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ALFABETIZAÇÃO

E LETRAMENTO
Aline Ruiz

E-book 1
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO���������������������������������������������� 3
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO�������� 4
CONCEITUANDO ALFABETIZAÇÃO
E LETRAMENTO ����������������������������������������� 5
AQUISIÇÃO DA ESCRITA�������������������������10
LEITURA������������������������������������������������������� 14
PRODUÇÃO DE TEXTOS��������������������������17
A ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL����������� 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS����������������������26
SÍNTESE������������������������������������������������������� 27

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INTRODUÇÃO
Neste módulo, vamos aprender sobre os conceitos de
alfabetização e letramento que norteiam a disciplina
de Alfabetização e Letramento.

Com certeza, em algum momento de sua vida, você


já se deparou com essas duas palavras, mas talvez
ainda não tenha entendido o que elas significam
e qual a importância delas dentro do processo de
aprendizagem, por isso, aqui vamos conversar mais
sobre isso.

Além disso, também estudaremos sobre os funda-


mentos da prática de ensino da alfabetização e do
letramento para crianças e adultos.

Para que seja possível entendermos como se dão


esses fenômenos, será necessário recuperar as no-
ções de linguagem, sociedade, cultura e discurso
para que compreendamos como essas questões
definem a forma como usamos a língua.

Preparado? Então, vamos juntos!

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ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
Quando pensamos em escola, logo pensamos nos
processos de aquisição da escrita, pois esse é um
dos grandes momentos da nossa aprendizagem.
Você talvez se lembre dos seus primeiros passos
para decodificar aquelas letras que a professora es-
crevia na lousa, a elaboração das primeiras sílabas,
o som das palavras, até, finalmente, o dia em que
conseguiu ler sozinho e compreendeu. Se você já não
se lembra de como foi com você, observe as crianças
ao seu redor – filhos, sobrinhos, vizinhos – e repare
como elas se interessam pelo mundo.

A escrita e a leitura também fazem parte desse uni-


verso de descobertas e permitem que consigamos
decifrar muito do que temos ao nosso redor.

O processo de alfabetização se dá logo nos primeiros


anos escolares, mas há quem não tenha aprendido
nessa fase e, posteriormente, já na fase adulta, curse
a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Será que o
processo de alfabetização de crianças e adultos se
dá da mesma maneira?

Primeiramente, é necessário que compreendamos


sobre o que estamos falando e o que define a alfa-
betização e, por sua vez, o letramento.

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CONCEITUANDO ALFABETIZAÇÃO
E LETRAMENTO

Se perguntássemos às pessoas o que é alfabetiza-


ção, receberíamos como resposta possível “ato de
alfabetizar”. Isso, de nenhuma maneira, poderia estar
errado, pois é o que consta nos dicionários e é o que
determina a ação.

Magda Soares (2014), importante pesquisadora e


professora nessa área, aponta que, em síntese, “alfa-
betização é o processo de aprendizagem do sistema
alfabético e de suas convenções, ou seja, a apren-
dizagem de um sistema notacional que representa,
por grafemas, os fonemas da fala”. Agora, vamos
entender o que isso quer dizer.

Alfabetização ficou convencionada, então, como a


ação de ensinar alguém a ler e a escrever. Soares
(2014) aponta que, a partir dos anos 1980, esse con-
ceito passou a ser questionado pelos profissionais
da área, pois, em uma sociedade moderna, apenas
saber ler e escrever não era mais suficiente, era ne-
cessário que as pessoas tivessem também outras
competências.

