhice.
contra as casas que vendem drogas para curar a gente, B LQÀXHQFLDURkQLPRGDVSHVVRDVOHYDQGRDVDTXHUHU
DFXVDQGRDV GH DV YHQGHU SDUD RXWURV ¿QV PHQRV agir segundo um modelo sugerido.
humanos. Citou os envenenamentos que tem havido
na cidade, mas esqueceu de dizer, ou não acentuou C informar sobre os idosos e sobre seus sentimentos e
bem, que são produzidos por engano das pessoas que necessidades.
manipulam os remédios. Um pouco mais de cuidado, D avaliar matéria publicada em edição anterior de jornal
um pouco menos de distração ou de ignorância, evitarão ou de revista.
males futuros. Mas todo ofício tem uma aprendizagem, e E apresentar nova publicação, visando divulgá-la para
não há benefício humano que não custe mais ou menos leitores de jornal.
duras agonias. Cães, coelhos e outros animais são
vítimas de estudos que lhes não aproveitam, e sim aos
homens; por que não serão alguns destes, vítimas do
que há de aproveitar aos contemporâneos e vindouros?
+i XP DUJXPHQWR TXH GHVID] HP SDUWH WRGRV HVVHV
DWDTXHVjVERWLFDVpTXHRKRPHPpHPVLPHVPRXP
laboratório. Que fundamento jurídico haverá para impedir
que eu manipule e venda duas drogas perigosas? Se elas
matarem, o prejudicado que exija de mim a indenização
que entender; se não matarem, nem curarem, é um
DFLGHQWHHXPERPDFLGHQWHSRUTXHDYLGD¿FD
ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1967 (fragmento).

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2014 *CINZ25DOM11*
QUESTÃO 110 QUESTÃO 111

TEXTO I A leitura nos tempos do e-book


Não é só nas bibliotecas e livrarias que se encerra
R FRQKHFLPHQWR $ LQWHUQHW SRU PHLR GH VHX LQ¿QLWR
conteúdo, e através de sites como Domínio Público e
muitos outros similares, demonstra as transformações
ocorridas na disponibilização de obras literárias ou
de todas as outras áreas. Sites, como o citado acima,
contêm arquivos com textos digitalizados dos mais
variados autores, dos clássicos aos contemporâneos.
Antes, esse conteúdo todo só seria passível de consulta
em suporte material. O suporte virtual, também conhecido
como e-book, é, digamos, semimaterial, pois nos põe em
contato com o texto através do computador, mas não nos
põe o livro nas mãos, a não ser que queiramos imprimir
o texto digital.
Nossa geração passa por um período de transição
lento que transformará profundamente o hábito da leitura.
Paradoxalmente, a alta velocidade com que se proliferam
as informações faz com que também seja aumentada a
nossa velocidade de captação dessas informações, ou
VHMD DRV SRXFRV H GH PRGR JHUDO D OHLWXUD YDL ¿FDQGR
BANKSY. Disponível em: www.banksy.co.uk. Acesso em: 4 ago. 2012.
FDGD YH] PDLV IUDJPHQWDGD ,VVR Mi DSUHVHQWD UHÀH[RV
TEXTO II no modo como lemos os diversos textos contidos em
Só Deus pode me julgar revistas, jornais ou internet, e igualmente na produção
Soldado da guerra a favor da justiça literária contemporânea.
,JXDOGDGHSRUDTXLpFRLVD¿FWtFLD Disponível em: www.tecnosapiens.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).
Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo
Mas tenta me imitar se olhando no espelho A criação dos e-books oferece vantagens e facilidades
Preconceito sem conceito que apodrece a nação SDUD D OHLWXUD 1R WH[WR UHVVDOWDVH D LQÀXrQFLD GHVVH
Filhos do descaso mesmo pós-abolição meio virtual, sobretudo no contexto atual, pois
A as livrarias e bibliotecas estão se tornando lugares
MV BILL. Declaração de guerra. Manaus:BMG, 2002 (fragmento).

O trecho do rap H R JUD¿WH HYLGHQFLDP R SDSHO VRFLDO pouco atrativos para os leitores, uma vez que os livros
das manifestações artísticas e provocam a impressos estão em desuso.
B a semimaterialidade dos e-books garante maior
A consciência do público sobre as razões da interação entre o leitor e o texto.
desigualdade social.
C os e-books possibilitam maior difusão da leitura,
B UHMHLomRGRS~EOLFRDOYRjVLWXDomRUHSUHVHQWDGDQDV tendo em vista a velocidade e a dinamicidade da
obras. informação.
C UHÀH[mRFRQWUDDLQGLIHUHQoDQDVUHODo}HVVRFLDLVGH D DV REUDV FOiVVLFDV H FRQWHPSRUkQHDV ¿FDUDP
forma contundente. JUDWXLWDVGHYLGRjVGLJLWDOL]Do}HVSURSLFLDGDVFRPR
D ideia de que a igualdade é atingida por meio da surgimento da internet.
violência. E a velocidade de proliferação e captação de
E mobilização do público contra o preconceito racial em informações transforma a leitura fragmentada em
contextos diferentes. XPDVROXomRSDUDRDFHVVRjVREUDV

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM12* 2014

QUESTÃO 112 O uso da expressão “ainda assim” presente nesse texto


WHPFRPR¿QDOLGDGH
Evocação do Recife
A criticar o teor das informações fatuais até ali
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros veiculadas.
Vinha da boca do povo na língua errada do povo B questionar a validade das ideias apresentadas
Língua certa do povo anteriormente.
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil C comprovar a veracidade das informações expressas
Ao passo que nós anteriormente.
O que fazemos D introduzir argumentos que reforçam o que foi dito
anteriormente.
É macaquear
E enfatizar o contrassenso entre o que é dito antes e o
A sintaxe lusíada… que vem em seguida.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. QUESTÃO 114
Segundo o poema de Manuel Bandeira, as variações Cena
linguísticas originárias das classes populares devem ser
O canivete voou
A satirizadas, pois as várias formas de se falar o
E o negro comprado na cadeia
português no Brasil ferem a língua portuguesa
autêntica. Estatelou de costas
E bateu coa cabeça na pedra
B questionadas, pois o povo brasileiro esquece a
sintaxe da língua portuguesa. ANDRADE, O. Pau-brasil. São Paulo: Globo, 2001.

C subestimadas, pois o português “gostoso” de Portugal O Modernismo representou uma ruptura com os
deve ser a referência de correção linguística. padrões formais e temáticos até então vigentes na
literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o que
D reconhecidas, pois a formação cultural brasileira é
caracteriza o poema Cena como modernista é o(a)
garantida por meio da fala do povo.
E reelaboradas, pois o povo “macaqueia” a língua A construção linguística por meio de neologismo.
portuguesa original. B estabelecimento de um campo semântico inusitado.
C FRQ¿JXUDomR GH XP VHQWLPHQWDOLVPR FRQFLVR H
QUESTÃO 113 irônico.
D subversão de lugares-comuns tradicionais.
Miss Universo: “As pessoas racistas devem procurar
E uso da técnica de montagem de imagens justapostas.
ajuda”
SÃO PAULO — Leila Lopes, de 25 anos, não é a QUESTÃO 115
primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. Se observarmos o maxixe brasileiro, a beguine da
A primazia coube a Janelle “Penny” Commissiong, de Martinica, o danzón de Santiago de Cuba e o ragtime
Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. norte-americano, vemos que todos são adaptações
Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, da polca. A diferença de resultado se deve ao sotaque
LQHUHQWH j P~VLFD GH FDGD FRORQL]DGRU SRUWXJXrV
em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de Trinidad e espanhol, francês e inglês) e, em alguns casos, a uma
Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, PDLRULQÀXrQFLDGDP~VLFDUHOLJLRVD
em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes, que foi a &$=(6+ChoroGRTXLQWDODR0XQLFLSDO6mR3DXOR(GLWRUD DGDSWDGR 
SULPHLUD QHJUD D VH HOHJHU 0LVV %UDVLO ¿FRX HP VH[WR
$OpPGRVRWDTXHLQHUHQWHjP~VLFDGHFDGDFRORQL]DGRU
OXJDU QD FODVVL¿FDomR JHUDO $LQGD DVVLP D HVWXSLGH] H GD LQÀXrQFLD UHOLJLRVD TXH RXWUR HOHPHQWR DX[LOLRX D
humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestações constituir os gêneros de música popular citados no texto?
preconceituosas como a de um site EUDVLOHLUR TXH jV A A região da África de origem dos escravos, trazendo
vésperas da competição, e se valendo do anonimato tradições musicais e religiosas de tribos distintas.
de quem o criou, emitiu opiniões do tipo “Como alguém B O relevo dos países, favorecendo o isolamento de
consegue achar uma preta bonita?”Após receber o título, comunidades, aumentando o número de gêneros
a mulher mais linda do mundo — que tem o português musicais surgidos.
FRPROtQJXDPDWHUQDHWDPEpPIDODÀXHQWHPHQWHRLQJOrV C O conjunto de portos, que favorecem o trânsito de
— disse o que pensa de atitudes como essa e também GLIHUHQWHVLQÀXrQFLDVPXVLFDLVHFUHGRVUHOLJLRVRV
sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados D A agricultura das regiões, pois o que é plantado exerce
de Angola e de outros países. LQÀXrQFLDQDVFDQo}HVGHWUDEDOKRGXUDQWHRSODQWLR
E O clima dos países em questão, pois as temperaturas
COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set. 2011 (adaptado).
LQÀXHQFLDPQDFRPSRVLomRHYLYDFLGDGHGRVULWPRV
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2014 *CINZ25DOM13*
QUESTÃO 116 Quais as vantagens e desvantagens do ensino da
língua por meio das letras de música?
6HPÀHFKDQDULPD Não sou pedagogo ou educador, então só vejo
vantagens, porque as letras de música usam uma
2JUXSRGHUDS%U{0&VFULDGRQR¿QDOGHp
linguagem que é a do dia a dia, principalmente, dos jovens.
formado pelos pares de irmãos (daí o “bro”, de brother)
A música é algo que lhes dá prazer e, didaticamente,
Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram
pode fazer as vezes de algo que o aluno tem a noção de
ouvindo hip hop nas rádios da aldeia Jaguapiru Bororo, ser entediante — estudo da língua, sentar e abrir um livro.
em Dourados, Mato Grosso do Sul. Ao ouvir uma música, os exemplos surgem. É a grande
— Desde o começo a gente não queria impor uma vantagem e sempre foi a ideia do programa.
cultura estranha que invadisse a cultura indígena — Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (fragmento).
D¿UPD R SURGXWRU FKDPDQGR D DWHQomR SDUD R JUDQGH 2V JrQHURV WH[WXDLV VmR GH¿QLGRV SRU PHLR GH VXD
destaque do Brô MCs: as letras em língua indígena. estrutura, função e contexto de uso.Tomando por base a
Expressar-se em língua originária e fazer com que os estrutura dessa entrevista, observa-se que
jovens indígenas percebam a vitalidade do idioma nativo
é uma das motivações do grupo. A a organização em turnos de fala reproduz o diálogo
que ocorre entre os interlocutores.
$GL¿FXOGDGHPDLRUYHPGRVFUtWLFRVTXHQmRDFHLWDP B R WHPD H R VXSRUWH RQGH IRL SXEOLFDGD MXVWL¿FDP D
o fato de que a cultura indígena é dinâmica e sempre ausência de traços da linguagem informal.
incorpora novidades.
C a ausência de referências sobre o entrevistado é uma
— “Mas índio cantando rap?”, tem gente que HVWUDWpJLDSDUDLQGX]LUjOHLWXUDGRWH[WRQDtQWHJUD
questiona. O rap é de quem canta, é de quem gosta, não D RXVRGRGHVWDTXHJUi¿FRpXPUHFXUVRGHHGLomRSDUD
é só dos americanos — avalia Dani [o vocal feminino]. ressaltar a importância do tema para o entrevistador.
BONFIM, E. Revista Língua Portuguesa, n. 81, jul. 2012 (adaptado). E o entrevistado é um especialista em abordagens
educacionais alternativas para o ensino da língua
Considerando-se as opiniões apresentadas no texto, a
portuguesa.
indagação “Mas índio cantando rap?” traduz um ponto de
vista que evidencia QUESTÃO 118
A GHVTXDOL¿FDomR GRV LQGtJHQDV FRPR P~VLFRV Fogo frio
desmerecendo sua capacidade musical devido a O Poeta
sua cultura. A névoa que sobe
B desvalorização da cultura rap HP FRQWUDSDUWLGD jV dos campos, das grotas, do fundo dos vales,
tradições musicais indígenas, motivo pelo qual os é o hálito quente da terra friorenta.
índios não devem cantar rap. O Lavrador
C preconceito por parte de quem não concebe que os Engana-se, amigo.
índios possam conhecer o rap e, menos ainda, cantar Aquilo é fumaça que sai da geada.
esse gênero musical.
O Poeta
D equívoco por desconsiderar as origens culturais do Fumaça, que eu saiba,
gênero musical, ligadas ao contexto urbano. somente de chama e brasa é que sai!
E entendimento do rap como um gênero ultrapassado O Lavrador
HPUHODomRjOLQJXDJHPPXVLFDOGRVLQGtJHQDV E, acaso, a geada não é
fogo branco caído do céu,
QUESTÃO 117
tostando tudinho, crestando tudinho, queimando tudinho,
Entrevista — Tony Bellotto sem pena, sem dó?
FORNARI, E. Trem da serra. Porto Alegre: Acadêmica, 1987.
A língua é rock
Neste diálogo poético, encena-se um embate de ideias
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à entre o Poeta e o Lavrador, em que
frente de programa televisivo em que discute a língua
A a vitória simbólica é dada ao discurso do lavrador
portuguesa por meio da música
e tem como efeito a renovação de uma linguagem
2TXHRDWUDLXQDSURSRVWDGH$¿QDQGRD/tQJXD" poética cristalizada.
No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa B as duas visões têm a mesma importância e
que falasse de língua portuguesa usando a música como são equivalentes como experiência de vida e a
atrativo, principalmente, para os jovens. Com o passar capacidade de expressão.
do tempo, ele foi se transformando num programa sobre C o autor despreza a sabedoria popular e traça uma
a linguagem usada em letras de música, no jornalismo, caricatura do discurso do lavrador, simplório e repetitivo.
QD OLWHUDWXUD GH ¿FomR H QD SRHVLD &RPR QmR VRX XP D DV LPDJHQV FRQWUDGLWyULDV GH IULR H IRJR UHIHULGDV j
cara de TV, trago a experiência de escritor e músico, e geada compõem um paradoxo que o poema não é
sempre participo de forma mais ativa do que como um capaz de organizar.
mero apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço E R GLVFXUVR GR ODYUDGRU ID] XPD SHUVRQL¿FDomR
sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo da natureza para explicar o fenômeno climático
pessoal do Futura. observado pelos personagens.

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM14* 2014

QUESTÃO 119 QUESTÃO 121


Hipertextualidade
O papel do hipertexto é exatamente o de reunir, não
apenas os textos, mas também as redes de associações,
DQRWDo}HV H FRPHQWiULRV jV TXDLV HOHV VmR YLQFXODGRV
pelas pessoas. Ao mesmo tempo, a construção do senso
comum encontra-se exposta e como que materializada:
a elaboração coletiva de um hipertexto.
Trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros
'$+0(5$'LVSRQtYHOHPKWWSURXQG¿QDOEORJVSRWFRPEU VHUHV FUX]DU XP SRXFR SRU VXD KLVWyULD LVWR VLJQL¿FD
Acesso em: 14 dez. 2012.
entre outras coisas, construir uma bagagem de referências
Na tirinha, o autor utiliza estratégias para atingir sua HDVVRFLDo}HVFRPXQVXPDUHGHKLSHUWH[WXDOXQL¿FDGD
¿QDOLGDGH FRPXQLFDWLYD &RQVLGHUDQGR RV HOHPHQWRV um texto compartilhado, capaz de diminuir os riscos de
verbais e não verbais que constituem o texto, seu objetivo é incompreensão.
LEVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática.
A incentivar o uso da tecnologia na comunicação 6mR3DXOR(GLWRUD DGDSWDGR 
contemporânea. O texto evidencia uma relação entre o hipertexto e a
B mostrar o empenho do homem na resolução de sociedade em que essa tecnologia se insere. Constata-se
problemas sociais. que, nessa relação, há uma
C atrair a atenção do leitor para a generosidade das A estratégia para manutenção do senso comum.
pessoas.
B prioridade em sanar a incompreensão.
D chamar a atenção para o constante abandono de
C necessidade de publicidade das informações.
animais.
D forma de construção colaborativa de conhecimento.
E ID]HUXPDFUtWLFDjVLWXDomRVRFLDOFRQWHPSRUkQHD
E urgência em se estabelecer o diálogo entre pessoas.
QUESTÃO 120
QUESTÃO 122
Você se preocupa com sua família,
Mãos dadas
com seu trabalho e com sua casa.
Não serei o poeta de um mundo caduco.
E com você? Também não cantarei o mundo futuro.
(VWRXSUHVRjYLGDHROKRPHXVFRPSDQKHLURV
A mulher conquistou um espaço de destaque no
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
DPELHQWH SUR¿VVLRQDO DOpP GH FXLGDU GD FDVD H GR Entre eles, considero a enorme realidade.
bem-estar da família. Acompanhada por essa mudança, O presente é tão grande, não nos afastemos.
também veio uma nova vida, com antigos hábitos Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
tipicamente masculinos, como o estresse, a falta de Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
tempo para se cuidar, o tabagismo e a maior incidência Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
de obesidade e depressão. Isso aumentou muito os casos Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
de infarto e doenças cardiovasculares. Elas já respondem 1mRIXJLUHLSDUDLOKDVQHPVHUHLUDSWDGRSRUVHUD¿QV
SRU  GR Q~PHUR WRWDO GRV FDVRV TXH PDWDP VHLV O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
vezes mais do que o câncer de mama. homens presentes,
a vida presente.
Cuide-se. Preocupe-se com sua saúde. Visite e
ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
incentive quem você gosta a visitar um cardiologista.
Escrito em 1940, o poema Mãos dadas revela um eu lírico
Cláudia,DQRQIHY DGDSWDGR 
marcado pelo contexto de opressão política no Brasil e
Esse texto, publicado em uma revista, inicialmente aponta da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade,
PRGL¿FDo}HVRFRUULGDVQDVRFLHGDGHHHPVHJXLGD o eu lírico
A descreve as diferentes atividades das mulheres hoje A considera que em sua época o mais importante é a
em dia. independência dos indivíduos.
B estimula as leitoras a buscar sua realização na vida B desvaloriza a importância dos planos pessoais na
SUR¿VVLRQDO vida em sociedade.
C alerta as mulheres para a possibilidade de problemas C UHFRQKHFH D WHQGrQFLD j DXWRGHVWUXLomR HP XPD
cardíacos. sociedade oprimida.
D informa as leitoras sobre mortes por câncer de mama D escolhe a realidade social e seu alcance individual
e por infarto. como matéria poética.
E valoriza as mulheres preocupadas com o bem-estar E critica o individualismo comum aos românticos e
da família. aos excêntricos.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2014 *CINZ25DOM15*
QUESTÃO 123 O advento da escrita como tecnologia intelectual está
diretamente ligado a uma série de mudanças na forma
Sermão da Sexagésima de pensar e de construir o conhecimento nas sociedades.
A partir do texto, constata-se que, na elaboração do
Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações,
GLVFXUVRFLHQWt¿FRDHVFULWD
nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se
semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? A GHWHUPLQRX GH TXH PRGR D VRFLHGDGH FLHQWt¿FD
Não há um homem que em um sermão entre em si e se deveria se organizar para avançar.
resolva, não há um moço que se arrependa, não há um B possibilitou que os pesquisadores se distanciassem
velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus de informações presentes na memória.
não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não C permitiu que fossem documentados conceitos e
é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a saberes advindos de experiências realizadas.
palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus D IDFLOLWRX TXH DV LQIRUPDo}HV ¿FDVVHP DUPD]HQDGDV
tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje igualmente na memória e no papel.
nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e E consentiu que a atenção dos homens se desviasse
tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero para os saberes antigamente inalcançáveis.
começar pregando-me a mim. A mim será, e também
a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que QUESTÃO 125
aprendais a ouvir.
VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965.
O mulato
No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do
TXHVWLRQDDH¿FiFLDGDVSUHJDo}HV3DUDWDQWRDSUHVHQWD Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos
como estratégia discursiva sucessivas interrogações, as de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e
quais têm por objetivo principal ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da
virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser
A SURYRFDUDQHFHVVLGDGHHRLQWHUHVVHGRV¿pLVVREUH mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha;
o conteúdo que será abordado no sermão. bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha
B FRQGX]LURLQWHUORFXWRUjVXDSUySULDUHÀH[mRVREUHRV de contralto que fazia gosto de ouvir.
temas abordados nas pregações. 8PD Vy SDODYUD ERLDYD j VXSHUItFLH GRV VHXV
C apresentar questionamentos para os quais a Igreja pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-
não possui respostas. se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu
passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras
D LQVHULU DUJXPHQWRV j WHVH GHIHQGLGD SHOR SUHJDGRU
ideias.
VREUHDH¿FiFLDGDVSUHJDo}HV
E questionar a importância das pregações feitas pela — Mulato!
Igreja durante os sermões. Esta só palavra explicava-lhe agora todos os
mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão
QUESTÃO 124 usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas
famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam
A escrita é uma tecnologia intelectual que vem
de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em
auxiliar o trabalho biológico. É como uma nova memória, sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.
situada fora do sujeito, e ilimitada. Com ela não é mais
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).
necessário reter todos os relatos – este auxiliar cognitivo
vem, portanto, relativizar a memória para que a mente O texto de Aluísio Azevedo é representativo do
humana possa desviar sua atenção consciente para 1DWXUDOLVPR YLJHQWH QR ¿QDO GR VpFXOR ;,; 1HVVH
outros recursos e faculdades. IUDJPHQWR R QDUUDGRU H[SUHVVD ¿GHOLGDGH DR GLVFXUVR
naturalista, pois
Se é arriscado associar diretamente o surgimento
A relaciona a posição social a padrões de comportamento
da ciência ao da escrita, podemos, de qualquer forma,
HjFRQGLomRGHUDoD
D¿UPDU TXH D HVFULWD GHX LPSXOVR H GHVHPSHQKRX XP
SDSHO IXQGDPHQWDO QD FRQVWUXomR GR GLVFXUVR FLHQWt¿FR B apresenta os homens e as mulheres melhores do que
eram no século XIX.
2GLVWDQFLDPHQWRSRVVLELOLWDGRSHODJUD¿DQRSDSHOWUD]R
registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento C mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de
especulativo, o documentário de comprovações, a saberes entre homens e mulheres.
compilação de teorias e de paradigmas em torno dos D ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de
TXDLVDVFRPXQLGDGHVFLHQWt¿FDVYmRVHDJUXSDU ascender socialmente.
RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. E FULWLFD D HGXFDomR RIHUHFLGD jV PXOKHUHV H RV
Porto Alegre: Artmed, 2002. maus-tratos dispensados aos negros.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM16* 2014

QUESTÃO 126 Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa,


A internet amplia o que queremos e desejamos. depreende-se a predominância de uma das funções da
Pessoas alienadas se alienam mais na internet. Pessoas OLQJXDJHPLGHQWL¿FDGDFRPR
interessantes tornam a comunicação com a internet mais
A metalinguística, pois o trecho tem como propósito
interessante. Pessoas abertas utilizam a internet para
promover mais interação e compartilhamento. Pessoas essencial usar a língua portuguesa para explicar
individualistas se fecham mais ainda nos ambientes a própria língua, por isso a utilização de vários
GLJLWDLV3HVVRDVTXHWrPGL¿FXOGDGHVGHUHODFLRQDPHQWR VLQ{QLPRVHGH¿QLo}HV
na vida real muitas vezes procuram mil formas de fuga
B referencial, pois o trecho tem como principal objetivo
para o virtual. Aproveitaremos melhor as possibilidades
da internet, se equilibrarmos a qualidade das interações discorrer sobre um fato que não diz respeito ao
SUHVHQFLDLV²QDYLGDSHVVRDOSUR¿VVLRQDOHPRFLRQDO² escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira
com as interações digitais correspondentes. pessoa.
025$1-0'LVSRQtYHOHPZZZHFDXVSEU$FHVVRHPMXO DGDSWDGR 
C fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de
O texto expressa um posicionamento a respeito do estabelecimento de conexão com o leitor, por isso
uso da internet e suas repercussões na vida cotidiana. o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se
Na opinião do autor, esse sistema de informação e hipotrélico”.
comunicação
D poética, pois o trecho trata da criação de palavras
A aumenta o número de pessoas alienadas.
novas, necessária para textos em prosa, por isso o
B resolve problemas de relacionamento.
emprego de “hipotrélico”.
C soluciona a questão do individualismo.
E expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a
D equilibra as interações presenciais.
subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de
E potencializa as características das pessoas.
dúvida “talvez”.
QUESTÃO 127
QUESTÃO 129
A tendência dos nomes
O nome é uma das primeiras coisas que não Eu vô transmiti po sinhô logo uma passage muito
escolhemos na vida. Estará inscrito nos registros: na importante, qu’ eu iscutei um velho de nome Ricardo
PDWHUQLGDGH QR 5* QR &3) QR RELWXiULR HWF (Q¿P Caetano Alves, que era neto do propietário da Fazenda
XPDHVFROKDTXHQmR¿]HPRVQRVDFRPSDQKDGREHUoR do Buraca. O pai dele, ele contava que o pai dele assistiu
ao túmulo, pois na lápide se dirá que ali jaz Fulano de Tal. uma cena muito importante aonde ele tava, do Jacarandá,
SILVA, D. Língua, n. 77, mar. 2012.
o chefe dos iscravo do Joaquim de Paula, com o chefe
Algumas palavras atuam no desenvolvimento de um texto dos iscravo do Vidigal, que chamava, era tratado Pai
FRQWULEXLQGR SDUD D VXD SURJUHVVmR $ SDODYUD ³HQ¿P´ Urubu. O Jacarandá era tratado Jacarandá purque ele
promove o encadeamento do texto, tendo sido utilizada
era um negro mais vermelho, tá intendeno com’ é que
com a intenção de
é, né? Intão é uma imitância de cerno de Jacarandá,
A explicar que os nomes das pessoas são escolhidos intão eles apilidaro ele de Pai Jacarandá. Agora, o Pai
no nascimento.
Urubu, diz que era o mais preto de todos os iscravo que
B UDWL¿FDUTXHRVQRPHVUHJLVWUDGRVQRQDVFLPHQWRVmR HUDFXQKLFLGRQHVVDpSRFD,QWmRHOH¿F{FRPRQRPH3DL
imutáveis.
8UXEX e TXHP GLULJLD GH WRGD FRQ¿DQoD GRV VLQKRUHV
C reiterar que os nomes recebidos são importantes até
Intão os sinhores cunhiciam eles como “pai”: Pai Urubu,
a morte.
Pai Jacarandá, Pai Francisco, que é o chefe da Fazenda
D concluir que os nomes acompanham os indivíduos
até a morte. das Abóbra, Pai Dumingo, que era da Fazenda do Buraca.
E acrescentar que ninguém pode escolher o próprio nome. SOUZA, J. Negros pelo vale%HOR+RUL]RQWH)DOH8)0*

QUESTÃO 128 O texto é uma transcrição da narrativa oral contada


+i R KLSRWUpOLFR 2 WHUPR p QRYR GH LPSHQVDGD por Pedro Braga, antigo morador do povoado Vau, de
RULJHPHDLQGDVHPGH¿QLomRTXHOKHDSDQKHHPWRGDV Diamantina (MG). Com base no registro da fala do
DV SpWDODV R VLJQL¿FDGR 6DEHVH Vy TXH YHP GR ERP narrador, entende-se que seu relato
português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo
dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vice- A perpetua a memória e os saberes dos antepassados.
dito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de respeito B constrói uma voz dissonante da identidade nacional.
para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de
palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando C demonstra uma visão distanciada da cultura negra.
o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por D revela uma visão unilateral dos fazendeiros.
se negar nominalmente a própria existência. E transmite pouca experiência e sabedoria.
ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento).

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2014 *CINZ25DOM17*
QUESTÃO 130 A variação linguística afeta o processo de produção dos
sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o
emprego das marcas de variação objetiva
A evidenciar a importância de marcas linguísticas
valorizadoras da linguagem coloquial.
B demonstrar incômodo com a variedade característica
de pessoas pouco escolarizadas.
C HVWDEHOHFHU XP MRJR GH SDODYUDV D ¿P GH SURGX]LU
efeito de humor.
D criticar a linguagem de pessoas originárias de fora
dos centros urbanos.
E HVWDEHOHFHUXPDSROtWLFDGHLQFHQWLYRjHVFULWDFRUUHWD
das palavras.

QUESTÃO 132

Reciclar é só parte da solução


O lixo é um grande problema da sustentabilidade.
Literalmente: todos os anos, cada brasileiro produz
NJGHUHVtGXRV²GiPLOK}HVGHWRQHODGDVQRWRWDO
O certo seria tentar diminuir ao máximo essa quantidade
de lixo. Ou seja, em vez de ter objetos recicláveis, o ideal
seria produzir sempre objetos reutilizáveis, o que diminui
os resíduos. Mas, enquanto isso não acontece, temos
que nos contentar com a reciclagem. E é aí que vem um
detalhe perigoso: reciclar o lixo também polui o ambiente
HJDVWDHQHUJLD5HFLFODUYLGURSRUH[HPSORpPDLV
caro do que produzi-lo a partir de matérias-primas virgens.
$¿QDO, é feito basicamente de areia, soda e calcário,
Disponível em: http://vicostudio.blogspot.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012. que são abundantes na natureza. Então, nenhuma
Essa propaganda visa convencer as mães de que o empresa tem interesse em reciclá-lo. Já o alumínio é um
FDQDOGHWHOHYLVmRpDGHTXDGRDRVVHXV¿OKRV3DUDWDQWR supernegócio, porque economiza muita energia.
o locutor dirige-se ao interlocutor por meio de estratégias +257$0'LVSRQtYHOHPKWWSVXSHUDEULOFRPEU$FHVVRHPPDLR
argumentativas de
O emprego adequado dos elementos de coesão
A manipulação, ao detalhar os programas infantis que contribui para a construção de um texto argumentativo
compõem a grade da emissora. e para que os objetivos pretendidos pelo autor possam
B persuasão, ao evidenciar as características da ser alcançados. A análise desses elementos no texto
programação dirigida ao público infantil. mostra que o conectivo
C LQWLPLGDomR DR GLULJLUVH GLUHWDPHQWH jV PmHV SDUD A “ou seja” introduz um esclarecimento sobre a
FKDPiODVjUHÀH[mR diminuição da quantidade de lixo.
D comoção, ao tranquilizar as mães sobre a qualidade
B ³PDV´LQVWDXUDMXVWL¿FDWLYDVSDUDDFULDomRGHQRYRV
dos programas da emissora.
tipos de reciclagem.
E comparação, ao elencar os serviços oferecidos por
outras emissoras ao público infantil. C “também” antecede um argumento a favor da
reciclagem.
QUESTÃO 131 D ³D¿QDO´UHWRPDXPD¿QDOLGDGHSDUDRXVRGHPDWpULDV
primas.
Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa
VDLXjVUXDVGDFLGDGHHVHDVVXVWRXFRPDTXDQWLGDGH E “então” reforça a ideia de escassez de matérias-
de erros existentes nas placas das casas comerciais primas na natureza.
e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em
dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu
estabelecimento grafado corretamente. Dias depois,
5XL %DUERVD VDLX j SURFXUD GR YHQFHGRU 6DWLVIHLWR
encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”.
No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da
alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate
premiado, que disse:
— Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em:
http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*CINZ25DOM18* 2014

QUESTÃO 133 QUESTÃO 135


Senhora E-mail no ambiente de trabalho
²0mHQRRRRVVVD(VVHVHXFDEHORQRYR¿FRXOLQGR T. C., consultor e palestrante de assuntos ligados
Parece que você é, tipo, mais jovem! ao mercado de trabalho, alerta que a objetividade, a
²-XUDPLQKD¿OKD"2EULJDGD RUJDQL]DomR GD PHQVDJHP VXD FRHUrQFLD H RUWRJUD¿D
são pontos de atenção fundamentais para uma
— Mas aí você vira de frente e aí a gente vê que, tipo,
FRPXQLFDomRYLUWXDOH¿FD]
não é, né?
E, para evitar que erros e falta de atenção resultem
— Coisa linda da mamãe! HPVDLDVMXVWDVHVLWXDo}HVFRQVWUDQJHGRUDVFRQ¿UDFLQFR
Esse diálogo é real. Claro que achei graça, mas o fato dicas para usar o e-mail com bom senso e organização:
de envelhecer já não é mais segredo para ninguém. 5HVSRQGD jV PHQVDJHQV LPHGLDWDPHQWH DSyV
Um belo dia, a vendedora da loja te pergunta: “A recebê-las.
senhora quer pagar como?” Senhora? Como assim? 2. Programe sua assinatura automática em todas as
Eu sempre fui a Marcinha! Agora eu sou a dona respostas e encaminhamentos.
Márcia! Sim, o porteiro, o motorista de táxi, o jornaleiro, $R¿QDOGRGLDH[FOXDDVPHQVDJHQVVHPLPSRUWkQFLD
o garçom, o mundo inteiro resolveu ter um respeito HDUTXLYHDVGHPDLVHPSDVWDVSUHYLDPHQWHGH¿QLGDV
comigo que eu não pedi! 8WLOL]H R UHFXUVR GH ³FRQ¿UPDomR GH OHLWXUD´ VRPHQWH
CABRITA, M. Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso em: 11 ago. 2012 (fragmento). quando necessário.
5. Evite mensagens do tipo “corrente”.
A exploração de registros linguísticos é importante
'LVSRQtYHOHPKWWSQRWLFLDVXROFRPEU$FHVVRHPMXO IUDJPHQWR 
estratégia para o estabelecimento do efeito de sentido
pretendido em determinados textos. No texto, o recurso O texto apresenta algumas sugestões para o leitor.
a diferentes registros indica Esse caráter instrucional é atribuído, principalmente,
pelo emprego
A mudança na representação social do locutor.
B UHÀH[mRVREUHDLGHQWLGDGHSUR¿VVLRQDOGDPmH A do modo verbal imperativo, como em “responda” e
“programe”.
C referência ao tradicionalismo linguístico da autora do
texto. B GDV PDUFDV GH TXDOL¿FDomR GR HVSHFLDOLVWD FRPR
“consultor” e “palestrante”.
D HORJLR jV VLWXDo}HV YLYHQFLDGDV SHOD SHUVRQDJHP
mãe. C GHWHUPRVHVSHFt¿FRVGRGLVFXUVRQRPXQGRYLUWXDO
E compreensão do processo de envelhecimento como D GHDUJXPHQWRVIDYRUiYHLVjFRPXQLFDomRH¿FD]
algo prazeroso. E da palavra “dica” no desenvolvimento do texto.

QUESTÃO 134
História de assombração
Ah! Eu alembro uma história que aconteceu com
meu tii. Era dia de Sexta-Feira da Paixão, diz que eles
falava pra meu tii não num vai pescá não. Ele foi assim
mesmo, aí chegô lá, ele tá pescano... tá pescano... e
nada de pexe. Aí saiu um mundo véi de cobra em cima
dele, aí ele foi embora... Aí até ele memo contava isso e
falava É... nunca mais eu vou pescar no dia de Sexta-Feira
da Paixão...
COSTA, S. A. S. Narrativas tradicionais tapuias. Goiânia: UFG, 2011 (adaptado).

4XDQWR DR JrQHUR GR GLVFXUVR H j ¿QDOLGDGH VRFLDO GR


texto História de assombração, a organização textual e as
escolhas lexicais do locutor indicam que se trata de um(a)
A FULDomR OLWHUiULD HP SURVD TXH SURYRFD UHÀH[mR
acerca de problemas cotidianos.
B texto acadêmico, que valoriza o estudo da linguagem
regional e de suas variantes.
C relato oral, que objetiva a preservação da herança
cultural da comunidade.
D conversa particular, que favorece o compartilhar de
informações e experiências pessoais.
E anedota regional, que evidencia a fala e o vocabulário
exclusivo de um grupo social.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA 20142ª Aplicação - 2° DIA


CADERNO 6 – CINZA
LINGUAGENS, CÓDIGOS MATEMÁT
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNO
GABARITO QUESTÃO
QUESTÃO
INGLÊS ESPANHOL 136
91 B B 137
92 C C 138
93 B B 139
94 E E 140
95 E C 141
96 E 142
97 D 143
98 E 144
99 E 145
100 E 146
101 E 147
102 E 148
103 C 149
104 D 150
105 C 151
106 C 152
107 B 153
108 A 154
109 D 155
110 C 156
111 C 157
112 D 158
113 E 159
114 E 160
115 A 161
116 C 162
117 A 163
118 A 164
119 E 165
120 C 166
121 D 167
122 D 168
123 A 169
124 C 170
125 A 171
126 E 172
127 D 173
128 A 174
129 A 175
130 B 176
131 C 177
132 A 178
133 A 179
134 C 180
135 A

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*Amar25dom6* PROVA ENEM 2015 2015

a inveja, das folhas malhadas de um tajá que reproduz a


Questões de 96 a 135 fortuna de um homem, das receitas de curandeiros que
YHHPHPFHUWDVHUYDVGDÀRUHVWDRHQLJPDGDVGRHQoDV
QUESTÃO 96 mais temíveis, com as infusões de coloração sanguínea
aconselhadas para aliviar trinta e seis dores do corpo
O mundo das grandes inovações tecnológicas, dos
KXPDQR³(H[LVWHPHUYDVTXHQmRFXUDPQDGD´UHYHODYD
avanços das pesquisas médicas e que já presenciou o
a lavadeira, “mas assanham a mente da gente. Basta
envio de homens ao espaço é o mesmo lugar onde 1 bilhão
tomar um gole do líquido fervendo para que o cristão
de pessoas dormem e acordam com fome. A desnutrição
VRQKH XPD ~QLFD QRLWH PXLWDV YLGDV GLIHUHQWHV´ (VVH
ocupa o primeiro lugar no ranking dos 10 maiores riscos à
relato poderia ser de duvidosa veracidade para outras
saúde e mata mais do que a aids, a malária e a tuberculose
pessoas, mas não para Emilie.
combinadas. O equivalente às populações da Europa e
HATOUM, M. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
da América do Norte, juntas, está de barriga vazia. E um
futuro famélico aguarda a raça humana. Em 2050, apenas As representações da Amazônia na literatura brasileira
por razões ligadas às mudanças climáticas, o número de mantêm relação com o papel atribuído à região na
pessoas sem comida no prato vai aumentar em até 20%. construção do imaginário nacional. Pertencentes a
contextos históricos distintos, os fragmentos diferenciam-se
Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 22 jan. 2012.
ao propor uma representação da realidade amazônica em
Considerando a natureza do tema, a forma como está que se evidenciam
apresentado e o meio pelo qual é veiculado o texto,
A aspectos da produção econômica e da cura na
percebe-se que seu principal objetivo é
tradição popular.
A divulgar dados estatísticos recentes sobre a fome no B manifestações culturais autênticas e da resignação
mundo e sobre as inovações tecnológicas. familiar.
B HVFODUHFHU TXHVW}HV FLHQWt¿FDV DFHUFD GRV GDQRV C YDORUHV VRFLDLV DXWyFWRQHV H LQÀXrQFLD GRV
causados pela fome e pela aids nos indivíduos. estrangeiros.
C demonstrar que a fome, juntamente com as doenças D formas de resistência locais e do cultivo das
endêmicas, também é um problema de saúde pública. superstições.
E costumes domésticos e levantamento das tradições
D convidar o leitor a engajar-se em alguma ação indígenas.
positiva contra a fome, a partir da divulgação de
dados alarmantes. QUESTÃO 98
E alertar sobre o problema da fome, apresentando-o
como um contraste no mundo de tantos recursos
tecnológicos.

QUESTÃO 97

TEXTO I
Voluntário
Rosa tecia redes, e os produtos de sua pequena
indústria gozavam de boa fama nos arredores. A reputação
da tapuia crescera com a feitura de uma maqueira de
tucum ornamentada com a coroa brasileira, obra de
ingênuo gosto, que lhe valera a admiração de toda a
CABRAL, I. Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 30 jul. 2012.
comarca e provocara a inveja da célebre Ana Raimunda,
de Óbidos, a qual chegara a formar uma fortunazinha com $SDODYUDLQJOHVD³LQYROXWLRQ´WUDGX]VHFRPRLQYROXomR
aquela especialidade, quando a indústria norte-americana ou regressão. A construção da imagem com base
reduzira à inatividade os teares rotineiros do Amazonas. na combinação do verbal com o não verbal revela a
SOUSA, I. Contos amazônicos. São Paulo: Martins Fontes, 2004. intenção de
TEXTO II A denunciar o retrocesso da humanidade.
Relato de um certo oriente B criticar o consumo de bebida alcoólica pelos humanos.
Emilie, ao contrário de meu pai, de Dorner e dos C satirizar a caracterização dos humanos como
nossos vizinhos, não tinha vivido no interior do Amazonas. primatas.
Ela, como eu, jamais atravessara o rio. Manaus era o seu D elogiar a teoria da evolução humana pela seleção
mundo visível. O outro latejava na sua memória. Imantada natural.
por uma voz melodiosa, quase encantada, Emilie
E fazer um trocadilho com as palavras inovação e
maravilha-se com a descrição da trepadeira que espanta
involução.
LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 6

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *Amar25dom7*
QUESTÃO 99 A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca
Da timidez presença no panorama da arte brasileira e internacional.
Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem manual para
KRUURUDVHUQRWDGRTXDQWRPDLVDVHUQRWyULR6H¿FRX
QRWyULRSRUVHUWtPLGRHQWmRWHPTXHVHH[SOLFDU$¿QDO A obtenção das linhas retas paralelas.
que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? B valorização do tracejado retilíneo.
6H¿FRXQRWyULRDSHVDUGHVHUWtPLGRWDOYH]HVWLYHVVHVH
enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas C exploração de diferentes texturas.
um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem D obtenção do equilíbrio assimétrico.
ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém E inscrição homogênea das formas e palavras.
que se acha muito superior procura o analista para tratar
um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se QUESTÃO 101
sentir inferior é doença. E: Diva ... tem algumas ... alguma experiência pessoal
[...]
que você passou e que você poderia me contar ... alguma
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas
coisa que marcou você? Uma experiência ... você poderia
com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido,
duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue FRQWDUDJRUD«
escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa I: É ... tem uma que eu vivi quando eu estudava o
nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os WHUFHLURDQRFLHQWt¿FROiQR$WKHQHXQppHXJRVWDYD
por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois muito do laboratório de química ... eu ... eu ia ajudar os
ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. professores a limpar aquele material todo ... aqueles vidros
Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar ... eu achava aquilo fantástico ... aquele monte de coisa ...
um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido né ... então ... todos os dias eu ia ... quando terminavam
pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma as aulas eu ajudava o professor a limpar o laboratório ...
pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que
nesse dia não houve aula e o professor me chamou pra
seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas
fazer uma limpeza geral no laboratório ... chegando lá
virarem pó.
... ele me fez uma experiência ... ele me mostrou uma
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
coisa bem interessante que ... pegou um béquer com
Entre as estratégias de progressão textual presentes meio d’água e colocou um pouquinho de cloreto de sódio
QHVVH WUHFKR LGHQWL¿FDVH R HPSUHJR GH HOHPHQWRV SDVWRVRHQWmRIRLDTXHOHIRJDUpXGHV¿ODQGRDTXHOH
conectores. Os elementos que evidenciam noções fogaréu ... quando o professor saiu ... eu chamei umas
semelhantes estão destacados em: duas colegas minhas pra mostrar a experiência que eu
A “Se ¿FRXQRWyULRSRUVHUWtPLGR´H³>@HQWmRWHPTXH tinha achado fantástico ... só que ... eu achei o seguinte ...
se H[SOLFDU´ VHRSURIHVVRUFRORFRXXPSRXTXLQKRIRLDTXHOHGHV¿OH
B “[...] então WHP TXH VH H[SOLFDU´ H ³>@ quando as ... imagine se eu colocasse mais ... peguei o mesmo
HVWUHODVYLUDUHPSy´ béquer ... coloquei uma colher ... uma colher de cloreto
de sódio ... foi um fogaréu tão grande ... foi uma explosão
C ³>@¿FRXQRWyULRapesar de VHUWtPLGR>@´H³>@mas
LVWRQmRpYDQWDJHP>@´ ... quebrou todo o material que estava exposto em cima
GDPHVDHXEUDQFDHX¿TXHLROKDHXSHQVHLTXH
D “[...] um estratagema para VHU QRWDGR >@´ H ³7mR
eu fosse morrer sabe ... quando ... o colégio inteiro correu
secreto que QHPHOHVDEH´
pro laboratório pra ver o que tinha sido ...
E “[...] como QR SDUDGR[R SVLFDQDOtWLFR >@´ H ³>@
CUNHA, M. A. F. (Org.) . Corpus discurso & gramática: a língua falada e
porque VyHOHDFKD>@´ escrita na cidade de Natal. Natal: EdUFRN, 1998.

Na transcrição de fala, especialmente, no trecho “eu


QUESTÃO 100
EUDQFD  HX ¿TXHL  ROKD  HX SHQVHL TXH HX IRVVH
PRUUHU VDEH´ Ki XPD HVWUXWXUD VLQWiWLFD IUDJPHQWDGD
embora facilmente interpretável. Sua presença na fala
revela
A distração e poucos anos de escolaridade.
B falta de coesão e coerência na apresentação das
ideias.
C afeto e amizade entre os participantes da conversação.
D desconhecimento das regras de sintaxe da norma
padrão.
E característica do planejamento e execução simultânea
LEONILSON. O recruta, o aranha e o penélope. Bordado sobre tecido, 1992.
Disponível em: www.projetoleonilson.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012. desse discurso.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*Amar25dom8* 2015

QUESTÃO 102 Considerando o texto em suas cinco partes, constata-se


que há o emprego de argumento de autoridade no trecho:
Conecte-se
Estabeleça relações com A “Seja curioso, saboreie os momentos da vida e tome
as pessoas a sua volta. Os FRQVFLrQFLD GH FRPR VH VHQWH 5HÀHWLU VREUH VXDV
relacionamentos são a base experiências ajuda a descobrir o que realmente
da vida diária e investir tempo neles
enriquecerá seu dia e garantirá apoio
LPSRUWD´
quando precisar. As pesquisas mostram B “As pesquisas mostram que quem tem menos de três
que quem tem menos de três pessoas pessoas em sua rede de contatos próxima [...] tem
em sua rede de contatos próxima — entre
PDLVFKDQFHVGHGHVHQYROYHUXPDGRHQoDPHQWDO´
família e amigos — tem mais chance de
desenvolver uma doença mental. C “Caminhe ou corra, ande de bicicleta, pratique um
esporte, dance. Os exercícios fazem as pessoas se
VHQWLUHPEHP´
Seja ativo
Caminhe ou corra, ande de D “Tente algo novo, matricule-se em um curso [...]
bicicleta, pratique um esporte, (VFROKDXPGHVD¿RTXHYRFrYDLJRVWDUGHSHUVHJXLU´
dance. Os exercícios fazem as
pessoas se sentirem bem — o importante é E “Fazer parte de uma comunidade traz benefícios ²
cada pessoa achar a atividade que lhe dá HQWUHHOHVUHODo}HVVRFLDLVPDLVVLJQL¿FDWLYDV´
prazer e que é adequada a seus limites.
Estudos de longo prazo sugerem que a QUESTÃO 103
prática de uma atividade física previne
o declínio das capacidades mentais e
protege contra a ansiedade e a depressão. Não adianta isolar o fumante
Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa
Preste atenção ir além das restrições. É preciso apoiar quem quer largar
Seja curioso, saboreie os o cigarro.
momentos da vida e tome
consciência de como se sente.
Ao apoiar uma medida provisória para combater o
Refletir sobre suas experiências ajuda fumo em locais públicos nos 27 estados brasileiros, o
a descobrir o que realmente importa e 6HQDGR UHD¿UPRX XP YDORU IXQGDPHQWDO D GHIHVD GD
garantir que você viva o presente. Uma saúde e da vida.
pesquisa mostrou que pessoas treinadas
a prestar atenção em seus sentimentos Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 é ainda
durante oito a 12 semanas apresentaram mais rigorosa que as medidas em vigor em São Paulo,
melhora no bem-estar por anos.
no Rio de Janeiro e no Paraná, estados que até agora
adotaram as legislações mais duras contra o tabagismo.
Continue aprendendo Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados,
Tente algo novo, matricule- incluindo até tabacarias, onde o fumo era autorizado sob
se em um curso, faça uma determinadas condições.
nova tarefa no trabalho. Tente
consertar algo em casa. Aprenda a tocar Uma das principais medidas atinge o fumante no
um instrumento ou a cozinhar. Escolha um EROVR 2 JRYHUQR ¿FD DXWRUL]DGR D ¿[DU XP QRYR SUHoR
desafio que você vai gostar de perseguir.
Os estudos sugerem que o bem-estar está
para o maço de cigarros. O Imposto sobre Produtos
ligado a ter metas — desde que elas sejam Industrializados (IPI) será elevado em 300%. Somando
estabelecidas pelos próprios indivíduos e uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais
tenham a ver com seus valores pessoais. ácido. Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013.
A visão fundamental da MP está correta. Sabe-se, há
Doe-se muito, que o tabaco faz mal à saúde. É razoável, portanto,
Agradeça a alguém, ajude um que o Estado aja em nome da saúde pública.
amigo ou um estranho. Sorria,
Época, 28 nov. 2011 (adaptado).
faça trabalho voluntário, junte-
se à associação do bairro. Olhe para fora,
O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011
além de olhar para dentro de si. Fazer parte
de uma comunidade traz benefícios — entre pelo Senado, deixando clara a sua opinião sobre o tema.
eles relações sociais mais significativas. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do autor
As pesquisas mostram que as pessoas como uma estratégia de persuasão do leitor é:
que têm um interesse maior pelo outro
tendem a se considerar mais felizes. A “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais
IHFKDGRV´
B ³2JRYHUQR¿FDDXWRUL]DGRD¿[DUXPQRYRSUHoRSDUD
Disponível em: www.revistaepoca.globo.com. Acesso em: 27 fev. 2012. o maço de cigarros.’’
Ao interagirmos socialmente, é comum deixarmos C “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será
claro nosso posicionamento a respeito do assunto HOHYDGRHP´
discutido. Para isso, muitas vezes, recorremos a D “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se
determinadas estratégias argumentativas, dentre as WRUQDUiPXLWRPDLViFLGR´
quais se encontra o argumento de autoridade. E ³'HYHUiVXELUHPHHP´

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *Amar25dom9*
QUESTÃO 104 aceitável, SRU H[HPSOR DTXHOD GDV URPkQWLFDV ¿JXUDV
indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente
ideal e obsceno: o alto ² uma beleza imaterial ² e o
baixo ² uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura
de estilos que, sem romper com a regra do decoro
artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório
VLPEyOLFRR¿FLDO$H[yWLFDPRUHQDTXHQmRptQGLD² nem
mulata ou negra ² poderia representar uma visualidade
feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no
LPDJLQiULRGDQRVVD³PRQDUTXLDWURSLFDO´"
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.

