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Rio de Janeiro
Fevereiro de 2020
INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DA MEMBRANA EM ENSAIO DE
DILATÔMETRO EM ARGILA MUITO MOLE
Examinado por:
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Agradeço aos meus pais Sônia e Frederico por investirem na minha educação, já
que a tentativa de me fazer ser jogador de futebol deu errado. Agradeço também a minha
irmã Gabriela, que é para mim muito mais do que eu mereço. Agradeço a meus tios
Marcelo e Carlos Ernesto, aos meus primos Thales, Mariana, Cecília e Rosita e aos
meus avós Ernestina e Walter.
Gostaria de agradecer aos companheiros dos meus tempos de UERJ e CMRJ, que
me moldaram enquanto cidadão: Rafael Amorim, Victor Hugo, Bernardo Siman, José
Pereira, Eduardo Taft, Bruno Pereira, Glauco Bressan, Laura Neves, Silvio Neves,
Fernando Paiva, Caio Felippe e Caio Assir. O aprendizado que tive com vocês enquanto
aluno da Universidade mais popular do país valeu mais do que tudo que já aprendi em
sala de aula.
Aos amigos da UFRJ, sou muito grato por me ajudarem a superar o árduo desafio
que é conseguir o diploma da Escola Politécnica. Sem a ajuda de Bernardo Branco,
Fernanda Sousa, Norton Neto, Paulo Menezes, Gabriel Fernandes, Lucas Trapani e
Lucas Garcia, essa conquista não seria possível. Agradeço a Marcelle Guedes, minha
companheira de todas as horas. Agradeço também a professora Sandra Oda, que é o raio
de sol que nos ilumina no bloco D.
.
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica – UFRJ como parte
dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Fevereiro/2020
February/2020
In dilatometer tests on very soft clays with conventional 0,20 mm membranes, the
proximity between P0 and P1 values prevents the properly estimation of geotechnical
parameters depending on the difference between those values. In order to have a greater
sensitivity in determining P0 and P1, thinner membranes have been chosen. In the
present work, tests with 0,15 mm thickness membranes will be performed in the
experimental field of Sarapuí II, aiming to obtain more accurate results. Comparisons
between the sismic dilatometer (SDMT) made by JANNUZZI (2013) using de 0,20 mm
membranes and the tests of the this research with 0,15 mm membranes have been made.
Geotechnical parameters were estimated with the thinner membrane and compared with
the standard membrane.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 9
i
LISTA DE FIGURAS
ii
conchas dentro do amostrador, amostra com 14cm de altura (5,86–6,00m de
profundidade); (i) conchas lavadas removidas; (j) resistência do cone dos seis ensaios de
piezocone ........................................................................................................................ 30
Figura 3.14 - a) OCR pela profundidade com influência das conchas apontada no
gráfico; (b) Δe/eo pela profundidade............................................................................... 31
Figura 4.1 - Ciclagem da membrana. ............................................................................. 33
Figura 4.2 - Membrana de 0,15mm de espessura após plastificar por conta da ciclagem.
