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10 Lições Que Aprendemos do Deserto

DEUTERENOMIO 8

DEUTERONOMIO 8 (V.2) E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o SENHOR teu Deus te
guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava
no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.

(V.3) E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste,
nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas
de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem.

Neste texto o Senhor esta se referindo ao povo de Israel, o qual ele tirou do Egito para levar a
terra prometida. Povo este que traz muitas lições para as nossas vidas veja.

1. “Lembra-te”: não esquecer o que já vivemos.

Ele nos exorta em momentos difíceis a nos lembrar de onde nós viemos. O Egito significa o
passado, a vida em cativeiro. O cativeiro pode ser muita coisa em sua vida, mas pode ser
entendido como aquilo que te impede de crescer espiritualmente, no campo pessoal, familiar,
como ser humano e profissional. E o caminho no deserto significa a preparação.

Quando passamos pelo deserto, devemos lembrar que Deus nos sustentou; como foi aquele
período e o que aprendemos com ele.

Por que Deus nos manda “lembrar”? Por que às vezes esquecemo-nos do que Ele já fez por
nós. Quando lemos o relato da travessia do deserto pensamos “como aquele povo podia ser
tão duro”? Mas e nós? Também, às vezes, não somos do mesmo jeito?

Temos que nos lembrar do poder de Deus para salvar e entender que as experiências difíceis
nos servem de aprendizado.

2. Esperar – “te guiou no deserto estes 40 anos…”

Se estivermos atravessando o deserto, devemos entender que é uma viagem longa. Ninguém
sai do Egito e vai direto para Canaã. Tem que atravessar o deserto. O deserto é o período de
preparação, de ser provado.

O texto relata que nos 40 anos Deus humilhou, provou, sondou o coração do povo para saber
se seriam fiéis.

Isso significa que vamos enfrentar lutas tremendas. O soberbo terá que se dobrar. Quem não
tinha capacidade de vencer tentações terá que se tornar forte; e quem ainda tem o coração
dúbio terá que se decidir.

O deserto é a travessia da provação, onde Deus forja o caráter. Líderes precisam ser provados
para poderem ter a força interior para conduzir seus liderados.
3. O cumprimento de promessas.

O que Deus te prometeu, não importa o tempo que passe, ele vai cumprir, porque o meu Deus
não é homem para que minta nem filho do homem para que se arrependa, e não importa a
situação ou as circunstâncias Deus vai cumprir todas as promessas feitas para sua vida.

4. Ninguém sai do Egito e vai direto para terra prometida sem antes passar pelo deserto.

Creio que todo aquele que quer ter mais intimidade com Deus, mais comunhão com o Senhor,
deve passar pelo deserto.

O deserto molda em nós o caráter e a força de Cristo. Olhamos para os lados e não vemos
Deus. Somente silêncio.

Parece que não ouvimos Deus.

Parece que não vemos nada à nossa frente, além do imenso deserto.

Sentimos medo, solidão, falta de ânimo.

Nos sentimos frustrados, impotentes, quase nada.

Nesse momento não podemos perder a visão das promessas de Deus para nós.

Porque é um tempo de amadurecer.

Então, não podemos nos preocupar com o que Deus nos dará, mas somente em fazer a Sua
vontade!

Fazer a vontade do Senhor é o que deve mover nosso coração, nossa vida, nossos passos.
Porque o Senhor está nos preparando para algo importante que virá a seguir.

O Senhor está nos treinando e preparando para um novo mover do Espírito Santo.

Foi Deus quem nos trouxe para o deserto e Ele está cuidando de nós.

Então vamos ser obedientes, fazer a Sua vontade, aprendermos rapidinho, para sairmos logo
desse deserto e estarmos prontos para recebermos do Senhor o que Ele preparou para nós!

Porque logo ali, além desse lugar seco e inóspito, está a nossa “terra prometida”!

Essa visão da glória futura nos capacita a terminar a jornada no deserto, e nos dá coragem
para enfrentar os obstáculos.

Deus está nos preparando como vasos úteis para o serviço, aptos a recebermos o novo mover
do Espírito Santo!

Nós não somos levados por Deus ao deserto porque estamos desaprovados, porque Jesus foi
aprovado e levado ao deserto!

Deus não nos trouxe ao deserto e nos deixou sozinhos, livres para as ações de satanás. Não!
Deus não pára de agir na nossa vida só porque estamos no deserto.

Ele nos conduz à ele, e sem Ele nunca chegaríamos ao final do deserto.