O texto revela que a aceitação da representação do belo


na obra de arte está condicionada à
A incorporação de grandes correntes teóricas de uma
época, conferindo legitimidade ao trabalho do artista.
B atemporalidade do tema abordado pelo artista,
garantindo perenidade ao objeto de arte então
elaborado.
C inserção da produção artística em um projeto estético
e ideológico determinado por fatores externos.
D apropriação que o pintor faz dos grandes temas
universais já recorrentes em uma vertente artística.
E assimilação de técnicas e recursos já utilizados por
movimentos anteriores que trataram da temática.

QUESTÃO 106

&RPRHVWDPRVQD³(UD'LJLWDO´IRLQHFHVViULRUHYHURV
velhos ditados existentes e adaptá-los à nova realidade.
Disponível em: http://newsgerais.blogspot.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012. Veja abaixo...

Esse texto trata de uma campanha sobre o trânsito e visa 1. A pressa é inimiga da conexão.
a orientação dos motociclistas quanto ao(à) 2. Amigos, amigos, senhas à parte.
A intolerância com a morosidade do tráfego. 3. Para bom provedor uma senha basta.
B desconhecimento da legislação. 4. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
C crescente número de motocicletas.
5. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
D manutenção preventiva do veículo.
E cuidado com a própria segurança. 6. Quem clica seus males multiplica.
7. Quem semeia e-mails, colhe spams.
QUESTÃO 105
2V¿QVMXVWL¿FDPRVe-mails.
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola Disponível em: www.abusar.org.br. Acesso em: 20 maio 2015 (adaptado).
de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela
A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao No texto, há uma reinterpretação de ditados populares
seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da com o uso de termos da informática. Essa reinterpretação
grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da A WRUQD R WH[WR DSURSULDGR SDUD SUR¿VVLRQDLV GD
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e informática.
licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa
B atribui ao texto um caráter humorístico.
à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto,
ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da C restringe o acesso ao texto por público não
¿JXUD IHPLQLQD SUy[LPD GR RULHQWDOLVPR WmR HP YRJD especializado.
na Europa, confrontou-se não somente com os limites D deixa a terminologia original mais acessível ao
morais, mas também com a orientação estética e cultural público em geral.
do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu E GL¿FXOWD D FRPSUHHQVmR GR WH[WR SRU TXHP QmR
tão descolado do que se desejava como nudez nacional domina a língua inglesa.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*Amar25dom10* 2015

QUESTÃO 107

Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012.

(VVHLQIRJUi¿FRUHVXPHDVFRQFOXV}HVGHGLYHUVDVSHVTXLVDVFLHQWt¿FDVVREUHDDGROHVFrQFLD7DLVFRQFOXV}HV
A desconstroem os estereótipos a respeito dos adolescentes.
B estabelecem novos limites de duração para essa fase da vida.
C reiteram a ideia da adolescência como um período conturbado.
D FRQ¿UPDPDSUR[LPLGDGHHQWUHRVXQLYHUVRVDGROHVFHQWHHDGXOWR
E apontam a insegurança como uma característica típica dos adolescentes.
QUESTÃO 108
Síntese entre erudito e popular
Na região mineira, a separação entre cultura popular (as artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é marcada
pela elite colonial, que tem como exemplo os valores europeus, e o grupo popular, formado pela fusão de várias
FXOWXUDV SRUWXJXHVHV DYHQWXUHLURV RX GHJUHGDGRV QHJURV H tQGLRV$OHLMDGLQKR XQLQGR DV VR¿VWLFDo}HV GD DUWH
HUXGLWDDRHQWHQGLPHQWRGRDUWt¿FHSRSXODUFRQVHJXHID]HUHVVDVtQWHVHFDUDFWHUtVWLFDGHVWHPRPHQWR~QLFRQD
história da arte brasileira: o barroco colonial. MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado).

1R VpFXOR ;9,,, D DUWH EUDVLOHLUD PDLV HVSHFL¿Famente a de Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica
e um estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras
FDUDFWHUL]DGDVSRUSHFXOLDULGDGHVTXHVmRLGHQWL¿FDGDVSRUPHLR
A do emprego de materiais oriundos da Europa e da interpretação realista dos objetos representados.
B do uso de recursos materiais disponíveis no local e da interpretação formal com características próprias.
C da utilização de recursos materiais vindos da Europa e da homogeneização e linearidade representacional.
D da observação e da cópia detalhada do objeto representado e do emprego de materiais disponíveis na região.
E da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da interpretação idealizada e linear dos objetos representados.

LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 10

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *Amar25dom11*
QUESTÃO 109 Nesse sentido, Machado de Assis, que foi o primeiro
Famigerado presidente desde a sua inauguração até a data de sua
morte, em 1908, imaginava que a nossa Academia deveria
Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido ser uma academia de Letras, portanto, de literatos.
de ter começado assim, de evidente. Contra que aí estava
BECHARA, E. Disponível em: www.academiagalega.org. Acesso em: 31 jul. 2012.
com o fígado em más margens; pensava, pensava.
Cabismeditado. Do que, se resolveu. Levantou as feições. No trecho da palestra proferida por Evanildo Bechara, na
Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não $FDGHPLD *DOHJD GD /tQJXD 3RUWXJXHVD YHUL¿FDVH R
PHHQFDUDYDVyVH¿WRjPHLDHVJXHOKD/DWHMDYDOKHXP uso de estruturas gramaticais típicas da norma padrão da
orgulho indeciso. Redigiu seu monologar. língua. Esse uso
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas A torna a fala inacessível aos não especialistas no
e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos,
LQVHTXHQWHV FRPR GL¿FXOWDomR $ FRQYHUVD HUD SDUD assunto abordado.
teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mínimas B contribui para a clareza e a organização da fala no
entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no nível de formalidade esperado para a situação.
fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele enigmava. C atribui à palestra características linguísticas restritas
E, pá: à modalidade escrita da língua portuguesa.
² 9RVPHFr DJRUD PH IDoD D ERD REUD GH TXHUHU D GL¿FXOWDDFRPSUHHQVmRGRDXGLWyULRSDUDSUHVHUYDUR
me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado... caráter rebuscado da fala.
faz-me-gerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...?
E evidencia distanciamento entre o palestrante e o
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
auditório para atender os objetivos do gênero palestra.
A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem
a Guimarães Rosa um lugar de destaque na literatura QUESTÃO 111
brasileira. No fragmento lido, a tensão entre a personagem
e o narrador se estabelece porque Mudança linguística
A o narrador se cala, pensa e monologa, tentando assim Ataliba de Castilho, professor de língua portuguesa
evitar a perigosa pergunta de seu interlocutor. da USP, explica que o internetês é parte da metamorfose
B o sertanejo emprega um discurso cifrado, com natural da língua.
enigmas, como se vê em “a conversa era para teias ² &RP D LQWHUQHW D OLQJXDJHP VHJXH R FDPLQKR
GHDUDQKD´ dos fenômenos da mudança, como o que ocorreu com
C entre os dois homens cria-se uma comunicação ³YRFr´ TXH VH WRUQRX R SURQRPH iWRQR ³Fr´ $JRUD
impossível, decorrente de suas diferenças o interneteiro pode ajudar a reduzir os excessos da
socioculturais. RUWRJUD¿DHEHPVDEHPRVTXHVmRPXLWRV3RUTXHR
D a fala do sertanejo é interrompida pelo gesto de acento gráfico é tão importante assim para a escrita?
impaciência do narrador, decidido a mudar o assunto Já tivemos no Brasil momentos até mais exacerbados por
da conversa. acentos e dispensamos muitos deles. Como toda palavra
E a palavra desconhecida adquire o poder de gerar é contextualizada pelo falante, podemos dispensar ainda
FRQÀLWR H VHSDUDU DV SHUVRQDJHQV HP SODQRV muitos outros. O interneteiro mostra um caminho, pois faz
incomunicáveis. um casamento curioso entre oralidade e escrituralidade.
O internetês pode, no futuro, até tornar a comunicação
QUESTÃO 110 PDLVH¿FLHQWH2XHYROXLUSDUDXPMDUJmRFRPSOH[RTXH
em vez de aproximar as pessoas em menor tempo, estimule
Em primeiro lugar gostaria de manifestar os meus o isolamento dos iniciados e a exclusão dos leigos.
agradecimentos pela honra de vir outra vez à Galiza e
conversar não só com os antigos colegas, alguns dos Para Castilho, no entanto, não será uma reforma
quais fazem parte da mesa, mas também com novos RUWRJUi¿FD TXH IDUi D PXGDQoD GH TXH SUHFLVDPRV QD
colegas, que pertencem à nova geração, em cujas mãos, língua. Será a internet. O jeito eh tc e esperar pra ver?
com toda certeza, está também o destino do Galego na Disponível em: http://revistalingua.com.br. Acesso em: 3 jun. 2015 (adaptado).
Galiza, e principalmente o destino do Galego incorporado
à grande família lusófona. Na entrevista, o fragmento “O jeito eh tc e esperar pra
E, portanto, é com muito prazer que teço algumas YHU"´WHPSRUREMHWLYR
considerações sobre o tema apresentado. Escolhi como A ilustrar a linguagem de usuários da internet que
tema como os fundadores da Academia Brasileira de SRGHUiSURPRYHUDOWHUDo}HVGHJUD¿DV
Letras viam a língua portuguesa no seu tempo. Como
B mostrar os perigos da linguagem da internet como
sabem, a nossa Academia, fundada em 1897, está agora
completando 110 anos, foi organizada por uma reunião de SRWHQFLDOL]DGRUDGHGL¿FXOGDGHVGHHVFULWD
jornalistas, literatos, poetas que se reuniam na secretaria C evidenciar uma forma de exclusão social para as
da Revista Brasileira, dirigida por um crítico literário e por SHVVRDVFRPEDL[DSUR¿FLrQFLDHVFULWD
um literato chamado José Veríssimo, natural do Pará, e D explicar que se trata de um erro linguístico por destoar
desse entusiasmo saiu a ideia de se criar a Academia do padrão formal apresentado ao longo do texto.
Brasileira, depois anexada ao seu título: Academia
Brasileira de Letras. E H[HPSOL¿FDUGL¿FXOGDGHVGHHVFULWDGRVLQWHUQHWHLURV
que desconhecem as estruturas da norma padrão.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*Amar25dom12* 2015

QUESTÃO 112 HPFDVDHPGLDVHVSHFt¿FRVGDVHPDQDHQRVGHPDLV


dias, trabalhar no escritório. O local de trabalho pode
ser a casa ou, temporariamente, por motivo de viagem,
outros escritórios.
FERREIRA JR., J.C. Disponível em: www.ccuec.unicamp.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).

Com o advento das novas tecnologias, a sociedade tem


vivenciado mudanças de paradigmas em vários setores.
Nesse sentido, o telecommuting traz novidades para o
mundo do trabalho porque proporciona prioritariamente
o(a)
A aumento da produtividade do empregado.
B HTXLOtEULR HQWUH YLGD SHVVRDO H SUR¿VVLRQDO GR
trabalhador.
C fortalecimento da relação entre empregador e
empregado.
D SDUWLFLSDomR GR SUR¿VVLRQDO QDV GHFLV}HV GD
organização.
E PDOHDELOLGDGH GRV ORFDLV GH DWXDomR GR SUR¿VVLRQDO
da empresa.

QUESTÃO 114

Perder a tramontana
A expressão ideal para falar de desorientados e outras
palavras de perder a cabeça
Disponível em: http://fsindical-rs.org.br. Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado). É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra,
³SHUGHU D WUDPRQWDQD´ VLJQL¿FD GHL[DU GH YHU D HVWUHOD
Nesse texto, associam-se recursos verbais e não verbais
polar, em italiano stella tramontana, situada do outro lado
na busca de mudar o comportamento das pessoas
dos montes, que guiava os marinheiros antigos em suas
quanto a uma questão de saúde pública. No cartaz, essa viagens desbravadoras.
associação é ressaltada no(a)
Deixar de ver a tramontana era sinônimo de
A destaque dado ao laço, símbolo do combate à aids, desorientação. Sim, porque, para eles, valia mais o céu
VHJXLGRGDIUDVH³8VHFDPLVLQKD´ estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida,
B FHQWUDOL]DomRGDPHQVDJHP³3UHYLQDVH´ LPSUHYLVWDMiR1RUWHWLQKDFRPRUHIHUrQFLDQR¿UPDPHQWR
C foco dado ao objeto camisinha em imagem e em um ponto luminoso conhecido como a estrela Polar, uma
espécie de farol para os navegantes do Mediterrâneo,
palavra.
sobretudo os genoveses e os venezianos. Na linguagem
D laço como elemento de ligação entre duas GHOHVHOD¿FDYDWUDQVPRQWHVSDUDDOpPGRVPRQWHVRV
recomendações. Alpes. Perdê-la de vista era perder a tramontana, perder
E sobreposição da imagem da camisinha e da boia, o Norte.
UHODFLRQDGDjIUDVH³6DOYHYLGDV´ No mundo de hoje, sujeito a tantas pressões, muita
QUESTÃO 113 gente não resiste a elas e entra em parafuso. Além de
perder as estribeiras, perde a tramontana...
Telecommuting UHGH¿QH R WUDGLFLRQDO HQWHQGLPHQWR COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007.

sobre o espaço de trabalho. Atualmente, as organizações Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão
estão se focando em novos valores, tais como, inovações, ³SHUGHU D WUDPRQWDQD´ $R WUDWDU GR VLJQL¿FDGR GHVVD
satisfação, responsabilidades, resultados e ambiente expressão, utilizando a função referencial da linguagem,
de trabalho familiar. A alternativa do telecommuting o autor busca
FRPSOHPHQWD HVVHV SULQFtSLRV H RIHUHFH ÀH[LELOLGDGH
aos patrões e empregados. É um conceito novo que, a A apresentar seus indícios subjetivos.
cada dia, ganha mais força ao redor do mundo. Grandes B convencer o leitor a utilizá-la.
empresas escolheram o trabalho de telecommuting pelas C expor dados reais de seu emprego.
facilidades que ele gera para o empregador. A implantação D explorar sua dimensão estética.
do telecommuting determina regras para se trabalhar E criticar sua origem conceitual.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *Amar25dom13*
QUESTÃO 115 brinquedos e suas ferramentas de aprendizado. Daqui
Ai se sêsse a 50 anos, talvez concluamos que não houve nenhuma
FULVH HGXFDFLRQDO QR PXQGR ² DSHQDV RFRUUHX XPD
Se um dia nois se gostasse incongruência crescente entre a maneira como as escolas
Se um dia nois se queresse do século XX ensinavam e a maneira como as crianças
Se nois dois se empareasse GR¿PGRVpFXOR;;DSUHQGLDP
Se juntim nois dois vivesse DRUCKER, P. O melhor de Peter Drucker: obra completa. São Paulo: Nobel, 2002.
Se juntim nois dois morasse 2 DUWLJR DSUHVHQWD XPD UHÀH[mR VREUH D 5HYROXomR GD
Se juntim nois dois drumisse Informação, que, assim como a Revolução Industrial,
Se juntim nois dois morresse SURYRFRX LPSDFWRV VLJQL¿FDWLYRV QDV VRFLHGDGHV
Se pro céu nois assubisse contemporâneas. Ao tratar da Revolução da Informação,
Mas porém se acontecesse o autor enfatiza que
De São Pedro não abrisse A o comércio eletrônico é um dos canais mais
A porta do céu e fosse importantes dessa revolução.
Te dizer qualquer tulice B o computador desenvolve na criança uma inteligência
E se eu me arriminasse maior que a dos pais.
E tu cum eu insistisse C o aumento no número de empregos via internet é uma
Pra que eu me arresolvesse realidade atualmente.
D o colapso educacional é fruto de uma incongruência
E a minha faca puxasse no ensino do século XX.
E o bucho do céu furasse E o advento da Revolução da Informação causará
7DUYrVTXHQRLVGRLV¿FDVVH impactos nos próximos 50 anos.
Tarvês que nois dois caísse
E o céu furado arriasse QUESTÃO 117
E as virgi toda fugisse Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que
DWUDYHVVRXR¿UPDPHQWRGDFRUWHFRPREULOKDQWHPHWHRUR
ZÉ DA LUZ. Cordel do Fogo Encantado. Recife: Álbum de estúdio, 2001.

O poema foi construído com formas do português não e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que
SDGUmRWDLVFRPR³MXQWLP´³QRLV´³WDUYrV´(VVDVIRUPDV produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando
legitimam-se na construção do texto, pois apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam;
e logo buscaram todos com avidez informações acerca
A revelam o bom humor do eu lírico do poema. da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não
B estão presentes na língua e na identidade popular. repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade,
C revelam as escolhas de um poeta não escolarizado. sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os
D tornam a leitura fácil de entender para a maioria dos noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia
brasileiros. uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que
sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta
E compõem um conjunto de estruturas linguísticas não passava de mãe de encomenda, para condescender
inovadoras. com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele
tempo não tinha admitido ainda certa emancipação
QUESTÃO 116 feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas
Além da Revolução da Informação j LGDGH D PRoD QmR GHFOLQDYD XP LQVWDQWH GR ¿UPH
propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como
O impacto da Revolução da Informação está entendesse. Constava também que Aurélia tinha um
apenas começando. Mas a força motriz desse impacto tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo
QmR p D LQIRUPiWLFD D LQWHOLJrQFLD DUWL¿FLDO R HIHLWR FDUiWHUGDSXSLODQmRGHYLDH[HUFHUPDLRULQÀXrQFLDHP
dos computadores sobre a tomada de decisões ou sua vontade, do que a velha parenta.
a elaboração de políticas ou de estratégias. É algo ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.
que praticamente ninguém previu, nem mesmo se
IDODYD Ki  RX  DQRV R FRPpUFLR HOHWU{QLFR ² R O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em
aparecimento explosivo da internet como um canal 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. Firmina
importante, talvez principal, de distribuição mundial 0DVFDUHQKDVFRPR³SDUHQWD´GH$XUpOLD&DPDUJRDVVLPLOD
de produtos, serviços e, surpreendentemente, de práticas e convenções sociais inseridas no contexto do
empregos de nível gerencial. Essa nova realidade está Romantismo, pois
PRGL¿FDQGR SURIXQGDPHQWH HFRQRPLDV PHUFDGRV H A RWUDEDOKR¿FFLRQDOGRQDUUDGRUGHVYDORUL]DDPXOKHU
HVWUXWXUDVVHWRULDLVRVSURGXWRVHVHUYLoRVHVHXÀX[R ao retratar a condição feminina na sociedade brasileira
a segmentação, os valores e o comportamento dos da época.
consumidores, o mercado de trabalho. B R WUDEDOKR ¿FFLRQDO GR QDUUDGRU PDVFDUD RV KiELWRV
O impacto, porém, pode ser ainda maior nas sociais no enredo de seu romance.
sociedades e nas políticas empresariais e, acima de tudo, C as características da sociedade em que Aurélia
na maneira como encaramos o mundo e nós mesmos vivia são remodeladas na imaginação do narrador
dentro dele. O impacto psicológico da Revolução da romântico.
Informação, como o da Revolução Industrial, foi enorme. D o narrador evidencia o cerceamento sexista à
Talvez tenha sido mais forte na maneira como as crianças DXWRULGDGHGDPXOKHU¿QDQFHLUDPHQWHLQGHSHQGHQWH
aprendem. Já aos 4 anos (e às vezes até antes), as E R QDUUDGRU LQFRUSRURX HP VXD ¿FomR KiELWRV PXLWR
crianças desenvolvem habilidades de computação, logo avançados para a sociedade daquele período
ultrapassando seus pais. Os computadores são seus histórico.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*Amar25dom14* 2015

QUESTÃO 118 O modo como o ¿OKR TXDOL¿FD RV SUHVHQWHV p


incompreendido pela mãe, e essas escolhas lexicais
O peru de Natal revelam diferenças entre os interlocutores, que estão
relacionadas
O nosso primeiro Natal de família, depois da
morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi A à linguagem infantilizada.
de consequências decisivas para a felicidade familiar. B ao grau de escolaridade.
Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse C à dicotomia de gêneros.
sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem D jVHVSHFL¿FLGDGHVGHFDGDIDL[DHWiULD
FULPHV ODU VHP EULJDV LQWHUQDV QHP JUDYHV GL¿FXOGDGHV E à quebra de regras da hierarquia familiar.
econômicas. Mas, devido principalmente à natureza
cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, QUESTÃO 120
duma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre,
sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, TEXTO I
aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, Versos de amor
uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas
A um poeta erótico
assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático,
o puro-sangue dos desmancha-prazeres. Oposto ideal ao meu ideal conservas.
ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Diverso é, pois, o ponto outro de vista
São Paulo: Objetiva, 2000 (fragmento).
Consoante o qual, observo o amor, do egoísta
No fragmento do conto de Mário de Andrade, o tom Modo de ver, consoante o qual, o observas.
confessional do narrador em primeira pessoa revela uma
Porque o amor, tal como eu o estou amando,
concepção das relações humanas marcada por
e(VStULWRppWHUpVXEVWkQFLDÀXLGD
A distanciamento de estados de espírito acentuado pelo É assim como o ar que a gente pega e cuida,
papel das gerações.
Cuida, entretanto, não o estar pegando!
B relevância dos festejos religiosos em família na
sociedade moderna. É a transubstanciação de instintos rudes,
C preocupação econômica em uma sociedade urbana Imponderabilíssima, e impalpável,
em crise. Que anda acima da carne miserável
Como anda a garça acima dos açudes!
D consumo de bens materiais por parte de jovens,
adultos e idosos. ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 (fragmento).

E pesar e reação de luto diante da morte de um familiar TEXTO II


querido. Arte de amar
QUESTÃO 119 Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua
alma.
²1mRPmH3HUGHDJUDoD(VWHDQRDVHQKRUDYDL A alma é que estraga o amor.
ver. Compro um barato.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
²%DUDWR"$GPLWRTXHYRFrFRPSUHXPDOHPEUDQFLQKD
Não noutra alma.
barata, mas não diga isso a sua mãe. É fazer pouco-caso
de mim. 6yHP'HXV²RXIRUDGRPXQGR
As almas são incomunicáveis.
² ,K PmH D VHQKRUD HVWi SRU IRUD PLO DQRV 1mR
sabe que barato é o melhor que tem, é um barato! Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
²'HL[HHXHVFROKHUGHL[H
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
²0mHpUXLPGHHVFROKD2OKDDTXHOHEOD]HUIXUDGR
Os Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista
que a senhora me deu no Natal! VREUH R WHPD DPRU$SHVDU GLVVR DPERV GH¿QHP HVVH
²6HXSRUFDULDWHPFRUDJHPGHGL]HUTXHVXDPmH sentimento a partir da oposição entre
lhe deu um blazer furado? A satisfação e insatisfação.
B egoísmo e generosidade.
²9LX"1mRVDEHQHPRTXHpIXUDGR"$TXHODFRUMi
C felicidade e sofrimento.
era, mãe, já era!
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.
D corpo e espírito.
E ideal e real.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *Amar25dom15*
QUESTÃO 121 Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã.
Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela
que o carregasse pro céu.
Caiuanogue foi se chegando porém o herói fedia muito.
²9iWRPDUEDQKR²HODIH](IRLVHHPERUD
$VVLP QDVFHX D H[SUHVVmR ³9i WRPDU EDQKR´
que os brasileiros empregam se referindo a certos
imigrantes europeus.
ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.

O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado


³9HL D 6RO´ GR OLYUR Macunaíma, de Mário de Andrade,
pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro.
Considerando a linguagem empregada pelo narrador, é
Disponível em: www.casualciclo.com. Acesso: 2 ago. 2012. SRVVtYHOLGHQWL¿FDU
A charge retrata um comportamento recorrente nos A resquícios do discurso naturalista usado pelos
dias atuais: a insatisfação das pessoas com o peso. escritores do século XIX.
No entanto, do ponto de vista orgânico, o peso corporal B ausência de linearidade no tratamento do tempo,
se torna um problema à saúde quando recurso comum ao texto narrativo da primeira fase
A estimula a adesão à dieta. modernista.
B aumenta conforme a idade. C referência à fauna como meio de denunciar o
primitivismo e o atraso de algumas regiões do país.
C expressa a inatividade da pessoa.
D descrição preconceituosa dos tipos populares
D SURYRFDPRGL¿FDo}HVQDDSDUrQFLD brasileiros, representados por Macunaíma e
E acomete o funcionamento metabólico. Caiuanogue.
E uso da linguagem coloquial e de temáticas do lendário
QUESTÃO 122
brasileiro como meio de valorização da cultura popular
O rap constitui-se em uma expressão artística por nacional.
meio da qual os MCs relatam poeticamente a condição
social em que vivem e retratam suas experiências QUESTÃO 124
cotidianas.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008. Anfíbio com formato de cobra é descoberto
no Rio Madeira (RO)
2 ³UHODWR SRpWLFR´ p XPD FDUDFWHUtVWLFD IXQGDPHQWDO GHVVH
gênero musical, em que o Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro
de obras de usina. Exemplares estão no Museu Emilio
A MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam Goeldi, no Pará
a complexa realidade em que se encontra.
B rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de
que seriam responsáveis por retratar a realidade da obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira,
periferia. em Porto Velho, resultou na descoberta de um anfíbio de
formato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o
C rap se caracteriza pela proximidade das notas na QRPHFLHQWt¿FRGRDQLPDOUDURGHVFREHUWRHP5RQG{QLD
melodia, em que a letra é mais recitada do que Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de História
cantada, como em uma poesia. Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Nenhum
D MC canta enquanto outros músicos o acompanham deles tem a descrição exata de localidade, apenas
com instrumentos, tais como o contrabaixo elétrico e ³$PpULFDGR6XO´$GHVFREHUWDRFRUUHXHPGH]HPEURGR
o teclado. ano passado, mas apenas agora foi divulgada.
E MC canta poemas amplamente conhecidos, XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 ago. 2012.
fundamentando sua atuação na memorização de
suas letras. A notícia é um gênero textual em que predomina a função
referencial da linguagem. No texto, essa predominância
evidencia-se pelo(a)
QUESTÃO 123
A recorrência de verbos no presente para convencer o
Vei, a Sol leitor.
Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez B uso da impessoalidade para assegurar a objetividade
H R KHUyL ¿FRX HVFRUUHQGR VXMHLUD GH XUXEX -i HUD da informação.
de madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio.
C questionamento do código linguístico na construção
Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado. Assim
da notícia.
mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê
si não havia alguma cova com dinheiro enterrado. Não D utilização de expressões úteis que mantêm aberto o
havia não. Nem a correntinha encantada de prata que canal de comunicação com o leitor.
indica pro escolhido, tesouro de holandês. Havia só as E emprego dos sinais de pontuação para expressar as
formigas jaquitaguas ruivinhas. emoções do autor.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*Amar25dom16* 2015

QUESTÃO 125 GHQJXH´ D Campanha Nacional de Combate à Dengue


objetiva convencer a população de que é preciso
0LQKDPmHDFKDYDHVWXGRDFRLVDPDLV¿QDGRPXQGR
A eliminar potenciais criadouros, quando aparecer a
Não é. doença.
$FRLVDPDLV¿QDGRPXQGRpRVHQWLPHQWR B posicionar-se criticamente sobre as ações de combate
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ao mosquito.
ela falou comigo: C prevenir-se permanentemente contra a doença.
³&RLWDGRDWpHVVDKRUDQRVHUYLoRSHVDGR´ D repensar as ações de prevenção da doença.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com E preparar os agentes de combate ao mosquito.
água quente. QUESTÃO 127
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.

Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi


a percepção de um lirismo presente nas cenas e fatos do
cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata
a poesia desses elementos a partir do(a)
DAHMER, A. Disponível em: www.malvados.com.br. Acesso em: 18 fev. 2013.
A UHÀH[mR LU{QLFD VREUH D LPSRUWkQFLD DWULEXtGD DRV
estudos por sua mãe. As redes sociais permitem que seus usuários facilmente
compartilhem entre si ideias e opiniões. Na tirinha, há um
B sentimentalismo, oposto à visão pragmática que tom de crítica àqueles que
reconhecia na mãe. A fazem uso inadequado das redes sociais para criticar
C olhar comovido sobre seu pai, submetido ao trabalho o mundo.
pesado. B são usuários de redes sociais e têm seus desejos
atendidos.
D reconhecimento do amor num gesto de aparente
C se supõem críticos, porém não apresentam ação
banalidade. efetiva.
E enfoque nas relações afetivas abafadas pela vida D são usuários das redes sociais e não criticam o
conjugal. mundo.
E se esforçam para promover mudanças no mundo.
QUESTÃO 126
QUESTÃO 128
Organizados pelo Comitê Intertribal Indígena,
com apoio do Ministério dos Esportes, os Jogos dos
Povos Indígenas têm o seguinte mote: “O importante
QmR p FRPSHWLU H VLP FHOHEUDU´$ SURSRVWD p UHFHQWH
já que a primeira edição dos jogos ocorreu em 1996, e
tem como objetivo a integração das diferentes tribos,
assim como o resgate e a celebração dessas culturas
tradicionais. A edição dos jogos de 2003, por exemplo,
teve a participação de sessenta etnias, dentre elas os
kaiowá, guarani, bororo, pataxó e yanomami. A última
edição ocorreu em 2009, e foi a décima vez que o torneio
foi realizado. A periodicidade dos jogos é anual, com
exceção do intervalo ocorrido em 1997, 1998, 2006 e
2008, quando não houve edições.
RONDINELLI, P. Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 15 ago. 2013.

Considerando o texto, os Jogos dos Povos Indígenas


Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2012. assemelham-se aos Jogos Olímpicos em relação à
Campanhas educativas têm o propósito de provocar A TXDQWL¿FDomRGHPHGDOKDVHYLWyULDV
XPD UHÀH[mR HP WRUQR GH TXHVW}HV VRFLDLV GH JUDQGH B melhora de resultados e performance.
relevância, tais como as relacionadas à cidadania C realização anual dos eventos e festejos.
e também à saúde. Com a imagem de um relógio D renovação de técnicas e táticas esportivas.
despertador e o slogan “Sempre é hora de combater a E aproximação de diferentes sujeitos e culturas.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2015 *Amar25dom17*
QUESTÃO 129 Brasil. É por isso que nós lançamos, pelo terceiro ano
Um relacionamento de grupo saudável exige um consecutivo, este especial com informações que ajudam
número de indivíduos trabalhando interdependentemente a encarar a situação de forma prática. Sem malabarismos
para completar um projeto, com total participação ² mas com boa dose de disciplina! ² é possível quitar
individual e contribuição pessoal. Se uma pessoa domina, as dívidas, organizar os gastos, fazer planos de consumo
os outros membros têm pouco crescimento ou prazer que caibam em seus rendimentos mensais e estruturar os
na atividade, não existe um verdadeiro relacionamento investimentos para fazer o dinheiro que sobra render mais.
no grupo. O teatro é uma atividade artística que exige Ter dinheiro para viver melhor está diretamente
R WDOHQWR H D HQHUJLD GH PXLWDV SHVVRDV ² GHVGH D relacionado a sua capacidade de se organizar e de
primeira ideia de uma peça ou cena até o último eco HOHJHUSULRULGDGHVQDKRUDGHJDVWDU$FHLWHRGHVD¿RH
de aplauso. Sem esta interação não há lugar para o boa leitura!
Você S/A, n. 16, 2011 (adaptado).
ator individualmente, pois sem o funcionamento do
grupo, para quem iria ele representar, que materiais No trecho apresentado, são utilizados vários argumentos
usaria e que efeitos poderia produzir? O aluno-ator deve que demonstram que o objetivo principal do produtor do
DSUHQGHU TXH ³FRPR DWXDU´ DVVLP FRPR QR MRJR HVWi texto, em relação ao público-alvo da revista, é
intrinsecamente ligado a todas as outras pessoas na
complexidade da forma da arte. O teatro improvisacional A conscientizar o leitor de que ele é capaz de
requer relacionamento de grupo muito intenso, pois é a economizar.
partir do acordo e da atuação em grupo que emerge o B levar o leitor a envolver-se com questões de ordem
material para as cenas e peças. econômica.
SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2008. C ajudar o leitor a quitar suas dívidas e organizar sua
Com base no texto, as diferenças e similaridades dos YLGD¿QDQFHLUD
atores são aceitas no teatro de improvisação quando D persuadir o leitor de que ele não é o único com
SUREOHPDV¿QDQFHLURV
A todos experimentam o teatro juntos e sem julgamentos.
E convencer o leitor da importância de ler essa edição
B uma parte do grupo comanda a outra, exercendo o
especial da revista.
poder.
C a opinião de alguns tem valor e demonstra a sua QUESTÃO 132
capacidade individual.
O primeiro contato dos suruís com o homem branco foi
D a individualidade se destaca e traz à tona o talento
em 1969. A população indígena foi dizimada por doenças
daquele que é o melhor. e matanças, mas, recentemente, voltou a crescer.
E uma pessoa precisa dominar, comandando as ações Soa contraditório, mas a mesma modernidade que
do grupo, sem acordos. quase dizimou os suruís nos tempos do primeiro contato
promete salvar a cultura e preservar o território desse
QUESTÃO 130 povo. Em 2007, o líder Almir Suruí, de 37 anos, fechou
uma parceria inédita e levou a tecnologia às tribos.
A dança moderna propõe em primeiro lugar o
Os índios passaram a valorizar a história dos anciãos.
conhecimento de si e o autodomínio. Minha proposta é
E a resguardar, em vídeos e fotos on-line, as tradições
esta: através do conhecimento e do autodomínio chego à da aldeia. Ainda se valeram de smartphones e GPS para
IRUPDjPLQKDIRUPD²HQmRRFRQWUiULReXPDLQYHUVmR GHOLPLWDU VXDV WHUUDV H LGHQWL¿FDU RV GHVPDWDPHQWRV
que muda toda a estética, toda a razão do movimento.
ilegais.
$WpFQLFDQDGDQoDWHPDSHQDVXPD¿QDOLGDGHSUHSDUDU
o corpo para responder à exigência do espírito artístico. 5,%(,52$1mRWHPRVRGLUHLWRGH¿FDULVRlados. Época, n. 718, 20 fev. 2012 (adaptado).

VIANNA, K.; CARVALHO, M. A. A dança. São Paulo: Siciliano, 1990. Considerando-se as características históricas da relação
Na abordagem dos autores, a técnica, o autodomínio e o entre índios e não índios, a suposta contradição observada
conhecimento do bailarino estão a serviço da na relação entre suruís e recursos da modernidade
MXVWL¿FDVHSRUTXHRVtQGLRV
A padronização do movimento da dança.
A aderiram à tecnologia atual como forma de assimilar a
B subordinação do corpo a um padrão.
cultura do homem branco.
C concretização da criação pessoal.
B ¿]HUDPXVRGR*36SDUDLGHQWL¿FDUiUHDVSURStFLDVD
D ideia preconcebida de forma. novas plantações.
E busca pela igualdade entre os bailarinos. C usaram recursos tecnológicos para registrar a cultura
do seu povo.
QUESTÃO 131
D fecharam parceria para denunciar as vidas perdidas
0DQWHUDVFRQWDVVREFRQWUROHHDV¿QDQoDVVDXGiYHLV por doenças e matanças.
parece um objetivo inatingível para você? Tenha certeza E resguardaram as tradições da aldeia à custa do
de que você não está sozinho. A bagunça na vida isolamento provocado pela tecnologia moderna.
¿QDQFHLUD FRPSURPHWH RV VRQKRV GH PXLWD JHQWH QR
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*Amar25dom18* 2015

QUESTÃO 133 Tendo em vista seus elementos constitutivos e o meio de


GLYXOJDomRHVVHWH[WRLGHQWL¿FDVHFRPR
A YHUEHWHHQFLFORSpGLFRSRLVFRQWpPDGH¿QLomRGHXP
item lexical.
B cartaz, pois instrui sobre a localização de um ambiente
que oferece atrações turísticas.
C cartão-postal, pois a imagem mostra ao destinatário o
local onde se encontra o remetente.
D anúncio publicitário, pois busca persuadir o público-alvo
VEIGA, D. Disponível em: http://dirceuveiga.com.br. Acesso em: 3 maio 2012.
a visitar um determinado local.
E IRWRJUD¿D SRLV UHWUDWD XPD SDLVDJHP XUEDQD GH
&RQVLGHUDQGR TXH D LQWHUQHW LQÀXHQFLD RV PRGRV GH grande impacto.
comunicação contemporânea, a charge faz uma crítica
ao uso vicioso dessa tecnologia, pois QUESTÃO 135
A gera diminuição no tempo de descanso, substituído TEXTO I
pelo contato com outras pessoas. Quem sabe, devido às atividades culinárias da
B propicia a continuação das atividades de trabalho, esposa, nesses idílios Vadinho dizia-lhe “Meu manuê
ainda que em ambiente doméstico. de milho verde, meu acarajé cheiroso, minha franguinha
C promove o distanciamento nos relacionamentos, JRUGD´ H WDLV FRPSDUDo}HV JDVWURQ{PLFDV GDYDP MXVWD
PHVPRHQWUHSHVVRDVSUy[LPDV¿VLFDPHQWH ideia de certo encanto sensual e caseiro de dona Flor a
D tem impacto negativo no tempo disponível para o esconder-se sob uma natureza tranquila e dócil. Vadinho
conhecia-lhe as fraquezas e as expunha ao sol, aquela
lazer do casal.
ânsia controlada de tímida, aquele recatado desejo
E implica a adoção de atitudes agressivas entre os fazendo-se violência e mesmo incontinência ao libertar-
membros de uma mesma família. se na cama.
QUESTÃO 134 AMADO, J. Dona Flor e seus dois maridos. São Paulo: Martins, 1966.

TEXTO II
As suas mãos trabalham na braguilha das calças
do falecido. Dulcineusa me confessou mais tarde: era
assim que o marido gostava de começar as intimidades.
Um fazer de conta que era outra coisa, a exemplo do gato
que distrai o olhar enquanto segura a presa nas patas.
Esse o acordo silencioso que tinham: ele chegava em
casa e se queixava que tinha um botão a cair. Calada,
Dulcineusa se armava dos apetrechos da costura e se
posicionava a jeito dos prazeres e dos afazeres.
COUTO, M. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.

7HPDUHFRUUHQWHQDREUDGH-RUJH$PDGRD¿JXUDIHPLQLQD
aparece, no fragmento, retratada de forma semelhante à
que se vê no texto do moçambicano Mia Couto. Nesses
dois textos, com relação ao universo feminino em seu
contexto doméstico, observa-se que
A o desejo sexual é entendido como uma fraqueza
moral, incompatível com a mulher casada.
B a mulher tem um comportamento marcado por
convenções de papéis sexuais.
C à mulher cabe o poder da sedução, expresso pelos
gestos, olhares e silêncios que ensaiam.
D a mulher incorpora o sentimento de culpa e age com
apatia, como no mito bíblico da serpente.
E a dissimulação e a malícia fazem parte do repertório
Caras, n. 34, ago. 2011. feminino nos espaços público e íntimo.

LC - 2º dia | Caderno 5 - AMARELO - Página 18

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

2ª APLICAÇÃO
GABARITO PROVA 2015

LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO
INGLÊS ESPANHOL
91 C A
92 B B
93 B D
94 E D
95 D B
96 E
97 A
98 B
99 C
100 D
101 E
102 B
103 D
104 E
105 C
106 B
107 A
108 B
109 E
110 B
111 A
112 E
113 E
114 C
115 B
116 A
117 D
118 A
119 D
120 D
121 E
122 C
123 E
124 B
125 D
126 C
127 C
128 E
129 A
130 C
131 E
132 C
133 C
134 D
135 B

223

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

PROVA ENEM 2016 2016 *CZ1325DOM5*


Questões de 96 a 135 QUESTÃO 98

QUESTÃO 96 O passado na tela do computador


Naquele tempo eu morava no Calango-Frito e não 8P GRV GHVD¿RV GR QRYR 0XVHX GD ,PLJUDomR
DFUHGLWDYDHPIHLWLFHLURV p VH FRQWUDSRU j LPDJHP GHL[DGD SHOD H[LELomR
(RFRQWUDVVHQVRPDLVDYXOWDYDSRUTXHMiHQWmR௅H do acervo permanente na época do Memorial do
H[FOXtGDTXDQWDFRLVDHVRXVDGHQyVWRGRVOiHRXWUDV ,PLJUDQWH PXLWR FULWLFDGD SRU GDU rQIDVH GHPDVLDGD
FLVPDV FRUULTXHLUDV WDLV VDO GHUUDPDGR SDGUH YLDMDQGR aos imigrantes estrangeiros e pouca atenção aos
FRPDJHQWHQRWUHPQmRIDODUHPUDLRTXDQGRPXLWRH
VHRWHPSRHVWiERP³IDtVFD´QHPGL]HUOHSUDVyR³PDO´ EUDVLOHLURV(UDXPDUHSUHVHQWDomRGHVSURSRUFLRQDOHP
passo de entrada com o pé esquerdo; ave do pescoço UHODomRDRVQ~PHURVGRVPLOK}HVGHSHVVRDVTXH
SHODGR ULVDGD UHQJD GH VXLQGDUD FDFKRUUR ERGH H SDVVDUDPSHODKRVSHGDULDGHLPLJUDQWHVGH6mR3DXOR
JDOR SUHWRV >@ ௅ SRUTXH Mi HQWmR FRPR LD GL]HQGR DSUR[LPDGDPHQWH  PLOKmR HUDP HVWUDQJHLUDV GH 
HX SRGHULD FRQIHVVDU QXP UHFHQVHLR DSUR[LPDGR GR]H QDFLRQDOLGDGHV H HWQLDV  H  PLOKmR HUDP EUDVLOHLUDV
WDEXV GH QmR XVR SUySULR RLWR UHJULQKDV RUWRGR[DV
SUHYHQWLYDVYLQWHSpVVLPRVSUHVViJLRVGH]HVVHLVFDVRV RULXQGDVSULQFLSDOPHQWHGRVHVWDGRVQRUGHVWLQRV
GH EDWLGD REULJDWyULD QD PDGHLUD GH] RXWURV H[LJLQGR D +(%0h//(53Problemas brasileirosQQRYGH] DGDSWDGR 
¿JDGLJLWDOQDSROLWDQDPDVGDOHJtWLPDRFXOWDQGREHPD 2DXWRUGRWH[WRVREUHDGLJLWDOL]DomRGRDFHUYRGRQRYR
cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de ritual
PDLVFRPSOLFDGRWRWDOVHWHQWDHGRLV௅QRYHVIRUDQDGD 0XVHX GD ,PLJUDomR DSUHVHQWD D rQIDVH QR LPLJUDQWH
526$-*6mR0DUFRVSagarana5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR DGDSWDGR 
estrangeiro como um problema de representação
HTXLYRFDGD GD LPLJUDomR HP 6mR 3DXOR 3DUD WDQWR
-RmR*XLPDUmHV5RVDQHVVHIUDJPHQWRGHFRQWRUHVJDWD IXQGDPHQWDVHXSRQWRGHYLVWDQR D
a cultura popular ao registrar
A WUHFKRVGHFDQWLJDV A panorama apresentado como a atual realidade do
B ULWXDLVGHPDQGLQJDV LPLJUDQWHHP6mR3DXOR
C FLWDo}HVGHSUHFHLWRV B uso da tecnologia para aprimorar a imagem do
D FHULP{QLDVUHOLJLRVDV LPLJUDQWHHP6mR3DXOR
E H[HPSORVGHVXSHUVWLo}HV
C GLIHUHQoDHQWUHR0HPRULDOGR,PLJUDQWHHRVGHPDLV
QUESTÃO 97 PXVHXVH[LVWHQWHVHP6mR3DXOR
Escrever D diversidade de nacionalidades e etnias como
A estudante perguntou como era essa coisa de SDUkPHWURGDLPLJUDomRHP6mR3DXOR
HVFUHYHU(X¿]RJrQHURIRIR0ROH]DGLVVH E GHVHTXLOtEULR QDV UHSUHVHQWDo}HV XVXDLV GRV
PrimHLUR HYLWH HVVHV FRORTXLDOLVPRV GH ³IRIR´ H LPLJUDQWHVHP6mR3DXOR
³PROH]D´SDVVHORQJHGDVJtULDVDLQGDQmRGLFLRQDUL]DGDV
HGHWXGRPDLVTXHVRHPDLVIDODGRGRTXHHVFULWR,VWR QUESTÃO 99
DTXL QmR p UiGLR )0 'H YH] HP TXDQGR DSOLTXH XPD Argumento
JtULD FRPR VH IRVVH XP SLSDURWH GH OHYH QR FDQJRWH GR 7iOHJDO
WH[WRPDVHPJHUDOHYLWH)XMDGHVVDVULPDVERELQKDV
GHVVHVPRWHVVRQRURV2OHLWRUSRGHVHDFKDUGLDQWHGH Eu aceito o argumento
um rapperIUXVWUDGRHGDUFDPEDOKRWDV0DVDWHQomRVH Mas não me altere o samba tanto assim
VRDUPXLWRHVWUDQKRUHHVFUHYD 2OKDTXHDUDSD]LDGDHVWiVHQWLQGRDIDOWD
4XDQGR TXLVHU DSOLFDU XP ³PDV´ WRPH I{OHJR De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim
OLJXH SDUD R  GR ,QVWLWXWR )HUQDQGR 3HVVRD SHoD
DXWRUL]DomRDRViELRGHSODQWmRHSRUIDYRUYROWHDWUiV Sem preconceito
eXPFDFRHWHIDFLOLWDGRU'HOHGHYHWHUYLQGRDH[SUHVVmR Ou mania de passado
³FKHLRGHPDVPDV´RXVHMDXPDSHVVRDFKHLDGH³QmR 6HPTXHUHU¿FDUGRODGR
pEHPDVVLP´XPDFKDWDTXHXVDRWUXTXHSDUDD¿UPDUH
GHSRLVFRPRVHIRVVHHVWLORREWHPSHUDU De quem não quer navegar
6$1726-)O GloboMDQ DGDSWDGR 
)DoDFRPRRYHOKRPDULQKHLUR
Que durante o nevoeiro
$OtQJXDYDULDHPIXQomRGHGLIHUHQWHVIDWRUHV8PGHOHV /HYDREDUFRGHYDJDU
pDVLWXDomRHPTXHVHGiDFRPXQLFDomR1DFU{QLFD
ao ser interrogado sobre a arte de escrever, o autor 3$8/,1+2'$9,2/$'LVSRQtYHOHPZZZSDXOLQKRGDYLRODFRPEU$FHVVRHPGH]
XWLOL]DHPPHLRjOLQJXDJHPHVFULWDSDGUmRFRQGL]HQWH
FRPRFRQWH[WR 1D OHWUD GD FDQomR SHUFHEHVH XPD LQWHUORFXomR
A GH¿QLo}HVWHyULFDVSDUDSHUPLWLUTXHVHXVFRQVHOKRV A posição do emissor é conciliatória entre as tradições
VHMDP~WHLVDRVIXWXURVMRUQDOLVWDV GR VDPED H RV PRYLPHQWRV LQRYDGRUHV GHVVH ULWPR
B JtULDVQmRGLFLRQDUL]DGDVSDUDLPLWDUDOLQJXDJHPGH $HVWUDWpJLDDUJXPHQWDWLYDGHFRQFHVVmRQHVVHFHQiULR
MRYHQVGHEDL[DHVFRODULGDGH pPDUFDGDQRWUHFKR
C palavras de uso coloquial, para estabelecer uma A ³0DVQmRPHDOWHUHRVDPEDWDQWRDVVLP´
LQWHUDomRVDWLVIDWyULDFRPDLQWHUORFXWRUD
B ³2OKDTXHDUDSD]LDGDHVWiVHQWLQGRDIDOWD´
D WHUPRV GD OLQJXDJHP MRUQDOtVWLFD SDUD FDXVDU ERD
LPSUHVVmRQDMRYHPHQWUHYLVWDGRUD C ³6HPSUHFRQFHLWR2XPDQLDGHSDVVDGR´
E YRFDEXOiULR WpFQLFR SDUD DPSOLDU R UHSHUWyULR D ³6HPTXHUHU¿FDUGRODGR'HTXHPQmRTXHUQDYHJDU´
OLQJXtVWLFRGRVMRYHQVOHLWRUHVGRMRUQDO E ³/HYDREDUFRGHYDJDU´