........................................................................................................................................ 33
Figura 4.3 - Máquina de cravação para realização do ensaio com dilatômetro encaixado
........................................................................................................................................ 35
Figura 4.4 - Martelo submerso atrasava a realização do ensaio. .................................... 36
Figura 4.5 - Momento em que o martelo é lançado para gerar onda a ser lida pelos
geofones do dilatômetro. ................................................................................................ 36
Figura 4.6 - Martelo atravessando a lâmina d'água. ....................................................... 37
Figura 5.1 - Gráfico P0 pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 39
Figura 5.2 - Gráfico P1 pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 39
Figura 5.3 - Gráfico P2 pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 40
Figura 5.4 - Gráfico de P0, P1, P2 e poropressão dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 40
Figura 5.5 - Gráfico de P0, P1, P2 e poropressão do primeiro ensaio realizado para o
presente trabalho. ............................................................................................................ 41
Figura 5.6 - Gráfico de P0, P1, P2 e poropressão do segundo ensaio realizado para o
presente trabalho. ............................................................................................................ 41
Figura 5.7 - Gráfico ΔP pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 42
Figura 5.8 - Gráfico somente da camada argilosa de ΔP pela profundidade dos ensaios
realizados para o presente trabalho. ................................................................................ 42
Figura 5.9 - Gráfico ED pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 43
Figura 5.10 - Gráfico ID pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 43
iii
Figura 5.11 - Gráfico KD pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 44
Figura 5.12 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 44
Figura 5.13 - Gráfico OCR pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 45
Figura 5.14 - Gráfico M pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho. .......................................................................................................................... 45
Figura 5.15 - Gráfico K0 (MARCHETTI, 1980) pela profundidade dos ensaios
realizados para o presente trabalho. ................................................................................ 46
Figura 5.16 - Gráfico K0 (LACASSE & LUNNE, 1988) pela profundidade dos ensaios
realizados para o presente trabalho. ................................................................................ 46
Figura 5.17 - K0 (LACASSE & LUNNE, 1988) e (MARCHETTI, 1980) pela
profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho. ...................................... 47
Figura 5.18 - Gráfico P0 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros................................................................................... 48
Figura 5.19 - Gráfico P0 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até apenas na camada argilosa. ....................................................... 49
Figura 5.20 - Gráfico P1 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros. .................................................................................. 49
Figura 5.21 - Gráfico P1 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) apenas na camada argilosa. ............................................................. 50
Figura 5.22 - Gráfico ΔP pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros. .................................................................................. 50
Figura 5.23 - Gráfico ΔP pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) apenas na camada argilosa .............................................................. 51
Figura 5.24 - Gráfico ED pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros. .................................................................................. 52
Figura 5.25 - Gráfico ED pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) na camada de solo mole. ................................................................. 52
Figura 5.26 - Gráfico ID pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros. .................................................................................. 53
Figura 5.27 - Gráfico KD pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros. .................................................................................. 53
iv
Figura 5.28 - Gráfico K0 (MARCHETTI, 1980) pela profundidade dos ensaios do
presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até 10 metros. .............................................. 54
Figura 5.29 - Gráfico K0 (LACASSE & LUNNE, 1988) pela profundidade dos ensaios
do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até 10 metros. ......................................... 55
Figura 5.30 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros................................................................................... 56
Figura 5.31 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios do presente trabalho, de palheta
JANNUZZI (2009) sem a correção de Bjerrum e de JANNUZZI (2013)...................... 56
Figura 5.32 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios do presente trabalho, de
JANNUZZI (2013) e de palheta de JANNUZZI (2009) com a correção de Bjerrum. ... 57
Figura 5.33 - Gráfico Su versus profundidade dos ensaios do presente trabalho e dos
ensaios de palheta de JANNUZZI (2009) com a correção de Bjerrum. ......................... 57
Figura 5.34 - Gráfico OCR pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros. .................................................................................. 58
Figura 5.35 - Gráfico M pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros. .................................................................................. 59
Figura 5.36 - Gráfico M pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) apenas na camada argilosa. ............................................................. 59
Figura 5.37 - Vs pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho. .... 60
Figura 5.38 - Vs pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho. em
comparação comcom os ensaios de JANNUZZI (2013). ............................................... 60
Figura 5.39 - UD pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho. ... 61
Figura 5.40 - Curva típica de um ensaio edométrico com os respectivos índices. ......... 63
Figura 5.41 - Índices de compressão, recompressão e expansão do Campo Experimental
de Sarapuí II (JANNUZZI, 2015)................................................................................... 63
Figura 5.42 - Gráfico da correlação para estimativa de Cc pela profundidade dos ensaios
do presente trabalho apenas na camada argilosa. ........................................................... 65
Figura 5.43 - Gráfico da correlação para estimativa de C r pela profundidade dos ensaios
do presente trabalho apenas na camada argilosa. ........................................................... 65
Figura 5.44 - Gráfico da correlação para estimativa de Cs pela profundidade dos ensaios
do presente trabalho apenas na camada argilosa. ........................................................... 66
v
LISTA DE TABELAS
vi
1 INTRODUÇÃO
1.1 GENERALIDADES
1.2 OBJETIVOS
7
distintas para se verificar a alteração dos valores de P0 e P1, que são utilizados para
estimar os parâmetros geotécnicos, principalmente no que diz respeito a solos moles,
nos quais a diferença entre P0 e P1 é pequena. O campo experimental de Sarapuí II será
o local de realização dos ensaios em virtude do vasto conhecimento que se tem do solo
daquela região.