Assim, saber ler e escrever não permitia que os su-


jeitos fizessem parte da cultura escrita da mesma
forma. Vamos pensar em uma situação: ao ler um
enunciado de uma questão na prova, não basta ape-
nas que você saiba ler, é necessário que você consiga
interpretá-lo para que seja possível dar uma resposta

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adequada. Isso acontece em diversas atividades
cotidianas.
Então,

logo se reconheceu que essas duas compe-


tências – de um lado, saber ler e escrever, de
outro lado, saber responder adequadamente
às demandas sociais de uso da leitura e da
escrita – envolviam processos linguísticos e
cognitivos bastante diferentes; como conse-
quência, passou-se a designar por uma outra
palavra, letramento, o desenvolvimento de ha-
bilidades de uso social da leitura e da escrita, e a
designar com a palavra alfabetização especifica-
mente a aprendizagem de um sistema que conver-
te a fala em representação gráfica, transformando
a língua sonora – do falar e do ouvir – em língua
visível – do escrever e do ler: a aprendizagem do sis-
tema alfabético. (SOARES, 2014, grifos da autora)

Dessa maneira, a alfabetização, hoje em dia, é com-


preendida como a aprendizagem do sistema alfabéti-
co e das suas convenções, ou seja, a representação
em grafemas dos fonemas da fala.

FIQUE ATENTO
Quando estudamos sobre alfabetização, é neces-
sário que nos atentemos para alguns termos im-
portantes, como os grafemas e os fonemas. Gra-
femas são os símbolos gráficos que utilizamos
para formar palavras, como as letras e os sinais
de pontuação. Fonemas são os sons distintivos
em uma língua.

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Referências
A apropriação da escrita é um processo complexo e
que envolve diversas questões, seja no domínio do
sistema alfabético seja na compreensão e uso de
fato da língua escrita em diversas situações dife-
rentes.
MussumPartindo, então, vidis
Ipsum, cacilds dessa complexidade
litro é que
abertis. Admodum
se começou
accumsan a pautar a alfabetização
disputationi e o letramento
eu sit. Vide electram sadips-
como fenômenos que são diferentes, mas que se
cing et per. Sapien in monti palavris qui num significa
complementam.
nadis i pareci latim. Mé faiz elementum girarzis, nisi
eros vermeio. Em pé sem cair, deitado sem dormir,
Como tratamos, a alfabetização diz respeito ao pro-
sentado sem cochilar e fazendo pose.
cesso específico de aprendizagem do sistema de
escrita, a compreensão dos princípios alfabéticos e
Manduma pindureta quium dia nois paga. Copo fura-
ortográficos, o que permite ao aluno ler e escrever.
dis é disculpa de bebadis, arcu quam euismod mag-
Assim, o aluno é capaz de dominar e compreender
na. Não sou faixa preta cumpadi, sou preto inteiris,
um código escrito que está organizado de acordo
inteiris. Si num tem leite então bota uma pinga aí
com as relações entre os sons e as letras que os
cumpadi!
representam.

Agora,
Aenean“oaliquam
letramento pode ser
molestie leo,definido comonisl.
vitae iaculis o pro-

cesso de inserção e participação na cultura
deprimidis, eu conheço uma cachacis que pode ale- escrita”
(COSTA
grar sua VAL,
vidis.2006, p. 19).
Interagi É, portanto,
no mé, um processo
cursus quis, vehicula
que
ac nisi. Detraxit consequat et quo num tendicriança
tem início desde o momento em que a nada.
passa a conviver com as múltiplas formas de escrita
na sociedade
Praesent em que
malesuada urnavivem, como
nisi, quis as placas
volutpat nas
erat hen-
ruas,
drerit os rótulos
non. das embalagens,
Nam vulputate as revistas
dapibus. Mauris e os
nec dolor
jornais etc. e continua
in eros commodo ao longo
tempor. Aenean dealiquam
toda a vida.
molestie
leo, vitae iaculis nisl. Viva Forevis aptent taciti so-
As manifestações escritas na sociedade vão ad-
ciosqu ad litora torquent. Suco de cevadiss deixa as
quirindo maior complexidade conforme as práticas
pessoas mais interessantis.
sociais que as envolvem. Assim, ao longo da vida,
temos contato com diversos gêneros textuais di-
ferentes, como contratos, textos científicos, obras

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literárias, leis, entre outros, que exigem leituras mais
aprofundadas.

Costa Val (2006) aponta que o termo letramento foi


criado quando se passou a compreender que apenas
saber ler e escrever não envolvia uma série de com-
petências necessárias para se viver nas sociedades
contemporâneas. Não basta apenas identificar as
letras que compõem um cartaz, é necessário que
você consiga entendê-las.