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*CZ1325DOM6* 2016

QUESTÃO 100 QUESTÃO 102


Um menino aprende a ler
0LQKDPmHVHQWDYDVHDFRVHUHUHWLQKDPHGHOLYUR
QD PmR DR ODGR GHOD DR Sp GD PiTXLQD GH FRVWXUD
2OLYURWLQKDQXPDSiJLQDD¿JXUDGHXPELFKRFDUFXQGD
DR ODGR GD TXDO HP OHWUDV JUD~GDV GHVWDFDYDVH HVWD
SDODYUD (67Ð0$*2 'HSRLV GH VROHWUDU ³HVWRPDJR´
SURQXQFLHL ³HVWRPiJR´ (X KDYLD SURQXQFLDGR EHP DV
GXDV SULPHLUDV SDODYUDV TXH OL FDPHOR H GURPHGiULR
0DVHVW{PDJRSURQXQFLHLHVWRPiJR0LQKDPmHERQLWD
FRPRVySRGHVHUPmHMRYHPSDUD¿OKRSHTXHQRRURVWR
DOYtVVLPR RV FDEHORV HQURODGRV QR SHVFRoR SDURX D
FRVWXUDHPH¿WRXGHID]HUPHGR³*LOEHUWR´(VWUHPHFL
³(VWRPiJR" /HLD GH QRYR VROHWUH´ 6ROHWUHL UHSHWL
³(VWRPiJR´)RLRGLDER
$1'5$'(5'LVSRQtYHOHPZZZMRUQDOFLGDGHFRPEU$FHVVRHPRXW DGDSWDGR 
-DPDLVWLQKDRXYLGRDRTXHPHOHPEUDVVHHQWmRD
$ FKDUJH DERUGD XPD VLWXDomR GR FRWLGLDQR GH SDODYUDHVW{PDJR$FR]LQKHLUDRHVWULEHLURRVFULDGRV
DOJXPDV IDPtOLDV 1HVVH VHQWLGR HOD WHP R REMHWLYR %HUQDUGDGL]LDP³HVWDPER´³(VWRXFRPXPDGRUQDERFD
comunicativo de GRHVWDPER´³0HXHVWDPERHVWiWLQLQGR´0HXVSDLV
A GHQXQFLDURVSUHMXt]RVGDIDOWDGHGLiORJRHQWUHSDLV WHULDP SURQXQFLDGR GLUHLWR QD PLQKD SUHVHQoD PDV HX
H¿OKRV QmRPHOHPEUDYD(FULDQoDFRPRRSRYRVHPSUHTXH
SRGHUHSHOHSURSDUR[tWRQR
B PRVWUDU DV GLIHUHQoDV HQWUH DV SUHIHUrQFLDV GH
$0$'2*História da minha infância5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
HQWUHWHQLPHQWRHQWUHSDLVH¿OKRV
C HYLGHQFLDURVH[FHVVRVGHXWLOL]DomRGDVUHGHVVRFLDLV 1R WUHFKR HP TXH R QDUUDGRU UHOHPEUD XP HSLVyGLR
HPPRPHQWRVGHFRQYLYrQFLDIDPLOLDU GH VXD LQIkQFLD UHYHODVH D SRVVLELOLGDGH GH D OtQJXD
VH UHDOL]DU GH IRUPDV GLIHUHQWHV &RP EDVH QR WH[WR D
D demonstrar que as mudanças culturais ocorridas passagem em que se constata uma marca de variedade
QD VRFLHGDGH LPS}HP QRYRV FRPSRUWDPHQWRV jV OLQJXtVWLFDSRXFRSUHVWLJLDGDp
IDPtOLDV
A ³2 OLYUR WLQKD QXPD SiJLQD D ¿JXUD GH XP ELFKR
E HQIDWL]DU TXH D VRFLDOL]DomR GH LQIRUPDo}HV VREUH
FDUFXQGD DR ODGR GD TXDO HP OHWUDV JUD~GDV
RV ¿OKRV p XPD IRUPD GH GHPRQVWUDU RUJXOKR GH
GHVWDFDYDVHHVWDSDODYUD(67Ð0$*2´
IDPLOLDUHV
B ³µ*LOEHUWR¶ (VWUHPHFL µ(VWRPiJR" /HLD GH QRYR
QUESTÃO 101 VROHWUH¶6ROHWUHLUHSHWLµ(VWRPiJR¶´
C ³(X KDYLD SURQXQFLDGR EHP DV GXDV SULPHLUDV
$ SDODYUD H D LPDJHP WrP R SRGHU GH FULDU
SDODYUDVTXHOLFDPHORHGURPHGiULR´
H GHVWUXLU GH SURPHWHU H QHJDU $ SXEOLFLGDGH VH
YDOH GHVWH UHFXUVR OLQJXtVWLFRLPDJpWLFR FRPR VHX D ³-DPDLVWLQKDRXYLGRDRTXHPHOHPEUDVVHHQWmRD
SULQFLSDOLQVWUXPHQWR9HQGHD¿FomRFRPRRUHDO SDODYUDHVW{PDJR´
 RQRUPDOFRPRDOJRIDQWiVWLFRWUDQVIRUPDXPFDUUR E ³$ FR]LQKHLUD R HVWULEHLUR RV FULDGRV %HUQDUGD
HPXPVtPERORGHSUHVWtJLRVRFLDOXPDFHUYHMDHP GL]LDPµHVWDPER¶´
uma loira bonita, e um cidadão comum num astro
ou estrela, bastando tão somente utilizar o produto
RXVHUYLoRGLYXOJDGRAssimID]HUREDQDOWRUQDUVH
10 RLGHDOpWDUHIDRUGLQiULDGDOLQJXDJHPSXEOLFLWiULD
$/0(,'$:0$OLQJXDJHPSXEOLFLWiULDHRHVWUDQJHLULVPR
Língua PortuguesaQMDQ

$OJXQVHOHPHQWRVOLQJXtVWLFRVHVWDEHOHFHPUHODo}HVHQWUH
DV GLIHUHQWHV SDUWHV GR WH[WR 1HVVH WH[WR R YRFiEXOR
³Assim” Ɛ WHPDIXQomRGH
A FRQWUDULDURVDUJXPHQWRVDQWHULRUHV
B VLQWHWL]DUDVLQIRUPDo}HVDQWHULRUHV
C DFUHVFHQWDUXPQRYRDUJXPHQWR
D LQWURGX]LUXPDH[SOLFDomR
E DSUHVHQWDUXPDDQDORJLD

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

2016 *CZ1325DOM7*
QUESTÃO 103

1R%UDVLOPLOKDUHVGHFULDQoDVHDGROHVFHQWHVWUDEDOKDPHPFDVDVGHIDPtOLD,VVRQmRpOHJDO
2WUDEDOKRLQIDQWLOGRPpVWLFRHQFXUWDDLQIkQFLDSUHMXGLFDDDXWRHVWLPDHSURYRFDJUDQGHGHIDVDJHPHVFRODU
'HVHQYROYHPRVGLYHUVRVSURJUDPDVVRFLDLVTXHSURWHJHPHGmRGLJQLGDGHDFULDQoDVHMRYHQV
FRPRR3(7,352-29(085%$12352-29(0$'2/(6&(17((352-29(075$%$/+$'25HQWUHRXWURV
DisSRQtYHOHPKWWSVHUYLFRVSUWPSWPSEU$FHVVRHPMXO DGDSWDGR 

$ SHoD SXEOLFLWiULD HP SDXWD EXVFD SURPRYHU XPD FRQVFLHQWL]DomR VRFLDO 3HOD DQiOLVH GRV SURFHGLPHQWRV
DUJXPHQWDWLYRVXWLOL]DGRVSHORDXWRURWH[WR
A RS}HDIUDJLOLGDGHGDFULDQoDDRVGHVPDQGRVGRVDGXOWRV
B HOHQFDDVFDXVDVGDH[LVWrQFLDGRWUDEDOKRLQIDQWLOQR%UDVLO
C GHWDOKDDVLQLFLDWLYDVJRYHUQDPHQWDLVGHVROXomRGRSUREOHPDDERUGDGR
D GLYXOJDDo}HVLQVWLWXFLRQDLVORFDLVSDUDRHQIUHQWDPHQWRGHXPSUREOHPDQDFLRQDO
E UHVVDOWDDUHVSRQVDELOLGDGHGDVIDPtOLDVQDSURWHomRGDVFULDQoDVHGRVDGROHVFHQWHV

QUESTÃO 104
8PFDFKRUURFRUGHFDUYmRGRUPHQRD]XOHWpUHRGHXPDUHGHGHSHVFDHQURODGDVREUHDJUDPDGD3UDoD9LQWH
H8PGH$EULO2VROEDWHQDIUHQWHQRVGHJUDXVFLQ]HQWRVGDHVFDGDULDTXHVREHDHQFRVWDGRPRUURDWpD,JUHMDGD
0DWUL]$ODGHLUDGHSDUDOHOHStSHGRVFXUWDHtQJUHPHDRODGRGDLJUHMDSDVVDSRUXPJDOSmRGHEDUFRVHSRUXPDFDVD
GHPDGHLUDSUpPROGDGD$FHQDSDUDDYHOKLQKDPDUURPTXHWRPDVROQDYDUDQGDVHQWDGDQXPDFDGHLUDGHSUDLD
FRORULGD2YHQWRQRUGHVWHVDOJDGRWXPXOWXDDViUYRUHVHDVRQGDV1XYHQVHVSDUUDPDGDVDYDQoDPHPIRUPDomR
GRPDUSDUDRFRQWLQHQWHFRPRXPH[pUFLWRHPWUDQVH$ODGHLUDID]XPDFXUYDjHVTXHUGDSDVVDQGRHPIUHQWHDXP
SUHGLQKRGRVpFXORGH]RLWRFRPSDUHGHVEUDQFDVGHVFDVFDGDVHMDQHODVUHFpPSLQWDGDVGHD]XOFREDOWR
*$/(5$'Barba ensopada de sangue 6mR3DXOR&LDGDV/HWUDV

$GHVFULomRVXEMHWLYDRXREMHWLYDSHUPLWHDROHLWRUYLVXDOL]DURFHQiULRRQGHXPDDomRVHGHVHQYROYHHRVSHUVRQDJHQV
TXHGHODSDUWLFLSDP2IUDJPHQWRGRURPDQFHFDUDFWHUL]DVHFRPRXPDGHVFULomRVXEMHWLYDSRUTXH
A FRQVWUyLVHTXrQFLDVWHPSRUDLVSHORHPSUHJRGHH[SUHVV}HVDGYHUELDLV
B DSUHVHQWDIUDVHVFXUWDVGHRUGHPGLUHWDFRPHOHPHQWRVHQXPHUDWLYRV
C UHFRUUHDVXEVWDQWLYRVFRQFUHWRVSDUDUHSUHVHQWDUXPDPELHQWHHVWiWLFR
D FULDXPDDPELrQFLDSUySULDSRUPHLRGHQRPHVHYHUERVPHWDIRUL]DGRV
E SULRUL]DFRQVWUXo}HVRUDFLRQDLVGHYDORUVHPkQWLFRGHRSRVLomR
/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*CZ1325DOM8* 2016

QUESTÃO 105 A reação da mãe-proIHVVRUD IUHQWH jV KDELOLGDGHV GD


³JHUDomRGLJLWDO´FRQWHPSRUkQHDUHÀHWHRGHVD¿RTXHVH
Lisboa: aventuras WHPHQIUHQWDGRGH
WRPHLXPH[SUHVVR A DSOLFDUDVPHVPDVIRUPDVGHOHUWH[WRVLPSUHVVRVD
FKHJXHLGHIRJXHWH WH[WRVGLJLWDLV
subi num bonde
desci de um elétrico B LQWHUSUHWDUDVYiULDVLQIRUPDo}HVQDOHLWXUDGHWH[WRV
SHGLXPFDIH]LQKR HPPXOWLPtGLD
serviram-me uma bica C OLGDUFRPDVQRYDVSUiWLFDVGHOHLWXUDTXHHPHUJHP
quis comprar meias FRPDWHFQRORJLD
VyYHQGLDPSH~JDV D VXSHUDU DV GL¿FXOGDGHV GH OHLWXUD JHUDGDV SHORV
IXLGDUDGHVFDUJD MRJRVGHFRPSXWDGRUHV
disparei um autoclisma
E WUDEDOKDU D GL¿FXOGDGH GH OHLWXUD XVDQGR DV
JULWHL³yFDUD´
UHVSRQGHUDPPH©ySiª WHFQRORJLDVFRPRIHUUDPHQWDV
positivamente QUESTÃO 107
DVDYHVTXHDTXLJRUMHLDPQmRJRUMHLDP
>FRPROi
3$(6-3A poesia está morta mas juro que não fui eu6mR3DXOR'XDV&LGDGHV

1R WH[WR D GLYHUVLGDGH OLQJXtVWLFD p DSUHVHQWDGD SHOD


ótica de um observador que entra em contato com
XPD FRPXQLGDGH OLQJXtVWLFD GLIHUHQWH GD VXD (VVH
observador é um
A IDODQWHGRSRUWXJXrVEUDVLOHLURUHODWDQGRRVHXFRQWDWR
QD(XURSDFRPRSRUWXJXrVOXVLWDQR
B LPLJUDQWHHP/LVERDFRPGRPtQLRGRVUHJLVWURVIRUPDO
HLQIRUPDOGRSRUWXJXrVHXURSHX
C WXULVWDHXURSHXFRPGRPtQLRGHGXDVYDULHGDGHVGR
SRUWXJXrVHPYLVLWDD/LVERD
D SRUWXJXrV FRP GRPtQLR GD YDULHGDGH FRORTXLDO GD
OtQJXDIDODGDQR%UDVLO
E SRHWD EUDVLOHLUR GHIHQVRU GR XVR SDGUmR GD OtQJXD
IDODGDHP3RUWXJDO

QUESTÃO 106
$PXOKHUHQWUDQRTXDUWRGR¿OKRGHFLGLGDDWHUXPD
FRQYHUVDVpULD'HQRYRDVUHVSRVWDVGHOHjLQWHUSUHWDomR
GR WH[WR QD SURYD VXJHUHP XPD JUDQGH GL¿FXOGDGH GH
)$1*&Miopia'LVSRQtYHOHPKWWSQHZVSVXHGX$FHVVRHPDEU
OHU 'LVSHUVmR SRGH VHU XPD UHVSRVWD SDUD SDUWH GR
SUREOHPD$H[WHQVmRGRWH[WRSRGHVHURXWUDPDVQHVWD O cartum 0LRSLD GH &KHQ )DQJ IRL DSUHVHQWDGR HP
HODQmRYDLWRFDUSRUTXHWDPEpPpSURIHVVRUDHQmRYDL 2011 na quarta mostra Ecocartoon, que teve como tema
OKHGDUGHVFXOSDVSDUDLUPDOQDHVFROD3UHJXLoDGHOHU DHGXFDomRDPELHQWDO6HXWtWXORHRVHOHPHQWRVYLVXDLV
SDUHFH RXWUD IRUPD GH OLGDU FRP D H[WHQVmR GR WH[WR ID]HP UHIHUrQFLD DR H[DPH RIWDOPROyJLFR H D XP WLSR
(OH HVWi GH QRYR QR FRPSXWDGRU MRJDQGR /HYDQWD RV HVSHFt¿FR GH GL¿FXOGDGH YLVXDO &RP R XVR PHWDIyULFR
ROKRVFRPDTXHOHDUGHTXHPSRGHMRJDUHFRQYHUVDUDR GDPLRSLDHDH[SORUDomRGHFDUDFWHUtVWLFDVGDLPDJHP
PHVPRWHPSR$PmHOKHSHGHTXHLQWHUURPSDRMRJRH o cartum
HOHSHGHjPmH³VyXPLQVWDQWHSDUDVDOYDU´&XULRVDHOD
ROKD SDUD D WHOD H HVSDQWDVH FRP R MRJR HP MDSRQrV A HYLGHQFLD R SDSHO VHFXQGiULR TXH DQLPDLV H SODQWDV
3HUJXQWDOKHFRPRFRQVHJXHHQWHQGHURWH[WRSDUDMRJDU GHVHPSHQKDPQRSURFHVVRGHSURGXomRGHULTXH]DV
(OH OKH IDOD GH DOJXPD FRLVD SDUHFLGD FRP XPD ³OyJLFD B H[S}HRDOWRFXVWRSDUDDPDQXWHQomRGDYLGDWDQWR
GHMRJR´HVREUHDOJXPDVWHQWDWLYDVFRPRVtFRQHV'L] GRVVHUHVKXPDQRVFRPRGHDQLPDLVHSODQWDV
DLQGD TXH FRQKHFH D EDVH GD KLVWyULD H TXH DVVLP
PHVPR HP MDSRQrV WXGR ID] VHQWLGR $TXHOD FRQYHUVD C GHQXQFLDDKLHUDUTXLDGHYDORUHVTXHVXSHUYDORUL]DR
DFDERX VHQGR DGLDGD$ PmHSURIHVVRUD FDSWXUDGD SRU GLQKHLURHPGHWULPHQWRGRVVHUHVYLYRV
outros sentidos de leitura, não se sentia pronta naquele D UHYHODRGLVWDQFLDPHQWRHQWUHRKRPHPHDQDWXUH]D
PRPHQWR&RQVFLHQWHVXVSHQGHDDomR UHVXOWDQWHGDVDWLYLGDGHVHFRQ{PLFDV
%$55(725*Formação de professores, tecnologias e linguagensPDSHDQGRYHOKRV E TXHVWLRQDRDQWDJRQLVPRHQWUHKRPHQVHPXOKHUHV
e novos GHV HQFRQWURV6mR3DXOR/R\ROD DGDSWDGR 
PRWLYDGRSRUTXHVW}HVHFRQ{PLFDV

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

227

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 227 09/02/2022 16:08:10


1 • PRÁTICA DE PROVAS

2016 *CZ1325DOM9*
QUESTÃO 108 QUESTÃO 109
Parestesia não, formigamento
Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde
SDVWDP RX UXPLQDP RXWURV PLO H PDLV ERLV 0DV RV 7ULQWDHWUrVUHJUDVTXHPXGDPDUHGDomR
vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque de bulas no Brasil
a boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e &RPR3URMHWR%XODVGHYROWDGRSDUDDWUDGXomR
recomprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão dRMDUJmRIDUPDFrXWLFRSDUDDOtQJXDSRUWXJXHVD±DTXHOD
PRYHGLoDKiJLURVHVWUDQKRVTXHQmRRVGHVORFDPHQWRV IDODGD HP WRGR R %UDVLO ± H D UHJXODPHQWDomR GR XVR
QRUPDLV GR JDGR HP PDUFKD ௅ TXDQGR VHPSUH DOJXQV GH PHGLFDPHQWRV QR SDtV FLQFR DQRV GHSRLV R %UDVLO
disputam a colocação na vanguarda, outros procuram FRPHoRXDVDLUGDVWUHYDV
R FHQWUR H PXLWRV VH GHL[DP OHYDU HPSXUUDGRV 2JUXSRFRPDQGDGRSRUXPDGRXWRUDHP/LQJXtVWLFDGD
VREUHQDGDQGR TXDVH FRP RV PDLV IUDFRV URODQGR SDUD 8)5- VXJHULX j$QYLVD PXGDU WXGR (ODERURX WDPEpP
RVODGRVHRVPDLVSHVDGRVWDUGDQGRSDUDWUiVQRFRLFH ³$ UHGDomR GH EXODV SDUD R SDFLHQWH XP JXLD FRP RV
GDSURFLVVmR SULQFtSLRV GH UHGDomR FODUD FRQFLVD H DFHVVtYHO SDUD R
OHLWRU GH EXODV´ GLVSRQtYHO HP YHUVmR DGDSWDGD QR site
²(KERLOi(KrrHKERL7RX7RX7RX GD$QYLVD 'LIHUHQWHPHQWH GR TXH DFRQWHFH FRP RXWURV
As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das JrQHURVQDEXODQmRKiHVSDoRSDUDLQRYDo}HVGHHVWLOR
vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no ³2 XVR GH IyUPXODV UHSHWLWLYDV p EHPYLQGR Gi IRUoD
meio, na massa embolada, com atritos de couros, LQVWLWXFLRQDODRWH[WR´H[SOLFDDGRXWRUD³$EXODQmRSRGH
DEULUSRVVLELOLGDGHVGHLQWHUSUHWDo}HVDRVHXOHLWRU´
estralos e guampas, estrondos e baques, e o berro
TXHL[RVR GR JDGR MXQTXHLUD GH FKLIUHV LPHQVRV FRP 6HREHGHFLGDVDVUHJUDVGRJXLDVmRGHVHUYHQWLD
PXLWD WULVWH]D VDXGDGH GRV FDPSRV TXHUrQFLD GRV JHQpULFD±TXHPOLGDFRPTXDOTXHUWLSRGHHVFULWDSRGH
SDVWRVGHOiGRVHUWmR VH EHQH¿FLDU GH VHXV HQVLQDPHQWRV $ UHJUD  SRU
H[HPSOR PDQGD DEROLU D OLQJXDJHP WpFQLFD IRQWH GH
³8PERLSUHWRXPERLSLQWDGR SRVVtYHOFRQVWUDQJLPHQWRSDUDTXHPQmRDFRPSUHHQGH
HUHFRPHQGD³1mRLUULWHROHLWRU´$UHJUDSUHJDXPWRP
FDGDXPWHPVXDFRU FRUGLDOHGXFDGRHVREUHWXGRFRQFLVR³1mRIDoDROHLWRU
&DGDFRUDomRXPMHLWR perder temSR´
'LVSRQtYHOHPUHYLVWDSLDXLHVWDGDRFRPEU$FHVVRHPMXO DGDSWDGR 
GHPRVWUDUVHXDPRU´
$V EXODV GH UHPpGLR WrP FDUiWHU LQVWUXFLRQDO H
%RLEHPEUDYREDWHEDL[RERWDEDEDERLEHUUDQGR FRPSOHPHQWDPDVRULHQWDo}HVPpGLFDV1RFRQWH[WRGH
'DQoDGRLGRGiGHGXURGiGHGHQWURGiGLUHLWR PXGDQoDV DSUHVHQWDGR D SULQFLSDO FDUDFWHUtVWLFD TXH
PDUFDVXDQRYDOLQJXDJHPpR D
9DL YHP YROWD YHP QD YDUD YDL QmR YROWD YDL A SRVVLELOLGDGHGHLQFOXVmRGHQHRORJLVPR
YDUDQGR
B UH¿QDPHQWRGDOLQJXDJHPIDUPDFrXWLFD
526$-*2EXUULQKRSHGUrVSagarana5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
C DGHTXDomRDROHLWRUQmRHVSHFLDOL]DGR
3Uy[LPR GR KRPHP H GR VHUWmR PLQHLURV *XLPDUmHV D GHWDOKDPHQWRGHLQIRUPDo}HV
5RVD FULRX XP HVWLOR TXH UHVVLJQL¿FD HVVHV HOHPHQWRV E LQIRUPDOLGDGHGRUHJLVWUR
2 IUDJPHQWR H[SUHVVD D SHFXOLDULGDGH GHVVH HVWLOR
narrativo, pois QUESTÃO 110
$RDFRPSDQKDUPRVDKLVWyULDGRWHOHIRQHYHUL¿FDPRV
A demonstra a preocupação do narrador com a TXH HVVH PHLR HVWi VH PRVWUDQGR FDSD] GH UHXQLU HP
YHURVVLPLOKDQoD VHXFRQWH~GRXPDTXDQWLGDGHFDGDYH]PDLRUGHRXWURV
PHLRV௅HQYLRGHe-mailsUHFHELPHQWRGHQRWtFLDVP~VLFD
B UHYHOD DVSHFWRV GH FRQÀXrQFLD HQWUH DV YR]HV H RV DWUDYpVGHUiGLRHPHQVDJHQVGHWH[WR(VWD~OWLPDIXQomR
VRQVGDQDWXUH]D YHP VHUYLQGR FRPR VXSRUWH SDUD XPD QRYD IRUPD GH
C UHFRUUHjSHUVRQL¿FDomRGRVDQLPDLVFRPRSULQFLSDO VRFLDELOLGDGH R IHQ{PHQR GR ÀDVK PRE ௅ PRELOL]Do}HV
UHOkPSDJRTXHWrPFRPRFDUDFWHUtVWLFDSULQFLSDOUHDOL]DU
UHFXUVRHVWLOtVWLFR XPDHQFHQDomRHPDOJXPSRQWRGDFLGDGH
D SURGX]XPHIHLWRGHOHJLWLPLGDGHDWUHODGDjUHSURGXomR 3$03$1(//,*$A evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o ÀDVKPRE
GDOLQJXDJHPUHJLRQDO 'LVSRQtYHOHPZZZUD]RQ\SDODEUDRUJP[$FHVVRHPMXQ DGDSWDGR 

E H[SUHVVDRÀXLUGRUHEDQKRHGRVSH}HVSRUPHLRGH 'H DFRUGR FRP R WH[WR D HYROXomR GDV WHFQRORJLDV GH


UHFXUVRVVRQRURVHOH[LFDLV comunicação repercute na vida social, revelando que
A RDF~PXORGHLQIRUPDo}HVSURPRYHDVRFLDELOLGDGH
B as mudanças sociais demandam avanços
WHFQROyJLFRV
C o crescimento tecnológico acarreta mobilizações das
JUDQGHVPDVVDV
D a articulação entre meios tecnológicos pressupõe
GHVHQYROYLPHQWRVRFLDO
E a apropriação das tecnologias pela sociedade
possibilita ações inovadoraV
/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 228 09/02/2022 16:08:11


PRÁTICA DE PROVAS • 1

*CZ1325DOM10* 2016

QUESTÃO 111
%DLmRpXPULWPRSRSXODUGD5HJLmR1RUGHVWHGR%UDVLOGHULYDGRGHXPWLSRGHOXQGXGHQRPLQDGR³EDLDQR´FXMR
QRPHpFRUUXSWHOD1DVFHXVREDLQÀXrQFLDGRFDQWRFKmRFDQWROLW~UJLFRGD,JUHMD&DWyOLFDSUDWLFDGRSHORVPLVVLRQiULRV
HWRUQRXVHH[SUHVVLYDIRUPDPRGL¿FDGDSHODLQFRQVFLHQWHLQÀXrQFLDGHPDQLIHVWDo}HVORFDLV8PGRVJUDQGHVVXFHVVRV
YHLRFRPDP~VLFDKRP{QLPD%DLmR  GH/XL]*RQ]DJDH+XPEHUWR7HL[HLUD
&$6&8'2&Dicionário do folclore brasileiro5LRGH-DQHLUR(GLRXUR DGDSWDGR 

2VHOHPHQWRVUHJLRQDLVTXHLQÀXHQFLDUDPFXOWXUDOPHQWHREDLmRDSDUHFHPHPRXWUDVIRUPDVDUWtVWLFDVHSRGHPVHU
YHUL¿FDGRVQDREUD

A D

Samba em terreiro, Heitor dos Prazeres. Lampião a cavalo, Mestre Vitalino.

B E

9LROHLUR, José Ferraz Almeida Jr.


$PRODGRUGHIDFDV, Adalton Lopes.

Folia de Reis, Rosa Gauditano.


QUESTÃO 112
RR%UDVLOQRPHXSRQWRGHYLVWDHQWHQGHX"RSDtVVyFUHVFHDWUDYpVGDHGXFDomRHQWHQGHX"(XSHQVRDVVLP
HQWmRTXHUGL]HUYRFrGDQGRXPDSULRULGDGHSUDSUDHGXFDomRDWHQGrQFLDpPHOKRUDUPDLVHQWHQGHX"HDV
SHVVRDVFRPRHXSRVVRH[SOLFDUDVVLP"DVSHVVRDVLUHPWRPDQGRFRQKHFLPHQWRPDLVGDVFRLVDVQp"SRUTXHHX
DFKRTXHDSLRUFRLVDTXHWHPpDSHVVRDDOLHQDGDQp"DSHVVRDTXHQmRWHPQRomRGHQDGDHQWHQGHX"
7UHFKRGDIDODGH-/VH[RPDVFXOLQRDQRV,Q9275(62/,9(,5$05 &RRUG A língua falada e escrita na cidade do Rio de Janeiro
'LVSRQtYHOHPZZZGLVFXUVRHJUDPDWLFDOHWUDVXIUMEU$FHVVRHPGH]

$OtQJXDIDODGDFDUDFWHUL]DVHSRUKHVLWDo}HVSDXVDVHRXWUDVSHFXOLDULGDGHV$VRFRUUrQFLDVGH³HQWHQGHX´H³Qp´na
IDODGH-/LQGLFDPTXH
A a modalidade oraODSUHVHQWDSRXFRVUHFXUVRVFRPXQLFDWLYRVVHFRPSDUDGDjPRGDOLGDGHHVFULWD
B DOtQJXDIDODGDpPDUFDGDSRUSDODYUDVGLVSHQViYHLVHLUUHOHYDQWHVSDUDRHVWDEHOHFLPHQWRGDLQWHUDomR
C RHQXQFLDGRUSURFXUDLQWHUSHODURVHXLQWHUORFXWRUSDUDPDQWHURÀX[RFRPXQLFDWLYR
D RWHPDWUDWDGRQRWH[WRWHPDOWRJUDXGHFRPSOH[LGDGHHpGHVFRQKHFLGRGRHQWUHYLVWDGRU
E RIDODQWHPDQLIHVWDLQVHJXUDQoDDRDERUGDURDVVXQWRGHYLGRDRJrQHURVHUXPDHQWUHYLVWD
/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 229 09/02/2022 16:08:11


1 • PRÁTICA DE PROVAS

2016 *CZ1325DOM11*
QUESTÃO 113 2WH[WRaborda a linguagem como um campo de disputas
HSRGHU$VLQWHUURJDo}HVGDDXWRUDVmRHVWUDWpJLDVTXH
A carreira nas alturas conduzem ao convencimento do leitor de que
$iJXDHVWiQRMRHOKRGRVSUR¿VVLRQDLVGRPHUFDGR A RSRUWXJXrVGR%UDVLOpPXLWRGLIHUHQWHGRSRUWXJXrV
$VIUDJLOLGDGHVQDIRUPDomRHP/tQJXD3RUWXJXHVDWrP GH3RUWXJDO
DOLPHQWDGRXPFDPSRGHUHFLFODJHPHP3RUWXJXrVQDV B DV SUHVFULo}HV GRV JUDPiWLFRV HVWmR D VHUYLoR GDV
escolas de idiomas e nos cursos de graduação para FODVVHVGRPLQDQWHV
SHVVRDVRULXQGDVGRPXQGRGRVQHJyFLRV2TXHDQWHV
HUDUHVWULWRDSUR¿VVLRQDLVGHHGXFDomRHFRPXQLFDomR C D QRUPD OLQJXtVWLFD GD HOLWH EUDVLOHLUD p D ~QLFD
DJRUD Mi ID] SDUWH GD URWLQD GH SUR¿VVLRQDLV GH YiULDV UHFRQKHFLGDFRPRWDO
iUHDV 3DUD HOHV D /tQJXD 3RUWXJXHVD FRPHoD D VHU D R SRUWXJXrV GR %UDVLO Ki PXLWR GLVWDQFLRXVH GDV
DVVLPLODGD FRPR XPD IHUUDPHQWD SDUD R GHVHPSHQKR SUHVFULo}HVGRVJUDPiWLFRV
HVWiYHO 6HP HOD R FRQKHFLPHQWR WpFQLFR ¿FD UHVWULWR j E D GHVYDORUL]DomR GDV YDULHGDGHV OLQJXtVWLFDV
SUySULDSHVVRDTXHQmRVDEHFRPXQLFiOR SRSXODUHVWHPPRWLYDomRVRFLDO
(PERUDDOJXPDVDWXDo}HVH[LMDPXPDSURGXomRRUDO
RX HVFULWD PDLV IUHTXHQWH FRPR GRFrQFLD H DGYRFDFLD QUESTÃO 115
PXLWRV SUR¿VVLRQDLV SUHFLVDP HVFUHYHU UHODWyULR FDUWD
FRPXQLFDGR FLUFXODU 1D OLQJXDJHP RUDO WRGRV WrP GH &KHJRX GH 0RQWHV &ODURV XPD LUPm GD QRUD GH WLD
H[SUHVVDUVH GH IRUPD FRQYLQFHQWH QDV UHXQL}HV SDUD &ODULQKD H IRL YLVLWDU WLD$JRVWLQKD QR -RJR GD %ROD (OD
JDQKDU UHVSHLWR H FUHGLELOLGDGH ,VVR YDOH SDUD WRGRV RV p ERQLWD VLPSiWLFD H YHVWHVH PXLWR EHP >@ )LFDUDP
FDUJRVGDKLHUDUTXLDSUR¿VVLRQDO±H[SOLFDXPDSURIHVVRUD todas as tias admiradas da beleza da moça e de seus
GH/tQJXD3RUWXJXHVDGD)DFXOGDGHGH)LORVR¿D/HWUDVH PRGRV SROtWLFRV GH FRQYHUVDU )DODYD H[SOLFDGR H WXGR
&LrQFLDV+XPDQDVGD863 PXLWRFRUUHWR'L]LD³YRFr´HPYH]GH³RFr´3DODYUDTXH
HX QXQFD WLQKD YLVWR QLQJXpP IDODU WmR EHP WXGR FRPR
1$7$/,$Revista LínguaQMDQ DGDSWDGR 
VH HVFUHYH VHP HQJROLU XP V QHP XP U 7LD $JRVWLQKD
1RV XVRV FRWLGLDQRV GD OtQJXD DOJXPDV H[SUHVV}HV PDQGRXYLUXPDEDQGHMDGHXYDVHOKHSHUJXQWRXVHHOD
SRGHPDVVXPLUGLIHUHQWHVVHQWLGRV1RWH[WRDH[SUHVVmR JRVWDYDGHXYDV(ODUHVSRQGHX³$SUHFLRVREUHPDQHLUD
³DiJXDHVWiQRMRHOKR´UHPHWHj XPFDFKRGHXYDV'RQD$JRVWLQKD´(VWDVSDODYUDVQRV
A H[LJrQFLD GH DSURIXQGDPHQWR HP FRQKHFLPHQWRV ¿]HUDP¿FDUGHTXHL[RFDtGR'HSRLVHODIRLSDVVHDUFRP
WpFQLFRV RXWUDVH,DLiDSURYHLWRXSDUDOKHID]HUHORJLRVHFRPSDUDU
FRQRVFR (OD GL]LD ³9RFrV QmR WLYHUDP LQYHMD GH YHU
B GHPDQGD SRU IRUPDomR SUR¿VVLRQDO GH SURIHVVRUHV
XPD PRoD >@ IDODU WmR ERQLWR FRPR HOD" 9RFrV GHYHP
HDGYRJDGRV
DSURYHLWDU D FRPSDQKLD GHOD SDUD DSUHQGHUHP´ >@ 1D
C procura por escolas de idiomas para o aprendizado KRUDGRMDQWDUHXHDVSULPDVFRPHoDPRVDGL]HUSDUD
GHOtQJXDV HQIH]DU ,DLi ³$SUHFLR VREUHPDQHLUD DV EDWDWDV IULWDV´
D PHOKRULD GR GHVHPSHQKR SUR¿VVLRQDO QDV YiULDV ³$SUHFLRVREUHPDQHLUDXPDFR[DGHJDOLQKD´
iUHDVGRFRQKHFLPHQWR 025/(<+Minha vida de meninaFDGHUQRVGHXPDPHQLQDSURYLQFLDQDQRV¿QVGR
VpFXOR;,;5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
E QHFHVVLGDGH LPHGLDWD GH DSHUIHLoRDPHQWR GDV
KDELOLGDGHVFRPXQLFDWLYDV 1HVVH WH[WR QR TXH GL] UHVSHLWR DR YRFDEXOiULR
empregado pela moça de Montes Claros, a narradora
QUESTÃO 114 H[S}HXPDYLVmRLQGLFDWLYDGH
A GHVFDVR XPD YH] TXH GHVDSURYD R XVR IRUPDO GD
Ainda os equívocos no combate
aos estrangeirismos OtQJXDHPSUHJDGRSHODPRoD
B LURQLDXPDYH]TXHLQFRUSRUDRYRFDEXOiULRIRUPDOGD
3RUTXHQmRVHUHFRQKHFHDH[LVWrQFLDGHQRUPDQDV PRoDQDVLWXDomRIDPLOLDU
YDULHGDGHVSRSXODUHV"3DUDGHVTXDOL¿FiODV"3RUTXHVy
XPDQRUPDpUHFRQKHFLGDFRPRQRUPDHQmRSRUDFDVR C DGPLUDomRSHORIDWRGHGHOHLWDUVHFRPRYRFDEXOiULR
a da elite? HPSUHJDGRSHODPRoD
D DQWLSDWLD SHOR IDWR GH FRELoDU RV HORJLRV GH ,DLi
3RU WDQWRV HTXtYRFRV Vy QRV UHVWD ODPHQWDU TXH
VREUHDPRoD
DOJXPDV SHVVRDV LPEXtGDV GD FUHQoD GH TXH HVWmR
GHIHQGHQGRDOtQJXDDLGHQWLGDGHHDSiWULDQDYHUGDGH E indignação, uma vez que contesta as atitudes
HVWHMDPUHIRUoDQGRYHOKRVSUHFRQFHLWRVHLPSRVLo}HV2 GDPRoD
SRUWXJXrVGR%UDVLOKiPXLWRGLVWDQFLRXVHGRSRUWXJXrV
GH 3RUWXJDO H GDV SUHVFULo}HV GRV JUDPiWLFRV FXMR
VHUYLoRjVFODVVHVGRPLQDQWHVpGH¿QLUDOtQJXDGRSRGHU
HPIDFHGHDPHDoDV±LQWHUQDVHH[WHUQDV
=,//(6$06,Q)$5$&2&$ 2UJ EstrangeirismosJXHUUDVHPWRUQRGDOtQJXD
6mR3DXOR3DUiEROD DGDSWDGR 

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 230 09/02/2022 16:08:11


PRÁTICA DE PROVAS • 1

*CZ1325DOM12* 2016

QUESTÃO 116 Nos anos de 1920, a necessidade de modernizar o


%UDVLO UHÀHWLXVH QD SURSRVWD GH UHQRYDomR HVWpWLFD
GHIHQGLGD SRU DUWLVWDV PRGHUQLVWDV FRPR 5DXO %RSS 1R
SRHPD R SRVLFLRQDPHQWR IDYRUiYHO jV WUDQVIRUPDo}HV
da sociedade brasileira aparece diretamente relacionado
j H[SHULPHQWDomR QD SRHVLD $ UHODomR GLUHWD HQWUH
modernização e procedimento estético no poema deve-se
jFRUUHVSRQGrQFLDHQWUH
A D GLVFXVVmR GH WHPD WpFQLFR H D IUDJPHQWDomR GD
OLQJXDJHP
B D D¿UPDomR GD PXGDQoD GRV WHPSRV H D LQRYDomR
YRFDEXODU
C DRSRVLomRjUHDOLGDGHUXUDOGRSDtVHDVLPSOL¿FDomR
GDVLQWD[H
D D DGHVmR DR ULWPR GH YLGD XUEDQR H D VXEMHWLYLGDGH
GDOLQJXDJHP
E D H[RUWDomR j DPSOD GLIXVmR GDV HVWUDGDV H D
OLEHUGDGHGRVYHUVRV

QUESTÃO 118

'$9,'-/Napoleão cruzando os AlpesÏOHRVREUHWHODFP[FP


MusHXGH9HUVDOKHV3DULV

A pintura 1DSROHmRFUX]DQGRRV$OSHVGRDUWLVWDIUDQFrV
-DFTXHV /RXLV'DYLG SURGX]LGD HP  FRQWHPSOD DV
FDUDFWHUtVWLFDVGHXPHVWLORTXH
A XWLOL]DWpFQLFDVHVXSRUWHVDUWtVWLFRVLQRYDGRUHV
B UHÀHWHDSHUFHSomRGDSRSXODomRVREUHDUHDOLGDGH
C FDULFDWXUL]DHSLVyGLRVPDUFDQWHVGDKLVWyULDHXURSHLD
A MOBILIDADE PRECISA DE
DIVERSIDADE
D LGHDOL]D HYHQWRV KLVWyULFRV SHOD yWLFD GH JUXSRV
GRPLQDQWHV
E FRPS}H REUDV FRP EDVH QD YLVmR FUtWLFD GH DUWLVWDV
FRQVDJUDGRV
QUESTÃO 117 68*$,&'LVSRQtYHOHPZZZDFHVVLELOLGDGHQDSUDWLFDFRPEU$FHVVRHPMXQ

Como se vai de São Paulo a Curitiba (1928) 2 WH[WR VXJHUH TXH D PRELOLGDGH p XPD TXHVWmR
2VWHPSRVPXGDUDP FUXFLDO SDUD D YLGD QDV FLGDGHV 1HOH GHVWDFDVH D
2PXQGRFRQWHPSRUkQHRSXOVDHPULWPRVDFHOHUDGRV necessidade de
1RYRVIDWRUHVUHYHODPFRQYHQLrQFLDGHRXWURVPpWRGRV A incorporar meios de transportes diversos para
Surgem, no decurso dos nossos dias, motivos que nos YLDELOL]DURGHVORFDPHQWRXUEDQR
FRQYHQFHP GH TXH FDGD PXQLFtSLR GHYH OHYDU D VpULR R
B LQYHVWLUHPWUDQVSRUWHVGHEDL[RFXVWRSDUDPLQLPL]DU
SUREOHPDGDFLUFXODomRURGRYLiULD
RVLPSDFWRVDPELHQWDLV
3DUDIDFLOLWDUDDomRDGPLQLVWUDWLYD
C ampliar a quantidade de transportes coletivos para
3DUDXPDUHYLVmRGDVVXDVSRVVLELOLGDGHVHFRQ{PLFDV
DWHQGHUWRGDDSRSXODomR
5LWPRGHUXUDOL]DomR
D privilegiar meios alternativos de transporte para
&RVWXUDURSDtVFRPHVWUDGDVDOHJUHVGHVOLJDGDVGH JDUDQWLUDPRELOLGDGH
KRUiULRV/LYUHVHFKHLDVGHVROFRPRXPYHUVRPRGHUQR
E adotar medidas para evitar o uso de transportes
%2335Poesia completa de Raul Bopp5LRGH-DQHLUR-RVp2O\PSLR
São Paulo: Edusp, 19 IUDJPHQWR  motorizadoV

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

231

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 231 09/02/2022 16:08:11


1 • PRÁTICA DE PROVAS

2016 *CZ1325DOM13*
QUESTÃO 119 $VVHTXrQFLDVWH[WXDLV³$WpRXWURGLD´H³DJRUD´DX[LOLDP
DSURJUHVVmRWHPiWLFDGRWH[WRSRLVGHOLPLWDP
Pedra sobre pedra
A RSHU¿OVRFLDOGRVHQYROYLGRVQDUHYROXomRGLJLWDO
$OJXPDV ID]HQGDV JD~FKDV DLQGD SUHVHUYDP DV B ROLPLWHHWiULRGRVSURPRWRUHVGDUHYROXomRGLJLWDO
WDLSDV PXURV GH SHGUD SDUD FHUFDU R JDGR 8P WLSR GH
FHUFD SULPLWLYD 1mR Ki QDGD TXH SUHQGD XPD SHGUD QD C RVSHUtRGRVSUpHSyVUHYROXomRGLJLWDO
RXWUDFXLGDGRVDPHQWHHPSLOKDGDVFRPDOWXUDGHDWpXP D DXUJrQFLDHDUDSLGH]GDUHYROXomRGLJLWDO
PHWUR(QJHQKDULDVLPSOHVTXHMiGXUDDQRV$PHVPD E RDOFDQFHWHUULWRULDOGDOHLWXUDGLJLWDO
técnica usada no mangueirão, uma espécie de curral
RQGHRVDQLPDLV¿FDYDPFRQ¿QDGRVjQRLWH$VWDLSDVVmR QUESTÃO 121
DWULEXtGDVDRVMHVXtWDV2REMHWLYRHUDGRPDURJDGR[XFUR
VROWRQRVFDPSRVSHORVFRORQL]DGRUHVHVSDQKyLV O mistério do brega
)(55,0Revista Terra da GenteQDEU
)DPRVR QR VHX WHPSR R PDUHFKDO 6FK|QEHUJ
8PWH[WRSRGHFRPELQDUGLIHUHQWHVIXQo}HVGHOLQJXDJHP   GLWDYD D PRGD HP /LVERD RQGH VHX QRPH IRL
([HPSOR GLVVR p Pedra sobre pedra, que se vale da DSRUWXJXHVDGR SDUD &KXPEHUJDV &RQVWD TXH HOH IRL
IXQomRUHIHUHQFLDOHGDPHWDOLQJXtVWLFD$PHWDOLQJXDJHP UHVSRQViYHOSHODSRSXODUL]DomRGRVYDVWRVELJRGHVWXIDGRV
é estabelecida QD 0HWUySROH (QWUH RV DGHSWRV HVWDULD R JRYHUQDGRU
A por tempos verbais articulados no presente e no GD SURYtQFLD GH 3HUQDPEXFR R SRUWXJXrV -HU{QLPR GH
SUHWpULWR 0HQGRQoD)XUWDGRTXHSRULVVRDTXLJDQKRXRDSHOLGRGH
&KXPEUHJDV ± YDULDQWH GR DSRUWXJXHVDGR &KXPEHUJDV
B SHODVIUDVHVVLPSOHVHUHIHUrQFLDDRGLWDGR³QmR¿FDUi
7DOYH]SRUVHUXPKRPHPQmRPXLWREHQTXLVWRQD&RO{QLD
SHGUDVREUHSHGUD´
RDSHOLGRGHXRULJHPDRDGMHWLYRxumbrega³FRLVDUXLP´
C SHOD OLQJXDJHP LPSHVVRDO H REMHWLYD PDUFDGD SHOD ³RUGLQiULD´(WDOYH]SRUVHUXPKRPHPWDPEpPGDIROLD
WHUFHLUDSHVVRD surgiu o verbo xumbregar, que inicialmente teve o sentido
D SHODGH¿QLomRGHWHUPRVFRPR³WDLSD´H³PDQJXHLUmR´ GH³HPEULDJDUVH´HGHSRLVYHLRDDGTXLULURGH³EROLQDU´
E SRUDGMHWLYRVFRPR³SULPLWLYDV´H³VLPSOHV´LQGLFDQGR ³JDUDQKDU´ 'HGXomR OyJLFD GH FRLVD UXLP D EHEHGHLUD
o ponto GHYLVWDGRDXWRU e atos libidinosos, as palavras xumbrega ou xumbregar
FKHJDUDP DRV DQRV  GR VpFXOR ;; QD IRUPD UHGX]LGD
QUESTÃO 120 brega, designando locais onde se bebe, se bolina e
VH RXYHP FDQWRUHV FDIRQDV ( R TXH LQLFLDOPHQWH HUD
VXEVWDQWLYR³P~VLFDGHEUHJD´DFDERXYLUDQGRDGMHWLYR
Revolução digital cria a era do leitor-sujeito
³P~VLFDEUHJD´±QXPDMiGLVWDQWHUHIHUrQFLDDXPFHUWR
)RLVH XPD YH] XP OHLWRU &RP D UHYROXomR GLJLWDO PDUHFKDODOHPmRFKDPDGR6FK|QEHUJ
TXHPOrSDVVDDWHUYR]QRSURFHVVRGHOHLWXUD³$WpRXWUR $5$Ò-23&Revista USPQQRY DGDSWDGR 

GLDDVFUtWLFDVOLWHUiULDVHUDPH[FOXVLYLGDGHGHXPJUXSR 2 WH[WR WUDWD GDV PXGDQoDV OLQJXtVWLFDV TXH UHVXOWDUDP


IHFKDGR DVVLP FRPR HP WDQWDV RXWUDV iUHDV $JRUD QDSDODYUD³EUHJD´$RDSUHVHQWDUDVVLWXDo}HVFRWLGLDQDV
WHPRVJUXSRVTXHFRQYHUVDPWURFDPVHPDQLIHVWDPHP TXH IDYRUHFHUDP DV UHLQWHUSUHWDo}HV GR VHX VHQWLGR
tempo real, recomendam ou desaprovam, trocam ideias RULJLQDORDXWRUPRVWUDDLPSRUWkQFLDGD
com os autores, participam ativamente da construção de
A LQWHUDomR RUDO FRPR XP GRV DJHQWHV UHVSRQViYHLV
REUDVOLWHUiULDVFROHWLYDV,VVRpXPMHLWRQRYRGHSHQVDUD SHODWUDQVIRUPDomRGROp[LFRGRSRUWXJXrV
HVFULWDGHFRQVWUXLUPHPyULDHRSUySULRFRQKHFLPHQWR´
B compreensão limitada de sons e de palavras para a
DQDOLVDXPDSURIHVVRUDGHFRPXQLFDomRGD38&0*
FULDomRGHQRYDVSDODYUDVHPSRUWXJXrV
$VHFUHWiULD)DELDQD$UD~MRpXPD³OHLWRUDVXMHLWR´ C HOHLomR GH SDODYUDV IUHTXHQWHV H UHSUHVHQWDWLYDV QD
FRPR'DQLHODFKDPDHVVHVQRYRVDWRUHVGRXQLYHUVRGD IRUPDomRGROp[LFRGDOtQJXDSRUWXJXHVD
OHLWXUD /HLWRUD DVVtGXD GHVGH R ¿QDO GD DGROHVFrQFLD D LQWHUIHUrQFLD GD GRFXPHQWDomR KLVWyULFD QD
TXDQGRIRLVHGX]LGDSHODVpULHHarry Potter, só neste ano FRQVWLWXLomRGROp[LFR
Mi OHX PDLV GH  WtWXORV 6XDV OHLWXUDV QmR FRVWXPDP E realização de ações de portugueses e de brasileiros
WHUPLQDUTXDQGRIHFKDXPOLYUR)DELDQDHVFUHYHUHVHQKDV D ¿P GH SDGURQL]DU DV YDULHGDGHV OLQJXtVWLFDV
GHWtWXORVFRPR(VWLOKDoDPHURPDQFHIDQWiVWLFRQDOLQKD OXVLWDQDV
de Crepúsculo, publicadas em um blog FRP R TXDO IRL
FRQYLGDGD D FRODERUDU ³(VFUHYHU VREUH XP OLYUR p XPD
IRUPD GH UHOrOR ( FRQYHUVDU SHVVRDO RX YLUWXDOPHQWH
FRPRXWURVOHLWRUHVWDPEpP´GHIHQGH
)$17,1,'Jornal PampulhaQ PDLR DGDSWDGR 