Após esta introdução segue o capítulo 2 que aborda uma Revisão Bibliográfica que
versa a respeito do histórico do ensaio e detalha as correlações dos resultados do ensaio
com os parâmetros geotécnicos e de comportamento do solo.
O capítulo 3 caracteriza o local de realização dos ensaios, que é o depósito de solo mole
de Sarapuí II e uma breve abordagem dos ensaios anteriormente realizados é feita.
8
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O novo equipamento elaborado consistia numa placa de aço inoxidável com uma ponta
formando 20º. Ao contrário do equipamento anterior, há apenas uma membrana em uma
9
das faces com diâmetro de 60mm e espessura de 0,2mm. O desenho esquemático por
MARCHETTI (1980) evidencia a diferença perante o equipamento original.
Figura 2.2 - Desenho esquemático da placa atual do Dilatômetro (modificado de MARCHETTI, 1980).
10
deslocamento da membrana em 1,0mm, mas foi alterada por conta da inserção
de sensores no equipamento.
Através das leituras A, B e C, são definidas as pressões P1, P0 e P2 que são definidas
por:
(2.1)
(2.2)
(2.3)
Onde:
11
Já o Dilatômetro Sísmico (SDMT) é uma combinação do tradicional DMT com um
módulo sísmico colocado acima da lâmina do DMT. O módulo sísmico do SDMT é
equipado com dois geofones, espaçados de 0,5 m, para aquisição da onda de
cisalhamento (Vs). A partir de Vs, o módulo máximo cisalhante (G0) é determinado
utilizando a teoria da elasticidade (MARCHETTI, 2008).
12
Figura 2.4 - Layout esquemático do teste de dilatômetro sísmico (MARCHETTI, 2008).
a) ID – índice de material;
c) ED – módulo dilatométrico; e
d) UD – índice de poropressão.
a) M – módulo edométrico;
13
d) OCR – razão de sobreadensamento do solo; e
MARCHETTI e CRAPPS (1981) diz que o ID é um índice útil e sensível, já que reflete
sensivelmente a mudança da formação do solo ao longo do ensaio. Ainda segundo
MARCHETTI e CRAPPS (1981), há de apreciar e entender as consequências da
utilização de comportamentos mecânicos para descrição do solo. Exemplo: uma mistura
de argila e areia provavelmente será descrita pelo índice como silte.
Por definição:
(2.4)
Onde:
TIPO DE SOLO ID
14
Silte 0,90 a 1,20
Areia >3,30
MARCHETTI e CRAPPS (1981) diz que esse parâmetro permite inferir o OCR e que
seu valor aumenta de acordo com o aumento de alguns fenômenos, como cimentação,
aging, ciclos de pré-carregamento, vibrações (areias), dentre outros.
Por definição:
(2.5)
Sendo:
(2.6)
Onde:
15
E = módulo de Young
D = diâmetro da membrana
ν = coeficiente de Poisson
(2.7)
(2.8)
(2.9)
16
Para o cálculo de RM, que é função de ID e KD, MARCHETTI (1980) definiu as
equações da Tabela 2.2.
Condicionantes RM
ID ≥ 3 RM = 0,5 + 2 log(KD)
(2.10)
17
encontrados por outros pesquisadores, como os encontrados por LACASSE e LUNNE
(1988) na figura 2.5.
Figura 2.5 - Correlação do índice de tensão horizontal do dilatômetro com resistência não-drenada em
compressão triaxial (LACASSE e LUNNE, 1988)
(2.11)
18
De acordo com MARCHETTI et al (2001), essa correlação proporciona resultados
geralmente satisfatórios por conta da dificuldade de dimensionar precisamente K0 e que
a maioria das aplicações de K0 são satisfeitas com estimativas aproximadas de K0.
MARCHETTI et al (2001) também diz que em argilas altamente cimentadas, a equação
(2.11) superestima significativamente o K0, já que uma parte do KD se deve ao processo
de cimentação.
