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Autor

SÉRGIO LISBOA DE OLIVEIRA

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ÍNDICE
Capítulo 1 - O AUTOCONHECIMENTO E ASCESE

1 - O que Aprenderemos

2 - A Ascese Cristã

3 - O Controle dos Pensamentos

4 - A Acídia

5 - O Defeito Dominante

6 - Calar e NÃO Julgar

7 - A Mansidão

8 - Jaculatórias | Visitas ao Santíssimo | Terço

9 - A Santa Missa: Oração das orações

Capítulo 2 - O PECADO

1 - O Pecado e os Três Inimigos da Alma

2 - Pecado Mortal & Pecado Venial

Capítulo 3 - OS 7 PECADOS CAPITAIS

- Introdução aos Pecados Capitais

1 - A Soberba

2 - A Gula

3 - A Luxúria

4 - A Avareza

5 - A Preguiça

6 - A Inveja

7 - A Ira

8 - Como Encontrar a Paz

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Capítulo 4 - OS 4 TEMPERAMENTOS HUMANOS

1 - Definição e Divisão dos Temperamentos

2 – O Temperamento COLÉRICO

3 – O Temperamento SANGUÍNEO

4 – O Temperamento FLEUMÁTICO

5 – O Temperamento MELANCÓLICO

6 - Conclusão

Capítulo 5 - AS 7 VIRTUDES

1 - A Fé

2 - A Esperança

3 - A Caridade

4 - A Prudência

5 - A Justiça

6 - A Fortaleza

7 - A Temperança e Conclusão

Capítulo 6 - OS DEZ MANDAMENTOS

1 – Explicação sobre os 10 Mandamentos

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CAPITULO 1

1 - O que Aprenderemos

Bem-vindo(a) a este curso! Curso de Exercícios Espirituais e de Autoconhecimento,


preparado especialmente para você, você que busca crescer em sua espiritualidade. Não
haveria imagem melhor do que a da capa para começarmos bem o nosso curso de
espiritualidade.

Aí nós vemos Jesus, aquele que foi capaz de trazer a Luz ao Mundo... Como o profeta
Isaias disse: Eis que o povo que andava nas trevas viu uma grande Luz: Jesus! Somente Ele é a
nossa luz, quanto mais buscarmos conhecê-Lo, mais vamos sentir o seu amor e amá-Lo de
volta.

O QUE SÃO EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS?

“É qualquer modo de examinar a consciência, meditar, contemplar... E outras atividades


espirituais...” (Santo Inácio de Loyola).

Ou seja, não se trata de exercícios físicos, nem em como rezar ou como fazer as suas
orações.... NÃO!

Trata-se de estudarmos e meditarmos sobre como melhorar a nossa espiritualidade Cristã


católica, e as formas que podemos fazer para que possamos crescer na fé, na espiritualidade e
na dimensão humana.

Logo, esses exercícios espirituais vão deixar a alma mais forte, mais experiente e mais
inteligente na luta contra o mal.

Uma vez, tendo feito os dois cursos propostos aqui (Este Curso de Exercícios Espirituais e o
Curso de Formação Litúrgica do Católico), você terá uma lista grande de exercícios espirituais
para praticar:

 Tanto relacionados à missa e a liturgia;

 Quanto relacionados à espiritualidade propriamente dita;

 E também relacionado ao aprendizado do autoconhecimento e amadurecimento


humano.

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2 - A ASCESE CRISTÃ

“Todo batizado é chamado à santidade.”

(Concílio Vaticano VII, Lumen Gentium, Capitulo V).

A Ascese são os exercícios diários que o cristão deve fazer para manter-se na presença de Deus
E ter uma vida santa.

OBS 1: Não se trata de exercícios físicos, mas mentais e espirituais.

OBS 2: A palavra Ascese vem de ascensor, elevar. Estar elevando constantemente o nosso ser
a Deus.

É SEMELHANTE AO ATLETA OLÍMPICO:

Os grandes padres místicos explicam que essa ascese mística é semelhante aos
exercícios dos atletas olímpicos: eles não treinam apenas na véspera das olimpíadas, mas sim
todos os dias, repetidamente, nos diversos períodos: de manhã, à tarde e à noite.

Assim também deve fazer o cristão que quer buscar a santidade e aproximar-se de
Deus. Ele deve exercitar-se na ascese diariamente, momentaneamente, elevando os seus
pensamentos a Deus a cada instante.

COMO UMA ORAÇÃO QUE NÃO TEM MAIS FIM!

Sobre os exercícios ascéticos, São Paulo dizia: “Todos os atletas se impõem a si muitas
privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa
incorruptível”. (1Cor 9, 25).

Para praticarmos ascese, nós devemos lutar contra os nossos vícios e paixões, que são
chamados de nossos próprios demônios.

OBSERVAÇÃO: demônio aqui é entendido como os vícios e paixões que temos na alma e no
corpo.

É pela ascese, ou luta diária contra esses vícios e paixões (demônios), que nós
encontraremos a paz interior e a santidade. Essa grande luta contra o mal que há dentro de
nós só pode ser vencida com a força de Cristo que habita em nós, infundida pelo batismo.

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A GRAÇA DE DEUS + O ESFORÇO PESSOAL

Ascese não é uma simples oração em que um grupo de pessoas reza sobre mim e eu
passo a ser santo e ficar cheio do Espírito Santo. Ascese é um esforço pessoal e diário de muita
luta para vencer os próprios vícios e paixões: chamados na espiritualidade de “demônios”.

Exemplo: os apóstolos não se santificaram pelo fato de conhecerem Jesus. Somente depois de
3 anos de ensinamentos e muitas orações recebidos de Jesus foi que eles tiveram a infusão do
Espírito Santo em Pentecoste e saíram em missão, dando as suas vidas por amor a Cristo.

A santidade é a flor mais bela dessa terra, mas precisa ser semeada pela graça,
cultivada pelo esforço, defendida pela luta, para ser, um dia, colhida por Deus.

Graça: no batismo, a graça e o desejo da santidade já foram semeados em nosso Coração;

Esforço e luta pela Santidade: é o que vamos aprender a fazer neste curso.

Para um dia dizermos como São Paulo: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira...
Resta-me agora receber a coroa da justiça”. (2 Tm 4, 7).

CONCLUSÃO - RUMO AO CASTELO INTERIOR

Santa Teresa de Ávila entendeu, viveu e elaborou um método de profunda


espiritualidade em busca de Deus, cujo o principal olhar era para dentro de si mesmo, pois no
mais profundo da alma está a morada de Deus.

Ela explicou essa busca no livro “Moradas”, ilustrando a alma como se fosse um
castelo com 7 moradas; e quanto mais você vai para dentro das primeiras moradas mais
internas, mais perto de Deus você fica e mais santo você se tornará. Sendo que a entrada
nesse castelo é através da oração e a vida da graça (vida de ascese), evitando o pecado mortal.

(Fonte: Livro Castelo interior / ou Moradas – 1500 dc)

SANTO AGOSTINHO RELATA OS FRUTOS DA ASCESE

“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei!

Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora!

Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas.

Estavas comigo, mas eu não estava contigo”.

(Tarde Te Amei - Santo Agostinho / Livro: AS Confissões- 400dc)

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3 - O CONTROLE DOS PENSAMENTOS

Os pensamentos são essenciais na vida espiritual: porque eles fundamentam nossas


emoções e ações. Para exercer o controle dos pensamentos, você deve aprender a seguinte
regra de funcionamento da mente:

PARA CADA IMAGEM NA MENTE, EXISTE UM SENTIMENTO CORRESPONDENTE.

Repetindo:

PARA CADA IMAGEM NA MENTE, EXISTE UM SENTIMENTO, UMA SENSAÇÃO


CORRESPONDENTE:

EXEMPLOS:

- Se eu penso em limão, minha boca saliva (primeiro vem a imagem e em seguida o sentir);

- Se eu penso na pessoa amada, o coração logo acelera;

- Se os pais pensam no filho recém-nascido, vem o sentimento de alegria.

OU SEJA: PARA TODO PENSAMENTO, EXISTE UM SENTIMENTO CORRESPONDENTE.

Portanto, para termos uma vida equilibrada e saudável não podemos deixar que
qualquer imagem ou pensamento chegue até a nossa cabeça.

Vou dar um exemplo pessoal que exerço: eu nunca assisto filmes de terror, porque senão eu
passo toda a noite tendo pesadelos e acordo apavorado, cansado e exausto no outro dia.
Então, como eu já aprendi esse funcionamento da minha mente, eu nunca assisto esse tipo de
filme, até porque eu sei que as imagens que estão naquele filme gerarão em mim sensações
ruins durante a noite e, quem sabe, durante o dia também.

CONTROLE O QUE VOCÊ ASSISTE:

É assim que os grandes meios de comunicação fazem: se eles querem que você passe
o dia inteiro triste e pensativo, eles ficam repetindo aquelas imagens daquela grande tragédia,
na TV, no Site e nas redes sociais, até a exaustão. Dessa forma, você ficará o dia inteiro com
aquela sensação de tristeza inexplicada.

Se eles querem que você fique revoltado(a) e/ou indignado(a), eles vão passar aquele
grande ato de corrupção ou injustiça, cometido por alguém. Dessa forma, você ficará o dia
inteiro indignado(a).

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É semelhante aquelas músicas que “grudam” na cabeça igual chiclete. De tanto


repetirem, você acaba aprendendo a música mesmo sem querer.

O mesmo acontece com as imagens que são repetidas para a nossa mente: ficam na
cabeça, e, para piorar, elas geram sentimentos correspondentes, conforme as imagens que
você absorveu no seu dia. Como vimos, os nossos sentimentos não podem ficar à mercê dos
outros, senão cada dia estaremos de um jeito.

PROTEJA A SUA ALMA:

Temos que controlar e filtrar o que entra pela nossa visão, assim como uma mãe que
cuida de todas as coisas que os filhos assistem para que eles não fiquem com medo. O mesmo
deve acontecer conosco, adultos, que temos que proteger a nossa mente, a nossa alma das
coisas maléficas que querem se apossar de nós através da visão, da audição, etc...

Devemos observar quais tipos de pensamentos mais nos perturbam durante o dia e
durante a noite. Quais deles permanecem mais em nós; Quais deles causam mais estragos em
nós; Quais deles mais nos incomodam e prejudicam a nossa alma... E não permitir que eles se
apoderem de nós, gerando emoções negativas que podem nos dominar e prejudicar.

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4 - A ACÍDIA

É o demônio(vício) da inquietação. A acídia é a incapacidade de fazer-se presente no


momento atual. A pessoa nunca está satisfeita no lugar em que ela está.

OBSERVAÇÃO: quando exercemos o controle sobre os nossos pensamentos, já é meio


caminho andado para vencer este demônio(vício) da acídia.

FUGA DA REALIDADE:

A acídia se caracteriza pela fuga da realidade. Não se aceita encarar a sua própria
realidade. Por isso a pessoa está sempre com os pensamentos em outro lugar e evita o
momento presente.

EXEMPLO:

- Se ela está em uma reunião, ela sente que deveria estar em casa assistindo a novela;

- Se ela está rezando o terço, ela está preocupada com que roupa vai vestir para ir à missa;

- Se a pessoa está na missa, ela está pensando no que vai jantar após o termino da missa;

- Se ela está no trabalho, o pensamento dela está em casa, e acha que é lá que ela deveria
estar naquele momento.

PESSOA SE TORNA DIVIDIDA

Na Acídia, a pessoa fica como que dissipada, dividida e nunca consegue estar de corpo
e alma presentes em nada, tornando-se uma pessoa superficial e prejudicando a sua vida
interior, pois, dessa forma, pouco proveito ela tira da vivência espiritual.

A pessoa com acídia não consegue detectar com o que deve se ocupar. E assim fica
simplesmente ao léu dos pensamentos. Mas já não tem prazer em mais nada. Torna-se cínica e
se sente capaz de criticar tudo e a todos. Dessa forma, ela não tem apetite nem para o
trabalho, nem para a oração.

É A DOENÇA DOS JOVENS

“Atualmente, a acídia também parece ser uma disposição fundamental de muitos jovens. Eles
são incapazes de envolver-se e entusiasmar-se por alguma coisa. Não são capazes de viver no
momento atual. Na intenção de sentir a vida, eles acham que precisam experimentar sempre
algo novo. Para os violentos dentre eles, a força bruta contra os outros é o único caminho para
se sentirem vivos.”

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(Fonte: livro ‘O Céu Começa em Você’ - Anselm Grun p. 88)

PERMANECER EM SI MESMO:

É suportar-se e não fugir de si mesmo. A fuga de nós mesmos não é a solução. Hoje
está em moda uma das três concupiscências: a concupiscência dos olhos:

O prazer desmedido que entra pelos olhos. Estou falando das redes sociais, TV, filmes e tudo
mais que nos satisfaz e entra pelo sentido da visão. Dessa forma, o permanecer em si mesmo
fica quase impossível para o homem e a mulher modernos.

Toda as vezes que eu tenho um problema, ao invés de resolvê-lo, eu vou para a TV.
Todas as vezes que preciso fazer as minhas orações, eu fico no celular vendo notícias e
acontecimentos pouco produtivos.

Vimos apenas algumas das centenas de formas que temos de fugirmos de nós mesmos
e evitar permanecer em nós e nos conhecermos interiormente. A ideia é parar de fritar o
nosso cérebro com tantas imagens e informações que nos cansam e nos empurram para fora
de nós mesmos e impedem que a semente de Cristo que foi plantada em nós possa germinar.

Hoje em dia, com tantos meios de distração, eletrônicos ou não, fica muito mais difícil
permanecermos em nós mesmos. A ideia é que permanecendo em nós mesmos, sem fugir da
nossa própria realidade, evitemos a fuga, e evitamos que a fuga chame a vários outros vícios,
como: a acídia, luxúria, gula, Inveja e outros.

Todos nós temos as noites escuras e sofrimentos. Todos temos uma cruz, mas após
permanecermos em nós mesmos, sem fugir, e enfrentando os nossos próprios demônios (que
são os vícios e paixões) nossa alegria virá em seguida, como diz o salmista:

“O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” (Salmos 30, 5).

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5 - O DEFEITO DOMINANTE:

1 - O que é? 2 - Como conhecê-lo? 3 - Como combatê-lo?

1 – O QUE É: É aquele defeito que em nós tende a prevalecer sobre os outros.


Consequentemente, age sobre o nosso modo de sentir, julgar, simpatizar, querer e agir. Ele se
sobressai na frente dos outros.

É silencioso: é como a traça, cupim... você não o vê, mas ele está corroendo, fazendo mal à
pessoa, e, geralmente, só é percebido depois de muito mal ter feito.

Normalmente: é o defeito mais perigoso e é o oposto da qualidade que temos em nós. Ex: São
Francisco de Sales tinha o defeito dominante da ira e o seu oposto conseguiu a Docilidade.

Inclinação do defeito dominante: depende do temperamento da pessoa, que, por sua vez,
depende da biologia, cultura social e resquícios de pecados. Há temperamentos inclinados a
um dos pecados capitais: Soberba, avareza, luxuria, inveja, gula, ira e preguiça.