É comum as pessoas passarem pela escola, aprende-


rem a ler e a escrever textos curtos, mas não serem
capazes de elaborar textos mais complexos. Isso
quer dizer que essas pessoas são alfabetizadas, mas
não são letradas.

REFLITA
Em entrevista ao Canal Futura, a professora e pesqui-
sadora Magda Soares responde ao questionamento: há
um método mais correto de alfabetizar uma criança?
Assista à entrevista da professora e observe como essa
discussão se dá nos estudos sobre educação.
Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=mAOXxBRaMSY. Acesso em: 01 jul. 2019.

Atualmente, um dos desafios que se coloca aos edu-


cadores é a combinação entre esses dois processos.
Ao passo que o aluno precisa saber o sistema alfa-
bético e conseguir usar a língua nas práticas sociais
de leitura e escrita. Por isso, não se deve pensar que
são processos alternativos: deve-se alfabetizar ou

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deve-se letrar, não é isso. Eles são processos com-
plementares e que devem estar juntos na prática
pedagógica. Portanto, deve-se alfabetizar letrando.

Lembre-se de que

os alfabetizandos vivem numa sociedade le-


trada, em que a língua escrita está presente
de maneira visível e marcante nas atividades
cotidianas, inevitavelmente eles terão contato
com textos escritos e formularão hipóteses
sobre sua utilidade, seu funcionamento, sua
configuração. Excluir essa vivência da sala de
aula, por um lado, pode ter o efeito de reduzir e
artificializar o objeto de aprendizagem que é a
escrita, possibilitando que os alunos desenvol-
vam concepções inadequadas e disposições
negativas a respeito desse objeto. Por outro,
deixar de explorar a relação extraescolar dos
alunos com a escrita significa perder oportu-
nidades de conhecer e desenvolver experiên-
cias culturais ricas e importantes para a plena
integração social e o exercício da cidadania.
(COSTA VAL, 2006, p. 19)

Assim, tudo aquilo que o aluno já sabe ou que venha


do exterior da escola também deve ser considerado
para as práticas de alfabetização e letramento.

Agora, vamos pensar sobre a aquisição da escrita.

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AQUISIÇÃO DA ESCRITA
No início desse módulo, pedimos para que você pen-
sasse sobre o processo de alfabetização pelo qual
você ou alguém próximo a você passou ou esteja
passando. Você conseguiu se lembrar de algo? Qual
foi o momento em que a escrita e a leitura passaram
a estar na sua vida?
Vivemos em uma sociedade que é chamada de gra-
focêntrica, e o que isso significa? Significa que esta-
mos rodeados pela escrita, a qual cumpre diversas
funções. Ter noção de que a escrita é importante e
que, a partir dela, há a abertura para diversas instân-
cias da vida nos ajuda a compreender a sociedade
em que estamos inseridos.
De acordo com Ferreiro (1985), a escrita pode ser
compreendida de duas formas: como uma represen-
tação da linguagem ou como um código de transcri-
ção gráfica das unidades sonoras. Para ela, o primeiro
é construído durante um longo processo histórico;
já o segundo as relações já estão pré-determinadas.
Ainda de acordo com a autora, a invenção da escrita
se deu como um processo histórico de construção
de um sistema de representação, e não um processo
de codificação.
Para compreender as regras de leitura e escrita, os
alunos precisam desenvolver conhecimentos e ca-
pacidades diversas que envolvam não apenas o sis-
tema alfabético e ortográfico da Língua portuguesa,
mas também o uso geral da escrita, conforme aponta
Soares (2006). Nesses casos, alia-se a alfabetização
e o letramento para que se proponham reflexões so-
bre o sistema da escrita.