(2.12)
Onde:
Observando uma similaridade entre perfis de OCR e KD, MARCHETTI (1980) propôs a
uma correlação para solos coesivos não cimentados onde 0,2 < ID < 2
(2.13)
Tabela 2.3 – Correlações entre ID e OCR de acordo com MARCHETTI e CRAPPS (1981)
ID < 1,2
ID > 2
19
Onde:
(2.14)
(2.15)
(2.16)
Tabela 2.4 – Cálculo de OCR em função idade da argila ou da razão entre S u e σ'v de acordo com LUNNE
et al (1989)
(2.17)
(2.18)
(2.19)
onde
20
(2.20)
Figura 2.6 - Gráfico qc, K0, Φ', de acordo com DURGUNOGLU e MITCHELL (1975). Escala KD a
direita adicionada por CAMPANELLA e ROBERTSON (1991) para estimativa de Φ' por KD em areias
não cimentadas (MARCHETTI, 1997).
(2.21)
MARCHETTI et al (2001) diz que se há valores maiores de Φ' que o obtido pelo limite
inferior de alguma forma mais acurada, eles deverão ser utilizados.
21
3 O DEPÓSITO DE SOLO MOLE DE SARAPUÍ II
3.1 INTRODUÇÃO
22
Figura 3.1- Sarapuí I e Sarapuí II em relação à Rodovia Washington Luiz BR 040 (NEJAIM, 2015)
23
Figura 3.2 - Localização da área de realização dos ensaios na Estação Rádio da Marinha em relação à
rodovia Washington Luiz (JANNUZZI, 2009)
Figura 3.3 - Perfil geotécnico no local do primeiro aterro experimental em Sarapuí I (ORTIGÃO, 1980).
24
Figura 3.4 - Locação dos ensaios realizados em relação à estrada de acesso da Estação Rádio da Marinha
(JANNUZZI, 2009)
Figura 3.5 - Curvas de nível de espessura de argila mole a partir dos resultados dos ensaios de campo
(Piezocone e Piezocone Torpedo) realizados em Sarapuí II (FERNANDES e SCHAEFER, 2018), com
ajuda do Engenheiro Arthur Veiga.
A altura do nível d'água costuma ser um problema na área do Sarapuí II. Como mostra a
Figura 3.7, o nível d'água se situa acima do nível do terreno, dificultando a mobilidade
de equipamento e pessoal na área a ser ensaiada. Para contornar o problema, são
utilizados dormentes de madeira e madeirites para viabilizar o deslocamento pelo
terreno, como mostra a Figura 3.8. O transporte das máquinas de cravação é feito com
caminhão tipo munck até o ponto previamente designado para realização do ensaio.
25
Figura 3.6 - Perfil geotécnico traçado a partir das sondagens a percussão (JANNUZZI, 2009)
26
Figura 3.8 - Madeiras colocadas para permitir o deslocamento em Sarapuí II.
27
teor de matéria orgânica, teor de sal e composição mineralógica da argila de acordo com
a profundidade de onde foi extraída a amostra ensaiada.
Figura 3.9 - Localização das áreas de ensaios realizados em Sarapuí II (base – Google).
28
Figura 3.11 - (a) Distribuição de tamanhos de grão; (b) teor de matéria orgânica; (c) teor de sal; (d)
composição mineralógica da argila - modificado de (JANNUZZI et al, 2015).
Figura 3.12 - (a) Limite de liquidez, limite de plasticidade e teor de umidade natural; (b) densidade
específica; (c) peso específico; (d) índice de vazios inicial; (e) atividade da argila - modificado de
(JANNUZZI et al, 2015).
29
algo que chama atenção. DANZIGER et al (2019), onde mencionam que os autores têm
conhecimento que a quantidade de conchas é tão significante a ponto de ser detectada
pelo perfil de resistência de cone dado pelo piezocone. As profundidades que o ensaio
aponta essas interferências são entre 1,0m e 1,6m e entre 5,2m e 6,0m, conforme
demonstra a Figura 3.13. A presença de matéria orgânica também se faz presente, com
pedaços de fragmentos de madeira entre 1,38m e 1,44m.