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

232

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 232 09/02/2022 16:08:11


PRÁTICA DE PROVAS • 1

*CZ1325DOM14* 2016

QUESTÃO 122 QUESTÃO 124

Árvore é cortada para dar lugar à propaganda sobre Quinze de Novembro


preservação ambiental Deodoro todo nos trinques
³8PD FULDQoD DEUDoD XPD iUYRUH FRP R VRUULVR %DWHQDSRUWDGH'mR3HGUR6HJXQGR
QR URVWR 1R IXQGR YHUGH XPD PHQVDJHP H[DOWD D ²6HXLPSHUDG{GrRIRUD
LPSRUWkQFLDGDSUHVHUYDomRGDQDWXUH]DHOHPEUDR'LD
TXHQyVTXHUHPRVWRPDUFRQWDGHVWDEXJLJDQJD
GD ÈUYRUH´ 2 TXH VHULD XP URWHLUR SDGUmR SDUD XPD
SHoDSXEOLFLWiULDYLURXPRWLYRGHUHYROWDHLQGLJQDomRHP 0DQGHYLURVP~VLFRV
XPD FLGDGH GR LQWHULRU GH 6mR 3DXOR ,VVR SRUTXH XPD 2LPSHUDGRUERFHMDQGRUHVSRQGH
empresa de outdoor GHUUXERXXPDiUYRUHFHQWHQiULDHP ²3RLVQmRPHXV¿OKRVQmRVHYH[HP
XPWHUUHQRSDUDDLQVWDODomRGHVXDVSODFDV PHGHL[HPFDOoDUDVFKLQHODV
$ HPSUHVD WHULDLQIRUPDGR TXH WLQKD DXWRUL]DomR GD SRGHPHQWUDUjYRQWDGH
SUHIHLWXUD H GD SROtFLD DPELHQWDO SDUD FRUWDU D iUYRUH só peço que não me bulam nas obras completas de
6REUHDSURSDJDQGDDHPSUHVDGLVVHTXHIRL³XPDLQIHOL] >9LFWRU+XJR
FRLQFLGrQFLD´MiTXHQmRVDELDRTXHLULDVHUDQXQFLDGR
0(1'(60 Poesia completa e prosa5LRGH-DQHLUR1RYD$JXLODU
(PQRWDD&RPSDQKLDGH7HFQRORJLDGH6DQHDPHQWR
$PELHQWDO &HWHVE OLJDGDj6HFUHWDULDGR0HLR$PELHQWH A poesia GH0XULOR0HQGHVGLDORJDFRPRLGHiULRSRpWLFR
GRV SULPHLURV PRGHUQLVWDV 1R SRHPD HVVD DWLWXGH
GR JRYHUQR SDXOLVWD LQIRUPRX TXH QmR Ki QHQKXPD PDQLIHVWDVHQD
DXWRUL]DomRHPQRPHGDHPSUHVDSDUDRFRUWHGDiUYRUH
A UHOHLWXUDLU{QLFDGHXPIDWRKLVWyULFR
$ PXOWD VHJXQGR D SROtFLD DPELHQWDO YDULD HQWUH
5H5SRUiUYRUHRXSODQWDFRUWDGD B YLVmRXIDQLVWDGHXPHSLVyGLRQDFLRQDO
C GHQ~QFLDLPSOtFLWDGHDWLWXGHVDXWRULWiULDV
'LVSRQtYHOHPKWWSRJORERJORERFRP$FHVVRHPVHW DGDSWDGR 
D LVHQomRLGHROyJLFDGRGLVFXUVRGRHXOtULFR
2WH[WRDSUHVHQWDXPDFUtWLFDDRXVRVRFLDOGHXPoutdoor E representação saudosista doUHJLPHPRQiUTXLFR
(VVDFUtWLFDHVWiDVVRFLDGDDRIDWRGH
A uma multa de R$ 100 a R$ 1 000 ser aplicada por QUESTÃO 125
FRUWHGHiUYRUHRXGHSODQWD
O adolescente
B a Secretaria do Meio Ambiente ter negado a
DXWRUL]DomRGRFRUWHGDiUYRUH $YLGDpWmREHODTXHFKHJDDGDUPHGR
C DHPSUHVDLQIRUPDUTXHIRLXPD³LQIHOL]FRLQFLGrQFLD´ Não o medo que paralisa e gela,
RFRUWHGDiUYRUH
HVWiWXDV~ELWD
D XPD FDPSDQKD DPELHQWDO WHU VXEVWLWXtGR XPD mas
iUYRUHFHQWHQiULD
E a empresa utilizar a imagem de uma criança na HVVHPHGRIDVFLQDQWHHIUHPHQWHGHFXULRVLGDGH
FDPSDQKD >TXHID]
RMRYHPIHOLQRVHJXLUSDUDIUHQWHIDUHMDQGRRYHQWR
QUESTÃO 123 DRVDLUDSULPHLUDYH]GDJUXWD
$V OXWDV SRGHP VHU FODVVL¿FDGDV GH GLIHUHQWHV 0HGRTXHRIXVFDOX]
IRUPDV GH DFRUGR FRP D UHODomR HVSDFLDO HQWUH RV
RSRQHQWHVAs lutas de contato direto são caracterizadas Cumplicentemente,
SHODPDQXWHQomRGRFRQWDWRGLUHWRHQWUHRVDGYHUViULRV DVIROKDVFRQWDPWHXPVHJUHGR
RV TXDLV SURFXUDP HPSXUUDU GHVHTXLOLEUDU SURMHWDU RX
YHOKRFRPRRPXQGR
LPRELOL]DURRSRQHQWH-iDVOXWDVTXHPDQWrPRDGYHUViULR
a distância são caracterizadas pela manutenção de uma $GROHVFHQWHROKD$YLGDpQRYD
GLVWkQFLDVHJXUDHPUHODomRDRDGYHUViULRSDUDQmRVHU
A vida é nova e anda nua
atingido pelo oponente, procurando o contato apenas no
PRPHQWRGDDSOLFDomRGHXPDWpFQLFD JROSH  ±YHVWLGDDSHQDVFRPRWHXGHVHMR
48,17$1$0Nariz de vidro6mR3DXOR0RGHUQD
6HFUHWDULDGH(VWDGRGD(GXFDomRDiretrizes curriculares de educação física para os anos
$R DERUGDU XPD HWDSD GR GHVHQYROYLPHQWR KXPDQR R
¿QDLVGRHQVLQRIXQGDPHQWDOHSDUDRHQVLQRPpGLR&XULWLED6((' DGDSWDGR 

&RP EDVH QD FODVVL¿FDomR SUHVHQWH QR WH[WR VmR SRHPD PRELOL]D GLIHUHQWHV HVWUDWpJLDV GH FRPSRVLomR
H[HPSORVGHOXWDGHFRQWDWRGLUHWRHGHOXWDTXHPDQWpP 2 SULQFLSDO UHFXUVR H[SUHVVLYR HPSUHJDGR SDUD D
RDGYHUViULRDGLVWkQFLDUHVSHFWLYDPHQWH FRQVWUXomRGHXPDLPDJHPGDDGROHVFrQFLDpD

A MXG{HNDUDWr A KLSpUEROHGRPHGR
B MLXMtWVXHVXP{ B PHWiIRUDGDHVWiWXD
C SHUVRQL¿FDomRGDYLGD
C ER[HHkung fu
D DQWtWHVHHQWUHMXYHQWXGHHYHOKLFH
D HVJULPDHOXWDROtPSLFD
E comparaçãRHQWUHGHVHMRHQXGH]
E 0XD\7KDL e tae kwon do

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

233

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 233 09/02/2022 16:08:11


1 • PRÁTICA DE PROVAS

2016 *CZ1325DOM15*
QUESTÃO 126 QUESTÃO 128

Maria Diamba TEXTO I


3DUDQmRDSDQKDUPDLV 280 novos veículos por dia no estado
IDORXTXHVDELDID]HUERORV )URWDTXHFKHJDDTXDVHPLOKmRGHYH
YLURXFR]LQKD GREUDUHPDQRV
)RLRXWUDVFRLVDVSDUDTXHWLQKDMHLWR $ FDGD GLD XPD PpGLD GH  QRYRV YHtFXORV
1mRIDORXPDLV FKHJD jV UXDV GR (VStULWR 6DQWR VHJXQGR GDGRV
GR 'HSDUWDPHQWR (VWDGXDO GH 7UkQVLWR 'HWUDQ(6 
9LUDPTXHVDELDID]HUWXGR
1R ¿QDO GR PrV SDVVDGR D IURWD Mi HUD GH   
DWpPROHFDVSDUDD&DVD*UDQGH XQLGDGHV  PLO D PDLV GR TXH QR PHVPR PrV GH
'HSRLVIDORXVy  2V Q~PHURV LQFOXHP DXWRPyYHLV PRWRFLFOHWDV
só diante da ventania FDPLQK}HV H {QLEXV HQWUH RXWURV WLSRV 'H GH]HPEUR
SDUD Fi R FUHVFLPHQWR IRL GH PDLV GH  PLO YHtFXORV
que ainda vem do Sudão;
( VH HVVH ULWPR FRQWLQXDU D IURWD GR (VStULWR 6DQWR
IDORXTXHTXHULDIXJLU YDL GREUDU DWp  2 GLUHWRUJHUDO GR 'HWUDQ(6
GRVVHQKRUHVHGDVMXGLDULDVGHVWHPXQGR UHODFLRQD R FUHVFLPHQWR GHVVHV Q~PHURV j IDFLOLGDGH
SDUDRVXPLGRXUR HQFRQWUDGD SDUD VH FRPSUDU XP YHtFXOR ³+i WRGD XPD
TXHVWmR HFRQ{PLFD GD IDFLOLGDGH GH FUpGLWR &RPR
/,0$-Poemas negros. 5LRGH-DQHLUR5HFRUG
RIHUHFHPRV XP WUDQVSRUWH FROHWLYR TXH DLQGD SUHFLVD
2SRHPDGH-RUJHGH/LPDVLQWHWL]DRSHUFXUVRGHYLGD VHU PHOKRUDGR LQHYLWDYHOPHQWH R FLGDGmR TXH SRGH
de Maria Diamba e sua reação ao sistema opressivo DGTXLUHVHXSUySULRYHtFXOR´
GD HVFUDYLGmR $ UHVLVWrQFLD GHVVD ¿JXUD IHPLQLQD p 'LVSRQtYHOHPKWWSJD]HWDRQOLQHJORERFRP$FHVVRHPDJR DGDSWDGR 
DVVLQDODGDQRWH[WRSHODUHODomRTXHVHID]HQWUH
TEXTO II
A RXVRGDIDODHRGHVHMRGHGHFLGLURSUySULRGHVWLQR
B DH[SORUDomRVH[XDOHDJHUDomRGHQRYDVHVFUDYDV
C D SUiWLFD QD FR]LQKD H D LQWHQomR GH DVFHQGHU
VRFLDOPHQWH
D o prazer de sentir os ventos e a esperança de voltar
jÈIULFD
E RPHGRGDPRUWHHDYRQWDGHGHIXJLUGDYLROrQFLD
GRVEUDQFRV

QUESTÃO 127

6H R GDQoDULQR Mi SUHSDURX WRGD D VHQVDomR DQWHV


HOHQmRHVWiQRYD]LRMiHVWiDFDEDGR1HVVHPRPHQWR
YD]LR pRVHXFRUSRTXHHVWiGL]HQGRDOJRQmRpYRFr
4XDQGRRDWRUHVWiQHVVHPRPHQWRGHGHVLVWLUpQHVVH /,0$$'LVSRQtYHOHPKWWSDPDULOGRFKDUJHZRUGSUHVVFRP
momento que ele deve continuar; é nesse momento que $FHVVRHPDJR DGDSWDGR 

FKHJDDOJRSDUDTXHPHVWiDVVLVWLQGR1mRLPSRUWDWDQWR 2VWH[WRV,H,,WUDWDPGRPHVPRWHPDHPERUDVHMDP
DFRUHRJUD¿DHWRGRHVVHWUDEDOKR2PDLVLPSRUWDQWHp GH JrQHURV GLIHUHQWHV (VWDEHOHFHQGRVH DV UHODo}HV
LVVRRYD]LRHFRPRYRFrFRQWLQXDFRPLVVR HQWUH RV GRLV WH[WRV HQWHQGHVH TXH R 7H[WR ,, WHP D
&2//$$&Caminhante, não há caminhos, só rastros6mR3DXOR3HUVSHFWLYD IXQomRGH

2 WH[WR FRQVLGHUD TXH XP FRUSR YD]LR GH VRP A UHSURYDU DV PHGLGDV GR JRYHUQR GH LQFHQWLYR j
VHQWLPHQWR H SHQVDPHQWR  SRGH ID]HU TXDOTXHU FRLVD DTXLVLomRGRFDUURSUySULR
Nessa concepção, a atuação do dançarino alcança o B DSRQWDU XPD SRVVtYHO DOWHUQDWLYD SDUD UHVROYHU D
iSLFHGH TXHVWmRGRH[FHVVRGHYHtFXORV
A LQpUFLDHPFHQD C PRVWUDU D GL¿FXOGDGH GH VROXomR LPHGLDWD SDUD
UHVROYHURSUREOHPDGRFUHVFLPHQWRGDIURWD
B WUDQVFHQGrQFLDGHVL
D FULWLFDU SRU PHLR GD ViWLUD DV FRQVHTXrQFLDV GR
C VLJQL¿FDomRGRSUHSDUR DXPHQWRGDIURWDGHYHtFXORV
D DXVrQFLDGHFRPXQLFDomR E UHVSRQVDELOL]DU D Pi TXDOLGDGH GR VHUYLoR GH
E FRQVFLrQFLDGRPRYLPHQWR WUDQVSRUWHSHORFUHVFLPHQWRGRQ~PHUo de YHtFXORV

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

234

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 234 09/02/2022 16:08:12


PRÁTICA DE PROVAS • 1

*CZ1325DOM16* 2016

QUESTÃO 129 GDVOtQJXDVPDLVDPHDoDGDVGRPXQGR´GLVVHROLQJXLVWD


.'DYLG+DUULVRQ3DUDRVDWLYLVWDVGHFDGDFRPXQLGDGH
FRPLGLRPDDPHDoDGRHVVHGLFLRQiULRpXPDIHUUDPHQWD
TXH SRGH VHU XVDGD SDUD GLVVHPLQDU R FRQKHFLPHQWR GD
OtQJXDHQWUHRVPDLVMRYHQV3DUDWRGDVDVRXWUDVSHVVRDV
LQWHUHVVDGDVpDRSRUWXQLGDGHGHHQFRQWUDUVRQVHIRUPDV
GH GLVFXUVRV KXPDQRV GHVFRQKHFLGRV SDUD JUDQGH
SDUWHGDSRSXODomRGRJOREReDGLYHUVLGDGHOLQJXtVWLFD
HVFRQGLGDHTXHDJRUDSRGHVHUUHYHODGD
'LVSRQtYHOHPKWWSUHYLVWDOLQJXDXROFRPEU$FHVVRHPMXO DGDSWDGR 

&RQVLGHUDQGR R SURMHWR GRV ³GLFLRQiULRV IDODQWHV´


FRPSUHHQGHVHTXHRWUDEDOKRGRVOLQJXLVWDVDSUHVHQWDGR
QRWH[WRREMHWLYD
A GHVWDFDUDLPSRUWkQFLDGHVVHWLSRGHLQLFLDWLYDSDUDD
UHFRQVWLWXLomRGHOtQJXDVH[WLQWDV
B UDWL¿FDU D WUDGLomR RUDO FRPR LQVWUXPHQWR GH
SUHVHUYDomRGDVOtQJXDVQRPXQGR
C GHPRQVWUDUDH[LVWrQFLDGHUHJLVWURVOLQJXtVWLFRVVRE
ULVFRGHGHVDSDUHFHU
D preservar a memória cultural de um povo por meio de
UHJLVWURVHVFULWRV
E HVWLPXODU SURMHWRV YROWDGRV SDUD D HVFULWD GH
JUDPiWLFDVHGLFLRQiULRV
0$,7(1$'LVSRQtYHOHPZZZPDLWHQDFRPDU$FHVVRHPVHW
QUESTÃO 131
(VVD KLVWyULD HP TXDGULQKRV DERUGD D SDGURQL]DomR GD
LPDJHPFRUSRUDOQDFRQWHPSRUDQHLGDGH2IDWRUTXHSRGH Brasil: o país dos 100 milhões de raios
VHU LGHQWL¿FDGR FRPR LQÀXHQFLDGRU GR FRPSRUWDPHQWR
'RV  ELOK}HV GH UDLRV TXH JROSHLDP D 7HUUD H
REVHVVLYRUHWUDWDGRQRVTXDGULQKRVpR
VHXVKDELWDQWHVGXUDQWHXPDQRPLOK}HVGHOHVYrP
A HQWHQGLPHQWR GD DSDUrQFLD FRUSRUDO UHODFLRQDGD GHVDEDU HP WHUUDV EUDVLOHLUDV 2 Q~PHUR GLYXOJDGR QR
jVD~GH DQR SDVVDGR SRU XPD HTXLSH GH FLHQWLVWDV GR ,QVWLWXWR
B FRQWUROH IHPLQLQR VREUH R LGHDO VRFLDO GH HVWpWLFD 1DFLRQDOGH3HVTXLVDV(VSDFLDLV ,QSH HP6mR-RVpGRV
FRUSRUDO &DPSRV 6mR 3DXOR QmR p VXSHUDGR SRU QHQKXP RXWUR
C GHVHMR SHOR PRGHOR GH FRUSR LGHDO FRQVWUXtGR SDtV(¿FRXEHPDFLPDGDVHVWLPDWLYDVTXHGDYDPFRQWD
VRFLDOPHQWH GHPLOK}HVDRDQR$JRUDVDEHPRVFRPVHJXUDQoD
D TXHVWLRQDPHQWR FUtWLFR GRV YDORUHV OLJDGRV DR HPTXDQWLGDGHGHUHOkPSDJRVQLQJXpPVHJXUDHVWHSDtV
VXFHVVRVRFLDO )21$&=$1&+(77$0,'LVSRQtYHOHPKWWSVXSHUDEULOFRPEU$FHVVRHPMDQ

E SRVLFLRQDPHQWR UHÀH[LYR GD PXOKHU IUHQWH jV 'LYHUVRV H[SHGLHQWHV DUJXPHQWDWLYRV VmR HPSUHJDGRV
LPSRVLo}HVHVWpWLFDV QRVWH[WRVSDUDVXVWHQWDUDVLGHLDVDSUHVHQWDGDV1HVVH
WH[WR D FLWDomR GH XP LQVWLWXWR HVSHFLDOL]DGR p XPD
QUESTÃO 130
estratégia para
e YLDMDQGR SHOR PXQGR TXH RV GRLV SUR¿VVLRQDLV A atestar a necessidade de ações de prevenção de
GR /LYLQJ 7RQJXHV ,QVWLWXWH IRU (QGDQJHUHG /DQJXDJHV
GDQRVFDXVDGRVSRUUDLRV
UH~QHP VXEVtGLRV SDUD IRUPDU RV FKDPDGRV ³GLFLRQiULRV
IDODQWHV´ GH LGLRPDV HP IDVH GH H[WLQomR FRP SRXFRV B DSUHVHQWDUDVHVWLPDWLYDVGHLQFLGrQFLDGHUDLRVHP
IDODQWHV QR SODQHWD ³$ PDLRULD GDV OtQJXDV GR PXQGR p WHUUDVEUDVLOHLUDV
RUDORTXHVLJQL¿FDTXHQmRHVWmRHVFULWDVRXVHXVIDODQWHV C SURPRYHU GLVFXVVmR VREUH DV FRQVHTXrQFLDV GDV
QmR FRVWXPDP HVFUHYrODV ( DSHVDU GH RV SURMHWRV GHVFDUJDVGHUDLRV
WUDGLFLRQDLVGRVOLQJXLVWDVVHUHPRVGHHVFUHYHUJUDPiWLFDV
H GLFLRQiULRV JRVWDPRV GH SHQVDU HP OtQJXDV YLYDV H D FRQIHULU FUHGLELOLGDGH DRV UHVXOWDGRV GH XPD
VDEHUTXHDVSHVVRDVDVHVWmRIDODQGR(QWmRVHYRFrYDL LQYHVWLJDomRVREUHUDLRV
DXPGLFLRQiULRGHYHVHUFDSD]GHRXYLOR)RLFRPLVVR E FRPSDUDURQ~PHURGHUDLRVLQFLGHQWHVQR%UDVLOH
em mente que criamRVRVGLFLRQiULRVSDUDRLWRGHDOJXPDV no muQGR

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

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Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 235 09/02/2022 16:08:12


1 • PRÁTICA DE PROVAS

2016 *CZ1325DOM17*
QUESTÃO 132 QUESTÃO 134

É uma partida de futebol $WpFQLFDGHMRJRVWHDWUDLVSURS}HXPDDSUHQGL]DJHP


QmR YHUEDO HP TXH R DOXQR UH~QH RV VHXV SUySULRV
$EDQGHLUDQRHVWiGLRpXPHVWDQGDUWH GDGRVDSDUWLUGHXPDH[SHULPHQWDomRGLUHWD3RUPHLR
$ÀkPXODSHQGXUDGDQDSDUHGHGRTXDUWR do processo de solução de problemas, ele conquista o
2GLVWLQWLYRQDFDPLVDGRXQLIRUPH FRQKHFLPHQWRGDPDWpULD
.28'(/$,'Jogos teatrais6mR3DXOR3HUVSHFWLYD DGDSWDGR 
4XHFRLVDOLQGDpXPDSDUWLGDGHIXWHERO
6RE RULHQWDomR GR SURIHVVRU RV MRJRV WHDWUDLV VmR
Posso morrer pelo meu time UHDOL]DGRVQDHVFRODGHIRUPDTXHRHVWXGDQWH
Se ele perder, que dor, imenso crime A VHMDXPERPUHSHWLGRUGHPRYLPHQWRVHDo}HVSRLV
3RVVRFKRUDUVHHOHQmRJDQKDU a cópia e a memória colaboram com seu processo de
GHVHQYROYLPHQWR
0DVVHHOHJDQKDQmRDGLDQWD
B obedeça a regras sem se posicionar criticamente
1mRKiJDUJDQWDTXHQmRSDUHGHEHUUDU H VHP GHVHQYROYHU PDWHULDO FULDWLYR IRUWDOHFHQGR
5(,61526$6Samba poconé6mR3DXOR6RQ\ IUDJPHQWR  DGLVFLSOLQD
1R%UDVLODOpPGHXPHVSRUWHGHFRPSHWLomRRIXWHERO C WHQKD XP PRPHQWR GH UHFUHDomR SRU PHLR GD
pXPPHLRGHLQWHUDomRVRFLDOTXHGHVSHUWDSDL[mRQDV FRQYLYrQFLD FRP RV FROHJDV PHOKRUDQGR VHX
SHVVRDV 1R WUHFKR GD OHWUD GD FDQomR HVVH HVSRUWH p UHQGLPHQWRHVFRODU
DSUHVHQWDGRFRPRXP D D desenvolva qualidades de ordem cognitiva e
A PRGDOLGDGHHVSRUWLYDWpFQLFD VHQVRULDO IDYRUHFHQGR VXD DXWRQRPLD H VHX
B IRUPDGHFRQWUROHGDYLROrQFLD DXWRFRQKHFLPHQWR
C HVSRUWHRUJDQL]DGRFRPUHJUDV E UHFRQKHoD R SURIHVVRU FRPR SULQFLSDO UHVSRQViYHO
D HOHPHQWRGDLGHQWLGDGHQDFLRQDO SHODV HVFROKDV D VHUHP IHLWDV HP DXOD GXUDQWH
DWLYLGDGHVGHWHDWUR
E IDWRUGHDOLHQDomRVRFLDOGRSRYR
QUESTÃO 135
QUESTÃO 133
+i PXLWR VH VDEH TXH D %DFLD %DXUX ± GHSyVLWR GH Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos
URFKDV IRUPDGDV SRU VHGLPHQWRV ORFDOL]DGR HQWUH RV RXYLGRV GH *XDUDFLDED H OKH UHVVRDYDP Q¶DOPD FRPR
HVWDGRVGH6mR3DXOR0LQDV*HUDLV*RLiV3DUDQi0DWR XP KLQR FHOHVWLDO (OD VHQWLDVH DR PHVPR WHPSR
*URVVRH0DWR*URVVRGR6XO±IRLKDELWDGDKiPLOK}HV HQWHUQHFLGD H XIDQD SRU RXYLU DTXHOH DOWLYR H LQG{PLWR
GH DQRV SRU XPD DEXQGDQWH IDXQD GH FURFRGLOLIRUPHV guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais
um grupo de répteis em que estão inclusos os crocodilos, VXEPLVVR H PDYLRVR DPRU H UHVSRQGHXOKH FKHLD GH
MDFDUpV H VHXV SDUHQWHV SUpKLVWyULFRV H[WLQWRV (QWUH DV HPRomR ² ,WDMLED WXDV IDODV VmR PDLV GRFHV SDUD
IDPtOLDVTXHSRUOiYLYHUDPHVWiDBaurusuchidae, que, na PLQKDDOPDTXHRVIDYRVGDMDWDtRXRVXFRGHOLFLRVR
UHJLmRHQJOREDYDRXWUDVVHLVHVSpFLHVGHFURFRGLOLIRUPHV GR DEDFD[L (ODV ID]HPPH SDOSLWDU R FRUDomR FRPR D
H[FOXVLYDPHQWH WHUUHVWUHV H FRP JUDQGH FDSDFLGDGH GH ÀRU TXH HVWUHPHFH DR EDIHMR SHUIXPDGR GDV EULVDV GD
GHVORFDPHQWRFUkQLRDOWRHFRPSULPLGRODWHUDOPHQWHHFRP
PDQKm7XPHDPDVEHPRVHLHRDPRUTXHWHFRQVDJUR
ORQJRVGHQWHVVHUULOKDGRV$JRUDHPXPDUWLJRSXEOLFDGR
na versão on-line da revista &UHWDFHRXV 5HVHDUFK um WDPEpP QmR p SDUD WL QHQKXP VHJUHGR HPERUD PHXV
JUXSR GH SHVTXLVDGRUHV GDV XQLYHUVLGDGHV IHGHUDLV GR OiELRVQmRRWHQKDPUHYHODGR$ÀRUPHVPRQDVWUHYDV
5LRGH-DQHLURHGR7ULkQJXOR0LQHLURHP0LQDV*HUDLV VH WUDL SHOR VHX SHUIXPH D IRQWH GR GHVHUWR HVFRQGLGD
LGHQWL¿FDUDPPDLVXPPHPEURGHVVDDQWLJDIDPtOLD HQWUH RV URFKHGRV VH UHYHOD SRU VHX PXUP~ULR DR
'LVSRQtYHOHPKWWSUHYLVWDSHVTXLVDIDSHVSEU$FHVVRHPQRY FDPLQKDQWH VHTXLRVR 'HVGH RV SULPHLURV PRPHQWRV WX
YLVWHPHXFRUDomRDEULUVHSDUDWLFRPRDÀRUGRPDQDFi
$ FLUFXODomR GR FRQKHFLPHQWR FLHQWt¿FR RFRUUH GH DRVSULPHLURVUDLRVGRVRO
GLIHUHQWHV PDQHLUDV 3RU PHLR GD OHLWXUD GR WUHFKR
LGHQWL¿FDVH TXH R WH[WR p XP DUWLJR GH GLYXOJDomR *8,0$5­(6%O ermitão de Muquém'LVSRQtYHOHPZZZGRPLQLRSXEOLFRJRYEU
$FHVVRHPRXW
FLHQWt¿FDSRLVHQWUHRXWUDVFDUDFWHUtVWLFDV
A H[LJHGROHLWRUFRQKHFLPHQWRVHVSHFt¿FRVDFHUFDGR 2 WH[WR GH %HUQDUGR *XLPDUmHV p UHSUHVHQWDWLYR GD
WHPDH[SORUDGR HVWpWLFD URPkQWLFD (QWUH DV PDUFDV WH[WXDLV TXH
HYLGHQFLDP D ¿OLDomR D HVVH PRYLPHQWR OLWHUiULR HVWi
B GHVWLQDVH D OHLWRUHV YLQFXODGRV D GLIHUHQWHV
FRPXQLGDGHVFLHQWt¿FDV em destaque a
C ID] UHIHUrQFLD D DUWLJRV SXEOLFDGRV HP UHYLVWDV A UHIHUrQFLDDHOHPHQWRVGDQDWXUH]DORFDO
FLHQWt¿FDVLQWHUQDFLRQDLV B H[DOWDomRGH,WDMLEDFRPRQREUHJXHUUHLUR
D WUDWD GH GHVFREHUWDV GD FLrQFLD FRP OLQJXDJHP C FXPSOLFLGDGHHQWUHRQDUUDGRUHDSDLVDJHP
DFHVVtYHODRS~EOLFRHPJHUDO
E DERUGDWHPDVTXHUHFHEHUDPGHVWDTXHHPMRUQDLVH D UHSUHVHQWDomRLGHDOL]DGDGRFHQiULRGHVFULWR
revistas não especializaGRV E H[SUHVVmRGDGHVLOXVmRDPRURVDGH*XDUDFLDED

/&žGLD_&DGHUQR&,1=$3iJLQD

236

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 236 09/02/2022 16:08:12


PRÁTICA DE PROVAS • 1
2° D
CADERNO 13
GABARITO PROVA 2016

LINGUAGENS, CÓDIGOS MATEMÁTICA E SUAS


E SUAS TECNOLOGIAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
136 E
91 D E 137 E
92 E B 138 B
93 B B 139 C
94 E E 140 C
95 E E 141 D
96 E 142 D
97 C 143 B
98 E
144 E
99 A
145 D
100 C
146 D
101 B
147 C
102 E
148 E
103 D
149 D
104 D
150 E
105 A
151 A
106 C
152 B
107 C
153 E
108 E
154 B
109 C
110 E 155 D
111 D 156 E
112 C 157 A
113 E 158 B
114 E 159 A
115 B 160 B
116 D 161 B
117 E 162 A
118 A 163 E
119 D 164 D
120 C 165 A
121 A 166 C
122 D 167 D
123 A 168 B
124 A 169 A
125 C 170 A
126 A 171 C
127 B 172 C
128 D 173 B
129 C 174 B
130 B 175 D
131 D 176 C
132 D 177 C
133 D 178 D
134 D
179 C
135 A
180 C

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

PROVA ENEM 2017 *SA1375AZ5*


QUESTÃO 05 Estamos criando uma geração que não sabe bater um
prego na parede, trocar um botijão de gás, armar uma rede.
8Q JUDQ GLVFR URMR VLOXHWDV GH PDQRV \ ¿JXUDV É, o mundo mudou sim. Só nos resta o telefone do SAC,
animales que decoran las paredes de diferentes cuevas onde gastaremos nossa bílis com impropérios ao vento; ou
del norte de España son las pinturas rupestres más o site da loja de eletrodomésticos onde ninguém tem nome
antiguas jamás halladas. (que saudade dos Reginaldos, Edmilsons e Velosos!).
+DVWDDKRUDVHFUHtDTXH²FRQXQDDQWLJHGDGGH Ligaremos para falar com a nossa própria solidão, a
HQWUH\DxRV²ODVSLQWXUDVUXSHVWUHVPiV nossa dependência do mundo dos serviços e a nossa
antiguas estaban en cuevas de Francia y Portugal. incapacidade de viver com real simplicidade, soterrados
Las fechas en las que, según el nuevo hallazgo, SRU VHQKDV SURWRFRORV H SHQGrQFLDV YmV 1HP .DIND
se dibujaron estas pinturas coinciden con la primera poderia sonhar com tal mundo.
migración conocida de los humanos modernos (los Homo ZECA BALEIRO. Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso em: 18 maio 2013 (adaptado).
sapiens) a Europa desde África. Pero hace 40 000 años,
sus primos los neandertales todavía vivían en lo que hoy O texto trata do avanço técnico e das facilidades
es España. encontradas pelo homem moderno em relação à
prestação de serviços. No desenvolvimento da temática,
En estas pinturas pueden estar alguna de las claves o autor
para entender el desarrollo de la historia humana. Pero
si, por el contrario, se comprueba que los artistas fueron A mostra a necessidade de se construir uma sociedade
los neandertales, el hallazgo “añade un nuevo elemento EDVHDGDQRDQRQLPDWRUHD¿UPDQGRDLGHLDGHTXHD
a nuestro conocimiento sobre sus capacidades y su LQWLPLGDGHQDVUHODo}HVSUR¿VVLRQDLVH[HUFHLQÀXrQFLD
VR¿VWLFDFLyQ´(VRLQGLFDUtDTXHHOSHQVDPLHQWRKXPDQR negativa na qualidade do serviço prestado.
abstracto y avanzado, y probablemente también el B apresenta uma visão pessimista acerca de tais
lenguaje, surgieron cientos de miles de años antes de lo facilidades porque elas contribuem para que o
que se creía. homem moderno se torne acomodado e distanciado
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 15 jun. 2012 (adaptado). das relações afetivas.
A pintura rupestre é uma arte pré-histórica por meio C recorre a clássicos da literatura mundial para
da qual nossos ancestrais retratavam seu entorno, comprovar o porquê da necessidade de se viver a
seu cotidiano, suas crenças. O achado arqueológico simplicidade e a solidariedade em tempos de solidão
DSUHVHQWDGRQRWH[WRSRGHVHUGHJUDQGHUHOHYkQFLDSRU quase inevitável.
D defende uma posição conformista perante o quadro
A oferecer informações sobre o movimento migratório atual, apresentando exemplos, em seu cotidiano,
dos Homo sapiens e dos neandertais. de boa aceitação da praticidade oferecida pela vida
B FRPSURYDU D VR¿VWLFDomR DUWtVWLFD H D FDSDFLGDGH moderna.
criativa dos neandertais. E acredita na existência de uma superproteção, que
C UHVVLJQL¿FDURFRQKHFLPHQWRVREUHRGHVHQYROYLPHQWR impede os indivíduos modernos de sofrerem severos
do pensamento e da linguagem. danos materiais e emocionais.
D ampliar a variedade de imagens representadas por QUESTÃO 07
pinturas rupestres.
E atestar o grau de parentesco primitivo entre Homo A arte de Luís Otávio Burnier
sapiens e neandertais.
O movimento natural do corpo segue as leis
cotidianas: o menor esforço para o maior efeito. Etienne
Questões de 06 a 45 Decroux inverte a frase e cria o que, para ele, seria uma
das mais importantes leis da arte: o maior esforço para
QUESTÃO 06 o menor efeito. “Se eu pedir a um ator que me expresse
alegria, ele me fará assim (fazia uma grande máscara de
O mundo mudou alegria com o rosto), mas se eu cobrir o seu rosto com
2PXQGRPXGRX³2PXQGRPXGRX´SRUTXHHVWiVHPSUH um pano ou uma máscara neutra, amarrar seus braços
mudando. E sempre estará, até que um dia chegue o seu para trás e lhe pedir que me expresse agora a alegria, ele
DODUGHDGR¿P VHpTXHFKHJDUi +RMHYLYHPRV³SURWHJLGRV´ SUHFLVDUiGHDQRVGHHVWXGR´GL]LD
por muitos cuidados e paparicos, sempre sob a forma de CAFIERO, C. Revista do Lume, n. 5, jul. 2003.
³VHUYLoRV´HGHVGHTXHYRFrWHQKDGLQKHLURSDUDXViORV 1R WH[WR &DUORWD &D¿HUR H[S}H D FRQFHSomR HODERUDGD
claro. Carro quebrou na marginal? Relaxe, o guincho da SRU (WLHQQH 'HFURX[ TXH GHVD¿D R DWRU D HVWDEHOHFHU
VHJXUDGRUD YLUi HP PLQXWRV UHVJDWiOR 7HP GL¿FXOGDGH uma comunicação com o público sem as expressões
de locomoção? Espere, a empresa aérea disporá de uma convencionais, por meio da
cadeira de rodas para levá-lo ao terminal. Surgiu uma goteira
A estética facial.
no seu chalé em plenas férias de verão? Calma, o moço que
FRQVHUWDWHOKDGRVHVWiFRUUHQGRSDUDOiDJRUD9DL¿FDQGR B mímica corporal.
SDUD WUiV XP RXWUR PXQGR ² GH LQLFLDWLYDV GH JHVWRV C amarra no corpo.
solidários, de amizade, de improvisação (sim, “quem não D função da máscara.
LPSURYLVDVHLQYLDELOL]D´HXGLULDSDUDIUDVHDQGR&KDFULQKD  E simbologia do tecido.

LC - 1º dia | Caderno 13 - AZUL - Página 5

238

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA1375AZ6*
QUESTÃO 08 Em geral,DEL¿OLDomRFOXEtVWLFDSHUPLWHTXHWRUFHGRUHV
se engajem aos times do Rio de Janeiro, por exemplo,
Sou um homem comum sobretudo pela histórica projeção política e posteriormente
brasileiro, maior, casado, reservista, midiática da então capital do Brasil. Contudo, no interior
e não vejo na vida, amigo GD&DQJDFHLURV$OYLQHJURVVXVWHQWDVHDDXWRD¿UPDomR
como nordestinos, rechaçando aqueles que deixam de
nenhum sentido, senão
torcer pelo time local para se apegarem aos clubes mais
lutarmos juntos por um mundo melhor. distantes. Ao serem questionados sobre como encaravam
Poeta fui de rápido destino DEL¿OLDomRXPGRVGLUHWRUHVGD&DQJDFHLURVIRLHQIiWLFR
Mas a poesia é rara e não comove DRD¿UPDU³9RFrMiYLXDOJXPSDXOLVWDRXFDULRFDWRUFHU
pra time do Nordeste? Então por que eu vou torcer pra
nem move o pau de arara.
WLPHGR6XO"´
Quero, por isso, falar com você
CAMPOS, F.; TOLEDO, L. H. O Brasil na arquibancada: notas sobre a sociabilidade
de homem para homem, torcedora. Revista USP, n. 99, set.-out.-nov. 2013 (adaptado).

apoiar-me em você 2 WH[WR DSUHVHQWD GXDV SUiWLFDV GLVWLQWDV GH ¿OLDomR


oferecer-lhe meu braço DRV FOXEHV GH IXWHERO 1HVVH FRQWH[WR R VLJQL¿FDGR
que o tempo é pouco H[SUHVVDGR SHOR OHPD ³2UJXOKR GH VHU QRUGHVWLQR´
representa o(a)
e o latifúndio está aí matando
[...] A apreço pela manutenção das tradições nordestinas
Homem comum, igual SRUPHLRGDEL¿OLDomRFOXEtVWLFD
a você, B aliança entre torcidas dos clubes do Sudeste e
1RUGHVWHSRUPHLRGDEL¿OLDomRFOXEtVWLFD
[...]
C orgulho dos torcedores do Ceará por torcerem para
Mas somos muitos milhões de homens
um dos clubes mais expressivos do Nordeste.
comuns
D envaidecimento dos torcedores do Ceará por
e podemos formar uma muralha enfrentarem clubes do Sudeste em condições de
com nossos corpos de sonhos e margaridas. igualdade.
)(55(,5$*8//$5Dentro da noite veloz. E resistência de torcedores dos clubes nordestinos
Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento). j WHQGrQFLD GH EL¿OLDomR FOXEtVWLFD FRP FOXEHV GR
No poema, ocorre uma aproximação entre a realidade Sudeste.
social e o fazer poético, frequente no Modernismo. Nessa
QUESTÃO 10
aproximação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de

A agregação construtiva e poder de intervenção na O exercício da crônica


ordem instituída. Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa
B força emotiva e capacidade de preservação da ¿DGDFRPRID]XPFURQLVWDQmRDSURVDGHXP¿FFLRQLVWD
memória social. na qual este é levado meio a tapas pelas personagens
e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um
C denúncia retórica e habilidade para sedimentar
SURVDGRU GR FRWLGLDQR D FRLVD ¿D PDLV ¿QR 6HQWDVH
sonhos e utopias. diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através
D ampliação do universo cultural e intervenção nos da janela e busca fundo em sua imaginação um fato
valores humanos. qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou
E LGHQWL¿FDomR FRP R GLVFXUVR PDVFXOLQR H da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares,
questionamento dos temas líricos. possa injetar um sangue novo.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas.
QUESTÃO 09 São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a crônica para


³2UJXOKR GH VHU QRUGHVWLQR´ HVVH p R OHPD GH XPD pensá-la como gênero e prática. Do ponto de vista dele,
GDV WRUFLGDV RUJDQL]DGDV GR &HDUi ² D &DQJDFHLURV cabe ao cronista
$OYLQHJURV ² TXH UHWUDWD EHP TXDO R VHQWLPHQWR GRV
torcedores desse clube, um dos mais expressivos do A criar fatos com a imaginação.
Nordeste. Há entre os torcedores aqueles que torcem B reproduzir as notícias dos jornais.
apenas para o Ceará e aqueles que torcem por um time do
C escrever em linguagem coloquial.
Sudeste também. Estes são denominados de “torcedores
PLVWRV´HHVWDPRVGH¿QLQGRDTXLFRPRSHUWHQFHQWHVDR D construir personagens verossímeis.
FDPSRGDEL¿OLDomRFOXbística. E UHVVLJQL¿FDURFRWLGLDQRSHODHVFULWD

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA1375AZ7*
QUESTÃO 11

Superinteressante, n. 290, abr. 2011 (adaptado).

No processo de criação da capa de uma revista, é parte importante não só destacar o tema principal da edição, mas
também captar a atenção do leitor. Com essa capa sobre os desastres naturais, desperta-se o interesse do leitor ao se
apresentar uma ilustração com impacto visual e uma parte verbal que agrega ao texto um caráter
A fantasioso, pois se cria a expectativa de uma matéria jornalística, com a natureza protagonizando ações
espetaculares no futuro.
B instrucional, pois se cria a expectativa da apresentação de conselhos e orientações para a precaução contra os
desastres naturais.
C alarmista, pois se reforça a imagem da natureza como um agressor e um inimigo temido pela sua avassaladora
força de destruição.
D místico, pois se cria uma imagem do espaço brasileiro como ameaçado por uma natureza descontrolada, em meio
a um cenário apocalíptico.
E intimista, pois se reforça a imagem de uma publicação organizada em torno das impressões e crenças do leitor
preocupado com os desastres naturais.
QUESTÃO 12
(QWUHLQXPDOLGDPXLWRGL¿FXOWRVD0DUWtULRVHP¿PRGHQmRHQWHQGHUQDGLQKDGRTXHYLQKDQRVOLYURVHGRTXHR
mestre Frederico falava. Estranheza colosso me cegava e me punha tonto. Acho bem que foi desse tempo o mal que
me acompanha até hoje de ser recanteado e meio mocorongo. Com os meus, em casa, conversava por trinta, tinha
ODGLQH]DHHQWHQGLPHQWR1DUXDHQDHVFROD²QDGDHUDFRPSOHWDPHQWHDIUiVLFR$VSHVVRDVHUDPELFKRVGRRXWUR
mundo que temperavam um palavreado grego de tudo.
-iVDELDDMXQWDUDVVtODEDVHOHUSRUFLPDWRGDFRLVDPDVGHVFUHQFHLHSHUGLDLQÀXrQFLDGHLUjHVFRODSRUTXH
GLDQWHGRVHVFULWRVTXHRPHVWUHPHSDVVDYDHGDVOLo}HVPDUFDGDVQRVOLYURV¿TXHLVHQGRXPTXDUWDIHLUDGHPDUFD
maior. Alívio bom era quando chegava em casa.
BERNARDES, C. Rememórias dois*RLkQLD/HDO

O narrador relata suas experiências na primeira escola que frequentou e utiliza construções linguísticas próprias de
determinada região, constatadas pelo
A UHJLVWURGHSDODYUDVFRPR³HVWUDQKH]D´H³FHJDYD´
B HPSUHJRGHUHJrQFLDQmRSDGUmRHP³FKHJDUHPFDVD´
C XVRGHGXSODQHJDomRHP³QmRHQWHQGHUQDGLQKD´
D HPSUHJRGHSDODYUDVFRPR³GHVFUHQFHL´H³ODGLQH]D´
E uso do suEVWDQWLYR³ELFKRV´SDUDUHWRPDU³SHVVRDV´

LC - 1º dia | Caderno 13 - AZUL - Página 7

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA1375AZ8*
QUESTÃO 13 QUESTÃO 14
Tenho visto criaturas que trabalham demais e não Os esportes SRGHP VHU FODVVL¿FDGRV OHYDQGR
progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: em consideração critérios como a quantidade de
quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca competidores e a interação com o adversário.
e engolem tudo. Os chamados Esportes individuais em interação com o
Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras oponente são aqueles em que os atletas se enfrentam
tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas diretamente, tentando alcançar os objetivos do jogo
seguintes. e evitando, concomitantemente, que o adversário o
Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, faça, porém sem a colaboração de um companheiro
naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava de equipe. Os Esportes coletivos em interação com o
no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações. oponente são aqueles nos quais os atletas, colaborando
com seus companheiros de equipe, de forma combinada,
² 0LQKDV VHQKRUDV 6HX 0HQGRQoD SLQWRX R GLDER
enfrentam-se diretamente com a equipe adversária,
enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, tentando atingir os objetivos do jogo, evitando, ao
paciência, vá à justiça. mesmo tempo, que os adversários o façam.
Como a justiça era cara, não foram à justiça. *21=$/(=)-6LVWHPDGHFODVVL¿FDomRGHHVSRUWHVFRPEDVHQRVFULWpULRVFRRSHUDomR
E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, interação com o adversário, ambiente, desempenho comparado e objetivos táticos da ação.
EFDeportes, n. 71, abr. 2004.
SDUDOtWLFRGHXPEUDoRHDGRV*DPDTXHSDQGHJDYDP
no Recife, estudando direito. Respeitei o engenho do São exemplos de “esportes individuais em interação com
Dr. Magalhães, juiz. R RSRQHQWH´ H ³HVSRUWHV FROHWLYRV HP LQWHUDomR FRP R
Violências miúdas passaram despercebidas. RSRQHQWH´UHVSHFWLYDPHQWH
As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às A judô e futebol americano.
chicanas de João Nogueira. B lançamento de disco e polo aquático.
Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei C remo e futebol.
maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam
por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a D badminton e nado sincronizado.
pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos E VDOWRHPGLVWkQFLDHEDVTXHWHERO
ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo
QUESTÃO 15
*RQGLP FRPS{V VREUH HOD GRLV DUWLJRV FKDPRXPH
SDWULRWDFLWRX)RUGH'HOPLUR*RXYHLD&RVWD%ULWRWDPEpP ²5HFXVHLDPmRGHPLQKD¿OKDSRUTXHRVHQKRUp
publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando ¿OKRGHXPDHVFUDYD
o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem
²(X"
mil réis.
5$026*São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1990. ²2VHQKRUpXPKRPHPGHFRU,QIHOL]PHQWHHVWD
é a verdade...
O trecho, de São Bernardo, apresenta um relato de Paulo
Honório, narrador-personagem, sobre a expansão de 5DLPXQGRWRUQRXVHOtYLGR0DQRHOSURVVHJXLXQR¿P
suas terras. De acordo com esse relato, o processo de de um silêncio:
SURVSHULGDGHTXHREHQH¿FLRXHYLGHQFLDTXHHOH ²-iYrRDPLJRTXHQmRpSRUPLPTXHOKHUHFXVHL
Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher
A revela-se um empreendedor capitalista pragmático sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela
que busca o êxito em suas realizações a qualquer é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma
custo, ignorando princípios éticos e valores asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor
humanitários. porém não imagina o que é por cá a prevenção contra os
B procura adequar sua atividade produtiva e função mulatos!... Nunca me perdoariam um tal casamento; além
de empresário às regras do Estado democrático de do que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que
direito, ajustando o interesse pessoal ao bem da ¿]DPLQKDVRJUDGHQmRGDUDQHWDVHQmRDXPEUDQFR
sociedade. de lei, português ou descendente direto de portugueses!
C relata aos seus interlocutores fatos que lhe ocorreram AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008.

em um passado distante, e enumera ações que põem ,QÀXHQFLDGD SHOR LGHiULR FLHQWL¿FLVWD GR 1DWXUDOLVPR
em evidência as suas muitas virtudes de homem a obra destaca o modo como o mulato era visto pela
do campo. VRFLHGDGH GH ¿QV GR VpFXOR ;,; 1HVVH WUHFKR 0DQRHO
D demonstra ser um homem honrado, patriota e traduz uma concepção em que a
audacioso, atributos ressaltados pela realização de
A PLVFLJHQDomRUDFLDOGHVTXDOL¿FDYDRLQGLYtGXR
Do}HV TXH VH DMXVWDP DR SULQFtSLR GH TXH RV ¿QV
MXVWL¿FDPRVPHLRV B FRQGLomRHFRQ{PLFDDQXODYDRVFRQÀLWRVUDFLDLV
E amplia o seu patrimônio graças ao esforço pessoal, C discriminação racial era condenada pela sociedade.
contando com a sorte e a capacidade de iniciativa, D escravidão negava o direito da negra à maternidade.
sendo um exemplo de empreendedor com E união entre mestiços era um risco à hegemonia
responsabilidade social. dos brancos.