O deserto é um período de tempo no qual Ele age em nós o tempo todo, embora muitas vezes
não vejamos nada!

O deserto não é um lugar onde os filhos de Deus saem derrotados, mas é um lugar de vitória!

5. Deserto é Lugar de Organização

Da metade do livro de Êxodo, todo livro de Levíticos até aos 10 capítulos do livro de Números é
somente organização.

Como você quer sair do deserto se você ainda é uma pessoa desorganizada? Se organize,
organize sua vida, e você verá a gloria de Deus sobre sua vida.

6. Deserto é lugar de preparação, lugar de lutas, lugar de humildade, lugar de humilhação,


lugar de provas.

É no deserto que aprendemos a viver na dependência de Deus, mas quando falo em


dependência é dependência total, de você se alimentar hoje crendo que o de amanhã o
Senhor proverá.

É no deserto que o senhor conhece a mais profunda sinceridade do teu coração.

7. Dependência de Deus – (v.3) “e te sustentou com o maná…”

É no deserto que aprendemos a viver na dependência de Deus.

Essa dependência deve ser total. Como o maná que era colhido num dia e não valia para o
seguinte, assim será sua dependência de Deus.

A dependência aqui não é só a material e física. É a dependência espiritual. Por isso Deus diz:
“não só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus”. Jesus
usou esse versículo quando também passava pelo deserto (Mt 4). Lá ele foi tentado pelo Diabo
por 40 dias. Veja que é uma referência a passagem do povo pelo deserto. Mas Jesus provou
que quando o Senhor é o nosso foco, nós podemos vencer o deserto, pois seu espírito estava
alimentado com a palavra de Deus.

Muitos líderes e empresários de sucesso se esquecem de Deus. Só confiam em si mesmos e em


seu dinheiro e poder. Serão abalados nos dias maus, pois ninguém pode vencer as batalhas
sem uma vida espiritual plena.

8. Deserto é lugar onde experimentamos os milagres de Deus.

No deserto, mesmo em meio a tantas adversidades, em um lugar onde não há vida, onde não
há como obtermos o nosso sustento, o Senhor provê. Deus, o Autor de toda a criação, é capaz
de transformar o deserto “em açudes de água e a terra seca em mananciais” (Is. 41:18). O
Deus que alimentou o povo de Israel no deserto com o maná e com codornizes (Êx. 16), é o
mesmo que nos alimenta hoje, que nos dá não só o alimento material, mas também sacia a
nossa fome emocional e espiritual.

Uma das experiências mais fortes que os israelitas tiveram no deserto está em Êx. 13:21-22: “O
Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho;
durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumia... Nunca se apartou do povo...”. O
caminho pode ser difícil, mas é nele que Deus vai se fazer presente. As temperaturas em um
deserto são contrastantes. Por exemplo, no deserto do Saara (África), durante o dia a
temperatura pode variar entre 50º a 80º C.

Durante a noite a temperatura cai tanto que pode chegar até 0º C. Pense só, Deus estava não
só conduzindo o seu povo pelo deserto, mas também protegendo-o. A nuvem durante o dia
protegia o povo do sol e das altas temperaturas, enquanto que o fogo a noite garantiria calor e
os protegeria das baixas temperaturas. Vê? Este é o Deus que governa a sua vida. Ele pensa em
tudo, em todos os detalhes!

9. Deserto é lugar de autoconhecimento e de preparação para a conquista.

“Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes
quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias ou não os seus mandamentos.

Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem
teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de
tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem” (Dt. 8:2-3).

A finalidade do deserto é levar o povo a conhecer a si mesmo. O Senhor nos conhece muito
bem, mas nós não nos conhecemos. E sem este conhecimento, não obteremos vitória.

O deserto é isso, um lugar de confronto consigo mesmo. Somos confrontados com o nosso
ego, nossos valores, nossos conceitos e sonhos. É a experiência do deserto que vai nos
preparar para conquistar a terra prometida. Lembre-se do exemplo do povo de Israel. Eles não
sabiam nem o que queriam. Ora queriam voltar para o Egito, ora queriam alcançar a terra
prometida.

Mas como alcançar o que está diante de nós se continuarmos a olhar para trás? Se fixarmos a
nossa atenção para trás, como veremos as coisas novas que o Senhor fará diante de nós?

“Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova,
que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e
rios, no ermo.” (Is. 43:18-19).

Ao fim da jornada pelo deserto, aprendemos a não nos preocupar com a geografia, ou seja,
com as circunstâncias. Não importa se a montanha é muito alta, se o vale é muito profundo,
ou se o deserto é muito extenso. O Senhor estará lá conosco, e nos guardará sempre.