Figura 3.13 - (a) Amostra do topo do perfil, mostrando mais de 15cm de raízes misturas com solo; (b) e
(c) fragmentos de madeira encontrados entre 1,38m e 1,44m; (d) topo da amostra de 12cm de altura
(1,38–1,50m de profundidade); (e) conchas sendo removidas; (f) fundo da amostra após a remoção de
conchas; (g) conchas removidas lavadas; (h) conchas dentro do amostrador, amostra com 14cm de altura
(5,86–6,00m de profundidade); (i) conchas lavadas removidas; (j) resistência do cone dos seis ensaios de
piezocone. – modificado de (DANZIGER et al, 2019)
30
Figura 3.14 - a) OCR pela profundidade com influência das conchas apontada no gráfico; (b) Δe/eo pela
profundidade. – modificado de (JANNUZZI et al, 2015)
31
4 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS
a) Exercitar uma membrana dilatométrica nova no ar para que a mesma tenha uma
resistência constante durante o ensaio. São sugeridos 100 ciclos de expansão;
32
Figura 4.1 - Ciclagem da membrana.
Figura 4.2 - Membrana de 0,15mm de espessura após plastificar por conta da ciclagem.
33
Por orientação de MARCHETTI (2019), houve uma adaptação no processo de ciclagem
para evitar a plastificação da membrana. Ao invés da aplicação de 3 bar, a pressão
máxima para exercitação foi de 1 bar. O número de 100 ciclos de expansão foi mantido.
ΔA (bar) ΔB (bar)
34
Prosseguiu-se com o ensaio da primeira vertical a partir de 4m até máxima atingida de
9,47m.
Figura 4.3 - Máquina de cravação para realização do ensaio com dilatômetro encaixado.
35
Figura 4.4 - Martelo submerso atrasava a realização do ensaio.
Figura 4.5 - Momento em que o martelo é lançado para gerar onda a ser lida pelos geofones do
dilatômetro.
36
Figura 4.6 - Martelo atravessando a lâmina d'água.
37
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 INTRODUÇÃO
Pode-se observar nas figuras P0 (Figura 5.1), P1 (Figura 5.2), P2 (Figura 5.3), que os
resultados não apresentaram dispersão significativa. As Figuras 5.4, 5.5 e 5.6
apresentam os valores de P0, P1, P2 e u0 de todos os ensaios, apenas do ensaio 1 e apenas
do ensaio 2 respectivamente. Já os valores de ΔP (Figura 5.7 e Figura 5.8) apresentaram
pequena dispersão. As Figuras 5.9, 5.10, 5.11, 5.12, 5.13, 5.14, 5.15, 5.16 e 5.17
mostram respectivamente o Módulo Dilatométrico, Índice de Material, Índice de Tensão
Horizontal, Resistência Não-drenada de Argilas, Razão de Sobreadensamento, Módulo
Edométrico, Coeficiente de Empuxo no Repouso calculado de acordo com
MARCHETTI (1980), Coeficiente de Empuxo no Repouso calculado de acordo com
LACASSE & LUNNE (1988) e Coeficiente de Empuxo no Repouso de ambos os
autores.
Apesar dos gráficos terem sido plotados separadamente para que os resultados do
presente trabalho possam ser vistos com mais clareza, a análise será realizada em
conjunto com os outros resultados com o intuito do texto não ficar repetitivo.
Pode-se observar que nos dois ensaios, as Figuras 5.5 e 5.6 mostram que os valores de
P1 foram maiores que o de P0, que foram maiores que o de P2, conforme esperado. Se o
solo fosse arenoso, esperava-se que os valores de P2 ficassem próximos de u0.
38
Entretanto, como o solo é argiloso, isso não aconteceu, como pode ser visto na Figura
5.4. Os valores de P2 ficaram superiores a u0 por se tratar de um solo argiloso.
Figura 5.1 - Gráfico P0 pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
Figura 5.2 - Gráfico P1 pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
39
Figura 5.3 - Gráfico P2 pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
Figura 5.4 - Gráfico de P0, P1, P2 e poropressão dos ensaios realizados para o presente trabalho.
40
Figura 5.5 - Gráfico de P0, P1, P2 e poropressão do primeiro ensaio realizado para o presente trabalho.