LC - 1º dia | Caderno 13 - AZUL - Página 8

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA1375AZ9*
QUESTÃO 16 QUESTÃO 17

O jornal vai morrer. É a ameaça mais constante


dos especialistas. E essa nem é uma profecia nova.
Há anos a frase é repetida. Experiências são feitas
para atrair leitores na era da comunicação nervosa,
rápida, multicolorida, performática. Mas o que é o jornal?
Onde mora seu encanto?
O que é sedutor no jornal é ser ele mesmo e nenhum
outro formato de comunicação de ideias, histórias,
imagens e notícias. No tempo das muitas mídias, o que
precisa ser entendido é que cada um tem um espaço, um
jeito, uma personalidade.
Quando surge uma nova mídia, há sempre os que a
apresentam como tendência irreversível, modeladora do
futuro inevitável e fatal. Depois se descobre que nada é
substituído e o novo se agrega ao mesmo conjunto de
seres através dos quais nos comunicamos.
Os jornais vão acabar, garantem os especialistas.
E, por isso, dizem que é preciso fazer jornal parecer com
as outras formas da comunicação mais rápida, eletrônica,
digital. Assim, eles morrerão mais rapidamente. Jornal
tem seu jeito. É imagem, palavra, informação, ideia,
opinião, humor, debate, de uma forma só dele.
Nesse tempo tão mutante em que se tuíta para
milhares, que retuítam para outros milhares o que foi
postado nos blogs, o que está nos sites dos veículos
on-line, que chance tem um jornal de papel que traz uma
QRWtFLDHVWiWLFDXPDIRWRSDUDGDXPLQIRJUi¿FR¿[R"
Terá mais chance se continuar sendo jornal. PICASSO, P. Guitar, Sheet Music, and Glass, Fall.
Papel colado, guache e carvão, 48 x 36,5 cm.
LEITÃO, M. Jornal de papel. O Tempo, n. 5 684, 8 jul. 2012 (adaptado). McNay Art Museum, San Antonio, Texas, 1912.
Muito se fala sobre o impacto causado pelas tecnologias FOSTER, H. et al. Art since 1900: Modernism, Antimodernism,
da comunicação e da informação nas diferentes mídias. 3RVWPRGHUQLVP1RYD<RUN7KDPHV +XGVRQ
A partir da análise do texto, conclui-se que essas
Inovando os padrões estéticos de sua época, a obra de
tecnologias Pablo Picasso foi produzida utilizando características
A mantêm inalterados os modos de produção e de um movimento artístico que
veiculação do conhecimento. A dispensa a representação da realidade.
B provocam rupturas entre novas e velhas formas de B agrega elementos da publicidade em suas
comunicar o conhecimento. composições.
C modernizam práticas de divulgação do conhecimento C YDORUL]D D FRPSRVLomR GLQkPLFD SDUD UHSUHVHQWDU
hoje consideradas obsoletas. movimento.
D substituem os modos de produção de conhecimentos D busca uma composição reduzida e seus elementos
oriundos da oralidade e da escrita. primários de forma.
E contribuem para a coexistência de diversos modos de E explora a sobreposição de planos geométricos e
produção e veiculação de conhecimento. fragmentos de objetos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA1375AZ10*
QUESTÃO 18 QUESTÃO 19
É dia de festa na roça. Fogueira posicionada, caipiras
O último refúgio da língua geral no Brasil arrumados, barraquinhas com quitutes suculentos e
No coração da Floresta Amazônica é falada uma bandeirinhas de todas as cores enfeitando o salão.
língua que participou intensamente da história da maior Mas o ponto mais esperado de toda a festa é sempre a
região do Brasil. Trata-se da língua geral, também quadrilha, embalada por música típica e linguajar próprio.
conhecida como nheengatu ou tupi moderno. A língua Anarriê, alavantú, balancê de damas e tantos outros
geral foi ali mais falada que o próprio português, inclusive termos agitados pelo puxador da quadrilha deixam a festa
de São João, comemorada em todo o Brasil, ainda mais
por não índios, até o ano de 1877. Alguns fatores
completa.
contribuíram para o desaparecimento dessa língua de
JUDQGH SDUWH GD$PD]{QLD FRPR SHUVHJXLo}HV R¿FLDLV Embora os festejos juninos sejam uma herança
no século XVIII e a chegada maciça de falantes de da colonização portuguesa no Brasil, grande parte das
português durante o ciclo da borracha, no século XIX. tradições da quadrilha tem origem francesa. E muita
gente dança sem saber.
Língua-testemunho de um passado em que a Amazônia
brasileira alargava seus territórios, a língua geral hoje é $VLQÀXrQFLDVHVWUDQJHLUDVVmRPXLWDVQDVIHVWDVGRV
falada por mais de 6 mil pessoas, num território que se três santos do mês de junho (Santo Antônio, no dia 13,
estende pelo Brasil, Venezuela e Colômbia. Em 2002, o e São Pedro, no dia 29, completam o grupo). O “changê de
PXQLFtSLRGH6mR*DEULHOGD&DFKRHLUD¿FRXFRQKHFLGR GDPDV´QDGDPDLVpGRTXHDWURFDGHGDPDVQDGDQoD
GRIUDQFrV³FKDQJHU´2³DODYDQW~´TXDQGRRVFDVDLVVH
SRUWHUR¿FLDOL]DGRDVWUrVOtQJXDVLQGtJHQDVPDLVXVDGDV
aproximam e se cumprimentam, também é francês, e
ali: o nheengatu, o baníua e o tucano. Foi a primeira YHPGH³HQDYDQWWRXV´$VVLPWDPEpPDFRQWHFHFRPR
vez que outras línguas, além do português, ascendiam ³EDODQFr´TXHWDPEpPYHPGHEDLODUHPIUDQFrV
j FRQGLomR GH OtQJXDV R¿FLDLV QR %UDVLO (PERUD D SOARES, L. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com.
R¿FLDOL]DomR GHVVDV OtQJXDV QmR WHQKD REWLGR WRGRV RV Acesso em: 30 jun. 2015 (adaptado).
resultados esperados, redundou no ensino de nheengatu Ao discorrer sobre a festa de São João e a quadrilha
nas escolas municipais daquele município e em muitas como manifestações da cultura corporal, o texto privilegia
escolas estaduais nele situadas. É fundamental que essa a descrição de
língua de tradição eminentemente oral tenha agora sua
gramática estudada e que textos de diversas naturezas A PRYLPHQWRV UHDOL]DGRV GXUDQWH D FRUHRJUD¿D GD
sejam escritos, justamente para enfrentar os novos dança.
tempos que chegaram. B personagens presentes nos festejos de São João.
NAVARRO, E. Estudos Avançados, n. 26, 2012 (adaptado). C vestimentas utilizadas pelos participantes.
O esforço de preservação do nheengatu, uma D ritmos existentes na dança da quadrilha.
OtQJXD TXH VRIUH FRP R ULVFR GH H[WLQomR VLJQL¿FD R E folguedos constituintes do evento.
reconhecimento de que
QUESTÃO 20
A as línguas de origem indígena têm seus próprios
O comportamento do público, em geral, parece
mecanismos de autoconservação.
indicar o seguinte: o texto da peça de teatro não basta
B a construção da cultura amazônica, ao longo dos em si mesmo, não é uma obra de arte completa, pois
anos, constituiu-se, em parte, pela expressão em ele só se realiza plenamente quando levado ao palco.
línguas de origem indígena. Para quem pensa assim, ler um texto dramático equivale
C as ações políticas e pedagógicas implementadas até a comer a massa do bolo antes de ele ir para o forno.
R PRPHQWR VmR VX¿FLHQWHV SDUD D SUHVHUYDomR GD 0DVHOHVy¿FDSURQWRPHVPRGHSRLVTXHRVDWRUHVGHUDP
língua geral amazônica. vida àquelas emoções; que cenógrafos compuseram os
HVSDoRV UHÀHWLQGR H[WHUQDPHQWH RV FRQÀLWRV LQWHUQRV
D a diversidade do patrimônio cultural brasileiro, GRV HQYROYLGRV TXH RV ¿JXULQLVWDV YHVWLUDP RV FRUSRV
historicamente, tem se construído com base na sofredores em movimento.
unidade da língua portuguesa. LACERDA, R. Leitores. Metáfora, n. 7, abr. 2012.

E o Brasil precisa se diferenciar de países vizinhos, Em um texto argumentativo, podem-se encontrar


como Venezuela e Colômbia, por meio de um idioma diferentes estratégias para guiar o leitor por um raciocínio
comum na Amazônia brasileira. e chegar a determinada conclusão. Para defender sua
ideia a favor da incompletude do texto dramático fora do
palco, o autor usa como estratégia argumentativa a
A comoção.
B analogia.
C LGHQWL¿FDomR
D contextualização.
E enumeração.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA1375AZ11*
QUESTÃO 21 QUESTÃO 23
Chamou-me o bragantino e levou-me pelos
corredores e pátios até ao hospício propriamente.
Aí é que percebi que ficava e onde, na seção, na de
indigentes, aquela em que a imagem do que a Desgraça
pode sobre a vida dos homens é mais formidável.
O mobiliário, o vestuário das camas, as camas, tudo é de
uma pobreza sem par. Sem fazer monopólio, os loucos
são da proveniência mais diversa, originando-se em geral
das camadas mais pobres da nossa gente pobre. São de
imigrantes italianos, portugueses e outros mais exóticos,
são os negros roceiros, que teimam em dormir pelos
desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e
uma manta sórdida; são copeiros, cocheiros, moços de
cavalariça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos
com educação, mas que a falta de recursos e proteção
atira naquela geena social.
BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos.
6mR3DXOR&RVDF 1DLI\

No relato de sua experiência no sanatório onde foi


interno, Lima Barreto expõe uma realidade social e
Disponível em: www.blognerdegeek.com. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).
humana marcada pela exclusão. Em seu testemunho,
essa reclusão demarca uma
1D WLULQKD R OHLWRU p FRQGX]LGR D UHÀHWLU VREUH
relacionamentos afetivos. A articulação dos recursos A medida necessária de intervenção terapêutica.
verbais e não verbais tem o objetivo de B forma de punição indireta aos hábitos desregrados.
C compensação para as desgraças dos indivíduos.
A criticar a supeU¿FLDOLGDGH FRP TXH DV UHODo}HV D oportunidade de ressocialização em um novo
amorosas são expostas nas redes sociais. ambiente.
B negar antigos conceitos ou experiências afetivas E conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis
ligadas à vida amorosa dos adolescentes. e periféricos.

C HQIDWL]DU D LPSRUWkQFLD GH LQFRUSRUDU QRYDV QUESTÃO 24


experiências na vida amorosa dos adolescentes. $WHFQRORJLDHVWiGH¿QLWLYDPHQWHSUHVHQWHQDYLGD
D valorizar as manifestações nas redes sociais como cotidiana. Seja para consultar informações, conversar
medida do sucesso de uma relação amorosa. com amigos e familiares ou apenas entreter, a internet e
os celulares não saem das mãos e mentes das pessoas.
E associar a popularidade de uma mensagem nas redes Por esse motivo, especialistas alertam: o uso excessivo
sociais à profundidade de uma relação amorosa. dessas ferramentas pode viciar. O problema, dizem
os especialistas, é o usuário conseguir diferenciar a
QUESTÃO 22 dependência do uso considerado normal. Hoje, a internet
e os celulareVVmRIHUUDPHQWDVSUR¿VVLRQDLVHGHHVWXGR
Acho que educar é como catar piolho na cabeça
de criança. MATSUURA, S. O Globo, 10 jun. 2013 (adaptado).

e SUHFLVR WHU FRQ¿DQoD SHUVHYHUDQoD H XP FHUWR O desenvolvimento da sociedade está relacionado ao
despojamento. avanço das tecnologias, que estabelecem novos padrões
de comportamento. De acordo com o texto, o alerta dos
eSUHFLVRWDPEpPFRQTXLVWDUDFRQ¿DQoDGHTXHP especialistas deve-se à
se quer educar, para fazê-lo deitar no colo e ouvir
histórias. A insegurança do usuário, em razão do grande número
081'858.8''LVSRQtYHOHPKWWSFDUDYDQDPHNXNUDGMDEORJVSRWFRPEU
de pessoas conectadas às redes sociais.
Acesso em: 5 dez. 2012. B falta de credibilidade das informações transmitidas
Concorrem para a estruturação e para a progressão das pelos meios de comunicação de massa.
ideias no texto os seguintes recursos: C comprovação por pesquisas de que os danos ao
cérebro são muito maiores do que se pode imaginar.
A Comparação e enumeração. D subordinação das pessoas aos recursos oferecidos
B Hiperonímia e antonímia. pelas novas tecnologias, a ponto de prejudicar
C Argumentação e citação. suas vidas.
D Narração e retomada. E possibilidade de as pessoas se isolarem
socialmente, em razão do uso das novas tecnologias
E Pontuação e hipérbole. de comunicação.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA1375AZ12*
QUESTÃO 25 As anedotas são narrativas, reais ou inventadas,
HVWUXWXUDGDV FRP D ¿QDOLGDGH GH SURYRFDU R ULVR
Doutor dos sentimentos
2UHFXUVRH[SUHVVLYRTXHFRQ¿JXUDHVVHWH[WRFRPRXPD
Veja quem é e o que pensa o português António
Damásio, um dos maiores nomes da neurociência atual, anedota é o(a)
sempre em busca de desvendar os mistérios do cérebro, A uso repetitivo da negação.
das emoções e da consciência B JUD¿DGRWHUPR³2URSDV´
Ele é baixo, usa óculos, tem cabelos brancos C DPELJXLGDGHGRYHUER³LU´
penteados para trás e costuma vestir terno e gravata. D ironia das duas perguntas.
A surpresa vem quando começa a falar. António Damásio E emprego de palavras coloquiais.
QmRFRQ¿UPDHPQDGDRFOLFKrTXHVHWHPGHFLHQWLVWD
Preocupado em ser o mais didático possível, tenta, QUESTÃO 27
pacientemente, com certa graça e até ironia, sempre
que cabível, traduzir para os leigos estudos complexos
sobre o cérebro. Português, Damásio é um dos principais
expoentes da neurociência atual.
Diferentemente de outros neurocientistas, que acham
que apenas a ciência tem respostas à compreensão
da mente, Damásio considera que muitas ideias não
provêm necessariamente daí. Para ele, um substrato
imprescindível para entender a mente, a consciência,
os sentimentos e as emoções advém da vida intuitiva,
DUWtVWLFDHLQWHOHFWXDO)RUDGRVPHLRVFLHQWt¿FRVRQRPH
de Damásio começou a ser celebrado na década de 1990,
quando lançou seu primeiro livro, uma obra que fala de
emoção, razão e do cérebro humano.
TREFAUT, M. P. Disponível em: http://revistaplaneta.terra.com.br.
Acesso em: 2 set. 2014 (adaptado).

Na organização do texto, a sequência que atende à


função sociocomunicativa de apresentar objetivamente o
cientista António Damásio é a
A GHVFULWLYDSRLVGHOLQHLDXPSHU¿OGRSURIHVVRU
B injuntiva, pois faz um convite à leitura de sua obra.
C argumentativa, pois defende o seu comportamento
incomum.
D narrativa, pois são contados fatos relevantes ocorridos
em sua vida.
E expositiva, pois traz as impressões da autora a
respeito de seu trabalho. 0Ò.+,1$9Operário e mulher kolkosiana.
Aço inoxidável, 24,5 m. Moscou, 1937.
QUESTÃO 26
Disponível em: http://laphotodujour.hautetfort.com. Acesso em: 7 maio 2013.
Pra onde vai essa estrada?
Essa escultura foi produzida durante o período da ditadura
²6{$XJXVWRSUDonde vai essa estrada?
stalinista, na ex-União Soviética, e representa o(a)
O senhor Augusto:
²(XPRURDTXLKiDQRVHODQXQFDIRLSUDSDUWH A luta do proletariado soviético para sua emancipação
nenhuma, não. do sistema vigente.
² 6{ $XJXVWR HX HVWRX GL]HQGR VH D JHQWH IRU
andando aonde a gente vai? B trabalhador soviético retratado de acordo com a
O senhor Augusto: realidade do período.
²9DLVDLUDWpQDV2URSDVVHRPDUGHUYDX C exaltação idealizada da capacidade de trabalho do
Vocabulário povo soviético.
Vau: Lugar do rio ou outra porção de água onde esta é D união de operários e camponeses soviéticos pela
pouco funda e, por isso, pode ser transposta a pé ou a volta do regime czarista.
cavalo. E sofrimento de trabalhadores soviéticos pela opressão
0$*$/+­(6//$0$&+$'25+$ 2UJ  Perdizes, suas histórias, sua gente,
seu folclore. Perdizes: Prefeitura Municipal, 2005. do regime stalinista.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA1375AZ13*
QUESTÃO 28 QUESTÃO 29

Este mês, a reportagem de capa veio do meu Como se apresentam os atos de ler e escrever
umbigo. Ou melhor, veio de um mal-estar que comecei a no contexto dos canais de chat da internet? O próprio
sentir na barriga. Sou meio italiano, pizzaiolo dos bons, nome que designa estes espaços no meio virtual elucida
herdei de minha avó uma daquelas velhas máquinas de que os leitores-escritores ali estão empenhados em
macarrão a manivela. Cresci à base de farinha de trigo. efetivar uma conversação. Porém, não se trata de uma
Aí, do nada, comecei a ter alergias respiratórias que conversação nos moldes tradicionais, mas de um projeto
também pareciam estar ligadas à minha dieta. Comecei discursivo que se realiza só e através das ferramentas
a peregrinar por médicos. Os exames diziam que não do computador via canal eletrônico mediado por um
tinha nada errado comigo. Mas eu sentia, pô. Encontrei software HVSHFt¿FR $ GLPHQVmR WHPSRUDO GHVWH WLSR
D UHVSRVWD QXPD QXWULFLRQLVWD HX WLQKD LQWROHUkQFLD D de interlocução caracteriza-se pela sincronicidade
glúten e a lactose. Arrivederci, pizza. Tchau, cervejinha. em tempo real, aproximando-se de uma conversa
Notei também que as prateleiras dos mercados de telefônica, porém, devido às especificidades do meio
UHSHQWH ¿FDUDP FKHLDV GH SURGXWRV TXH SDUHFLDP VHU que põe os interlocutores em contato, estes devem
feitos para mim: leite, queijo e iogurte sem lactose, bolo, escrever suas mensagens. Apesar da sensação de
biscoito e macarrão sem glúten. E o mais incrível é que estarem falando, os enunciados que produzem são
esse setor do mercado parece ser o que está mais cheio FRQVWUXtGRV QXP ³WH[WR IDODGR SRU HVFULWR´ QXPD
de gente. E não é só no Brasil. Parece ser em todo ³FRQYHUVDomR FRP H[SUHVVmR JUiILFD´ $ LQWHUDomR
Ocidente industrializado. Inclusive na Itália. TXH VH Gi ³WHOD D WHOD´ SDUD TXH VHMD EHPVXFHGLGD
O tal glúten está na boca do povo, mas não está exige, além das habilidades técnicas anteriormente
fácil entender a real. De um lado, a imprensa popular faz descritas, muito mais do que a simples habilidade
um escarcéu, sem no entanto explicar o tema a fundo. linguística de seus interlocutores. No interior de uma
'HRXWURPXLWRVPpGLFRV¿FDPQDGHIHQVLYDLQVLQXDQGR enorme coordenação de ações, o fenômeno chat
que isso tudo não passa de modismo, sem fundamento também envolve conhecimentos paralinguísticos e
FLHQWt¿FR0DVHXVHLPXLWREHPTXHQmRpVyPRGLVPR socioculturais que devem ser partilhados por seus
²HXVLQWRQDEDUULJD usuários. Isso significa dizer que esta atividade
comunicacional, assim como as demais, também
2WHPDpXPYHVSHLUR²HSRULVVRMXOJDPRVTXHHUD
apresenta uma vinculação situacional, ou seja, não
hora de meter a colher, para separar o joio do trigo e dar
pode a língua, nesta esfera específica da comunicação
UHVSRVWDVFRQ¿iYHLVjVG~YLGDVTXHWRGRPXQGRWHP
humana, ser separada do contexto em que se efetiva.
%85*,(50$1'57HPDOJRJUDQGHDtSuperinteressante, n. 335, jul. 2014 (adaptado).
BERNARDES, A. S.; VIEIRA, P. M. T. Disponível em: www.anped.org.br. Acesso em: 14 ago. 2012.
O gênero editorial de revista contém estratégias
argumentativas para convencer o público sobre a No texto, descreve-se o chat como um tipo de conversação
UHOHYkQFLDGDPDWpULDGHFDSD1RWH[WRFRQVLGHUDQGRD ³WHOD D WHOD´ SRU PHLR GR FRPSXWDGRU H HQIDWL]DVH
maneira como o autor se dirige aos leitores, constitui uma a necessidade de domínio de diversas habilidades.
característica da argumentação desenvolvida o(a) Uma característica desse tipo de interação é a

A UHODWR SHVVRDO TXH HVSHFL¿FD R GHEDWH GR DVVXQWR A coordeQDomR GH Do}HV RX DWLWXGHV TXH UHÀLWDP
abordado. modelos de conversação tradicionais.
B H[HPSOL¿FDomR FRQFUHWD TXH GHVFRQVWUyL D B SUHVHQoDREULJDWyULDGHHOHPHQWRVLFRQRJUi¿FRVTXH
generalidade dos fatos. reproduzam características do texto falado.
C referência intertextual, que recorre a termos da C inserção sequencial de elementos discursivos que
gastronomia. sejam similares aos de uma conversa telefônica.
D crítica direta, que denuncia o oportunismo das D produção de uma conversa que articula elementos
indústrias alimentícias. das modalidades oral e escrita da língua.
E vocabulário coloquial, que representa o estilo da E DJLOLGDGH QD DOWHUQkQFLD GH WHPDV H GH WXUQRV
revista. conversacionais.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA1375AZ14*
QUESTÃO 30 QUESTÃO 32
TEXTO I TEXTO I
Frevo: Dança de rua e de salão, é a grande alucinação
do Carnaval pernambucano. Trata-se de uma marcha
de ritmo frenético, que é a sua característica principal.
( D PXOWLGmR RQGXODQGR QRV PHQHLRV GD GDQoD ¿FD D
ferver. E foi dessa ideia de fervura (o povo pronuncia
frevura, frever) que se criou o nome frevo.
CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro6mR3DXOR*OREDO DGDSWDGR 

TEXTO II
Frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade
O frevo, ritmo genuinamente pernambucano, agora é
do mundo. A música que hipnotiza milhões de foliões e dá
RWRPGR&DUQDYDOQRHVWDGRIRLR¿FLDOPHQWHUHFRQKHFLGD
como Patrimônio Imaterial da Humanidade. O anúncio
foi feito em Paris, nesta quarta-feira, durante cerimônia
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco).
Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br. Acesso em: 14 jun. 2015.

Apesar de abordarem o mesmo tema, os textos I e II


diferenciam-se por pertencerem a gêneros que cumprem,
respectivamente, a função social de
A resumir e avaliar.
B analisar e reportar.
C GH¿QLUHLQIRUPDU
D comentar e explanar. DUCHAMP, M. Roda de bicicleta. Aço e madeira,
1,3 m x 64 cm x 42 cm, 1913.
E discutir e conscientizar.
0XVHXGH$UWH0RGHUQDGH1RYD<RUN
QUESTÃO 31
DUCHAMP, M. Roda de bicicleta. Barcelona: Polígrafa, 1995.
A madrasta retalhava um tomate em fatias, assim
¿QDVFDSD]GHHQYHQHQDUDWRGRV(UDSRVVtYHOHQWUHYHU TEXTO II
o arroz branco do outro lado do tomate, tamanha a sua Ao ser questionado sobre seu processo de criação de
transparência. Com a saudade evaporando pelos olhos,
HX LQVLVWLD HP MXVWL¿FDU D HFRQRPLD TXH DGPLQLVWUDYD ready-mades0DUFHO'XFKDPSD¿UPRX
VHXV JHVWRV$¿DQGR D IDFD QR FLPHQWR IULR GD SLD HOD ²,VWRGHSHQGLDGRREMHWRHPJHUDOHUDSUHFLVRWRPDU
cortava o tomate vermelho, sanguíneo, maduro, como
se degolasse cada um de nós. Seis. O pai, amparado cuidado com o seu look. É muito difícil escolher um objeto
pela prateleira da cozinha, com o suor desinfetando o porque depois de quinze dias você começa a gostar dele
ar, tamanho o cheiro do álcool, reparava na fome dos ou a detestá-lo. É preciso chegar a qualquer coisa com
¿OKRV(Q[HUJDYDRPDQHMRGDIDFDGHVD¿DQGRRWRPDWH uma indiferença tal que você não tenha nenhuma emoção
e, por certo, nos pensava devorados pelo vento ou estética. A escolha do ready-made é sempre baseada na
tempestade, segundo decretava a nova mulher. Todos os indiferença visual e, ao mesmo tempo, numa ausência
GLDV ² FRWLGLDQDPHQWH ² KDYLD WRPDWH SDUD R DOPRoR
Eles germinavam em todas as estações. Jabuticaba, total de bom ou mau gosto.
PDQJD ODUDQMD ÀRUHVFLDP FDGD XPD HP VHX WHPSR CABANNE, P. Marcel Duchamp: engenheiro do tempo perdido.
7RPDWH QmR (OH IUXWL¿FDYD FRQWLQXDPHQWH VHP São Paulo: Perspectiva, 1987 (adaptado).
demandar adubo além do ciúme. Eu desconhecia se era
mais importante o tomate ou o ritual de cortá-lo. As fatias Relacionando o texto e a imagem da obra, entende-se
delgadas escreviam um ódio e só aqueles que se sentem que o artista Marcel Duchamp, ao criar os ready-mades,
intrusos ao amor podem tragar. inaugurou um modo de fazer arte que consiste em
QUEIRÓS, B. C. Vermelho amargo6mR3DXOR&RVDF 1DLI\
A designar ao artista de vanguarda a tarefa de ser o
$RUHFXSHUDUDPHPyULDGDLQIkQFLDRQDUUDGRUGHVWDFD
DUWt¿FHGDDUWHGRVpFXOR;;
DLPSRUWkQFLDGRWRPDWHQRVDOPRoRVGDIDPtOLDHDDomR
da madrasta ao prepará-lo. A insistência nessa imagem é B considerar a forma dos objetos como elemento
um procedimento estético que evidencia a essencial da obra de arte.
A saudade do menino em relação à sua mãe. C revitalizar de maneira radical o conceito clássico do
B LQVHJXUDQoDGRSDLGLDQWHGDIRPHGRV¿OKRV belo na arte.
C raiva da madrasta pela indiferença do marido. D criticar os princípios que determinam o que é uma
D resistência das crianças quanto ao carinho da obra de arte.
madrasta.
E FRQYLYrQFLD FRQÀLWXRVD HQWUH R PHQLQR H D HVSRVD E atribuir aos objetos industriais o status de obra
do pai. de arte.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA1375AZ15*
QUESTÃO 33 2 SURQRPH REOtTXR ³R´ QRV YHUVRV ³$ YLGD H[LJH SDUD
o FRQVHJXLUPRV´ H ³1yV o FRQVHJXLPRV´ JDUDQWH
Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos a progressão temática e o encadeamento textual,
assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu. recuperando o segmento
0DVXPDPRVFDIH]XPkQJXORUHWRQRDUGHSRLVRXWUR A ³Ï-RVp&DUORV´
além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas
B ³SHUGDVHSHUGDV´
pela primeira vez, mais do que uma por dia e, por isso,
logo depois, arribou. Os assuntos que não compreendia C ³$YLGDH[LJH´
eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte. D ³)D]HUDQRV´
E ³LUPmRHP(VFRUSLmR´
Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca
esqueças de tratar da cabra. O Ilídio não gostava QUESTÃO 35
que a mãe o mandasse tratar da cabra. Se estava
ocupado a contar uma história a um guarda-chuva, A inteligência está na rede
não queria ser interrompido. Às vezes, a mãe escolhia
Pergunta: Há tecnologias que melhoram a vida
os piores momentos para chamá-lo, ele podia estar
humana, como a invenção do calendário, e outras que
a contemplar um segredo, por isso, assustava-se e,
revolucionam a história humana, como a invenção da roda.
depois, irritava-se. Às vezes, fazia birras no meio da
$LQWHUQHWRL3DGR)DFHERRNR*RRJOHVmRWHFQRORJLDV
rua. A mãe envergonhava-se e, mais tarde, em casa,
dizia que as pessoas da vila nunca tinham visto um que pertencem a que categoria?
menino tão velhaco. O Ilídio ficava enxofrado, mas Resposta: À das que revolucionam a história. O que
lembrava-se dos homens que lhe chamavam reguila, está acontecendo no mundo de hoje é semelhante ao
diziam ah, reguila de má raça. Com essa memória, que se passou com a sociedade agrária depois da prensa
recuperava o orgulho. Era reguila, não era velhaco. PyYHO GH *XWHQEHUJ $QWHV R FRQKHFLPHQWR HVWDYD
Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, FRQFHQWUDGR HP ROLJRSyOLRV $ LQYHQomR GH *XWHQEHUJ
para gritar até, se lhe apetecesse. começou a democratizar o conhecimento, e as instituições
PEIXOTO, J. L. Livro. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
GR IHXGDOLVPR HQWUDUDP QXP SURFHVVR GH DWUR¿D
A novidade afetou a Igreja Católica, as monarquias, os
No texto, observa-se o uso característico do português de poderes coloniais e, com o passar do tempo, resultou nas
Portugal, marcadamente diferente do uso do português revoluções na América Latina, nos Estados Unidos, na
GR%UDVLO2WUHFKRTXHFRQ¿UPDHVVDD¿UPDomRp França. Resultou na democracia parlamentar, na reforma
protestante, na criação das universidades, do próprio
A “Pela primeira vez na vida teve pena de haver
capitalismo. Martinho Lutero chamou a prensa móvel
tantos assuntos no mundo que não compreendia e
GH³DPDLVDOWDJUDoDGH'HXV´$JRUDPDLVXPDYH]R
HVPRUHFHX´
gênio da tecnologia saiu da garrafa. Com a prensa móvel,
B “Os assuntos que não compreendia eram uma ganhamos acesso à palavra escrita. Com a internet,
HVSpFLHGHWRQWXUDPDVR,OtGLRHUDIRUWH´ cada um de nós pode ser seu próprio editor. A imprensa
C “Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, nos deu acesso ao conhecimento que já havia sido
SDUDJULWDUDWpVHOKHDSHWHFHVVH´ produzido e estava registrado. A internet nos dá acesso
D “Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca ao conhecimento contido no cérebro de outras pessoas
HVTXHoDVGHWUDWDUGDFDEUD´ em qualquer parte do mundo. Isso é uma revolução.
E “O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar E, tal como aconteceu no passado, está fazendo com que
GDFDEUD´ nossas instituições se tornem obsoletas.
TAPSCOTT, D. Entrevista concedida a Augusto Nunes. Veja, 21 abr. 2011 (adaptado).
QUESTÃO 34
Segundo o pesquisador entrevistado, a internet
revolucionou a história da mesma forma que a prensa
Fazer 70 anos
PyYHOGH*XWHQEHUJUHYROXFLRQRXRPXQGRQRVpFXOR;9
Fazer 70 anos não é simples. De acordo com o texto, as duas invenções, de maneira
A vida exige, para o conseguirmos, similar, provocaram o(a)
perdas e perdas no íntimo do ser, A ocorrência de revoluções em busca por governos
como, em volta do ser, mil outras perdas. mais democráticos.
[...] B divulgação do conhecimento produzido em papel nas
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião! diversas instituições.
Nós o conseguimos... C organização das sociedades a favor do acesso livre à
educação e às universidades.
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço? D comércio do conhecimento produzido e registrado em
qualquer parte do mundo.
Quem jamais o saberá?
E democratização do conhecimento pela divulgação de
ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo:
Círculo do Livro, 1992 (fragmento). ideias por meio de publicações.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA1375AZ16*
QUESTÃO 36 QUESTÃO 37

Inspiração no lixo
O paulistano Jaime Prades, um dos precursores do
JUD¿WHHGDDUWHXUEDQDFKHJRXDROL[RSRUVXDLQWHQVD
relação com as ruas de São Paulo. “A partir da década
de 1980, passei a perceber o desastre que é a ecologia
urbana. Quando a gente fala em questão ambiental,
sempre se refere à natureza, mas a crise ambiental
XUEDQD p IRUWH´ GL] 3UDGHV ,QVSLUDGR SHOD REUD GH
)UDQV .UDMFEHUJ Ki TXDWUR DQRV -DLPH 3UDGHV GHFLGLX
construir uma árvore gigante no Parque do Ibirapuera
ou em outro local público, feita com sobras de madeira
garimpadas em caçambas. “Elas são como os intestinos
GDFLGDGHVmRYtVFHUDVH[SRVWDV´FRQWD3UDGHV³3HUFHEL
que cada pedaço de madeira carregava a memória
da árvore de onde ela veio. Percebi que não estava só
UHFLFODQGRHVLPUHVJDWDQGR´6XDiUYRUHJLJDQWHDLQGD
não vingou, mas a ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar
uma plataforma na internet para estimular outros artistas a
ID]HURPHVPR³7HUtDPRVXPDÀRUHVWDYLUWXDOSODQHWiULD
na qual se colocariam essas questões de forma poética,
FULDQGRXPDGLVFXVVmRHQULTXHFHGRUD´
VIEIRA, A. National Geographic Brasil, n. 65-A, 2015.

O texto tematiza algumas transformações das funções da


arte na atualidade. No trabalho citado, do artista Jaime
Prades, considera-se a
A UHÀH[mR VREUH D UHVSRQVDELOLGDGH DPELHQWDO GR
homem.
B valorização da poética em detrimento do conteúdo.
C preocupação com o belo encontrado na natureza.
D percepção da obra como suporte da memória.
Veja, n. 42, 20 out. 2010 (adaptado). E reutilização do lixo como forma de consumo.
Campanhas de conscientização para o diagnóstico
QUESTÃO 38
SUHFRFHGRFkQFHUGHPDPDHVWmRSUHVHQWHVQRFRWLGLDQR
das brasileiras, possibilitando maiores chances de cura O tapete vermelho na porta é para você se sentir
para a paciente, em especial se a doença for detectada
precocemente. Pela análise dos recursos verbais e não nas nuvens antes mesmo de tirar os pés do chão.
verbais dessa peça publicitária, constata-se que o cartaz (Campanha publicitária de empresa aérea.)
Disponível em: http://quasepublicitarios.wordpress.com. Acesso em: 3 dez. 2012.
A promove o convencimento do público feminino,
SRUTXH DVVRFLD DV SDODYUDV ³SUHYHQomR´ H Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como
³FRQVFLHQWL]DomR´ SUiWLFDV GH OLQJXDJHP DVVXPLQGR FRQ¿JXUDo}HV GH
HVSHFL¿FLGDGHGHIRUPDHGHFRQWH~GR3DUDDWLQJLUVHX
B busca persuadir as mulheres brasileiras, valendo-se objetivo, esse texto publicitário vale-se do procedimento
GRGXSORVHQWLGRGDSDODYUD³WRFDU´ argumentativo de
C objetiva chamar a atenção para um assunto evitado
por mulheres mais velhas. A valorizar o cliente, oferecendo-lhe, além dos serviços
D convence a mulher a se engajar na campanha e a de voo, um atendimento que o faça se sentir especial.
usar o laço rosa. B persuadir o consumidor a escolher companhias
E mostra a seriedade do assunto, evitado por muitas aéreas que ofereçam regalias inclusas em seus
mulheres. serviços.
C destacar que a companhia aérea oferece luxo aos
consumidores que utilizam seus serviços.
D HQIDWL]DUDLPSRUWkQFLDGHRIHUHFHURPHOKRUDRFOLHQWH
ao ingressar em suas aeronaves.
E GH¿QLU SDUkPHWURV SDUD XP ERP DWHQGLPHQWR GR
cliente durante a prestação de serviços.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA1375AZ17*
QUESTÃO 39 QUESTÃO 41
Querido Sr. Clemens,
Sei que o ofendi porque sua carta, não datada de
outro dia, mas que parece ter sido escrita em 5 de julho,
foi muito abrupta; eu a li e reli com os olhos turvos
de lágrimas. Não usarei meu maravilhoso broche de
peixe-anjo se o senhor não quiser; devolverei ao senhor,
DAHMER, A. Disponível em: www.malvados.com.br. Acesso em: 15 maio 2013. se assim me for pedido...
Importantes recursos de reflexão e crítica próprios OATES, J. C. Descanse em paz. São Paulo: Leya, 2008.
do gênero textual, esses quadrinhos possibilitam
pensar sobre o papel da tecnologia nas sociedades Nesse fragmento de carta pessoal, quanto à sequenciação
FRQWHPSRUkQHDVSRLV dos eventos, reconhece-se a norma-padrão pelo(a)

A indicam a solidão existencial dos usuários das redes A colocação pronominal em próclise.
sociais virtuais. B uso recorrente de marcas de negação.
B FULWLFDP D VXSHU¿FLDOLGDGH GDV UHODo}HV KXPDQDV C emprego adequado dos tempos verbais.
mantidas pela internet. D SUHIHUrQFLDSRUDUFDtVPRVFRPR³DEUXSWD´H³WXUYR´
C UHWUDWDPDGL¿FXOGDGHGHDGDSWDomRGHSHVVRDVPDLV E SUHVHQoD GH TXDOL¿FDGRUHV FRPR ³PDUDYLOKRVR´ H
velhas às relações virtuais. ³SHL[HDQMR´
D ironizam o crescimento da conexão virtual oposto à
falta de vínculos reais entre as pessoas. QUESTÃO 42
E denunciam o enfraquecimento das relações humanas
QRVPXQGRVYLUWXDOHUHDOFRQWHPSRUkQHRV Ser pai faz bem para a pressão!

QUESTÃO 40 8PD SHVTXLVD IHLWD SHOD %ULJKDP <RXQJ 8QLYHUVLW\


nos EUA, indica que a paternidade pode ajudar a manter
Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de
a pressão arterial baixa. Os dados foram medidos
televisão fracassou em implantar o basquete como esporte
em 198 adultos, monitorados por aparelhos anexados
mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de
ao braço, em intervalos aleatórios, durante 24 horas.
lidar, fora do seu programa, com um esporte que lhe era
&RPSDUDGDjVGRJUXSRGHDGXOWRVVHP¿OKRVDPpGLD
estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas corrigiram
dos pais foi inferior em 4,5 pontos para a pressão arterial
a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu
diastólica. Julianne Holt-Lunstad, autora do estudo, diz
programa um objetivo estratégico alcançado com sucesso.
que outros fatores (como atividades físicas) também
O ajuste do interesse econômico à realidade cultural, no
colaboram para reduzir esses níveis e que o objetivo da
HQWDQWRQmRGHL[DGHGL]HUDOJRVREUHHODpVLJQL¿FDWLYR
pesquisa é comprovar como fatores sociais colaboram
que o mais mundial dos esportes não faça sentido para
SDUDDVD~GHGRFRUSR³,VVRQmRVLJQL¿FDTXHTXDQWRPDLV
os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais
crianças você tiver, melhor será sua pressão sanguínea.
sentido para os Estados Unidos estejam longe de fazer
Os resultados estão conectados a essa relação de
sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma curiosa e
parentesco, mas sem considerar o número de sucessores
nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do
RXVLWXDomRSUR¿VVLRQDO´SRQGHUD-XOLDQQH
imaginário norte-americano.
ALVES, I. Vivasaúde, n. 83, s.d.
:,61,.-0Veneno remédio: o futebol e o Brasil.
São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).
O texto apreVHQWDUHVXOWDGRVGHXPDSHVTXLVDFLHQWt¿FD
De acordo com o texto, em décadas passadas, a objetivando
GL¿FXOGDGH GDV HPSUHVDV QRUWHDPHULFDQDV LQGLFD D A informar o leitor leigo a respeito dos resultados
LQÀXrQFLDGHXPYLpVFXOWXUDOHHFRQ{PLFRQD obtidos, com base em dados monitorados.
A popularização do futebol no país frente à concorrência B sensibilizar o leitor acadêmico a respeito da
paternidade, com apoio nos comentários da
com o basquete. pesquisadora.
B conquista da alta lucratividade por meio do futebol no C SHUVXDGLU R OHLWRU HVSHFLDOL]DGR D VH EHQH¿FLDU GR
cenário norte-americano. exercício da paternidade, com base nos dados
C implantação do basquete como esporte mundial comparados.
frente à força cultural do futebol. D dar ciência ao leitor especializado da validade da
investigação, com base na reputação da instituição
D LPSRUWkQFLDGDGDSRUHPSUHVDVHVSRUWLYDVDRIXWHERO promotora.
similar àquela dada ao basquete.
E instruir o leitor leigo a respeito da validade relativa
E tentativa de fazer com que o futebol transmitido pela da investigação, com base nas declarações da
TV seja consumido por sua população. pesquisadora.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

1° DIA
GABARITO PROVA 2017
- CADERNO 13 – Azul
Gabarito 2017 - 2ª APLICAÇÃO
LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 B E 46 D
2 A B 47 C
3 A B 48 B
4 C D 49 C
5 B C 50 C
6 B 51 C
7 B 52 B
8 A 53 C
9 E 54 A
10 E 55 B
11 C 56 C
12 D 57 A
13 A 58 A
14 A 59 C
15 A 60 A
16 E 61 E
17 E 62 E
18 B 63 E
19 A 64 A
20 B 65 D
21 A 66 E
22 A 67 D
23 E 68 C
24 D 69 C
25 A 70 A
26 C 71 A
27 C 72 A
28 A 73 C
29 D 74 B
30 C 75 A
31 E 76 C
32 D 77 C
33 D 78 B
34 D 79 E
35 E 80 D
36 B 81 A
37 A 82 C
38 A 83 A
39 D 84 A
40 C 85 B
41 C 86 A
42 A 87 A
43 D 88 B
44 C 89 C
45 E 90 D

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

PROVA ENEM 2018 *SA1375AZ5*

QUESTÃO 05

VIII – agosto Questões de 06 a 45


Champandongo QUESTÃO 06

¡Ojalá que a Rosaura la boca se le hiciera chicharrón! TEXTO I


Y que nunca hubiera dejado escapar esas repugnantes, Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade
malolientes, incoherentes, pestilentes, indecentes y
em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face
repelentes palabras. En fin, no sabía por qué tenía
que pensar en esas cosas tan desagradables en estos do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo,
momentos que deberían ser para ella los más felices no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os maiores” é
de su vida, ni sabía por qué estaba tan molesta. Y ojalá uma cínica inverdade. Em Wembley, por que perdemos?
que ella viviera lo suficiente como para impedir que su Porque, diante do quadro inglês, louro e sardento, a equipe
hermana llevara a cabo tan nefastas intenciones. Nadie
se explicaba este comportamiento, algunos creían que brasileira ganiu de humildade. Jamais foi tão evidente e,
era porque le había afectado profundamente la idea de no eu diria mesmo, espetacular o nosso vira-latismo [...].
volver a tener más hijos. Por lo que fuera, pero tal parecía É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa
que la ira dominaba los pensamientos y las acciones de se convencer de que não é um vira-latas.
todos en la casa. Tita estaba literalmente “como agua RODRIGUES, N. À sombra das chuteiras imortais. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.
para chocolate”.
ESQUIVEL, L. Como agua para chocolate. Buenos Aires: Debolsillo, 2005. TEXTO II
Laura Esquivel, em sua obra, trata, entre outros temas, A melhor banda de todos os tempos da última semana
dos sentimentos e da natureza humanos. Com base
As músicas mais pedidas
nesse trecho do romance, a expressão como agua para
chocolate faz referência Os discos que vendem mais

A à forte queimadura na boca de Rosaura. As novidades antigas

B às rudes palavras proferidas pela irmã de Tita. Nas páginas dos jornais
C ao comportamento inexplicável da irmã de Rosaura. Um idiota em inglês
D à felicidade da protagonista por ser um dia especial. Se é idiota, é bem menos que nós
E ao estado de fúria de Tita desencadeado pela fala de Um idiota em inglês
Rosaura.
É bem melhor do que eu e vocês

A melhor banda de todos os tempos da última


semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos
do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os
dez maiores fracassos
TITÃS. A melhor banda de todos os tempos da última semana.
São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).

O verso do Texto II que estabelece a adequada relação


temática com “o nosso vira-latismo”, presente no Texto I, é:
A “As novidades antigas”.
B “Os discos que vendem mais”.
C “O melhor disco brasileiro de música americana”.
D “A melhor banda de todos os tempos da última
semana”.
E “O maior sucesso de todos os tempos entre os dez
maiores fracassos”.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA1375AZ6*

QUESTÃO 07

Disponível em: http://arquivo-x.webnode.com. Acesso em: 5 dez. 2012.

Em sua conversa com o pai, Calvin busca persuadi-lo, recorrendo à estratégia argumentativa de
A mostrar que um bom trabalho como pai implica a valorização por parte do filho.
B apelar para a necessidade que o pai demonstra de ser bem-visto pela família.
C explorar a preocupação do pai com a própria imagem e popularidade.
D atribuir seu ponto de vista a terceiros para respaldar suas intenções.
E gerar um conflito entre a solicitação da mãe e os interesses do pai.
QUESTÃO 08
Deserto de sal
O silêncio ajuda a compor a trilha que se ouve na caminhada pelo Salar de Atacama.
Com 100 quilômetros de extensão, o Salar de Atacama é o terceiro maior deserto de sal do mundo. De acordo
com estudo publicado pela Universidade do Chile, o Salar de Atacama é uma depressão de 3 500 quilômetros
quadrados entre a Cordilheira dos Andes e a Cordilheira de Domeiko. Sua origem está no movimento das placas
tectônicas. Mais tarde, a água evaporou-se e, desta forma, surgiram os desertos de sal do Atacama. Além da crosta
de sal que recobre a superfície, há lagoas formadas pelo degelo de neve acumulada nas montanhas.
FORNER, V. Terra da Gente, n. 96, abr. 2012.

Os gêneros textuais são textos materializados que circulam socialmente. O texto Deserto de sal foi veiculado em
uma revista de circulação mensal. Pelas estratégias linguísticas exploradas, conclui-se que o fragmento apresentado
pertence ao gênero
A relato, pela apresentação de acontecimentos ocorridos durante uma viagem ao Salar de Atacama.
B verbete, pela apresentação de uma definição e de exemplos sobre o termo Salar de Atacama.
C artigo de opinião, pela apresentação de uma tese e de argumentos sobre o Salar de Atacama.
D reportagem, pela apresentação de informações e de dados sobre o Salar de Atacama.
E resenha, pela apresentação, descrição e avaliação do Salar de Atacama.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA1375AZ7*

QUESTÃO 09 Ao organizar as informações, no processo de construção


bom... o... eu tenho impressão que o rádio provocou do texto, o autor estabelece sua intenção comunicativa.
uma revolução... no país na medida que:... ahn Nesse poema, Gregório de Matos explora os ditados
principalmente o rádio de pilha né? quer dizer o rádio de
populares com o objetivo de
pilha representou a quebra de um isolamento do homem
do campo principalmente quer dizer então o homem do A enumerar atitudes.
campo que nunca teria condição de ouvir... falar... de
outras coisas... de outros lugares... de outras pessoas, B descrever costumes.
entende? através do rádio de pilha... ele pôde se ligar C demonstrar sabedoria.
ao resto do mundo saber que existem outros lugares
outras pessoas, que existe um governo, que existem D recomendar precaução.
atos do governo... de modo que... o rádio, eu acho que E criticar comportamentos.
tem um papel até... numa certa medida... ele provocou
pelo alcance que tem uma revolução até maior do que QUESTÃO 11
a televisão... o que significou a quebra do isolamento...
entende? de certas pessoas... a gente vê hoje o operário Uma língua, múltiplos falares
de obra com o rádio de pilha debaixo do braço durante
todo o tempo que ele está trabalhando... quer dizer... se Desde suas origens, o Brasil tem uma língua dividida
esse canal que é o rádio fosse usado da mesma forma
em falares diversos. Mesmo antes da chegada dos
como eu mencionei a televisão... num sentido cultural
educativo de boas músicas e de... numa linha realmente portugueses, o território brasileiro já era multilíngue. Havia
de crescimento do homem [...] Esses veículos... de cerca de 1,2 mil línguas faladas pelos povos indígenas.
telecomunicações se colocassem a serviço da cultura e O português trazido pelo colonizador tampouco era uma
da educação seria uma beleza, né?
CASTILHO, A. T.; PRETTI, D. (Org.). A linguagem falada na cidade de São Paulo:
língua homogênea, havia variações dependendo da
materiais para seu estudo. São Paulo: T. A. Queiroz; Fapesp, 1987. região de Portugal de onde ele vinha. Há de se considerar
A palavra comunicação origina-se do latim communicare também que a chegada de falantes de português
e significa “tornar comum”, “repartir”. Nessa transcrição acontece em diferentes etapas, em momentos históricos
de entrevista, reafirma-se esse papel dos meios de específicos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, temos
comunicação de massa porque o rádio poderia
primeiramente o encontro linguístico de portugueses com
A oferecer diversão para as massas, possibilitando um índios e, além dos negros da África, vieram italianos,
melhor ambiente de trabalho. japoneses, alemães, árabes, todos com suas línguas.
B atender as demandas de mercado, servindo de “Todo este processo vai produzindo diversidades
instrumento à indústria do consumo. linguísticas que caracterizam falares diferentes”, afirma
C difundir uma cultura homogênea, abolindo as marcas um linguista da Unicamp. Daí que na mesma São Paulo
identitárias de toda uma coletividade.
pode-se encontrar modos de falar distintos como o de
D trazer oportunidades de aprimoramento intelectual, Adoniran Barbosa, que eternizou em suas composições
permitindo ao homem o acesso a informações e a
o sotaque típico de um filho de imigrantes italianos, ou
bens culturais.
o chamado erre retroflexo, aquele erre dobrado que,
E inserir o indivíduo em sua classe social, fornecendo
entretenimento de pouco aprofundamento crítico. junto com a letra i, resulta naquele jeito de falar “cairne” e
“poirta” característico do interior de São Paulo.
QUESTÃO 10 MARIUZZO, P. Disponível em: www.labjor.unicamp.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Quantos há que os telhados têm vidrosos A partir desse breve histórico da língua portuguesa no Brasil,
E deixam de atirar sua pedrada, um dos elementos de identidade nacional, entende-se que a
De sua mesma telha receiosos. diversidade linguística é resultado da
Adeus, praia, adeus, ribeira, A imposição da língua do colonizador sobre as línguas
De regatões tabaquista, indígenas.
Que vende gato por lebre B interação entre os falantes de línguas e culturas
Querendo enganar a vista. diferentes.