“Quando passares pelas águas, Eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão;
quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”(Is. 43:2).
Aprendemos que as adversidades que enfrentamos trabalham ao nosso favor, nos conduzindo
a uma maior intimidade com o Senhor. Como cantamos com tanta propriedade: “Cada vez que
a minha fé é provada, tu me dás a chance de crescer um pouco mais. As montanhas e vales,
desertos e mares que atravesso, me levam pra perto de Ti...”E só então, o Senhor nos conduz a
uma segunda realidade maravilhosa: “Posso todas as coisas Naquele que me fortalece” (Fp.
4:13).

Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.

(Nm 31.6, 7) E Moisés os mandou à guerra, mil de cada tribo, e com eles Finéias, filho de
Eleazar, o sacerdote, com os vasos do santuário, e com as trombetas do alarido na sua mão. E
pelejaram contra os midianitas, como o SENHOR ordenara a Moisés; e mataram a todos os
homens.

Nesta batalha o exército de Israel destruiu toda a cidade, e nenhum de seus guerreiros foram
feridos. E muitas outras vitórias, o povo era conhecido como indestrutível.

Amados, é no deserto que vivemos mais próximos de Deus, é no deserto que vemos a gloria de
Deus em nossas vidas.

10. Você determina o tempo em que vai passar no deserto.

1- Não é Deus e sim sou eu

2- A caminhada era de 40 dias demorou 40 anos – Nm. 14.34,35 3- Andaram em circulo, por
causa de suas atitudes

A sua permanência no deserto só depende de você, da sua fé, das suas atitudes, a viajem do
povo de Israel duraria 40 dias, mas duraram 40 anos. Você murmura a cada falta de algo na
sua vida? Deus te da uma vitoria, você o glorifica, o exalta, mas próxima luta o que você faz?
Murmura? Reclama que o Senhor te tirou da escravidão para morrer no deserto? Você chega a
preferir a escravidão do que o deserto? Como esta teu coração? Enquanto ele estiver no Egito,
você não verá a terra prometida.

Mas, o mais importante a se aprender, é que não estamos sozinhos nele. Deus caminha
conosco no deserto, pronto a dar segurança aos nossos passos, a aliviar o calor dando-nos Sua
proteção, aconchegando-nos nos momentos de solidão, aliviando a angustia e dando paz ao
nosso coração, dando direção e nos livrando do mal. Assim, se você está no deserto, tem duas
opções: olhar para ele como um lugar ruim ou como um lugar de aprendizado da parte de
Deus. Desta decisão depende o sucesso ou o fracasso de sua vida.

Que o Senhor Deus nos ajude a passar pelos desertos desta vida até chegarmos a Canaã
celestial aonde não teremos nenhuma escassez, mas abundância de alimento e principalmente
a certeza da presença de Deus para todo sempre, amém!

O propósito das dificuldades na peregrinação cristã

Estudo sobre Deuteronômio cap. 8.110


Israel foi um povo escravo no Egito. 400 anos foram servos de um povo pagão, amarrados a
eles, subjugados, fazendo os trabalhos servis e nojentos, mastigando povo, suando e bebendo
suas próprias lágrimas. Até que chegou o dia em que o Senhor os tirou desse país com
poderosa mão.

O Senhor derramou sua ira sobre Egito para libertar ao povo que Ele tinha escolhido por pura
graça e nada mais do que graça. Ele abriu o mar vermelho e fez que o povo atravessasse do
Egito para o deserto, na peregrinação à Terra prometida. Uma peregrinação longa, mas não
tão longa se eles não tivessem caído, não tivessem pecado várias vezes contra o Senhor,
esquecendo da sua graça e misericórdia, esquecendo das grandes maravilhas que o Senhor
tinha feito com eles quando os tirou de Egito sem terem merecido nada.

A peregrinação curta se tornou um deserto sombrio, cheio de lutas e guerras, cheio de


dificuldades e às vezes sem uma certeza de um rumo bem definido. Uma peregrinação que se
estendeu por 40 anos para chegar à terra prometida. Uma geração inteira pereceu no
caminho, por seus próprios pecados e por sua dureza, por não ter acreditado o que o Senhor
tinha prometido. Os filhos dessa geração, ainda pequenos quando tinham saído de Egito, agora
estavam chegando à Terra prometida.