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É necessário que os alunos tenham conhecimento
e compreensão sobre o que é o alfabeto, a fim de
identificarem as letras, compreenderem o que o nome
de cada letra tem relação com ao menos um fonema
de nossa língua. Além disso, devem compreender o
papel que as letras desempenham, que é o de ocupar
espaços determinados na escrita das palavras.
Assim,

isso significa conhecer a categorização grá-


fica e funcional das letras, entendendo que
determinadas letras devem ser usadas para
escrever determinadas palavras, em determi-
nada ordem. Apesar das diferentes formas
gráficas das letras em nosso alfabeto (mai-
úsculas, minúsculas, imprensa, cursiva), uma
letra permanece a mesma porque exerce a
mesma função no sistema de escrita, ou seja,
as letras têm valores funcionais fixados pela
história do alfabeto e, principalmente, pela or-
tografia das palavras, em cada língua. (COSTA
VAL, 2006, p. 20)

Levando, assim, o aluno a compreender que ele não


pode organizar as letras da forma que achar melhor,
porque elas precisam estar em uma posição deter-
minada para que formem palavras.
Dessa maneira, quando o aluno se apropria da es-
crita, ele consegue entender que os grafemas repre-
sentam os fonemas. Isso se dá quando a criança
começa a tentar ler ou escrever relacionando uma
determinada letra a um determinado som.

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Após essa primeira etapa, o aluno deve aprender as
regras de correspondência entre grafemas e fonemas
de acordo com a ortografia da Língua Portuguesa.
Como sabemos, essas regras são variadas, algumas
mais simples e regulares, outras mais complexas e
bastante irregulares.
A aquisição da escrita demanda que o indivíduo re-
flita sobre a fala, estabelecendo relações entre os
sons e a sua representação gráfica. Isso é denomi-
nado como consciência fonológica. Dessa maneira, é
necessário que o aluno entenda que há uma relação
entre fala e escrita para que seja possível dominar
o código escrito.

A consciência fonológica envolve o reconhe-


cimento pelo indivíduo de que as palavras são
formadas por diferentes sons que podem ser
manipulados, abrangendo não só a capacidade
de reflexão (constatar e comparar), mas tam-
bém a de operação com fonemas, sílabas, rimas
e aliterações (contar, segmentar, unir, adicionar,
suprimir, substituir e transpor). (MOOJEN et al.,
2003, p. 11).

A partir disso, conseguimos usar a língua de forma


consciente, criando, por exemplo, rimas, efeitos so-
noros a partir da estrutura das palavras.

Na Língua Portuguesa é muito difícil que exista ape-


nas uma correspondência entre um grafema e um
fonema. Aqui, então, começa a complexidade de se
ensinar a ortografia para alunos recém inseridos no
mundo letrado e que, muitas vezes, perdura até a
idade adulta.

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Assim, é fundamental que o professor alfabetizador
tenha consciência de que há padrões e que eles de-
vem ser passados aos alunos. É necessário também
que se observem as maiores dificuldades dos alunos
para que se proponham atividades que busquem
minimizá-las.

Costa Val (2006, p. 21) sugere que “no processo de


aprendizagem, a compreensão das relações alfabé-
ticas e ortográficas pode se beneficiar da exploração
de relações semânticas e contextuais significativas
para as crianças”, o professor deve levar os alunos a
compreenderem elementos do texto, seu suporte, sua
esfera de circulação, oferecendo aos alunos pistas
para que se compreendam como as palavras devem
ser escritas ou lidas. Ademais, algumas regras de-
veram ser memorizadas e serão aprendidas a partir
do contato frequente com as palavras.

SAIBA MAIS
Emilia Ferreiro é um dos nomes mais importantes quan-
do falamos de Alfabetização. Nesta entrevista para a
Revista Nova Escola, a pesquisadora argentina fala sobre o que
as crianças podem aprender na Educação Infantil sobre leitura
e escrita.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0YY-


7D5p97w4. Acesso em: 01 jul. 2019.

O professor alfabetizador deve estar em constante


aprendizado para que consiga adequar suas práticas
à necessidade de seus alunos e consiga conduzir
adequadamente o seu trabalho.

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LEITURA
Você já deve ter se perguntado: por que o brasileiro
lê tão pouco? Ou, quem sabe, já ouviu isso de algum
conhecido ou se deparou com alguma afirmação do
tipo nos meios de comunicação. Será que temos lido
menos ou nunca lemos o suficiente? Quanto uma
pessoa deve ler por ano? Será que há um número?
Essas indagações são para nossa reflexão porque
não há apenas uma resposta adequada para elas.
Aqui, vamos refletir um pouco mais sobre leitura.