Figura 5.6 - Gráfico de P0, P1, P2 e poropressão do segundo ensaio realizado para o presente trabalho.
41
Figura 5.7 - Gráfico ΔP pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
Figura 5.8 - Gráfico somente da camada argilosa de ΔP pela profundidade dos ensaios realizados para o
presente trabalho.
42
Figura 5.9 - Gráfico ED pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
Figura 5.10 - Gráfico ID pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
43
Figura 5.11 - Gráfico KD pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
Figura 5.12 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
44
Figura 5.13 - Gráfico OCR pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
Figura 5.14 - Gráfico M pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
45
Figura 5.15 - Gráfico K0 (MARCHETTI, 1980) pela profundidade dos ensaios realizados para o presente
trabalho.
Figura 5.16 - Gráfico K0 (LACASSE & LUNNE, 1988) pela profundidade dos ensaios realizados para o
presente trabalho.
46
Figura 5.17 - K0 (LACASSE & LUNNE, 1988) e (MARCHETTI, 1980) pela profundidade dos ensaios
realizados para o presente trabalho.
Para visualizar os efeitos da utilização de uma membrana com espessura mais delgada,
serão apresentados nos mesmos gráficos os resultados obtidos pelos ensaios do presente
trabalho com os ensaios de JANNUZZI (2013).
De forma geral, pode-se afirmar que a repetibilidade dos ensaios realizados com
membrana de 0,15mm de espessura foi maior do que a dos ensaios com membrana de
0,20mm de espessura, principalmente nos valores de P 0. Por consequência, as
correlações que são dependentes dos valores das leituras de pressões também tiveram
sua dispersão reduzida.
47
Pode-se observar nos gráficos de P0 (Figuras 5.18 e 5.19) que os valores obtidos com a
membrana de 0,15mm ficaram muito próximos, ligeiramente no limite inferior dos
obtidos com a membrana de 0,20mm. Pode-se afirmar que a dispersão encontrada com a
membrana de 0,15mm foi menor do que com a membrana de 0,20mm. Nos gráficos de
P1 (Figuras 5.20 e 5.21), o mesmo comportamento é observado. Ou seja, os valores dos
resultados obtidos com a membrana de 0,15mm e 0,20mm ficaram próximos, mas os de
0,15mm ficaram sutilmente superiores aos valores de 0,20mm. Já nos gráficos de P
(Figuras 5.22 e 5.23), pode-se verificar que os resultados, embora na mesma ordem de
grandeza, deram valores muito diferentes. Observa-se que a diferença entre P0 e P1,
obtida com a membrana de 0,20mm, gerou uma dispersão grande, podendo ocasionar
um equívoco significativo na estimativa de parâmetros geotécnicos cujas correlações
dependem da diferença entre P0 e P1. Isso não foi observado para a membrana de
0,15mm, cuja diferença entre P0 e P1 ocasionou uma dispersão. Assim, sugere-se utilizar
a membrana de 0,15mm para solos nos quais P0 e P1 sejam próximos.
Figura 5.18 - Gráfico P0 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
48
Figura 5.19 - Gráfico P0 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
apenas na camada argilosa.
Figura 5.20 - Gráfico P1 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
49
Figura 5.21 - Gráfico P1 pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013)
apenas na camada argilosa.
Figura 5.22 - Gráfico ΔP pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
50
Figura 5.23 - Gráfico ΔP pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013)
apenas na camada argilosa
Observa-se nos gráficos de ED (Figura 5.24 e 5.25) e ID (Figura 5.26) que ambos, por
dependerem da diferença entre P0 e P1, tiveram a mesma tendência e a mesma ordem de
grandeza para ambas as membranas. Entrentanto, os valores são consideravelmente
diferentes. Os resultados de ED com a membrana de 0,15mm são da ordem de grandeza
do dobro dos resultados de 0,20mm e os de ID são 2,5 vezes maiores na camanda de
argila mole. Os valores obtidos para o índice de material também se mostraram
coerentes com a realidade vista in situ. A extensão da camada argilosa foi definida pelo
ensaio, tendo seu final na profundidade entre 7m e 8m abaixo do nível do terreno. Esse
resultado se mostra condizente com os ensaios previamente executados no campo
experimental de Sarapuí II.