Depois de tantas provas e guerras ali estavam eles, de frente à terra prometida, de frente às
promessas que o Senhor tinha feito para eles por tanto tempo. Estavam a ponto de tomar
posse do que o Senhor tanto os fez esperar, tanto os prometeu e o que eles tanto desejaram. E
nesse momento, muitos deles poderiam ter se perguntado: Por que o Senhor nos fez passar
por tudo isto? Para que tanto sofrimento? Para que tantas lutas, tantas guerras, tanto choro e
lamento, tantas perdas e fracassos? Era necessário tudo isso para chegar a este lugar? Por
acaso Deus não tinha poder para ter-nos dado isto sem tanto esforço? Para que?...

Conseguem fazer um paralelo com nossas vidas? O Senhor nos tirou do mundo, de Egito, da
escravidão, quando ainda estávamos mortos no pecado, como diz em Efésios 2.1-8:

1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados. 2 nos quais andastes
outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que
agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora,
segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e
éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. 4 Mas Deus, sendo rico em
misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, 5 e estando nós mortos em
nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos, 6 e, juntamente
com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; 7 para
mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco,
em Cristo Jesus. 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom
de Deus;

A partir daí começamos a caminhar com Ele na nossa peregrinação. Nós somos peregrinos
nesta terra, como diz em Hebreus 11.13-16:

13 Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e
saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. 14 Porque os
que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.

15 E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.


16 Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se
envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.

Da mesma maneira que a Israel, a nossa peregrinação na vida cristã é uma peregrinação que às
vezes nos custa caro, a muitas pessoas custou o sangue, a outros fracassos. Como Paulo dizia
aos Corintos acerca da sua peregrinação e ministério em 2 Coríntios.6.4-10:

4 Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na


muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, 5 nos açoites, nas prisões, nos
tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, 6 na pureza, no saber, na longanimidade, na
bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, 7 na palavra da verdade, no poder de Deus,
pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; 8 por honra e por desonra, por infâmia
e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; 9 como desconhecidos e, entretanto,
bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como
castigados, porém não mortos; 10 entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas
enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.

E agora nós... Termos de namoros? quedas em pecado? sofrimentos por causa de Cristo?
perdas de familiares? Por acaso nós como jovens não passamos por algumas destas provas
como o povo de Israel quando ia pelo deserto? Por acaso não temos guerras como teve Israel?
Por acaso não somos muitas vezes néscios como eles, esquecendo do que o Senhor fez nas
nossas vidas? E ai o Senhor tem diante de nós esse grande galardão preparado, aquela coroa
de vida que ele promete para quem lhe ama. Então nos perguntamos: para quê tanto
sofrimento pelo caminho? Para quê todas essas lutas? São realmente necessárias? Têm algum
propósito ou apenas é parte deste mundo pecaminoso e devemos apenas aceitálas como
parte da vida humana?

Nesse ponto, podemos voltar para o povo de Israel se perguntando isto antes de receber as
promessas. Lá em Deuteronômio, as últimas palavras de Moisés, que os tinha dirigido nesses
40 anos de peregrinação. O povo está por tomar posse das promessas e Moisés os exorta,
dando o Senhor através dele a resposta para quem se pergunta: para quê tantas dificuldades
na minha vida cristã até chegar ao final da carreira?:

Vejam Deuteronômio 8.1-10 e pensem o Senhor falando também para nós, façam um paralelo
entre a peregrinação do povo de Israel, as suas dificuldades e as nossas em nossa peregrinação
cristã:

1 Cuidareis de cumprir todos os mandamentos que hoje vos ordeno, para que vivais, e vos
multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR prometeu sob juramento a vossos
pais. 2 Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto
estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração,
se guardarias ou não os seus mandamentos. 3 Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te
sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a
entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR
viverá o homem. 4 Nunca envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes
quarenta anos. 5 Sabe, pois, no teu coração, que, como um homem disciplina a seu filho, assim
te disciplina o SENHOR, teu Deus. 6 Guarda os mandamentos do SENHOR, teu Deus, para
andares nos seus caminhos e o temeres; 7 porque o SENHOR, teu Deus, te faz entrar numa boa
terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das
montanhas; 8 terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de
azeite e mel; 9 terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas
pedras são ferro e de cujos montes cavarás o cobre. 10 Comerás, e te fartarás, e louvarás o
SENHOR, teu Deus, pela boa terra que te deu.