A leitura é uma atividade que fazemos individualmen-


te, mas que se insere dentro de um âmbito social,
envolvendo diversas competências, como a decodifi-
cação do sistema de escrita, a compreensão do que
foi lido, a produção de um sentido para ela etc. Então,
ler abrange capacidades que foram desenvolvidas
durante o processo de alfabetização e de letramento,
uma vez que demonstram as capacidades do aluno
de participar ativamente das práticas sociais letradas.

SAIBA MAIS
O filme “Central do Brasil” estrelado pela atriz Fernan-
da Montenegro, a qual recebeu indicação ao Oscar de
melhor atriz, trata sobre a história uma ex-professora
que ganha a vida escrevendo cartas na estação Cen-
tral do Brasil no Rio de Janeiro. É uma importante pro-
dução do cinema nacional e nos permite refletir sobre
a importância da leitura e da escrita. Assista ao filme!

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O principal objetivo da leitura é a compreensão dos
textos por parte das crianças. É necessário que o alu-
no consiga ler compreendendo, produzindo inferências
a partir daquilo que está ali e também do que não está,
pois é preciso saber ler as entrelinhas e conseguir
determinar por que elas existem.

Dessa forma, o aluno, ao ler uma narrativa – como um


conto –,deve conseguir dizer quem são os persona-
gens, o que aconteceu, quando, como, onde e por quê.

Aqui, voltamos com os questionamentos sobre os há-


bitos de leitura: conseguir destrinchar um texto dessa
forma não é algo que aprendemos automaticamen-
te, então como conseguimos isso? A capacidade de
compreensão deve ser exercitada e ampliada com
atividades diversificadas. Não apenas uma forma de
ensinar isso aos alunos, é necessário observar as in-
terações com a turma e de que forma as dificuldades
se apresentam. Entre as possibilidades de trabalho,
Costa Val (2006, p. 21) elenca algumas:

a) lê em voz alta e comenta ou discute com


eles os conteúdos e usos dos textos lidos; b)
proporciona a eles familiaridade com gêneros
textuais diversos (histórias, poemas, trovas,
canções, parlendas, listas, agendas, propa-
gandas, notícias, cartazes, receitas culinárias,
instruções de jogos, regulamentos etc.), lendo
para eles em voz alta ou pedindo-lhes leitura
autônoma; c) aborda as características gerais
desses gêneros (do que eles costumam tratar,
como costumam se organizar, que recursos
linguísticos costumam usar); e, d) instiga os

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alunos a prestarem atenção e explicarem os
‘não ditos’ do texto, a descobrirem e explica-
rem os porquês, a explicitarem as relações
entre o texto e seu título.

Dessa forma, sabendo identificar os diferentes gêne-


ros textuais e suas características, o trabalho com
a compreensão de textos se torna mais produtivo,
pois faz o aluno pensar sobre aquilo que está lendo.
Suscitar questionamentos, a princípio, simples, como:
“isso que acabamos de ler é uma notícia?”, “qual o
assunto desse texto?”, “sobre quem se falava?”, pro-
duz efeitos duradouros.
Permitir que os alunos expliquem, formulem ques-
tionamentos, inventem novas histórias com base no
que leram leva-os a compreender que a leitura faz
parte de nossas vidas.
Soares (2003, p. 1) aponta que não é necessário
aprender a técnica para depois utilizá-la, “isso se
fez durante muito tempo na escola: “primeiro você
aprende a ler e a escrever, depois você vai ler aqueles
livrinhos lá”. Esse é um engano sério, porque as duas
aprendizagens se fazem ao mesmo tempo, uma não
é pré-requisito da outra.”
Por isso, o contato com a leitura é tão importante
em todos os momentos de escolarização.

