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Valsoir Tronchin - Não existe uma definição formal para Customer Relationship
Management, já que esse é um termo bastante abrangente. Na prática, o CRM
pode ser melhor caracterizado como o marketing one to one, que é a relação
com o cliente um a um, personalizada. Mas podemos entender CRM da seguinte
forma: tratar clientes diferentes de formas diferentes. E o que isso significa? Ora,
nada mais é do que a diferenciação dos clientes pelo valor e pelas necessidades
de cada um, ou seja, o valor que o cliente tem para a empresa, diferenciando-os
pelas suas necessidades individuais. No entanto, é preciso salientar que a
personalização com o cliente não deve existir para todos os clientes, ela só deve
acontecer para os melhores clientes. Assim, o fundamental é saber que, se a
empresa não diferenciar os vários clientes, ela não está praticando CRM. Agora,
falando em sistemas, o CRM é a integração dos módulos de automação de
vendas (SFA), gerência de vendas, telemarketing e televendas, serviço de
atendimento e suporte ao cliente (SAC), automação de marketing, ferramentas
para informações gerenciais, Web e comércio eletrônico.
V.T. - Com essa fidelidade que se consegue com CRM, os clientes fiéis passam
a custar menos, trazendo mais dinheiro para a empresa. Isso é facilmente
verificado no dia a dia. Só que essa fidelidade também é interessante para o
cliente, porque ele passa a ser tratado de forma diferenciada, ficando mais fácil
fazer negócios com a empresa. É importante deixar claro que não basta
implantar um sistema de CRM, só isso não garante que a empresa faça CRM. O
importante mesmo é adotar essa filosofia de trabalho, aí as vantagens
começam, realmente a aparecer.
V.T. - Sim, porque não adianta nada eu personalizar meu cliente aqui, e o
pessoal de recursos humanos contratar pessoal para trabalhar na empresa da
mesma forma como há dez anos, orientada ao produto, e também não adianta
nada fazer um trabalho com o cliente, se a área de cobrança, por exemplo,
quando existe uma conta que não está paga, o funcionário envia uma carta de
cobrança mal-criada, independente do cliente. E é justamente isso que precisa
ser diferenciado. Hoje, qualquer cliente que atrasa uma conta, já recebe uma
cobrança automática. E se ele for um cliente que traz muitos lucros à empresa?
Não seria melhor tentar, primeiro, encontrar o motivo que levou ao não
pagamento da conta?
V.T. - Do ponto de vista prático, essa relação tem que valer para os clientes,
fornecedores, funcionários e acionistas. É por isso que o conceito é mais amplo
que CRM, já que precisa valer para todos os níveis da relação. O que tem a ver
CRM com ERP? Ora, ERP é um sistema baseado na automação e na parte
operacional da empresa, em relação aos processos da geração ou da produção
dos produtos da empresa. Numa análise simplista, CRM pode ser considerado o
equivalente do ERP, mas com o foco no cliente. A relação entre esses dois
pontos é fundamental. No entanto, as empresas não precisam de ERP para
implantar CRM e nem vice-versa, não existe uma regra. Mas também é preciso
deixar claro que implementar sistemas de CRM é muito mais complexo que
implementar sistemas de ERP, já que, nesse caso, o trabalho acontece com
tecnologia pré-definida, a relação com o cliente é totalmente multi-facetada e
não varia de acordo com cada cliente.
Há cinco anos, houve a explosão de ERP, então, foi colocado que se a sua
empresa implantasse esse sistema, ela não iria para a frente. Com isso, as
empresas começaram a gastar uma fortuna em ERP. Umas realmente se
beneficiaram, outras perderam muito dinheiro, outras não implantaram e
continuam vivas hoje ... O mesmo está acontecendo com CRM, mas pensando
em filosofia, ela é fundamental para uma empresa, e pensando apenas como um
sistema, pode já não ser assim.
V.T. Sem dúvida, porque a Web é canal interativo, que está tornando as relações
mais fáceis e simples. O problema é que a maioria dos sites não está aplicando
os conceitos de CRM, porque ainda ainda não está capacitada para fazer o
relacionamento one to one com o cliente. As empresas virtuais ainda não estão
completamente planejadas e preparadas. E, além disso, as empresas virtuais
acham que podem utilizar as mesmas práticas das empresas não virtuais para a
relação com o cliente, coisa que realmente não funciona.