Nenhum modo de desculpa C sobreposição das línguas europeias sobre as


africanas e indígenas.
Tendes, que valer-vos possa:
Que se o cão entra na igreja, D heterogeneidade da língua trazida pelo colonizador.
É porque acha aberta a porta. E preservação dos sotaques característicos dos
GUERRA, G. M. In: LIMA, R. T. Abecê de folclore. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (fragmento). imigrantes.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA1375AZ8*

QUESTÃO 12 QUESTÃO 13

Para que serve a tecnologia

Computador
“Com os computadores e a internet, mudei muito.
A Lian de hoje é totalmente diferente daquela de
antes da informática. Me abriu portas e, além de tudo,
fui aceita por pessoas que achava que não iriam
me aceitar. Com a internet, viajei o mundo. Fui até
Portugal e à África. Eu nem sabia que lá a realidade
era tão forte. Perto deles, estamos até muito bem.” –
Tânia “Lian” Silva, 26, índia pankararu.
TV
“Eu gosto muito de televisão. Assisto às novelas,
me divirto muito. Mas, ao mesmo tempo, sei que aquilo
tudo que passa lá não é verdade. É tudo uma ilusão.”
– Valentina Maria Vieira dos Santos, 89, índia fulni-ô da
aldeia Xixi a cla.
MP3 Player
“Cuido do meu tocador de MP3 como se fosse um
tesouro. É um pen drive simples, mas é muito especial
para mim. Nele ouço músicas indígenas e bandas da
própria aldeia. Ele vive emprestado porque acaba sendo
a diversão da aldeia inteira. Uso até para exibir uns vídeos
que baixo da internet. Basta colocar no aparelho de DVD
com entrada USB que tenho.” – Jailton Pankararu, 23,
índio pankararu. Disponível em: www.pedal.com.br. Acesso em: 3 jul. 2014 (adaptado).

Disponível em: www2.uol.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012.


No texto, o uso da linguagem verbal e não verbal atende
Os depoimentos apresentados no texto retratam o à finalidade de
modo como diferentes gerações indígenas relatam
suas experiências com os artefatos tecnológicos. Os A chamar a atenção para o respeito aos sinais de
comentários revelam trânsito.
B informar os motoristas sobre a segurança dos
A uma preferência pela possibilidade de uso do
computador. usuários de ciclovias.
B um elogio à utilidade da tecnologia no cotidiano C alertar sobre os perigos presentes nas vias urbanas
indígena. brasileiras.
C uma crítica à própria identidade antes da inclusão D divulgar a distância permitida entre carros e veículos
digital. menores.
D o gosto pela ilusão em telenovelas transmitidas na TV. E propor mudanças de postura por parte de motoristas
E o desejo de possuir um aparelho importado. no trânsito.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA1375AZ9*

QUESTÃO 14 QUESTÃO 16
O tradicional ornato para cabelos, a tiara ou diadema,
já foi uma exclusividade feminina. Na origem, tanto “tiara”
quanto “diadema” eram palavras de bom berço. “Tiara”
nomeava o adorno que era o signo de poder entre os
poderosos da Pérsia antiga e povos como os frísios,
os bizantinos e os etíopes. A palavra foi incorporada
do Oriente pela Grécia e chegou até nós por via latina,
para quem queria referir-se à mitra usada pelos persas.
Diadema era a faixa ou tira de linho fino colocado na
cabeça pelos antigos latinos, herança do derivado
grego para diádo (atar em volta, segundo o Houaiss).
No Brasil, a forma de arco ou de laço das tiaras e alguns
usos específicos (o nordestino “gigolete” faz alusão ao
ornato usado por cafetinas, versões femininas do “gigolô”)
produziram novos sinônimos regionais do objeto.
Os sinônimos da tiara. Língua Portuguesa, n. 23, 2007 (adaptado).

No texto, relata-se que o nome de um enfeite para cabelo


assumiu diferentes denominações ao longo da história.
Essa variação justifica-se pelo(a)
A distanciamento de sentidos mais antigos.
B registro de fatos históricos ocorridos em uma dada
época.
C associação a questões religiosas específicas de uma
sociedade. AMARAL, T. EFCB. Óleo sobre tela. 56 cm x 65 cm, 1924.
D tempo de uso em uma comunidade linguística. Disponível em: www.wikiart.org. Acesso em: 11 fev. 2015.

E utilização do objeto por um grupo social. Uma das funções da obra de arte é representar o contexto
QUESTÃO 15 sociocultural ao qual ela pertence. Produzida na primeira
metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do
Glossário diferenciado Brasil evidencia o processo de modernização pela
Outro dia vi um anúncio de alguma coisa que A verticalização do espaço.
não lembro o que era (como vocês podem deduzir,
o anúncio era péssimo). Lembro apenas que o produto era B desconstrução da forma.
diferenciado, funcional e sustentável. Pensando nisso, fiz C sobreposição de elementos.
um glossário de termos diferenciados e suas respectivas
D valorização da natureza.
funcionalidades.
E abstração do tema.
Diferenciado: um adjetivo que define um substantivo
mas também o sujeito que o está usando. Quem fala QUESTÃO 17
“diferenciado” poderia falar “diferente”. Mas escolheu
uma palavra diferenciada. Porque ele quer mostrar que E fui mostrar ao ilustre hóspede [o governador do
Estado] a serraria, o descaroçador e o estábulo. Expliquei
ele próprio é “diferenciado”. Essa é a função da palavra em resumo a prensa, o dínamo, as serras e o banheiro
“diferenciado”: diferenciar-se. Por diferençado, entenda: carrapaticida. De repente supus que a escola poderia
“mais caro”. Estudos indicam que a palavra “diferenciado” trazer a benevolência do governador para certos favores
representa um aumento de 50% no valor do produto. que eu tencionava solicitar.
É uma palavra que faz a diferença. — Pois sim senhor. Quando V. Exª. vier aqui outra
DUVIVIER, G. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 nov. 2014 (adaptado). vez, encontrará essa gente aprendendo cartilha.
RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1991.
Os gêneros são definidos, entre outros fatores, por sua
função social. Nesse texto, um verbete foi criado pelo O fragmento do romance de Graciliano Ramos dialoga
autor para com o contexto da Primeira República no Brasil, ao
focalizar o(a)
A atribuir novo sentido a uma palavra.
A derrocada de práticas clientelistas.
B apresentar as características de um produto. B declínio do antigo atraso socioeconômico.
C mostrar um posicionamento crítico. C liberalismo desapartado de favores do Estado.
D registrar o surgimento de um novo termo. D fortalecimento de políticas públicas educacionais.
E contar um fato do cotidiano. E aliança entre a elite agrária e os dirigentes políticos.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA1375AZ10*

QUESTÃO 18 QUESTÃO 20
Não há dúvidas de que, nos últimos tempos, em Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior,
função da velocidade, do volume e da variedade ele o abandonara, mudara de profissão e passara
da geração de informações, questões referentes à pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que
disseminação, ao armazenamento e ao acesso de sabíamos dele.
dados têm se tornado complexas, de modo a desafiar O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros
homens e máquinas. Por meio de sistemas financeiros, contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros
de transporte, de segurança e de comunicação contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro,
interpessoal – representados pelos mais variados com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano.
dispositivos, de cartões de crédito a trens, aviões, E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu
passaportes e telefones celulares –, circulam fluxos silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em
informacionais que carregam o DNA da vida cotidiana
nos ensinar e que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me
do indivíduo contemporâneo. Para além do referido
comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os
cenário informacional contemporâneo, percebe-se, nos
colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele
contextos governamentais, um esforço – gerado por leis
dizia, vermelho:
e decretos, ou mesmo por pressões democráticas – em
disseminar informações de interesse público. No Brasil, — Cale-se ou expulso a senhora da sala.
está em vigor, desde maio de 2012, a Lei de Acesso à Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode
Informação n. 12.527. Em linhas gerais, a legislação me mandar! Ele não mandava, senão estaria me
regulamenta o direito à informação, já garantido na obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara
Constituição Federal, obrigando órgãos públicos a doloroso para mim ser objeto do ódio daquele homem que
divulgarem os seus dados. de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher
SILVA JR., M. G. Vigiar, punir e viver. Minas faz Ciência, n. 58, 2014 (adaptado). que eu seria um dia, amava-o como uma criança que
As Tecnologias de Informação e Comunicação propiciam à tenta desastradamente proteger um adulto, com a cólera
sociedade contemporânea o acesso à grande quantidade de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de
de dados públicos e privados. De acordo com o texto, ombros tão curvos.
essa nova realidade promove LISPECTOR, C. Os desastres de Sofia. In: A legião estrangeira. São Paulo: Ática, 1997.

A questionamento sobre a privacidade. Entre os elementos constitutivos dos gêneros está a sua
própria estrutura composicional, que pode apresentar
B mecanismos de vigilância de pessoas.
um ou mais tipos textuais, considerando-se o objetivo
C disseminação de informações individuais. do autor. Nesse fragmento, a sequência textual que
D interferência da legislação no uso dos dados. caracteriza o gênero conto é a
E transparência na relação entre governo e cidadãos. A expositiva, em que se apresentam as razões da
atitude provocativa da aluna.
QUESTÃO 19
B injuntiva, em que se busca demonstrar uma ordem
“Escrever não é uma questão apenas de satisfação dada pelo professor à aluna.
pessoal”, disse o filósofo e educador pernambucano Paulo
Freire, na abertura de suas Cartas a Cristina, revelando C descritiva, em que se constrói a imagem do professor
a importância do hábito ritualizado da escrita para o com base nos sentidos da narradora.
desenvolvimento de suas ideias, para a concretização D argumentativa, em que se defende a opinião da
de sua missão e disseminação de seus pontos de enunciadora sobre o personagem-professor.
vista. Freire destaca especial importância à escrita pelo E narrativa, em que se contam fatos ocorridos com o
desejo de “convencer outras pessoas”, de transmitir professor e a aluna em certo tempo e lugar.
seus pensamentos e de engajar aqueles que o leem na
realização de seus sonhos.
KNAPP, L. Linha fina. Comunicação Empresarial, n. 88, out. 2013.

Segundo o fragmento, para Paulo Freire, os textos devem


exercer, em alguma medida, a função conativa, porque a
atividade de escrita, notadamente, possibilita
A levar o leitor a realizar ações.
B expressar sentimentos do autor.
C despertar a atenção do leitor.
D falar da própria linguagem.
E repassar informações.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA1375AZ11*

QUESTÃO 21 Nesse texto, ao abordar o desenvolvimento da cultura


letrada no país, o autor defende a ideia de que
A livros eletrônicos revolucionam ações de letramento.
B veículos midiáticos interferem na formação de leitores.
C tecnologias de leitura novas desconsideram as
anteriores.
D aparatos tecnológicos prejudicam hábitos culturais.
E práticas distintas constroem a história da leitura.

QUESTÃO 23

Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com


suas canções
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 11 mar. 2016.
“Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições
Os azulejos das fachadas do centro histórico de São Luís (MA) do poeta
integram o patrimônio cultural da humanidade reconhecido
pela Unesco. A técnica artística utilizada para a produção Frequentemente, a cantora e compositora Estrela
desses revestimentos advém das Ruiz é questionada sobre a influência da poesia de
seu pai, Paulo Leminski, na música que ela produz.
A confluências de diferentes saberes do Oriente Médio “A minha infância foi música, música, música”, responde
e da Europa. veementemente, lembrando que, antes de poeta,
B adequações para aproveitamento da mão de obra Leminski era compositor.
local. Estrela frisa a faceta musical do pai em
C inovações decorrentes da Revolução Industrial. Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai
D influências das culturas francesa e holandesa. ter sol, com 13 composições assinadas apenas por
Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem
E descobertas de recursos naturais na Colônia. 11 parcerias com nomes como sua mulher, Alice Ruiz,
QUESTÃO 22 com quem compôs uma única faixa, Itamar Assumpção
e Moraes Moreira.
A ascensão das novas tecnologias de comunicação BOMFIM, M. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br.
causou alvoroço, quando não gerou discursos Acesso em: 22 ago. 2014 (adaptado).

apocalípticos acerca da finitude dos objetos nos quais Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus
se ancorava a cultura letrada. As atenções voltaram-se, recursos expressivos e suas intenções comunicativas.
sobretudo, para o mais difundido de todos esses objetos: Esse texto enquadra-se no gênero
o livro impresso. A crer nesses diagnósticos sombrios, os
livros e a noção romântica de autoria estavam fadados A biografia, por fazer referência à vida da artista.
ao desaparecimento. O triunfo do hipertexto e a difusão B relato, por trazer o depoimento da filha do artista.
dos e-books inscreveriam um marco na linha do tempo, C notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do
semelhante aos daqueles suscitados pelo advento da disco.
escrita e da “revolução do impresso”. Decerto porque D resenha, por apresentar as características do disco.
as mudanças no padrão tecnológico de comunicação
alteram práticas e representações culturais. Contudo, os E reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida
investigadores insistem que uma perspectiva evolutiva da artista.
e progressiva acaba por obscurecer o fato de que as
normas, as funções e os usos da cultura letrada não
são compartilhados de maneira igual, como também não
anulam as formas precedentes.
Apesar dos avanços, a história da leitura não pode
restringir seu interesse ao livro, tendo de considerar outras
formas de impresso de ampla circulação e suportes de
textos não impressos. Isso é particularmente relevante
no Brasil, onde a imprensa aportou tardiamente e o
letramento custou a se espalhar pela sociedade.
SCHAPOCHNIK, N. Cultura letrada: objetos e práticas – uma introdução. In: ABREU, M.;
SCHAPOCHNIK, N. (Org.). Cultura letrada no Brasil: objetos e práticas.
Campinas: Mercado das Letras, 2005 (adaptado).

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA1375AZ12*

QUESTÃO 24 QUESTÃO 26
Ocorre que a grande obra nunca é apenas a tradução Reclame
do engenho e arte do seu autor, seja este escritor, filósofo,
se o mundo não vai bem
cientista, pintor, músico, arquiteto, escultor, cineasta.
Em geral, a grande obra é também, ou mesmo a seus olhos, use lentes
principalmente, a expressão do clima sociocultural, ... ou transforme o mundo.
intelectual, científico, filosófico e artístico da época, ótica olho vivo
conforme se expressa em alguma coletividade, grupo agradece a preferência.
social, etnia, gênero ou povo. CHACAL. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 14 ago. 2014.
IANNI, O. Variações sobre arte e ciência. Tempo Social, n. 1, jun. 2004.
Os gêneros podem ser híbridos, mesclando
O fragmento define o que é uma grande obra de arte. características de diferentes composições textuais que
Como estratégia de construção do texto, o autor faz uso circulam socialmente. Nesse poema, o autor preservou,
recorrente de do gênero publicitário, a seguinte característica:
A enumerações para sustentar o ponto de vista A Extensão do texto.
apresentado. B Emprego da injunção.
B repetições para retificar as características do objeto C Apresentação do título.
descrito.
D Disposição das palavras.
C generalizações para sintetizar as ideias expostas. E Pontuação dos períodos.
D adjetivações para descrever a obra caracterizada.
E sinonímias para retomar as características da QUESTÃO 27
atividade autoral.

QUESTÃO 25

Cores do Brasil
Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro
lançado em 1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja
proposta é ser publicação informativa sobre nomes do
“movimento arte naïf do Brasil”, como define o autor.
Trata-se de um caminho estético fundamental na arte
brasileira, assegura Ardies. O termo em francês foi
adotado por designar internacionalmente a produção
que no Brasil é chamada de arte popular ou primitivismo,
esclarece Ardies. O organizador do livro explica que a
obra não tem a pretensão de ser um dicionário. “Falta
muita gente. São muitos artistas”, observa. A nova edição
veio da vontade de atualizar informações publicadas há
26 anos. Ela incluiu artistas em atividade atualmente e
veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte naïf KIM, L. Cry me a river. Instalação com camisas de força, pia, baldes,
torneira, espelho, lâmpada, 2001.
no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do Brasil.
WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015 (adaptado). CANTON, K. As nuances da cidade. Bravo!, n. 54, mar. 2002.

O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento de A imagem reproduz a instalação da paulista Lina Kim,
um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização desse apresentada na 25ª Bienal de São Paulo em março
trecho predomina o uso da sequência de 2002. Nessa obra, a artista se utiliza de elementos
dispostos num determinado ambiente para propor que o
A injuntiva, sugerida pelo destaque dado à fala do observador reconheça o(a)
organizador do livro.
A recusa à representação dos problemas sociais.
B argumentativa, caracterizada pelo uso de adjetivos
sobre o livro. B questionamento do que seja razão.
C narrativa, construída pelo uso de discurso direto e C esgotamento das estéticas recentes.
indireto. D processo de racionalização inerente à arte
D descritiva, formada com base em dados editoriais da obra. contemporânea.
E expositiva, composta por informações sobre a arte naïf. E ruptura estética com movimentos passados.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA1375AZ13*

QUESTÃO 28 A obra de Ernesto Neto revela a liberdade de criação


Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas abordada no texto ao
cariocas fossem lugares nobres e seguros: acreditava-se A destacar o papel da arte na valorização da
por lá, assim como em boa parte do Oriente, que os sustentabilidade.
espíritos malévolos só viajam em linha reta. Em vielas
sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações B romper com a estrutura dos referenciais estéticos
malditas. Qualidades sobrenaturais não são as únicas contemporâneos.
razões para considerarmos as favelas um modelo urbano C envolver o espectador ao promover sua interação
viável, merecedor de investimentos infraestruturais
com a obra.
em escala maciça. Lugares com conhecidos e sérios
problemas, elas podem ser também solução para uma D reproduzir no espaço da galeria um fragmento da
série de desafios das cidades hoje. Contanto que não realidade.
sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso. E utilizar a linearidade de estilos artísticos anteriores.
As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno
e sua história se confunde com a formação do Brasil. QUESTÃO 30
CARVALHO, B. A favela e sua hora. Piauí, n. 67, abr. 2012.

Os enunciados que compõem os textos encadeiam-se Olhando o gavião no telhado, Hélio fala:
por meio de elementos linguísticos que contribuem para — Esta noite eu sonhei um sonho engraçado.
construir diferentes relações de sentido. No trecho “Em vielas — Como é que foi? — pergunta o pai.
sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações
malditas”, o conector “portanto” estabelece a mesma relação — Quer dizer, não é bem engraçado não. É sobre
semântica que ocorre em uma casa de joão-de-barro que a gente descobriu ali no
A “[...] talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres jacarandá.
e seguros [...].” — A gente, quem?
B “[...] acreditava-se por lá, assim como em boa parte — Eu mais o Timinho.
do Oriente [...].”
— O que tinha dentro?
C “[...] elas podem ser também solução para uma série
de desafios das cidades hoje.” — Um ninho.
D “Contanto que não sejam encaradas com olhar — Vazio?
pitoresco ou preconceituoso.” — Não.
E “As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo — Tinha ovo?
moderno [...].”
— Tinha.
QUESTÃO 29 — Quantos? — pergunta a mãe.
TEXTO I Hélio fica na dúvida. Não consegue lembrar direito.
Todos esperam, interessados. Na maior aflição, ele
pergunta ao irmão mais novo:
— Quantos ovos tinha mesmo, Timinho? Ocê lembra?
ROMANO, O. O ninho. In: Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

Esse texto pertence ao gênero textual caso ou “causo”,


narrativa popular que tem o intuito de
A contar histórias do universo infantil.
B relatar fatos do cotidiano de maneira cômica.
C retratar personagens típicos de uma região.
ERNESTO NETO. Dancing on the Cutting Edge. D registrar hábitos de uma vida simples.
Instalação interativa, 2004.
Disponível em: http://dailyserving.com. Acesso em: 29 nov. 2013.
E valorizar diálogos em família.

TEXTO II
Os artistas, liberados do peso da história, ficavam
livres para fazer arte da maneira que desejassem ou
mesmo sem nenhuma finalidade. Essa é a marca da arte
contemporânea, e não é para menos que, em contraste
com o Modernismo, não existe essa coisa de estilo
contemporâneo.
DANTO, A. Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história.
São Paulo: Odysseus, 2006.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA1375AZ14*

QUESTÃO 31 Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo


apontado por Rodin (Texto III) procede e cria uma maneira
TEXTO I
original de perceber a relação entre a arte e a técnica,
porque o(a)
A fotografia é realista na captação da sensação do
movimento.
B pintura explora os sentimentos do artista e não tem
um caráter científico.
C fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e
consegue captar a essência da sua representação.
D pintor representa de forma equivocada as patas dos
cavalos, confundindo nossa noção de realidade.
E pintura inverte a lógica comumente aceita de que
a fotografia faz um registro objetivo e fidedigno da
realidade.
MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia.
Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886.
QUESTÃO 32
Disponível em: www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado). esse cão que me segue
TEXTO II é minha família, minha vida
ele tem frio mas não late nem pede
ele sabe que o que eu tenho
divido com ele, o que eu não tenho
também divido com ele
ele é meu irmão
ele é que é meu dono

bicho se é por destino sina ou sorte


só faltando saber se bicho decente
bicho de casa, bicho de carro, bicho
GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. no trânsito, se bicho sem norte na fila
Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre, Paris.
se bicho no mangue, se bicho na brecha
Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.
TEXTO III se bicho na mira, se bicho no sangue
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do
que a ciência para captar o devir e a fluidez do mundo, catar papel é profissão, catar papel
pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as
coisas. O famoso artista francês Rodin, no seu livro revela o segredo das coisas, tem
L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia muita coisa sendo jogada fora
em série, mostrando todos os momentos do galope de muita pessoa sendo jogada fora
um cavalo em diversos quadros, apesar de seu grande OLIVEIRA, V. L. O músculo amargo do mundo. São Paulo: Escrituras, 2014.
realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo
do animal é fotografado em diferentes posições, mas No poema, os elementos presentes do campo de
ele não parece estar galopando: “na imagem científica percepção do eu lírico evocam um realinhamento de
[fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. significados, uma vez que
Para Rodin, um pintor é capaz, em única cena, de A emerge a consciência do humano como matéria de
nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, descarte.
e isso porque ele representa o animal em um movimento
ambíguo, em que os membros traseiros e dianteiros B reside na eventualidade do acaso a condição do
parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que indivíduo.
essa exposição talvez seja logicamente inconcebível, C ocorre uma inversão de papéis entre o dono e seu
mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira cão.
como o movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a
D se instaura um ambiente de caos no mosaico urbano.
fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. E se atribui aos rejeitos uma valorização imprevista.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA1375AZ15*

QUESTÃO 33 QUESTÃO 34
A orquestra atacou o tema que tantas vezes ouvi na TEXTO I
vitrola de Matilde. Le maxixe!, exclamou o francês [...] e
nos pediu que dançássemos para ele ver. Mas eu só sabia
dançar a valsa, e respondi que ele me honraria tirando
minha mulher. No meio do salão os dois se abraçaram
e assim permaneceram, a se encarar. Súbito ele a girou
em meia-volta, depois recuou o pé esquerdo, enquanto
com o direito Matilde dava um longo passo adiante, e os
dois estacaram mais um tempo, ela arqueada sobre o
corpo dele. Era uma coreografia precisa, e me admirou
que minha mulher conhecesse aqueles passos. O casal
se entendia à perfeição, mas logo distingui o que nele foi
ensinado do que era nela natural. O francês, muito alto,
era um boneco de varas, jogando com uma boneca de
pano. Talvez pelo contraste, ela brilhava entre dezenas
de dançarinos, e notei que todo o cabaré se extasiava
com a sua exibição. Todavia, olhando bem, eram pessoas ATAÍDE, M. C. Coroação de Nossa Senhora de Porciúncula.
Detalhe da pintura do forro da nave da Igreja de São Francisco de
vestidas, ornadas, pintadas com deselegância, e foi me Assis de Ouro Preto. 1801-12.
parecendo que também em Matilde, em seus movimentos
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br. Acesso em: 30 out. 2015.
de ombros e quadris, havia excesso. A orquestra não dava
pausa, a música era repetitiva, a dança se revelou vulgar, TEXTO II
pela primeira vez julguei meio vulgar a mulher com quem Manuel da Costa Ataíde (Mariana, MG, 1762-1830),
eu tinha me casado. Depois de meia hora eles voltaram assim como os demais artistas do seu tempo, recorria a
se abanando, e escorria suor pelo colo de Matilde decote bíblias e a missais impressos na Europa como ponto de
abaixo. Bravô, eu gritei, bravô, e ainda os estimulei a partida para a seleção iconográfica das suas composições,
dançar o próximo tango, mas Dubosc disse que já era que então recriava com inventiva liberdade.
tarde, e que eu tinha um ar fatigado. Se Mário de Andrade houvesse conseguido a
CHICO BUARQUE. Leite derramado. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
oportunidade de acesso aos meios de aproximação
Os recursos expressivos de um texto literário fornecem ótica da pintura dos forros de Manuel da Costa Ataíde,
pistas aos leitores sobre a percepção dos personagens imaginamos como não teria vibrado com o mulatismo
em relação aos eventos da narrativa. No fragmento, das figuras do mestre marianense, ratificando, ao lado de
constitui um aspecto relevante para a compreensão das Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a sua percepção
intenções do narrador a pioneira de um surto de racialidade brasileira em nossa
terra, em pleno século XVIII.
A inveja disfarçada em relação ao estrangeiro, sugerida FROTA, L. C. Ataíde: vida e obra de Manuel da Costa Ataíde.
pela descrição de seu talento como dançarino. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

B demonstração de ciúmes, expressa pela O Texto II destaca a inovação na representação artística


desqualificação dos participantes da cena narrada. setecentista, expressa no Texto I pela
C postura aristocrática, assinalada pela crítica à
A reprodução de episódios bíblicos.
orquestra e ao gênero musical executado.
B retratação de elementos europeus.
D manifestação de desprezo pela dança, indicada pela
crítica ao exibicionismo da mulher. C valorização do sincretismo religioso.
E atitude interesseira, pressuposta no elogio final e no D recuperação do antropocentrismo clássico.
estímulo à continuação da dança. E incorporação de características identitárias.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA1375AZ16*

QUESTÃO 35 Às vezes, no fim da tarde, quando ouço o sino da igreja


Gaetaninho da Caiubi badalar seis vezes, quase acredito que estou
numa cidade do interior. Aí saio para devolver os vídeos,
Ali na Rua do Oriente a ralé quando muito andava de olho para o lado, percebo que o quarteirão desapareceu
bonde. De automóvel ou de carro só mesmo em dia de
e me dou conta de que estou em São Paulo, e que eu
enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo
o sonho de Gaetaninho era de realização muito difícil. mesmo tenho minha cota de responsabilidade: moro
Um sonho. [...] no segundo andar de um prédio. [...] Ali embaixo, onde
— Traga a bola! Gaetaninho saiu correndo. agora fica a garagem, já houve uma cratera, e antes dela
o jardim de uma velhota e a janela de um adolescente,
Antes de alcançar a bola um bonde o pegou. Pegou
e matou. cheia de adesivos.
PRATA, A. Perdizes. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo: Editora 34, 2010.
No bonde vinha o pai do Gaetaninho.
A gurizada assustada espalhou a notícia na noite. Na crônica, a incidência do contexto social sobre a voz
— Sabe o Gaetaninho? narrativa manifesta-se no(a)
— Que é que tem? A decepção com o progresso da cidade de São Paulo.
— Amassou o bonde! B sentimento de nostalgia causado pela demolição das
A vizinhança limpou com benzina suas roupas casas antigas.
domingueiras. C percepção de uma descaracterização da identidade
Às dezesseis horas do dia seguinte saiu um enterro do bairro.
da Rua do Oriente e Gaetaninho não ia na boleia de
nenhum dos carros do acompanhamento. Ia no da frente D necessidade de uma autocrítica em relação aos
dentro de um caixão fechado com flores pobres por cima. próprios hábitos.
Vestia a roupa marinheira, tinha as ligas, mas não levava E descontentamento com os estrangeirismos da nova
a palhetinha. geografia urbana.
Quem na boleia de um dos carros do cortejo mirim
exibia soberbo terno vermelho que feria a vista da gente QUESTÃO 37
era o Beppino.
MACHADO, A. A. Brás, Bexiga e Barra Funda: notícias de São Paulo. Belo Horizonte; Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as;
Rio de Janeiro: Vila Rica, 1994.
tinha gasto muito dinheiro, precisava casar, mas casar com
Situada no contexto da modernização da cidade de São uma menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres
Paulo na década de 1920, a narrativa utiliza recursos que se encontra mais vergonha e menos bandalheira.
expressivos inovadores, como Ora, Maria do Carmo parecia-lhe uma criatura simples,
A o registro informal da linguagem e o emprego de sem essa tendência fatal das mulheres modernas
frases curtas. para o adultério, uma menina que até chorava na aula
B o apelo ao modelo cinematográfico com base em simplesmente por não ter respondido a uma pergunta do
imagens desconexas. professor! Uma rapariga assim era um caso esporádico,
C a representação de elementos urbanos e a prevalência uma verdadeira exceção no meio de uma sociedade
do discurso direto. roída por quanto vício há no mundo. Ia concluir o curso, e,
D a encenação crua da morte em contraponto ao tom quando voltasse ao Ceará, pensaria seriamente no caso.
respeitoso do discurso. A Maria do Carmo estava mesmo a calhar: pobrezinha,
E a percepção irônica da vida assinalada pelo uso mas inocente...
reiterado de exclamações. CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 16 maio 2016.
QUESTÃO 36
Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do
Vez por outra, indo devolver um filme na locadora ou romance de Adolfo Caminha, de 1893, identifica e destaca
almoçar no árabe da rua de baixo, dobro uma esquina e nos personagens um(a)
tomo um susto. Ué, cadê o quarteirão que estava aqui?
Onde na véspera havia casinhas geminadas, roseiras A compleição moral condicionada ao poder aquisitivo.
cuidadas por velhotas e janelas de adolescentes, cheias
B temperamento inconstante incompatível com a vida
de adesivos, há apenas uma imensa cratera, cercada de
tapumes. [...] conjugal.
Em breve, do buraco brotará um prédio, com grandes C formação intelectual escassa relacionada a desvios
garagens e minúsculas varandas, e será batizado de de conduta.
Arizona Hills, ou Maison Lacroix, ou Plaza de Marbella, D laço de dependência ao projeto de reeducação de
e isso me entristece. Não só porque ficará mais feio meu inspiração positivista.
caminho até a locadora, ou até o árabe na rua de baixo,
mas porque é meu bairro que morre, devagarinho. E sujeição a modelos representados por estratificações
Os bairros, como os homens, também têm um espírito. [...] sociais e de gênero.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*SA1375AZ17*

QUESTÃO 38 QUESTÃO 40
O Ultimate Frisbee é um jogo competitivo praticado Talvez julguem que isto são voos de imaginação:
com um disco. Essa modalidade esportiva tem como
característica mais interessante o fato de não contar com é possível. Como não dar largas à imaginação, quando
um árbitro. Apesar de ter regras preestabelecidas, estas a realidade vai tomando proporções quase fantásticas,
são aplicadas conforme o consenso entre os praticantes. quando a civilização faz prodígios, quando no nosso próprio
GUTIERREZ, G. L. et. al. A construção de consensos numa prática esportiva competitiva:
uma análise habermasiana do Ultimate Frisbee. Disponível em: www.efdeportes.com. país a inteligência, o talento, as artes, o comércio, as
Acesso em: 19 jun. 2012 (adaptado).
grandes ideias, tudo pulula, tudo cresce e se desenvolve?
Em relação à aplicação das regras, o Ultimate Frisbee prevê Na ordem dos melhoramentos materiais, sobretudo,
A contestação externa das posições assumidas no jogo. cada dia fazemos um passo, e em cada passo realizamos
B regras aplicadas com base em posições uma coisa útil para o engrandecimento do país.
individualistas. ALENCAR, J. Ao correr da pena. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
C entendimento mútuo na solução de lances Acesso em: 12 ago. 2013.
controversos.
No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em
D dúvidas solucionadas pela opinião dos mais
experientes. 1854, a temática nacionalista constrói-se pelo elogio ao(à)
E definição das regras por meio de acordo entre os A passado glorioso.
jogadores.
B progresso nacional.
QUESTÃO 39
C inteligência brasileira.
Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo
involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos D imponência civilizatória.
quis que ela não fugisse e falou: E imaginação exacerbada.
— Repita o que você disse, Lóri.
— Não sei mais. QUESTÃO 41
— Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente Muitos trabalhos recentes de arte digital não consistem
disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade
soberba versus a minha extrema individualidade de mais em objetos puros e simples, que se devem admirar
pessoa, mas seremos um só. ou analisar, mas em campos de possibilidades, programas
— Sim. geradores de experiências estéticas potenciais. Se já era
Lóri estava suavemente espantada. Então isso era difícil decidir sobre a paternidade de um produto da cultura
a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos técnica, visto que ela oscilava entre a máquina e os vários
ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como
o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal sujeitos que a manipulam, a tarefa agora torna-se ainda
a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu mais complexa.
faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha Se quisermos complicar ainda mais o esquema da
e aguda, que já está começando a me doer como uma
angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem criação nos objetos artísticos produzidos com meios
dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar tecnológicos, poderíamos incluir também aquele que
um pouco e me assusta? Não, não quero ser feliz. Prefiro está na ponta final do processo e que foi conhecido pelos
a mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem
de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa nomes (hoje inteiramente inapropriados) de espectadores,
desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. ouvintes ou leitores: numa palavra, os receptores de
Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo. produtos culturais.
LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres.
MACHADO, A. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.
São Paulo: Edusp, 1993 (adaptado).
A obra de Clarice Lispector alcança forte expressividade
em razão de determinadas soluções narrativas. O autor demonstra a crise que os meios digitais
No fragmento, o processo que leva a essa expressividade trazem para questões tradicionais da criação artística,
fundamenta-se no particularmente, para a autoria. Essa crise acontece
A desencontro estabelecido no diálogo do par amoroso. porque, atualmente, além de clicar e navegar, o público
B exercício de análise filosófica conduzido pelo narrador.
A analisa o objeto artístico.
C registro do processo de autoconhecimento da
personagem. B anula a proposta do autor.
D discurso fragmentado como reflexo de traumas C assume a criação da obra.
psicológicos.
E afastamento da voz narrativa em relação aos dramas D interfere no trabalho de arte.
existenciais. E impede a atribuição de autoria.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*SA1375AZ18*

QUESTÃO 42 QUESTÃO 44
O lazer é um fenômeno mundial, fruto da modernidade
Física com a boca e das relações que se estabelecem entre o tempo
Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do de trabalho e o tempo do não trabalho. Os efeitos da
ventilador? industrialização e da globalização foram percebidos
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. pela velocidade das mensagens veiculadas pela mídia,
Quando você não tem mais o que fazer e fica falando pela explosão das novas tecnologias da informação e
na frente dele, as ondas da voz se propagam na direção comunicação, pela exacerbação do individualismo e
contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente competitividade, pelas mudanças no contexto social
da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – e também por uma crise nas relações de trabalho. Em
diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o meio a todas essas mudanças, o lazer apresenta-se
desencontro entre as ondas. “O vento também contribui como um conjunto de elementos culturais que podem ser
para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que vivenciados no tempo disponível, seja como atividade
influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a prática ou contemplativa.
influência do vento na propagação das ondas contribuem SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta curricular do estado de Minas Gerais, 6º ao 9º ano.
para distorcer sua bela voz. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2012.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
Na perspectiva conceitual assumida pelo texto, o lazer
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados constitui-se por atividades que
para organizar a escrita e ajudar na compreensão da
mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso A auxiliam na conquista de maior produtividade no
de substituição dos travessões por âmbito do trabalho.
A aspas, para colocar em destaque a informação B buscam a melhoria da condição atlética e da alta
seguinte. performance dos praticantes.
B vírgulas, para acrescentar uma caracterização de C resultam da tensão entre os interesses da mídia e as
Davi Akkerman. necessidades dos empregadores.
C reticências, para deixar subentendida a formação do D favorecem as relações de individualidade e
especialista. competitividade entre os praticantes.
D dois-pontos, para acrescentar uma informação E são de natureza esportiva, artística ou cultural,
introduzida anteriormente. escolhidas pelos indivíduos.
E ponto e vírgula, para enumerar informações QUESTÃO 45
fundamentais para o desenvolvimento temático.
Frevo Nino Pernambuquinho
QUESTÃO 43
É o frevo
O processo de leitura da informação vinda do
companheiro e do adversário é fundamental nos Arrastando a multidão, fervendo.
esportes coletivos. O participante de modalidades com É na ponta do pé e no calcanhar
essas características deverá, a todo momento, ler e É no calcanhar e na ponta do pé com a direita
interpretar as informações gestuais de seu companheiro
e adversário que, por outra via, também é portador É na ponta do pé e no calcanhar com a esquerda
de informações. Estas deverão ser claras e legíveis Saci-pererê, saci-pererê com a direita
para seu companheiro e totalmente obscuras para o Saci-pererê com a esquerda
adversário. Na interpretação praxiológica, seria aquele
jogador que consegue ler as informações do adversário e Girando, girando, girando no girassol
posicionar-se da melhor forma possível, antecipando-se a É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
seus adversários e ocupando os melhores espaços.
RIBAS, J. F. M. Praxiologia motriz: construção de um novo olhar dos esportes e jogos na
É na ponta do pé e no calcanhar
escola. Motriz, n. 2, 2005 (adaptado). Pisando em brasa
De acordo com a ideia de processamento de informação nas Pisando em brasa porque o chão está pegando fogo
modalidades esportivas coletivas, para ser bem-sucedido Na Avenida Guararapes
em suas ações no jogo, o jogador deve
Arrastando o Galo da Madrugada
A identificar as informações produzidas por todos os
jogadores, posicionando-se de forma fixa no espaço Olha a tesoura, para cortar todos os males.
de jogo. É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
B refletir sobre as informações fornecidas por todos os DUDA. Perré-bumbá. Recife: Gravadora Independente, 1998 (fragmento).
jogadores e executar os gestos técnicos com precisão
no jogo. A letra da canção apresenta o frevo como uma expressão
C analisar as informações dos adversários e, com base da cultura corporal que pode ser reconhecida por meio da
nelas, realizar individualmente suas ações, com o fim descrição de
de tirar vantagem tática.
A diversos ritmos.
D fornecer informações precisas para os adversários
e interpretar as dos companheiros, para facilitar sua B diferentes passos.
tomada de decisão. C distintos adereços.
E interpretar informações de companheiros e
adversários, agindo objetivamente com os primeiros D vários personagens.
e imprecisamente com os adversários. E uso de instrumentos.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

2ª Aplicação
GABARITO PROVA 2018
Gabarito 2018

1° DIA - CADERNO 13 – Azul


LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 B C 46 A
2 D A 47 B
3 A E 48 D
4 A C 49 *A
5 B E 50 B
6 C 51 E
7 D 52 E
8 D 53 B
9 D 54 B
10 E 55 B
11 B 56 A
12 B 57 A
13 E 58 D
14 E 59 B
15 C 60 B
16 C 61 D
17 E 62 D
18 E 63 C
19 A 64 A
20 E 65 D
21 A 66 D
22 E 67 A
23 C 68 B
24 A 69 D
25 E 70 E
26 B 71 D
27 B 72 B
28 E 73 A
29 C 74 D
30 B 75 C
31 E 76 A
32 A 77 D
33 B 78 A
34 E 79 D
35 A 80 *C
36 C 81 B
37 E 82 B
38 C 83 E
39 C 84 C
40 B 85 D
41 D 86 E
42 B 87 C
43 E 88 D
44 E 89 D
45 B 90 D

* Gabarito retificado

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ6*
PROVA ENEM 2019

Questões de 06 a 45
Questão 06
De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas,
boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada
por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura),
mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência.
Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a
multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou
difamação) se dá em várias direções.
Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).
O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos
pode ter como consequência a
A displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
B desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
C impossibilidade de identificação da origem dos textos.
D disseminação de ações criminosas na internet.
E obtenção de maior popularidade nas redes.
Questão 07
19-11-1959
Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente há
mais de vinte anos — não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. [...]
À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada no
meio do pátio, cantava — e era de doer o coração. As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa,
rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas
de presença — elas que eram tão distantes. Os rostos fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava
imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado
tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o
pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça,
suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais — para existir fora de um hospício.
CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, configura um registro singular, fundamentado por uma
percepção que
A atenua a realidade do sofrimento por meio da música.
B redimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade.
C evidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem feminina.
D transfigura o cotidiano da internação pelo poder de se emocionar.
E aponta para a recuperação da saúde mental graças à atividade artística.
Questão 08

VERISSIMO, L. F. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 2000.
No que diz respeito ao uso de recursos expressivos em diferentes linguagens, o cartum produz humor brincando com a
A caracterização da linguagem utilizada em uma esfera de comunicação específica.
B deterioração do conhecimento científico na sociedade contemporânea.
C impossibilidade de duas cobras conversarem sobre o universo.
D dificuldade inerente aos textos produzidos por cientistas.
E complexidade da reflexão presente no diálogo.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ7*

Questão 09 Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da


linguagem formal para
A porca e os sete leitões
É um mito que está desaparecendo, pouca gente A estabelecer proximidade com o leitor.
o conhece. É provável que a geração infantil atual o B atingir pessoas de vários níveis sociais.
desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos C atender às características do público leitor.
falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito no
D caracterizar os diferentes falares brasileiros.
largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não
faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com E atrair leitores de outras áreas do conhecimento.
seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem
do lugar costumeiro da aparição, a qual só se dá à noite, Questão 11
depois de terem “cumprido a sina”.
Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a
gente atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém
é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja
de Nossa Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu
Oswaldo Cruz.
ARAÚJO, A. M. Folclore nacional I: festas, bailados, mitos e lendas.
São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Os mitos são importantes para a cultura porque, entre


outras funções, auxiliam na composição do imaginário
de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui
com o patrimônio cultural brasileiro porque
A preserva uma história da tradição oral.
B confirma a veracidade dos fatos narrados.
C identifica a origem de uma história popular.
D apresenta as diferentes visões sobre a aparição. Disponível em: http://jconlineinteratividade.ne10.uol.com.br.
E reforça a necessidade de registro das narrativas Acesso em: 17 set. 2015.
folclóricas.
Ao relacionar o problema da seca à inclusão digital,
Questão 10 essa charge faz uma crítica a respeito da
É através da linguagem que uma sociedade se A dificuldade na distribuição de computadores nas
comunica e retrata o conhecimento e entendimento de
áreas rurais.
si própria e do mundo que a cerca. É na linguagem que
se refletem a identificação e a diferenciação de cada B capacidade das tecnologias em aproximar realidades
comunidade e também a inserção do indivíduo em distantes.
diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias, C possibilidade de uso do computador como solução
gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um
de problemas sociais.
caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro
ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês, D ausência de políticas públicas para o acesso da
americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se população a computadores.
é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também
E escolha das prioridades no atendimento às reais
oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem
ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário, necessidades da população.
universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro
que permite classificar o indivíduo de acordo com sua
nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica
ou social e seu grau de instrução, é frequentemente
usado para discriminar e estigmatizar o falante.
LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ8*

Questão 12 Em relação aos aspectos do padrão corporal dos


brasileiros, compreende-se que esta população
Em suas produções, nem o olho nem o ouvido
são capazes de encontrar um ponto fixo no qual se A é caracterizada pela sua rica diversidade.
concentrarem. O espectador das peças de Foreman é B possui, em sua maioria, mulheres obesas.
bombardeado por uma multiplicidade de eventos visuais C está devidamente representada na grande mídia.
e auditivos. No nível visual, há contínuas mudanças D tem padrão de beleza idêntico aos demais países.
da forma geométrica do palco, mesmo dentro de um E é composta, na maioria, por pessoas brancas e magras.
ato. A iluminação também muda continuamente; suas
transformações podem ocorrer com lentidão ou rapidez Questão 14
e podem afetar o palco e a plateia: os espectadores
podem de súbito se ver banhados de luz quando os O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que
canhões são voltados para eles sem aviso. Quanto nasce dos buracões e sobe a serra. O guará-lobo trota
ao som, tudo é gravado: buzinas de carros, sirenes, a vago no campo. As pessôas mais velhas são inimigas
apitos, trechos de jazz, bem como o próprio diálogo. dos meninos. Soltam e estumam cachorros, para ir
O roteiro é fragmentado, composto de frases curtas, matar os bichinhos assustados — o tatú que se agarra
aforísticas, desconectadas. no chão dando guinchos suplicantes, os macacos que
fazem artes, o coelho que mesmo até quando dorme
DURAND, R. In: CONNOR, S. Cultura pós-moderna: introdução às
teorias do contemporâneo. São Paulo: Loyola, 1992 (adaptado). todo-tempo sonha que está sendo perseguido. O tatú
levanta as mãozinhas cruzadas, ele não sabe — e os
A descrição, que referencia o Teatro Ontológico-
cachorros estão rasgando o sangue dele, e ele pega a
-Histérico do dramaturgo estadunidense Richard Foreman,
sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no cerrado,
representa uma forma de fazer teatro marcada pela
na beira do capoeirão. Ele conhece as árvores, abraça
A subversão aos elementos tradicionais da narrativa as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemido
teatral. deles campeando socôrro. Todo choro suplicando por
socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz
B visão idealizada do mundo na construção de uma
narrativa onírica. a salve-rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os
homens, pé-ante-pé, indo a peitavento, cercaram o
C representação da vida real, aproximando-se de uma
casal de tamanduás, encantoados contra o barranco,
verdade histórica.
o casal de tamanduás estavam dormindo. Os homens
D adaptação aos novos valores da burguesia empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta,
frequentadora de espaços teatrais. o tamanduá que se acordava. Deu som surdo, no corpo
E valorização espetacular do ideal humano, retomando do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como
o princípio do Classicismo grego. um colchão velho.
ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile).
Questão 13
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
A mídia divulga à exaustão um padrão corporal Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto
determinado, padrão único, branco, jovem, musculoso afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros.
e, especialmente no caso do corpo feminino, magro. Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma
Pesquisas apontam para o fato de que esse padrão expressividade apoiada na
de beleza divulgado se aplica apenas de 5 a 8% da
população mundial. Especialmente no Brasil, onde a A plasticidade de cores e sons dos elementos nativos.
diversidade é uma característica marcante, a mídia no B dinâmica do ataque e da fuga na luta pela
geral acaba por mostrar seu desprezo pela riqueza de sobrevivência.
tipos, de raças, pela própria mestiçagem, insistindo C religiosidade na contemplação do sertanejo e de
num padrão único de beleza tanto para mulheres seus costumes.
quanto para homens. D correspondência entre práticas e tradições e a
MALDONADO, G. A educação física e o adolescente: a imagem corporal e
hostilidade do campo.
a estética da transformação na mídia impressa. Revista Mackenzie E humanização da presa em contraste com o desdém
de Educação Física e Esportes, n. 1, 2006 (adaptado). e a ferocidade do homem.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ9*

Questão 15 Ao descrever a história e os exemplos de utilização da


hashtag, o texto evidencia que
Alegria, alegria
A a incorporação desse recurso expressivo pela
Que maravilhoso país o nosso, onde se pode sociedade impossibilita a manutenção de seu uso
contratar quarenta músicos para tocar um uníssono. original.
(Mile Davis, durante uma gravação)
B a incorporação desse recurso expressivo pela
antes havia orlando silva & flauta, e até mesmo no sociedade o flexibilizou e o potencializou.
meio do meio-dia. antes havia os prados e os bosques C a incorporação pela sociedade caracterizou esse
na gravura dos meus olhos. antes de ontem o céu estava recurso expressivo de forma definitiva.
muito azul e eu & ela passamos por baixo desse céu. ao
mesmo tempo, com medo dos cachorros e sem muita D esse recurso expressivo se tornou o principal meio
pressa de chegar do lado de lá. de mobilização social pela internet.
do lado de cá não resta quase ninguém. apenas os E esse recurso expressivo precisou de uma década
sapatos polidos refletem os automóveis que, por sua para ganhar notabilidade social.
vez, polidos, refletem os sapatos... Questão 17
VELOSO, C. Seleção de textos. São Paulo: Abril Educação, 1981.
TEXTO I
Quanto ao seu aspecto formal, a escrita do texto de A introdução de transgênicos na natureza expõe
Caetano Veloso apresenta um(a) nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou
A escolha lexical permeada por estrangeirismos e alteração do patrimônio genético de nossas plantas e
neologismos. sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos.
B regra típica da escrita contemporânea comum em Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores
textos da internet. reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia e
põe em risco a saúde de agricultores e consumidores.
C padrão inusitado, com um registro próprio, decorrente O Greenpeace defende um modelo de agricultura
da criação poética. baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize
D nova sintaxe, identificada por uma reorganização da de produtos tóxicos, por entender que só assim teremos
articulação entre as frases. agricultura para sempre.
E emprego inadequado da norma-padrão, gerador de Disponível em: www.greenpeace.org. Acesso em: 20 maio 2013.
incompreensão comunicativa. TEXTO II
Questão 16 Os alimentos geneticamente modificados
disponíveis no mercado internacional não representam
10 anos de “hashtag”: a ferramenta que um risco à saúde maior do que o apresentado por
mobiliza a internet alimentos obtidos através de técnicas tradicionais de
cruzamento agrícola.
A “hashtag”, ícone das redes sociais, celebrou em
2017 seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento Essa é a posição de entidades como a Organização
dos grandes eventos mundiais com um efeito de Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações
Unidas para Alimentação e para Agricultura (FAO),
mobilização e expressão de emoção e humor.
o Comissariado Europeu para Pesquisa, Inovação e
A palavra-chave precedida pelo símbolo do jogo Ciência e várias das principais academias de ciência
da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser do mundo.
incorporada por outras redes sociais. A invenção foi de A OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum
Chris Messina, designer americano especialista em redes caso de efeito sobre a saúde, resultante do consumo
sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usuário intensivo de alimento geneticamente modificado (GM) “entre a
do Twitter propôs em um tuíte usar o jogo da velha população dos países em que eles foram aprovados”.
para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 20 maio 2013.
Ele lançou, então, a primeira “hashtag” #barcamp sobre Os textos tratam de uma temática bastante discutida na
oficinas participativas dedicadas à inovação na web. atualidade. No que se refere às posições defendidas, os
O compartilhamento das palavras-chaves — que já dois textos
são citadas 125 milhões de vezes por dia no mundo — A revelam preocupações quanto ao cultivo de
já serviu de trampolim para mobilizações em massa. alimentos geneticamente modificados.
Alguns slogans que tiveram grande efeito mobilizador B destacam os riscos à saúde causados por alimentos
foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras importam), geneticamente modificados.
após a morte de vários cidadãos americanos negros C divergem sobre a segurança do consumo de
pela polícia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall Street), alimentos geneticamente modificados.
referente ao movimento que acampou no coração de D alertam para a necessidade de mais estudos sobre
Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo. sementes modificadas geneticamente.
AFP. Disponível em: http://exame.abril.com.br. E discordam quanto à validade de pesquisas sobre a
Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado). produção de alimentos geneticamente modificados.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ10*

Questão 18 Questão 19

Slow Food A nossa emotividade literária só se interessa pelos


populares do sertão, unicamente porque são pitorescos
A favor da alimentação com prazer e da e talvez não se possa verificar a verdade de suas
responsabilidade socioambiental, o slow food é um criações. No mais é uma continuação do exame de
movimento que vai contra o ritmo acelerado de vida da português, uma retórica mais difícil, a se desenvolver
maioria das pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moça
a rapidez e não a qualidade. Traduzido na alimentação, de Botafogo em Petrópolis, que se casa com o
o fast-food está nos produtos artificiais, que, apesar de Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer
práticos, são péssimos à saúde: muito processados e porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem
muito distantes da sua natureza — como os lanches emprego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs.
cheios de gorduras, os salgadinhos e biscoitos Esta escreve à mulher do ministro, antiga aluna
convencionais etc. etc. do colégio, que arranja um emprego para o rapaz.
Agora, vamos deixar de lado o fast e entender Está acabada a história. É preciso não esquecer que
melhor o slow food. Segundo esse movimento, o Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro,
fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada
alimento deve ser:
grande.
• bom: tão gostoso que merece ser saboreado
Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e
com calma, fazendo de cada refeição uma pausa
o tema de seu ciclo literário.
especial do dia;
BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em:
• limpo: bom à saúde do consumidor e dos www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017.
produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem
os animais; Situado num momento de transição, Lima Barreto
produziu uma literatura renovadora em diversos
• justo: produzido com transparência e honestidade
aspectos. No fragmento, esse viés se fundamenta na
social e, de preferência, de produtores locais.
Deu pra ver que o slow food traz muita coisa A releitura da importância do regionalismo.
interessante para o nosso dia a dia. Ele resgata B ironia ao folhetim da tradição romântica.
valores tão importantes, mas que muitas vezes passam C desconstrução da formalidade parnasiana.
despercebidos. Não é à toa que ele já está contagiando
o mundo todo, inclusive o nosso país. D quebra da padronização do gênero narrativo.
E rejeição à classificação dos estilos de época.
Disponível em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017.