Podcast 1

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PRODUÇÃO DE TEXTOS
Ao longo da sua formação escolar, você foi incen-
tivado a escrever? A se mostrar e contar um pouco
mais sobre você, a partir da escrita? Assim como a
leitura, a escrita também é parte muito importante no
processo de alfabetização, você concorda com isso?

Da mesma forma que a leitura, o domínio da escrita


compreende diversas capacidades que são obtidas
durante o processo de alfabetização e outras, durante
o processo de letramento. Como falamos anterior-
mente, vivemos em uma sociedade grafocêntrica em
que se preza muito a escrita, por isso, a necessidade
de se produzir textos com autonomia.

A escrita na escola, tal como nas outras práticas


cotidianas, orienta-se por um contexto, um objetivo
de produção, assim, apresentando alguma função e
se dirigindo a alguém. Quando escrevemos, sempre
estamos escrevendo para um outro, que lerá aquilo
que propusemos em nosso texto.

Esse trabalho, salienta Costa Val (2006), pode ser


feito antes de a criança saber escrever, porque o
professor norteará seus alunos a compreender e a
valorizar os diferentes usos e funções da escrita, em
diferentes gêneros textuais e suportes. A autora enu-
mera algumas possibilidades de trabalho, que são:

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a) ler em voz alta para eles histórias, notícias,
propaganda, avisos, cartas circulares para os
pais etc.; b) trouxer para a sala de aula textos
escritos de diferentes gêneros, em diversos
suportes ou portadores e os explorar com os
alunos (para que servem, a que leitores se
destinam, onde se apresentam, como se or-
ganizam, de que tratam, que tipo de linguagem
utilizam); c) fizer uso da escrita na sala de
aula, com diferentes finalidades, envolvendo
os alunos (registro da rotina do dia no quadro
de giz, anotação de decisões coletivas, plane-
jamento e organização de trabalhos, jogos,
festas); d) orientar a produção coletiva de tex-
tos, em que os alunos sugerem e discutem
o que vai ser escrito e o professor registra a
forma escolhida no quadro de giz. (COSTA
VAL, 2006, p. 22)

Inserindo-os em uma cultura letrada, a partir de prá-


ticas de escrita que estão presentes no cotidiano e
não se distanciam da realidade deles.
Ainda de acordo com a autora, é possível permitir
que os alunos tenham contato com a cultura escri-
ta desde os primeiros dias de escola, uma vez que
um nome próprio pode ser visto como um texto, se
dentro de um contexto de produção de texto que
faça sentido. Um exemplo seria confeccionar um
crachá que será usado com o nome do aluno. Não
é uma mera atividade de cópia do nome deles, e sim
um processo de construção de um texto. Os alunos
passam a ter contato com as letras, a memorizar
o alfabeto e ter noção da importância do conjunto

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daquelas letras. Atividades simples, mas que aliam
alfabetização e letramento.

De acordo com Abaurre,

em contato com a representação escrita da


língua que fala, o sujeito reconstrói a história
da sua relação com a linguagem. A contem-
plação da forma escrita da língua faz com que
ele passe a refletir sobre a própria linguagem,
chegando, muitas vezes, a manipulá-la cons-
cientemente [...]. (ABAURRE, 1991, p. 39)

Assim, ele passa a refletir sobre aquilo que está sen-


do feito.

A organização textual é algo muito importante, afinal,


precisamos escrever textos que sejam coerentes e
coesos, não é mesmo? Como é isso que se espera,
devemos começar com essa ideia desde cedo com
os alunos.

Ensinar os alunos a planejar a escrita demanda en-


tender que todo texto tem um tema central e seus
desdobramentos. É importante que o professor
mostre como isso deve acontecer. Com a ajuda do
quadro de giz, o professor pode criar histórias cole-
tivas com a turma, a partir daquilo que as crianças
propõem, levando em conta para que e para quem
está se escrevendo. Assim, começa-se a introduzi-los
em processos que apontam para textos organizados
e que fazem sentido.