Mas há temperamento inclinado, sobretudo, para: Soberba e a Ira.

2 - COMO CONHECÊ-LO: Através do Autoconhecimento

Não ter ilusão sobre si mesmo: achando que somos algo que não somos (perfeitos sem erros),
Lembrar da benção da água tradicional, que diz que aquela aspersão afasta de nós todas as
ilusões. Que é própria do demônio. Ilusão e Mentira.

O defeito dominante, muitas vezes, se reveste de virtude (QUER SEMPRE JUSTIFICAR): sendo
de difícil identificação e aceitação. O homem irado não se diz irado, mas que ele é a justiça do
mundo; O luxurioso, que é um grande amante das mulheres; O avarento, que é uma pessoa
prudente... O soberbo diz que não tem tempo para rezar porque está sempre ocupado com as
coisas da igreja.

Principal Característica: a pessoa está sempre justificando as consequências desse defeito.

Por que é tão necessário conhecer o nosso defeito Dominante? Porque o demônio nos
conhece bem. Ex: se o defeito da pessoa é a luxúria, então ele vai tentar coisas relacionadas à
sexualidade, pornografia, lembranças, etc... Se é a ira, coisas relacionadas, como a raiva, etc...

Dicas para conhecê-lo: analisar quando acordo de manhã... Para que lado tende os meus
pensamentos, minhas preocupações? O que estou pensando quando minha cabeça está
parada? Isso é para saber o que povoa meu coração e para onde ele está seduzido. Observar a
cultura interna da minha vida: tudo que já cultivei e se me apego a essas pequenas
arvorezinhas que podem vir a ser o pior demônio da minha vida.

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3 - COMO COMBATÊ-LO: Combater sempre.

Pois o combate espiritual é mais importante do que a vitória. Não se pode dar trégua aos
defeitos. Fazendo dos defeitos, pecados de estimação. A santidade é essa realidade bela e
maravilhosa, mas que leva consigo essa dura batalha contra o nosso defeito dominante. Sem
esse combate, não se tem alegria interior e nem paz. A paz nasce do espírito de sacrifício.
“Porque a paz é a tranquilidade na ordem”. (Santo Agostinho).

“Sede perfeito como vosso Pai do céu é perfeito.” (Mt 5, 48).

Portanto, quando o Senhor permite a tentação, faças o que podes e peças o que não podes.

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6 - CALAR E NÃO JULGAR

Um sinal para saber se a ascese está nos conduzindo para Deus é o não julgar o
próximo. Pois o julgamento pertence a Deus, que conhece todas as coisas.

O julgamento alheio é sinal que várias paixões, vícios e pecados habitam dentro da
pessoa que julga e estão se manifestando, pois quando julgamos é porque somos:

soberbos;

ou arrogantes;

ou sem compaixão;

ou invejosos;

ou maldosos;

ou irascíveis e mais um conjunto de pecados prejudiciais ao cristão.

O julgamento dos outros nos torna cegos para as nossas próprias falhas:

Quem julga e condena com frequência é sinal que não conhece a si mesmo. Todavia,
nós temos a mesma natureza da pessoa julgada. Pois se conhecesse a si próprio, a pessoa
saberia que está carregando em si mesma aquilo que julga nos outros.

Os psicólogos dizem que, ao julgarmos os outros e emitirmos sentimentos de maldade,


nós só estamos externalizando aquilo que está dentro de nós mesmos. E o pior para nós é que
nós conhecemos a palavra de Deus, que condena tal ação de julgamento.

DISSE JESUS:

“Não julgueis, para não serdes julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também
vós julgados.” (Mt 7, 1).

“Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio
olho?” (Lc 6, 41).

BENEFÍCIOS DE QUEM NÃO JULGA O SEU IRMÃO:

⮚ Aquele que evita o julgamento do irmão, ocupa-se mais consigo mesmo, em consertar os
próprios defeitos.

⮚ Ele imita a Nossa Senhora: que apenas observava todas as coisas e as meditava em seu
coração. (Cf. Lc 2, 19).

⮚ Oferece o sacrifício a Deus de suportar-se em silêncio;


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⮚ Aprende a falar na hora certa, para que suas observações tenham força;

⮚ Não quer castigar nem maltratar os outros com palavras, e todas as suas observações são
bem recebidas pelos irmãos, porque suas palavras estão sempre cheias de misericórdia.

Os místicos ensinam a calar e encarar o comportamento dos outros como um espelho,


sendo um estímulo para corrigir em nós mesmos o que identificamos de errado no próximo.

O CALAR:

“Os monges elogiam sempre de novo o calar. O calar é, para eles, o caminho para encontrar-se
consigo mesmo, o caminho para descobrir a verdade do próprio coração. Todavia, o calar é
também o caminho para libertar-se do perigo de constantemente criticar e julgar o outro.
Corremos sempre o perigo de avaliar, apreciar e criticar a todo ser humano que encontramos.
E, não raro, nos descobrimos novamente a criticá-lo e a julgá-lo. O calar impede de julgar e nos
leva a confrontar-nos sempre de novo conosco mesmos. Ele cria uma barreira e inibe que
projetemos nossos lados sombrios sobre o outro. Os antigos sabiam do perigo de
constantemente tendermos a girar em torno do outro com nossos pensamentos e boatos.”

(Fonte: Livro ‘O Céu Começa em Você’, p. 69)

Muitas vezes, faz-se necessário o exercício consciente do calar, a fim de que também o
coração possa se acalmar. Para justificar o julgamento alheio, corremos o risco de achar que só
estamos preocupados com a salvação do nosso irmão. Porém, só fazemos barulho sobre os
pecados dele, ao passo que os nossos próprios pecados são muito mais numerosos e
escandalosos.

Mas, por sorte, há o remédio do calar. Através do calar é possível fazer as agitações
interiores aquietarem-se. No calar, a poeira levantada pode assentar-se, de modo que o
interior possa ganhar uma tal nitidez, como acontece com o vinho turvo que, ao ficar parado
durante um longo e silencioso tempo, se torna cada vez mais transparente.

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7 - A MANSIDÃO

A mansidão é o sinal que a ascese (exercícios espirituais) está fazendo efeito em


nossas vidas. E que Cristo habita em nossas almas.

DE NADA ADIANTARIA TODOS OS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS SE NÃO FORMOS MANSOS!

A mansidão é uma virtude que agrada muito ao nosso Pai Celeste. Que viu esta virtude
em Moisés e o elogiou: “Moisés era o mais manso de todos os homens da terra”. (Nm 12,3).

A virtude da mansidão é tão bela e agradável a Deus e aos homens, que Nosso Senhor
Jesus Cristo indica como uma característica de seu próprio coração, a qual devemos imitar:

“Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração.” (Mt 11, 29).

A mansidão é, portanto, um sinal de que nós compreendemos a Cristo e de que O


estamos seguindo e entendemos qual é o Seu jugo suave. Quem encontra a mansidão dentro
de si, encontrará a Cristo e haverá de reconhecê-Lo através dela.

O FINGIMENTO:

Por saberem que tão grande é essa virtude diante de Deus e dos homens, muitos
fingem ter a virtude da mansidão: fingem ser mansos, principalmente quando estão sendo
vistos. Porém, é só uma contrariedade aparecer e permanecer em suas vidas que eles já
explodem como um homem mundano, sem Deus.

A MANSIDÃO GERA EM NÓS VARIAS OUTRAS VIRTUDES:

Como a misericórdia, o autocontrole, o perdão e a compaixão, a calma diante dos


problemas, a benevolência etc... Escreveu o asceta Evágrio a um Discípulo ao orientá-lo sobre
a vida espiritual: “Acima de tudo, porém, não esqueças a mansidão e a prudência, pois elas
purificam a alma e nos indicam o conhecimento de Cristo”.

SOMOS UMA GERAÇÃO SEM MANSIDÃO:

“O nervosismo interior é uma doença de nossa época. Todos vivem como imersos em um
estado de sensibilidade, de irritação, que abala os nervos, e conserva muitas pessoas em
perpétua irritação.

A educação de hoje, as dificuldades da vida, a pressa que há em tudo, provocam e


desenvolvem este estado, ao ponto que certas pessoas vivem continuamente irritadas no seu
interior, esperando apenas a ocasião para explodirem: em desabafo, palavras ásperas, em
gestos imperativos e até em blasfêmias.”

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“Em vez de combaterem o seu temperamento e defeitos, contentam-se com as desculpas:

– Este é o meu gênio! – Não está em mim conter-me ! – Sou nervoso assim mesmo! Etc...”

São desculpas de egoísmo, da preguiça, do comodismo”.

TORNAR-SE MANSO

A mansidão não nasce da natureza. Mas do combate aos defeitos da natureza


(Repetir). O homem é essencialmente egoísta, e por isso é áspero para quem se opõe às suas
ideias e aspirações.

Se sentirmos em nós as agitações da irascibilidade, os impulsos do nervosismo,


tomemos resoluções enérgicas de fazer atos positivos de oposição.

“A santidade é a flor dessa terra, mas precisa ser semeada pela graça, cultivada pelo
esforço, defendida pela luta, para ser um dia colhida por Deus.”

(Fonte: https://irmandadedocarmo.org/2020/01/28/instrucao-sao-francisco-de-sales-e-a-mansidao)

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8.1 - JACULATÓRIAS

São Pedro, em sua carta, nos ensina o seguinte:

“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como um
leão que ruge, buscando a quem devorar.” (1 Pd 5, 8).

As jaculatórias são orações ou invocações muito curtas que ajudam na nossa ascese
diária. Essas invocações diárias são pequenos exercícios que nos ajudarão a vigiar e não
sairmos da presença de Deus durante o nosso dia a dia.

Elas também são usadas no final da oração de cada dezena do terço:

Ex 1: “Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.”

Ex 2: “Jesus, manso e humilde de Coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso.”

Ela deve ser fervorosa, podendo ser muito pequena, para apenas esquentar o coração de amor
a Deus:

Ex 3: “Vinde Espírito Santo.” (Repetir 10x ou quantas vezes quiser).

Ex 4: “Jesus... Jesus... Jesus.”

Ela pode ser também uma pequena oração criada por você mesmo... Ou também um pequeno
fragmento de texto que você retirou da Bíblia:

Ex 5: “Ajude-me, Senhor...” (Repetir 10x ou quantas vezes quiser).

Ex 6: “Libertai-me Senhor...”

Ex 7: “Socorrei-me Senhor...”

Ex 8: “Louvado Seja Deus... Bendito Seja Deus...”.

OBSERVAÇÃO:

A QUANTIDADE NÃO IMPORTA, O IMPORTANTE É FAZER AS JACULATÓRIAS SEMPRE NO


DECORRER DO DIA.

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LISTA DE ALGUMAS JACULATÓRIAS

A DEUS ONIPOTENTE:

● Abri, Senhor, os meus lábios, e a minha boca cantará os vossos louvores;

● Graças e louvores se deem a todo o momento. Ao santíssimo e diviníssimo Sacramento;

● Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão pelos que não creem,
não adoram, não esperam e não Vos amam;

● Deus, Pai do Céu, tende piedade de nós.

A JESUS CRISTO

● Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso;

● Oh sangue e água que jorrastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para
nós, eu confio em vós;

● Jesus Misericordioso, eu confio e espero em Vós;

● Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em Vós;

● Nosso Senhor Bom Jesus, tende piedade de nós;

● Jesus, manso e humilde de Coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso;

● Sagrado Coração de Jesus que tanto nos amais, fazei que eu Vos ame cada vez mais;

● Jesus Sacramentado, nosso Deus Amado;

● Sagrado Coração de Jesus, protegei as nossas famílias;

● Sagrado Coração de Jesus, eu me dou a Vós por Maria;

● Coração de Jesus, fazei que eu Vos ame e Vos faça amar.

À VIRGEM MARIA

● Doce Coração de Maria (ou Imaculado Coração de Maria), sede a nossa salvação;

● Imaculada Rainha da paz, dai-nos a paz;

● Nossa Senhora da Divina Providência, providenciai;

● Ó Maria concebida, sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!

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À SAGRADA FAMÍLIA

● Sagrada Família, santificai as nossas famílias;

● Jesus, Maria e José, a nossa família Vossa é;

● Jesus, Maria e José, aumentai a minha Fé.

AO ESPÍRITO SANTO E À SANTÍSSIMA TRINDADE

● Divino Espírito Santo, tende piedade de nós;

● Divino Espírito Santo, iluminai-nos, guiai-nos, dai-nos sabedoria, discernimento,


santidade e pureza de oração;

● Santíssima Trindade, tende piedade de nós.

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8.2 – AS VISITAS E ADORAÇÃO A JESUS SACRAMENTADO

AS VISITAS:

O grande Dom Bosco nos ensina o Seguinte sobre as visitas a Jesus Sacramentado:

“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças?

Visitai-O muitas vezes.

Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-O poucas vezes.

Quereis que o demônio vos assalte?

Visitai raramente a Jesus Sacramentado.”

(Dom Bosco)

As visitas aí mencionadas por Dom Bosco são diferentes da adoração. Explico! A Visita
a Jesus Sacramentado é uma ação mais rápida, porque são feitas durante as atividades do dia a
dia… Por exemplo, no intervalo entre um trabalho e outro… Na hora do almoço, ou na volta
para casa, etc.

Você apenas entra na igreja, faz uma genuflexão ou reverência ao sacrário e diz a Jesus
que o ama… O agradece pelo seu dia… ou faz uma jaculatória, ou diz o que estiver no seu
coração, ou até mesmo pode guardar o silêncio interno e externo.

Pode demorar apenas alguns segundos ou alguns minutos. Depois desse pequeno
momento, dessa pequena visita, você poderá voltar aos seus afazeres diários. Esse pequeno
gesto de amor a Jesus Sacramentado é muito recomendada por Dom Bosco. Sendo que os
frutos recebidos são testemunhados por muitos santos e pessoas normais.

A ADORAÇÃO:

Já a adoração, diferentemente das visitas, quer ser um momento de oração mais


prolongado com Jesus Eucarístico. Ela pode ser feita com Santíssimo, dentro do sacrário, ou
com Ele exposto. O dia semanal proposto pela igreja para a adoração é a quinta-feira.

É um momento de contemplação a Jesus, deve-se agradecê-Lo por seu sacrifício por


nós e corresponder a Ele com a prática permanente desse gesto de amor. A adoração ao
Santíssimo Sacramento é uma prolongação da vivência da Santa Missa em nossas vidas.

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“A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico. Ela nos manda
adorar a Cristo sob os véus eucarísticos e suplicar-lhe os dons sobrenaturais e terrenos de
que temos sempre necessidade... Pois Eucaristia produz a graça e contém de modo
permanente o próprio autor da graça.” (Cf. CIC 1380; MD 117).

Santo Agostinho afirma: “Ninguém come esta carne sem que antes tenha adorado’... e
acrescenta... e pecamos por não o adorarmos”. (MD 116).

“Que a nossa adoração não cesse jamais.” (CIC 1380).

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8.3 - O SANTO TERÇO

O exercício da oração do santo terço, com certeza, é a oração mais querida e mais feita
pelos católicos. Nele, contemplamos toda a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, saudando a
santíssima Mãe Sagrada: a Virgem Maria.