Ai está o Senhor dando uma resposta clara a quem faz uma pergunta assim, ai está o Senhor
explicando o propósito das dificuldades na peregrinação, o propósito das dificuldades que eu
passo como crente, das guerras espirituais que às vezes eu tenho, das fraquezas que às vezes
enfrento, das tentações, provações, frustrações, tristezas, etc. etc. etc. Vamos a ver a resposta
do Senhor ponto por ponto neste texto:

Verso 2a: Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no
deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu
coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.
Na primeira parte vemos que o nosso passado deve ser uma lembrança das provas que o
Senhor nos deixou passar (verso 2a), eles devem ficar na nossa memória, mesmo perdoado,
mesmo superado, eles têm que ser uma lembrança do que o Senhor nos deixou passar para
nos santificar.

Verso 2b: Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no
deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu
coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.

Aqui está o propósito, aqui está a resposta do Senhor a nossa pergunta que buscamos
responder. Com tudo o que passamos, o Senhor trouxe à luz o que havia no nosso coração.
Isso nos levou a um quebrantamento, arrependimento e à santificação (verso 2b). O Senhor
quer que sejamos examinados. Mas ele não sabe o que há em nosso coração? Claro que sabe!,
Vejam o Salmo 139.1-4:

1 SENHOR, tu me sondas e me conheces. 2 Sabes quando me assento e quando me levanto; de


longe penetras os meus pensamentos. 3 Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces
todos os meus caminhos. 4 Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a
conheces toda.

Mas quem não sabe o que há em nosso coração somos nós mesmos, vejam que no mesmo
salmo Davi tem bem claro isso quando ele conclui, depois de admirar como o Senhor sabe
todas as coisas e ele diz (Salmo 139.23-24):

23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos;


24 vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.

Era Davi quem precisava ver como eram seus caminhos, mas ele reconhece que sozinho não
consegue enxergar, que precisa que o Senhor lhe mostre, ele precisa que o Senhor traga à luz
o que há no seu coração. Irmãos, a Palavra nos exorta a nos examinarmos, a ver como estão os
nossos caminhos, como diz Paulo aos Corintos, em 2 Coríntios 13.5:

Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não
reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.
Assim sendo, vemos que o Senhor deixou o povo de Israel passar por essas provas para que a
sua fé, se verdadeira, seja trazida à luz, pois na adversidade é que se vê a verdadeira fé do
crente. Mas prossigamos para entender o propósito do Senhor nas nossas dificuldades:

Verso 3: Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não
conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o
homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem.

Ele nos afligiu, mas também nos sustentou com “seu maná”, com sua palavra (verso 3a).
Vejam que o maná foi dado através da Palavra do Senhor, o Senhor falou e veio o maná do
céu. Isto é símbolo para nós da Palavra escrita na Bíblia, que nos é dada dos céus. Ele nos
afligiu, mas isso nos ensinou a nos bastar na sua graça e a aprender a encontrar tudo nEle e a
viver “de sua Palavra” (verso 3b). É por meio das dificuldades que nós aprendemos a buscar
respostas no Senhor. As dificuldades nos devem levar a um aprofundamento na sua Palavra.
Sinceramente acho néscios aqueles crentes que quando tem alguma dificuldade se chateiam
de maneira tal que deixam de orar e estudar a Palavra. Isso me faz pensar que nunca
entenderam o que é ser cristão, pois o Senhor Jesus prometeu sofrimentos nesta terra.

Verso 4: Nunca envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.

Aqui Moisés está mostrando ao povo que mesmo eles terem passado por todas essas
dificuldades, o Senhor os sustentou primeiro com o maná, com o que sai da boca do Senhor.
Mas que além disso, ele cuidou deles, cuidou das roupas deles, não deixou que os pés deles se
inchassem, pois isto teria parado a peregrinação deles. O Senhor é quem provou eles, mas
também quem fortaleceu eles. Isto é um princípio bíblico, ele prova para nos mostrar o que
somos, mas também o que somos, se somos cristãos, e as forças que temos, provém dele,
como diz em Filipenses 2.3:

3 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade.

Também no nosso texto de Deuteronômio cap.8, depois Moisés repete nos versos 17 e 18:

17 Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas
riquezas. 18 Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para
adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais,
como hoje se vê.

Seguindo com o texto de Deuteronômio 8:

Verso 5: Sabe, pois, no teu coração, que, como um homem disciplina a seu filho, assim te
disciplina o SENHOR, teu Deus.
Lembremos a pergunta inicial: Para que o Senhor me faz passar por tantas provações e
dificuldades na minha vida cristã? Aqui, neste verso 5 temos outra resposta mais: A disciplina.
O Senhor quer nos disciplinar, para que sejamos moldados. Como diz em Romanos 8.28-29:

28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles
que são chamados segundo o seu propósito. 29 Porquanto aos que de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos.