19
REFLITA
Beatriz Gouveia visita uma escola municipal de ensi-
no fundamental para realizar uma atividade de leitura
e escrita com uma turma do 1º ano. Nessa atividade,
ela leva em conta os diferentes momentos de apren-
dizagem de cada aluno. Observe como ela preparou a
atividade: diferentes propostas com o mesmo objeti-
vo, organização da turma, disposição dos materiais,
etapas do trabalho.
Essa é uma proposta prática de alfabetização e letra-
mento. Vamos assistir?
Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=cAiO5Tv6eH8. Acesso em: 01 jul. 2019.

Além disso, quando escrevemos, espera-se que utili-


zemos uma variedade linguística adequada ao gênero
que estamos produzindo. Se estamos escrevendo
um gênero textual que tem uma função mais formal
é necessário que tenhamos mais cuidado com a es-
colha das palavras, ao contrário de gêneros menos
formais, como um bilhete, em que temos proximidade
com a pessoa para quem escrevemos.

Podcast 2
Lembra que falamos que não podemos desconsi-
derar aquilo que os alunos já sabem? Eles já vêm
com um vocabulário formado a partir das palavras
que usam em suas casas e comunidades, cabe ao
professor, portanto, ensinar sobre a adequação da
linguagem. Há momentos em que um determinado
tipo de variedade é possível e, em outros, não.

20
Além disso, é importante que os alunos compreen-
dam que há recursos expressivos apropriados a cada
gênero, de acordo com os objetivos do texto, já que
há produções que têm o objetivo de comover, pro-
vocar riso, convencer o outro etc. A linguagem deve
ser adequada a esses momentos também.
Tudo isso que estamos falando sobre a escrita, pode
e deve ser ensinado desde cedo na escola, pois as-
sim alinha-se o trabalho de alfabetização e letramen-
to de forma consciente.
É também importante que os alunos tenham a capa-
cidade de revisar e reelaborar seus textos de acordo
com a necessidade,

tornar-se um usuário da escrita eficiente e


independente implica saber planejar, escrever,
revisar (reler cuidadosamente), avaliar (jul-
gar se está bom ou não) e reelaborar (alterar,
reescrever) os próprios textos. Isso envolve
atitude reflexiva e ‘metacognitiva’ de voltar-se
para os próprios conhecimentos e habilidades
para avaliá-los e reformulá-los. (COSTA VAL,
2006, p. 23)

Por isso, o professor deve sempre passar de forma


clara quais características envolvem aquele gênero
produzido.

21
A ALFABETIZAÇÃO NO
BRASIL
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, em
maio de 2018, na última Pesquisa por Amostra de
Domicílios (PNAD, 2017) realizada no país, o Brasil
tem menos de 11,5 milhões de pessoas com mais
de 15 anos analfabetas (7% de analfabetismo).

É possível observar na Figura 1 quais são os estados


que atingiram a meta estabelecida para a resolu-
ção do analfabetismo. A maior parte dos estados
do Nordeste manteve altas taxas de analfabetismo,
quando comparado com as outras regiões do país,
sendo Alagoas o estado com a maior taxa (18,2%),
seguido do Maranhão (16,7%) e Piauí (16,6%).

Vamos entender por que esses fenômenos aconte-


cem e traçar um breve panorama sobre a alfabeti-
zação no Brasil.

22
Figura 1: Taxa de analfabetismo por estado no Brasil. Fonte: Gazeta
do Povo. Acesso em: 30 jun. 2019.

O Brasil, assim como Portugal, teve um processo gra-


dual e restrito de difusão da alfabetização. Estima-se
que, em 1820, apenas 0,20% da população era alfabe-
tizada. Os atos de ler e escrever estavam limitados às
elites que conseguiam dar continuidade aos estudos
ao longo de sua vida, especialmente na Europa.

Ao longo do século, outras partes da população co-


meçaram a se alfabetizar, mas era tudo muito lento.
Em 1872, foi realizado o primeiro censo nacional, o

23
qual indicou que 17,7% da população com cinco anos
ou mais era alfabetizada.

A partir do século 20, esse índice vai progredir conti-


nuamente. As taxas de analfabetismo não sofreram
mudanças consideráveis entre 1900 e 1920 no Brasil,
exceto no Estado de São Paulo, que passou a ter o
ensino primário como prioridade do setor educati-
vo, de modo que a população de alfabetizasse logo.
Dessa forma, em 1920, a porcentagem de alfabeti-
zados em São Paulo subiu de 24,72% para 29,82%.