- Um Terço é composto de 5 dezenas, em que cada dezena é rezado dez ave-marias e um Pai
nosso.

- Já o Rosário Completo, é composto de 4 terços, em que cada terço é contemplado um


mistério da vida de Jesus. Do nascimento até a sua morte e ressurreição.

Nossa Senhora, quando apareceu aos três pastorinhos, em 1917, em Fátima, fala que
Lúcia e Jacinta iriam um dia para o céu, mas que Francisco precisava ainda rezar muitos terços
para alcançar o céu.

Nessa fala, nossa Mãe do Céu demonstra, mais uma vez, em uma aparição, que ela
tem o grande poder de intercessão por nós, diante do seu filho Jesus.

Essa intercessão não é comparada a de nenhum outro santo. Foi isso que o
ensinamento das bodas de Caná nos ensina, e também quando no magnifica é rezado: o
Senhor Fez em Mim Maravilhas... Doravante as gerações me chamarão de bem aventurada. Na
oração do santo terço, além de contemplarmos os mistérios da vida de Jesus, também
usufruímos da intercessão da Santíssima Virgem Maria.

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TODOS OS MISTÉRIOS DO ROSÁRIO

MISTÉRIOS GOZOSOS (reza-se na: segunda-feira e sábado)

1. A encarnação do Filho de Deus;

2. A visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel;

3. O nascimento de Jesus;

4. A Apresentação do Senhor Jesus no templo;

5. A Perda do Menino Jesus e o encontro no templo.

MISTÉRIOS DOLOROSOS (reza-se na: terça-feira e sexta-feira)

1. A Oração de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras;

2. A Flagelação do Senhor;

3. A Coroação de espinhos;

4. O Caminho do Calvário, carregando a Cruz;

5. A Crucificação e Morte de Nosso Senhor.

MISTÉRIOS GLORIOSOS (reza-se na: quarta-feira e domingo)

1. A Ressurreição do Senhor;

2. A Ascensão do Senhor;

3. A Vinda do Espírito Santo em Pentecostes;

4. A Assunção de Nossa Senhora aos Céus;

5. A Coroação da Santíssima Virgem.

MISTÉRIOS LUMINOSOS (reza-se na: quinta-feira)

1. O Batismo no Jordão;

2. A autorevelação nas bodas de Caná;

3. O anúncio do Reino de Deus convidando à conversão;

4. A Transfiguração;

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5. A Instituição da Eucaristia.

OBSERVAÇÃO:

Na oração do terço, dentro do ambiente da igreja, podemos fazer a junção dos três
exercícios espirituais que vimos aqui: Terço + Jaculatórias + Adoração ao Santíssimo.

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9 - A SANTA MISSA: ORAÇÃO DAS ORAÇÕES

A Santa Missa é a oração mais importante que existe. Não existe nada comparado a
uma Missa. E o motivo é porque a cada santa missa se atualiza toda a redenção de Jesus.
Todos os méritos adquiridos, merecidos por Jesus na Cruz, são atualizados em cada santa
missa celebrada.

E por ser a missa tão importante para nós, você tem, aqui, na sua área de membros,
um curso inteiro dedicado só sobre a explicação da Santa Missa, com mais de 64 aulas... E
ainda mais um e-book (um Livro Digital) sobre a Missa.

E caso você ainda não tenha assistido ao curso, peço a você que assista, pois, com
certeza, te ajudará muito em sua espiritualidade:

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"O sagrado sacrifício do altar não é uma pura e simples comemoração da paixão e
morte de Jesus Cristo, mas é um verdadeiro e próprio sacrifício, no qual, imolando-se
incruentamente (sem novo derramamento de sangue), o Sumo Sacerdote (Jesus) faz
aquilo que fez uma vez sobre a cruz, oferecendo-se todo ao Pai, vítima
agradabilíssima." (MD 61).

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CAPITULO 2

O PECADO:

“Porque o salário do pecado é a morte.” (Rm 6, 23).

Primeiro e Grande Ensinamento: o nosso maior inimigo é o pecado. O homem está sempre
pecando, pois ele tem que saber que tem 3 grandes inimigos da alma para lutar por toda a
vida: 1 - O Demônio; 2 - O Mundo; 3 - A Carne; Os três sempre lhe sugerem o pecado.

Pecado: é eu escolher a minha vontade, rejeitando a vontade de Deus para minha vida. “É um
amor de si contra si mesmo”. Exemplo do marido infiel: é um amor para consigo mesmo,
contra ele mesmo.

É um idolatrar-se: eu sou o meu próprio Deus: “Assim, o pecado é o amor de si próprio levado
até ao desprezo de Deus”. Para corrigir essa desordem, Jesus amou e obedeceu tanto o Pai ao
ponto de desprezar-se a si mesmo até a morte de Cruz. (cf. CIC 391, 1850-1851).

Reino do Demônio: quando Pecamos, saímos do reino de Deus e entramos no reino do


demônio. Porque foi isso que Lúcifer fez: “No servia”: não serviremos.

1 - OS TRÊS INIMIGOS DA ALMA

“Ouvi: saiu o semeador a semear. Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do
caminho e vieram as aves e a comeram...”. (Mc 4ss).

Jesus continua essa parábola explicando o que aconteceu com cada semente lançada
em cada tipo diferente de terra. Nesse mesmo capitulo 4, após acabar de contar-lhes essa
parábola, os apóstolos pedem que Jesus explique o que Ele quis dizer com aquela parábola.

É EXATAMENTE NA EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA QUE JESUS NOS INDICA ESSES 3 GRANDES


INIMIGOS DA ALMA:

Ele nos explica que...: As sementes são a palavra de Deus que foram lançadas, semeadas em
nosso coração por Deus Pai; daí vem os três inimigos, usando várias táticas para arrancá-la de
nosso coração.

Vejamos Três os inimigos:

1º: O DEMÔNIO:

- “Alguns (pessoas) se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem,
vem Satanás tirar a palavra neles semeada”. (Mc 4,15).

Aí aparece o primeiro inimigo da alma: o DEMÔNIO.


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2º: O MUNDO:

- “Outros ainda recebem a semente entre os espinhos: ouvem a palavra, mas as preocupações
mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a torna infrutífera.” (Mc
4,19).

Segundo inimigo da alma, então, é o MUNDO.

3º: A CARNE:

- “Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com


alegria; mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou
perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.” (Mc 4,16-17).

E esse último inimigo explicado por Jesus é a CARNE ou VÍCIOS que temos.

É exatamente isso que acontece em nossos corações, nos corações dos Brasileiros.
Praticamente todo brasileiro já teve contato com a palavra de Deus. Ela já foi semeada no
coração dele. Mas vêm esses três inimigos da alma e dão um jeito de arrancar essa palavra
que Cristo nos deu. E sem saber, as pessoas entregam livremente os seus corações a esses
inimigos. E o resultado é o que vemos hoje no Brasil e no mundo: uma nação caminhando para
o paganismo total.

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2 - O PECADO MORTAL & PECADO VENIAL


“O homem, ferido na sua natureza pelo pecado original, está sujeito ao erro e inclinado para o
mal.” (CIC 1714).

Ou seja, após o pecado original de Adão e Eva, a nossa liberdade está ferida e inclinada para o
mal.

I - PECADO MORTAL:

É um pecado que causa a morte da alma. Mata a graça e a comunhão com Deus. Para
recobrar essa graça é através da contrição (não precisa ser perfeita, pois esta nem sempre vem
com nosso desejo) e confissão. A maioria da humanidade vive em pecado mortal sem
nenhum tipo de arrependimento.

REQUISITOS PARA SER PECADO MORTAL: “Para que um pecado seja mortal, requerem-se, em
simultâneo, três condições: É pecado mortal o que tem por objeto uma matéria grave, e é
cometido com plena consciência e de propósito deliberado”. (CIC 1857).

REQUISITOS: 1 – Matéria Grave; 2 – Plena Consciência: saber que é errado; 3 – Consentido


Livremente.” (CIC 1857).

1 - Matéria Grave: ajuda a descobrir se o pecado é de matéria grave, analisando se eu


transgredi um dos dez mandamentos. E tendo Advertência da Mente. Pois não existe nenhuma
ação humana sem moralidade. Não existe neutralidade: ou ela é boa ou má.

2 – Plena Consciência: há o Ato natural do homem e o Ato humano: a digestão é um ato


natural do homem, não exerço querer e vontade sobre ela. Mas o comer moderado ou
demasiadamente é um ato humano: pois no ato humano entendo com a inteligência e quero
com a vontade. Apenas nesse último pode haver pecado, porque há advertência plena da
consciência.

3 – Consentido Livremente: é quando mesmo a pessoa sabendo que aquela ação é pecado,
transgride a lei de Deus ou um ensinamento de Cristo, e, mesmo assim, a pessoa vai lá e o
comete.

Mesmo que o pecado foi consentido de forma semiplena, entende-se que foi consentido
livremente. Exemplo de advertência semiplena: é quando a pessoa faz algo não estando
consciente, como o embriagado, mas antes da embriaguez houve consentimento, porque foi
ato humano, com plena advertência, foi querido pela inteligência e desejado pela vontade.
Sendo assim, ela é responsável por ter causado as consequências. Ex: a pessoa que sempre
dirige alcoolizada, até um dia matar alguém atropelado.
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II - PECADO VENIAL:

Não é de matéria Grave; Não nos retira a graça. Mas fere a comunhão com Deus. Ajuda
perceber os pecados veniais ao refletir se cometemos os pecados capitais. Mas atenção: há
pecados veniais de matéria grave. Como é o caso da luxúria, que está no 6º mandamento.

PERGUNTAS:

● Pode-se comungar em pecado venial? Sim. Somente em pecado mortal que não.

● O Ato penitencial da Missa perdoa os pecados veniais? se houver arrependimento sim.

Os pecados veniais predispõem, preparam a alma para o pecado mortal

Exemplo da luxúria: olhar apetitoso para as mulheres na rua, assistindo cenas mais picantes de
filmes, fazendo piadas sexuais até o ponto de faltar contra 6º mandamento.

O Demônio trabalha essa predisposição dos pecados veniais na cultura: TV, Filmes (cultura de
morte), novelas, livros, músicas, relações caluniosas e más entre as pessoas, agressividade, etc.
Até as pessoas estarem totalmente predisposta ao pecado mortal. É como uma goteira que vai
pingando até furar a pedra. Ex: para um jovem, hoje em dia, é praticamente impossível ele
conseguir se sobressair sem ter uma sexualidade pervertida. Pois a pornografia está a uma
palavra de seus dedos.

São José Maria Escrivá e Padre Garrigou Lagranje: afirmam que não é possível ter uma vida
espiritual autêntica sem uma luta séria contra os pecados veniais cometidos deliberadamente
(Consciente).

O pecado Venial nos priva das graças atuais: como auxilio na inteligência e na vontade, para
fazer a vontade de Deus para o caminho de nossa salvação. Com isso, se cria uma barreira,
privando-nos dessa graça atual e necessária.

Nivelar por baixo: a pessoa tende a nivelar a sua vida por baixo, dizendo: “ah, esse pecadinho
nem faz diferença! Todo mundo faz; Eu não sou santo; Essa olhadinha não vai me matar; Essa
piadinha faz bem para alma; É só um golinho ou é só um tapinha; todo mundo fala mal de todo
mundo; Deus tem mais o que fazer do que ficar cuidando de coisas pequenas (pecado
imperdoável)”.

O Pecado venial vai diminuindo o fervor da caridade no coração: “Jesus Disse: Sede perfeitos
como vosso pai do Céu é perfeito.” (Mt 5, 48). Ele não disse: olha, seja mais ou menos bom... A
palavra que Jesus nos ensinou foi “sim sim, não não”. Porque os mornos o Senhor vomitará.
(Cf. Ap 3, 16).

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Esses Pecados Veniais aumentam em nós as dificuldades para fazer o bem: fica mais difícil
rezar, fica difícil conviver, superar as próprias limitações e tentações: fica mais difícil ser um
honesto “Cristão e Bom cidadão”, como tanto pediu Dom Bosco aos seus filhos.

Arma contra o Pecado Venial: é o exame de consciência geral. Também o exame de


consciência especifico. Que deve aparecer nos primeiros 30 segundo de reflexão. Ex: falhei
naquele empenho que tinha combinado. Prometi que não ia mais reclamar. Prometi que ia ser
mais paciente.

CONCLUSÃO SOBRE O PECADO:

Santa Teresa diz que o pecado mortal nos deixa fora do Castelo (Graça de Deus): à mercê dos
bandidos, bichos, ladrões e toda sorte de doenças e tudo de mau que tem fora dos muros.

A pior coisa para alma: não é um pecado em si, mas compactuar com o pecado e ter uma
estimação por ele. Deve-se pedir a Deus como fazem os santos: ter horror ao pecado. “Antes
Morrer do que Pecar”. (São Domingo Sávio).

Deve-se evitar o pecado com: oração, vigilância e espírito de penitência. Vivência humilde do
evangelho, a exemplo do pobre Francisco de Assis, que não buscou a teologia do evangelho,
mas a vivência das palavras de Cristo.

Não deve haver diálogo com a tentação: na luta contra o pecado não se dialoga com a
tentação, com o mal; o mal sempre ganhará, pois ele já te levou a dialogar com a tentação.
Daí fugir das ocasiões de Pecados. Pois não é porque não estamos em pecado mortal que não
tenhamos predisposição para tal; ainda há muitas relíquias do pecado dentro do homem. Que
por sua vez só podem ser purificadas pelas penitências Ativas (as que eu mesmo busco) e
Passivas (as que vem de Deus).

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CAPITULO 3

1 – Soberba - Orgulho ou Vaidade;

2 – Avareza;

3 – Luxúria;

4 – Ira;

5 – Gula;

6 – Inveja;

7 – Preguiça.

(Lembrete: S-A-l-i-G-i-P)

Origem do nome Pecado Capital: capital vem de “caput”: cabeça – Capital do país,
centro do país. Ou seja, cada um destes 7 pecados capitais é cabeça de um monte de outros
pecados. De cada um, descende vários outros. Cada um desses pecados cabeça tem um corpo
cheio de pecados.

ATENÇÃO:

Da desordem nunca pode levar a algo ordenado e nem a Deus.

“A paz é a tranquilidade na ordem.” (Santo Agostinho).

“O motivo da Vossa Tristeza é o pecado?” (Santo Agostinho).

1 - SOBERBA - ORGULHO - VAIDADE:

A soberba (orgulho, vaidade) é o principal pecado capital, em que descende todos os


outros pecados. Existe um desejo sincero e sano em nós de querer fazer o bem e que as
pessoas percebam, e isso inspire outros a fazerem também. Ex: um sacerdote que celebra uma
missa piedosa. Mas o problema é a desordem que impera nesse sentimento.

É o pecado do ateu (Deus não existe, eu sou o senhor da vida – sendo que até
recentemente a pessoa era um bebê e mamava... tendo a sua existência totalmente amparada

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por Deus), é o pecado de Lúcifer, é o pecado de Adão e Eva em querer ser igual a Deus. É o
pecado dos hereges. Heresia significa escolha: eles escolhem no que vão acreditar.