Algumas palavras funcionam como marcadores Questão 20


textuais, atuando na organização dos textos e fazendo-
os progredir. No segundo parágrafo desse texto, o
marcador “agora”

A define o momento em que se realiza o fato descrito


na frase.
B sinaliza a mudança de foco no tema que se vinha
discutindo.
C promove uma comparação que se dá entre dois
elementos do texto.
D indica uma oposição que se verifica entre o trecho Destak, nov. 2015 (adaptado).
anterior e o seguinte.
A imagem da caneta de tinta vermelha, associada às
E delimita o resultado de uma ação que foi apresentada
frases do cartaz, é utilizada na campanha para mostrar
no trecho anterior. ao possível doador que
A a doação de sangue faz bem à saúde.
B a linha da vida é fina como o traço de caneta.
C a atitude de doar sangue é muito importante.
D a caneta vermelha representa a atitude do doador.
E a reserva do banco de sangue está chegando ao fim.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ11*

Questão 21 Questão 22
A partir de 2018, a Resolução n. 518 do Contran A expansão do português no Brasil, as variações
obriga todo novo projeto de automóvel, SUV e picape regionais com suas possíveis explicações e as
dupla a ter pontos de ancoragem para cadeirinhas raízes das inovações da linguagem estão emergindo
infantis. Em 2020, a regra passa a valer para todos os por meio do trabalho de linguistas que estão
modelos à venda no Brasil. desenterrando as raízes do português brasileiro
ao examinar cartas pessoais e administrativas,
Esse tipo de fixação possui travas na cadeirinha no
testamentos, relatos de viagens, processos
formato de garras que são encaixadas em um ponto fixo
judiciais, cartas de leitores e anúncios de jornais
na estrutura do veículo. O Isofix reduz o deslocamento
desde o século XVI, coletados em instituições
do pescoço, ombros e coluna cervical.
como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do
Desde 2008, a Lei da Cadeirinha estabelece que Estado de São Paulo. No acervo de documentos
bebês e crianças só podem ser transportados em que servem para estudos sobre o português paulista
assentos infantis indicados segundo a faixa etária e o está uma carta de 1807, escrita pelo soldado Manoel
peso. Como reflexo, as mortes de menores de 10 anos Coelho, que teria seduzido a filha de um fazendeiro.
caíram 23% no Brasil. Quando soube, o pai da moça, enfurecido, forçou o
rapaz a se casar com ela. O soldado, porém, bateu
o pé: “Nem por bem, nem por mar!”, não se casaria.
Um linguista pesquisador estranhou a citação, já
que o fato se passava na Vila de São Paulo, mas
depois percebeu: “Ele quis dizer ‘nem por bem, nem
por mal!’. O soldado escrevia como falava. Não se
sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou
uma prova valiosa de como se falava no início do
século XIX.”
FIORAVANTI, C. Ora pois, uma língua bem brasileira.
Pesquisa Fapesp, n. 230, abr. 2015 (adaptado).

O fato relatado evidencia que fenômenos presentes na


fala podem aparecer em textos escritos. Além disso,
sugere que

A os diferentes falares do português provêm de textos


escritos.
A cadeirinha do tipo Isofix não é presa no cinto, mas
B o tipo de escrita usado pelo soldado era
em dois pontos de apoio soldados à estrutura do carro.
desprestigiado no século XIX.
Há ainda um terceiro ponto, que pode ser de fixação
superior (top tether), atrás do encosto. Cada garra de C os fenômenos de mudança da língua portuguesa
engate se encaixa num ponto de fixação. Depois, é só são historicamente previsíveis.
apertar o botão para soltá-lo. D as formas variantes do português brasileiro atual já
CARVALHO, C. Disponível em: http://quatrorodas.abril.com.br. figuravam no português antigo escrito.
Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado). E as origens da norma-padrão do português brasileiro
Segundo o texto, a cadeira infantil do tipo Isofix tem por podem ser observadas em textos antigos.
característica

A apresentar um esquema de fixação superior ao top


tether presente em projetos de carros no Brasil.
B ficar presa no cinto e em mais dois pontos da
estrutura de automóveis fabricados no Brasil.
C ser mais segura e mais simples de usar que outros
modelos disponíveis no Brasil.
D estar presente em todos os modelos de carros à
venda no Brasil.
E ser capaz de reduzir os acidentes em 23% no Brasil.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ12*

Questão 23 Qual procedimento composicional caracteriza a


construção do texto?
Qual a diferença entre publicidade e propaganda?
A As intervenções explicativas do narrador.
Esses dois termos não são sinônimos, embora
sejam usados indistintamente no Brasil. Propaganda é B A descrição de uma situação hipotética.
a atividade associada à divulgação de ideias (políticas, C As referências à crendice popular.
religiosas, partidárias etc.) para influenciar um
comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como D A objetividade irônica do relato.
o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se E As marcas de interlocução.
alistar no exército dos EUA; ou imagens criadas para
“demonizar” os judeus, espalhadas na Alemanha pelo Questão 25
regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio
militar da China comunista. No Brasil, um exemplo Biografia de Pasárgada
regular de propaganda são as campanhas políticas em
período pré-eleitoral. Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe
Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar de grego do D. Pedro II a Ciropédia fiquei encantado
algo público. Com a Revolução Industrial, a publicidade com o nome dessa cidadezinha fundada por Ciro,
ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma o Antigo, nas montanhas do sul da Pérsia, para lá
ferramenta de comunicação para convencer o público a
consumir um produto, serviço ou marca. Anúncios para passar os verões. A minha imaginação de adolescente
venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos de começou a trabalhar, e vi Pasárgada e vivi durante
publicidade. alguns anos em Pasárgada.
VASCONCELOS, Y. Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado). Mais de vinte anos depois, num momento de
A função sociocomunicativa desse texto é profundo desânimo, saltou-me do subconsciente este
grito de evasão: “Vou-me embora pra Pasárgada!”
A ilustrar como uma famosa figura dos EUA foi criada
para incentivar jovens a se alistar no exército. Imediatamente senti que era a célula de um poema.
B explicar como é feita a publicidade na forma de Peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não
anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas. pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo
C convencer o público sobre a importância do consumo. grito de evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez,
D esclarecer dois conceitos usados no senso comum. o poema saiu quase ao correr da pena. Se há belezas
E divulgar atividades associadas à disseminação em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas não passam
de ideias. de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se
Questão 24 em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as
A máquina extraviada reminiscências da infância — as histórias que Rosa,
minha ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais
Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste
realizado de uma bicicleta etc.
sertão, e finalmente posso lhe contar uma importante.
Fique o compadre sabendo que agora temos aqui uma BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012.
máquina imponente, que está entusiasmando todo
O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito
o mundo. Desde que ela chegou — não me lembro
da criação de um de seus poemas mais conhecidos.
quando, não sou muito bom em lembrar datas — quase
não temos falado em outra coisa; e da maneira que o De acordo com esse depoimento, o fazer poético em
povo aqui se apaixona até pelos assuntos mais infantis, “Vou-me embora pra Pasárgada!”
é de admirar que ninguém tenha brigado ainda por
A acontece de maneira progressiva, natural e pouco
causa dela, a não ser os políticos. [...]
intencional.
Já existe aqui um movimento para declarar a máquina
monumento municipal. [...] Dizem que a máquina já tem B decorre de uma inspiração fulminante, num momento
feito até milagre, mas isso — aqui para nós — eu acho de extrema emoção.
que é exagero de gente supersticiosa, e prefiro não ficar C ratifica as informações do senso comum de que
falando no assunto. Eu — e creio que também a grande Pasárgada é a representação de um lugar utópico.
maioria dos munícipes — não espero dela nada em
D resulta das mais fortes lembranças da juventude do
particular; para mim basta que ela fique onde está, nos
poeta e de seu envolvimento com a literatura grega.
alegrando, nos inspirando, nos consolando.
VEIGA, J. J. A máquina extraviada: contos. E remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974. marcado por desigualdades sociais e econômicas.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ13*

Questão 26 Questão 28
Um ponto interessante do marco civil da internet, O craque crespo
segundo Marília Maciel, pesquisadora do Centro de
Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas Desde que Neymar despontou no futebol, uma de
suas marcas registradas é o cabelo. Sempre com um
(CTS/FGV), é o que trata da garantia do princípio
visual novo a cada campeonato. Mas nesses anos de
da neutralidade de rede. “Isso quer dizer que, se eu
carreira ainda faltava o ídolo fazer uma aparição nos
compro um pacote de um mega ou de cinco megas de
gramados com seu cabelo crespo natural, que ele
internet, o uso que eu vou fazer desses meus megas
assumiu recentemente para a alegria e a autoestima dos
de velocidade depende das minhas escolhas. Não é
meninos cacheados que sonham ser craques um dia.
o operador que vai dizer o que eu posso acessar. Eu
comprei tantos megas e posso acessar texto, vídeo É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do
ou fazer um curso de ensino a distância on-line”. alisamento em um mundo onde o cabelo liso é tido como
O novo texto assegura que o usuário vai poder continuar o padrão de beleza ideal. Quando conseguimos fazer
a contratar pacotes de velocidades diferentes, mas, a transição capilar, esse gesto nos aproxima da nossa
dentro daquela velocidade escolhida, ele poderá real identidade e nos empodera. Falo por experiência
acessar qualquer tipo de aplicativo na internet. própria. Passei 30 anos usando cabelos lisos e já nem me
GANDRA, A. Disponível em: www.ebc.com.br.
lembrava de como eram meus fios naturais. Recuperar
Acesso em: 20 nov. 2013 (adaptado). a textura crespa, para além do cuidado estético, foi um
ato político, de aceitação, de autorreconhecimento e de
Com o aprimoramento dos recursos tecnológicos, a redescoberta da minha negritude.
circulação de informações e seus usos têm reconfigurado
os mais diversos setores da sociedade. O texto trata da O discurso dos fios naturais tem ganhado uma
legislação que regulamenta o uso da internet, criando a representação cada vez mais positiva, valorizando a
seguinte expectativa para o usuário brasileiro: volta dos cachos sem cair no estereótipo do “exótico”,
muito comum no Brasil. O cabelo crespo, definitivamente,
A Proibição do corte do acesso pelo uso excessivo. não é uma moda passageira. Torço que para Neymar
B Aumento da capacidade da rede. também não seja.

C Mudança no perfil do internauta. Alexandra Loras é ex-consulesa da França em


São Paulo, empresária, consultora de empresas e
D Promoção do acesso irrestrito.
autora de livros.
E Garantia de conexão a baixo custo.
LORAS, A. O craque crespo. Disponível em: http://diplomatique.org.br.
Questão 27 Acesso em: 1 set. 2017.

Considerando os procedimentos argumentativos


Para que a passagem da produção ininterrupta de
presentes nesse texto, infere-se que o objetivo da autora é
novidade a seu consumo seja feita continuamente, há
necessidade de mecanismos, de engrenagens. A valorizar a atitude do jogador ao aderir à moda dos
Uma espécie de grande máquina industrial, incitante, cabelos crespos.
tentacular, entra em ação. Mas bem depressa a simples B problematizar percepções identitárias sobre padrões
lei da oferta e da procura segundo as necessidades de beleza.
não vale mais: é preciso excitar a demanda, excitar o C apresentar as novas tendências da moda para os
acontecimento, provocá-lo, espicaçá-lo, fabricá-lo, pois cabelos.
a modernidade se alimenta disso.
D relatar sua experiência de redescoberta de suas
CAUQUELIN, A. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo:
origens.
Martins Fontes, 2005 (adaptado).
E evidenciar a influência dos ídolos sobre as crianças.
No contexto da arte contemporânea, o texto da autora
Anne Cauquelin reflete ações que explicitam

A métodos utilizados pelo mercado de arte.


B investimentos realizados por mecenas.
C interesses do consumidor de arte.
D práticas cotidianas do artista.
E fomentos públicos à cultura.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ14*

Questão 29 Questão 30
Qual a diferença entre freios ventilados,
Canção perfurados e sólidos?
No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas…
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos


sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes Da esquerda para a direita: perfurado, ventilado e sólido.
guardando sempre o mesmo rosto. (No detalhe, a câmara interna do disco ventilado).
Frenagens geram calor. O sistema de freios
Quando as ondas te carregaram transforma a energia cinética do movimento em energia
meus olhos, entre águas e areias, térmica por meio do atrito entre as pastilhas de freio
e os discos. Em duas linhas, esse é o princípio de
cegaram como os das estátuas, funcionamento do freio.
a tudo quanto existe alheias. Mas há um efeito colateral. Esse calor gerado
provoca fadiga dos discos e pastilhas e compromete a
Minhas mãos pararam sobre o ar eficiência do conjunto de freios.
e endureceram junto ao vento, O disco de freio sólido é uma peça só, feita de ferro
maciço. A vantagem está em custar mais barato que os
e perderam a cor que tinham outros. Contudo, tem baixo rendimento em situações
e a lembrança do movimento. extremas de frenagem (em descidas de serras, por
exemplo) por não ter estruturas que favoreçam seu
E o sorriso que eu te levava resfriamento. Por isso, discos sólidos são usados em
aplicações mais leves, comuns no eixo dianteiro dos
desprendeu-se e caiu de mim: compactos 1.0 e no eixo traseiro de carros maiores,
e só talvez ele ainda viva como sedãs e SUVs médios.
dentro destas águas sem fim. O modelo ventilado, por sua vez, é formado por
dois discos mais finos unidos por uma câmara interna
MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa. que tem a função de proporcionar uma passagem do
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
ar entre eles, resfriando com mais rapidez o conjunto.
Na composição do poema, o tom elegíaco e solene Eles estão nos eixos dianteiros dos compactos mais
manifesta uma concepção de lirismo fundada na potentes. Mas também aparecem nos eixos traseiros de
carros esportivos. Mas esportivos com motores de alto
A contradição entre a vontade da espera pelo ser desempenho e carros de luxo têm discos perfurados.
amado e o desejo de fuga. Há pequenos furos no disco com o objetivo de aumentar
o atrito e dispersar o calor.
B expressão do desencanto diante da impossibilidade
da realização amorosa. RODRIGUEZ, H. Disponível em: http://quatrorodas.abril.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado).
C associação de imagens díspares indicativas de
esperança no amor futuro. O texto mostra diferentes tipos de discos de freio e
defende a eficácia de um modelo sobre o outro. Para
D recusa à aceitação da impermanência do sentimento convencer o leitor disso, o autor utiliza o recurso de
pela pessoa amada.
A definir em duas linhas o princípio de funcionamento
E consciência da inutilidade do amor em relação à do freio de esportivos de alto desempenho com
inevitabilidade da morte. discos perfurados.
B divulgar os modelos de carros que adotam os
melhores sistemas de frenagem e resfriamento dos
componentes.
C apresentar cada tipo de disco, criticando a forma
como eles geram calor nas frenagens.
D evidenciar os riscos do baixo desempenho dos
diferentes modelos de discos de freio.
E comparar o custo, a eficiência e a forma como os
discos dissipam o calor da frenagem.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

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Questão 31 O texto apresenta uma reflexão crítica sobre o conceito


de saúde, que deve ser entendida mediante
A
Esbraseia o Ocidente na agonia A dados estatísticos presentes em estudos
epidemiológicos.
O sol... Aves em bandos destacados,
B pressupostos relacionados à ausência de doenças
Por céus de ouro e púrpura raiados, nos indivíduos.
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... C responsabilização dos indivíduos pela adoção de
hábitos saudáveis.
Delineiam-se além da serrania
D intervenção da medicina nos diferentes processos
Os vértices de chamas aureolados, que acometem a saúde.
E em tudo, em torno, esbatem derramados E compreensão dos fenômenos sociais, políticos e
Uns tons suaves de melancolia. econômicos relacionados à saúde.
Um mundo de vapores no ar flutua... Questão 33
Como uma informe nódoa avulta e cresce
Menino de cidade — Papai, você deixa eu ter um
A sombra à proporção que a luz recua. cachorro no meu sítio? — Deixo. — E um porquinho-
A natureza apática esmaece... da-índia? E ariranha? E macaco e quatro cabritos?
E duzentos e vinte pombas? E um boi? E vaca?
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
E rinoceronte? — Rinoceronte não pode. — Tá bem, mas
Surge trêmula, trêmula... Anoitece. cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no
CORRÊA, R. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas
Acesso em: 13 ago. 2017. o garoto precisa acreditar no sítio como outras pessoas
Composição de formato fixo, o soneto tornou-se um precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o
modelo particularmente ajustado à poesia parnasiana. da festa folclórica, a bicharada toda e ele, que nasceu
No poema de Raimundo Corrêa, remete(m) a no Rio e vive nesta cidade sem animais.
essa estética CAMPOS, P. M. Balé do pato e outras crônicas.
São Paulo: Ática, 1988.
A as metáforas inspiradas na visão da natureza.
B a ausência de emotividade pelo eu lírico. Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas,
C a retórica ornamental desvinculada da realidade. além de fazer o texto progredir, ainda contribui para a
construção de seu sentido,
D o uso da descrição como meio de expressividade.
E o vínculo a temas comuns à Antiguidade Clássica. A demarcando o diálogo desenvolvido entre o pai e o
menino criado na cidade.
Questão 32
B opondo a cidade sem animais a um sítio habitado
O debate sobre o conceito de saúde refere-se à por várias espécies diferentes.
importância de minimizar a simplificação que abrange o C revelando a ansiedade do menino em relação aos
entendimento do senso comum sobre esse fenômeno. bichos que poderia ter em seu sítio.
É possível entendê-lo de modo reducionista, tão somente, D pondo em foco os animais como temática central da
à luz dos pressupostos biológicos e das associações história narrada nessa prosa ficcional.
estatísticas presentes nos estudos epidemiológicos. E indicando a falta de ânimo do pai, sem maiores
Os problemas que daí decorrem são: a) o foco perspectivas futuras em relação ao terreno.
centra-se na doença; b) a culpabilização do indivíduo
frente à sua própria doença; c) a crença na possibilidade
de resolução do problema encerrando-se uma suposta
causa, a qual recai no processo de medicalização;
d) a naturalização da doença; e) o ceticismo em relação
à contribuição de diferentes saberes para auxiliar na
compreensão dos fenômenos relacionados à saúde.
BAGRICHEVSKY, M. et al. Considerações teóricas acerca das
questões relacionadas à promoção da saúde. In: BAGRICHEVSKY,
M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. (Org.). A saúde em debate na
educação física. Blumenau: Edibes, 2003.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ16*

Questão 34 Questão 36
As cores
Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos
longos liam uma história de amor. Em seu pequeno
mundo de volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas
palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em
cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor
e o que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de
todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles
olhos que tantas vezes palpara com inveja calada e
que se fechavam, quando os tocava, sensíveis como
pássaros assustados, palpitantes de vida, sob seus
Disponível em: portal.pmf.sc.gov.br. Acesso em: 27 jun. 2015. dedos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o
As informações presentes na campanha contra o claro, afinal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual
bullying evidenciam a intenção de ao branco. [...]
A destacar as diferentes ofensas que ocorrem no E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto.
ambiente escolar.
E ao grande amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se
B elencar os malefícios causados pelo bullying na vida
de uma criança. da ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como
C provocar uma reflexão sobre a violência física que se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos
acontece nas escolas. se encontravam. De como as palavras de amor tinham
D denunciar a pouca atenção dada a crianças que irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia
sofrem bullying nas escolas. seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e
E alertar sobre a relação existente entre o bullying e a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado
determinadas brincadeiras.
da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento.
Questão 35 E de como, no momento em que a retiravam e quando
Há casais que jogam com os sonhos como se ela disse que pretendia se despedir de um amigo pelo
jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para
a cortada. O jogo de tênis é assim: recebe-se o sonho qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, o
do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de pai exclamara, horrorizado:
sabão. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o — Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um
distanciamento. Aqui, quem ganha, sempre perde.
mulato? Nunca!
Já no frescobol é diferente. O sonho do outro é um
brinquedo que deve ser preservado, pois sabe-se que, Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava
se é sonho, é coisa delicada, do coração. Assim cresce longe o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual
o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem.
E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, nunca mais tivera notícia, e do qual somente restara o
para que o jogo nunca tenha fim… privilégio de caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão
ALVES, R. Tênis X Frescobol. As melhores crônicas de Rubem Alves. parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores...
Campinas: Papirus, 2012. LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa.
O texto de Rubem Alves faz uma analogia entre dois Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
jogos que utilizam raquetes e as diferentes formas de
as pessoas se relacionarem afetivamente, de modo que No texto, a condição da personagem e os
A o tênis indica um jogo em que a cooperação desdobramentos da narrativa conduzem o leitor a
predomina, o que representa o distanciamento na compreender o(a)
relação entre as pessoas.
B o tênis indica um jogo em que a competição é A percepção das cores como metáfora da discriminação
predominante, o que representa um sonho comum racial.
no relacionamento entre pessoas.
B privação da visão como elemento definidor das
C o frescobol indica um jogo em que a cooperação relações humanas.
prevalece, o que simboliza o compartilhamento de
sonhos entre as pessoas no relacionamento. C contraste entre as representações do amor de
D o frescobol indica um jogo em que a competição diferentes gerações.
prevalece, o que simboliza um relacionamento em D prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade
que uma pessoa busca destruir o sonho da outra. das relações afetivas.
E o frescobol e o tênis indicam, respectivamente, E embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção
situações de competição e cooperação, o que ilustra de tradições familiares.
os diferentes sonhos das pessoas no relacionamento.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ17*

Questão 37 Partindo da discussão sobre as relações entre o torcedor


e seu clube, observa-se que o fanatismo futebolístico
Prezada senhorita,
Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi, A deriva da falta de referências para a construção de
de acordo com o que foi conversado com seu ilustre valores morais em crise na sociedade.
progenitor, o tabelião juramentado Francisco Guedes, B está relacionado à fragilidade identitária, o que
estabelecido à Rua da Praia, número 632, dar por dificulta a dissociação entre sua vida e a de seu
encerrados nossos entendimentos de noivado. clube ou ídolo.
Como passei a ser o contabilista-chefe dos Armazéns C perde sustentação naqueles torcedores organizados
Penalva, conceituada firma desta praça, não me restará, que não conseguem separar as esferas pública e
em face dos novos e pesados encargos, tempo útil para privada.
os deveres conjugais.
D decorre do estabelecimento de uma identidade
Outrossim, participo que vou continuar trabalhando própria do indivíduo, forjada pela tutela do clube e
no varejo da mancebia, como vinha fazendo desde que de seus ídolos.
me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932,
em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do E é restrito às torcidas jovens, que corrompem a
Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim identidade individual de seus torcedores em favor
como representantes da Associação dos Varejistas e da da identidade coletiva.
Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar.
Questão 39
Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador,
Sabugosa de Castro Como a percepção do tempo muda de acordo
CARVALHO, J. C. Amor de contabilista. In: Porque Lulu Bergatim
com a língua
não atravessou o Rubicon. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
Línguas diferentes descrevem o tempo de maneiras
A exploração da variação linguística é um elemento que distintas — e as palavras usadas para falar sobre ele
pode provocar situações cômicas. Nesse texto, o tom de moldam nossa percepção de sua passagem.
humor decorre da incompatibilidade entre
O estudo “Distorção temporal whorfiana:
A o objetivo de informar e a escolha do gênero textual. representando duração por meio da ampulheta da língua”,
B a linguagem empregada e os papéis sociais dos publicado no jornal da APA (Associação Americana de
interlocutores. Psicologia), mostra que conceitos abstratos, como a
C o emprego de expressões antigas e a temática percepção da duração do tempo, não são universais.
desenvolvida no texto. Os autores não só verificaram uma mudança da
D as formas de tratamento utilizadas e as exigências percepção temporal conforme a língua falada como
estruturais da carta. observaram que a transição de uma língua para outra por
E o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a um mesmo indivíduo modificava sua estimativa de uma
profissão do remetente. duração de tempo. Isso implica que visões diferentes de
Questão 38 tempo convivem no cérebro de um indivíduo bilíngue.
A identificação simbólica que existe na cultura “O fato de que pessoas bilíngues transitam entre
esportiva pode ser um fator determinante nas ações essas diferentes formas de estimar o tempo sem
potencialmente agressivas dos espectadores e esforço e inconscientemente se encaixa nas evidências
torcedores de futebol. Essa identificação em indivíduos crescentes que demonstram a facilidade com que a
que não têm uma identidade própria pode levá-los a não linguagem se entremeia furtivamente em nossos sentidos
perceber os limites entre a sua vida e a sua equipe, ou
entre a sua vida e a vida de um ídolo (jogador), e, dessa mais básicos, incluindo nossas emoções, percepção
forma, passar a viver suas emoções basicamente por visual e, agora, ao que parece, nossa sensação de
meio de acontecimentos esportivos, do sucesso e da tempo”, disse o pesquisador ao site Quartz.
derrota de seu clube predileto. Alguns dos torcedores LIMA, J. D. Disponível em: www.nexojornal.com.br.
organizados dedicam a vida à sua torcida. Vivem para Acesso em: 24 ago. 2017.
ela e, por ela, chegam a perder qualquer outra referência,
pois é essa experiência compensatória que lhes dá O texto relata experiências e resultados de um estudo
identidade. A probabilidade de um indivíduo se tornar um que reconhece a importância
torcedor fanático está diretamente relacionada com a
construção da sua identidade. Por isso, é imprescindível A da compreensão do tempo pelo cérebro.
o desenvolvimento de relações e valores próprios que o B das pesquisas científicas sobre a cognição.
ajudarão a delinear o limite entre ele e a sua equipe, ou
entre ele e um jogador de futebol. C da teoria whorfiana para a área da linguagem.
REIS, H. H. B. Futebol e violência. Campinas: Armazém do Ipê; D das linguagens e seus usos na vida das pessoas.
Autores Associados, 2006 (adaptado). E do bilinguismo para o desenvolvimento intelectual.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*SA0175AZ18*

Questão 40

TEXTO I TEXTO II

Fotografia em preto e branco de músico da cultura lupa (norte de Manifestação carnavalesca registrada por Debret (1826): escravos
Angola) tocando uma kalimba ou lamelofone. vestidos como europeus, em cortejo musical, à época do Império.
INTERNATIONAL Library of African Music, Angola. DEBRET, J.-B. Disponível em: http://koyre.ehess.fr.
Disponível em: http://keywordsuggest.org. Acesso em: 18 ago. 2017. Acesso em: 18 ago. 2017.

O instrumento feito de lâminas metálicas e cabaça é comum a manifestações musicais na África e no Brasil.
Nos textos, apesar de figurarem em contextos geográficos separados pelo Oceano Atlântico e terem cerca de um
século de distanciamento temporal, a semelhança do instrumento demonstra a

A vinculação desses instrumentos com a cultura dos negros escravizados.


B influência da cultura africana na construção da musicalidade brasileira.
C condição de colônia europeia comum ao Brasil e grande parte da África.
D escassez de variedade de instrumentos musicais relacionados à cultura africana.
E importância de registros artísticos na difusão e manutenção de uma tradição musical.

Questão 41
— Não digo que seja uma mulher perdida, mas recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por
toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar à implacável maledicência dos fluminenses. Demais,
está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não
é mulher com quem a gente se case. Depois, lembra-te que apenas começas e não tens ainda onde cair morto.
Enfim, és um homem: faze o que bem te parecer.
Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel.
Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas consequências
morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de réis,
quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia.
AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017.

O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona representações sociais da sociedade brasileira da época. Em
consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na

A caracterização pejorativa do comportamento da mulher solteira.


B concepção irônica acerca dos valores morais inerentes à vida conjugal.
C contraposição entre a idealização do amor e as imposições do trabalho.
D expressão caricatural do casamento pelo viés do sentimentalismo burguês.
E sobreposição da preocupação financeira em relação ao sentimento amoroso.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*SA0175AZ19*

Questão 42 No processo de convencimento do leitor, o autor desse


texto defende a ideia de que
As alegres meninas que passam na rua, com suas
A o interesse do outro deve se sobrepor ao interesse
pastas escolares, às vezes com seus namorados. pessoal.
As alegres meninas que estão sempre rindo,
comentando o besouro que entrou na classe e pousou B a atividade comercial lucrativa é incompatível com
a justiça.
no vestido da professora; essas meninas; essas coisas
sem importância. C a criação de leis se pauta por princípios de justiça.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de D o impulso para a justiça é inerente ao homem.
cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem E a prática da justiça pressupõe o bem comum.
desafinado, riem sem motivo; riem. Questão 44
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca As montanhas correm agora, lá fora, umas atrás das
mais voltassem a rir e falar coisas sem importância. outras, hostis e espectrais, desertas de vontades novas
Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime. que as humanizem, esquecidas já dos antigos homens
O corpo da menina encontrado naquelas condições, em lendários que as povoaram e dominaram.
lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa Carregam nos seus dorsos poderosos as pequenas
mais rir. cidades decadentes, como uma doença aviltante e
tenaz, que se aninhou para sempre em suas dobras.
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se Não podendo matá-las de todo ou arrancá-las de si
adultas de uma hora para outra; essas mulheres. e vencer, elas resignam-se e as ocultam com sua
ANDRADE, C. D. Essas meninas. Contos plausíveis. vegetação escura e densa, que lhes serve de coberta, e
Rio de Janeiro: José Olympio, 1985. resguardam o seu sonho imperial de ferro e ouro.
No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Artium, 2001.
do pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso As soluções de linguagem encontradas pelo narrador
linguístico contribui para projetam uma perspectiva lírica da paisagem
contemplada. Essa projeção alinha-se ao poético na
A intensificar a ideia do súbito amadurecimento. medida em que
B indicar a falta de identidade típica da adolescência. A explora a identidade entre o homem e a natureza.
C organizar a sequência temporal dos fatos narrados. B reveste o inanimado de vitalidade e ressentimento.
D complementar a descrição do acontecimento trágico. C congela no tempo a prosperidade de antigas cidades.
E expressar a banalidade dos assuntos tratados D destaca a estética das formas e das cores da
na escola. paisagem.
E captura o sentido da ruína causada pela extração
Questão 43 mineral.
Você vende uma casa, depois de ter morado nela Questão 45
durante anos; você a conhece necessariamente melhor Eu gostaria de comentar brevemente as afinidades
do que qualquer comprador possível. Mas a justiça existentes entre comunidade, comunicação e comunhão.
é, então, informar o eventual comprador acerca de Essas afinidades começam no próprio radical das
qualquer defeito, aparente ou não, que possa existir palavras em questão. Assim, se nosso alvo são os
nela, e mesmo, embora a lei não obrigue a tanto, atos de interação comunicativa, temos que incluir em
acerca de algum problema com a vizinhança. E, sem nosso objeto de estudo a ecologia dos atos de interação
dúvida, nem todos nós fazemos isso, nem sempre, nem comunicativa, que se dão no contexto da ecologia
completamente. da interação comunicativa. No entanto, não basta a
proximidade espacial para que a comunicação se dê,
Mas quem não vê que seria justo fazê-lo e que é necessário que os potenciais interlocutores entrem
somos injustos não o fazendo? A lei pode ordenar essa em comunhão. Por fim, sem trocadilhos, a comunicação
informação ou ignorar o problema, conforme os casos; ideal se dá no interior de uma comunidade, entre
mas a justiça sempre manda fazê-lo. indivíduos que entram em comunhão.
Dir-se-á que seria difícil, com tais exigências, ou COUTO, H. H. O Tao da linguagem. Campinas: Pontes, 2012.
pouco vantajoso, vender casas... Pode ser. Mas onde O trecho integra um livro sobre os aspectos ecológicos
se viu a justiça ser fácil ou vantajosa? Só o é para quem envolvidos na interação comunicativa. Para convencer o
a recebe ou dela se beneficia, e melhor para ele; mas só leitor das afinidades entre comunidade, comunicação e
é uma virtude em quem a pratica ou a faz. comunhão, o autor
Devemos então renunciar nosso próprio interesse? A nega a força das comunidades interioranas.
Claro que não. Mas devemos submetê-lo à justiça, e B joga com a ambiguidade das palavras.
não o contrário. Senão? Senão, contente-se com ser
rico e não tente ainda por cima ser justo. C parte de uma informação gramatical.
COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno tratado das grandes virtudes.
D recorre a argumentos emotivos.
São Paulo: Martins Fontes, 1995. E apela para a religiosidade.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

GABARITO PROVA ENEM 2019 Azul Gabarito 20

LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANA


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGI
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARIT
INGLÊS ESPANHOL
1 E D 46 A
2 D A 47 B
3 A A 48 A
4 B B 49 E
5 B B 50 E
6 D 51 D
7 B 52 E
8 A 53 E
9 A 54 E
10 C 55 B
11 E 56 A
12 A 57 A
13 A 58 E
14 E 59 A
15 C 60 B
16 B 61 D
17 C 62 D
18 B 63 C
19 B 64 A
20 E 65 C
21 C 66 B
22 D 67 E
23 D 68 A
24 E 69 C
25 A 70 E
26 D 71 B
27 A 72 D
28 B 73 E
29 B 74 E
30 E 75 C
31 D 76 E
32 E 77 D
33 C 78 B
34 E 79 D
35 C 80 B
36 A 81 C
37 B 82 A
38 B 83 B
39 D 84 C
40 B 85 E
41 E 86 C
42 A 87 A
43 E 88 C
44 B 89 B
45 C 90 B

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1 • PRÁTICA DE PROVAS

*010175AZ6*
PROVA ENEM 2020
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Considerando-se os contextos de uso de “Todas chora”,
Questões de 06 a 45 essa expressão é um exemplo de variante linguística
Questão 6
A típica de pessoas despreocupadas em seguir as
De acordo com alguns estudos, uma inovação do
português brasileiro é o R caipira, às vezes tão intenso que regras de escrita.
parece valer por dois ou três, como em porrrta ou carrrne. B usada como recurso para atrair a atenção de
Associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma interlocutores e consumidores.
imprecisão geográfica e histórica, embora o R tenha sido C transposta de situações de interação típicas de
uma das marcas do estilo matuto do ator Mazzaropi em ambientes rurais do interior do Brasil.
32 filmes. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas D incompatível com ambientes frequentados por
em busca de ouro, os linguistas encontraram o R usuários da norma-padrão da língua.
supostamente típico de São Paulo em cidades de Minas
E condenável em produtos voltados para uma clientela
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste
de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um exigente e interessada em novidades.
modo de falar similar ao português do século XVIII. Questão 8
Quem tiver paciência e ouvido apurado poderá A verdade sobre o envelhecimento das populações
encontrar também na região central do Brasil o S chiado,
Tem se tornado popular produzir grandes projeções
uma característica típica do falar carioca que veio com
de redução de prosperidade baseada no envelhecimento
os portugueses em 1808 e era um sinal de prestígio por
representar o falar da Corte. demográfico. Mas será que isso é realmente um problema?
A história da língua portuguesa no Brasil está revelando A média de idade nos Estados Unidos é atualmente
as características preservadas do português, como a de 36 anos. Na Etiópia, a média é de 18 anos. O país
troca do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. com maior número de idosos é a Alemanha, onde a
Camões registrou essa troca em Os Lusíadas — lá está média de idade é de 45 anos. Países em que a população
um frautas no lugar de flautas —, e o cantor e compositor mais jovem domina são mais pobres, e aqueles com a
paulista Adoniran Barbosa a deixou registrada em frases
população dominante mais idosa são mais ricos. Então
como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao Álvaro.
por que temer o envelhecimento da população?
FIORAVANTI, C. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
Existem pelo menos duas razões. A primeira é
Com base na afirmação de que “associar o R caipira
psicológica: em analogia ao envelhecimento das pessoas,
apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica
e histórica”, o texto propõe uma discussão sobre a(s) sugere que, à medida que as populações envelhecem,
tornam-se mais fracas e perdem acuidade mental. A
A relevância da fala de prestígio na época da Corte segunda decorre dos economistas e de um indicador
portuguesa.
conhecido como razão de dependência, que pressupõe
B inovação do português brasileiro sem equivalente em
que todos os adultos com menos de 65 anos contribuem
Portugal.
para a sociedade, e todos com mais de 65 anos são um
C razões históricas do preconceito sobre a fala regional
no Brasil. peso. E a proporção de pessoas com mais de 65 anos
D importância do estudo, da preservação e do respeito tende a aumentar.
à língua falada no Brasil. LUTZ, W. Azul Magazine, ago. 2017 (adaptado).

E variedade de uso da língua, característica da literatura


A articulação entre as informações do texto leva à
e da música brasileiras.
compreensão de que ele propõe um(a)
Questão 7
A levantamento das causas do envelhecimento das
populações.
‘Todas chora’ B análise dos dados demográficos de diferentes países
O erro de concordância impresso
do mundo.
na sandália ao lado é proposital, viu?
Uma estilista pegou carona no Twitter e, por
C comparação entre a idade da população
extensão, nos bordões “todas comemora” e economicamente ativa no mundo.
“todas chora”, muito usados na rede. D questionamento sobre o impacto negativo do
Em versão rasteirinha, custa R$ 49. envelhecimento da população.
E alerta aos economistas sobre as contribuições da
O Globo, 12 fev. 2012 (adaptado). população abaixo dos 65 anos.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1

*010175AZ7*

Questão 9 No texto, o autor discute o poder que os documentos


Razão de ser oficiais exercem sobre a vida das pessoas. Qual fato
torna isso evidente?
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso, A A sua entrada na escola aos sete anos de idade.
preciso porque estou tonto. B A alusão a uma planta no nome da família.
Ninguém tem nada com isso. C O problema de identidade originado desde o berço.
Escrevo porque amanhece, D A isenção da multa por falta de declaração do
E as estrelas lá no céu
nascimento.
Lembram letras no papel,
E O seu nascimento em uma aldeia de camponeses.
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias. Questão 11
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas. Brasil tem quase 3 mil lixões ou aterros irregulares,
Tem que ter por quê? diz levantamento
LEMINSKI, P. Melhores poemas de Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2013.
Apesar da lei que acabou com lixões, vazadouros
Ao abordar o próprio processo de criação, o poeta recorre funcionam normalmente.
a exemplificações com o propósito de representar a
O Brasil ainda despeja 30 milhões de toneladas de
escrita como uma atividade que
lixo por ano, de forma inadequada, expondo os cidadãos
A requer a criatividade do artista. ao risco de doenças. E isso, apesar da lei que determinou
o fim dos lixões. Corta, descasca, abre a embalagem,
B dispensa explicações racionais.
joga fora os restos, espreme, corta mais, descasca mais,
C independe da curiosidade do leitor. abre outra embalagem. Quantas vezes essas cenas se
D pressupõe a observação da natureza. repetem por dia em milhões de lares brasileiros?
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 11 dez. 2017.
E decorre da livre associação de imagens.
O recurso linguístico que interrompe o fluxo argumentativo
Questão 10 para incluir o leitor na problemática do texto é a
Autobiografia de José Saramago
A apresentação de dados estatísticos imprecisos sobre
Nasci numa família de camponeses sem terra, em os lixões.
Azinhaga, uma pequena povoação situada na província B descrição de ambientes destruídos pelos descartes
do Ribatejo, na margem direita do Rio Almonda, a uns incorretos.
cem quilômetros a nordeste de Lisboa. Meus pais C enumeração de atividades ilustrativas de ações
chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José cotidianas.
de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário D discussão das leis sobre a redução dos lixões nas
do Registro Civil, por sua própria iniciativa, não lhe cidades.
tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu E explicitação dos riscos de doenças via contaminação.
pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer
que saramago é uma planta herbácea espontânea,
cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência,
serviam como alimento na cozinha dos pobres.) Só
aos sete anos, quando tive de apresentar na escola
primária um documento de identificação, é que se veio
a saber que o meu nome completo era José de Sousa
Saramago… Não foi este, porém, o único problema de
identidade com que fui fadado no berço. Embora tivesse
vindo ao mundo no dia 16 de novembro de 1922, os meus
documentos oficiais referem que nasci dois dias depois,
a 18: foi graças a esta pequena fraude que a família
escapou ao pagamento da multa por falta de declaração
do nascimento no prazo legal.
Disponível em: www.josesaramago.org. Acesso em: 7 dez. 2017 (adaptado).