De acordo com Menezes (2017), no Brasil republi-


cano, saber ler era muito importante, pois, além de
conferir status, também era imprescindível para que
os cidadãos participassem ativamente da sociedade.
Naquele momento, a Constituição Federal de 1891
dizia que apenas alfabetizados e maiores de 21 anos
tinham direito ao voto.

Apenas na década de 1960 que vamos conseguir


passar de mais da metade da população alfabetiza-
da, chegando, então, a 46,7% de analfabetos no país.

As primeiras cartilhas de alfabetização surgem no


país no século 19, especificamente em 1834, mas
passam a ser usadas como uma ferramenta nortea-
dora do processo pedagógico a partir do século 20.

A partir de políticas públicas voltadas para a alfabe-


tização das pessoas, São Paulo se tornou a cidade
com a menor quantidade de analfabetos do Brasil, o
que contribuiu para a ideia de São Paulo como uma
cidade letrada. Além disso, a crescente industriali-

24
zação e o desenvolvimento dos meios de transporte
favoreceram essa ideia.

Nos anos 2000, o número de analfabetos no país


passa para 16,7%, chegando ao último dado de me-
nos de 7% de analfabetos no país. É inegável que há
um crescimento nesse número, mas também não
podemos deixar de pensar na crise que a educação
brasileira vem passando ao longo do tempo.

De acordo com Batista (2006), apenas nos anos 1990


o país conseguiu universalizar o acesso à escola,
embora saibamos que, em alguns estados, as crian-
ças ainda estão fora da escola. Sabemos também
que a porcentagem dos analfabetos é composta pe-
los grupos que estão fora da escola. O autor ainda
aponta que, de acordo com os dados do Sistema de
Avaliação da Educação Básica (Saeb), “o fracasso na
alfabetização é maior entre as crianças que vivem
em regiões que possuem piores indicadores sociais
e econômicos, entre as crianças que trabalham e
entre as crianças negras.” (BATISTA, 2006, p. 15).
Mostra-se, então, que o problema da escolarização
no Brasil é marcado pela desigualdade social.

De acordo com dados da Avaliação Nacional de


Alfabetização (ANA), aplicados em 2016, mais da
metade dos alunos que estão no 3º ano do ensino
fundamental apresentam um nível insuficiente de
leitura, o que demanda também dificuldade em inter-
pretar textos. Assim, uma das prioridades de políticas
públicas no país deve ser o foco na alfabetização e
em sua qualidade.

25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como estudamos ao longo desse módulo, alfabeti-
zação e letramento são conceitos diferentes que se
complementam. É necessário focar em ambos para
que os primeiros anos escolares sejam produtivos.

Observamos como se dá a relação entre a aquisição


de escrita, os processos de leitura e de produção de
textos. Não é necessário que a criança já saiba ler
para que essas dinâmicas aconteçam em sala de
aula, quanto antes melhor.

Quando focamos na alfabetização no Brasil, obser-


vamos que os índices têm melhorado, mas que ainda
há muito o que caminhar, pois, embora as taxas de
analfabetismo tenham reduzido, ainda temos alunos
que leem e escrevem, mas não conseguem interpre-
tar ou produzir textos coerentes.

26
Síntese

Afalbetização Letramento

Aprendizado do alfabeto Desenvolvimento de


e de sua utilização como forma competente da
código de comunicação. leitura e da escrita nas
práticas sociais.

São conceitos diferentes, mas complementares

Alfabetizado é o sujeito Letrado é o sujeito que


que sabe ler e escrever. consegue usar a leitura e
a escrita de forma
proficiente nas demandas
cotidianas em sociedade.

Aquisição da escrita

Leitura

Produção de textos

Alfabetização no Brasil
% 100

% 80

% 60
46,7 %

% 40

17,7 % 16,7 %
% 20
7%
0,20 %
%0
1820 1872 1960 2000 2017
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