Sinais de Orgulho:

 Atribuir a si mesmo o fato de exercer virtude. Exagerar as qualidades pessoais;


 Faz-nos fechar os olhos aos nossos próprios defeitos, mas sempre atento a perceber os dos
outros;
 Desculpamo-nos facilmente dos nossos próprios erros, sempre buscando justificar;
 Sempre destaca o Eu nas Atividades. Eu fiz, eu faço, eu farei;
 Faz-nos sempre rebaixar o próximo;
 Leva o desejo de dominar os demais, para reconhecer a sua superioridade aos demais;
 Faz ter um espírito de crítica e revolta contra os superiores. Ao menor defeito já ataca os
superiores;
 Usa sempre de falsa humildade: chega a falar mal de si para alguém falar ao contrário;
Quando é elogiado, por fora fala que não, mas por dentro está estourando em vaidade;
 O orgulho faz queixar-nos de Deus;
 Tem-se o desejo de ser sempre o centro das atenções;
 Exemplo de orgulho na prática: toda vez que o orgulhoso ouve falar desse pecado da
vaidade, ele vai logo lembrando dos outros e falando que eles que são assim;
 São Francisco de Sales diz: Somos tão orgulhosos, que o orgulho morre uma hora depois
de nós.

Nasce do orgulho:

 O ser vaidoso. Que é o amor desordenado pela estima dos outros;


 Da vaidade nascem vários outros defeitos. Um deles é jactância: é o habito de falar muito
de si mesmo;
 Também nasce a ostentação: mostrar as posses;
 Da vaidade nasce a hipocrisia: que é apenas a aparência de ser bom. (Postura condenada
várias vezes por Jesus Cristo);
 Nasce do orgulho: a presunção de ser o bom em relação aos outros;
 Nasce do orgulho: ambição.

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REMÉDIOS:

É a humildade diante de Deus. É reconhecer que Deus é a única fonte de todos os bens
e todas as virtudes. É o que é rezado na doxologia: por Cristo com Cristo... a vós Deus Pai...
Todo Honra e Toda a Glória. Por isso, deve-se prestar mais atenção nessa parte da missa,
porque estamos sendo hipócritas, pois nem toda honra e toda Glória damos para Deus.

É despir-se do homem velho e revestir-se da pobreza espiritual do homem novo:


“Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!” (Mt 5,
3). Jesus não está falando da pobreza dos bens materiais, mas do reconhecimento de que tudo
nessa vida vem de Deus. Tudo é Graça de Deus. (Ef 2, 8).

2 - GULA:

Concupiscência: é a fome pelo Pecado (Santo Agostinho). Gula e luxúria estão ligadas pelo
apetite concupiscível. Todos Nós nascemos clamando pelo pecado, uma antagonia à fome de
Deus.

As 3 Concupiscência Alertadas por São João: “1 - Concupiscência da carne; A Concupiscência


dos olhos; A Soberba da vida;” (cf. 1Jo 2, 15).

Está junto com a sensualidade – é o ato de sentir: Gula, Luxúria.

Deus, em sua perfeição, permitiu a sensibilidade, o prazer nas coisas sensíveis para o bem do
homem, e manutenção da espécie: todavia, dentro de uma ordem. A fêmea é atraída pelo
macho, vice versa. O prazer de beber água, de se alimentar... está na Infinita sabedoria de
Deus. O mesmo se diz sobre o prazer no ato conjugal.

Pecado está, então, na desordem desses prazeres, na idolatria. É o abuso do prazer


legítimo que o Senhor nos deixou. Os instintos são próprios dos animais irracionais e racionais.
Ex: salivar ao ver um prato de comida, tanto o cachorro quanto o homem. Mas o ter
consciência que comeu demais, prejudicando o próprio corpo, só o homem tem. O Problema
está na desordem desse apetite gerado pelo pecado original.

O Pecado original gera dificuldades e feridas no homem:

- Ferida na inteligência, aumenta a ignorância: só com muito esforço é que aprendemos as


coisas de Deus. Ou não se acolhe nada que se diz respeito a Deus. Há como uma aversão. Isso
é muito comum.

- Na vontade: foi ferida pela malícia. (Vejo o bem que quero e faço o mal que não quero...)
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- Apenas Nossa Senhora não teve o pecado original e se livrou destas feridas.

São Paulo diz que o Deus deles é seu ventre.

Também está na distinção de comidas e comidas só para sentir o prazer de comer super bem.

Mas não somos puritanos, em que eles não aceitavam nem o prazer na comida. Ela se torna
um pecado quando se faz mal para a saúde.

Muita Atenção porque a gula é porta de entrada para a Luxúria: cuidar as festas, que é uma
conjunção da gula e da luxúria. Nas festas paroquiais e familiares é difícil arrancar o espírito
mundano delas, em que impera e perpetua esses vícios. Dali quer se projetar aquela alegria
que se sentiu daquele instante para os outros momentos da vida. No calor da alegria daquele
momento, pergunta-se porque não se pode ter uma vida inteira assim, de alegria.

Na festa, se tem toda sorte de caimento da dignidade do homem: piadas, conversas


dúbias, entorpecimento aprazível... E depois quer se estar sempre com esse desejo, como fuga
da própria realidade, perpetuando esses prazeres. Ex: dos homens que todo final de tarde
estão no bar tomando sua cerveja, como se fosse o seu único momento de alegria do dia.

Os excessos da mesa dispõem a incontinência da vida: gera-se a incontinência no


pensamento, memórias, imaginação. A busca de recordações que lhe traz satisfações
desordenadas. Incontinência da vontade aos desejos e dos sentidos.

A intemperança da mesa leva a intemperança da língua. Faltas contra a gravidade.

Gravidade: é seriedade própria de quem é filho de Deus, podemos ser alegre, mas nunca nos
foge da frente o temor e Deus.

Na mesa/festa há faltas contra a prudência: toma-se compromisso que não se poderia fazer
sem ofender a Deus. Ex: marcar uma despedida de solteiro com um amigo que vai casar, em
que se leva o noivo a pecar contra a castidade e a fidelidade na véspera do casamento do
rapaz.

A gula é o oposto da Cristificação: pois na cristificação eu vou morrendo para mim mesmo,
morrendo e mortificando todos os vícios e paixões, sendo uma luz para o mundo, como Cristo
o foi (e é). Mas a gula faz com que vivemos para nós mesmos, em benefício dos nossos
próprios prazeres. Mesmo que a gula não seja um pecado mortal, ela vai esfriando a nossa
entrega a Cristo.

Sedução imperceptível do demônio: ele quer só que iniciemos um diálogo com ele. Aí ele dará
muitas voltas em nós, sem que saibamos que estamos sendo seduzidos.

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REMÉDIO:

Para combater a gula tem que ter moderação e uma pureza de intenção. O remédio dos
remédios usado por todo o sempre pelos cristãos: jejum e abstinência.

Finalidade do homem: é dar Glória a Deus e Santificar-se. São Paulo diz:

“Quer comais, quer bebais, em tudo dai glória a Deus.” (1Cor 10 ,31).

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3 - LUXÚRIA:

Desordem na sexualidade do homem e da Mulher a qual Deus criou para dar a vida e
para o bem dos esposos.

O 6º e 9º mandamentos falam dele. No sermão da montanha: Jesus é mais incisivo do


que no antigo testamento, que falava só do pecado da carne. Quem cobiçar no íntimo do seu
coração já estará adulterando, disse Jesus. (cf. MT 5, 27ss). Em tema de castidade, Jesus foi
mais exigente que as leis deixadas por Moisés.

Luxúria é o Pecado de Herodes: como vemos na passagem de Herodes, que caiu no pecado da
Luxúria duas vezes: primeiro por tomar como esposa Herodíades, que era esposa do seu irmão
Felipe; e depois em ficar seduzido pela dança da filha de Herodíades, e mandar matar a João
Batista como prêmio: (Cf. Mt 14, 1-12).

Todos os pecados de luxuria são Mortais: internos ou externos se vou deliberado e com pleno
consentimento. É a questão do consentimento.

Hábitos Tirânicos: quem é dominado pela luxúria leva-se a hábitos tirânicos. Fica facilmente
irado, principalmente quando contrariado. A luxúria gera uma escravidão e falsa ilusão de
segurança. Exemplo das drogas: após usar, aparece a angústia, porque os problemas voltam
depois que passa o efeito da droga. Então, volta-se a usar, fazer o ato para não ficar muito
tempo consciente e fora da sensação de “segurança” que esse vício dá.

Rompe-se o equilíbrio interno: porque o fim de tudo é a luxúria.

Nas relações afetivas ou de amizade: tende a tratar o outro como um objeto, que apenas
pode me dar prazer.

Avareza: Também tem a avareza interior, quer tudo, tudo consumir, e nunca renunciar a nada.

Avareza no matrimônio: a não renunciar aos bens, não querer ter filhos por não querer
partilhar os bens e ser generoso. Porque a renúncia não é só para o padre, mas sim no
matrimônio também.

REMÉDIO:

O reconhecimento que a Luxúria é pecado mortal. Reconhecer que é possível vencer


pela graça de Deus.

Olhar: cuidar tudo que entre pela vista (as 3 concupiscências). “Disse Jesus que todo aquele
que coloca os olhos em uma mulher com concupiscência já pecou.” (Mt 5, 27ss).

A luta contra essa tentação: Lembrar que algumas tentações só são vencidas com Jejuns, disse
Jesus.

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O esforço pessoal e a graça de Deus:

É possível para nós guardar a vista e fugir das ocasiões de pecados, mas não
conseguimos nos livrar sozinhos de todos os pecados da luxúria e outros, senão, não
precisaríamos da redenção de Cristo. Com o auxílio da graça é possível. E é por isso a vida de
oração. Pois todos santos sabiam “de cor”: que se Deus não me ajudar, eu sou capaz de todos
os erros e horrores do mundo. Mesmo os pecados mais baixos do homem, sei que sou capaz
de cometer.

Na confissão, muitas vezes, os pecados não foram devidamente acusados, e absolvição


curou o pecado, mas as raízes dos pecados ficaram. É uma confissão válida, mas não foi
frutuosa, porque com facilidade a pessoa voltará a fazer. Ex: alguém que confessa a cobiça de
mulheres, mas todo final de semana está nas boates.

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4 – AVAREZA

Tema Principal: Idolatria.

Estamos no mundo e precisamos dos bens materiais. Mas não de forma desordenada e
idólatra.

Avareza, amor desordenado para com os bens temporais da terra: idolatria do dinheiro. A
maneira de se portar com avidez, a caça ao dinheiro, mais coisas, mesmo nas coisas lícitas.

Há avareza na maneira de usufruir dos bens: com mesquinhez, mão de vaca.

A Avareza é um sinal da desconfiança de Deus e sua infinita providência. Por que a


confiança do Avaro está colocada no seu dinheiro. Mas ele deve lembrar: “SE o SENHOR não
edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em
vão vigia a sentinela.” (Sl 127, 1).

A avareza vai cegando as pessoas, deixando-as cada vez mais escravizadas: como diz a
escritura: “Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde a traça nem a ferrugem podem
destruir, e onde os ladrões não arrombam e roubam. Porque, onde estiver o teu tesouro, aí
também estará o teu coração.” (Mt 6, 20-21)

Ninguém tem o Direito de Tomar Posse do Nosso Coração: Somente Cristo, nossa Luz, pois
ninguém jamais nos amou como Ele nos amou e ama.

Passagem da condenação na confiança fora de Deus:

“Eis o que diz o Senhor: Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne
faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!” (Jr 17, 5).

REMÉDIO:

Confiança na divina providência. Ex: de Dom Bosco, que com frequência não tinha nada para
dar de comer aos filhos para os dias da semana (mais de 500 internos), e dizia que o Senhor
iria prover, e assim acontecia.

Observação da Divina Providência: as grandes obras de Deus foram feitas sem dinheiro: as
obras de Jesus, os apóstolos, São Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá...

Por isso que para servir a Deus só é possível tirando a dependência da criatura, foi o
que o jovem rico não conseguiu fazer. Quando Jesus o mandou vender tudo e dar aos pobres
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para ele conseguir o céu: “ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas.”
(Mc 10, 17).

Para nos colocarmos no lugar do jovem rico: é importante saber para sempre lembrar que as
posses do jovem rico são as mesmas de boa parte das pessoas de hoje em dia: uma casa,
carro, uma segunda casa e certo conforto na vida.

5 - PREGUIÇA:

É uma desordem do descanso e do cumprimento dos nossos deveres.

É um vício anexo a nossa sensualidade (capacidade de sentir). Amor do prazer, o que


nos leva a evitar qualquer coisa que gera o incômodo. Evitar o esforço. Nela, temos apenas
fome do Pecado (Concupiscências). Sempre identificando o prazer com a felicidade. Temos a
tendência do descanso; da colheita sem ter plantado. O trabalhador que quer o salário sem
trabalhar.

Na preguiça quer-se sempre evitar o trabalho que possa arrastar fadigas. Quer sempre
estar fazendo coisas que apenas lhe agrada: vídeo game, filmes, assistindo, jogando. Beira ao
estado patológico.

ATENÇÃO:

Pode haver preguiça em consequência de estado patológico: pode ter estados físicos de
saúde que levam a pessoa à preguiça: como anemia, depressão... (Buscar cuidados médicos).

A INDOLÊNCIA

A preguiça é a mãe da indolência. Indolente é aquela pessoa que não tem força,
energia para tomar partido nas coisas. Nem pelo lado das coisas de Deus e nem para o lado da
maldade. Ela simplesmente fica em cima do muro e sempre embarca na melhor oportunidade:
seja ela de onde vier. O indolente é sempre indiferente. Ele não recusa e tem aversão ao mal,
ele só é indiferente. A sua ação está sempre ligada às recompensas.

MUITA ATENÇÃO: porque da desordem nunca pode levar a algo ordenado e nem a Deus.

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Existe aquele aspecto da preguiça: onde a pessoa faz tudo com moleza e lentidão. Tudo faz
mal feito (Tendendo a letargia).

Procrastinar: preguiça amarrada a postergação de trabalhos: é o “depois eu faço, deixa para


amanhã”. A EXPERIÊNCIA NOS ENSINA QUE NUNCA DA CERTO DEIXAR PARA AMANHÃ!

A preguiça foi o pecado do Rei Davi – onde se deitou com a esposa de um dos seus generais:
A passagem bíblica começa assim: no tempo da guerra, onde todos os reis iam para guerra,
mas Davi não tinha ido naquele dia que viu a esposa de seu general e a cobiçou, porque
naquele dia ele tinha dormido até o meio da tarde. (2 Samuel 11, 1).

Preguiça é também: fazer as coisas, mas querer fazer apenas aquilo que nos agrada em
detrimento daquilo que realmente devemos fazer, pois geraria esforço não quisto.

Acídia: preguiça da vida espiritual. Abatimento. É um cansaço em tudo que diz respeito à vida
espiritual: ir à missa, oração, trabalho. Tudo pesa, leva a fazer as ações mal feitas ou encurtá-
las. Sempre quer estar em outro lugar. Nunca fica satisfeita em estar consigo Mesmo.

A Acídia: é mãe da tibieza.