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ8*

Questão 12 Questão 14
Como ocorrem os eclipses solares? Estória de um gibi da Turma da Mônica, intitulada
Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Brincadeira de menino
Sol, o astro que ilumina nosso planeta some por alguns Mônica, conhecida personagem de Maurício de
minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e Sousa, passa na casa da sua melhor amiga, Magali,
apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo para convidá-la para brincar. A mãe da Magali diz que a
satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. menina está com gripe e precisa de repouso, e por isso
Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se não vai poder sair de casa. Mônica sai triste e pensativa,
o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular. quando cruza com o Cebolinha e convida-o para brincar
Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por com ela de “casinha”. Ele se recusa e diz: “— Homem não
ano. Um eclipse solar é uma excelente oportunidade para blinca de casinha”, e Mônica retruca: “— Ah, Cebolinha!
estudar melhor o Sol. Que preconceito!”. Cebolinha responde: “— Pleconceito
Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado).
uma ova! Casinha é coisa de menina! Vou te mostlar o
Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de que é blincadeila de menino!”. Enquanto ele sai de cena,
A promover uma conclusão de ideias valendo-se das Mônica fica debaixo de uma árvore brincando sozinha
informações da frase anterior. e Cebolinha faz várias aparições com brinquedos e
brincadeiras supostamente só de meninos: aparece
B indicar uma mudança de assunto e de foco no tema “voando” num skate, mas cai na frente dela. Depois
desenvolvido. aparece numa bicicleta, mas bate numa pedra e cai.
C conectar a informação da frase anterior com a da Aparece de patins, tropeça e cai. Reaparece chutando
posterior. uma bola, mas a bola bate na árvore e volta acertando
sua cabeça. Desanimado e desistindo das “suas”
D conferir um caráter mais coloquial à reportagem. brincadeiras, Cebolinha aparece no último quadro, ao
E salientar a negação expressa na frase posterior. lado da Mônica, brincando de “casinha”.
Questão 13 OLIVEIRA, A. B.; PERIM, G. L. (Org.). Fundamentos pedagógicos para o programa
Segundo Tempo. Brasília: Ministério do Esporte, 2008 (adaptado).
A África possui os próprios estilos de reggae e
Refletindo sobre as relações de gênero nas brincadeiras
centenas de bandas. Clubes de reggae são encontrados
infantis, a estória mostra que
na Europa, na Austrália e nos Estados Unidos. Todos,
de Erick Clapton a Caetano Veloso, já realizaram suas A meninos podem se envolver com os mesmos
incursões ao reggae. A fonte desse som é a Jamaica, a brinquedos e brincadeiras que meninas.
terceira maior ilha do Caribe.
B meninas são mais frágeis e por isso devem se
No fim dos anos 1960, o reggae também começava
a conquistar certo espaço em várias regiões do Brasil e envolver em brincadeiras mais passivas.
logo o som caiu nas graças dos maranhenses. Na cidade C meninos são mais habilidosos do que meninas e por
de São Luís, o grande investimento midiático, o crescente isso se envolvem em atividades diferentes.
mercado de discos e o desenvolvimento do circuito das D meninas tendem a reproduzir mais os estereótipos de
radiolas fizeram o movimento reggae alcançar a solidez gênero em suas práticas corporais do que os meninos.
em meados da década de 1980.
FARIAS, J.; PINTO, T. Da Jamaica ao Brasil: por uma história social do reggae.
E meninos e meninas devem se envolver em atividades
Disponível em: www.eumed.net. Acesso em: 18 nov. 2011 (adaptado). distintas, como, respectivamente, o futebol e a “casinha”.
Considerada por alguns “capital brasileira do reggae”, a
cidade de São Luís também é reconhecida pelos festejos
juninos que incluem Bumba meu boi, Tambor de crioula,
Cacuriá e as tradicionais quadrilhas. O conjunto dessas
características demonstra a
A apropriação de gêneros e estilos estrangeiros na
criação da música tradicional maranhense.
B inexpressividade das manifestações nordestinas em
relação às novas referências estéticas.
C coexistência de referenciais culturais díspares na
construção da musicalidade brasileira.
D diluição de modelos estéticos internacionais na
criação de novos referenciais musicais.
E sobreposição de ideias musicais caribenhas na
música autenticamente nacional.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ9*

Questão 15 Em relação ao propósito comunicativo anunciado no


título do texto, esse gênero promove uma quebra de
expectativa ao
A abordar aspectos físicos e políticos do país de
maneira impessoal.
B apresentar argumentos plausíveis sobre a estrutura
geopolítica do Brasil.
C tratar aspectos físicos e políticos do país por meio de
abordagem cômica.
D trazer informações relevantes sobre os aspectos
físicos e políticos do Brasil.
E propor uma descrição sucinta sobre a organização
física e política do Brasil.
Questão 17
Os smartphones estão sugando a sua
produtividade. Você abriria mão deles?
Telefones inteligentes drenam nossa atenção mesmo
quando desligados. E isso não é nada bom para a sua
carreira. Pesquisadores e empresas tentam achar uma
solução para o problema.
MORAIS, G. Disponível em: www.gusmorais.com. Acesso em: 1 ago. 2013.
Funcionários estão distraídos com seus smartphones,
Os quadrinhos apresentam a sequência de certos browsers web, aplicativos de mensagem, sites de
dispositivos eletrônicos criados no decorrer da história, compras e muitas redes sociais.
destacando Os trabalhadores distraídos são improdutivos. Uma
A a alienação provocada pelo uso excessivo da pesquisa da CareerBuilder descobriu que os gerentes
de contratação acreditam que os funcionários são
tecnologia nas sociedades urbanas contemporâneas.
extremamente improdutivos e mais da metade desses
B o estágio mais recente da evolução tecnológica para gerentes acreditam que os smartphones são culpados.
o armazenamento de dados digitais. Alguns empregadores disseram que os smartphones
C os diferentes tipos de dispositivos usados atualmente degradam a qualidade do trabalho, diminuem a moral,
para a gravação de dados digitais. interferem no relacionamento entre chefe e empregado
e fazem com que os funcionários percam os prazos. (Os
D o desperdício de matéria-prima proveniente da
funcionários entrevistados discordaram e apenas 10%
indústria tecnológica. disseram que os telefones prejudicam a produtividade
E a comparação entre evolução humana e tecnológica. durante o horário de trabalho.)
Questão 16 A única solução é uma combinação entre treinamento,
educação e melhor gerenciamento.
O Brasil (descrição física e política) Os departamentos de RH devem procurar um
O Brasil é um país maior do que os menores e problema maior: a distração extrema do smartphone
menor do que os maiores. É um país grande, porque, pode significar que os funcionários estão completamente
desativados do trabalho. Os motivos para isso devem ser
medida sua extensão, verifica-se que não é pequeno.
identificados e abordados.
Divide-se em três zonas climatéricas absolutamente
distintas: a primeira, a segunda e a terceira. Sendo que A pior “solução” é a negação.
ELGAN, M. Disponível em: http://idgnow.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).
a segunda fica entre a primeira e a terceira. Há muitas
diferenças entre as várias regiões geográficas do país, Ao expor um problema contemporâneo do mercado de
mas a mais importante é a principal. Na agricultura trabalho e apontar uma solução, o texto evidencia a
faz-se exclusivamente o cultivo de produtos vegetais, A relação entre as carreiras e as tecnologias de
enquanto a pecuária especializa-se na criação de gado. informação e comunicação.
A população é toda baseada no elemento humano, sendo B discordância entre empregadores e funcionários no
que as pessoas não nascidas no país são, sem exceção, que diz respeito à produção.
estrangeiras. Tão privilegiada é hoje, enfim, a situação do C negatividade do impacto das tecnologias de
país que os cientistas procuram apenas descobrir o que
informação e comunicação no mercado de trabalho.
não está descoberto, deixando para a indústria tudo o que
D desvinculação entre o desenvolvimento das tecnologias de
já foi aprovado como industrializável e para o comércio
informação e comunicação e a produtividade no trabalho.
tudo o que é vendável. É, enfim, o país do futuro, e este
E necessidade de uma compreensão ampla e
se aproxima a cada dia que passa.
FERNANDES, M. In: ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível.
cuidadosa do impacto das tecnologias de informação
São Paulo: Parábola, 2009 (adaptado). e comunicação no mercado de trabalho.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ10*

Questão 18 O texto aborda a necessidade de se promoverem,


coletivamente, mudanças de hábitos relacionados ao
consumo de alimentos. Uma estratégia para estimular a
adesão a essa ideia consiste em
A fazer referência a ações governamentais, em
andamento, de combate ao desperdício de alimentos.
B quantificar o desperdício ocorrido no campo como
superior a um terço da produção mundial de alimentos.
C utilizar a expressão figurada “perde-se no caminho”
como referência ao desperdício de alimentos.
D apontar uma vantagem financeira para o
Ronda Jean Rousey definitivamente é uma daquelas consumidor engajar-se em práticas de combate ao
mulheres que ficará marcada na história. Ela foi capaz desperdício de alimentos.
de fazer o que pouquíssimos conseguem: atrair o público E recomendar medidas de distribuição mais eficazes
normal, que não está acostumado a acompanhar o MMA com vistas à diminuição do desperdício de alimentos.
regularmente. Questão 20
RESENDE, I. Disponível em: http://espn.uol.com.br. Acesso em: 31 ago. 2017.
Roberto Segre. Arquiteto do mundo.
Ronda Rousey é uma atleta de MMA (Mixed Martial Arts Nascido em Milão, em 1934, o arquiteto Roberto
– Artes Marciais Mistas), campeã nessa modalidade. Por Segre emigrou para a Argentina aos cinco anos, fugindo
seu desempenho na área das lutas, ela se contrapõe do fascismo italiano. Ainda jovem, aos 29 anos, mudou-se
ao modelo de feminilidade normativo. No contexto
para Cuba, onde permaneceu dando aulas de história da
da sociedade contemporânea, no qual mulheres têm
arquitetura e urbanismo na Universidade de Havana até
conquistado diferentes espaços, Ronda
1994. Segre se mudaria definitivamente para o Brasil, em
A masculiniza-se em função das características 1994, a convite da UFRJ. Em 2007, recebeu o título de
necessárias a essa prática esportiva. doutor honoris causa pelo Instituto Superior Politécnico
de Havana. Roberto Segre morreu, na manhã de
B aproveita-se do padrão estético para conquistar
anteontem, aos 78 anos, atropelado por um motociclista,
patrocínios e manter-se no esporte. quando caminhava na Praia de Icaraí, em Niterói, onde
C submete-se aos elementos da identidade masculina morava. Ele chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu
aos ferimentos. O corpo será velado amanhã, das 9 h às
para se manter no esporte.
17 h, no Palácio Universitário da UFRJ, Avenida Pasteur,
D cruza uma fronteira de gênero ao se inserir numa 250, na Praia Vermelha, Urca.
área de reserva masculina. Disponível em: www.iabrj.org.br. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado).

E mantém sua feminilidade em detrimento de um alto Na organização desse texto, observam-se traços
desempenho esportivo. comumente característicos de biografias, entretanto,
trata-se de um(a)
Questão 19
A aviso, pois sua função é advertir o leitor sobre o
Mais de um terço da comida produzida no mundo perigo de se caminhar nas orlas.
perde-se no caminho entre o produtor e o mercado,
B relato, pois descreve o acidente envolvendo um
ou em casa. Empresas e governos podem mudar essa motociclista e seus desdobramentos.
situação, com melhorias nos sistemas de distribuição e
C obituário, pois tem o propósito de levar ao leitor
oferta dos alimentos. Em casa, o consumidor pode ajudar informações sobre o velório do professor.
planejando as refeições, comprando só o necessário e
D anúncio, pois divulga o recebimento do título de
armazenando tudo corretamente. Ao evitar o desperdício,
doutor honoris causa pelo professor morto.
você ainda economiza dinheiro.
E notícia, pois seu objetivo é informar o leitor sobre o
Revista Quatro Rodas, maio 2013.
acidente, seguido da morte do professor.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ11*

Questão 21 Questão 23
A expansão urbana altera a configuração de
Entre as tentativas de encontrar o melhor ângulo para
muitos espaços, a ponto de prejudicar atividades neles
retirar o terneiro, meu irmão, o guri e seu pai tentavam
desenvolvidas, seja pela especulação imobiliária, ou
convencer Jaqueline de que a morte da vaca não seria
pelo projeto urbanístico da administração pública. Essa
uma grande perda: “não é a mesma coisa que perder um
pressão é sentida em algumas escolas, principalmente
pai, um avô, que a gente lembra para o resto da vida, fica
para a prática de esportes, que demanda uma área ampla
lá no cemitério”, “bicho é bicho”. Jefferson, o guri, repetia
e diferenciada. O problema leva gestores e docentes a
tudo que o pai dizia, mas já afastado, pois havia sido
procurarem alternativas para se adaptar a essa realidade
corrido pela mãe.
urbana. Para o urbanista Fernando Pinho, “se a cidade é
Jaqueline repete: “pra mim não tem diferença!
de todos e para todos, por que não se apropriar dela? A
Os bichos estão tudo na volta. Eles sabem quando eu
escola deve ser mais porosa à cidade, à vida do lado de
chego, me conhecem, sabem o meu cheiro. Sou eu que
fora [...]. Temos que trazer a cidade para a sala de aula e
dou comida. Não tem diferença nenhuma!”. O pai tenta
tornar a cidade uma sala de aula”.
concordar sem afrontar os caras, dizendo que as pessoas
PERET, E. A cidade como sala de aula. Retratos:
desenvolvem valor de estima pelos animais. a revista do IBGE, n. 4, 2017 (adaptado).
KOSBY, M. F. Mugido (ou diário de uma doula). Rio de Janeiro: Garupa, 2017.
No fragmento, as reações à perda de um animal refletem As mudanças urbanísticas têm impactado o espaço
concepções fortalecidas pela escolar. Nesse contexto, a prática de esporte
A sensibilidade adquirida com a lida no campo. A pressupõe projetos urbanísticos que sejam
B banalização da morte em função de sua recorrência. adequados.
C expectativa do sofrimento na visão do destino B exige quadras e ginásios que se localizem fora da
humano. escola.
C demanda locais específicos que viabilizem sua
D certeza da efemeridade da vida como fator de
realização.
pessimismo.
D pede criação de regras que atendam à reconfiguração
E empatia gerada pela interseção entre o homem e urbana.
seu ambiente.
E requer modalidades não convencionais que explorem
Questão 22 o espaço urbano.
Epitáfio
Questão 24
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
[...]
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana.
Rio de Janeiro: Abril Music, 2001 (fragmento).
Disponível em: www.facebook.com/cnj.oficial. Acesso em: 20 jun. 2018.
O gênero epitáfio, palavra que significa uma inscrição
colocada sobre lápides, tem a função social de Essa campanha contra a sexualização infantil utiliza-se da
homenagear os mortos. Nesse texto, a apropriação desse articulação entre texto escrito e imagem para representar
gênero no título da letra da canção cria o efeito de um(a)
A destacar a importância de uma pessoa falecida. A casal de crianças do sexo oposto.
B expressar desejo de reversão de atitudes. B relação inocente entre duas crianças.
C registrar as características pessoais. C horário do dia inapropriado para crianças.
D homenagear as pessoas sepultadas. D proximidade inadequada entre as crianças.
E sugerir notações para lápides. E espaço perigoso para crianças dessa idade.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ12*

Questão 25 O trecho discute algumas mudanças que surgiram


Álvaro, me adiciona com os avanços das tecnologias de comunicação
e informação, fazendo uma comparação entre o
“Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos
telefonema e os bate-papos virtuais. Ao comparar
os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.”
esses dois meios de comunicação, constata-se que
Espanta que Álvaro de Campos tenha dito isso antes
do advento das redes sociais. O heterônimo parece A tanto a escrita quanto a oralidade, atualmente, são
estar falando da minha timeline: “Arre, estou farto de modalidades realizadas sempre em tempo real.
semideuses! Onde é que há gente no mundo?”. B tanto o telefonema quanto o bate-papo virtual são
considerados gêneros com características exclusivas
Humblebrag é uma palavra que faz falta em português.
da oralidade.
Composta pela junção das palavras humble (humilde) e
C enquanto o telefonema exige a presença física dos
brag (gabar-se), seria algo como a gabação modesta.
interlocutores, o bate-papo virtual não apresenta
Em vez de simplesmente gabar-se: “Ganhei um prêmio
essa característica.
de melhor ator no Festival de Gramado”, você diz: “O
D tanto o telefonema quanto o bate-papo virtual mudaram
Festival de Gramado está muito decadente. Para vocês
algumas concepções sobre a oralidade e a escrita: essa
terem uma ideia, me deram um prêmio de melhor ator.”
quanto ao tempo e aquela quanto ao espaço.
Atenção: se todo post é vaidoso, toda coluna também. E enquanto a conversação não mais exige que os
Percebam o uso de palavras em inglês, a citação a interlocutores estejam no mesmo local graças ao
Fernando Pessoa. Tudo o que eu mais quero é que advento do telefone, os bate-papos virtuais não têm
vocês me achem o máximo. “Então sou só eu que sou vil mais a escrita como essencial.
e errôneo nessa terra?”. Não, Álvaro. Me adiciona.
DUVIVIER, G. Caviar é uma ova. São Paulo: Cia. das Letras, 2016 (adaptado). Questão 27
O texto traz uma crítica ao uso que as pessoas fazem da A carta da Terra
linguagem nas redes sociais. Qual passagem exemplifica PREÂMBULO
linguisticamente essa crítica? Estamos diante de um momento crítico na história da
Terra, numa época em que a humanidade deve escolher
A “‘Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos
o seu futuro. Para seguir adiante, devemos reconhecer
os meus conhecidos têm sido campeões em tudo’.”
que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas
B “O heterônimo parece estar falando da minha e formas de vida, somos uma família humana e uma
timeline: ‘Arre, estou farto de semideuses! Onde é comunidade terrestre com um destino comum. Para chegar
que há gente no mundo?’”. a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra,
C “Humblebrag é uma palavra que faz falta em declaremos nossa responsabilidade uns com os outros, com
português. Composta pela junção das palavras a grande comunidade da vida e com as futuras gerações.
humble (humilde) e brag (gabar-se), seria algo como PRINCÍPIOS
a gabação modesta.” I. Respeitar e cuidar da comunidade da vida.
D “‘O Festival de Gramado está muito decadente. Para II. Proteger e restaurar a integridade ecológica.
vocês terem uma ideia, me deram um prêmio de III. Promover a justiça social e econômica.
melhor ator’.” IV. Fortalecer a democracia, a não violência e a paz.
E “Tudo o que eu mais quero é que vocês me achem o O CAMINHO ADIANTE
máximo. ‘Então sou só eu que sou vil e errôneo nessa
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar
terra?’. Não, Álvaro. Me adiciona.”
de uma nova reverência face à vida e pelo compromisso
Questão 26 firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da
Um dos aspectos essenciais da mídia virtual é a luta pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
centralidade da escrita, pois a tecnologia digital depende Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 3 dez. 2017 (adaptado).

totalmente da escrita. Assim, nesta era eletrônica não se Analisando a estrutura composicional do texto, percebe-se
que ele se insere na esfera
pode mais postular como propriedade típica da escrita
a relação assíncrona, caracterizada pela defasagem A institucional, pois propõe regras de conduta para
temporal entre produção e recepção, pois os bate-papos alcançar a sustentabilidade da vida na Terra.
B pessoal, pois manifesta subjetividade diante da
virtuais são síncronos, ou seja, realizados em tempo real
injustiça social e econômica dos povos da Terra.
e essencialmente escritos. Assim, se com o telefonema C publicitária, porque conclama a sociedade para participar
tornou-se um dia impossível continuar postulando a de ações relacionadas à preservação ambiental.
copresença física dos interlocutores como característica D científica, pois relata fatos concretos sobre a real situação
exclusiva da oralidade, já que era possível interagir do meio ambiente em diferentes pontos do planeta.
oralmente estando em espaços diversos, hoje se retira E jornalística, pois apresenta títulos e subtítulos para
dela também a concomitância temporal. organizar as informações sobre a relação do homem
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: http://www.progesp.ufba.br. Acesso em: 9 jul. 2012. com o planeta.

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ13*

Questão 28 Questão 30
Vaca Estrela e Boi Fubá
Seu doutô, me dê licença
Pra minha história contar
Hoje eu tô em terra estranha
É bem triste o meu penar
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campear
Todo dia eu aboiava
Na porteira do currá
[...]
Eu sou fio do Nordeste BANDEIRA, G. Disponível em: www.facebook.com/objetosinanimadoscartoon.
Acesso em: 24 ago. 2017.
Não nego meu naturá No texto, o trecho “Cê tá muito louco, véio” caracteriza um
Mas uma seca medonha uso social da linguagem mais comum a
Me tangeu de lá pra cá
A jovens em situação de conversa informal.
PATATIVA DO ASSARÉ. Intérpretes: PENA BRANCA; XAVANTINHO; TEIXEIRA, R.
Ao vivo em Tatuí. Rio de Janeiro: Kuarup Discos, 1992 (fragmento). B pessoas conversando num cinema.
C homens com problemas de visão.
Considerando-se o registro linguístico apresentado, a D idosos numa roda de bate-papo.
letra dessa canção E crianças brincando de viajar.
A exalta uma forma específica de dizer. Questão 31
B utiliza elementos pouco usuais na língua. Hoje, críticas e frustrações dos clientes encontram
C influencia a maneira de falar do povo brasileiro. um canal imediato nas redes, que funcionam como
amplificadoras de rápido alcance. O monitoramento
D discute a diversidade lexical de um dado grupo social.
constante de tudo que é publicado sobre determinada
E integra o patrimônio linguístico do português brasileiro. marca é vital para reagir rapidamente em situações que
Questão 29 podem ser prejudiciais à imagem corporativa.
Com o fim da versão impressa do Diário Oficial da União, Uma possibilidade é recorrer a agências que oferecem
o presidente da República assinou um decreto que traz novas serviços especializados de estratégias de comunicação.
normas a serem seguidas nas publicações oficiais, que agora Como esses serviços custam caro, é comum as pequenas
estarão disponíveis apenas na versão on-line. e médias empresas apostarem em times internos para
realizar o monitoramento.
Os atos a serem divulgados devem ser encaminhados Os especialistas alertam: não transforme as redes
ao órgão exclusivamente por meio eletrônico. O jornal sociais em um serviço de atendimento ao consumidor.
será publicado de segunda a sexta, uma vez por dia, Sempre que possível, tire a conversa do espaço público.
exceto nos feriados nacionais e nos pontos facultativos Se uma reclamação surgir em sua página, responda
da administração pública federal. rapidamente, lamentando o ocorrido. Em seguida,
peça e-mail e telefone de contato e resolva a questão
O decreto reforça que o Diário Oficial trará os atos diretamente com o consumidor. Esse tipo de atividade faz
com conteúdo normativo, exceto os atos de aplicação com que essa mesma pessoa volte à internet, mas agora
exclusivamente interna que não afetem interesses de para falar bem da empresa.
terceiros, e os atos oficiais da administração pública DATT, F.; RIBEIRO, M. Como manter uma boa reputação on-line?
federal direta, autárquica e fundacional. Pequenas Empresas Grandes Negócios, n. 280, maio 2012.

Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).


As novas tecnologias têm alterado a dinâmica entre
empresas e consumidores. Essa nova ordem do mercado
O decreto incide sobre a prática de leitura do Diário Oficial tem efeitos benéficos para a sociedade, como a
em todo o Brasil e pressupõe que
A construção de relações sociais mais responsáveis.
A o país dispõe de uma cultura digital consolidada. B garantia das informações propiciadas pelas redes sociais.
B a publicação on-line dificulta o acesso ao texto oficial. C promoção de relações mercadológicas pautadas em
C a decisão torna obrigatória a leitura de textos oficiais. interesses pessoais.
D as repartições públicas dispensam a leitura de texto D propagação de relações interpessoais mediadas por
impresso. interesses de mercado.
E a mudança traz novos modelos para a administração E divulgação de informações para atingir a reputação
pública. de empresas.

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ14*

Questão 32 Nesse texto, a função metalinguística tem papel


Isaac Newton nasceu em 4 de janeiro de 1643, no fundamental, pois revela que o direito de o imigrante ser
condado de Lincolnshire, Inglaterra. Filho de fazendeiros, tratado como refugiado no Brasil depende do(a)
o cientista, físico e matemático nunca conheceu seu pai, A número de pedidos de refúgio já registrados no
morto três meses antes de o filho nascer.
relatório do Conare.
Estudou na escola King’s School, onde era um aluno
mediano. Entretanto, depois de uma briga com um colega B compreensão que o Ministério da Justiça tem da
de classe, começou a se esforçar mais nos estudos. palavra “refugiado”.
Passou então a ser um dos melhores alunos da escola. O C crise humanitária que se abate sobre os países mais
sucesso nos estudos levou Newton a entrar na Faculdade
Trinity, em Cambridge, onde auxiliava outros alunos em pobres do mundo.
troca de uma bolsa de estudos paga pela faculdade. D profundidade da crise econômica pela qual passam
Newton se interessava pelos pioneiros da ciência, determinados países.
como o filósofo Descartes e os astrônomos Copérnico, E autorização da Acnur, que gerencia a distribuição de
Galileu e Kepler. Depois de formado, fez estudos em
matemática e foi eleito professor da matéria em 1669. refugiados pelos países.
Em 1670, começou a dar aulas de ótica. Nessa época, Questão 34
demonstrou como, através de um prisma, é possível
separar a luz branca nas cores do arco-íris.
Em 1679, o cientista inglês voltou-se para mecânica
e os efeitos da gravitação sobre as órbitas dos planetas.
Em 1687, publicou o livro Principia mathematica, em que
demonstrou as três leis universais do movimento. Com
esse livro, Newton ganhou reconhecimento mundial.
Disponível em: www.invivo.fiocruz.br. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado).
A análise dos elementos constitutivos desse texto, como
forma de composição, tema e estilo de linguagem, permite
identificá-lo como
A didático, já que explica a importância das contribuições
de Isaac Newton.
B jornalístico, pois dá a conhecer fatos relacionados a
Isaac Newton.
C científico, pois investiga informações sobre Isaac
Newton.
D ensaístico, já que discute fatos da vida de Isaac
Newton.
E biográfico, pois narra a trajetória de vida de Isaac
Newton.
Questão 33
O resgate de um barco com 25 imigrantes africanos
na costa do Maranhão reacendeu a discussão sobre o NOVAES, C. O menino sem imaginação. São Paulo: Ática, 1993.
quanto o Brasil estaria, cada vez mais, atraindo pessoas
de outros países em busca de refúgio ou de melhores O gênero capa de livro tem, entre outras, a função de
condições de vida. antecipar uma possível leitura a ser feita da obra em
O país recebeu 33 866 pedidos de refúgio de questão. Pela leitura dessa capa, infere-se que seu
imigrantes no ano de 2017, segundo um relatório recente criador teve como propósito
do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do
Ministério da Justiça. A criticar a alienação das crianças promovida pela forte
A definição clássica de refugiado é “o imigrante que presença das mídias de massa em seu cotidiano.
sofre de fundado temor de perseguição por motivos de raça, B alertar os pais sobre a má influência das tecnologias
religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas”. para o desenvolvimento infantil.
No entanto, a Acnur, agência da ONU para C satirizar o nível de criatividade de meninos isolados
refugiados, já tem um entendimento ampliado do que
do convívio com seu grupo.
pode configurar um refugiado, incorporando também
as características de uma crise humanitária: fome D condenar o uso recorrente de aparatos eletrônicos
generalizada, ausência de acesso a medicamentos e pelos jovens na atualidade.
serviços básicos e perda de renda. E censurar o comportamento dos pais em relação à
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 22 maio 2018 (adaptado).
educação dada aos filhos.
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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ15*

Questão 35 Questão 36
CAPTCHA, herói ou vilão?
Todas as pessoas que já utilizaram a web para
realização de tarefas como criar um perfil em uma rede
social, fazer um cadastro em um sistema de comércio
eletrônico ou em um portal de notícias, entre tantas
outras, já se depararam com o CAPTCHA. Esse teste
apresenta-se como um conjunto de caracteres que
aparecem em imagens distorcidas (conforme Figura 1) e
que as pessoas precisam decifrar e digitar num campo
de formulário. Elas precisam realizar essa tarefa para
provar que são seres humanos, e não robôs. O uso do
CAPTCHA com esse objetivo presume, portanto, que
qualquer ser humano, mas nenhum robô, seria capaz de
executar a tarefa proposta.

AMARAL, T. O mamoeiro, 1925, óleo sobre tela.


IEB/USP.

As vanguardas europeias trouxeram novas perspectivas


para as artes plásticas brasileiras. Na obra O mamoeiro,
Figura 1
a pintora Tarsila do Amaral valoriza
Para as empresas que utilizam o CAPTCHA, ele
A a representação de trabalhadores do campo. é o “herói” que tem a missão de diferenciar pessoas
B as retas em detrimento dos círculos. de robôs. Para as pessoas que precisam passar pelo
C os padrões tradicionais nacionalistas. teste do CAPTCHA para executarem suas tarefas,
certamente ele é um vilão. Em muitos casos, quando
D a representação por formas geométricas. tentam passar pelos testes, veem-se obrigados a
E os padrões e objetos mecânicos. repetir diversas vezes até conseguirem acertar.
Além de problemas com a falta de segurança e da
experiência ruim para a maioria das pessoas, outro fator
negativo para o CAPTCHA são as suas barreiras de
acessibilidade. Isso representa um grande problema,
principalmente para as pessoas que são cegas, têm
baixa visão ou dificuldades de aprendizagem, como a
dislexia, as quais podem ficar impedidas de realizar
importantes tarefas na web.
Disponível em: http://acessodigital.net. Acesso em: 30 out. 2015 (adaptado).

Os efeitos causados pelo surgimento de novas


tecnologias podem contribuir positiva ou negativamente
para a sociedade. De acordo com o texto, a ferramenta
CAPTCHA causa impacto social porque
A dificulta o acesso dos usuários a ambientes virtuais.
B busca a distinção de pessoas e máquinas para
garantia de proteção.
C interfere na utilização de diversos sistemas por
pessoas competentes.
D auxilia no preenchimento de informações em um
formulário.
E resolve problemas de invasão de sistemas por
programas automatizados.
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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ16*

Questão 37 Essa notícia tem sua relevância informativa estabelecida


Como a solidão pode comprometer a sua saúde ao apresentar um fato inesperado relativo ao(à)
Segundo estudo, solitários têm risco 39% maior de A excesso de comentários nas redes sociais sobre
apresentar sintomas mais intensos de um resfriado. Ter valores ecológicos e meio ambiente.
muitos amigos nas redes sociais não diminui o risco. B presença de um animal marinho encalhado e em
decomposição no centro de Paris.
Você se sente sozinho? Uma nova pesquisa, C uso de uma instalação artística realista como
publicada na revista Health Psychology, sugere que seu instrumento de denúncia social.
nível de solidão pode impactar diretamente na gravidade D falta de ações de preservação do meio ambiente no
e na resposta do organismo a uma doença. continente europeu.
Para o atual estudo, os pesquisadores avaliaram níveis E opção por uma análise sensacionalista de um evento
de solidão de 159 pessoas, entre 18 e 55 anos, além da inusitado.
quantidade de amigos que elas tinham nas redes sociais. Questão 39
Depois, os voluntários receberam, por via nasal, doses TEXTO I
iguais de vírus de resfriado comum. Eles, então, ficaram Participação feminina em projetos submetidos à Fapesp*
isolados por cinco dias em um hotel para que os sintomas Projetos submetidos por gênero e participação feminina (2016)
manifestados fossem avaliados pelos especialistas.
Todas as pessoas que participaram do estudo tiveram 18 000 42%
44%
42% 45%
40%
a mesma chance de ficar doentes, mas aquelas que 16 000 36%
40%
relataram sentir-se mais solitárias manifestaram sintomas 14 000 15 504
35%
de resfriado, como dor de garganta, espirro e coriza, mais 12 000 13 942
30%
graves do que as que não se sentiam sozinhas. Segundo 10 000
10 546
11 938
10 939
11 333 25%
10 080
os resultados, os participantes solitários apresentaram 8 000
8 816
20%
6 000 15%
uma probabilidade 39% maior para os sintomas mais 5 732
6 938
4 000 10%
agudos. 2 000 5%
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado). 0 0%
00 01 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013 014 015 016
Nessa reportagem, a referência à pesquisa é acionada 20 20 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

como uma estratégia argumentativa para


Masculino Feminino % Feminino total (eixo direito)
A promover o estudo sobre as consequências da solidão. * Fapesp (Fundo de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo)

B questionar o número de participantes envolvidos no Mulheres na ciência. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017.

estudo. TEXTO II
C demonstrar a opinião de cientistas sobre as reações ao As ações “Meninas Internacionais no Dia das TIC”
vírus. são comemoradas todos os anos no mundo todo. O
D comparar os impactos da solidão entre solitários e evento tem como objetivo criar um ambiente global
não solitários. que capacita e incentiva mulheres jovens a considerar
E embasar o debate sobre os riscos da solidão para a a área crescente de TIC (Tecnologias de Informação e
saúde humana. Comunicação), permitindo que tanto as profissionais
Questão 38 quanto as empresas de tecnologia colham os benefícios
de uma maior participação feminina nesse setor.
Ação coloca baleia encalhada às margens do Rio Sena
Segundo a União Internacional de Telecomunicações
As pessoas em Paris acordaram com uma notícia (UIT), atualmente existem cerca de 260 milhões de usuárias
inusitada: uma baleia encalhada foi encontrada nas de internet a menos na comparação com os homens
margens do Sena, perto de Notre Dame. Para deixar conectados. E, para reverter esse cenário, o evento busca
tudo ainda mais surreal, cientistas forenses foram vistos proporcionar atividades de capacitação, além de discutir
estudando o fenômeno. O público ficou impressionado assuntos factuais sobre o mercado de trabalho.
com as cenas e bombou as redes sociais de comentários Disponível em: www.em.com.br. Acesso em: 21 maio 2018.

e fotos. Horas mais tarde, a verdade por trás do Em ambos os textos, constata-se que a participação das
espetáculo bizarro foi revelada. Embora parecesse muito mulheres nas diferentes áreas de conhecimento
com um animal real, tudo não passava de uma instalação A apresenta taxas de crescimento significativas em
artística criada pelo coletivo belga Capitão Boomer. A relação à dos homens.
escultura gigante media 17 metros e simulava o cheiro de B superou a produção masculina na construção de
uma baleia morta, com todos os seus detalhes, incluindo projetos ao longo dos anos.
C vem sendo estimulada por meio de ações educativas
o sangue. O projeto foi desenvolvido para aumentar a
em diferentes setores.
conscientização sobre o impacto provocado pelos seres D tem se transformado, seja pela iniciativa feminina, seja
humanos no meio ambiente, em todas as espécies, pelo incentivo de organizações.
incluindo as baleias. E dobrou em relação à atuação de pesquisadores do
Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 16 ago. 2017 (adaptado). outro gênero, no intervalo de 16 anos.

LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - Página 16 2ª aplicação

292

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ17*

Questão 40 Questão 42
As cartas de amor A Associação Internacional das Federações de
deveriam ser fechadas Atletismo (IAAF) aprovou o aumento da suspensão de
com a língua. dois para quatro anos em casos de atletas flagrados por
Beijadas antes de enviadas. doping. Em sincronia com o próximo Código Mundial
Sopradas. Respiradas. Antidoping, da Agência Mundial de Doping (WADA), a
O esforço do pulmão nova punição entrará em vigor no dia 1º de janeiro de
capturado pelo envelope, 2015. Até lá, a penalidade continua sendo de dois anos.
a letra tremendo Disponível em: http://globoesporte.com. Acesso em: 15 ago. 2013.
como uma pálpebra. Com base na decisão da Associação Internacional
Não a cola isenta, neutra, das Federações de Atletismo, considera-se que as
mas a espuma, a gentileza, penalidades previstas para esse esporte indicam um(a)
a gripe, o contágio.
Porque a saliva A incentivo a novas formas de doping por parte dos atletas.
acalma um machucado. B descaso com a performance esportiva das várias
As cartas de amor modalidades do atletismo.
deveriam ser abertas C uso favorável dos produtos da indústria farmacêutica
com os dentes. nos torneios oficiais de atletismo.
CARPINEJAR, F. Como no céu. Rio de Janeiro: Bertrand Russel, 2005.
D procedimento prejudicial para a credibilidade da
No texto predomina a função poética da linguagem, modalidade e do fair play nos esportes.
pois ele registra uma visão imaginária e singularizada
E aumento na utilização do doping para a melhora na
de mundo, construída por meio do trabalho estético da
performance dos atletas.
linguagem. A função conativa também contribui para esse
trabalho na medida em que o enunciador procura Questão 43
TEXTO I
A influenciar o leitor em relação aos sentimentos A dupla Claudinho e Buchecha foi formada por dois
provocados por uma carta de amor, por meio de amigos de infância que eram vizinhos na comunidade do
opiniões pessoais. Salgueiro. Os cantores iniciaram sua carreira artística no
B definir com objetividade o sentimento amoroso e a início dos anos 1990, cantando em bailes funk de São
importância das cartas de amor. Gonçalo (RJ), e fizeram muito sucesso com a música
C alertar para consequências perigosas advindas de Fico assim sem você, em 2002. Buchecha trabalhou por
mensagens amorosas. um bom tempo como office boy e Claudinho atuou como
D esclarecer como devem ser escritas as mensagens peão de obras e vendedor ambulante.
sentimentais nas cartas de amor. Disponível em: http://dicionariompb.com.br. Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).

E produzir uma visão ficcional do sentimento amoroso TEXTO II


presente em cartas de amor. Ouvi a canção Fico assim sem você no rádio e me
Questão 41 apaixonei instantaneamente. Quando isso acontece
comigo, não posso fazer nada a não ser trazer a música
Leito de folhas verdes
pra perto de mim e então começar a cantar e tocar sem
Brilha a lua no céu, brilham estrelas, parar, até que ela se torne minha. A canção caiu como
Correm perfumes no correr da brisa, uma luva no repertório do disco e eu contava as horas
A cujo influxo mágico respira-se pra poder gravá-la.
CALCANHOTTO, A. Fico assim sem você. Disponível em: www.adrianapartimpim.com.br.
Um quebranto de amor, melhor que a vida! Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).

A letra da canção Fico assim sem você, que circulava em meios


A flor que desabrocha ao romper d’alva
populares, veiculada pela grande mídia, começou a integrar o
Um só giro do sol, não mais, vegeta: repertório de crianças cujas famílias tinham o hábito de ouvir
Eu sou aquela flor que espero ainda o que é conhecido como MPB. O novo público que passou a
Doce raio do sol que me dê vida. conhecer e apreciar essa música revela a
DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento). A legitimação de certas músicas quando interpretadas
Na perspectiva do Romantismo, a representação feminina por artistas de uma parcela específica da sociedade.
espelha concepções expressas no poema pela B admiração pelas composições musicais realizadas
por sujeitos com pouca formação acadêmica.
A reprodução de estereótipos sociais e de gênero. C necessidade que músicos consagrados têm de
B presença de traços marcadores de nacionalidade. buscar novos repertórios nas periferias.
D importância dos meios de comunicação de massa na
C sublimação do desejo por meio da espiritualização.
formação da música brasileira.
D correlação feita entre estados emocionais e natureza. E função que a indústria fonográfica ocupa em resgatar
E mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade. músicas da periferia.

2ª aplicação LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - Página 17

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ18*

Questão 44 Questão 45
TEXTO I Seu nome define seu destino. Será?
“O nome próprio da pessoa marca a sua identidade e
a sua experiência social e, por isso, é um dado essencial
na sua vida”, diz Francisco Martins, professor do Instituto
de Psicologia da Universidade de Brasília e autor do livro
Nome próprio (Editora UnB). “Mas não dá para dizer que
ele conduz a um destino específico. É você quem constrói
a sua identidade. Existe um processo de elaboração, em
que você toma posse do nome que lhe foi dado. Então,
ele pesa, mas não é decisivo”. De acordo com Martins,
essa apropriação do nome se dá em várias fases: na
infância, quando se desenvolve a identidade sexual;
Disponível em: http://iasdcentralcampinas.org.br. Acesso em: 5 jun. 2018. na adolescência, quando a pessoa começa a assinar o
TEXTO II nome; no casamento, quando ela adiciona (ou não) o
sobrenome do marido ao seu. “O importante é a pessoa
tomar posse do nome, e não ficar brigando com ele”.
CHAMARY, J. V.; GIL, M. A. Knowledge, jul. 2010.

Pronomes funcionam nos textos como elementos de


coesão referencial, auxiliando a manutenção do tema
abordado. No trecho da reportagem, o vocábulo “nome” é
retomado pelo pronome destacado em
A “Seu nome define seu destino”.
B “É você quem constrói a sua identidade”.
Disponível em: http://listaloficial.com.br. Acesso em: 5 jun. 2018.
C “Existe um processo de elaboração, em que você
TEXTO III
toma posse do nome [...]”.
Analisemos o conceito de saúde formulado na
histórica VIII Conferência Nacional de Saúde, no ano de D “[...] você toma posse do nome que lhe foi dado”.
1986. Também conhecido como “conceito ampliado” de E “[...] não ficar brigando com ele”.
saúde, foi fruto de intensa mobilização, que se estabeleceu
em diversos países da América Latina, como resposta à
crise dos sistemas públicos de saúde. Recordemos seu
enunciado: em sentido amplo, a saúde é resultante das
condições de alimentação, habitação, educação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer,
liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços
de saúde. Sendo assim, é principalmente resultado das
formas de organização social, de produção, as quais
podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.
BATISTELLA, C. Abordagens contemporâneas do conceito de saúde.
Disponível em: www.epsjv.fiocruz.br. Acesso em: 5 jun. 2018 (adaptado).

Com base no conceito ampliado de saúde, podemos


interpretar que as imagens dos textos I e II
A convidam a pensar sobre o conceito ampliado de
saúde.
B criticam a relação entre a prática de exercícios e a
saúde.
C coadunam-se com o conceito de saúde construído na
Conferência.
D exemplificam a conquista do estado de saúde em um
sentido amplo.
E reproduzem a relação de causalidade entre fazer
exercício e ter saúde.

LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - Página 18 2ª aplicação

294

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PRÁTICA DE PROVAS • 1

Azul PROVA
GABARITO Gabarito
ENEM2020 2020

LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 E D 46 D
2 E E 47 E
3 B A 48 D
4 E D 49 C
5 A D 50 D
6 D 51 C
7 B 52 B
8 D 53 A
9 B 54 E
10 C 55 A
11 C 56 C
12 C 57 A
13 C 58 A
14 A 59 B
15 B 60 E
16 C 61 A
17 E 62 C
18 D 63 D
19 D 64 E
20 C 65 A
21 E 66 B
22 B 67 C
23 E 68 E
24 B 69 E
25 B 70 E
26 D 71 C
27 A 72 D
28 E 73 A
29 A 74 A
30 A 75 B
31 A 76 C
32 E 77 E
33 B 78 E
34 A 79 C
35 D 80 B
36 A 81 E
37 E 82 A
38 C 83 E
39 D 84 D
40 A 85 C
41 D 86 D
42 E 87 D
43 A 88 B
44 E 89 D
45 E 90 B

295

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 295 09/02/2022 16:08:28


1 • PRÁTICA DE PROVAS

*010175AZ6*
PROVA ENEM 2021
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 07
Questões de 06 a 45
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Questão 06
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O impacto das tecnologias de informação na designado como Gafam, Big Tech ou Big Five� �� ��
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conversa reservada entre duas ou mais pessoas, acesso sobre violações da privacidade e da liberdade de
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D incentivando o desenvolvimento de pesquisas
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a divulgação de pesquisas sem comprovação e
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�� LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação

296
Azul LC CH 1 Dia P2.indb 6 14/09/2021 16:29:47

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 296 09/02/2022 16:08:28


PRÁTICA DE PROVAS • 1

*010175AZ7*

Questão 08 Questão 09
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Gírias das redes sociais caem na boca do povo
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Nem adianta fazer a egípcia! Entendeu? Veja o glossário
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com as principais expressões da internet
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com ao menos uma dessas palavras não passa ���������������
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Glossário de expressões �������������������������������������������������������
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Chamar no probleminha����������������������� �� ���������� ���� ����� ������� ����� ���������� ����� ���
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297
Azul LC CH 1 Dia P2.indb 7 14/09/2021 16:29:47

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 297 09/02/2022 16:08:29


1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ8*

Questão 10 �������������������������������������������������������
TEXTO I ���������������������������������������
A gestão da ignorância A � ���������������������������������������������������
������������������������������������������������������ B A alternância dos tempos e modos verbais da
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C A adoção de um ponto de vista centrado no medo das
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TEXTO II �����������������
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D os avanços alcançados no campo da gestão de �����������������������������������������������������
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sono é um santo remédio para recompor as energias e
E a preocupação com a vulnerabilidade inerente ao
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Questão 11 �� �������� ���������� ��� ��������� ������������ ���
A caolha ���������� ����������� ��� ���������� ���� �� �����
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8 LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação

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Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 298 09/02/2022 16:08:29


PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ9*

Questão 13 ����������������������������������������������������������
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Questão 15
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação 9

Azul LC CH 1 Dia P2.indb 9 299 14/09/2021 16:29:47

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 299 09/02/2022 16:08:29


1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ10*

Questão 16 TEXTO II
TEXTO I Arte japonesa
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TEXTO II A � �������������������������������������������
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Questão 17 ������������������������������������������������

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C atabaque, levando em conta a pele esticada que
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D reco-reco, considerando-se a madeira como elemento
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10 LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P2.indb 10 300 14/09/2021 16:29:48

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 300 09/02/2022 16:08:30


PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ11*

Questão 19 ���������� �� ���������� ������ ��� ������� ����������


TEXTO I ���������������������������������������������������������
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não como uma agressão ocasional, a ação praticada A de���������������������������������������������
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pode ser considerado um comportamento desadaptativo
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C disputas entre os alunos para ocuparem posições de �����������������������������������������
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Questão 20 envolvendo movimento, ou para o desenvolvimento de
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Azul LC CH 1 Dia P2.indb 11 301 14/09/2021 16:29:48

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 301 09/02/2022 16:08:30


1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ12*

Questão 23 A ideia ��� ����������� ����������� �� �������������� ���


Descobrimento ������ ������������ ����� �������� �� �������� ��� ������� �����
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Na escuridão ativa da noite que caiu, Questão 25
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Questão 24
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12 LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P2.indb 12 302 14/09/2021 16:29:48

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 302 09/02/2022 16:08:30


PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ13*

Questão 26 Questão 27
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Estar conectado é, acima de tudo, estabelecer
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tecnologia que lida com grandes volumes de dados digitais ��� ���������������� ��� ���������� �� ���� ���������� ����
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação 13

Azul LC CH 1 Dia P2.indb 13 303 14/09/2021 16:29:48

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 303 09/02/2022 16:08:30


1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ14*

Questão 28 A estrat����� ������������ ������������� ��� ������������


Bola na rede regional da l�����������������������������������������������
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�������������������������������������������������������� Agora sei também que o português me convém. Eu quero
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���������������������������������������������������� precisam dessa língua para ter mais poder de negociação
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Eu me sinto bilíngue, eu converso com os surdos na
�������������������������Retratos������������������������������������������������
minha língua e converso com os ouvintes no português,
��� �������� �� ��������� ��� �������� ��� �������� �� ������ porque aprendi a falar o português, embora eu tenha voz de
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surdo, mas as pessoas muitas vezes me entendem. Eu já me
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acostumei a conversar com os ouvintes no meu português.
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Se alguns não me entendem, eu escrevo������������
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D os campeonatos da modalidade propiciam a integração
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Questão 29 ����������������������
B condução do contrato comunicativo com base nas
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Pra ser quatro, cinco ou seis
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��� LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P2.indb 14 304 14/09/2021 16:29:48

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 304 09/02/2022 16:08:31


PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ15*

Questão 31 Questão 33
Amor na escola O Bom-Crioulo
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Questão 32 �������������������������������������������������������
Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o ����� ����� ������ ��������� ��� ������������ ����� ���� ���
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A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação ���

Azul LC CH 1 Dia P2.indb 15 305 14/09/2021 16:29:49

Miolo - Livro 2 - Prática de Provas ENEM 2022_2.indd 305 09/02/2022 16:08:31


1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ16*

Questão 34 Questão 36
�������������������������������������������������� TEXTO I
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corporais dos diversos grupos culturais, sem qualquer
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���������������������������������������������������Educação física e culturas:
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B pr������������������������������������ de momentos da ação, mas a velocidade com que essa
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D es������������������������������������������������ mas como representar a velocidade de suas manobras em
E en����������������������������������������������� ��������������Voo de andorinhas�������������������������
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Questão 35
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C composição com pinceladas repetitivas que sugerem
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Questão 37
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resumida da maneira seguinte:
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revelam a
A Para assistir a uma peça de teatro, é preciso estar
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B � ������������������������������������������������� C No teatro, uma vida inteira pode acontecer e ser
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��� LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação

Azul LC CH 1 Dia P2.indb 16 306 14/09/2021 16:29:49

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ17*

Questão 38 ���������������� ��� ���������������� ��� ������� ������


A invenção de Hugo Cabret ��� ������ �� �������� �������� ��� ����� ��������� ��� ������ ���
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essas mesmas ilustrações que constroem o grande
Questão 40
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��� �������� ���� ��������� ���� ���� ������� ������������� obesidade e, paralelamente, de doenças como diabetes
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em curso, merece destaque a questão da rotulagem dos
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Questão 39
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E.C.T.
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Tava com um cara que carimba postais
Apoiando-se na premissa de que alguns dados contidos
E por descuido abriu uma carta que voltou
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Em papel carbono e barbante e até cabelo cortado ���������
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LC - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - 2ª Aplicação ���

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1 • PRÁTICA DE PROVAS
*010175AZ18*

Questão 41 Questão 43
������� ����������� ��� ���������� ����������� ��� TEXTO I
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Os séculos de escravidão são um aspecto triste da
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transmitidas de geração em geração, como narrativas
�������������������������������hunsrückisch se tornou
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���������������������������������������������������� Povos remanescentes de quilombolas são grupos
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��� ��������� ���� �� hunsrückisch� �� ������� ��� ��������
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de 1988 como detentores de direitos territoriais coletivos
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B é ���������������������������������� �������������
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Questão 42 ������������
TEXTO I nossos corações
Cadeira de segurança para crianças
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ontem
* Recomenda-se: antes de utilizar o cinto de segurança, observe o peso e a ���������������������������
altura da criança, pois o cinto de segurança do veículo é projetado para um
adulto com altura mínima de 1,45 cm e peso mínimo de 36 kg.
Observe as orientações do fabricante e use cadeiras certificadas pelo Inmetro.
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TEXTO II
sabes que em cada coração de negro
Quem pensa na frente anda com segurança no
banco de trás �����������������������
�������������������������������������������������� em cada barraco
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������������������������������������������������ outro palmares crepita
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��������� �� ���� ������������� ��������� ��� ���� �� �������� �� nossa luta
������� ���� �� ������ ������ ��� ���� ���� �� ��� ��������� atual e passada
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A segurança no trânsito tem sido tema de diversas ��� ����������� ������ ��� ������� �� �� ���� ����������� ����
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depreende-se que ambos
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A advertem sobre a importância do uso adequado dos
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D � ��amam a atenção para as sanções impostas aos
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E sugerem aos pais atitudes a serem tomadas na
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18 ���������������������������������������������

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PRÁTICA DE PROVAS • 1
*010175AZ19*

Questão 44
Espaço e memória
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Questão 45
Circuito Praça da Liberdade

6 Centro de Arte Popular - Cemig 5 Escola de Design - UEMG


4 Memorial Minas Gerais Vale
7 BDMG Cultural
3 MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal 8 Academia
Mineira de Letras
2 Espaço do Conhecimento UFMG R.
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1 Centro de Informação ao Visitante / s
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Hub Minas Digital (Rainha da Sucata) hia or


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16 Biblioteca Pública Estadual iro


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de Minas Gerais Av.


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Mineiro
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Colo ra sil
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Av.
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11 Casa do Patrimônio Cultural de Minas Gerais


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12 Centro Cultural Banco do Brasil
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R. S
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Café
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Acessibilidade para pessoas com deficiência física


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Restaurante
Livraria 13 Casa da Economia Criativa Acessibilidade para pessoas com deficiência visual
Lojas 15 Palácio da Liberdade Tradução em Libras
14 Cefart Liberdade Audioguia
Centro de Informação ao Visitante (CIV)
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Azul
1 • PRÁTICA DE PROVAS

GABARITO PROVA ENEM 2021

LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS
GABARITO
QUESTÃO QUESTÃO GABARITO
INGLÊS ESPANHOL
1 D B 46 D
2 A C 47 B
3 C B 48 D
4 E C 49 B
5 C E 50 A
6 A 51 E
7 C 52 D
8 B 53 A
9 C 54 E
10 E 55 E
11 A 56 A
12 E 57 C
13 D 58 A
14 A 59 E
15 D 60 E
16 E 61 B
17 B 62 A
18 A 63 A
19 A 64 D
20 E 65 E
21 B 66 A
22 B 67 B
23 C 68 E
24 A 69 B
25 B 70 E
26 D 71 D
27 A 72 A
28 B 73 C
29 B 74 B
30 A 75 C
31 A 76 B
32 A 77 D
33 A 78 D
34 ANULADO 79 B
35 A 80 B
36 C 81 A
37 C 82 B
38 D 83 B
39 D 84 C
40 A 85 C
41 B 86 B
42 A 87 A
43 C 88 B
44 B 89 A
45 E 90 B

310

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