A disciplina coopera para nosso bem também, para sermos moldados conforme à imagem de
Cristo, conforme a seu caráter. No cristão deve-se refletir a imagem de cristo, uma imagem
pequena do que é Ele, mas uma imagem dEle. O mundo tem que ver e reconhecer isso em nós,
e para isso o Senhor usa sua disciplina, vejam também em Hebreus 12.4-11:

4 Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue 5 e estais
esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a
correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; 6 porque o Senhor
corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. 7 É para disciplina que perseverais
(Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? 8 Mas, se estais sem
correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. 9 Além
disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não
havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? 10 Pois
eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina
para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. 11 Toda disciplina, com
efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto,
produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.

Seguindo com o texto de Deuteronômio 8:

Verso 6 Guarda os mandamentos do SENHOR, teu Deus, para andares nos seus caminhos e o
temeres;

Aqui seguimos vendo o propósito do Senhor nas dificuldades e provações. Primeiro vimos que
ele traz a luz o que há no nosso coração, Ele nos quebranta e nos ensina a depender da sua
Palavra. Ele nos disciplina para que nosso caráter seja moldado à imagem de Cristo e tudo isso
para chegar aqui, no verso 6, e nos ensinar a sermos filhos obedientes. A disciplina que vimos
no verso 5 é que nos faz ser filhos obedientes, guardando os seus mandamentos.

E finalmente, as promessas do Senhor, a recompensa:

7 porque o SENHOR, teu Deus, te faz entrar numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de
fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das montanhas; 8 terra de trigo e
cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel; 9 terra em que
comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro e de cujos
montes cavarás o cobre. 10 Comerás, e te fartarás, e louvarás o SENHOR, teu Deus, pela boa
terra que te deu.
Irmãos, as nossas dificuldades trazem promessas, não esqueçam disso. Lembrem que o Senhor
está nos provando, mas nos provando para nos dar algo muito melhor, o grande galardão. Essa
deve ser a nossa força, a nossa alegria, a nossa esperança e consolo.

Mas agora vem a aplicação prática e as perguntas para nos avaliarmos a nós mesmos... Talvez
estejamos passando por situações difíceis e também paramos para nos perguntar: Por que
Deus permite tudo isto? Para que serve isto? Lembremos o primeiro que vimos: “para trazer à
luz o que há no teu coração” O que quê há no teu coração? O que tu tens no fundo do teu
coração? As dificuldades e provações que temos passado têm nos ensinado que “não só de
pão viverá o homem, mas de toda Palavra que vem da boca do Senhor?” A nossa fé foi
provada com fogo ao longo de nossa peregrinação cristã? Se alguém aqui diz que não, tenho
que te dizer que comece a avaliar a sua vida, pois se não houve provas de fé na sua vida, a sua
vida é diferente de todos os homens de Deus que nós temos nas Escrituras. Todos eles foram
provados, não houve nenhum que não tenha sido provado. Isso é propósito de Deus, é parte
do seu caráter, é parte de ser cristão. O que há no teu coração? Como é a tua vida cristã? É
você um daqueles que acham que cristianismo é simplesmente não ir a um determinado lugar
e estar todos os finais de semana na igreja? Se assim for, eu sugiro que tu comeces lendo o
que é o fruto do Espírito, o caráter cristão que descreve em Gálatas, como: amor, gozo no
Senhor, paz, paciência, bondade, fé. Todas as características do caráter cristão que não tem
nada a ver com o que faço ou deixo de fazer, pois isso vem como resultado natural desse
caráter. O que há no teu coração? Pense ao respeito, pense na sua caminhada cristã, peça ao
Senhor que lhe mostre assim como Davi o pediu no Sal.139: “Sonda-me Senhor e conhece os
meus pensamentos”. E se o Senhor lhe mostrar que você é um daqueles que ficou pelo
caminho do deserto, peça misericórdia, arrependa-se e creia em Jesus Cristo, creia que ele tem
poder para perdoá-lo e para limpar os seus pecados. E finalmente uma palavra para os que
sabem que estão firmes na fé, mas que mesmo assim às vezes não compreendem por que tem
que passar por tantas provações: Você foi purificado, santificado, com o sofrimento. No texto
que nós vimos o Senhor diz que nos humilhou e nos ensinou a depender dEle. Você tem
aprendido a depender dEle. Só isso já é suficiente propósito para o Senhor. Lembre de Jó, ele
sofreu, foi provado, se manteve firme, e nunca entendeu o propósito do seu sofrimento, mas
ele conclui reconhecendo que a sua experiência o levou a conhecer mais ao Senhor:

“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.

Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei
do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia.
Escutam-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Eu te
conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo
no pó e na cinza” Jó.42.2-6

Lembre que do outro lado do Jordão está a terra prometida. Lembre que o seu passado foi um
ensinamento para ser santificado e chegar até aqui. Mas não esqueça que Israel ainda depois
teve que passar o Jordão, mais um passo de fé e depois disso ainda seguir batalhando, mas
sempre com a mão poderosa do seu Deus que lutava por eles. Assim é também com nós.

Que o Senhor nos abençoe, Amém!


Manancial no deserto! – Deuteronômio 8:1-20

Deuteronômio 8:1-20

Um manancial no deserto. Parece contraditório. Manancial são fontes de água que não
acabam. O deserto é um lugar seco com grande escassez de água. Apesar da aparente
contradição é no deserto que muitas vezes Deus nos guia para que encontremos o manancial
de águas vivas que flui do próprio Deus.

O deserto é um local hostil, cheio de perigos e adversidades. Altas temperaturas durante o dia
com sol escaldante. Baixas temperaturas durante a noite. As elevadas temperaturas durante o
dia pode levar qualquer pessoa a perda de líquido pelo suor causando desidratação e até a
morte. Há ainda efeitos danosos para o sistema respiratórios por causa das tempestades de
areia. Tempestades que podem durar horas e às vezes dias.

Mas quem nos levaria ao deserto? O próprio Deus nos leva ao deserto e nos guia pela mão
como o Pai que leva e guia o seu filho pelo caminho em que anda. (Deuteronômio 1:30-31 cf.
Deuteronômio 8:15). O deserto é o lugar da ação de Deus na vida de seus filhos. Nós, muitas
vezes somos guiados por Deus ao deserto quando enfrentamos problemas, momentos difíceis.
É comum quando experimentamos o deserto nos perguntar: Mas por quê? Queremos
encontrar uma razão, uma explicação.

Se você está passando por um momento difícil em sua vida, creia, há sempre um propósito
divino por detrás de cada deserto.

Por que Deus nos leva para o deserto?

1. Para nos humilhar – Deuteronômio 8:2 “...pelo qual o SENHOR teu Deus te guiou no deserto
estes quarenta anos, para te humilhar...”

A palavra humilhar significa tornar humilde, humildar. A humildade não é ser um pobrezinho
ou coitadinho. A verdadeira humildade é ser dependente de Deus. Poderíamos parafrasear –
Para mostrar que é dependente de Deus. Jesus Cristo declara que sem Ele nada podemos fazer
(João 15:5), quanto mais no deserto. Não há lugar melhor do que estar na dependência de
Deus.

Israel foi liberto do Egito com a mão poderosa do Senhor (Êxodo 6:1) e é levado para o
deserto. No deserto não podiam prover o que comer e nem o que beber, não tinha nada para
abrandar o sol escaldante e nada para aquecer a noite.

Mas quando Deus nos guia para o deserto é diferente porque Ele provisiona tudo. No deserto
era assim com Israel: havia uma nuvem de dia para guiá-los pelo caminho e a coluna de fogo à
noite para iluminar o caminho (Êxodo 13:21). Deus proveu o maná para matar a fome e saiu
água da rocha dura para saciar a sede (Deuteronômio 8:3,15). As vestes não envelheceram e
nem os pés incharam (Deuteronômio 8:4).
Nós muitas vezes agimos soberbamente crendo que podemos fazer muito por nós mesmos.
Deus, então, nos leva para o deserto para nos humilhar. Mostrar que dependemos dEle. Ele
proveu o nosso sustento, a Palavra de Deus, para nos saciar espiritualmente e nada mais pode
nos ajudar. Nesse manancial de águas vivas, na Sua Palavra é que devemos esperar o
provimento de Deus. A nuvem e a coluna de fogo, a presença de Deus consolando no deserto,
a Sua Palavra nos dando direção e guiando e ordenando os nossos passos.

Como é bom saber que temos um Deus que nos humilha no deserto, que cuida e provisiona o
necessário.

Por que Deus nos leva para o deserto?

2. Para nos provar – Deuteronômio 8:2 “...pelo qual o SENHOR teu Deus te guiou no deserto
estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar...”