O valor de KD (Figura 5.27), como depende de P0, seguiu a mesma tendência do gráfico
de P0 versus profundidade. Ou seja, os valores de ambas as membranas ficaram
próximos, sendo que, os da membrana de 0,15mm ficaram no limite inferior, na camada
de argila mole
51
Figura 5.24 - Gráfico ED pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
Figura 5.25 - Gráfico ED pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) na
camada de solo mole.
52
Figura 5.26 - Gráfico ID pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
Figura 5.27 - Gráfico KD pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
53
Para se estimar o K0 (Figuras 5.28 e 5.29), ambas as propostas empregadas na presente
pesquisa (MARCHETTI, 1980 e LACASSE & LUNNE, 1988) empregam o parâmetro
do dilatômetro KD.
Figura 5.28 - Gráfico K0 (MARCHETTI, 1980) pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de
JANNUZZI (2013) até 10 metros.
54
Figura 5.29 - Gráfico K0 (LACASSE & LUNNE, 1988) pela profundidade dos ensaios do presente
trabalho e de JANNUZZI (2013) até 10 metros.
55
Figura 5.30 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
Figura 5.31 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios do presente trabalho, de palheta JANNUZZI
(2009) sem a correção de Bjerrum e de JANNUZZI (2013).
56
Figura 5.32 - Gráfico Su pela profundidade dos ensaios do presente trabalho, de JANNUZZI (2013) e dos
ensaios de palheta de JANNUZZI (2009) com a correção de Bjerrum.
Figura 5.33 - Gráfico Su versus profundidade dos ensaios do presente trabalho e dos ensaios de palheta de
JANNUZZI (2009) com a correção de Bjerrum.
57
No que concerne à determinação do OCR, pode-se verificar que para ambas as
membranas os valores ficaram próximos, sendo que para a membrana de 0,15mm a
dispersão foi menor. Tanto a membrana de 0,15mm quanto a de 0,20mm foram capazes
de reproduzir o formato do perfil de OCR versus profundidade. O valor de OCR
estimado pelo ensaio de DMT na camada de argila mole é da ordem de 4, enquanto que
o valor esperado para este depósito, de acordo com os ensaios de adensamento de
JANNUZZI (2013) é 2.
Figura 5.34 - Gráfico OCR pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013)
até 10 metros.
58
Figura 5.35 - Gráfico M pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013) até
10 metros.
Figura 5.36 - Gráfico M pela profundidade dos ensaios do presente trabalho e de JANNUZZI (2013)
apenas na camada argilosa.
59
se observar na Figura 5.38 que os resultados obtidos na presente pesquisa foram muito
semelhante aos obtidos por JANNUZZI (2013). Observa-se que a camada de solo mole
da presente pesquisa é ligeiramente menor do que a de JANNUZZI (2013).
Figura 5.37 - Vs pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
Figura 5.38 - Vs pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho. em comparação
comcom os ensaios de JANNUZZI (2013).
60
No que diz respeito ao índice de poropressão (UD) definido por LUTENEGGER e
KABIR (1988) para distinguir solos permeáveis, impermeáveis e parcialmente
permeáveis, pode-se verificar que o depósito de Sarapuí II, UD variou de 0,5 a 2m a 0,65
a 7m, sendo portanto de permeabilidade intermediária, mais próximo do “impermeável”
o que condiz com o comportamento do solo que tem a permeabilidade baixa. Já para
maiores profundidades percebe-se um decréscimo de UD chega ao final da camada com
valor de 0,1, sendo esse material classificado como silte-argilo arenoso que tem portanto
uma permeabilidade maior, por isso o valor de UD baixo. Esse material também é
classificado como de permeabilidade intermediária. Vale ressaltar que o foco da
presente pesquisa é na camada argilosa.
Figura 5.39 - UD pela profundidade dos ensaios realizados para o presente trabalho.
61
devido ao banco de dados existente ainda ser pequeno - entre os dados obtidos com o
ensaio de dilatômetro e o de adensamento. Os índices a serem correlacionados são:
índices de compressão (Cc), recompressão (Cr) e descompressão (Cs), conforme mostra
a Figura 5.35.