Um “SER” pobre: a pobreza, muitas vezes, está nessa questão da preguiça espiritual, falta de
energia para sair dela. A pessoa em tudo se apequena. Por falta dessa energia de espirito e
conhecimento.

A preguiça deixa a alma desprotegida: pois o ócio ensina muita malicia. Malicia até mesmo
para perpetuar-se no ócio e ser feliz aí. A preguiça facilita o que a imaginação fixou.

Preguiça e a tríplice Concupiscência da alma: Se não estamos compromissados, o coração


vagueia por muitos maus lugares para alma: que derivam da tríplice concupiscência: 1 – Dos
Olhos; 2 – Da Carne; 3 -Soberba da Vida.

REMÉDIO:

Reconhecer em si os sintomas. Recomendar-se a Deus para que os bons propósitos


ensinados por Cristo nunca sejam submetidos pelas fraquezas do corpo.

Lembrar das palavras do padre Eduardo Ambrósio, já idoso, que dizia: “Se até mesmo as
formiguinhas trabalham, por que nós não haveríamos de trabalhar?”

Trabalho: São Paulo diz: fazei tudo para Glória de Deus; “Quem Não trabalha não deve comer”.
(2Ts 3, 10)

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A vocação ao matrimônio no combate à preguiça: pois a dedicação mútua pela família


é sempre grande enquanto vocação e quase sempre deve se fazer o que é necessário fazer, em
detrimento do que eu queria ou gosto de fazer.

6 – INVEJA:

É uma tristeza pelo bem do outro. E vem acompanhado como uma tristeza do coração
que fica apertado. Por exemplo, alguém foi elogiado na minha frente e eu não. Ela está sempre
ligada em relação ao outro.

A filha da inveja: querer ter o que o outro tem. Mas não necessariamente, porque pode ter
uma pessoa que está doente e quer a saúde, um pecador que olha para vida do santo e quer
ser santo também.

Emulação: Esta última chama-se emulação: querer as coisas boas, mas sem tirar do outro,
apenas imitando-o positivamente. Isso é o ato de emulação (imitação).

Tristeza: logo a inveja se caracteriza como uma tristeza pelas conquistas dos outros. E fico
chateado e acabo justificando o porquê a pessoa não deveria ter ganhado esse louvor, essa
honra, ou aquele bem material...

A inveja tenta atenuar esse louvor, criticando aqueles que são louvados. Ex: “Você está
elogiando, mas você não conhece essa pessoa. Ele é boa pessoa? Você que pensa! Não é bem
assim não!”

A inveja é cabeça de vários outros pecados: ódio, difamação, alegria com o mal...

A inveja se assemelha muito ao ciúme: enquanto na inveja ficamos tristes pelo bem do outro,
no ciúme eu fico triste, bravo pelo um bem próprio: “não pega isto, porque isso é meu, aquela
mulher é minha.” O Sentimento de posse sobre pessoas. Ciúme doentio.

No ciúme, a pessoa sente-se como ameaçado pela perda de bem próprio.

Sentir versos, Consentir no pecado: o sentir a inveja não é um pecado mortal e sim venial, mas
ao consenti-lo e apoiá-lo é um pecado mortal. Vai contra o 10º mandamento: não cobiçar as
coisas alheias.

O Desespero é o Grande artifício do demônio – principalmente para o ansioso: que nos


desesperemos com as intempéries da vida e reclamemos de Deus e acusemos o Pai de ser

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mau. Mas Deus nunca nos abandona, até as tentações do demônio é uma permissão de Deus.
Ele permite, mas dá todas as graças necessárias para superar e nos tornarmos melhor em mais
amor.

A superação das tentações gera uma alegria sobrenatural: que irrita a quem tem o coração
tomado pela inveja.

A inveja dos bens espirituais é mais grave do que a dos bens materiais: “porque ele tem a
graça de Deus e eu não...? Isso não é justo!!!” Ela incita sentimentos de ódio contra o invejado.
Começa a falar mal dele a desacreditá-lo para os outros, quebrando a imagem dele.

A inveja na passagem de José do Egito e seus irmãos: (Gn 37ss). “Quando os seus irmãos
viram que o pai gostava mais dele do que de qualquer outro filho, odiaram-no e não
conseguiam falar com ele amigavelmente”. (Gn 37, 4). Não consigo nem conversar com a
pessoa invejada.

Cria Divisões: a inveja propicia o criar divisões. “Diabolus” significa aquele que divide.

Leva a um desejo absurdo de riqueza e de honra: eu quero mais, tenho que trabalhar mais, eu
preciso ser mais bem visto. Aí o invejoso se entrega ao excesso de trabalho que o deixa
inquieto.

Consequência: a inveja tira a paz da alma, porque ele estará sempre se comparando com
outros.

REMÉDIOS:

Ter humildade e saber que somos mordidos pela inveja. Somos, muitas vezes,
corrompidos por ela. E como disse são Paulo: há uma multiplicidade de dons, e o Senhor da os
seus dons a quem Ele quer. (Cf. 1Cor 12ss).

Devemos entender que nós fazemos parte do corpo místico de Cristo. Logo, a glória de
um membro é a glória do corpo todo, ou seja, são glorias minhas também, porque eu faço
parte do corpo místico de Cristo. Como diz o catecismo “os bens de uns são os bens de outros”.
(CIC 947).

Ativar as Emulações: imitar as pessoas positivamente. Na busca pela santidade. Na dedicação


pelas coisas.

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7 - IRA

A paixão é uma reação. A ira é uma paixão por conta de uma contrariedade ou um
sofrimento físico. Não tem como controlar se ela vai aparecer ou não, mas tem como
controlar o que se vai fazer depois que ela aparecer. É um instinto automático de descarregar
em alguém.

Existem dois tipos de Ira: (Temos ou uma ou Outra).

1 - Cólera Vermelha (Rubra): é uma explosão da pessoa, a pessoa sente tanta raiva que se
transforma em outra. Fica vermelha, saltam-se as veias, cresce o corpo, enrouquece a voz.

2 - Cólera Branca: ao contrário da explosão, a pessoa implode, cerra os dentes. A pessoa fica
como emudecida e guarda um silêncio impressionante, e que é um veneno dentro de si. Vai
concentrando o rancor e guardando até uma hora que estourará.

Existe uma Ira Justa e moderada: os pais para corrigir o filho; O Policial para prender o
bandido. Há uma santa Indignação como foi a de Cristo, quando viu os cambistas dentro do
templo. Mas o objeto desta ira tem que ser justo e na medida que ele merece. Exemplo: um
magistrado quando aplica a sentença em nome da sociedade. Ver vídeo do Juiz Americano que
se emociona e perdoa a dívida da mulher que foi multada várias vezes por ir buscar os seus
direitos após seu filho morrer... Ela também deve ser caridosa em sua intenção. Não pode ser
com intuitos escondidos.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=j2aDzjIIJYo

Agora, nós feridos pelo pecado original: é fácil moderar na aplicação da ira? Não! Pois com
muita frequência vemos pessoas que chegam feridas nos hospitais por conta de uma surra.

Logo a Caridade deve vir antes da ira Justa. A ira justa está nos superior e nos Pais. Exemplo
quando estamos corrigindo ou orientando os irmãos por conta de santos ensinamentos em
nome da Igreja.

Pecado da ira: é um desejo violento e imoderado de castigar o outro. Não é uma ira Justa. É
consentir neste desejo de vingança. No ato de alimentar a raiva dizendo: “Vingança é um prato
que se come frio”. “Sua ora vai chegar...”.

GRAUS DA IRA:

1º - Impaciência: um mau humor direcionado a determinada pessoa ou circunstância. A virada


de Cara, um olhar desviado... Começa os arrebatamentos, gesto brutos com o corpo, braços,
caras e bocas. Meneia a cabeça. Fala de costas. Chegando até a violência: bate a porta, até

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chegar ao furor que lembra a loucura: xingamentos, acusações. Vai até desejar a morte do
Adversário.

Jesus Condenou a ira: “Todo aquele que se irar contra o seu irmão será réu no juízo. E o que
disser ao seu irmão “Raca” que é idiota”. (Mt 5, 22). Ver sermão da montanha (cf. Mt 5).

Jesus atenuou as leis do Antigo testamento, que eram mais de 600. Mas em dois pontos Ele
não só não atenuou como foi mais forte: Caridade e a Castidade.

A lei de Moisés fala de não Matar no 5º Mandamento. O Senhor fala de nem mesmo sentir
raiva e consentir nela. E no 9º mandamento a lei dizia não cobiçar a mulher do próximo, Jesus
diz nem mesmo desejar.

“A ira é dos grandes Obstáculos do crescimento Espiritual.” (São Gregório Magno).

Logo, o importante é que Deus não nos encontre dormindo. Seja no início da vida
espiritual, vida avançada ou na santidade, é importante que esteja lutando, pois se estou
lutando, eu estou com Deus.

A ira fere: sabedoria, amabilidade: que é próprio dos cristãos, fere a justiça: não há
justiça correta, fere o recolhimento interior: não há paz para oração.

REMÉDIOS:

Naturais: o descanso, evitar bebidas excitantes: álcool, café, Coca-Cola. Na medicina, há


remédios para curar a ansiedade. Porque a pessoa depressiva não fica somente sonolenta,
mas fica muito agitada também.

A síndrome de “Burnout” do Ativista: Encontrada dentro dos institutos religiosos e ambientes


de trabalhos e vida agitada: pelo excesso de ativismo, chega uma hora que a pessoa está
extremamente estressada e está sempre irritada, brigando e com tanto mau humor pelo
cansaço que a imunidade chega a cair.

Lembrar de São Francisco de Sales – Onde o seu defeito dominante era ira: e se tornou o
Santo da docilidade. Por baixo, a mesa dele era toda cheia de riscos, que fazia com as unhas
para controlar a ira. E por causa desse comportamento irascível que era natural dele, ele
aprendeu e dizia: “Se pega mais abelhas com uma gota de mel que com um barril de vinagre”.

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CONCLUSÃO DOS PECADOS CAPITAIS:

“1. Todas as vezes que o homem deseja alguma coisa desordenadamente, torna-se
logo inquieto (mesmo se for um desejo lícito). O soberbo e o avarento nunca sossegam (sem
paz); entretanto, o pobre e o humilde de espírito vivem em muita paz. O homem que não é
perfeitamente mortificado, facilmente é tentado e vencido, até em coisas pequenas e
insignificantes.

O homem espiritual, ainda um tanto carnal e propenso à sensualidade, só a muito custo


poderá desprender-se de todos os desejos terrenos. Daí a sua frequente tristeza (por conta do
pecado), quando deles se abstém, e fácil a irritação, quando alguém o contraria.

2. Se, porém, alcança o que desejava, sente logo o remorso da consciência, porque
obedeceu à sua paixão, que nada vale para alcançar a paz que almejava. Em resistir às
paixões, se acha a verdadeira paz do coração, e não em segui-las.”

(Fonte desta citação: A IMITAÇÃO DE CRISTO: PRIMEIRO LIVRO, CAPÍTULO 6 - Das afeições Desordenadas)

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CAPITULO 4

CONHECIMENTO PARA O AUTOCONHECIMENTO

Os temperamentos são estruturas naturais da constituição humana, o alicerce que


sustenta toda nossa atividade psíquica. O temperamento é fixo, nascemos e morremos com o
mesmo temperamento.

O temperamento, segundo o Pe. Antônio Royo Marin, caracteriza-se como “o conjunto


de inclinações íntimas que brotam da constituição fisiológica de um homem”. Portanto, o
temperamento é algo inato a cada indivíduo, pois as inclinações, ou seja, as tendências
dependem da constituição fisiológica de cada indivíduo. É a propriedade de índole natural, que
nos há de acompanhar sempre, de recém-nascidos à nossa morte, ainda que possamos
trabalhá-los ou transformá-los

A divisão quadripartite, que veremos neste curso, é resultado das respostas de duas
perguntas:

1. Quanto à excitabilidade, quando sou afetado por algo externo ou me lembro de uma
afecção passada, as emoções irrompem dentro de mim pronta e intensamente?

2. Quanto à durabilidade, uma vez surgida a emoção, ela permanece por muito tempo,
de forma profunda, ou desvanece logo em seguida?

As respostas sim ou não das duas perguntas acima nos fornecem 4 combinações possíveis de
temperamentos. São eles:

1 - Temperamento Colérico;

2 - Temperamento Sanguíneo;

3 - Temperamento Fleumático;

4 - Temperamento Melancólico.

OBS: Quando discorremos sobre cada temperamento abaixo, saberemos as respostas de cada
um em relação às duas perguntas.

PECADO ORIGINAL – APETITE SENSITIVO - DEFEITO DOMINANTE

O entendimento será mais esclarecedor sobre os temperamentos humanos se


discutirmos sobre a desordem instalada nos indivíduos através do pecado original. Existe em
nós uma desarmonia entre corpo e alma, entre inteligência, vontade e apetites sensíveis,
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entre as faculdades superiores do espírito e as tendências próprias da carne. É neste estado,


de queda e luta, que vivemos, e é nele que devemos identificar, olhando para o nosso
temperamento e refletindo quais são as boas qualidades de que nos dotou a natureza e qual é
o defeito dominante a que estamos mais inclinados.

Apetite Sensitivo é um tipo de apetite que se inclina a um bem apreendido


pelos sentidos, o que supõe, obviamente, o conhecimento sensível desse bem, e implica,
ademais, a natureza orgânica de tal potência:

Apetite sensitivo - apetite irascível – tem disponibilidade em lutar pelos bens de difíceis
acesso.

Apetite sensitivo - apetite concupiscível, ou seja, procura adquirir bens de fáceis acesso.

Os temperamentos sanguíneo e fleumático estão mais ligados ao apetite


concupiscível, que neles tende a ser mais delicado, ou seja, facilmente excitável, ao passo que
no colérico e no melancólico se nota uma prevalência das respostas irascíveis

Defeito dominante ou vício dominante é a inclinação desordenada, gerada pelo


pecado original; essa condição manifesta em nossa maneira ordinária de sentir, opinar, julgar,
simpatizar, querer e agir. Trata-se, pois, de um defeito que, em cada pessoa, provém do modo
de ser individual, isto é, dos traços temperamentais. Vencida a paixão dominante, muitos
outros defeitos desaparecem e novas virtudes florescem, aplainando-se, assim, o caminho
da santidade.

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1 - TEMPERAMENTO SANGUÍNEO

Características Essenciais (básicas):

A pessoa que tem o temperamento Sanguíneo, é facilmente excitável, reage também


com intensidade, entretanto tende à superficialidade, ou seja, nele a impressão costuma durar
pouco. A resposta é rápida, porém logo vai embora, como um fogo que se acende de imediato,
impetuoso e ardente, mas que se apaga logo em seguida. É o típico “fogo de palha”.

Objetivo: aprovação das pessoas.

Medo: perder a aprovação das pessoas.

Tentação: lascívia (propensão para a luxúria, sensualidade exagerada).

Sentimentos: ira, raiva, cólera.

Boas profissões: ator, vendedor, orador, professor, advogado, entre outros.