Deus os levou para o deserto para saber o que estava no coração do povo. O povo de Israel viu
uma grande libertação do Egito, o Mar Vermelho se abrir, o maná para sustentá-los, a água
fluir da rocha, enfim, Deus provisionou todas as coisas necessárias. Mas o povo voltou os olhos
para o Egito, para as coisas temporais, murmurou, acusou e não reconheceu os cuidados de
Deus.

Deus os levou para o deserto para saber se guardariam os mandamentos. O povo de Israel
durante a peregrinação no deserto recebeu o manual da vida cristã – o livro de Levítico. Esse
livro relata exclusivamente o sistema das leis para governar Israel na sua vida cristã, civil e
diária. Levítico é basicamente esboçado assim: A Base da Comunhão – Sacrifício, O Andar da
Comunhão e a Separação. Levítico 19:2: "Santos sereis, porque eu, o senhor vosso Deus, sou
santo".

Durante o deserto Deus ensinou, instruiu, educou Israel para cumprir a Sua vontade. Muitas
vezes assim como Israel nós murmuramos e acusamos Deus, não reconhecemos a Sua
provisão. Ele permite o deserto porque são nesses momentos que são expostos o que há em
nosso coração. São no deserto que expomos o que há de errado nas nossas atitudes e
pensamentos diante das circunstâncias e dos nossos problemas. É nessa hora que Ele prova se
cumpriremos a Sua vontade expressa na Sua Palavra. Para provar realmente se estamos
dispostos a obedecer a Sua Palavra. Alguém disse que o problema não está no problema, mas
sim como reagimos ao problema.

Deus prova para saber se iremos guardar os seus mandamentos para andarmos nos seus
caminhos (Deuteronômio 8:6). Caso deixemos de cumprir os seus mandamentos Ele nos
disciplinará, assim como o homem disciplina o seu filho a quem ama (Deuteronômio 8:5).

Por que Deus nos leva para o deserto?

3. Para nos dar entendimento – Deuteronômio 8:3 “...para te dar a entender que o homem
não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem.”

Interessante pensar que é exatamente essa passagem bíblica que Jesus Cristo citou ao ser
tentado no deserto.
Deus prova o nosso coração e nos mostra como devemos nos conduzir através dos seus
mandamentos. Para Israel Ele proveu água, pão, a sombra com a nuvem para o dia, a coluna
de fogo para iluminar e guiar a noite, mas queria que eles entendessem que acima do conforto
que o próprio Deus concedeu, o que realmente importava era que obedecessem a voz dEle,
aquilo que havia ordenado para eles. Mas eles deram mais prioridade ao conforto do que a voz
de Deus. Deram mais prioridade no que haver de comer ou beber do que ouvir a voz de Deus.

Nós não agimos diferente do povo de Israel. Voltamos os olhos para o conforto de nossas vidas
e ignoramos a vontade de Deus. Em Mateus 6:33 diz: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e
a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Buscai o Reino de Deus e o que
haver de comer, beber, vestir, calçar vos serão acrescentados. Importa primeiro buscar a
obediência à Deus, e é isso que Ele quer que entendamos. Devemos lembrar que as Suas
ordens, os Seus juízos, os Seus preceitos, os Seus mandamentos, a Sua vontade declarada pela
Sua Palavra é para ser obedecida. E isso nos trouxe a vida eterna e pode levá-la a outros.

Jesus disse que Ele é o pão que desceu do céu e aquele que crer nEle terá vida e vida em
abundância. O próprio Senhor Jesus Cristo deu exemplo de obediência: “Uma comida tenho
para comer, que vós não conheceis. Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade
daquele que me enviou, e realizar a sua obra”. (João 4:32,34)

Deus nos ensinou que devemos confiar na Sua Palavra, ensinou que devemos lembrar que Ele
cuida de nós providencialmente todos os dias. Importa entender que devemos obedecer e
crer. Porque se Nosso Senhor Jesus Cristo disse: “...e eis que eu estou convosco todos os dias,
até a consumação dos séculos...” (Mateus 28:20), devemos crer. Se Ele diz que devemos ir
pregar o evangelho a toda criatura, devemos ir (Marcos 16:15).

Não importa as circunstâncias, os nossos problemas, obedecer a Deus está acima da nossa
vontade, pois importa obedecer e cumprir a vontade de Deus.

CONCLUSÃO:

O deserto é necessário. Muitas vezes não entendemos o porquê. Mas é no deserto que vemos
a mão de Deus de perto. É no deserto que buscamos a face de Deus em oração, é no deserto
que temos

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