Por fim, para estimar o Cs, o parâmetro que mais se aproximou foi o P2, pois ambos têm
em comum a descompressão do solo, promovendo uma expansão do mesmo até uma
determinada posição.
O solo de Sarapuí foi classificado como parcialmente permeável, sendo que para a
camada argilosa, cuja permeabilidade é baixa, o valor ficou em torno de 0,6, mais
próximo do “impermeável”. Já para maiores profundidades, cujo solo é classificado
como silte-argilo arenoso, portando de maior permeabilidade, o valor decresce
chegando em torno de 0,1, ficando próximo da condição permeável o que condiz com o
esperado na literatura para este tipo de solo.
62
Figura 5.40 - Curva típica de um ensaio edométrico com os respectivos índices.
(5.1)
Onde o valor de α varia de acordo com o solo ensaiado. Para o campo experimental de
Sarapuí II, α = 1.
63
Para estimativa do Cr, propõe-se a seguinte correlação:
(5.2)
Onde o valor de β varia de acordo com o solo ensaiado. Para o campo experimental de
Sarapuí II, β = 0,1.
(5.3)
Onde o valor de γ varia de acordo com o solo ensaiado. Para o campo experimental de
Sarapuí II, γ = 0,06.
A Figura 5.42, a Figura 5.43 e a a Figura 5.44 mostram os gráficos dos valores obtidos
pelas correlações para Cc, Cr e Cs na camada de argila respectivamente.
64
Figura 5.42 - Gráfico da correlação para estimativa de Cc pela profundidade dos ensaios do presente
trabalho apenas na camada argilosa.
Figura 5.43 - Gráfico da correlação para estimativa de Cr pela profundidade dos ensaios do presente
trabalho apenas na camada argilosa.
65
Figura 5.44 - Gráfico da correlação para estimativa de Cs pela profundidade dos ensaios do presente
trabalho apenas na camada argilosa.
66
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
6.1 CONCLUSÕES
Correlações para estimar Cr, Cs e Cc, foram propostas a partir dos ensaios de
adensamento de carga incremental de 24 horas de duração cada estágio.
Sugere-se que mais ensaios com a membrana de 0,20mm e de 0,15mm sejam realizados
na camada de argila mole de Sarapuí II e em outros campos experimentais. Com isso,
será possível analisar os efeitos de redução da dispersão que a membrana mais fina pode
vir a causar na estimativa dos parâmetros geotécnicos.
Aumentar o banco de dados para validação das correlações propostas para C c, Cr e Cs,
assim como determinar novos valores de α, β e γ para diferentes tipos de solos. Espera-
67
se que estas correlações sejam testadas para outros depósitos de solos argilosos nos
quais tenham sido realizados ensaios de laboratório (adensamento) e de campo (DMT).
Realizar ensaios com a Medusa DMT e comparar com os resultados de ensaios de DMT
realizados com a membrana de 0,15mm e 0,20mm.
68
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
69
FRANCISCO, G. M., (2004), Estudo dos efeitos do tempo em estacas de fundação em
solos argilosos. Tese D.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.
GOMES, D.D. (2007). Uso do dilatômetro para a previsão da capacidade de carga e dos
recalques elásticos de estacas M.SC. dissertação, Universidade de São Paulo, Outubro,
2007.
70
MARCHETTI, S. & CRAPPS, D.K. (1981) . "Flat Dilatometer Manual". Schmertmann
& Crapps. Inc., Gainesville, Florida, USA.
ORTIGÃO, J.A.R., (1980), Aterro experimental levado à ruptura sobre argila cinza do
Rio de Janeiro. Tese D.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.
PACHECO SILVA, F. (1953), "Shearing Strength of a Soft Clay Deposit near Rio de
Janeiro", Géotechnique, Vol. 3, No. 7, pp. 300-305.
71
SCHMERTMANN, J. H. (1982) A Method for Determining the Friction Angle in Sands
from the Marchetti Dilatometer tests. Proc. 2nd European Symposium on Penetration
Testing, ESOPT-II, Amsterdam, Vol.2: 853-861.
SCHNAID, F. (2009). In Situ Testing in Geomechanics – the main tests. Taylor &
Francis Group, London: 327 p. Chapter 6. Flat Dilatometer testing (DMT) 242-272.
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