Boas qualidades do Sanguíneo (ponto positivo):

O Sanguíneo é afável e alegre, simpático e prestativo, dócil e submisso para com seus
superiores, sincero e espontâneo (às vezes até à inconveniência). É verdade que, ante a
injúria, raciocina, às vezes, com violência e atira-se com expressões ofensivas; mas esquece
rapidamente tudo, não guarda rancor de ninguém. Desconhece a teimosia e a obstinação.
Sacrifica-se com desinteresse. Seu entusiasmo é contagioso e empolgante. Seu bom coração
cativa e apaixona, exercendo uma espécie de sedução em torno de si. É fundamentalmente
otimista. A pessoa Sanguínea é mais inclinada a idealizar do que a criticar.

O sanguíneo é dotado de uma exuberante riqueza afetiva, é fácil e ágil para a amizade
e se entrega a ela com ardor, às vezes, apaixonadamente. Sua inteligência é viva, rápida,
assimila facilmente, mas sem muita profundidade. A pessoa que tem esse temperamento tem
uma memória feliz e uma imaginação ardente, tem facilidades nas artes, na poesia e na
oratória.

Más qualidades (ponto negativo):

A primeira, se deve, principalmente, à rapidez de suas concepções; age, às vezes, de


forma precipitada. Julga haver compreendido logo qualquer problema que se lhe proponha,
quando, na realidade, o percebeu tão-somente de maneira superficial e incompleta. Daí
procedem seus juízos apressados, ligeiros, frequentemente contestáveis, quando não
inteiramente falsos.

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Inconstantes nos Sentimentos:

A inconstância do sanguíneo é consequência da pouca duração de suas impressões.


Em um mesmo momento passa do riso ao pranto, do gozo delirante a uma profunda tristeza.
Arrepende-se pronta e verdadeiramente de seus pecados, mas volta a eles na primeira ocasião
que se lhe apresenta.

Os sanguíneos são vítimas de impressões de momento, desaparecem facilmente à


tentação. São inimigos dos sacrifícios, da abnegação e do esforço duro e contínuo. São
preguiçosos no estudo. Nesse temperamento é quase impossível refrear a vista, os ouvidos e a
língua. Na vida devocional distraem facilmente na oração. Para o Sanguíneo, há épocas de
grande fervor e sucedem-se outras de languidez e desalento.

A sensualidade encontra terreno fecundo na natureza ardente do sanguíneo. Deixa-se


arrastar facilmente pelos prazeres sensuais da gula e da luxúria. Raciocina prontamente contra
suas quedas e as deplora com sinceridade. Mas faltam-lhe energia e coragem para dominar a
paixão quando torna a levantar a cabeça.

Apetite sensitivo: apetite concupiscível, ou seja, procura adquirir bens de fáceis acesso.

Defeito dominante: a inconstância, isto é, a dificuldade de centrar-se por um tempo razoável


numa só coisa e levá-la a cabo, custe o que custar.

EXERCÍCIOS – EDUCAÇÃO DO TEMPERAMENTO SANGUÍNEO

O sanguíneo deverá sempre procurar canalizar a sua exuberante vida afetiva por um
meio nobre e elevado, amar a Deus pela verdade. Se conseguir amar fortemente a Deus
chegará a ser um santo de primeira categoria.

Lutar bravamente contra os seus defeitos, até vencê-lo totalmente. Tem que combater a sua
superficialidade, para isso deve adquirir o hábito da reflexão e ponderação em tudo o que
fizer. Outra medida é saber lidar com os problemas, analisando-os por todos os ângulos, e
ter a perspicácia para prever as dificuldades que poderão surgir. O domínio do otimismo
demasiado e irreflexivo é vital para o crescimento espiritual.

Contra a inconstância: praticar seriamente o exame de consciência, aplicando-se fortes


penitências pelas transgressões que sejam fruto de sua inconstância e volubilidade. Deve ter
um diretor espiritual e obedecer em tudo o que ele propor para o caminho da santidade

Sobre a oração: lute contra as tendências de consolos sensíveis, seja fiel quando vier a aridez e
noite escura da alma.

Pedir humildemente a Deus o dom da perfeita pureza de alma e corpo, que só do Céu nos
pode vir.

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 Santos que tiveram o Temperamento Sanguíneo: Santo Agostinho e Santa Teresa.

2 - TEMPERAMENTO MELANCÓLICO:

Características Essenciais (básicas)

Com relação à excitabilidade, as do melancólico é débil e difícil ao princípio, mas forte


e profunda por repetidas impressões. Sua reação apresenta esses mesmos caracteres. Quanto
à duração, pode ser larga. O melancólico não esquece facilmente.

Boas qualidades (ponto positivo)

São naturalmente inclinados à reflexão, à solidão, ao silêncio, à piedade e vida interior.


Compadecem-se facilmente das misérias do próximo, são benfeitores da humanidade, sabem
levar a abnegação até o heroísmo, sobretudo ao lado dos enfermos.

Sua inteligência pode ser aguda e profunda, maturando suas ideias com a reflexão e a calma.

É contemplativo, pensador e gosta da solidão e do silêncio. Contemplação que se ocupe das


coisas de Deus e do espírito. Sente atração pela arte e tem aptidão para as ciências.

Quando ama, dificilmente se desprende de suas afeições, porque nele as impressões se


arraigam com muita profundidade.

Os fleumáticos são os inclinados ao pessimismo, ao ver sempre o lado difícil das coisas,
ao exagerar as dificuldades. Isso os torna retraídos e tímidos, propensos à desconfiança.

Más qualidades (ponto negativo)

O lado desfavorável desse temperamento é a tendência exagerada e inclinada à tristeza e à


melancolia. Quando recebem alguma forte impressão, ela penetra-lhes profundamente a alma
e lhes produz uma ferida sangrenta. Sofre com a frieza. São indecisos por medo de fracassar
em seus empreendimentos.

Apetite sensitivo: apetite irascível – tem disponibilidade em lutar pelos bens de difíceis
aquisição.

Defeito dominante: pessimismo e baixa estima, principalmente relacionado às suas


dificuldades e problemas interiores.

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Objetivo: segurança.

Medo: críticas.

Tentação: autocomiseração.

Sentimentos: medo.

Boas profissões: inventores, músicos, professores e profissões que envolvam grande sacrifício
pessoal.

Exercícios: educação do temperamento.

Os melancólicos são naturalmente inclinados à reflexão, à solidão, ao silêncio, à piedade e


vida interior. É preciso infundir no melancólico uma grande confiança em Deus e um sereno
otimismo da vida.

É preciso aproveitar a sua inclinação à reflexão para fazê-lo compreender que não há motivo
algum para ser suscetível, desconfiado e retraído.

Acima de tudo, deve-se combater a sua indecisão e covardia, fazendo-o tomar resoluções
firmes e lançar-se a grandes empresas com ânimo e otimismo.

Santos que tiveram o Temperamento Melancólico: o Apóstolo São João, Santa Teresinha, São
Bernardo.

3 - TEMPERAMENTO COLÉRICO:

Características Essenciais (básicas)

É facilmente excitável, sua reação é intensa e exuberante e a impressão tende a durar


muito tempo. Suas emoções são fortes e profundas, como um fogo que se acende rápido, se
expande com violência e não se deixa apagar.

Boas qualidades (ponto positivo)

Entendimento agudo, vontade forte, concentração, constância, magnanimidade,


liberalidade. Eis aí as excelentes qualidades deste temperamento riquíssimo.

Os coléricos são apaixonados e voluntariosos. Práticos, desembaraçados, são mais inclinados a


obrar do que a pensar. O repouso e a inação repugnam à sua natureza. Sempre estão

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acariciando o seu espírito com um grande projeto. Se surgem obstáculos e inconvenientes,


esforçam-se para os superar e vencer.

Más qualidades (ponto negativo)

A tenacidade do seu caráter os faz propensos à dureza, obstinação, insensibilidade, ira


e orgulho. Se lhes opomos resistência ou os contradizemos, tornam-se violentos e cruéis, a
menos que a virtude cristã modere as suas inclinações. Eles compreendem menos a dor das
outras pessoas, têm em suas relações um trato menos fino.

Suas paixões fortes e impetuosas sufocam essas afeições doces. Aos coléricos tudo deve
curvar-se diante deles. O único direito que reconhecem é a satisfação dos seus apetites e a
realização de seus desígnios.

Apetite sensitivo: apetite irascível – tem disponibilidade em lutar pelos bens de difíceis acesso.

Defeito dominante: tem tendência ao orgulho que leva a injustiça com os problemas externos,
pois embebido da ira perde a razão – Fica cego de raiva.

Objetivos: realização pessoais, por vezes às custas do grupo; dominação do ambiente.

Medo: perder a dominação do ambiente; falhar; alguém se aproveitar dele.

Tentação: ira e rancor.

Sentimentos: ira, cólera.

Boas profissões: gerente, produtor, cargos de liderança, chefes e outros.

Exercícios – educação dos temperamentos

Devem saber dominar seus instintos e suas energias para tornar uma pessoa de preço
inestimável. Quando conseguem processar suas energias, são tenazes e perseverantes nos
caminhos do bem e não cessam em seus empenhos até alcançar os objetivos mais elevados.

O conselho é que eles dominem suas emoções e que não atuem precipitadamente,
que desconfiem de seus primeiros movimentos. Deve-se levá-los à verdadeira humildade de
coração, a se compadecerem dos fracos, a não humilhar nem atropelar a ninguém, a não
deixarem sentir sua violência, sua própria superioridade, a tratarem a todos com suavidade e
doçura, ou seja, ser manso e humilde de coração.

Santos que tiveram o Temperamento Colérico: São João Bosco, São Paulo e São Francisco de
Sales.

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4 - TEMPERAMENTO FLEUMÁTICO:

Características Essenciais (básicas)

Com relação à excitabilidade, o fleumático não se excita nunca, ou o faz tão só


tardiamente. A reação é também débil, quando não chega a faltar por completo. As
impressões recebidas desaparecem logo e não deixam vestígios em sua alma.

Boas qualidades (ponto positivo)

O fleumático trabalha devagar, mas assiduamente, contanto que não se exija dele um
esforço intelectual demasiadamente grande. Não se irrita facilmente por insultos, fracassos ou
enfermidades. Permanece tranquilo, sossegado, discreto e criterioso. É sóbrio e tem um bom
sentido prático da vida. Sua linguagem é clara, ordenada, justa, positiva; mais do que brilho,
tem energia e atrativo. O coração é bom, mas parece frio. É prudente, sensato, reflexivo, obra
com segurança, chega aos fins sem violência, porque afasta os obstáculos em lugar de os
romper.

Más qualidades (ponto negativo)

Sua calma e lentidão lhe fazem perder boas ocasiões, porque tarda muitíssimo em pôr-
se em ação. Não se interessa nada pelo que se passa fora de si. Vive para si mesmo, em uma
espécie de concentração egoísta.

Em casos mais agudos, convertem-se em homens átonos, mortiços e vagos, completamente


insensíveis às vozes de ordem que poderiam tirá-los da sua inércia.

Apetite sensitivo: apetite concupiscível, ou seja, procura adquirir bens de fáceis acesso.

Defeito dominante: a acídia é um tipo de tristeza, mas não de uma tristeza qualquer: é tristeza
que se sente diante de um bem espiritual, precisamente enquanto é um bem divino.

Objetivo: manter relacionamentos.

Medo: conflitos; ser acusado de causar dano e injustiça; mudanças não planejadas.

Sentimentos: medo.

Boas profissões: diplomata, psicólogo, professor, médico, cientista e outros.

Exercícios: educação do temperamento

Pode-se tirar muito proveito do fleumático se lhe forem suscitadas convicções


profundas e lhe forem exigidos esforços metódicos e constantes em ordem à perfeição.
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Lentamente, chegará muito longe. Deve-se sacudi-lo de sua inércia e indolência,


empurrando-o às alturas, acender em seu coração apático às labaredas de um grande ideal.
Deve-se estimulá-lo ao pleno domínio de si mesmo, excitando-o e pondo em uso suas forças
adormecidas.

Santo que teve o Temperamento Fleumáticos: São Tomás de Aquino.

CONCLUSÃO DOS TEMPERAMENTOS

Os temperamentos são como lentes pelas quais enxergamos o mundo, através deles
experimentamos de forma diferente as emoções e excitações. O autoconhecimento é
importante para a manutenção de uma vida interior rica, florida e agraciada, mas é importante
não se deixar dominar pelas más tendências do temperamento ou se vangloriar pelas suas
qualidades.

Os temperamentos não são sentenças e não devem ser tratados como um


determinismo biológico. Deus, em Sua soberana sabedoria, quis que fôssemos plantados nesse
solo do qual não podemos fugir, com as características temperamentais que temos.

Portanto, o temperamento é um “solo selvagem” que terá pontos fortes e deficientes.


Poderá dar bons frutos se soubermos usar os recursos providenciados pela graça de Deus,
cultivar as virtudes de forma persistente e ter coragem de retirar as ervas daninhas, que são
nossos defeitos dominantes, pois se não forem desenraizadas, podem comprometer toda a
saúde do jardim, que é a nossa alma. Sempre haverá uma a graça sobrenatural santificante à
disposição, servindo de remédio para alguma deficiência do nosso temperamento.

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CAPITULO 5

INTRODUÇÃO:

O que é a virtude?

A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. (Cf. CIC 1833).

As virtudes são compostas de bons hábitos. A repetição de um hábito saudável se


torna uma virtude. Assim como a repetição de uma habito maléfico se torna um vício ou uma
paixão.

Ela se caracteriza por fazer o bem, seja a quem for e por ser constante em nossa vida.
A pessoa que procede assim é chamada de o Homem Virtuoso ou a Mulher Virtuosa.

VIRTUDES TEOLOGAIS:

1 – Fé;

2 – Esperança;

3 – Caridade (Esta nunca acabará).

OBSERVAÇÃO:

As virtudes teologais estão ligadas diretamente a Deus, procedem diretamente dEle.


Por isto o nome “Teos” significa Deus e “logos” significa conhecimento: teologais.

É o próprio Deus que gera em nós estas virtudes para o nosso bem. A fé, é a fé no
próprio Deus; A esperança, é a esperança no próprio Deus; E caridade, porque o próprio Deus
é amor, caridade.

VIRTUDES CARDEAIS OU HUMANAS: (abreviatura para lembrete: pru ju for te)

As virtudes humanas ou morais são muitas, mas podem ser agrupadas a quatro principais:

1 – Prudência;

2 – Justiça;

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3 – Fortaleza;

4 – Temperança.

As virtudes humanas, chamadas também de virtudes morais, são a base para as nossas
ações do dia a dia. Elas estão ligadas ao comportamento humano. Elas ordenam nossas
paixões e guiam nossa conduta segundo a razão e a fé para o bem dos homens rumo à
salvação eterna.

No Batismo, Deus infunde na alma, sem nenhum mérito nosso, as virtudes, que são
disposições habituais e firmes para fazer o bem.

As virtudes infusas são teologais e morais. As teologais têm como objeto a Deus; as morais
têm como objeto os bons atos humanos.

OBSERVAÇÃO:

Além das 7 virtudes, conta também o cristão com os dons do Espírito Santo, que facilitam o
exercício mais perfeito das virtudes.

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AS VIRTUDES TEOLOGAIS SÃO TRÊS: A FÉ, A ESPERANÇA E A CARIDADE

1 - A FÉ

Primeiro de tudo, nós devemos saber que a fé é um dom que recebemos no batismo, e
através dele nós entendemos e cremos que Deus Pai é o criador do céu e da terra, e de tudo
que existe. E que Ele se deixou conhecer e se revelou aos profetas, e enviou o seu filho ao
mundo para salvar os homens da morte eterna. E crer que tudo isso foi revelado à santa Mãe
Igreja Católica e transmitido a nós.

Assim como o filho já nasce com o sentimento de reconhecer a mãe, assim também
em nós, o dom da fé faz-nos reconhecer que Deus é o nosso Pai criador e nos ama. E Este amor
é um amor de atração, que durante toda a vida o Senhor nos atrai para Ele. “Seduziste-me
Senhor, e eu me deixei seduzir”. (Jr 20,7).

Pelo dom da Fé nós buscamos nos aprofundar no conhecimento de Deus. Entregar a


vida nas mãos de Deus. Saber que Ele é o único e verdadeiro bem que realmente permanecerá
conosco do início ao fim da vida.

É pela fé que cremos em tudo que Deus nos ensinou pela sua palavra e pela sua Santa
Igreja Católica. Através da fé, eu não preciso de provas para crer na palavra de Deus. Basta o
testemunho dos apóstolos. O catecismo da Igreja católica dedica ¼ (ou 25%) somente para
falar dom da fé: o dom de crer em Deus. A igreja nos convoca a professar o dom da fé na
oração do Creio durante cada Santa Missa dominical.

A FÉ É UMA VIRTUDE SOBRENATURAL

É virtude sobrenatural porque não vem das nossas próprias forças. Atenção, não
adianta acharmos que vamos crescer na fé por alguma espécie de mérito ou trabalho que
possamos fazer. Aliás, não adianta assumirmos a várias funções na igreja para muito trabalhar.
Somente isso não vai aumentar a sua fé. Só existe uma maneira de aumentá-la: pedindo a
Deus!

SE EXISTE PROVAS, ENTÃO NÃO É FÉ:

“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos...”

“Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.” (2 Cor 5, 7)

Ou seja, eu não preciso de provas para ter fé. Se quero a existência de provas, então
existe apenas a crença e não a fé.

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Para existir a fé, eu confio na autoridade daquele que dá o testemunho. Por isso nosso
senhor Jesus Cristo não gostava quando as pessoas, insistentemente, pediam provas para
saber se Ele realmente era filho de Deus. E aquele que simplesmente acredita na palavra de
Deus ele elogiava. (Cf. Mt 12, 39).

E sobre nós que temos que exercer a fé, pois não vivemos no tempo de Jesus, Ele
afirmou aos seus apóstolos:

- “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!” (Jo 20, 29).

- “Bem aventurados são os pobres de espírito”. (Mt 5, 3).

Quem é esse pobre de espírito? Não é aquele que é pobre financeiramente. Mas sim,
aquele que reconhece que não tem nada diante de Deus. E que somente Deus é o bem
supremo: que pode nos dar e aumentar a nossa fé.

ASSIM, PROFESSAMOS A NOSSA FÉ NA ORAÇÃO DO CREIO, EM TODA MISSA DOMINICAL:

Creio em Deus-Pai,

todo poderoso,

criador do céu e da terra,

e em Jesus Cristo,

seu único filho, Nosso Senhor,

que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,

nasceu da Virgem Maria....

(...)

Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica,

na comunhão dos Santos.

Na remissão dos pecados. Na ressurreição da carne.

Na vida eterna. Amém”.

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2 - A ESPERANÇA

A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos e esperamos de Deus, com uma
firme confiança, a vida eterna e as graças para merecê-la, porque Deus nos prometeu.

Pela virtude da esperança confiamos com plena certeza alcançar a vida eterna e os
meios necessários para chegar a ela, apoiados no auxílio onipotente de Deus. Não porque
temos uma visão antecipada de sermos salvos, mas porque confiamos absolutamente na
onipotência salvadora de Deus. O próprio Senhor nos atrai para Ele: “Seduziste-me Senhor, e
eu me deixei seduzir”. (Jr 20,7).

A virtude da esperança nos faz cooperar para tudo que seja para nossa salvação
eterna. O Objetivo é a nossa Visão beatífica: de um dia estarmos no céu e termos a visão da
glória de Deus.

Para crescermos na virtude da esperança temos que ter cuidado com duas coisas:

1 – Cuidar a presunção de acharmos que já estamos salvos;

2 – Não desesperarmos, achando que já estamos condenados.

A virtude da esperança, mesmo sem desligarmos das nossas obrigações no mundo,


acalma a nossa alma e nos faz preocupar menos com as coisas terrenas. Como diz são Paulo:
“Aspirai as coisas do Alto”: (Cl 3,2).

O que esperar? Sobre isso, São Paulo comenta: são coisas que os olhos não viram,
nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (os bens que Deus preparou para
aqueles que o amam!). (Cf. 1Cor 2,9).

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3 - A CARIDADE

A caridade é virtude mais importante de todas.

O termo caridade: A caridade é o amor par com Deus e os irmãos.

Desde o início, o povo de Deus do Antigo Testamento (os Judeus) aprenderam:


“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas
forças”. (Dt 6,4). A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as
coisas. Jesus deixou este mandamento ainda mais perfeito, acrescentando nele a pessoa do
próximo: Amar a Deus sobre todas as coisas, e o próximo como a nós mesmos.

São Paulo nos ensina:

- “Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição”. (Cl 3,14). Ou
seja, é o elo que liga todas as virtudes. É o motivo da vinda de Jesus ao mundo. É o sal que dá o
sabor à vida do Cristão.

Devemos amar a Deus sobre todas as coisas porque somente Deus é infinitamente
amável e porque nos criou para o Céu. São Paulo, na primeira carta aos coríntios, capítulo 13,
diz:

A caridade é Paciente, bondosa;

A caridade não busca os seus próprios interesses;

Não se orgulha, não se envaidece;

Não é arrogante, não é prepotente;

A caridade tudo crê tudo espera,

Pois o amor não passa Jamais, o amor é próprio Deus.

São João nos ensina que aquele que não ama não conheceu a Deus. E aquele que diz
que ama a Deus, mas não ama seu irmão, é mentiroso, pois como é que ele vai amar a Deus
que ele não vê, se ele não ama ao irmão que ele vê. (Cf. 1Jo 4, 20).

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A igreja nos ensina que devemos rezar pedindo essa virtude da caridade. Por que
devemos amar ao próximo?

R: Devemos amar ao próximo porque todos os homens são irmãos, filhos do mesmo Pai
celestial, redimidos com o Sangue de Jesus Cristo e destinados ao Céu.

Por último, São Paulo nos Ensina: A fé e a esperança vão desaparecer, mas a caridade nunca
desaparecerá. (1 Cor 13, 8).

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VIRTUDES MORAIS OU CARDEAIS:


Agora nos vamos ver as 4 virtudes Morais ou, como elas mais são conhecidas, as
virtudes cardeais. As virtudes morais estão ligadas ao nosso lado humano. Elas orientam a vida
humana a atingir o fim último que é a vida sobrenatural.

4 - A PRUDÊNCIA

A prudência é a virtude que dispõe da razão prática para discernir, em toda


circunstância, nosso verdadeiro bem e escolhermos os meios justos para realizá-lo. Esses bens
escolhidos devem nos conduzir, por sua vez, para Deus nosso Senhor. (Cf. CIC 1806).

O sentido da virtude da prudência não é o mesmo que o da prudência humana. A


prudência humana é uma espécie de cautela, ela quer sempre evitar as coisas para nos darmos
bem em tudo. Na realidade, a virtude infusa da prudência se relaciona muito mais com saber o
caminho pelo qual seguir do que evitar simplesmente as situações perigosas ou penosas.

Exemplo:

Não se pode dizer que está sendo prudente um homem que está sempre evitando ir à
igreja por causa do trabalho, ou do trânsito, ou para não deixar a sua casa só... Pelo contrário,
ele está sendo imprudente por dispensar os bens divinos.

A prudência não nos manda ser omissos, mas cuidadosos, e sempre com os olhos nas
consequências mais afinadas com a vontade divina. A prudência é a virtude que nos ajuda
sempre discernir para o bem qualquer coisa que escolhermos fazer. (CIC 1806).

O Cuidado e cautela imprudentes não nos levam para Deus. Precisamos pensar não na
atitude que mais nos satisfaça, e sim na atitude que melhor resulte na aproximação de Deus.

Se um Pai, ao invés de esperar a hora certa, resolve corrigir o filho em um momento de


raiva, ele corre o risco de agir somente pelo vício da ira e jogar a virtude da prudência fora. A
verdadeira prudência é aquela que tem por fim último nos levar para Deus. Seja ela uma
prudência ativa ou mais cautelosa.

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5 - A JUSTIÇA

Pela virtude da justiça damos a cada um a parte que lhe cabe. A justiça é a virtude que
consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.

“A justiça praticada para com deus chama-se religião.” (CIC 1807). A justiça praticada
para com o irmão é a caridade fraterna. E para nós, Deus não pratica somente a Justiça, mas a
Misericórdia Infinita.

 Se uma pessoa trabalhou 10 horas para mim, eu não posso pagá-la somente por 5 horas.
Devo pagar as 10 horas de trabalho, como lhe é devido.
 Se eu vejo que uma pessoa é honesta, eu não devo chamá-la de mais ou menos honesta,
mas sim de honesta.

É bom lembrar também que a justiça se refere àquilo que é estritamente devido a
alguém. Se estivermos agindo com liberalidade, dando a alguém um bem maior de que
estaríamos obrigados, podemos estar adentrando em outra virtude, como a da caridade.
Depende, é claro, das nossas intenções e disposições interiores, se houver interesse
escondido, então deixa de ser caridade. A justiça, portanto, se refere à exatidão do que é
devido; nem mais, nem menos.

A justiça NUNCA se refere a nós mesmos. Agir segundo a justiça NÃO se trata de
buscar o que é justo para nós mesmos, de jeito nenhum, é uma virtude sempre aplicada ao
outro.

DICAS PARA PRATICAR A JUSTIÇA:

 Algumas maneiras de vivermos a virtude da justiça são: tentar evitar qualquer pequena
injustiça, mesmo que pareça insignificante;
 Tratar as coisas alheias com cuidado maior do que as nossas;
 Não prejudicar jamais a fama do próximo;
 Não contrair dívidas que saibamos não poder pagar;
 Praticar o que é correto com o nosso dinheiro, tanto pagando a quem trabalhou por nós
quanto os tributos justos;
 E evitar a todo custo a acepção de pessoas (favorecimentos por amizade, indicações
“políticas” prejudiciais feitas, etc...).

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QUEM DEVE PRATICAR A JUSTIÇA?

Todos estamos obrigados a agir segundo a justiça. Nesse momento, podemos nos perguntar:

 Tenho praticado a justiça no meu ambiente de trabalho?


 Tenho dado exemplo de justiça dentro da minha casa, para o meu cônjuge e filhos?
 Passo meus dias preocupado com o que as pessoas estão me devendo ou com aquilo que
não tenho apresentado como deveria a quem estou obrigado?
 Em suma: ajo de forma egoísta, querendo o tempo todo ser tratado com justiça, mas
pouco me importando se tenho feito o mesmo às outras pessoas?

O homem justo, tantas vezes visto na Bíblia, distingue-se pela retidão habitual dos seus
pensamentos e da sua conduta (Cf. CIC 1807). O homem Justo não favorecerá o erro dos
pobres, nem serás complacente para com os poderosos. Julgarás o teu próximo com
imparcialidade.

Caso você queira dar esmolas e ajudar alguém além do que é justo, você entrará na virtude
da caridade: que é amar ao próximo por causa de Deus, por causa do Amor de Deus.

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6 - A FORTALEZA

A fortaleza é a virtude que assegura a firmeza e a constância na prática do bem, até


mesmo nas dificuldades. Ela é a força necessária que o Senhor nos dá para viver bem as
demais virtudes.

A fortaleza torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na


vida moral. A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, até mesmo o da morte,
e enfrentar a provação e as perseguições.

Dispõe a ir até à renúncia e ao sacrifício da própria vida na defesa duma causa justa. O
cristão cheio da virtude da fortaleza ora como o salmista: “O Senhor é a minha fortaleza e a
minha glória”. (Sl 118, 14). E se anima com as palavras edificantes de Jesus:

“No mundo haveis de sofrer tribulações: mas tende coragem! Eu venci o


mundo!” (Jo 16, 33).

A FORÇA DOS MÁRTIRES

A fortaleza é a virtude que permitiu aos apóstolos e a todos os Mártires que


entregassem a sua vida pelo nome e a verdade de Jesus Cristo. Bastava que os primeiros
cristãos jogassem uma colher de incenso para cultuar a imagem do imperador Romano, que as
vidas deles seriam poupadas, porém, cheios da virtude da fortaleza, eles renunciavam a
própria vida para não cometerem a idolatria, adorarem outro Deus.

Mas, recentemente, em nosso tempo: durante a segunda guerra mundial, no ano de


1941, no campo de concentração de Auschwitz, Polônia, houve uma fuga de um judeu do
campo de concentração, e os guardas, para punirem exemplarmente tal ação, pegaram um
Judeu, pai de família, para ser morto como castigo. Vendo aquilo, o padre Maximiliano Maria
Kolbe pediu que poupassem a vida daquele pai de família e tirassem a vida dele no lugar.

Foi então que o padre Maximiliano Maria Kolbe morreu no lugar daquele Judeu, pai de
família. E não foi uma morte normal, ele foi deixado em uma cela por 15 dias para morrer de
fome e sede.

Por causa dessa atitude heroica, ele se tornou o Santo Mártir São Maximiliano Maria
Kolbe, venerado pelos católicos e admirado e estimado pelos Judeus.

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Como vimos aí, sem a virtude da fortaleza, jamais a mensagem de Cristo teria chegado
até nós. Hoje em dia vemos as pessoas, as religiões mudarem a própria palavra de Cristo por
não terem força para seguir, testemunhar e anunciá-la.

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7 – A TEMPERANÇA

“A temperança é a virtude que modera a atração para os prazeres sensíveis e procura


a moderação no uso dos bens criados: os bens temporais.” (CIC 1809).

Já adianto que a pessoa intemperante é insensível para assuntos espirituais, como o


deste curso. Por lhe faltar a temperança, a pessoa demora a perceber que tem uma alma a ser
cuidada. A vida, para ela, se resume em prazeres imoderados.

A virtude da temperança é essencial para progredir na vida espiritual. Há setores


essenciais da vida em que a temperança é mais necessária, como os prazeres da alimentação e
do sexo. Ambos são fundamentais para a conservação da espécie e a vida natural do homem
sobre a terra. No entanto, desordenados que somos, pelo nosso pecado original (e pelos
atuais), acabamos desorganizando aquilo que Deus dispôs para o nosso bem.

O pecado não está nesses prazeres que Deus assim permitiu ao ser humano, mas na
desordem que podemos fazer neles.

A bíblia invoca várias vezes essa virtude da temperança, para que o homem possa ter
uma vida plena e santa diante de Deus e os homens:

“Muitos morreram por causa de sua intemperança, o homem sóbrio (e temperante),


porém, prolonga sua vida”. (Eclo 37, 34).

O próprio Cristo criticou duramente os fariseus, por parecerem bons por fora, mas por
dentro serem intemperantes.

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CONCLUSÃO

Segundo o catecismo, “O Homem virtuoso é aquele que livremente pratica o bem...


(Estas virtudes lhes) Conferem facilidade, domínio e alegria para se levar uma vida moralmente
boa” diante de Deus e dos homens. (CIC 1804).

As virtudes “Com a ajuda de Deus, forjam o carácter e facilitam a prática do bem. O


homem virtuoso sente-se feliz ao praticá-las. Não é fácil, ao homem ferido pelo pecado, manter
o equilíbrio moral. O dom da salvação, que nos veio por Cristo, dá-nos a graça necessária para
perseverar na busca das virtudes. Cada qual deve pedir constantemente esta graça de luz e de
força, recorrer aos sacramentos, cooperar com o Espírito Santo e seguir os seus apelos, amar o
bem e se prevenir de fazer o mal.” (CIC 1810 - 1811).

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CAPITULO 6

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ROTEIRO DOS ACONTECIMENTOS:


 Êxodo 12: Moisés lidera a Saída do Povo de Deus do Egito – Rumo a Terra Prometida;

 Êxodo 19ss: O Senhor faz convênios com o povo e aparece no Monte Sinai;

 Êxodo 20, 1–22: São revelados os dez mandamentos;

 Êxodo 24, 12, 18: Moisés fica no Monte Sinai por quarenta dias;

 Êxodo 31, 18: O Senhor escreve nas tábuas com Seu dedo;

 Êxodo 32, 1–24, 30–32: Arão faz um bezerro de ouro;

 Êxodo 19-20: Moisés desce do Monte Sinais com os 10 mandamentos.

DEUS ENTREGA AO POVO OS 10 MANDAMENTOS


Após saírem do Egito, o povo peregrinou por 40 anos. E nessa caminhada, rumo à terra
prometida, esse povo, com frequência, se perdia em pecados, vícios, desobediência e erros
graves... Vendo isso, Deus chamava a Moisés com frequência para lhe dar orientações de como
o seu povo escolhido deveria se comportar e viver.

O capítulo 19 do Livro do Êxodo – começa assim: Ao terceiro mês da saída dos filhos de
Israel da terra do Egito chegaram ao deserto de Sinai... (Ex 19, 1) ... E estando aí, Moisés
sempre subia até o monte Sinai para conversar com Deus e receber dele as orientações para o
povo.

Em uma destas subidas de Moisés ao monte Sinai, ele passou 40 dias, e Deus, com os
seus próprios dedos, escreveu os 10 mandamentos em duas tábuas de pedra. Moisés, então,
desce da montanha e, para sua surpresa, o povo, mais uma vez tinha, se perdido em pecados:
Eles construíram um Bezerro de ouro para eles adorarem e chamarem de Deus. (Cf. Ex 19 - 32).

É exatamente nesse contexto que começa a vivência dos 10 mandamentos, os quais


iremos estudar de maneira breve, um a um, agora.

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1º - AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS


Amar a Deus no próximo, através do nosso irmão. Somos imagem de Deus e, por isso,
temos que nos assemelhar a Ele, e, para isso, nós devemos nos esforçar:

- Amar a todos;

- A todos perdoar;

- A todos servir;

- E a ninguém excluir;

Santo Agostinho definia que o nosso amor por Deus é assim: "Um conflito entre dois amores: o
amor de Deus impelido até o desprezo do amor de si." ou "o amor de si impelido até o desprezo
do amor de Deus".

Quando fomos batizados, nós nos tornamos cristãos. Isso quer dizer que nós não
somos apenas amigos de Cristo, mas que estamos inseridos (fazemos parte) no seu projeto de
salvação, de restauração.

Jesus Cristo veio para restaurar a vida das pessoas, da igreja. Ex: nas Bodas de Caná, Ele
transformou a água em vinho, deu vida ao filho da viúva de Naim, fez os cegos enxergarem, os
surdos ouvirem, os coxos andarem, etc... Nós temos que, a exemplo de Jesus Cristo, restaurar
a vida da sociedade. E eu restauro a sociedade quando eu ajo com a consciência moral cristã,
testemunho Jesus Cristo onde quer que eu esteja, quando luto contra os preconceitos: racial,
de cor, nível social, etc.

RECOMENDAÇÃO – LER:

- "Deus só pede o nosso amor" - Leia Mt 22, 34-40

- Módulo AS 7 VIRTUDES: virtude da Caridade

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2 º - NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO


Proíbe todo uso impróprio do nome de Deus.

 Jurar usando o Santo Nome de Deus;

 Usar das coisas de Deus para se beneficiar: piadas, mentiras, encenações


debochadas...

BLASFÉMIA:

“A blasfémia opõe-se diretamente ao segundo mandamento. Consiste em proferir contra Deus


– interior ou exteriormente – palavras de ódio, de censura, de desafio; dizer mal de Deus;
faltar-Lhe ao respeito nas conversas; abusar do nome d'Ele.” (CIC 2148).

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3º - GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA


Sobre Este mandamento, a Igreja nos Ensina:

O mandamento da Igreja especifica a lei do Senhor: “Nos domingos e nos outros dias de festa
de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa”. (CIC 2180).

“Cumpre esse preceito de participar da missa quem assiste à missa celebrada segundo o rito
católico no próprio dia de festa ou à tarde do dia anterior”. (CIC 2180).

Além de todos os domingos, são Dias Santos (ou Dias de Preceito):

1/1 – Santa Maria, Mãe de Deus;


2/1 – Epifania do Senhor;
29/5 – Ascensão do Senhor;
16/6 – Corpus Christi;
3/7 – São Pedro e São Paulo;
21/8 – Assunção de Nossa Senhora;
6/11 – Todos os santos;
8/12 – Imaculada Conceição de Maria;
25/12 – Natal de Nosso Senhor.

4º - HONRAR PAI E MÃE


Respeito aos pais / Obediência / Diálogo /Paciência com eles na fase da velhice...

Este é o único mandamento que é acompanhado de uma promessa do Senhor: “Honra teu pai
e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra”. (Dt. 5, 16).

Os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos, e os filhos são responsáveis
pelos cuidados dos seus pais.

“Honra teu pai de todo coração, não esqueças os gemidos de tua mãe; lembra-te de que sem
eles não terias nascido, e faze por eles o que fizeram por ti.” (Eclo 7, 29-30).

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5º - NÃO MATAR
A vida do homem pertence a Deus, desde o momento da concepção, até a sua morte.
Por isso, Só Deus tem o direito de tirá-la.

Não se pode fazer o: Aborto / Eutanásia / Suicídio / Homicídio, nem qualquer outra forma que
atente contra a vida.

- Nem de uma vez só e nem “a conta gotas”. Isto é, não se deve promover situações que
possam vir a gerar a morte de alguém no futuro. Como, por exemplo, a venda de drogas...

OBSERVAÇÃO:

A exceção a este mandamento é a legítima defesa. Quando ao se defender para não


morrer a pessoa tira a vida do agressor. (Cf. CIC 2263).

6º - NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE


“Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele
que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração (Mt 5,
27- 28). Não separe o homem o que Deus uniu. A Tradição da Igreja entendeu o sexto
mandamento como englobando o conjunto da sexualidade humana”. (CIC 2336).

-Todo indivíduo batizado é chamado a levar uma vida casta, incluindo a aprendizagem do auto
domínio pessoal.

Reflexão: Sempre que uma pessoa procura um prazer a curto prazo, vai ter um sofrimento a
longo prazo.

A Igreja Ensina o Seguinte:

A castidade implica em uma aprendizagem do autodomínio. É uma ação da liberdade


humana. A igreja diz que a alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança
a paz, ou se deixa dominar pelas paixões, vícios e se torna infeliz... (Cf. 2339).

Para o alcance desse autodomínio, a igreja pede ainda que, estudemos, façamos
exercícios espirituais, como isso que você está fazendo agora, com a leitura deste e-book, para
que, através da ascese, possamos chegar à virtude da temperança e autodominarmos.

RECOMENDAÇÃO – LER:

- Capitulo 3: OS 7 PECADOS CAPITAIS: a Luxúria

- Capitulo 5: AS 7 VIRTUDES: Virtude da Temperança

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7º - NÃO ROUBAR
Não se apropriar do que não é seu. Implica em não usurpar ou tirar um bem ou coisa
que é de outrem contra a vontade do proprietário.

Deve-se trabalhar para conseguir os bens desejados. Pois até as formiguinhas trabalham
para sobreviver.

Não Roubar e não furtar:

A Diferença básica é que roubar é quando se toma algo à força de alguém. E furtar é
quando pego algo de alguém de maneira escondida, sem que a pessoa saiba. Mas se trata do
mesmo mandamento: o sétimo.

ATENÇÃO:

Deve-se evitar quaisquer formas de desonestidades que se cometa contra o próximo: roubo,
furto, enganação, leviandade etc...

“Ao ladrão estão reservados a confusão e o arrependimento.” (Eclo 5, 6).

8º - NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO


“E conhecerão a verdade, e a verdade vos libertará." (Jo 8, 32).

Jesus disse: não é o que entra pela boca que causa o mal, mas sim o que sai dela.
Deve-se usar de lealdade e caridade para com o próximo: mesmo ao falar a verdade.

O Demônio é o pai da mentira. Essa, assim como aquele, só pode trazer a divisão.
Quando falar, falar com a pessoa certa, pedir a orientação do Espírito Santo para não ser
injusto e impiedoso com as palavras. Apenas Deus conhece totalmente o coração do homem
para emitir juízos 100% corretos.

Quem fala mal dos outros “mata com a língua” e desmoraliza injustamente a boa fama
do irmão. Devemos ter misericórdia com o próximo, mesmo que somente no falar e pensar
sobre ele.

RECOMENDAÇÃO – LER:

- Capítulo 3: OS 7 PECADOS CAPITAIS: A Inveja

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9º - NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO


Deve-se haver um respeito ao compromisso assumido pelos outros no sagrado
Matrimônio. O adultério, o divórcio, a poligamia e a “livre união” são ofensas graves à
dignidade do matrimônio da família.

São Paulo nos diz em suas cartas: nós estamos no mundo, mas não pertencemos ao
mundo. E continua na Primeira carta aos Coríntios, capitulo 6, 12: Tudo me é permitido, mas
nem tudo me convêm...

Principalmente para nós homens, que tantas malícias temos no olhar, no jeito de ser e
se comportar com as mulheres... Que, por sua vez, promovem os descumprimentos deste
nono mandamento. Como cristão, não podemos achar que esses vícios dos homens mundanos
são normais e mantê-los em nossas vidas.

RECOMENDAÇÃO – LER:

- Capitulo 3: OS 7 PECADOS CAPITAIS: a Luxúria

- Capitulo 5: AS 7 VIRTUDES: Virtude da Temperança

10º - NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS


Este mandamento proíbe a ambição desmedida. Pois cada um de nós tem o seu lugar
no mundo: tem em o seu espaço, os seus bens. Cada um tem os bens atuais e os bens que
ainda serão conquistados pelo santo esforço do trabalho.

Portanto, não se deve cobiçar os bens dos outros, mas sim lutar para conquistar os nossos
próprios bens, com o suor do próprio trabalho. Abençoado pelo Pão Nosso de cada dia. (Cf. Gn
3, 19).

RECOMENDAÇÃO – LER:

- Sermão da Montanha (Mt. 5, 1 – 12)

- Capítulo 3: OS 7 PECADOS CAPITAIS: A Inveja

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CONCLUSÃO SOBRE OS 10 MANDAMENTOS

Santa Teresa diz que o pecado mortal (contra os 10 mandamentos) nos deixa fora do
Castelo (amizade de Deus): à mercê dos bandidos, bichos, ladrões e toda sorte de doenças e
todo mal que tem fora dos muros.

A pior coisa para alma não é um pecado em si, mas compactuar com o pecado e ter
uma estimação por ele. Deve-se pedir a Deus como fazem os santos: ter horror ao pecado.
“Antes Morrer do que Pecar”. (São Domingo Sávio).

Deve-se evitar o pecado com oração, vigilância e espírito de penitência. Vivência


Humilde do Evangelho a exemplo do pobre Francisco de Assis, que não buscou somente a
teologia do evangelho, mas a vivência prática das palavras de Cristo.

Não deve haver diálogo com a tentação:

Na luta contra o pecado não se deve dialogar com a tentação, com o mal, pois o mal
sempre ganhará. Ele já ganhou só pelo fato de te levar a iniciar um diálogo com a tentação.
Deve-se fugir das ocasiões de Pecados, pois não é porque que não estamos em pecado mortal
que não tenhamos predisposição para tal; ainda muitas relíquias do pecado existem dentro do
homem, portanto, devemos pedir o Auxílio do Espirito Santo na Luta contra o pecado e lutar
sempre.

“Não há pecado que a igreja não possa perdoar..., Mas é preciso perdoar os
outros...inclusive a mim mesmo.” (Cf. CIC 1488).

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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
TITULOS GERAIS:

- Bíblia: Versão: A Bíblia de Jerusalém (É toda explicada nas notas de rodapé)

- Catecismo da Igreja Católica

- Breviário (Para fazer a liturgia das Horas)

- A Imitação de Cristo: Tomás de Kempis

- O Céu Começa em Você: Monge Anselm Grun

- Compêndio de Teologia Ascética e Mística: Adolphe Tanquerey

Para entender a gravidade do pecado:

- O inferno - Monsenho de Ségur

- O último exorcista - Pe. Gabriele Amorth

- Carta do além - Com notas do Pe. Bernhardim Krempel

- Os Pecados e as Virtudes Capitais - Professor Felipe Aquino

Para entender a importância da oração na vida cristã:


- O segredo admirável do Rosário - São Luís Maria Grignon de Montfort

- As excelências da Santa Missa - São Leonardo de Porto Maurício

- A oração - Santo Afonso Maria de Ligório


- A oração - São Pedro de Alcântara

Para traçar um caminho de santificação:


- A Imitação de Cristo Tomás de Kempis

- Quero ver a Deus - Frei Maria Eugênio do Menino Jesus

- As 7 Moradas ou Castelo Interior: Santa Teresa D’ávila

- Para Formar Almas Santas – Adolphe Tanquerey


- Ser ou não ser santo: Antônio Royo Marín

Para tirar dúvidas gerais (sacramentos, mandamentos, etc)


- A fé explicada - Pe Leo J. Trese

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Para desempenhar bem qualquer ministério na igreja

- A Alma de Todo Apostolado- Dom J. B. Chautard

Para conversar pessoal:

- Biografia de São Francisco; Pe. Pio; Dom Bosco; Santo Antônio; Madre Tereza; Santa Teresa
D’ávila. Santa Teresa do Menino Jesus.
- Todas as Biografias de Santos que Puder Ler (Ler antes de Dormir)

- As Três Vias e Três Conversões - R. Garrigou-Lagrange

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